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SUBSÍDIO de FORMAÇÃO
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Seja como for, o fato é que precisamos antes, de propriamente
ajudam nessa empreitada. Não é uma tarefa fácil, mas não é, por
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Bíblia é uma palavra de origem grega, na verdade “biblia” é
um plural do termo grego “biblos” que significa “rolo” ou
“livro”. No passado não existiam livros encadernados, os
antigos escritos eram produzidos a partir do papiro ou couro
de animais e depois preparados em forma de páginas
retangulares; as páginas de couro eram pautadas e
costuradas umas nas outras, formando um longo “tapete de
couro”. Em seguida eram escritos, enrolados e guardados em
bibliotecas. Os livros eram geralmente produzidos para a
grande elite, como reis e sacerdotes, uma vez que a maior
parte da população era analfabeta. Os livros de cunho
religioso eram produzidos por escribas, estudiosos ou
sacerdotes, para a proclamação pública aos fiéis. Estes rolos
sagrados eram guardados dentro dos templos ou espaços
religiosos (sinagogas). Deste modo, o termo “biblia” significa
“rolos” ou “livros”, palavra muito adequada, pois na verdade a
Bíblia não é especificamente um livro, mas uma coletânea
de escritos, de diversos livros. Esta coletânea é de natureza
teológica, histórica, jurídica, ética, poética, profética, etc.
Em síntese, podemos dizer que a Sagrada Escritura é um
texto complexo. Podemos afirmar ainda que a tradição oral,
da qual provém toda essa literatura, é bem anterior ao texto
escrito, e foi somente no decurso do tempo que houve a
necessidade de redigir textos, como forma de preservá-los
para as futuras gerações.
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Pode-se dizer, de maneira geral, que a Bíblia conta a história
da revelação de Deus para a humanidade. Essa revelação não
é feita de maneira imediata e completa de uma única vez,
mas vai se estabelecendo ao longo da história das civilizações
de maneira progressiva e lenta, respeitando os limites
históricos e a maneira de se compreender o mundo. Deus vai
se revelando na história humana até o ápice deste processo,
quando ele decide entrar de fato nesta história por meio de
Jesus. A percepção destes movimentos de Deus é contada
pelos autores bíblicos, que ao assumir para si a
responsabilidade de transmissão das histórias relativas ao seu
povo para as gerações futuras, perceberam também que em
tudo havia uma ação de Deus para atrair o povo para mais
próximo dele. Esse movimento nem sempre foi tranquilo e
harmônico.
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A noção que os antigos tinham de história era bem diferente
da nossa. A história era de alguma forma uma expressão da
ação dos deuses e dos heróis que moviam os impérios e
civilizações para a supremacia e o exercício de poder,
subjugando os outros povos e conquistando territórios. Cada
império que dominava determinava o início da história a partir
da fundação de sua própria civilização. Isto não significa que
não haja uma autêntica história na Bíblia, existe, e muita
história! Existe um ramo da arqueologia, a arqueologia bíblica,
que cresce exponencialmente pelas universidades de todo o
mundo. A nossa questão é “isto não era a preocupação dos
autores bíblicos”. Eles não queriam provar cientificamente
suas verdades, não havia necessidade. Para eles, a sua
percepção religiosa do mundo era mais do que suficiente para
suas preocupações e para dar sentido à vida.
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Então, temos que entrar neste universo e não fazer com que ele
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Geralmente, os exegetas (estudiosos dos textos bíblicos
originais) fazem algumas perguntas fundamentais ao
estudar um texto bíblico, como por exemplo:
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Quando pensamos que um texto é uma obra literária, isto deve
nos ajudar a perceber que em sua construção foram criadas
marcas literárias que ajudam o leitor a compreender melhor
sua mensagem, estrutura e ideias centrais. Para aproveitar o
máximo o que o texto diz, precisamos fazer mais algumas
perguntas mais evidentes, pois suas respostas. geralmente, se
encontram no próprio texto:
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Estas perguntas podem ajudar o leitor a prestar maior
atenção aos detalhes que os textos apresentam, para que
seja possível perceber a existência de uma estrutura
literária. Todo texto possui uma e ela foi criada
propositalmente para unificar, fundamentar e dar um tom
próprio às ideias, concepções e narrativas elaboradas pelos
seus autores e, em sua essência, a revelação de Deus foi
transmitida por estes meios tão humanos e tão divinos.
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