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EXCELENTÍSSIMO (A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA

FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA GRANDE ILHA DE SÃO LUIS –


MA

JUSRIÇA GRATUITA - Lei 1.060/50

IMPETRANTE: FORUM ESTADUAL DE ENTIDADES E


ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (FAS/MA)

IMPETRADO: ESTADO DO MARANHÃO/ SEDES - Secretaria Estadual


de Desenvolvimento Social

FORUM ESTADUAL DE ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DE


ASSISTÊNCIA SOCIAL (FAS/MA), fundado em 02 de março de 1999,
representada nesse mandado por sua secretaria executiva VERA
ARAUJO RODRIGUES JORDAO, CPF 269.367.393-34, localizado
provisoriamente na Rua São Pedro, nº 61, Vila Dom Luís, na cidade de
São Luís/MA, CEP 65080-770, e-mail verarjordao@yahoo.com.br,
através de sua Advogada infra-assinada, com escritório profissional na
Av. 13, Quadra 132, Nº 24, Maiobão, Paço do Lumiar - MA, com suporte
no artigo 11 da Resolução 237/2006, no artigo 1º do Regulamento do
Processo de Eleição das Entidades e Organizações da Sociedade Civil
para O Conselho Estadual de Assistência Estadual (CEAS) e também no
artigo 1º do Regimento Interno do FAS/MA e, mais notadamente, nos
artigos 497, 499 e 500 do Novo Código de Processo Civil e demais
dispositivos legais, vem propor o presente

MANDADO DE SEGURANÇA
Em face do ESTADO DO MARANHÃO/SECRETARIA DE
DESENVOLVIMENTO SOCIAL, e sua secretaria de desenvolvimento
social, com CNPJ 02.940.097/0001-48, representada por seu
secretário, podendo este ser intimado através do PROCURADOR GERAL
DO ESTADO, situado na PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO
MARANHÃO, na Avenida Juscelino Kubitcheck, lote 25, quadra 22,
Quintas do Calhau, São Luís/MA, CEP 65072-280

Pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

DOS FATOS E DO DIREITO

O Fórum Estadual de Entidades e Organizações de


Assistência Social (FAS/MA) iniciou processo de eleição em dezembro de
2016, após plenária do órgão máximo, conforme o regimento interno, no
mês anterior, quando, após aprovação, fora publicado edital da eleição
(documentos 1 e 2). A publicação ocorreu no dia 07.12.2016, conforme
se verifica nos documentos anexos.

No dia 22.12.2016, em plenária do Conselho


Estadual de Assistência Social, CEAS, a conselheira Ana Celia Brito
Nogueira, já falecida, mostrou a publicação da eleição, enfatizando que
o FAS/MA realizaria a eleição dos membros da sociedade civil para
compor o CEAS/MA.

No mesmo momento, o CEAS, cuja presidência é


exercida pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Social, através
de seu vice-presidente, resolveu tornar sem efeito o processo de eleição
coordenado pelo FAS/MA, fazendo publicar no Diário Oficial de
28.12.16 a Resolução nº 20, que “torna sem efeito o edital de
convocação das eleições do FAS/MA, publicado no Jornal Pequeno do
dia 07.12.16”, afirmando ser a comissão eleitoral desconhecida pelo
conjunto do Pleno do CEAS (vide documento 03).

Ocorre que a afirmação do CEAS não procede, pois,


segundo o seu Regimento Interno, artigo 1º, o FAS/MA é o órgão
responsável por coordenar as eleições para os representantes da
sociedade civil do próprio CEAS.

Com a publicação da Resolução nº 20, o CEAS


constitui-se num tribunal de exceção, no qual se anula e se condena
algo com o qual não se concorda.

Isso porque o Regimento Interno do FAS/MA, em


seu artigo 3º, alínea “h”, define que uma de suas atribuições é
“organizar e realizar o processo de eleição da sociedade civil para a
composição do CEAS e para o Conselho Municipal de Assistência Social
de São Luís (CMAS), inclusive com poderes para instalação de fóruns.

Assim considerando, e tendo o FAS/MA cumprido


todas as determinações legais e Regimentais, como pode o CEAS, por
razões escusas, fazer publicar resolução onde resolve, do nada, incluir
afirmações que contradizem o Regimento Interno do FAS/MA (doc. 04),
cuja última eleição foi aprovada em ata do dia 22 de abril por 28
entidades que compõem o FAS/MA (doc. 05).

Pois bem, nada há no Regimento Interno do


CEAS/MA (vide doc. 06) que o habilite a convocar eleições, discutir
convocações das eleições e, pior ainda, tornar sem efeito o edital das
eleições justamente por quem elege as entidades para o CEAS – usando
uma prerrogativa que não possui, inclusive o Presidente se utilizando
do cargo de Secretário de Desenvolvimento Social se arvorou no direito
de anular o edital, ainda que representado através do vice-presidente.
Mas as eleições ocorreram, pois não é competência
do CEAS realizar ou tumultuar eleição do FAS/MA. Sabendo que o
CEAS não detém esses poderes, o FAS/MA realizou as eleições,
conforme o edital de convocação publicado no Jornal Pequeno em
07.12.16 e conforme a ata de eleição (doc. 07).

O resultado das eleições foi encaminhado, através de


ofício, à Promotoria de Fundações e Entidades de Interesse Social (doc.
08); foi encaminhado para o Secretário de Estado de Desenvolvimento
Social, que também é presidente do CEAS/MA (doc. 09), para o
Governador do Estado do Maranhão (doc. 10) e para o Procurador Geral
de Justiça do Estado do Maranhão (doc. 11).
Acontece que o Secretário de Estado de
Desenvolvimento Social, a quem compete enviar os resultados das
eleições para que o Governador nomeie os eleitos, também acumula o
cargo de Presidente do CEAS e, como tal, não tem interesse em sair do
cargo, que hoje se configura uma importante vitrine política e social
para sua plataforma de trabalho. Assim, o Governador nunca recebeu a
ata de eleição e os nomes dos eleitos para nomear, de maneira que
ninguém, até hoje, foi empossado, nem nomeado. Isso prejudica
sobremaneira o cronograma de trabalho do FAS/MA.

A conduta do Secretário de Estado de


Desenvolvimento Social já foi comunicada ao Ministério Público, ao
Gabinete do Governador e não temos conhecimento de nenhuma
providência tomada.

A respeito da Resolução nº 20/2016, do CEAS, já se


manifestou o MP nos seguintes termos (doc. 13): “Que o Pleno do CEAS
não tem competência para instituir comissão eleitoral nem para
deliberar sobre o processo de eleição de representantes da sociedade
civil, evidenciando-se o descabimento da resolução (...) além de não
deter atribuição para tanto, configurando-se que as Resoluções de
numero 20/2016 (que anula o edital de convocação das eleições) e a de
número 03/2017 (que institui comissão eleitoral composta pelo
CEAS/MA) ferem a legislação estadual e contrariam o próprio
Regimento Interno do CEAS/MA.

Ao mesmo tempo, o MP declara que o processo


eleitoral deflagrado pelo FAS/MA para a gestão 2017/2019 adotou
todas as providências legais pertinentes à eleição em referência,
ocorrida no dia 09.01.2017 e que foi comunicada a todos os órgãos
competentes, conforme atestam os ofícios já juntados a esta inicial,
com os devidos “cientes” dos recebimentos.

Logo, se o MP, órgão fiscalizador, afirma que foram


observados todos os ditames constantes na lei estadual 6.519/95, na
Resolução 237/2006 do CNAS e nos Regimentos Internos do CEAS/MA
e FAS/MA, apenas o CEAS/MA, por não concordar com a eleição e os
eleitos, está se colocando acima da lei.

E o MP culmina com a afirmação de que o CEAS/MA


não tem competência legal para coordenar o processo de eleição da
Sociedade Civil, ao tempo em que RECONHECE A LEGITIMIDADE DO
PROCESSO ELEITORAL DEFLAGRADO PELO FAS/MA.

Todos os movimentos para instruir o processo


eleitoral e para tentar alertar sobre a conduta inadequada do CEAS/MA
foram comunicados ao presidente do CEAS/MA e também ao MP,
conforme se depreende dos documentos 16 e 17, acompanhados sempre
dos respectivos Regimentos Internos do FAS/MA e CEAS/MA, da
Resolução 237/2006 e do edital de publicação das eleições.

Mesmo assim, ignorando as evidências e a própria


lei, o presidente do CEAS/MA e também Secretário de Estado de
Desenvolvimento Social convocou as entidades para indicar
componentes para compor uma Comissão Eleitoral coordenada pelo
CEAS (vide doc. 18), ferindo de morte os Regimentos das duas
entidades.

Ressalte-se que o Secretário recebeu resposta


negativa do Conselho Municipal de Assistência Social (doc. 19), que
preferiu cumprir a lei e seguir os Regimentos conforme ata da Reunião
Extraordinária (doc. 20).

Sem a anuência do CMAS, o Secretário fez publicar


no Diário Oficial de 20.01.2017 convocação para as eleições (doc. 21),
baseado na Resolução nº 03/2017. Essa Resolução já foi contestada e
tornada sem efeito pelo MP (doc. 22) após denúncia do FAS/MA (doc.
23). Por conta disso, a eleição convocada pelo Secretário já foi adiada
várias vezes. Mas ele não aceita a eleição legitima coordenada pelo
FAS/MA e não envia para o Governador do Estado a lista de nomes dos
eleitos para nomeação e posse.

Como se vê, trata-se de uma questão política e


mesquinha.

Ressalte-se que o FAS/MA seguiu estritamente o


calendário eleitoral, conforme ata da eleição da diretoria atual (doc. 24).
Informamos também que o CEAS prorrogou o mandato da atual gestão
por mais 90 (noventa) dias, fato que não poderia ter acontecido em
virtude da mesma não poder ser reconduzida, vez que o CEAS/MA não
possui poderes para prorrogar mandato, conforme definido no
CAPÍTULO II – DAS COMPETÊNCIAS – Seção I.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Evidente é o aspecto jurídico que cerca as pretensões do
Requerente, pois nada mais pretende do que o cumprimento dos
Regimentos Internos das duas entidades envolvidas, assim como o
cumprimento da Resolução 237/2006 e da lei 6.519/95, qual seja, o
reconhecimento do processo eleitoral deflagrado e levado a termo pelo
FAS/MA e a nomeação e consequente posse dos eleitos.

É obrigação de fazer dos Requeridos – do SECRETÁRIO DE


ESTADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL ENVIAR A LISTA DOS
ELEITOS e do GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO NOMEAR E
EMPOSSÁ-LOS, obrigação essa descumprida até a presente data, o que
vem trazendo inúmeros prejuízos às entidades e ao desenvolvimento dos
trabalhos, na aplicação da Política Pública de Assistência Social.

A Resolução 237/2006, do Conselho Nacional de


Assistência Social- CNAS, define diretrizes para a estruturação,
reformulação e funcionamento dos Conselhos de Assistência Social dos
Municípios, Estados e do Distrito Federal e, em seu artigo 11, é clara ao
dispor que.

Art. 11. A eleição da sociedade civil ocorrerá em foro


próprio, coordenado pela sociedade civil e sob a
supervisão do Ministério Público, tendo como
candidato e/ou eleitores:
I. Representantes dos usuários ou de organização
de usuários da assistência social;
II. Entidades e organizações de assistência social;
III. Entidades de trabalhadores do setor.

Ao mesmo tempo, a Carta de Princípios do FAS/MA diz, em


seus objetivos, que uma de suas atribuições é.

“Coordenar a escolha dos representantes da


sociedade civil para o Conselho Estadual de
Assistência Social (CEAS-MA) e para o Conselho
Municipal de Assistência Social de São Luís/MA
(CMAS)”.

Corroborando essa função, o artigo 4º do Regimento Interno


do FAS/MA preconiza:

Art. 4º. O FAS/MA tem os seguintes objetivos:


a) Realizar a eleição da Sociedade Civil para compor
o Conselho Estadual de Assistência Social -
CEAS/MA, mantendo debate e diálogo
permanente com o CEAS/MA, Comissão
Intergestores Bipartite – CIB e demais
autoridades vinculadas à Gestão da Política
Estadual de Assistência Social do Maranhão.

Sob a égide dos Regimentos, o MP foi enfático ao afirmar


que as Resoluções do CEAS/MA são.

“atos nulos de pleno direito, eis que emanados de


autoridade incompetente, esta Especialidade destaca
que o referido ato padece ainda de vícios
substanciais em sua elaboração, pois em vários de
seus artigos é possível perceber uma série de
incongruências legais, destacando-se duas
situações. A primeira delas encontra-se no artigo 8º
da Resolução nº 03/2017 do CEAS/MA, ao dispor
que, para habilitar-se no processo de eleitoral os
representantes da Sociedade Civil Organizada
devem atuar em âmbito nacional, o que é uma
exigência absurda”. (grifo do próprio MP).

O fato é que tanto a Resolução nº 20/2017 quanto a


03/2017, ambas do CEAS/MA que estabelece a convocação de novas
eleições pelo CEAS/MA, ferem a Legislação (lei 6.519/95) e contraria os
Regimentos Internos desses órgãos, que deixa bem clara a forma de
eleição e o número de membros que comporão aquele Conselho.

Finalmente, nas palavras do Ministério Público:

“Ante o exposto, diante do arcabouço fático e


jurídico até aqui elencados, manifesta-se o
Ministério Público firmando o entendimento de que o
Conselho de Assistência Social do Maranhão-
CEAS/MA não tem competência legal para
coordenar o processo de eleição da Sociedade
Civil, reconhecendo a legitimidade do processo
eleitoral deflagrado pelo FAS/MA. (GRIFO DO MP).

Exposta a legislação substantiva, depreende-se que a


obrigação assumida pelos Requeridos consubstancia obrigação de fazer,
ou seja, cumprir com a determinação imposta pelos Regimentos
Internos das entidades, de acordo com a Resolução 237/2006 e a lei
6.519/95, que tem ressonância também nos artigos 497, 499, 500, 537,
816 e 821, in verbis:

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação


de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o
pedido, concederá a tutela específica ou determinará
providências que assegurem a obtenção de tutela
pelo resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela
específica destinada a inibir a prática, a reiteração
ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou
da existência de culpa ou dolo.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em
perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente.

Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á


sem prejuízo da multa fixada periodicamente para
compelir o réu ao cumprimento específico da
obrigação.

Art. 537. A multa independe de requerimento da


parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento,
em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de
execução, desde que seja suficiente e compatível
com a obrigação e que se determine prazo razoável
para cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento,
modificar o valor ou a periodicidade da multa
vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial
superveniente da obrigação ou justa causa para o
descumprimento.
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de
cumprimento provisório, devendo ser depositada em
juízo, permitido o levantamento do valor após o
trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou
na pendência do agravo fundado nos incisos II ou III
do art. 1.042.»
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se
configurar o descumprimento da decisão e incidirá
enquanto não for cumprida a decisão que a tiver
cominado.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que
couber, ao cumprimento de sentença que reconheça
deveres de fazer e de não fazer de natureza não
obrigacional.

Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação


no prazo designado, é lícito ao exequente, nos
próprios autos do processo, requerer a satisfação da
obrigação à custa do executado ou perdas e danos,
hipótese em que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será
apurado em liquidação, seguindo-se a execução para
cobrança de quantia certa

Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se


convencionar que o executado a satisfaça
pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz
que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do
executado, sua obrigação pessoal será convertida em
perdas e danos, caso em que se observará o
procedimento de execução por quantia certa.

Ainda, com fundamento no pedido principal, cabe destacar


a o artigo 501 do novel CPC, assim disposto:

Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de


declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado,
produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
Assim, provado que o Requerente tem todo o direito aos
pleitos em tela, necessário se faz o pedido de TUTELA ANTECIPADA
ESPECÍFICA DA OBRIGAÇÃO, baseando-se nas legislações já citadas,
que representam a fumaça do bom direito do Autor, e no perigo da
demora em empossar-se os eleitos (quando os atuais dirigentes e
representantes continuam a tomar decisões).

DA TUTELA ANTECIPADA ESPECÍFICA DA OBRIGAÇÃO

Destaca a nova lei processual, em seu artigo 497, que a


tutela específica da obrigação (ou de urgência) o juiz, se procedente o
pedido concederá a tutela específica ou determinará que assegurem a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
O conjunto de remédios e providências tendentes a
proporcionar àquele em cujo benefício se estabeleceu a obrigação é
preciso resultado prático atingível por meio de adimplemento, isto é, a
não violação do direito ou do interesse tutelado.
Destarte, consequentemente presentes os requisitos legais
para o deferimento da tutela antecipada, quais sejam:

a) Prova inequívoca do alegado: O Requerente comprova o alegado


através dos documentos juntados;

b) Verossimilhança da alegação: a existência do direito verifica-se


pelos fatos que são corroborados pela documentação acostada, os
quais demonstram que, em momento algum, existiu uma
situação de dúvida sobre os fatos ocorridos, mormente a
declaração do Ministério Público, já juntada;

c) Justificado receio de dano de difícil reparação: verifica-se pelo


manifesto e visível ato de má-fé dos Requeridos, com relação à
sede de poder que seus cargos lhe inferem, que, por
descumprimento dos Regimentos das duas entidades, trouxeram
uma série de prejuízos ao Requerente e a outros, especialmente
aos poderes constituídos e à confiança das entidades que fazem
parte dos Conselhos envolvidos. Mormente, ainda, pela falta de
idoneidade dos Requeridos, pois o Requerente ainda não
empossou seus representantes eleitos no CEAS/MA, enquanto o
tempo, inclemente passa, sem que nenhuma providência seja
tomada. Quem reparará esse tempo? De que forma? Para reparar
o trauma, outra eleição será adiada? Mudará a data das próximas
eleições? São perguntas para as quais não se tem ainda respostas
e que se agravam a cada dia.

Em assim sendo, ante o sepulcral silêncio do Governador do


Estado do Maranhão e a inércia do Secretário de Estado de
Desenvolvimento Social, necessária e urgente é a intervenção da Justiça
para sanar a lide.

DOS REQUERIMENTOS

Em face do exposto, requer se digne a conceder a tutela de


urgência, nos próprios autos (conformes os artigos NCPC já citados),
inaudita altera pars, liminarmente, ante a demonstração dos elementos
que evidenciam a probabilidade do direito e o perigo do dano ou o risco
ao resultado útil do processo, e RECONHECENDO A LEGITIMIDADE
DO PLEITO, determinando-se aos Requeridos a imediata nomeação e
posse dos eleitos no pleito coordenado pelo FAS/MA, sob a égide do
Regimento Interno do CEAS/MA, do Regimento Interno do FAS/MA, da
Resolução 237/2006 e da lei 6.519/95, sob pena de multa diária a ser
arbitrada por Vossa Excelência;

Requer, outrossim, após o deferimento da tutela de


urgência, que se digne a mandar citar os Requeridos para comparecer a
audiência de conciliação e mediação (artigo 334 do NCPC), em data a
ser designada, cientificado o Réu que o não comparecimento
injustificado será considerado ato atentatório à dignidade da justiça,
passível de sanção processual (§ 8º do art. 334 do NCPC), ou, se outro
for o entendimento de Vossa Excelência, seja dispensada a audiência de
conciliação (§§ 5º e 6º do art. 334 do NCPC), caso em que o prazo para
contestação será computado a partir da juntada do mandado ou de
outro instrumento de citação (art. 335 do NCPC), cientificando o Réu de
que poderá oferecer contestação em petição escrita, no prazo legal, sob
pela de revelia e confissão.

De resto, protesta pela produção de prova documental,


testemunhal, pericial (às expensas do Réu) e inspeção judicial de todos
os meios probantes em direito admitidos, desde que moralmente
legítimos e obtidos de forma lícita, especialmente o depoimento pessoal
do representante legal do Requerido, sob pena de confissão se este não
comparecer ou, comparecendo, negar-se a depor.

Dá-se à presente o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e


quinhentos reais) para efeitos fiscais.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

São Luís, 21 de julho de 2017.

Advogado
OAB/MA

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