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muito orversus, rJill f,uiel requer planeja-
meiltc de ;':.rdos ôtj asp*$os que com-
põem sua existência em permanente
atividade. Como um estabelecimento co-
mercial peculiar, com infindáveis exigên-
cias de organizaçâo, ele nunca se pode
permitir fechar-se ou deixar de estar aler-
ta para as necessídades da clientela.
Neste livro, a riqueza do tema benefi-
cia-se da vasta experiência dos autores na
elaboração e desenvolvimento de nume-
rosos projetos de edifícios hoteleiros. Eles
começaram a acumular esse saber aplica-
do a específicas condições brasileiras em
meados dos anos 70 e são pioneiros num
trabalho que no país ainda hoje atrai raros
profissionais.
O núcleo de Hotel: plan,ejamento e
projeto, que se inicia na fase anterior à
construção do edifício, íncluindo questoes
de áreas e instalações, de elaboração do
programa e do dimensionamento, aborda
também temas que se integram no con-
texto geral da edificação, situando-a de
forma ampla no fenômeno hoteleiro: um
breve histórico da hotelaria, a definição
do produto a ser oferecido_, a localização
re_

'QúertenHro'tel e parâmetros de custos


de implanta@ e equípamentos,
 

5UMÁRlo

Nclta do ed'itor, 7
ÀgradecirnemCIã, :'9
Prefáeio, 1L
Iatrodução, 13
Um breve histdrico,, 16
Definição do produto, 26
tçcalÍaaçãq, 36
Tipos de hotel, 42
0 projeto, 88
Parânrçtros de custos, 234
Bibliografi-,ã,, 239
Índice gga1,,24

rrr.
 

NOTA DO EDITOR

A expansão do mercado turístico nacional, acompanhando a tendência


mundial, tem exigido do empresariado e do pessoal gerencial-administrativo
do setor hoteleiro maior à crescente complexidade desse mercado.
Respaldados em dêcadas de experiência na elaboraçáo, desenvolvimen-
to, coordenaçã,o e supervisão de projetos arquitetônic.'s de vulto, os autores
de Hotel: planejamento e projeto detalham as etapas necessárias à concepção
de um projeto e, ao analisar os diversos tipos de hotéis, estudam aviabilidade
e asvaúâveis que influenciam na decisão quanto ao porte, Iocalizaçáo e estilo
do empreendimento.
Ao apresentar mais uma publicaçáo da ârea de Hotelaria e Turismo, a
Editora SENAC São Paulo estâ certa de contribuir com um instrumento
valiosíssimo para profissionais de arquiterura e engenharia, empresários do
setor e estudantes e pesquisadores interessados no tema.

I
 

AGRADECIMENTOS

adecimentos
Queremos manifestar nossos profundos agt
ANcera.PAGLIUSOBASSO,peladedicaçáoeentusiasmoComqueparticÈ
des-
pou desta empreitada, desdobrando-se sempre que precisamos de aiuda,
de o levantamento de informações, escolha de ilustrações, produção
de
que sequer
desenhos, copidesque, sugestões; algumas que pedíamos e outras
eiaboraÇão des-
imagrnâvamos. Enfim, uma arquiteta dos sete instrumentoslA
te livro teria sido bem mais difícil sem sua colabotaçáo-
LucraNe. BoN DUARTE, pelo desenvolvimento da pesquisa
bibliográfica
inicial e de índices hoteleiros.
AMAURI ANTONTO PELLOSO, pela ConSultoria que forneceu pafa o setor de
equipamentos pafa cozinhas e lavanderias, com a disponibilidade
e compe-
sua empresa
tência que cafact eúzamsua atuaçào, bem atestadas pelo êxito de
de consultoria, a Placontec'
LUIZ ANTONiO DE MORAES, pela Contribuição no que se refere
aos siste-
mas de ar-condicionado e exaustão'
Hrcton PERTZ, que reviu e complementou as informações relacionadas
com os sistemas eiétricos.
JoRGE DuARTE, pela colabonçáo na parte de
 

PREFACIO

Não há como deixar de reconhecer a importância da expansão do mer-


cado turístico nacional para o desenvolvimento econômico-financeiro-social
do país. A disparada do turismo nas últimas décadas do século )O( é fruto de
uma ampla teia que envolve novas dimensões nas âreas da comunicação e
dos transportes mundiais, decorrentes da internacionalizaçáo das economias.
Outra explicação para esse crescimento foram os avanços considerâveis al-
cançados por diversas regiões do mundo, como a abertuta política, econômi-
ca e cultural da Rússia e dos países vizinhos da Europa Oriental, establlizaçáo
política e econômica da América do Norte e da Europa Ocidental, a consoli-
daçáo do mercado asiático e o crescimento da Austrália e da Nova Ze\àndia,
ambas nações capitalistas desenvolvidas e com alto nível de qualidade de
vida. Mesmo na América Latina emergiu, recentemente, uma consciência tu-
rística voltada para a valorizaçáo da oferta natural dos países do Cone Sul e
para a expansão dos mercados e PIBs nacionais.
Além das estratégias de alavancagem do turismo promovidas por países
e regiões, surgiram novos nichos negociais, como o turismo ecológico e de
terceira idade, que incrementaÍam, ainda mais, os fluxos mercadológicos.
Nesse contexto, a hotelaria desponta como vetor fundamental de ex-
pansão e consolidaçáo do setor. Sua atuação tem correspondido à demanda
dos novos segmentos de mercado e, ao mesmo tempo, propiciado o surgimento
de novas modalidades de turismo, diversificando o portfólio de serviços. Por
tudo isso, ahotelaria tem merecido destaque no cenário turístico. Sua evolu-
ção, nas últimas décadas, e suas amplas perspectivas de crescimento acompa-
nham uma tendêncialargamente verificada em todos os ramos de negócios e
setores: a qualificação e especialização dos serviços prestados.
 

12 HOTEL: pLANEJAMENïO E PROJETo

No Brasil, conceitos avançados no campo do planejamento hoteleiro


também têm recebido destaque. A complexidade que envolve as funções de
hospedagem e atividades administrativas dos novos modelos de empreendi*
mentos hoteleiros no mundo globalizado é o eixo central do pioneiro traba-
lho desenvolvido por Nelson Andrade, Paulo Lucio de tsrito e wilson Edson
Jorge. Baseada na experiência e no aprendizado profissional dos autores, a
olsra é um guia seguro para os peregrinadores em busca da Meca do conhe_
cimento hoteleiro. Amparados em eficiente metodologia e grande acuidade,
eles detalham as etapas necessárias paru dimensionar, com precisão, os fâto-
res inerentes à concepção de um projeto hoteleiro. Estão agrupados os itens
que antecedem o projeto arquitetônico, como a definição do seguimento de
mercado que se pretende atingiÍ, o perfil dos usuários, a viabilidadeeconômi-
co-financeira do empreendimento e sua localizaçã,o, a tipologia do edifício, o
número de apatamentos, o padrão das instalações e os equipamentos neces-
sários, e os itens pertinentes ao projeto técnico, como os sistemas hidráulico-
sanitários e eletrônicos que devem ser utilizados, a divisão dos setores
compreendidos no hotel, a configuração dos andares e das âreas sociais e
recreativas do prédio e a melhor forma de administraf o empreendimento.
Todo o entendimento necessâno para o sucesso do projeto estâ mapeado
nos tópicos, subtópicos, gráficos e ilustrações, que recuperam a história do
desenvolvimento hoteleiro no Brasil e no mundo e expõem os fatores respon-
sáveis pelo atual estâgio evolutivo do turismo nos continentes. A partir dessa
clata abotdagem acerca dos caminhos e perspectivas do mercado inter-
nacional, os autores edificam seu esquema de trabalho, detalhando os atuais
tipos de hotéis e a melhor forma de escolher um empreendimento. Andrade,
Brito e Jorge consideram todas as variáveis que envolvem e influenciam essa
decisão estratégica, sinalizando, com exatidão, os fatores da viabilidade.Trata-
se de um trabalho completo, inclusive na análise do projeto de arquitetura e do
programa administrativo mais adequado ao porte e ao estilo do hotel.
Quadros comparativos permitem a visualização dos mercados hotelei-
ros mundiais e as diferenças qualitativas e quantitativas pertinentes. perfeito
pan empresários que pÍetendem montar estabelecimentos baseados em re-
ceitas que deram certo no exterior e para quem prefere distanciar-se de mo_
delos preconcebidos. Tudo listado com prós e contras.
A presente "bíl)lia" comprova, por si só, a dedicação e o empenho dos
profissionais e autores desta colaboraçã,o inovadora, instrumento fundamental
para os corpos gerenciais, funcionais, administrativos e profissionais da ca-
deia hoteleira.
Julio Serson
Presidente da ABIH-SP - Associação Brasileira da Indústria Hoteleira São paulo
-
 

TNTRODUçAO

O dinamismo que o setor hoteleiro vem demonstrando nos últimos anos


não se reflete nas informações disponíveis sobre o planejamento e o projeto
de hotéis, que continuam escassas, nem no número de profissionais atuantes
no setor, ainda pequeno. Tanto é assim que este é o primeiro livro voltado
para o tema do planejamento e do projeto de hotéis que se publica no Brasil
a partit da experiência obtida no próprio país. E isso na passagem do século
A experiência dos autores é resultante dos caminhos profissionais que
os levaram e induziram à produção de inúmeros edifícios hoteleiros. O apren-
dizado intrínseco a esse processo significou um dispêndio importante em
pesquisa, pois, no período em que começamos a trabalhar nessa ârea, em
meados da década de 70, pouca era a experiência acumulada no Brasil. Além
disso, havia absoluta falta de dados e informações sistematizadas. Hoje, no
que diz respeito à disponibilidade de dados e informações, a sifuação não se
modificou muito.
o livro tem, portanto, uma vertente de criação baseada na experiência
acumulada de atividades profissionais. A outra vertente vem de um curso de
extensão para profissionais que vimos desenvolvendo e nos últi-
mos anos, sobre este tema. Essa segunda vertente trouxe-nos a experiência
didâtica que diz muito da forma e do interesse dos temas abordados.
o núcleo do livro envolve o projeto do hotel, e inclui as questões das
âreas e instalações, da elaboraçáo do programa e do dimensionamento. os
demais temas abordados se integram no contexto geral da edificação, procu-
rando situâ-la de forma mais ampla no fenômeno hoteleiro: um breve históri-
co da hotelaria, a definição do produto a ser oferecido, a questão dalocalizaçào
 

14 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

do empreendimento, os tipos mais freqüentes de hotéis e parâmetros de cus-


tos de implantaçáo e de equipamentos.
Embora os hotéis não se limitem a edifícios, sendo comuns empreendi-
mentos hoteleiros mais diversificados, entre os quais complexos coniuntos
externos de instalações de recreação e de esportes, cujo exemplo mais signi-
ficativo é o resort, neste livro são tratados principalmente os setores e as
instalações do hotel compreendidos em edifícios. Isso porque, de um lado, a
grande maioria dos hotéis incluem-se nesse caso e, de outro, é tal a variedade
das situações que fogem ao comum que sua abordagem requereria vm trata-
mento caso a caso. As abordagens de carátet geral e as particularizadas para
cada setor específico dos hotéis focalizam aspectos funcionais e requisitos
físicos considerados importantes, sendo complementadas por informações
relativas aos respectivos dimensionamentos.
O edifício de um hotel tem como peculiaridadebâsica sua complexida-
de, advinda da diversidade do programa e do fato de ter de funcionar
ininterruptamente. A diversidade do ptogtama decorre da grande quantidade
de funções normalmente exercidas pelo hotel e do conjunto de atividades
complementares que acontecem em suas dependências. A função de hospe-
dagem, que pressupóe apartamentos confortáveis, bem dimensionados, devi-
damente equipados e com ambientes agradâveis, somam-se atividades
administrativas, industriais (produção de alimentos, lavanderia), comerciais
(restaurantes e lojas), centrais de sistemas (âgua fria e quente, vaporl energia,
ar-condicionado), de manutenção, além de outras atividades relacionadas com
a realizaçáo de eventos, com a recreação e o lazet
A complexidade de um hotel e suas dimensões, eue precisam estar
acima de um mínimo para toÍnâlo viável economicamente, resultam em em-
preendimento oneroso e muito sensível aos custos finais de construção de
operação e manutenção. Assim, o projeto precisa ter dimensionamentos cor-
retos, favorecer estritamente as circulações geradas e exigidas pelos compo-
nentes, equipamentos escolhidos com rigor e outros quesitos mais.
Se formos avaliar o hotel em etapas anteriores ao projeto, é necessário
lembrar que a decisão de construí-lo estarâ vinculada ao binômio mercado/
localizaçáo. Daí iráo decorrer a tipologia do hotel, o número de
o padráo das instalações e os equipamentos necessários para o atendimento
do segmento de mercado a que ele se dirige.
Os cuidados necessários à implantaçáo de um hotel, no qual o projeto
físico é um elemento fundamental,levaram as grandes cadeias hoteleiras in-
ternacionais a estabelecer normas e requisitos rigorosos para implantar ou
 

TNTRODUçÃO 15

operar hotéis. Edifícios projetados e construídos sem o estrito atendimento


dessas normas e requisitos ou são rejeitados, ou precisam ser modificados.
Para completar essa primeira referência sobre o planejamento e o proje-
to de hotéis vale a pena lembrar que o edifício hoteleiro çxige tais
especificidades de organizaçáo e de equipamentos que dificilmente
sei convertrdo para outro uso, caso o empreendimento não se viabilize. Pro-
fissionalmente, temos sido solicitados também para solucionar o problema
inverso: edifícios em estágios diferenciados de construção que precisariam ser
convertidos em hotel.
É muito comum também encontrarmos casos de ampliação e outras
reformas para hotéis já estabelecidos, sem a obra se apóie em projeto
suficientemente desenvolvido. Isso acontece porque o proprietâriojulga des-
necessário o investimento em consultoria ou em projeto, confiando apenas
em sua experiência e na sua assessoria habitual. Tivemos a oportunidade de
constatar o desperdício e os custos adicionais causados por essa atitude, às
vezes sem que o próprio empresário se dê conta deles, E parte desses custos
evitáveis vão ocorrer permanentemente na operaçã,o do hotel, pois são decor-
rentes da organização espacial das áreas que abrigam as diversas funções, que
exigem mais empregados, mais material de reposição, etc.
Este livro é destinado principalmente aos profissionais de arquitetura e
engenharia envolvidos em estudos e projetos de hotelaria, empresários do
setor e investidores potenciais que pretendam se aproximat do mesmo. Ele
pode ainda ser útil a estudantes e pesquisadores que, por diversos motivos,
tenham interesse no tema. Leitores de outras procedências são também bem-
vindos.
Esperamos que nossa iniciativa seja efetivamente útil paru o leitor.

Os autores
 

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18 HOTEL: PLANËJAMENTO E PROJETO

INTRODUçÃO
O comércio é o responsável histórico pelas formas mais antigas de oferta
hoteleira. As rotas comerciais da Antiguidade, na Lsia, na Europa e na Africa,
getaram núcleos urbanos e centros de hospedagem para o atendimento aos
viajantes. Na Idade Média, a hospedagem era feita em mosteiros e abadias.
Nessa época, atender os viajantes era uma obrigação moral e espiritual.
Mais tarde, com o advento das monarquias nacionais, a hospedagem era
exercida pelo próprio Estado, nos palácios da nobreza ou nas instalações
militares e adminisïrativas. Os viajantes que não contavam com o beneplácito
do Estado eïam atendidos, precariamente, em albergues e estalagens. Poste-
riormente, com a Revolução Industrial e a expansão do capitalismo, a hospe-
dagem passou a ser tratada como uma atividade estritamente econômica a ser
explorada comercialmente. Os hotéis cor.rr staff padronizado, formado por
gerentes e recepcionistas, apârecem somente no início do século XD(.
O turismo passa por uma transformaçã.o ndrcalapartrr da Segunda Guer-
ra Mundial, com a expansão acelerada da economia mundial, a melhoria da
renda de amplas faixas da população (basicamente nos países mais desenvolvi-
dos da Europa central, nos EUA e no Canadâ) e a ampliaçáo e melhoria dos
sistemas de transporte e comunicação, principalmente com a entrada em cena
dos aviões a jato paÍa passageiros, de grande capacidade e longo alcance.
Após a Segunda Guerra Mundial, o turismo passa a ser uma atividade
econômica significativa, principalmente para os países desenvolvidos, nos quais
havta crescimento e ampliação da renda da população, o que geÍava mais
disponibilidades de tempo e recursos paÍa o lazer. O processo de desenvolvi-
mento e de globalizaçáo da economia mundial, além de gerat um progressivo
fluxo de viagens regionais e intemacionais, ampliou de forma acelerada o
setor de lazer e de turismo, que passou a ser, efetivamente, o grande promo-
tor de redes hoteleiras. A sociedade de consumo de massa ampliou-se pata o
setor de lazer e de turismo.
É importante lembrar que a classe média, enquanto base para uma so-
ciedade de consumo de massa, apatece no século )O(, e, em casos como o
Brasil, após a década de 40. Nos países desenvolvidos, o operariado com
capacidade aquisitiva para o lazer e o turismo passa a ser repÍesentativo no
mesmo período.
O conceito de quarto com banheiro privativo, hoje chamado apafia-
mento, foi introduzido pelo César Ritz, em 1870, no primeiro estabeleci-
 

BREVE HISTORICO rg

mento hoteleiro pÌanejado em paris, e atingiu os Estados unidos em 190g,


com o Statler Hotel Company.l
A história da hotelaria no mundo possui marcos que delimitam mudan-
ças importantes no processo de evolução do setor.

MARCOS DA HOTELARIA NO MUNDO


An'liguidade a Bri'Íània
ãïï,ïï3ï:ï:,ïïjï:ïi:r:ï:ï:ffiï::
Pontos de paradas e de catavanas.
idade Média Abadias e mosteiros que acolhiam hóspedes.
e Acomodações junto aos postos de articulação dos correios.
Moderna
Era Abrigos pata cntzados e peregrinos.
1790 surgimento de hotéis narnglaterra, naEuropa e nos EUA, no
final do século X\TII, estimulados pela Revolução Industrial,
1850 Áreas próximas às estações ferroviárias passam a concentrar
os hotéis no final do século XIX e nos primeiros anos do
século )O(.
7870 Introdução do quarto com banheiro privativo (apartamento).
1920 Grande número de hotéis construídos, na década de 20, nos
EUA e Europa, gerado pela prosperidade econômica.
7950 Novo surto de construção de hotéis nos anos 50, coincidin-
do com a era dos jatos e o grande incremento do movimen-
to tuÍístico mundial.
7970 Entrada em opeÍação dos Boeing 747, em 1969/7970.

' t''t"tt^ ção de sistemas boteleiros - conceitos básicos(São paulo: Editora


^ 1995).
"^^- Sao paulo,
SE\--{.C
 

20 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A HOTELARIA NO BRASIL
No período colonial, os viajantes se hospedavam nas casas-grandes dos
engenhos e fazendas, nos casarões das cidades, nos conventos e, principalmen-
te, nos ranchos que existiam à beira das estradas, erguidos, em geral, pelos
proprietários das terras marginais. Eram alpendres construídos às vezes ao lado
de estabelecimentos ústicos que fomeciam alimentos e bebidas aos viajantes.
Aos ranchos e pousadas ao longo das estradas foram se agregando outras ativi-
dades comerciais e de prestação de serviços que deram origem a povoados e,
opornrnamente, a cidades. Nessa época era comum as famílias receberem hós-
pedes em suas casas, havendo, em muitas, o quarto de hóspedes.
Movidos pelo dever da candade, os jesuítas e outras ordens recebiam
nos conventos personalidades ilustres e alguns outros hóspedes. No mosteiro
de São Bento, no Rio deJaneiro, foi construído, na segunda metade do século
XVI[, edifício exclusivo para hospedana.

No século XVIII começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro estala-


gens) ou casas de pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, embriões
de futuros hotéis. As casas de pasto ofereciam, inicialmente, refeições a preço
fixo, mas seus proprietários ampliaram os negócios e passaram a oferecer
também quartos para dormir.
Em 1808, a da corte portuguesa ao Rio de Janeiro e a conse-
qüente abertura dos portos trouxeram um grande fluxo de estrangeiros, que
aqui vieram exercer funções diplomáticas, científicas e comerciais. Com isso,
 

BREVE HISTORICO 21

houve aumento da demanda por alojamentos, e nos anos seguintes os proprie-


tários da maioria das casas de pensão, hospedarias e tavernas passaram a
utilizar a denominação de hotel, com a intenção de elevar o conceito da casa,
independentemente da quantidade dos quartos e do padrã.o dos serviços ofe-
recidos.2 Cabe destacar, nessa época, o Hotel Pharoux, pela localizaçáo estra-
tégica junto ao cais do porto, no Largo do Paço, considerado um dos
estabelecimentos de maior prestígio no Rio de Janeiro.

:.t-,r:iÊ{*a-:

ffi
o problema
da escassez de hotéis no Rio de Janeiro, gu€ jâ acontecia
em meados do século xIX, prosseguiu no século )o(, levando o governo a
criar o Decreto nn 1160, de 23 de dezembro de 1907, que isentava por sete
anos, de todos os emolumentos e os cinco primeiros
grandes hotéis que se instalassem no Rio de Janeiro. Esses hotéis vieram, e
com eles o Hotel Avenida, o rraior do Brasil, inaugurado em l-908. O Avenida,
com 220 quartos, maÍca, por assim dizer, a maioridade da hotelaria no Rio de
Ianeiro.

' A fixação do termo "hotel" no jatgáo nacional se deu, definitivamente, em virtude da necessida-
de de anunciar o serviço junto aos estrangeiros da cidade do Rio de Janeiro. A Gazeta do Rio de
-laneiro, por exemplo, tÍaz, no ano de 181.7, anúncio de um mesmo estabelecimento com denom
nação de Hospedaria do Reino do Brasil e depois Hôtel Royaume du Brésil.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A partir da década d" 3O passam a ser implantados grandes hotéis nas


capitais, nas estâncias minerais e nas âreas de apelo paisagístico, cuja ocupa-
çáo erapromovida pelos cassinos que funcionavamjunto aos hotéis. F;m7946,
com a proibição dos jogos de azar. os cassinos foram fechados e) como con-
seqüência, os hotéis a que estavam vinculados acabatam fechando as portas.
Exemplos muito conhecidos dessa fase são os hotéis Araxâ e Quitandinha.
Em 1966 é criada a Embrarur e. junto com ela, o Fungetur (Fundo Geral
de Turismo), que aora de incentivos fiscais na implantaçã,o de hotéis,
^través
promovendo uma nova fase na hotelaria brasileira, principalmente no seg-
mento de hotéis de luxo, os chamados cinco estÍelas. Esse novo surto hotelei-
ro leva também a mudanças nas leis de zoneamento das grandes capitais,
tornando a legislação mais flexível e favorâvel à construção de hotéis. Nos
anos 60 e 70 chegam ao Brasil as redes hoteleiras internacionais. Mesmo sem
um número importante de hotéis, essas redes váo ctiat uma nova orientação
na ofefia hoteleira, com novos padrões de serviços e de preços.
A expansão da hotelaria sob a tutela da Embratur, que tem como pano
de fundo uma demanda crescente e em grande paíte reprimida, teve como
 

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24 HOTEL: pLANEJAMENTO E PROJETO

conseqüência um desequilíbrio no perfil de hotéis novos oferecidos, pois a


maior parte peÍtencia à categoria 5 estrelas. Segmentos_llqp-ort4glç*da de_
manda, como os ligados a negócios e serviços qúãu"r.um hotéis de catego-
riaõ nrédia e..o.,ffi, têm sido negligerrci4dgq,€úaqdo d";;ã -
"-.,ã"
reirimida ou malservida, à espera d" .r- ateldiment" ;;i, ;d"o"rd- '--'
-
'* Âs péisiiéêÌivas de crescimento da i"auri.ïu-tt"r"i-; B;íìa" pï"
missoras, em função da rclativa estabilizaçáo da economia do país e do au_
mento acentuado das viagens furísticas nos dois últimos anos, principalmente
ao exterior, o que significa que a estabilizaçáo da moeda e dos preços condu_
ziu à incorporaçáo item viagens ao orçamento familiar, pelo menos entre a
classe média. As viagens turísticas ao exterior apresentam um componente
importante para a hotelaria os turistas brasileiros, 80 por cento dos

quais se destinam aos Estados Unidos. passam a conhecer o padrãoda hotelaria


de países desenvolvidos, que apresentam melhor qualidade e menores pre-
ços' Gradualmente, esses turistas irão pressionar as empresas do setor hotelei-
ro no Brasil a oferecer mais qualidade e preços menores.
RecentemeÍ7te, a montagem de funds, a partir dos fundos de pensão
de financiamentos do BNDES, tem sido uma das poucas alternativas pata
implantação de novos hotéis. Ainda aqui, na utilizaçào desses capitais, têm
predominado os hotéis de luxo e de grande porte.
Outra tendência importante é que, nos últimos anos, cadeias hoteleiras
internacionais vêm promovendo uma política mais sistemãtica para ampliar
sua participação no mercado brasileiro, visando inclusive os segmentos de
mercado menos atëndidos (hotéis econômicos). De modo geral,a continuida-
 

BREVE HISTORICO 25

de dessa política trarâ alterações significativas nos padrões da oferta atual. A


concorrência se tornarâ mais acircada, com conseqüente diminuiçã.o das tari-
fas, e os padrões de atendimento ao cliente deverão melhorar e se aprimorar.
A dinâmica vigente no setor hoteleiro é bem atestada pelo conjunto de
empreendimentos previstos para as cidades de São Paulo e Guarulhos, por
exemplo. Está prevista a implantaçáo de 38 hotéis até o ano 2002 na cidade de
São Paulo. Em Guarulhos, em função da demanda causada pelo aeroporto
internacional,haverâ sete novos hotéis. As redes hoteleiras internacionais Accor,
Best Western, Hyatt, Ramada Renaissance, Marriot, Choice, Posadas e Meliá
têm participaçã.o de peso nos empreendimentos, em sua maior parte de pa.
dráo 4/5 estrelas e com mais de duzentos apartamentos. Estão previstos tam-
bém dois centros de exposições e feiras, que cobrirão uma ârea em que São
Paulo )ávem apresentando demandas reprimidas, atendendo o segmento mais
importante de viagens e estadias na regiã,o, o turismo de negócios.
No que diz respeito a empÍeendimentos do tipo resort, inteÍessa salien-
tar, pelo porte, o complexo turístico multiresort em fase final de construção
em Sauípe, ptaia 90 quilômetros ao norte de Salvador, Bahia. O complexo,
que está sendo instalado em uma ârea de 1.750 hectares, prevê a implantaçã,o
de cinco hotéis e seis pousadas, em um total de 1.650 apartamentos. Os em-
preendedores se impuseram o objetivo de construir um novo destino turístico
do zero, "a Cancún brasileira". O empreendimento se tornou vìâveI com o
investimento público em uma infra-estrutura de acesso - aLinha Verde, rodo-
via que liga Salvador a Sergipe - e com a garantia do futuro fornecimento de
âgua, energia, esgoto e telefonia paÍa a região.

MARCOS DA HOTELARIA NO BRASIL


1808 Mudança da corte portuguesa para o Brasil, o que incentiva a im-
plantação de hospedarias no Rio de Janeiro.
1904 Primeira lei de incentivos paru a implantação de hotéis no Rio de
Janeiro.
1946 Proibição dos jogos de azar e fechamento dos cassinos, o que
inviabtliza os hotéis construídos para esse fim.
1966 Criaçáo da Embratur e do Fungetur, que viabil izam a implantaçào
de grandes hotéis, inclusive nas âreas da Sudam e da Sudene.
r990 Entrada definitiva das cadeias hoteleiras internacionais no país.
 

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28 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

DEMANDA E OFERTA ': r '..r'.::

A melhoria do sistema mundial de comunicações e.de transportes e a


dir.ulgação de culturas de regiões outrora longínquas ou pouco conhecidas
praticamente unificou o planeta como ârea de interesse turístico. A facilidade
de acesso aproximou os países e as regiões. A expansão da economia incor-
poÍou novos e significativos contingentes à sociedade de consumo, na qual o
turismo se insere como um segmento importante e em contínuo crescimento.
As viagens passaram a fazer parte da cultura e das aspirações das populações,
fazendo com que a demanda turística passasse a ser crescente. A oferta hote-
leira evoluiu em função dessa demanda.
A importância do turismo é tal que, em 7995, ele representava 3,38
trilhões de dólares no faturamento bruto da economia mundial2,98 trilhões
de dólares na composição do PIB mundial (10,8 por cento do total) e 21.2
milhões empregos (10,7 por cento do total). A situação do Mercosul,
identificada no Quadro 7, é diferente: o tuÍismo contribui com7,75 por cento

QUADRO Í
O MERCOSUL EM FACE DO TURISMO MUNDIAL
Indicadores Mercosul Mundo
1992 1995 2005* 1992 1995 2005*
Faturamento bruto (US$ bilhões) 7n oq 156,44 3,217 3,380 7,176
Empregos (milhões) -7 tr,^
10,26 192 212 338
% do total 6,80 Í-ì <Í-ì 6,39 10,5 10,7 1 1,8

Contribuição ao PIB (US$ bilhÕes) \1 7q 61 \-7 135,65 2,852 2,983 6,337


% do total 7,15 7,15 7,14 1 1.0 10,9 11,4

Investimentos (US$ bilhóes) oqô I t,zl14


4,1 24,60 t15 697 1,614
% do total 6,09 6.08 6,07 1 1,5 11 ,9

Gastos do governo (US$ bilhões) 3,46 4,14 9,18 273 312 u3


% do total 3,64 3,63 3,61 6,0 6q 6,8

Consumo pessoal (US$ bilhões) 32,19 38.38 84,65 1,789 1,898 3,866
% do total 7.18 7,18 7,17 11,4 11,4 11 ,7
lmpostos (U5$ bilhões) 10,69 12,69 ?7 0? 627 656 1,405
% do total qq? ),4 | 5,43 11,3 11 ,1 11,6
* Estimativas
Fonte: WTTC (World Travel and Tourism Council). Artigo extraído jornal S.
Paulo, 18 de fevereiro de 1996.
 

DEF|N|çÃO DO PRODUTO 2s

do PIR regional e 6,4 por cento do emprego total, o que sugere um potencial
turístico ainda não suficientemente explorado nesses países, inclusive, ou prin-
cipalmente, no Brasil.
A econômica da Espanha no período pós-Franco, quando
iniciou sua integraçáo efetiva na Comunidade Européia, foi possível através
do turismo, que contirrua a ser o carro-chefe da economia do país. Na divisão
e distribuiçáo de atividades econômicas nacionais, no contexto da Comunida-
de Européia, Portugal teve sua economia vinculadabasicamente às atividades
turísticas.
A evolução da hotelaria, a espinha dorsal do turismo, levou o sistema
hoteleiro a trabalhar a demanda de forma a canalizâ-la e moldâ-la gradual-
mente a seus interesses. Do ponto de vista de mercado, a demanda passou a
ser trabalhada pot segmentos de mercado, processo que se mostrou o mais
adequado pata a orientação do crescimento hoteleiro.

SEGMENTO DE MERCADO

Segmento de mercado é o universo de consumidores com determinados


objetivos, anseios, expectativas e necessidades comuns em relação a determi-
nado produto. Em relaçào ao setor hoteleiro, o segmento de mercado é o
conjunto de consumidores cujos interesses irão orientar o tipo de produto, no
caso o tipo de hotel, que satisfaça especificamente àqueles interesses. São
""'-:t:i;r'
;ff:, por execurivos de nível intermediário, técnicos,
profissionais e vendedores que viajam negócios e que preferem (ou
podem apenas) pag r tarlfas mais baixas. seu objetivo é mais o con-
forto do que a sofisticação das instalações e dos serviços hoteleiros.
Esse segmento gerou o aparecimento dos hotéis econômicos, atual-
mente objeto de uma grande expansão no Brasil.
o contingente de mercado caracterizado por executivos, políticos e
artistas que procuram hotéis de alto nível, que ofereçam mais discri-
ção e preservem o hóspede. São hotéis menores, mas bastante sofisti-
cados nos serviços e nas instalações.
o público que procura descanso e fortalecimento físico e mental em
ambientes isolados, com paisagens ricas e caractefísticas. Essa deman-
da é o contraponto à vida trbana moderna, que provoca tensão e
estresse. Gerou o aparecimento de resorts e, como seu desdobramen-
to, os spas, mais voltados para recondicionamento físico.
 

30 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

,l- Outros contingentes podem ser citados como exemplo de demandas


específicas que caracterizam novos segmentos.
Os surfistas podem ser um segmento de mercado paÍa o qual o produto
a ser oferecido pelo setor hoteleiro é um resort ao lado do mar, onde haja
condições para a prâtica de surfe.
Pescadores amadores são um segmento de mercado para o turismo na
regiã,o do Pantanal mato-grossense; eles podem vir a viabilizar a implantação
de hotéis específicos.
Deve-se acrescentar que é em torno de segmentos de mercado que a
hotelaria vem se estrufurando nas últimas décadas. Os hotéis que trabalham
com um público diferenciado apenas pelo poder aquisitivo vêm cedendo
espaço àqueles destinados a segmentos específicos.
O setor hoteleiro comportâ uma boa dose de riscos e ganhos substanciais
em determinadas circunstâncias. Os riscos do setor estão, em boa parte, vincu-
lados ao conhecimento insufìciente do mercado, principalmente da demanda, à
Iocalizaçáo mal equacionada, aos projetos mal resolvidos, avma administração
(em que se o padráo de serviços prestados) pouco eficiente.
No caso brasileiro, o pano de fundo desse quadro é uma cultura hotelei-
ra incipiente e um mercado até pouco tempo restrito e pouco competitivo, em
que a oferta é imposta a usuários com poucas alternativas, sem experiência e
informações suficientes para avaliar o custo de sua estadia e a qualidade do
serviço. Abatxa cultura do setor tem levado a experiências infelizes, como a
implantaçáo de hotéis que vieram a se tornar problemas praticamente insolú-
veis quanto à viabilidade do mercado.
A decisão de implantar hotéis no Brasil ocorre, muitas vezes, sem que
haja uma política hoteleira coerente e sistemática. Esse tipo de decisão brota
de conjunturas aleatóúas: do interesse de um empresário que não é do setor
de diversificar seus investimentos; do objetivo de atendef a \ma demanda
flagrantemente mal atendida em um local específico; do interesse de utllizar
um terreno bem iocalizado; da possibilidade de utilizaçáo de recursos dispo-
níveis para o setor, etc.
De modo geral, os hotéis são implantados sem estudos suficientes. Se,
por um Iado, a falta de experiência empresarial é ainda considerável, por
outro, o quadro profissional habilitado a esfudar, orieÍttar, projetar e adminis-
trar um hotel é limitado. São poucos os profissionais em condiçáo de respon-
der bem às solicitações do setor hoteleiro. Isso é reflexo, inclusive, do pequeno
número de escolas de hotelaria de nível superior existentes no país. As que
existem são bem recentes. Até pouquíssimo tempo, a ínica altetnativa qrüe
 

DEFTNTçÃO DO PRODUTO 31

restava a um interessado em formação superior no setor hoteleiro era fazer o


curso ou uma pós-graduaçáo no exterior.
Esse quadro vem sendo alterado gradualmente pelas redes hoteleiras
internacionais. O mercado brasileiro é suficientemente grande e tem possibi-
lidades concretas de crescimento acentuado pan que as redes internacionais
se por bem que a dessas redes, até o presente, é
bem menor do que se poderia esperar. Afora determinados casos e exemplos
de atuaçáo, elas não vêm investindo sistematicamente no mercado brasileiro,
preferindo atuar com venda de franquias e repasse de know-bow e controle
da operaçáo de hotéis que se incorporem à sua bandeira. Elas não têm inves-
tido de forma significativa nos empreendimentos, o que mantém os Íecursos
financeiros como fator escasso nos empreendimentos hoteleiros no Brasil.
O parque hoteleiro brasileiro apresenta hoje cerca de 2.700 estabeleci-
mentos e 108 mil apartamentos, o que significa menos de 1 apartamento por
1 mil habitantes. Guardando as devidas proporções, se compaÍarmos o índice
brasileiro com o da França (7 apartamento/10O habitantes) e o dos Estados
Unidos (I apartamento/7O habitantes), veremos o quanto nosso parque hote-
leiro pode crescer.
Em sua maiona (83 por cento), os hotéis brasileiros são administrados por
,:mpresas
familiares; o restante (I7 por cento) está ligado a cadeias hoteleiras.

ELEMENTOS CRíTTCOS NA DEC|SÃO DE TMPLANTAçÃO


DE UM HOTEL

As decisões básicas a serem tomadas na implantaçã.o de um hotel pas-


sam necessariamente pelas questões:
. PAra. quem o hotel se destina (segmento de mercado) e qual o tipo de
hotel que se pretende implantar?
. Ond,e localizá.-lo?
' A primeira questão pode jâ estar respondida se a empresa (a cadeia
hoteleira ou o empÍesário) interessada na implantação tiver se especializado
em um produto ou se, por condições predeterminadas, inclusive após estudos
de mercado, estiver interessada em investir em um produto específico. Nesse
caso, a questão bâsica passa a ser onde implantar esse determinado produto.
De qualquer forma, a resposta adequada para essas questões requer um
conbecimento mínimo do mercado, tanto da demanda (tamanho, característi-
cas e tendências) quanto da oferta (que hotéis existem e como atendem aque-
 

32 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

la Quanto mais amplo o território que se pretende av^IiaÍ, mais


genéficas serão as informações necessárias sobre o mercado. Quanto mais
precisa alocahzação, mais aprofundadas e específicas deverão ser as informa-
ções sobre o mercado. Conhecer o mercado brasileiro como um todo
significa
trabalhar com variáveis mais amplas e genéricas, enquanto conhecer o merca-
do de uma cidade, por exemplo, significa conhecer o mercado de forma
detalhada, com varíáveis mais específicas.
A decisão de localizaçáo de um empreendimento hoteleiro pode se
orientar sobre âreas progressivamente mais restritas: inicialmente, avalia-se o
mercado em nível mais genérico, em um território mais amplo - um estado ou
Llma regiáo maior ou menof que o estado. Em seguida, avalia-se o mercado
de forma mais aprofundada,em um conjunto de cidades (ou área) selecionadas
na escala anterior.
o produto adequado pafa um local predeterminado - ou seja, o tipo do
hotel a ser implantado - é uma questão que se coloca quando se pretende
investir em determinada regiáo ou cidade e ainda não se tem uma idéia pre-
cisa do tipo de hotel mais adequado às condições do mercado local'
A nomenclatura de classificaçáo dos hotéis varia segundo a entidade
consultada, ou segundo a própria tendência do mercado. No capítulo "Tipos
de hotel", apresentamos uma nomenclatura bastante usada, coín característi-
cas específicas de classificação pof tipo de hotéis, dirigidos a segmentos espe-
cíficos da demanda. Essa classificação engloba, basicamente, hotéis centrais
(d,owntown botels), hotéis não-centrais, hotéis econômicos, hotéis de aeropor-
tos e resorrs (hotéis de lazer).
A decisão sobre o tipo de hotel a ser escolhido passa por uma avaliaçáo
do mercado local, em de oferta e de demanda'
A aualiaçã,o d.a oferta da área estudada é um processo mais râpido e mais
econômico, que abrange um levantamento dos hotéis existentes na ârea ou cida-
de selecionadas. A avaliaçáoda demanda é um estudo mais complexo, no qual se
pfocura trabalhar por amostf agem e/ou através de informações indiretas.
o tamanbo do está intimamente ligado ao tipo ou categoria. Em
alguns casos, esse tamanh o iâ está limitado pela legislação pública, restando a
questão de como viabllizar o hotel com tamanho predeterminado. É o caso de
hotéis na ârea do Pantan al mato-grossense, de pousadas ou hotéis ecológicos,
que têm um limite de apartamentos fixados pelo Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)'
 

33
DEFtNTçÃO DO PRODUTO

Geralmente, o tamanho de um determinado tipo de hotel, caractetizado


pelavariâvel apartamentos, ou unidades babitacionais (IJH),' está vinculado
à sua rentabilidade e aos custos de implantaçáo e operação, que Se exprime
pelo número de apafiamentos. Assim, é possível estimar o custo médio do
hotel tendo por base o custo que cada padráo de apartamento terá no total
das áreas do empreendimento. Por exemplo, um apartamento de padrão su-
perior demanda de 65 a 85 metros quadrados da ârea construída de um hotel,
o que representa, nesse padráo,um custo médio de 150 mil a 200 mil dólares.
de custos será retomada com mais profundidade no capítulo
"Parâmetros de custos".

VIABI LIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO EMPREENDI MENTO

Para um empreendimento ser considerado viâvel economicamente, ele


deve proporcionar uma remuneraçáo do capital investido igual ou acima da
remuneração oferecida pelo mercado (custo de oportunidade). Normalmente,
no Brasil, caso seja reahzado com oS cuidados que sua implantaçào exige, um
empreendimento hoteleiro pode ser bastante viável, mesmo em con-
ta os riscos que o setor comPorta.
A avaliaçáo da viabilidade de um empreendimento hoteleiro passa por
uma série de decisões tomadas progressivamente. Inicialmente, é preciso de-
cidir sobre a grandeza do ínvestimento que se pÍetende realizat e as fontes de
onde virá esse investimento. Em seguida, é preciso decidir o tipo de hotel que
se pretende irnplantar, seu tamanho aproximado e o local onde será implan-
tado. pode haver uma inversão na ordem do processo decisório, mas haverâ
sempre o momento em que será necessário conhecer a viabilidade econômi-
co-financeira do empreendimento em questão.
O estudo de viabilidade é um instrumento fundamental para orientar a
decisão final sobre o investimento, inclusive para aperfeiçoar o seu perfil. O
estudo permite montaf alternativas pafa o empreendimento, nas quais podem
ser testados tamanhos diferentes pua diferentes tipos de hotel. Nesse estudo
é comum prefixar o tipo e o tamanho do hotel e, a partit dessas premissas,
calcular outras variâveis que compõem o perfil do empreendimento.
O estudo de viabilidade econômico-financeira, do ponto de vista algé-
brico, é um conjunto de equações que relacionam variâveis independentes
(aquelas que são prefixadas) e dependentes (aquelas que devem ser calcula-

' Nomenclaturu uttlizada peia Embratur


 

34 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

das a pafiir das vaúâveis independentes). lJma vez fixados os valores de


determinadas variâveis, chega-se aos valores das demais variáveis.
Sáo variâveis independentes do estudo de viabilidade aquelas prefixa-
das ou calculadas anteriormente, por exemplo:

' Custo de implantaçáo: abrange todos os investimentos envolvidos com


imóvei.s e móveis do estabelecimento (terreno, projeto, infra-estrutura,
obras civis e instalações, equipamentos, etc.).,
. Diârias.
' Despesas operacionais: abrangem salârios e encargos (derivados do
perfil e montante do quadro de funcionários do hotel), custos das
vendas, despesas com marketing, com manutenção e energia, custos
administrativos e de gerenciamento (quando a operaçáo do hotel é
exercida por uma cadera específica), aluguel do terreno (ou do valor
global do terreno), etc.
. Impostos indiretos: federais (Cofins, IR, PIS e IpMF), estaduais (ICMS)
e municipais (ISS e IPTU).
. Seguro predial.
. Juros: a serem pagos sobre o capital financiado e as condições de
pagamento.
O estudo de viabilidade econômico-financeira tabalha algebricamente
o conjunto dessas variáveis em um fluxo de caixa calculado anual ou mensal-
mente, para um período de dez a vinte anos. Se a precisão do trabalho o
exigir, o fluxo de caixa pode ser trabalhado mensalmente.
O fluxo de caixa permite chegar a um balanço econômico-financeiro
global para o empreendimento e verificar se a remuneraçáo do capital inves-
tido é suficiente para justificâ-lo. Ele também permite obter respostas para
questões importantes, como o ano em que o saldo de caixa passa de negativo
a positivo, ou seja, a partir de que ano o empreendimento passa a ser auto-
suficiente financeiramente.
Podem ser feitos tantos fluxos de caixa quantos o estudo do empreendi-
mento exigir. Como as variâveis independentes podem assumir mais de um
valor (por exemplo, as diârias médias do hotel poderão vaúar de 50 a 70
dólares), a maÍgem de risco do empreendimento pode ser verificada caso os
valores das vaúâveis (diárias médias, no caso) oscilem no período abrangido
pelo fluxo de caixa.

'z Para mars detalhes, ver capítulo "Parâmetros de custos"


 

DEFTNTçÃO DO PRODUTO 35

Pode-se também fixar os valores de variáveis dependentes (receitas, TIR


- tax interna de retorno), e, fazendo o caminho inverso dos cálculos, verificar
que resultado esses novos valores ftariam para uma determinada vanÌâvel
independente. Por exemplo, para obter uma remuneraçáo adequada do capi-
tal investido, que preço deveria ter a diâria do hotel? Esse tipo de questão é
respondido pela utilizaçáo do fluxo de caixa no sentido inverso. Ele é, portan-
to, um caminho de duas mãos.
O estudo de viabilidade permite, assim, testar e alterar as variãveis inde-
pendentes e, inclusive, avaliar as decisões tomadas anteriormente. Por exem-
plo, o estudo pode indicar a necessidade de o hotel ter um número de
apartamentos superi oÍ ao previsto inicialmente.
De qualquer forma, é preciso lembrar que a estraté.gia assumida para o
empreendimento está embutida no estudo de viabilidade e em um de seus
componentes, o fluxo de caixa. Essa estratégia implica a montagem de alteç
nativas, inclusive sobre os preços de mercado. Por exemplo, caso a competi-
ção se acirre, obrigando avma diminuição dos preços praticados, é necessário
saber que margem de variaçáo de preços o empreendimento pode suportar
sem entrar em déficits e por quanto tempo é possível suportar essa situação.
A avaliaçáo dos problemas que o empreendimento pode vir a enfrentar ga-
Íante uma importante margem de manobÍa em face da concorrência.
 

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


38

INTRODUçÃO
ì

Nunca é demais erÉatiZat a importância dalocalízaçáo de um empreen-


dimento hoteleiro. Uma localizaçáomal resolvida pode resultar na inviabiltzaçáo
do empreendimento.
O estudo de localização de um empfeendimento hoteleiro pode envol-
ver diferentes escalas no tefritóÍio.Para cada escala se chegatâ auma fesposta
com precisão diferente, e, para cada uma delas, será diferente o método atra-
vés do qual se fatâ a escolha do local'
Em determinados CaSoS, o estudo delocalização envolve uma macfoescala,
quando o que se pretende é saber qual seria a melhor região pafa o empfeen-
dimento ou, no caso de implantação de uma rede hoteleira, que de
determinada regráo são mais adequadas para receber os hotéis.
Em outros casos, já se tem uma decisão sobre aregtáo ou a cidade onde
se pretende instalar o empreendimento hoteleiro' O passo seguinte setia
a

escolha do terreno específico, na tegláo ou na cidade'


que
Finalmente, em determinados casos, existe previamente um teffeno
se pretend e utllizar pata implantar um empreendimento hoteleiro'
A questão
q.,è ,. coloca nesses casos é se aquele é um local adequado e conveniente
para um empreendimento hoteleiro ou para um determinado tipo de hotel'
o
i.rr..ro tantã pode estaf em uma ârea não-urbana (em uma praia isolada, em
uma fazenda, em uma ilha) ou em uma cidade (no centro urbano, iunto
artma
CaSo' o
avenidamovimentada, junto ao acesso à rodovia regional, etc')' Nesse
estudo de suporte à decisão deverâ envolver o mercado específico da
cidade
e a condição de outfas âreas altetnat\as mais bem situadas ou em condições
similares à âtea em questão.

ESTUDO DE LOCALTZAçÃO EM ESCALA REGIONAL


No caso em que se avalia a localização em escala regional, deve-se
de
pafiir de uma tipologia já determinada pan o empfeendimento hoteleiro,
e de
uma avaliação suficiãnte da demanda potencial para o empreendimento
uma estratégia de captaçáo dessa demanda. o seguinte em relação à
localrzaçã"o do empreendimento setâ realizaf ]uma pesquisa que
aponte para o
local mais favorâvel paÍa a sua implantaçáo'
se o empreendimento não tem apoio urbano - por exemplo, vm
resort
vinculado a vantageÍrs paisagísticas e de meio ambiente, longe de qualquer
cidade que pudes ie garantir-lhe apoio em serviços e infra-estrutura -'
a con-
usuá-
dição bâsicapafa Seu funcionamento é ser acessível aos usuários' Se os
rios vêm de regiOes distantes, o tfanspofte mais importante é o aéreo,
ea
viabilidade do empreendimento dependerá da existência de um aefoporto
 

LOCALTZAçÃO

em condições de receber as aeronaves que partem do local de origem dos


hóspedes. A acessibilidade deve estar garanttda também por rodovias em
bom estado, transrtâveis o ano todo e, de preferência, pavimentadas. A acessi-
bilidade deve ser equacionada levando-se em conta o de viagem rnâxi-
mo que o hóspede se dispõe a suportar, e esse tempo dependerá dos atrativos
do empreendimento em comparaçáo a empreendimentos similares, Os de-
mais fatores de viabilidade estão em um segundo nível de importância, mas
também são fundamentais: os custos de implantaçáo e operação, gue incor-
poram os custos de alojamento para os funcionários e as condições para sua
contataçáo em local retirado, a logística global de funcionamento do estabe-
lecimento, as vantagens comparativas de empreendimentos similares, etc.
No sul do estado de São Paulo, por exemplo, existe uma rcgiáo com um
complexo de cavernas extremamente atraentes, próximo à serra do Mar, na
maior extensão de mata Atlântica do estado. O acesso ao local, apesar de sua
proximidade à região metropolitana de São Paulo - que representa uma de-
manda turística potencial inegável -, aÌnda é precâria. A duplicaçao da Rodo-
via Régis Bittencourt (BR 116) sem dúvida facilitarâ o acesso àregiáo, o que
irâ alterar positivamente as condições de viabilidade de empreendimentos
turísticos voltados païa potencial ambiental.
^qrtele
No caso de o empreendimento ser localizado em cidades, a avaliaçáo da
rede urbana deve incorporar um quadro de referência em que as cidades são
comparadas em ordem hierárquica, segundo sua importância. As vaúâveis a
serem incluídas no quadro são montante e dinâmica de crescimento da popula-
çáo urbana, dinàmica da economia, qualidade de vida, recursos em educação e
saúde, facilidades de acesso e comunicação. Em muitos casos, a disponibilidade
de dados irâ orientar a montagem do quadro de referência. Esses estudos traba-
lham com dados secundários, e somente nas decisões finais é que interessa
rcalizar uma pesquisa direta para obtenção de dados. Assim, o quadro de refe-
rência terá. as variáveis disponíveis, e sua precisão, controlada, dependerâ da
qualidade e da importància dessas variáveis. Essa precisão deve ser controlada,
pois a pafiiï dela é que se darâ a decisão dalocalização do empreendimento.

ESTUDO DE LOCALIZACAO EM ESCALA URBANA

A escolha de um local para empreendimento hoteleiro, em determinada


cidade, vai depender de fatores que variam ou têm pesos diferentes em rela-
ção ao tipo específico de hotel que se pretende instalar. A escolha da melhor
locahzaçáo vai depender do tipo de hotel em estudo. Para determinados tipos
de hotel vão pesar, basicamente, os seguintes fatores de localizaçáo:
 

HOTEL: PLANEJAMËNTO E PROJEÏO

HOTEL CENTRAL
. Tem como objetivo ficar ou no centro da cidade,ou o mais próximo possíüel.
. RestriçÒes quanto ao uso e à ocupação do solo.
. Compatibilidade entfe o preço do terreno, o poÍte e o padrão do empreendi-
mento. O custo do terreno não pode ultrapassar o valor determinado pelos
estudos de viabilidade econômico-financeira.
. Facilidade de acesso ao aeroporto e às principais vias da cidade.
. Existência de redes de infra-estrutura confiáveis (âgta, esgoto, energia elétrica,
telefones).
. Localização em via sem congestionamento de trânsito.
. Localizaçào de fácil ..lentificação na cidade.

HOTEL ECONOMICO
. Localizaçáo na principal via de ligação entre a rodovia regional de acesso à
cidade e o centro urbano.
. Localizaçáo de fácil visualizaçáo e identificação em relaçáo à cidade e à rodovia.
. Terreno de custo baixo e com dimensões adequadas para petmiúr pátio de estacio=
namento e uma consffuÉo horizontal ou, no máXimo, de três pavimentos.
. Terreno servido por redes de infra-estrutura (drenagem, âgta, esgoto, energia
elétrica, comunicações).

HOTEL DE CONVENçÕEs
. Localização em cidades caracterizadas como impofiantes centros de negócios
e de serviços.
. Existência de redes confiáveis de infra-estrutura urbana'
. Localizaçã"o de fácil identificaçáo na cidade.
. Dimensões de terreno que permita implantar âreas de estacionamento de veículos.

RESORT OU HOTEL DE LAZER


. Localização em região com meio ambiente de grande apelo turístico e paisagístico.
. Terreno de grandes dimensões (inclusive com trechos de floresta, quando
possível), que permitaaimplantação de campo de golfe, hípica, paÍqÌle aquático,
quadras de esportes, marina, etc.
I Local de fácil acesso a aeroporto.
  Local de fácil identificaçáo em relação à estrada ou à rodovia.

HOTEL DE SELVA
Localizaçâo em meio a floresta ou pafque ecológico, com grande apelo turís-
tico e paisagístico.
Facilidade de acesso por meio de rodovia ou hidrovia.
 

LOCALTZAçÃO 41

. Terreno com grandes dimensões, que permita âreas de esportes ao ar livre,


ancoradouros de barcos, parque aquático, etc.
Localizaçáo em terreno não-inundável e relativamente protegido contra insetos.

HOTEL-CA55INO
. Local de fâci. acesso ao aeroporto por meio de rodovias de bom desempenho.
' Existência de redes confiáveis de infra-estrutuÍa urbana.
. Localização em via sem congestionamento de trânsito.
. Dimensões de terreno que permitam implantar âreas de estacionamento, lazer
e tecteaçáo.
' Localização em âreas com recursos paisagísticos.

ESTUDO DE VIABILIDADE PARA TERRENO ESPECíFICO


Paru saber se determinado terreno é adequado à implantação de deter-
minado hotel, é preciso verificar se ele se enquadra nos critérios de
macrolocalizaçáo necessários ao tipo de hotel prefixado. Isto é, se a posição
relativa do terreno no bairro e na cidade oferece as vantagens de Iocalizaçáo
requeridas, inclusive no que diz respeito às redes de infra-estrutura urbana.
Inicialmente, deve-se verificar a Iegislaçã.o municipal de zoneamento e
uso do solo incidente sobre a ârea; é preciso saber se ela permite o uso
hoteleiro e quais são os índices de ocupaçáo e utrlizaçào admitidos. Isso
determina se o hotel tem um uso compatíveI com a legislação e qual ârea
poderâ ser construída.
É necessário verificar também se o valor imobiliário do terreno se en-
quadra no estudo de viabilidade econômico-financeira do hotel. Pode ser que
o valor do terreno seja muito alto para o empreendimento, o que significaria
um uso inadequado do capital fixo.
Além disso, é preciso avaliar a trbanização do entorno do terreno, os
usos e as atividades próximas ou contíguas ao entorno. Pode ser que sejam
inadequados à imagem do hotel. Um padrão de urbanizaçáo deteriorado ou
um processo de decadênciã nas proximidades do terreno não são compatí-
veis com o uso hoteleiro-
Finalmente, é necessário avaliar as condições físicas do terreno:
, Declividade: quanto maior, maiores custos com movimento de teïra e
com obras de contenção.
. subsolo: terrenos com baixa resistência exigem funda-
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çoes mals onefosas.

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projeto.
 

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


44

TNTRODUçAO

o mercado, em fesposta à diversidade das demandas, assim como à


Competição com outfos estabelecimentos concofrentes na captaçáo dos hós-
pedes, fez surgir, ao longo do tempo, muitos tipos de hotel, Com caracteúsli-
cas própfias em função da sua localizaçáo e do segmento do mercado ao qual
estão voltados.
O extraordinârio desenvolvimento do turismo e sua diversificaçáo (lazer.
negócios, Congressos, etc.), ocorridos nas últimas décadas paralelamente eo
encuftamento das distâncias e ao barateamento das viagens proporcionados
pela evolução dos tfanspoftes, vem criando a necessidade de novos tipos de
hotel, dirigidos aos nichos de mercado que vão sendo criados ou aos
preexistentes.
Com isso, novas Cadeias hoteleiras têm surgido, e mais antigas
passafama ofefecer novos pfodutos, visando ou, pelo menos, manter
sua particiPaçáo no mercado.
Por exemplo, a Holiday Inn, cadeia ameficarla com hotéis no Brasil'
oferece um coniunto de produtos diversificados que visam atender diferentes
tipos de clientes pof meio da ofetta de instalações e serviços diferenciados
com pfeços variados. Entre os Holiday Inn Express, de preço mais baixo' e os
Holiday Inn crown e Plaza, de preço mais alto, há os Holiday Inn Garden
court, de padráo médio e pfeços moderados, os Holiday Inn Hotel, também
de padráo médio e com uma gama mais completa de serwiços, e Holidar-
Inn Sunspree Resort.
A Choice, outfa cadeia internacional, opera os padrões Sleep Inn. ne
faixa maisbarxa de tarrfas, os Comfort Inn e os Quality Inn, nas faixas inter-
mediârias, e os Clariofr, na categoúa luxo. Outras cadeias americanas e eurcF
péias operam também hotéis devâtias categorias' Accor, uma cadeia frances;
que també m a't)a no Brasil, opefa desde os hotéis de padrão econômico Ihris
até osprodutos mais sofisticados da linha Sofitel' passando pelo padtáo NÍercure'
de nível intermediário.
Entre os produtos hoteleiros que catactetizam essa proposta constânïe
de novos atrativos para atender um mercado cada dia mais diversificadc'-
podem ser mencionados os hotéis-residências (apart-hotéis,flats) e' mais re-
,1

iï centemente, os hotéis dentro de hotéis, em que um mesmo hotel destina pefiÉ


de suas instalações para nichos especiais do mercado de hóspedes' com ofer-
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ta de instalações e serviços diferenciados em rclaçáo ao hotel como um tcdc'
 

TIPOS DE HOTEL

i1 CLASSIFICACÃO DOS HOTÉIs

i1 Os hotéis podem ser classificados, ou, expressando de outra forma, os


tipos de hotéis podem ser definidos:
i1
. Conforme o padráo e as características das suas instalações, ou seja, o
grau de conforto, a qualidade dos serviços e os preços. A Embrafur e
a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) classificam os
hotéis dessa maneira. Esse tipo de classificação pretende informar ao
público os níveis de conforto, os preços e os serviços oferecidos;
orientar investidores e empresários; constituir instrumento de política
de incentivo às atividades turísticas, etc,
. Conforme sua localizaçáo: hotéis de cidade, de praia, de montanha,
de aeroporto, etc.
. Conforme sua destinação: hotéis de turismo, negócios;,lazer, cassino,
convenções, econômicos, etc.)
No Quadro 2, sáo apresentados os meios de hospedagem segundo o
mais recente sistema de classificaçáo da Embratur, instituído pela Deliberaçáo
Normariva 367, de 23/11/96.
QUADRO 2
OS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO E AS CARACTERíSflCAS QUE OS DISTINGUEM
Tipo Localização Natureza da Clientela lnfra-estrutura

Preferencia lmente em Mista, Hospedagem e,


urbana. ed dependendo da
vaflos ta , categoria, alguma
(partido ora infra-estruturapara
nrco vert uns, ora outros. lazer e negocros

Hotel histórico - HH Em prédios, locais Mista, com executi-


oucidades *-.---.""-pelo e Ìunsï45. com tElfÍttd d

-***^ïBmëiïi'õ"r.'o
urbano e rural).
srgn predominância
de uns e
hospedagem

Hotel de lazer - HL Areas rurais Normalmen Areas, instalações,


local turísti fora partido rpamenïos ser-
urbano. arquitetônico
horizontaì.
Pousada -P ais turísticos Predominantemen- Turistasemvìagens Restrita à
normalmente fora io nerfirìn do- rp
,-creaçao e nospeoagem
do centro urbano. arquitetônìco lazer.
horizontal.
Fonte: ur / Inmetro: Regulamento e matriz de classificação dos meios de hospedagem
e turr
 

46 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

Ainda segundo o sistema de classificaçáo da Eml:ltatuf, os meios de


hospedagem e turismo são classificados em categorias representadas de
vma a 5 estrelas: luxo superior, 5 estrelas, H, HH, }l.L; 4 estrelas, H,HH,HL;
sta.ndard. superior, J estrelas, H, HH, HL, P; standard, 2 estrelas, H, HL,
HH, P; simples, 1 estrela, H, HL, HH, P.
A ABIH estabeleceu outra classificação (uma autoclassificaçáo, iâ qloe
feita pelos próprios hoteleiros e apenas chancelada pela ABIH), segundo a
qual os hotéis são divididos entre as categorias superluxo (6 estrelas); luxo (5
estrelas); superior (4 estrelas); turística (3 estrelas); econômica (2 estrelas) e
simples (1 estrela).
Adotando-se outÍos critérios, pode-se chegar a novas classificações. Con-
vém lembrar ainda que um mesmo hotel pode ser classificado em mais de
uma categoria, e que um mesmo hotel pode reunir caractetísticas comuns a
mais um tipo. Por exemplo, um hotel de montanha voltado pata o Iazer
pode ser enquadrado simultaneamente categorias delazet, de alto luxo e
também como hotel de convenções.
Não pretendemos abordar aqui a totalidade de tipos de hotel, mesmo
porque, em face do dinamismo do setor, a cada ano novos tipos e subtipos
vêm se juntar aos existentes, tornando a tarefa possivelmente incompleta.
por outro lado, os principais tipos de hotel reúnem características comuns
a vârios subtipos deles derivados. Assim sendo, ressalvada a necessidade de
sempre atentat para as especificidades de cada hotel, vârias das análises feitas
acerca dos tipos principais são perfeitamente aplicáveis aos que deles derivam.
Vamos comentar os seguintes tipos principais de hotel: hotéis centrais
(d.owntoun botels); hotéis náo-centÍais; hotéis de aeroporto; hotéis de lazer;
hotéis econômicos; outros tipos de hotel.
A seguir, para um dos principais tipos de hotel abordaremos as-
pectos relevantes. que de alguma forma os distinguem dos demais, erÌtre os
quais alocalização, o tamanho e a diversidade das instalações, as catactetístt'
cas do lobby, dos apartamentos e das âreas de estacionamento.

HOTÉ15 CENTRAIS
it

ïi São hotéis urbanos, localtzados em áreas centÍais das cidades, próximo


íì
ït a festaufantes, bares, cinemas, teatfos, lojaS, SedeS de empresas, etc. NaS
ii des metrópoles, o conceito de âtea central deve ser ampliado pan abtanger
ll os diversos subcentros - oS chamados centros expandidos - ou algumas re-
ïl giões particulares das cidades, como as faixas de praias no Rio de Janeiro ou
ti
Recife, por exemplo.
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TIPOS DE HOTEL 47

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Localização

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Os hotéis localizados em áreas centrais têm na proximidade das princi-
iü pais atividades de comércio, serviços e lazer um importante fator de atraçáo
de hóspedes. E é por essa ruzáo que, na maioda das cidades, as âreas centrais
reúnem a maior quantidade de hotéis.
Se por um lado a localização central é um fator altamente positivo para
o sucesso de determinado hotel a ser construído, a acirrada competição entre
os hotéis de uma mesma ârea impõe a necessidade de outros cuidados de
planejamento.
A microlocalização, por exemplo, é um fator da maior importância. Si-
tuar-se em uma zona ptestigiosa, em meio a um comércio diversificado e de
qualidade, e não em uma zoÍra em processo de decadência faz grande dife-
rença. A facilidade de acesso a outros pontos de interesse da cidade, a dispo-
nibilidade de bom transporte público, a qualidade do ambiente urbano da
vizinhança, a segurança, etc. são fatores de diferenciação que podem trazer
vantagens a um hotel em relação a seus competidores mais diretos. Assim, no
planejamento de um novo hotel central, sua localização deve ser cuidadosa-
mente estudada. A situação atual e as tendências de desenvolvimento da cida-
de - que poderão influir positiva ou negativamente sobre o futuro
empreendimento -, devem ser levadas em consideraçáo.
Em cidades como São Paulo, com elevadas taxas de crescimento
demográfico e urbano há um constante deslocamento de atividades pata fio-
vas frontekas. Zonas prestigiosas e valorizadas entram em decadência num
processo muitas vezes extremamente rápido, vêm seus imóveis desvaloriza-
dos e tornam-se menos adequadas para as atividades nelas instaladas, que
sofrem grandes prejuízos.
É importante considerar que nem todos os hotéis centrais se destinam a
um mesmo tipo de hóspede. Há variações quanto aos níveis de renda (e
conseqüentemente quanto às tarifas que podem ser cobradas) e a outros
fatores, o que determina critérios diferenciados pafa sua localizaçáo. São co-
muns hotéis voltados preferencialmente para tipos muito particulares de hós-
pedes, como os destinados a pequenos comerciantes ou a executivos do
mercado financeiro, pata os quais é importante a proximidade de centros de
comércio atacadista no primeiro caso, e da ârea bancária ou da bolsa de
valores, no segundo.
Em algumas cidades, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, a coexis-
tência de praias com áreas de acentuado desenvolvimento urbano viabiliza
iI n"téis destinados tanto a executivos quanto a turistas.
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II
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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


48
.L UmaspectoimpoftanteaobseÍvaffiaescolhadoterreno,a|émdefor-
ma,dimensões,topo'IÍafiaeoutrosatributosnofmalmenteConsiderados,são
de serviÇo e forne-
de hóspedes e visitantes, de prestadofes
as flras de acesso
Cedofes.Amãodedireçãodasruaspodecriardificuldadesptàfàoadequado
posicionamentodasdiferentesentradasedosfluxosdesejados.Poressara-
zâo,etambémpofqueasmãosdedireçãoestãosujeitasamldanças,édese-
jâvel,semprequepossível,escolherumterrenonoqualaadequadasolução
paf^oSaCeSSoS.fl.,*o,decirculaçãodeveículosindependadosentidodo
tráfego.

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TIPOS DE HOTEL 51

Tamanho e diversidade das instalações


Os hotéis centrais podem ser grandes ou pequenos (com muitos ou pou-
cos apartamentos), apresentar maior ou menor diversidade de instalações (res-
taurantes, bares, lojas, salas de reunião, etc.), sem que isso determine maior ou
menor possibilidade de sucesso ou fracasso. O MaksotdPlaza e o L'Hotel, em
São Paulo, situados a menos de 100 metros um do outro, ilustram bem essa
afirmaçáo. O Maksoud Plaza tem mais de quatrocentos apaÍtamentos, vários
restaurantes e bares, um teatro e um centro de eventos de porte considerável, e
beneficia-se de sua excepcionallocalização junto à avenida Paulista para movi-
mentaÍ todas as suas instalações. O L'Hotel, com apenas 82 apartamentos e um
restaurante, usa como atraçáo para seus hóspedes toda a infra-estrutura da
rcgláo, inclusive a pelo seu concoffente. Ambos são destinados à
clientela de alto poder aquisitivo. Ambos são hotéis bem-sucedidos.
Um dos fatores de distinção entÍe os dois hotéis, determinante pata as
respectivas características enquanto empreendimentos hoteleiros, é a dimen-
são dos terrenos em que forarn construídos; 8.300 metros quadrados, no caso
do MaksoudPlaza, e 1 mil metros quadrados, no caso do L'Hotel.
Com efeito, o porte e a diversidade das instalações dos hotéis localiza-
dos nas âreas centrais das cidades derivam, parauma mesma e determinada
condição de mercado, das dimensões dos terrenos disponíveis - e, natural-
mente, do que as diferentes legislações permitam construir neles - e dos
respectivos preços, cuja participaçáo expressiva na composiçáo geral de custos
do empreendimento leva necessariamente à utllizaçáo máxima das possibili-
dades de construção em determinada ãrea. Terrenos pequenos comportam
hotéis pequenos. Em terrenos grandes só são viáveis hotéis de porte corres-
pondente.
Haveúa um tamanho ideal de hotel (por exemplo, em número de apar-
tamentos) para as âreas centrais das cidades? Ou, colocando de outra forma,
em condições ideais de mercado e sem constrangimentos orçamentârios tanto
para a aquisição do terreno como para a construção, montagens e equipa-
mentos, que tamanho e que características deveriam idealmente ter os hotéis
centfais?
Não há uma resposta satisfatória para essa questão. Nos Estados Unidos,
são muito comuns hotéis centrais com número elevado de quartos, geralmen-
te acìma de quinhentos, e, muito freqüentemente, acima de mil. Na Europa,
predominam hotéis menores) que possuem duzentos e trezentos quaÍtos. Essa
diferença se explica, de um lado, pelo dinamismo e pela grandiosidade do
mercado americano, e de outro, pelos fatores de natureza histórica e/ouurba-
 

52 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

nística que impõem a utilização de edificações euÍopéias antigas ou severas


restrições construtiva s paÍa edificações novas, ou ainda pela escassez de grafi-
des terrenos disponíveis.
As grandes cadeias internacionais com origem nos Estados tlnidos ou
inspiradas no modelo americano tendem, Sempre que possível, a implantar
hotéis de grande porte, e só nào ofazem quando, ainda que em condições
não ideais, lhes convém implantar em determinado lugar uma nova unidade
sob sr-la bandeira. É o caso de muitos hotéis implantados na Europa e da
maioria dos hotéis implantados em países não pertencentes ao primeiro mun-
do. Mesmo na Europa há alguns gfandes hotéis que se aproximam cJos mil
apartameÍrtos, Como o Forum Hotel de Londres, com )10 apartamentos, e o
Lafayette de Paris, com mil apartamentos.

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TIPOS DE HOTEL 55

Aparentemente, a tendência é que os novos hotéis sejam tão grandes


quanto possível, respeitadas as limitações impostas pelo mercado e por outras
razões locais. Os hotéis com grande número de apartamentos, muitos restau-
rantes e bares, salas de reunião, âteas de recreaçã,o e Iazer, etc. teriam a
preferência de muitos hóspedes pela variedade das facilidades e conveniên-
cias de que disporiam, a custos relativamente reduzidos, devido aos ganhos
escala na oferta dos serviços.
Essa preferência, no entanto, não pode ser generalizada. para uma par-
cela considerável de hóspedes, os hotéis menores (entre cinqüenta e duzen-
tos apartamentos) proporcionam um ambiente mais acolhedor, oferecem mais
atenção e um padrão de serviços mais eficiente e menos impessoal. Alguns
especialistas questionam até mesmo a economia de escala supostamente ob-
tida na operação de grandes hotéis com menos de quinhentos apartamentos,
pois eles demandam estrutura administrativa mais complexa (com vários ní-
veis de supervisão e elevado grau de hierarquizaçáo) e, portanto mais cara.
,
Segundo esses especialistas, hotéis menores, que possam ser operados com
menor número de funcionários por apartamento, e com estrutura adminis-
trativa simplificada podem reduzir seus custos e manter as condições de
competitividade no mercado.Hã quem considere um hotel verdadeiramente
luxuoso incompatível com um grande número d,e apaftamentos.
Concluindo, não há um tamanho ideal a ser recomendado para hotéis
centrais (ou para qualquer tipo de hotel). As dimensões e demais características
de um hotel central são aquelas estabelecidas pelo mercado e pelos recursos
financeiros disponíveis para custear o empreendimento. Em outras palavras,
dependem das demandas quantitativas e quaiitativas por instalações hoteleiras
da cidade ou do setor da cidade, dos recursos financeiros que podem e/ou
pretendem ser investidos, dos terrenos disponíveis (em termos de dimensões e
custos) e da legislação de uso do solo vigente. É importante considerar também
fatores relacionados com a experiência e asensibilidade dos futuros operadores
no que diz respeito ao segmento de mercado que pretendem atender.
Características do lobby

O lobby, ou saguão, é a ârea que mais contribui para a imagem positiva


ou negativa do hotel, logo depois dos apartamentos. Acontecem no lobby o
primeiro e o último contato do hóspede com o hotel. Além dessa importância
mercadológica, ele tem também importância estratégicano funcionamento do
hotel, umavez que é nele que se situa a recepção e é principalmente através
dele que se tem acesso às demais âreas públicas do hotel (lojas, bares, restau_
rantes, locais de reunião, etc.).

Ê{
 

56 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A importância do lobby pode ser avaliada pela qualidade dos materiais,


do mobiliário e da decoração que os hotéis de todos os níveis utilizam, sem-
pre superior à dos demais ambientes, incluindo os apartamentos.
Nas cidades, os hotéis centrais costumam abrigar importantes eventos
de caráter social, cultural e artístico, e os lobbies são comumente a ante-sala
dos ambientes onde esses eventos ocorÍem, quando não o espaço principal.
Objetivando evitar conflitos entre os hóspedes e o grande número de pessoas
que geralmente afluem a esses eventos, devem ser previstos, sempre que
possível, faixas de circulação privilegiadas para hóspedes ou acessos inde-
pendentes para restaurantes, bares e salas de reunião. Nos hotéis Maksoud
Plaza e Renaissance, em São Paulo, por exemplo, favorecidos por contar com
frente para três ruas e com desníveis naturais, foi possível Iocalizar entadas
em ruas e pavimentos diferentes.
Avalonzação dos lobbies ganhou uma importante contribuiçáo atra-
vés dos átrios recriados pelo arquiteto e empreendedor americano John
Portman, que projetov par^ a cadeiaHyatt os magníficos hotéis de Atlanta,
San Francisco e Chicago O'Hare, entre outros. Esses átrios são verdadei-
ras praças' com fontes e vegetação de porte variado, que se estendem até
os últimos pavimentos, formando um imenso espaço interno cheio de
luz, percorrido por modernos e silenciosos elevadores panoÍâmicos.
Características dos apartamentos
Pode-se afirmar que existe atualmente um padrão básico de quarto adota-
do nos aparÍamentos (constituídos por vestíbulo, banheiro e quartos) de hotéis
em todo o mundo, cujas dimensões, com pequenas variações da ordem de 10
por cento, são 3,80 metros de largura por 5,50 metros de comprimento. Há
variações maiores em alguns hotéis independentes de padráo inferior, resultan-
tes de projetos equivocados ou de adaptações de edifícios originalmente
projetados e/ou construídos pata outra.s destinações. Há, ainda, variações em
alguns tipos especiais de hotel, aqueles caracteúzados como econômicos e que,
embora centrais, serão tratados como um tipo diferenciado, mais adiante.
A largura de aproximadamente 3,80 metros permite acomodar em fren-
te às camas uma cômoda e/ou uma mesa de trabalho, com espaço adicional
para cadeira ou poltrona e circulação entÍe elas. Larguras maiores são desne-
cessárias e até mesmo indesejáveis, quando implicam a redução do número
potencial de apartamentos de uma frente de rua e quando implicam em pa-
nos maiores de lajes e extensão de fachada, que encarecem a construção.
Quando se deseja aumentar a ârea dos quartos, é preferível que isso
sela feito no comprimento, pois assim podem ser acÍescentados ao mobi-
 

TÌPOs DE HOTEL 57

liário poltronas ou um sofâ-cama, que aumentam o conforto e/ou possibi-


litam a acomodaçáo de mais pessoas.
Um importante requisito dos quartos dos hotéis centrais é a disponibilidade
de espaço, mobiliário e equipamentos - as chamadas estações de trabalho -, que
proporcionam aos executivos, tipo de hóspede cadavez mais comum, a possibi-
lidade de dar seqüência às suas atividades normais de trabalho.
Nos hotéis centrais, teÍraços só são justificáveis em cidades de clima
ameno praticamente o ano todo e apenas em locais de onde se possa desfru-
tar de vistas de grande interesse ebeleza, naturais ou não. É o caso dos hotéis
da orla litorânea de cidades como o Rio de Janeiro, Salvador ou Recife, para
mencionar apenas cidades brasileiras. Não é o caso de hotéis de cidades
como São Paulo, Curitiba ou Belo Horizonte, em que nem o clima nem a
paisagem justificam os custos adicionais e outros inconvenientes apresenta-
dos peìos terfaços.
Estacionamento
A quantidade de vagas de estacionamento nos hotéis centrais é determi-
nada menos pelo número de apartamentos do que pela presença de depen-
dências como festaurantes, bares, salas de reunião, etc. freqüentadas também
por moradores da própria cidade. Os hóspedes, mesmo quando procedentes
de locais pouco distantes, utilizam-se cadavez mais do como meio de
transporte. Algumas vag s, no entanto, são sempre necessáúas, pata atender a
uma parcela de hóspedes mototrzados com caflos próprios ou alugados. A
quantificação efetiva das vagas necessárias, além das exigidas pela legislação
de cada cidade ou local, deve ser feita em função da quantidade de
freqüentadores das diversas dependências do hotel, considerando-se os res-
pectivos horários de funcionamento e sua concomitância.1
Como nos hotéis centrais as âreas de estacionamento situam-se
geralmente em subsolo e/ou outros pavimentos que não o têtreo, para
onde os automóveis são conduZidos por manobristas, é conveniente
resefvaf espaço no pavimento térfeo, próximo à entrada principal do
hotel, para algumas vagas destinadas a visitantes de curta permanência.
Vagas para ônibus de turismo devem ser igualmente previstas.

Enr São Paulo, a legislação qlre Íege a construção de hotéis (Lei 8.006/74) exige vffra- vaga para
cada dois quartos com fiìenos de 50 rrretros quadrados, LÌlna vaga para cada quarto maior do que
i0 metros quadrados, além de vagas adicionais para cada 100 metros quadrados de área de
restaurantes e afins. e para cada 10 metros quadrados de áreas de reuniào.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

QUADRO 3
HOTÉIS CENTRAIS: SíNTESE

Localização Asáreasdeintensaatividadecomercial,denegocios'derecreaçãoede
lazer são as mais adequadas.
a As áreas em processo de decadência devem ser evitadas'
A oreferência de atendimento a nichos especiais de mercado com
a
requisi-
tos particulares de localização deve estar predefinida'
, A legislação de uso do solo no local deve a construção de um
hote|comtamannocompatíve|comorndicadoporestudospréviosde
mercado.
,opreçodoterrenodeveestarsituadodentrodosparâmetrosindicados
pelo estudo de viabilidade'
, As dimensóes a fOrma do terreno devem proporcionar
acessos e condi-

çÕesdecirculaçãoadequadosparahÓspedes'visitantes'funcionáriose
Íornecedores, e para os veículos de passeio e de carga'

Tamanho e oAáreatotaldeconstruçãoéfunçãodaáreadeterrenodisponíve|eda
diversidade das legislação de uso do solo.
instalaçÕes .onúmerodeapartamentosdeveserdefinidope|osparâmetrosindicados
em estudo Prévio de mercado'
.Aouantidadederestaurantes,bares,|ocaisparareunião,etc'deveser
definidaemfunçãodonúmerodeapartamentosedaconcorrênciacom
estabelecimentos similares disponíveis nas imedtaçÓes

Características . É importante fator de valorização do hote''


do lobby . Devem ser observadas no seu planejamento condiçoes
de circulaÇão de
hóspedes(entreaentrada,arecepçãoeose|evadoressociais)adequadas
enão-conf|itantescomasdemaiscircuIaçÓes,particuIarmenteasdestina-
das a não-hosPedes.
. Devem ser previstos, sempre que possível, acessos independentes
da en-
trada prìncipal do hotel para restaurante' bares e locais de reuntão.
e 5'50 metros de
Características Drmensóes básrcas dos quartos: 3,80 metros de largura
oos comprimento, com variaçÓes de cerca de 10 por cento'
pessoas portadoras de
apartamentos Devem ser previstos apartamentos especiais para
defìciências físicas.'
Devem ser previstos terraços apenas em locais voltados Para Palsagens
sionificativas e climas amenos'

cento dos apartamentos sejam destinados a portadores


de
'z A Embratur recomenda que 2 por
NBR 9050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas)'
deficiências físicas. Ver também
 

TIPOS DE HOTEL 59

Estacionamento r São necessárias poucas vagas para hospedes, pois a maioria dos hóspedes
dos hotéis centrais utiliza o avião como meio de transporte predominante.
O número de vagas, respeitada a legislação, deve ser dimensionado em
função das áreas do hotel destinadas aos demais freqüentadores das suas
instalaçÕes, como restaurantes, bares, locais de reunião, etc.
A disponibilidade de vagas pode constituir-se em importante fator estra-
tégico para a captação de eventos e freqüentadores das instalações so-
ciais do hotel.
r Devem ser previstas algumas vagas proximo à entrada principal do hotel
para visitantes de curta permanência.

HOTÉIS NÃO-CENTRAIS

A escassez de âreas bem localizadas e com dimensões suficientes, o


elevado preço dos terrenos e fatores o congestionamento do trâfego e a
insegurança crescente das âreas centrais têm levado ao deslocamehto de
muitos novos empreendimentos hoteleiros para áreas afastadas do cen-
tro das cidades, mas que contam com boas condições de acesso e nas
quais esses problemas existem ou são menos acentuados.
Ao mesmo tenpo, algumas dessas âreas, pelas mesmas razões, vêm
atraindo empreendimentos de outras naturezas, passando a concentrar ativi-
dades diversificadas e reunindo os atrativos e as condições necessária s para
viabllizar a implantação de hotéis.
Nos Estados Unidos, cerca de 70 por cento dos novos hotéis estão
sendo construídos nos chamados subúrbios. Em São Paulo, há os casos jâ
bastante antigos do Novotel Morumbi e do Transamérica, na marginal do
rio Pinheiros. Mais recentemente, abúram suas portas o Meliá, também na
margrnal do Pinheiros, junto ao Vorld Trade Center São Paulo, próximo à
concentração de escritórios da Avenida Luís Carlos Berrini, e o Sofitel, da
cadeia francesa Accor, ao lado do NovoteI, da mesma cadeia, antigo
Ibirapuera Park, ambos na avenida Sena Madureira, próximo parque do
Ibirapuera. No Rio de Janeiro há mais de vinte anos, aproveitando a aces-
sibilidade proporcionada pela avenida Niemeyer e a presença das praias,
foram construídos os hotéis Sheraton, Intercontinental Rio e Nacional, sig-
nificativamente distantes do centro da cidade e também das âreas jâ então
muito valorizadas de Copacabana e lpanema.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

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Localização
A locahzação, um atributo de fundamental importància para qualquer
tipo de hotel, adquire, no CaSo dos hotéis não-Centfais, um peso ainda maìor
como fator condicionante do sucesso ou do fracasso do empreendimento.
O hotel não-central deve dispor de condições e meios de acesso fácil às princi-
pals âreas de interesse da cidade ou do setor em que se localaa. Deve estar próximo
aaveridas,vias expressas ou rodovias que o liguem tão rapidamente quanto possível
ao centro principal dacidadee a subcenffos, no caso de cidades maiores, ao aeropor-
to ou a áreas particulares de interesse estratégico, visando atender nichos específicos
de mercado, como áreas de grande concentÍação industrial ou de atrativos fr:rísúcos,
A acessibilidade por meio de transporte público, em países e cidades
onde o transporte público de qualidade existe, é um requisito muito desejável,
Nas cidades brasileiras, o transpofte pfivado é o único que pode, até aqui, ser
considerado em empreendimentos hoteleiros de alguma qualidade. A medida
que o automóvel passa a ser predominante, a visibilidade do hotel adqttire
 

TIPOS DE HOTEL 61

trevos de acesso,Sua
importância. às cidades ou a àsub-regiões
localizaçáo metropolitanas
beira de vias expressas ou constitui um atra-junto aos
de rodovias,
tivo que permite diferenciá-lo de seus competidores menos visíveis.
É imporante,rnlcralaa@o e no planejamento de um hotel não-central,atentar
para as tendências de desenvolvimento da re$áo e para a anâljre. de planos de desen-
volvimento dessa mesma região existentes ou em elatxxapo, de modo a velitfrcat a
compatibilidade entre suzts propostas de ocupação e uso do solo com os objetivos
iniciais do empreendimento e a continuação dessa compatibilidade ao longo do tempo.
Nesse sentido, pode ser importante prever, na fase de implantação, es-
paços para futuras expansões que acompanhem o potencial de desenvolvi-
mento do local. Além de pouco onerosa, essa previsão pode ser estratégica,
uma vez que futuras aquisições de terreno poderão não ser mais possíveis.
Outro fator a ser considerado é a disponibilidade de infra-estrutura vista
de maneira dinàmica, desde o momento da construção e ao longo do tempo,
tendo em vista a repercussão sobre os custos do empreendimento. É impor-
tante considerar a eventual necessidade de suprir deficiências da rede públi-
ca? por exemplo, com a perfuração de poços profundos ou a construção de
estação própria pata tratamento de esgotos.

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62 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJEÏO

Tamanho e diversidade das instalações


Localizar o hotel em determinadas regiões menos centrais pode ser van-
tajoso. Nessas âreas, o valor unitário dos terrenos é significativamente menor,
o que tofna viâve| a úiIizaçáo de terrenos maiores e a construção de uma
infra-estrutura de rccreaçáo maior e melhor e mais âteas de estacionamento
para hóspedes, visitantes e freqüentadores de restaurantes e locais de reu-
nião. Os hotéis não-centrais podem, assim, oferecer quadras de tênis, piscinas
em âreas al:ertas, instalações amplas e bem equipadas para eventos e outras
atrações Íatamente encontradas nos hotéis centrais, nas mesmas proporções'
O Hotel Transamérica é o mais típico exemplo de hotel não-centrai em
São paulo. Está num local bastante afastado do centro histórico da cidade,
próximo à concentração de indústrias da regiáo de Santo Amaro. Foi implan-
tado em um terreno de 1+.2ffi metros quadrados e inaugurado na década de
70, com 220 apartamentos. um grande Centro de eventos e quadras de tênis'
Mais tarde, o número de apartamentos e suítes foi ampliado para 406 unida-
des, com acréscimo de nor-as instalações de serviço e de lazer.
O Novotel Morumbi. construído na mesma época, não dispunha de átea de
teffeno suficiente para implantar instalações que compensassem sua distância das
âreas deinteresse da cidade daquele tempo, quando não existiam nem os sboppings
Morumbi e Market Place. nem a concentração de escritórios da avenida Luís
Carlos Berrini. Quanto aos outros hotéis náo-centrais de São Paulo iâ menciona-
dos - o Sofitel e o Novotel da ar-enida Sena Madureka- em termos de diversidade
suas instalações nada diferem daquelas de um hotel tipicamente central. Isso
acontece, taIveZ, pela descarucÍeiza3o. em São Paulo' do que se convencionou
designar como o centro da cidade - dctusntoum -, conceito que se mantém na
maioiadas cidades, mesmo nas grandes metrópoles. Essa descaractetuaçáo ocoÍÏe
pela conju gaçáo de fatores como a fuga do centro, em processo de cfescente
deterioração; a pÍocura de mais Segurança e de terrenos mais baratos; a expecta-
tiva de contínuo crescimento da cidade, o que relativiza as distâncias; e a crescen-
te diversifi caçáo das âreas de concentração de negócios, comércio, cultura e
Iazer.
As características mais comuns que diferenciam um hotel não-central típi-
co dos hotéis centrais são implantação em terrenos de maiores dimensões, uma
relativaauto-suficiência emm térra de restaurantes, bares e serviços em geral,
instalações reforçadas para eventos e infra-estrutura de esportes, recreação e
lazer mais desenvolvida.Paraviabiiizar essa infra-estrufura mais desenvolvida'
os hotéis não-centrais necessitam de um número suficiente de apattamentos
para dar supoÍte econômico à operação de todos os serviços oferecidos'
 

TIPOS DE HOTEL 63

Características do lobby
As mesmas considerações feitas com relaçào aos hotéis centrais valem
pata os lobbies dos hotéis mais afastados. Dependendo das regiões onde se
situam, geralmente menos servidas por restauÍantes, bares, lojas, etc., os hotéis
não-centrais tendem a suprir essas deficiências incluindo em seu interior parte
das instalações e dos serviços indisponíveis nas rcdondezas. Isso pode se refle-
tir na necessidade de lobbies mais amplos. Por outro lado, uma atividade social
menos intensa, cuja ocorrência seria mais comum e freqüente nos hotéis cen-
trais, indicaria a tendência para a criaçáo de lobbies de menor dimensão.
Características dos apartamentos
As dimensões usualmente adotadas nos hotéis centrais são tambémvâ-
lidas para os dos hotéis não-centrais. Aplicam-se, igualmente,
^partamentos
os mesmos comentários, com exceção ao que se refere aos terraços. Os hotéis
náo-cenúais, devido às dimensões maiores dos teÍrenos e do tratamento
paisagístico que pode ser dado a âreas externas de esportes elazer, proporci-
onam as condições necessárias para viabilizar terraços, mesmo em locais na-
turalmente desprovidos de atrativos paisagísticos.
Estacionamento
Nos hotéis não-centrais é maior a necessidade de vagas para estaciona-
mento do que nos hotéis centrais. Em locais mais afastados de outros centros
de interesse e com menos altetnativas de transporte público, aumenta a pof-
centagem de hóspedes que se utilizam do automóvel, próprio ou alugado.
Para os demais usuários (não-hóspedes), freqüentadores dos restaurantes, dos
night clubs, das instalações esportivas e de recreaçáo, e, principalmente, dos
locais de reunião, em grande parte da própria ou cida-
des vizinhas, o automóvel é o meio de transporte predominante, quando não
o único, particularmente nas cidades e/ou locais carentes ou totalmente des-
providos de transporte público de qualidade.
Ainda que a legislação de uso e ocupação do solo possa desconsiderar
a necessidade diferenctada de vagas para estacionamento, é importante, no
planejamento do hotel, dimensionar cuidadosamente as vagas vinculadas a
cada uma das suas dependências, considerando os diferentes horários das
respectivas funções exercidas e atentando ainda para a simultaneidade que,
necessariamente, ocorre entre as funções.

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


64
I QUADRO4
HOTÉIS NÃO-CENTRAIS: SíNTESE

Localização .
áreas de interesse da
Deve haver fácil acesso ao centro e às prìncipais
crdade ou região
.DevemsercurdadosamenteanaIisadasastendênciasdedesenvo|vimen-
to do local Pretendido'
. A legislação de uso do solo do local deve possibilitar a construção de um hotel
.omtamanhocompatÍvelcomoindicadoporestudospréviosdemercado.
.Deveserava|iadaaconveniênciadeáreasparafuturasexpansÓes.
.osnichosespeciaisdemercadoparaosquaisohote|quersevoltar
devem ser Predefinidos'
.opreçodoterrenodeveestarsituadodentrodosparâmetrosindicados
Por estudo de viabrlidade'
As dimensÓes e a forma do terreno devem
proporcionar acessos e
'
condiçÓesdecirculaçáoadequadosparahospedes,vtsitantes,funcroná.
e de carga'
rios e fornecedores' e para os veículos de passeio
.oterrenodevecomportaráreassuficientesparaaquantidadedevagas
de estacionamento Pretendida'
. É desejável que o terreno seja visível a
partir das vias principais de acesso'
. Deve ier verìficada a infra-estrutura de água,
esgotos, energia, teleco-
municaçÓes e gás' existente ou planejada'

Tamanho e . A área total de construção é f unção da área de terreno disponível e da


diversidade das legislação de uso do solo'
nstarações'
*:n:ïïffï:ïï,':.":'ïi.ï,:ï:,:: :ï:ï::J;:',ïiï.ïi:;:
tos,maioracapacidadedohote|desuportardeterminada|ocaIização.
para reuniáo' etc' deve ser
A quantìdade de restaurantes, bares, locais
e usuários potenci-
definida em função do número de apartamentos
ais de regióes limítrofes que o hotel'pretenda
captar'
feitos para
características . Aplicam-se aos hotéis não-centrais os mesmos comentários
do tobbv e outras facitidades (não-
. it#::Ï;ïï"jtú, .0..,.ro de restaurantes
disooníveisnasimediaçÓesdohote|)poderáinfluenciarnasdimensÓese
outras características do lobbY'
/obbies menores'
Menor atividade social apontaria na direção de
. DimensÓes básicas dos quartos: 3,80 metros
de largura e 5'50 metros
Características
10 por cento'
oos de comprimento' com variaçoes de cerca de
. Devem ser previstos apartamentos especiais
destinados a portadores de
apartamentos
def iciências.
' ]",'fff;,::ï ff i :ifi nì: :ï: : 3 ïï: :iÏ
l"J i.iÏli';,: I f '
amplo e convenlenremente tratado paisagisticamente'
 

TIPOS DE HOTEL
65

Estacionamento . são necessárias mais vagas para hóspedes do que nos hotéis centrars,
tendo em vista a maror probabilidade de que um número significativo
deles utilize automóveis, próprios ou alugados;
o número de vagas, respeitada a legislação, deve ser dimensionado em
função também das áreas do hotel destinadas aos demais freqüentaoores
das suas instalações (restaurantes, bares, locais de reunião)e em função
da disponibilidade de transporte público.
são também menores as possibilidades de existir. nas proximidades.
estacionamentos alternativos.

HOTÉIS ECONOMTCOS
Para determinados tipos de hóspedes, são desnecessárias muitas das insta-
lações e dos serviços disponíveis nos hotéis convencionais de diversas categori-
as. É o caso, por exemplo, de profissionais de vendas ou de representação de
empresas em suas viagens rotineiras pelo interior dos estados. Esses profissio-
nais necessitam apenas de um bom apartamento, com boas instalações sanitâ-
rias, no pouco tempo que permanecem no hotel, entre o fim de um exaustivo
dia de trabalho ou de viagem e a manhá do dia seguinte. Restaurantes,
tes de lazer, sauna, piscina, serviço de quarto 24horas, etc. são perfeitamente
dispensáveis para esse tipo de hóspede, que) no entanto , faz questão absoluta
de conforto, higiene, café da manhã completo e confiabilidade das instalações.
Assim, os hotéis econômicos não podem ser confundidos com hotéis
instalações mais ou menos diversificadas, porém de alguma forma precã-
rias ou decadentes, que procuram oferecer úma gama vaúada de serviços
num arremedo dos hotéis de categoria superior. O que esse tipo de hotel tem
em comum com os hotéis econômicos de que aqui tratamos são apenas as
tarifas reduzidas que oferecem, oriundas dabaixa qualidade das suas instala-
ções e dos seus setwiços, As tarifas dos hotéis econômicos decor-
rem fundamentalmente do fato de as instalações e os serviços serem limitados
ao que é essencial, sem prejuízo da qualidade e da eficiência da operação.
A característtcabâsica dos hotéis econômicos advém da redução das instala-
ções e dos serviços ao mínimo considerado essencial ao tipo de hóspede a que se
destinam. As instalações resumem-se, de manetra geral, a apattamento de dimen-
sões e mobiliário adequados, com instalações sanitárias completas e ar-condiciona-
do, uma pequena recepção, Iocal para café da manhã"ou uma pequena lanchonete,
e estacionamento. os serviços limitam-se ao atendimento na recepção, à troca das
roupas de cama e banho, àIknpeza e à manutenção das dependências do hotel e
ao preparo do café da manhá e ao funcionamento de eventual lanchonete.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


oo

Algumascadeiashoteleirasinternacionaistêmentreseusprodutoshotéis
que'comalgumasVafiações'enquadram-SenaCzltegoriz-dehotéiseconômi-
tem o produto sleep Inn' com
cos aqui definida. A choice Hotels International
para construção em teffe-
unidaães de 6Za pouco mais de 700 apartamentos,
nos de cerc de 5 mil metros quadrados a7
milmetros quadrados' A Holiday
InntemoprodutoHolidaylnnExpress;aAccor'oprodutolbis;eaMehâ'o
produtoSolMeliá.EssascadeiasComeçamagot2-aserimplantadasnoBrasil,
,"rpond".rdo à demanda por hotéis com essas características'
Algumastentativasanterioresdeimplantaçáodehotéiseconômicosno
devido principal-
Brasil encontraram e continuam a encontrar dificuldades' da construção
mente à faltade investidores dispostos a afcaf
co{n os custos
de uma quantidade mínima de hotéis, necessária para garantir a
simultânea
(reservas' compras' treinamento
economia de escala Ã^ op.ruçao do conjunto
l, centrahzzçáo de algumas atividades) com serviços de qualidade e
de pessoa
Canard, de Lages eJoinville, implan-
tanfasreduzidas. os hotéis econômicos Le
pof empfesas podem ser considerados um sucesso patcial'
tados
Localização
A|oca|tzaçãopreferencia|parahotéiseconômicosépróximoarodovi-
as,juntoaentradasdecidadesoujuntoaentroncamentosdeondederivam
acessosparamaisdeumacidade.Aimplantaçáoaolongodeumeixorodo_
vtâtiopodeadotatcomocritériode|oca|izaçáo,a|émdarededecidades,
pontosconsideradosestratégicosparapandasemviagensdepercursomui-
tolongo,ComoSãoPaulo_Brasíia,Rio-SalvadoÍ,e[C.Emgrandescidades,é
expandidos'
chamados centros
desejável localtzatos hotéis econômicos nos
de ônibus'
próximo a estações de trem' metrô ou terminais
Tamanho e diversidade das instalações
Tendoemvistaanecessáriasimpltficaçáodosprocedimentos
ter' preferivel-
devem
operacionais e de manutenção, os hotéis econômicos
entre 60 e 100' aproximadamen-
mente, número reduzido de apaÏtamentos,
a insta|açâo ou o uso obrigatório de elevadores, tanto p^ra
te. Para ev|t^f
que a construçáo seia predomi
hóspedes quanto p^f^ oserviço, é desejável
horizãntal. Dois pavimentos estabelecem uma boarclaçáo entre
nantemente
do uso de e'lesradores e as âreas de terreno necessárias' um
a desnecessidade
númeromaiordepavímêntoq-deveseradotadoapenasquandoopreçodo
tefrenoouapoucadilporribilidadedeterrenosmaiorescomlocaltzaçáo
adequada assim o recomendar'
 

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Características do lobbY
Nos hotéis econômicos, o lobby limita-se a um pequeno ambiente de
e de
estar e à âreada recepção, em que o atendente pode ser o próprio gerente,
onde tem total controle sobre o movimento de entada e saída dos hóspedes'
Características dos aparta mentos
Algumas cadeias internacionais mantêm em seus hotéis de tarlfa reduzida
quartos de dimensões semelhantes às dos quartos de seus produtos de tarffa
elevada. Em certas rotas, algumas cadeias adotam apartamentos até maio-
res, quando quefem atair famlias que vtaiam de carro. Nesses casos'
quartos
maiofes, particulafmente no comprimento, permitem a colocaçáo de camas
quarto'
adicionais ou sofás-ca mas, paÍa acomodar toda a faní\a em um mesmo
No entanto, em hotéis econômicos, os apattamentos podem ser menofes
do que o padrão adotado universalmente em hotéis mais caros' Apartamentos
com uma única cama podem ser combinados com apaftamentos de duas
ca-
mas. os espaços para circulação podem ser reduzidos, assim como a dimensão
O
dos armários. Da mesma forma, os banheiros podem Sef bastante compactos'
que não pode faltar nos quartos é uma mesa, que possa comportaf um compu-
tador portâtll, e espaço adicional para o desenvolvimento de trabalhos'
uma iluminaçáo cuidadosamente proietada para tral>alho, leitura ou re-
pouso, assim como ar-condicionado. são requisitos indispensáveis.
Estacionamento
Nos hotéis econômicos, particularmente nos situados fora de áreas ur-
banas, é importante dispor de vagas de estacionamento em quantidade
equi-
.uma vez que a clientela bâsica é
valente ao número de quartos, pelo menos,
constituída pot vraiantes com seus próprios automóveis'

QUADRO 5
HOTÉIS ECONÔMICOS: SíNTESE

As áreas às margens de rodovias proximo a entradas de ctdades são


as
Localização
mais favoráveis.
paradas
Deve ser considerada a localização em pontos estratégicos para
em rotas de viagens longas.
Emcidades,foradaáreamaiscentra|,hotérseconÔmicosdevemser
localizados junto a estaçÕes de trem, de metrô, ou terminais de Ônibus'
para a
Tamanho e As instalaçóes são reduzidas, limitadas a apartamentos, área
diversidade recepção e sala para a administração, sala para café da manhã ou
das instalaçoes pequena lanchonete e dependências para equipamentos'
 

TIPOS DE HOTEL

' A lavanderia pode ser pequena. como alternativa, os serviços de


lavagem de roupa podem ser terceirizados ou concentrados em uma
lavanderra de porte médio que preste serviços a um con junto de hotéis
de uma mesma rede.
' Para evitar a necessidade de elevadores, deve ser adotada, sempre que
possível, solução arquitetônica horizontal.

Características r Deve se resumir à recepção e a pequeno ambiente de estar.


do lobby

Características dos . O número de apartamentos deve ser reduzido (entre 60 e pouco


apartamentos mais de 100 unidades, aproximadamente).
os apartamentos podem ser maiores ou menores do que os correspon-
dentes de hotéis de categoria superior; dependendo da clientela.
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
def iciências.
Em hotéis destinados a viajantes a serviço, geralmente sozinhos, os
apartamentos podem ser significativamente menores, assim como os
banheiros.
Apartamentos com uma única cama podem ser combinados com
apartamentos com camas duplas.
a É importante adequar o mobiliário do apartamento ao tamanho reduzi-
do, projetando cuidadosamente o espaço disponível.
a Instalaçoes para trabalho devem ser consideradas um requisito essencial.
Estacionamento o o número de vagas deve ser equivalente ao número de apartamentos.

HOTÉIS DE AEROPORTO

São casos particulares de hotéis não-centrais. Com o extraordinârio


desenvolvimento do transporte aéreo , pratrcamente o único utilizado nas
viagens de negócio e turismo de média e longa distância, e considerando
as crescentes dificuldades de acesso às âreas centrais das cidade s a partir
dos aeroportos, estes e suas regiões vizinhas se torna ram rocais muito
convenientes para alocalizaçáo de hotéis. Pessoas procedentes de lugares
distantes, por exemplo, podem se hospedar nesses hotéis, participar de
reuniões ou congressos e pafiir de volta para seu local de origem sem a
necessidade de enfrentar penosos e demorados deslocamentos dentro da
cidade. cancelamentos ou grandes atrasos de vôo, assim como conexòes
nrais demoradas, são outros fatores que contribuem para a conveniência
de hotéis nas proximidades de aeroportos. No caso do Brasil, a ocorrência
desse tipo de hotel é significativa, por enquanto, apenas no Aeroporto
Internacional de São paulo,/Guarulhos.
 

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HOTEL

SISTEI\,IA SUETERRÂNÊO
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


72

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QUADRO 6
HOTÉIS DE AEROPORTO: SíNTESE

Antecedentes os hotéis de aeroportos, tal como são conhecidos hoje, principalmente


nos Estados Unidos e na Europa, surgiram a partir dos anos 60, em
função do extraordinário desenvolvimento do transporte aéreo; até
então, eram apenas pequenos hotéis (ou motéis) de beira de estrada.

Exemplos As cidades de Los Angeles, Houston e Dallas/Fortworth, cujos aeroportos


significativos contam com mais de 10 mil quartos cada.
No Brasil, apenas o Aeroporto Internacional de 5ão Paulo/Guarulhos,
conta com um hotel de médio porte, com características similares aos
hotéìs de aeroportos americanos, o Hotel Deville, que tem sido um
empreendimento de grande sucesso.

Localização As áreas mais favoráveis são aquelas junto às vias de acesso ao aeropor-
to, em local de grande visibilidade.
o local deve ser tão próximo quanto possível dos terminais de passagei-
ro5.

Tamanho e Depende da importância e do tipo de aeroporto (aeroportos de origem


diversidade das e destino, aeroportos de conexão, etc.)
rnstalaçóes o número de apartamentos deve ser definido por estudo prévio de
mercado (hoteis concorrentes, qualidade e porte de instalaçÓes para
reuniões, convençÓes, etc.)

Característtcas ' Características semelhantes às dos hotéis não-centrals'


do lobby

Características dos' DimensÕes básicas do quarto: 3,80 metros de largura e 5,50 metros de
apartamentos comprimento, com variaçÕes de cerca de 10 por cento'
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
deficiências físicas.
As instalaçÕes do hotel, principalmente os apartamentos, devem
apresentar alto grau de proteção contra ruído das aeronaves'
a os terraços devem ser evitados em função do elevado nível de ruído.

Estacionamento r A necessidade de vagas é função principalmente do número de bares e


restaurantes e do porte das instalaçÓes para reuniÕes, para freqüentadores
orocedentes das imediaçoes.
 

TIPOS DE HOTEL 73

RESORTS

Os hotéis delazer, descendentes diretos dos spas e das casas de banho


das antigas Grécia e Roma, têm seu maior atratwo na recreação e nos espor-
tes, principalmente em espaços abertos de grande beleza natural e excelentes
condições climáticas.
Os resorts, forma mais recente e predominante de hotéis de lazer neste
final de século, vêm ampliando significativamente esse atrativo, instalando-se
em imensas âteas, verdadeiras ilhas de auto-suficiência, onde os hóspedes
enconffam satisfação para vma variada gama de interesses - esportes,lazer,
vida social e negócios -, numa combinação que atende a todas as faixas
etârias. Pelo que são e oferecem, buscam constifuir-se em destinaÇões turísti-
cas que por si só justifiquem uma viagem.
os enormes investimentos exigidos para implantação dos moder-
nos resortE que demandam grandes áreas de terreno com requisitos es-
peciais de localizaçáo e amplas e diversifi cadas instalações de recreação
e espoÍtes, exigem altas taxas de ocupação durante todo o tempo, com
minimização das variações que podem ocorrer durante a semana ou nas
diferentes estações do ano. Por essa tazáo, os resorts investem também
na diversificaçáo das suas atividades, visando captar o maior número
possível de tipos de hóspedes. Assim, é comum encontrar resorts com
grandes instalações para conferências e congressos, que, pelo relativo
isolamento e pela informalidade do ambiente, oferecem excelentes con-
dições para eventos e negócios.
Cabe mencionar os grandes complexos hoteleiros do tipo multiresort.
cancún, no México , e a regiáo de Kanaapali de Maui são exemplos de empre-
endimentos cuja escala gigantesca é necessária para viabilizar os imensos
recursos financeiros requeridos para a construção de aeroportos, rodovias,
infra-estrutura e outros serviços, sem o que essas regiões, embora dotadas de
atrativos indiscutíveis, permaneceriam até hoje fora das rotas turísti-
cas internacionais.
No Brasil, destaca-se a implantação do turístico multiresort
de Sauípe, na Bahia, jâ abordado no primeiro capítulo.
 

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TIPOS DE HOTEL

QUADRO 7
RESORTS; SíNTESE

Antecedentes . Spas e casas de banho das antigas Grécia e Roma, que ressurgiram na
Renascença, após perÍodo de inatividade na ldade Média.

Exemplos r Atlantis Paradise. Bahamas; Boca Raton Resort & Club, Flórida; Sonesta,
signif icativos3 Bermudas.
. No Brasil, Transamérica, llhéus; Mediterranée, Bahia; Caesar Park Cabo
de Santo Agostinho, Pernambuco.

Localização . Locais de grande beleza natural, excelentes condiçoes climáticas.


. Fácilacesso a partir dos principais centros emissores de turistas pretendi-
oos.
. Deve ser verificada a disponibilidade de água e de infra-estrutura de
energia e telecomunicaçÕes.
o Deve ser observada a legislação de proteção ao meio ambiente.

Terreno . São necessárias grandes glebas com características topográficas e


geológicas para viabilizar as instalaçoes pretendidas (parques aquáticos,
quadras poliesportivas, campos de golfe, etc.).
. São desejáveis: proximidade de praia, margem de rios, lagos e represas.
. Há necessidade de tratamento paisagístico das áreas não diretamente
ocupadas.
. As piscinas são elementos de grande importância para o projeto paisagístico.
. As áreas de carga e descarga e demais pátios de serviços devem ser
convenientemente localizados de modo a afastá-los das vistas dos
hosoedes.

Tamanho e . O número de apartamentos deve ser suficiente para dar suporte econô-
diversidade mico ao conjunto de instalaçÕes de recreação, esportes e eventos.
das instalaçóes . Para determinar o número de restaurantes, bares e outras instalaçÕes
deve-se considerar o tempo médio de permanência dos hóspedes e a
necessidade de oferecer alternativas devido ao isolamento do hotel.
. As instalaçóes para congressos e reuniões ajudam a manter taxas
médias de ocupação elevadas.
o Deve ser considerada a necessidade e/ou conveniência de aloiamento
para funcionários e suas famílias.

r Deve ser dimensionado com generosidade, em função da maior disponi-


do lobby bilidade de tempo das pessoas para atividades sociais e convívio.
. A maior disponibilidade de tempo dos hóspedes motiva compras e a
necessidade de maior ouantidade relativa de loias.

' Ver também 11.


 

78 TIOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

' Características . Nos


Ver também Quadro 11. resorft predominam grupos familiares. Os apartamentos, conse-
dos apartamentos qüentemente, devem ser maiores, para acomodar camas adicionais
A área adicional deve ser obtida, preferencialmente, no comprimento do
quarto; a largura deve ser mantida em 3,80 metros.
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
def iciências.
Os armários devem ser relativamente maiores do que em outros tìpos de
hotel, com pelo menos 1,50 metro de frente
apartamentos devem ter a melhor vista. Alas de apartamentos
distribuídos dos dois lados de um corredor devem ser posicionadas
perpendicularmente à vista de maior interesse (praia, por exemplo)
Os quartos devem, sempre que possível, ser dotados de terraços com
profundidade adequada (pelo menos de 1,50 metro) e mobiliados com
mesa, cadeiras, espreguiçadeiras e/ou redes.

Estacionamento . O número de vagas depende do tipo de transporte utilizado pelos


hospedes. Podem ser reduzidas praticamente a zero quando o acesso ao
local é feito dìreta e exclusivamente por barco ou avião.
 

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82 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

OUTROS TIPOS DE HOTEL

Conforme já mencionado, as respostas às diferentes solicitações do mer-


cado conduzem semprc à criaçã.o de uma grande quantidade de tipos de
hotel, com variações às vezes muito sutis entre eles e os tipos principais dos
quais todos derivam. Os comentários anteriores aplicam-se parcialmente aos
casos abaixo, dependendo do tipo principal de hotel com o qual tenham mais
afinidade ou semelh ança.
Hotéis-fazenda e pousadas
São hotéis basicamente delazer, com muitas das características dos resorÍs,
porém em escala muito menor e quase sempre com instalações bem mais
modestas e menor diversidade de serviços. O número de apartamentos
menor (menos de cem apaftamentos), as instalações pan a prática de espor-
tes resumem-se a alguns poucos itens, geralmente com ênfase em algum tipo
de esporte relacionado à localização ou à especialidade do hotel (equitação,
esportes náuticos, etc.), e as âreas para reuniões, quando existem, são de
pequeno porte. O regime predominante é o de diârras completas, incluindo as
refeições, em um único restaurante. A adminisÍraçã.o é basicamente familiar, e,
por essa razào e pelo porte reduzido do hotel, o tratamento concedido aos
hóspedes é mais pessoal.
 

TIPOS DE HOTEL

Hotéis de selva
São hotéis cujas atrações giram em torno de florestas, no interior das
quais se situam.
Na Amazônia, podem ser mencionados o Hotel Ariaú Amazon Towers,
com205 apartamentos, cujo nome deriva das construções circulares, de vários
andares, assentadas sobre palafitas nas âguas do Rio Ariaú; o Amazon Village
e o Overlook Jungle.

Hotéis de convenções
Muito comuns nos Estados Unidos, e a rigor ainda inexistentes no Brasil,
os hotéis de convenções são voltados principalmente paraarealizaçáo de even-
tos e congressos de grandes proporções) com áreas específicas para essa finall-
dade e capactdade para acomodar alguns milhares de pessoas simultaneamente.
Podem se locahzar em áreas centrais, mais afastadas dos centros ou nas proxi-
midades de aeroportos, assumindo também características próprias dos hotéis
com as localizaçóes mencionadas, os quais, como vimos, costumam ter entÍe
suas instalações também âreas para reuniões, exposições e eventos de nature-
zas diversas, sem se caracterizatem como hotéis de convenÇões.
5pas
São voltados pata hóspedes interessados em saúde e cuidados com o
corpo. Originalmente, os qDas vinculavam-se a locais onde as propriedades
terapêuticas das âguas constituíam a affativo principal. Hoje, o interesse por
esse tipo de instalação vem se ampliando, sendo desviado para o
controle de peso e o condicionamento físico.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Hotéis-cassino
São hotéis cuja receita principal advém principalmente da exploração
de jogos de azar. A hospedagem e os serviços de alimentaçáo, recreação e
lazer sã.o atrativos freqüentemente subsidiados para a atividade principal, que
é o jogo. No Brasil, onde os jogos de azar são proibidos desde 1.946, os
poucos hotéis desse tipo deixaram de existir ou sofreram transformações que
os descaracterizaram. No exterior, são famosos os gigantescos hotéis-cassino
de Las Vegas e Atlantic City, que possuem milhares de apattamentos, vários
restaurante s, âreas de lazer, fantâsticas instalações para espetáculos, além das
instalações dos cassinos propriamente ditos.
l-{oÍéis-residências (apa rt-hotéis e f/ats)
u.-"'
Os hotéis-residências, também conhecidos como apatt-hotéis eflats, tëm
como cliente-alvo as pessoas que, tendo que permanecer em determinado local
um tempo relativamente longo, embora insuficiente pata estabelecer domicílio,
necessitam de acomodações com dimensões e outras condições que os hotéis
normalmente não conseguem proporcional, a preços que possam pagat. Olt-
troS'clientes em potencial são moradores permanentes da cidade (casais idosos
ou sem filhos, por exemplo), que podem pagat pelas acomodações e pelos
seruiços e preferem ficar liberados das responsabilidades e rotinas domésticas.
Os hotéis-residências oferecem apafiamentos com âreatotal pouco maior
do que a dos apartamentos standard dos hotéis e têm características que os
aproximam dos apartamentos residenciais comuns. Em vez do vestíbulo de
entrada com armârio, quarto de dormir e banheiro , os apartamentos dos hotéis
residenciais costumam apÍesentaf pequena sala de estar com kitcbenette, Ltall
cle distribuição, banheiro e um ou mais quartos.
Outra característica que distingue os hotéis-residências dos outros ho-
téis é a oferta de serviços, que geralmente se limitam à recepçã'o, àlimpeza,
troca e lavagem de roupas de cama e ao café da manhã', serwido no próprio
com tarifa dlferenciada, ou no restaurante em funcionamento
no prédio e normalmente arrendado.
Essas características originais dos hotéis-residências vêm se altetando
nos últimos anos' e alguns dos novos empreendimentos do gênero vêm ad-
quirindo gfaus de sofisticaçáo e complexidade que os tornam cada vez mais
semelhantes aos demais hotéis. Seus apartamentos Íesumem-se ao conjunto
vestíbulo-quarto-banheiro, em nada diferenciado dos apattamentos de hotéis.
\ Isso porque muitos dessesflats constituem uma nova forma de fazet um
hotel. Se muitos ou quase todos os hotéis-residências surgiram da convergência
 

TIPOS DE HOTEL A7

de dois fatores, ou seja, de um Iado a existência de um público-alvo necessitado


de moradia temporâria, com alguns serviços, a preços razoâveis, e, de outrc-r,
investidores desejosos de alternativas para escapar da lei do inquilinato, mais
recentemente um terceiro fator veio se juntar aos dois primeiros.
Tendo em vi5ta as dificuldades para obtenção de financiamento pata
atender ao aumento da demanda por meios de hospedagem, muitos dos em-
preendimentos imobiliários lançados como flatÍ sáo, na verdade, hotéis, por-
que são operados como tal, com todas as unidades reunidas num pool de
locação. iA diferença estâ na composição acionâria pulverizada entÍe os vários
pequenos ou médios investidores, que adquirem unidades e as colocam a
serviço de uma administração centralizada.
/\-----
i.-"._--ü
Navios
Pode parecer inusitado abordar os navios como um tipo de hotel, mas
sua função primordial de transportaÍ passageiros e mercadorias sempre in-
cluiu a hospedagem dos passageiros e tripulantes durante os longos dias de
duração das viagens marítimas.
Hoje, no entanto, com a hegemonia do transporte aéreo de passageiros
sobre o marítimo, o aspecto hoteleiro nos modernr:s i,ensatlânticos assume
importância cadavez maior. As viagens ficarum reduzidas apenas a cruzeir<-rs,
nos quais a qualidade das acomodações de hospedagem e de lazer oferecidas
constituem atrativos tão ou mais importantes do que as viagens propriamente
ditas, podendo estas serem consideradas como uma meÍa seqüência de locais
privilegiados funcionam como contraponto à vida a bordo.
Mas o que vale destacar nos navios, no que diz respeito a instalações
de hospedagem, é o tamanho reduzido dos apaftamefitos, ou camarotes, e
a localizaçáo da maioúa deles na parte central, sem nenhuma abertura
pata o exterior. As dimensões básicas do módulo (que corresponde ao
camaÍote standard) são significativamente inferiores às dos módulos
adotados em hotéis, inclusive nos de tipo econômico. No entanto, não se
pode negar que haja luxo e conforto nesses camarotes, proporcionados
por um esmerado projeto de interiores e de design do mobiliário. A falta
de janelas também não impede que pessoas de alto poder aquisitivo e com
elevados níveis de exigência se disponham a utilizar os camarotes em
viagens que duram muitos dias, nas quais estarão integralmente confina-
das às dependências do navio.

AtuaÌmente, na crdade de São Paulo, estão em fase de lançamento e construção cerca de 11 mil
unidades do tipo flat.
 

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

INTRODUCAO

O planejamento que deve anteceder o projeto de arquitetura tem aspec-


tos fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimentp hoteleiro que
devem ser considerados com variações na seqüência de abordagem conforme
cada caso. São eles:
. O segmento de mercado a que se destina o hotel, ou seja, qual ou
quais os tipos de hóspedes o novo hotel pretende preferencialmente
captaf.
. O perfil do usuário, definido pelo conjunto de catacterísticas (gostos
pessoais, necessidades, exigências, padráo de consumo, etc.).
. A viabilidade econômico-financeira.
. A localizaçáo, com enorme inflrrência na determinaçã.o do tipo e de
outras caïacteÍísticas do empreenclimento hoteleiro.
. A definição do progÍama e da relaçáo das âreas.
. O tipo de hotel.
O planejamento envolve equipes interdisciplinares com participaçáo de
especialistas nas âreas de hotelaria, de estudos de mercado e viabilidade eco-
nômico-financeka e dos arquitetos encarregados do projeto.
Este capítulo está subdividido em três partes: "ÁÍeas e instalações do
hotel", "Elabotaçáo do progtama" e "Dimensionamento". EIe trata das ativida-
des diretamente relacionadas à elaboração do projeto de arquitetura de um
hotel após a conclusão da etapa de planejamento.
Essas atividades são:
. Definição do programa de áreas e dos requisitos de instalações.
' Montagem de diagramas funcionais gerais e parciais: instrumento ex-
tremamente útil para caracterrzar as inter-relações entre os vários seto-
res do hotel, evidenciando relações e identificando suas respectivas
na|'rtezas e graus relativos de importância. Em hotéis de grande porte,
as âreas e a diversidade dos progÍamas atingem taI grau de complexida-
de que podem tornar os diagramas não só úteis, mas indispensáveis.
. Definição do partido básico de arquitefura, compreendendo:
. . Definição do pavimento-tipo, em função do tipo de hotel, da di-
mensão do terreno, da paisagem circundante, etc.
. Definição do apanamento-tipo' tendo sempre em mente tratarse de
elemento altamente repetitivo, com enorïne repercussão sobre a âtea
 

O PROJETO
91

' Distribuição
total construída e sobre
espacial aqualidade
dos diversos que compõem
e a economia
setores o hotel
do empreendimento.
(âreas sociais e públicas, âreas de serviço, centrais de sistemas e
I
equipamentos, áreas de estacionamento, etc.).
,ìt O partido básico deve incorporaÍ as restrições básicas de uso e ocupação
do solo e da presewaçáo do meio ambiente vigentes emcadalocal, assim como
as relacionadas com a topografia, a paisagem e a infra-estrutura existente.
O desenvolvimento do projeto requer o cuidadoso estudo de todas as
areas de cada setor específico do hotel, das respectivas localizaçóes (definidas
nos estudos iniciais de distribuição espacial), e a observância criteriosa das
relações funcionais identificadas por meio de diagramas funcionais.

AREAS E INSTALAçÕES DO HOTEL

os hotéis são constituídos pelas seguintes âreasbásicas:


. Área de hospedagem - andarlipo (apartamentos e suítes).
' Áreas públicas e sociais (tobby, salas de estar, sala de TV sala de leitu-
ra, festaurantes, bares, salão de eventos, etc.).
' Áreas administratiuas (recepção, gerências, reseÍvas, marketing, con-
tabilidade, recursos humanos, etc.).
' Áreas de seruiço (lavanderia,vestiârios, manutenção, depósitos, etc.).
' Áreas de alimentos e bebiclas (recebimento, pré-preparo, câmaras
frigoríficas, almoxarifado de A&8, coztnha principal, cozinha de
quetes, etc.).
' Áreas de equipamentos (central d"e âgua ge ad.a, subestação, quadros
de medição, grupo motor-gerador, casa de bombas de recalgue, cal-
deíras, etc.).
' Áreas recreatÌuas (quadras de esportes, campo de golfe, piscinas, par-
que aquático, marinas, etc.).
Cadauma dessas âreas contribui de maneira significativaparao desem-
penho do hotel, embora variem os respectivos graus de importância, em cada
caso, tanto no que se refere ao desempenho, quanto à pafitcipação nos inves-
timentos, aos custos operacionais e às receitas que proporcionam.
Neste capítulo, cada ãrea do será objeto de tratamento particular,
com o estabelecimento de critérios específicos de projeto e com considera-
ções sobre cuidados especiais a seÍem A inter-relaçao de cada um
 

92 HOïEL: pLANEJAMENTO E pROJEro

desses setores, sua posiçào estratégica, suas interdependências, a separaçáo


dos fluxos de circulação (hóspedes, público, funcionários e mercadorias), os
pontos de controlei etc. são apresentados graficamente e de maneka genérica
e simplificada por meio de diagramas funcionais, que no entanto não dispen-
'
-
sam a elaboraçã.o de diagramas específicos, mais ou menos detalhados, con-
forme o caso.
Para complementar, são ainda apresentados outros aspectos também
importantes, relacionados com os sistemas de instalações, com aspectos cons-
trutivos (tratamentos acústico e térmico, entre outros) e, finalmente, com
parâmetros de custos para diferentes tipos de hotel.

Ánens

Area de hospedagem

Andar-tipo
Para se definir o apartamento-tipo com dimensões, instalações, layout
do mobiliário, etc., deve-se conhecer com clareza as necessidades do hóspe-
de, que pertence a um determinado segmento de mercado, para o qual o
hotel será projetado.
É preciso lembrar que a ârea d,e hospedagem pode representar de 65 a
85 por cento da ârea total do hotel, sendo em geral sua maior fonte de receita.
Assim, as soluções de projeÍo adotadas para o apaftamento-tipo deverão ser
rigorosamente testadas e otimizadas.
Aârea de hospedagem) que reúne os apartamentos e as suítes do hotel,
distribui-se em pavimentos idênticos ou muito semelhantes, chamados anda-
resiipos.
A configuruçã,o do andar-tipo varia de hotel para hotel em função de
fatores diversos, na medida em que seus componentes básicos sáo organiza-
dos e dispostos de formas diferenciadas. Em uma mesma configuração bâsica
podem ainda ocorrer variações em função da combinaçã,o de apartamentos-
tipos com um ou mais modelos de suítes.'
As diferentes configurações derivam principalmente:

' A reÌação entre o número de suítes e o número total de apartamentos pode variar significativa-
mente de um hotel para outro, sendo geralmente determinada pelo estudo de mercado ou pelo
interesse da operadora M captaçâo de um
interesse da operadora M captaçâo de um certo tipo especial de hóspede. Comumente, essa
reÌação situa-se em torno de 10 por cento do número total de apartamenros.
 

O PROJETO
95

' Do tipo de corredor, que pode ser central, com apaftamentos dos dois
lados, ou lateral.
' Da forma e da disposição das alas oe apartamentos (em forma de
quadrado, círculo, cÍuz, estrela, com átrio, etc.).
. Da posição no andar das circulações verticais (escadas e/ou elevado_
res) de hóspedes e de serviços.
A configuraçáo do andartipo a ser adotada em cada projeto pode ser
influenciada pela forma do terreno, pelas caructeirsticas dapaisagem circundante
e por outros fatores. Cabe chamar a atençã,o para o observado mais adiante,
no item "Dimensionamento", com relação à economicidade das alternativas,
tendo em vista que a área de pode Íepresentar de 60 a por
cento da ârea total construída do hotel, dependendo do seu padrão.
As ilustrações a seguir apresentam configurações de andares de hospe-
dagem de alguns hotéis.

Legenoa
1 - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Hail de elevadores de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de serylço
5 - Rouparia / governança
6 - Terraço
- Vazia

Legenoa
1- Apartamentoìipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadores de hóspedes
4 - Rouparia/ governanea
 

Legenoa
'l - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadores de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seNiço
5 - Rouparia/ Governança

Legenoa
'1 - Apartamônto-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadoÍes de hóspedes
4 - Hail elevadores de seryìço
5 - Rouparia/ governança
6 - Terraço

Legenoa
1 - Apartamentoìipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadoÍes de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seruiço
 

4 Hal/ de elevadores de seruiço


5 - Rouparia/Governança

\32

Legenda
1 - Apartamentctipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevador$ de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seruiço
5-Rouparia/gwernançâ

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Legenda
1 - Apartamênto-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ dê elevadores de hóspedes
4 - llla// de elevadores de serviço

Legenda
1 - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Ha,// de elevadores
de hóspedes
4 - Hall de elwadotesde seryiço
5 - Rouparìa/ goveínança
6 - Vaio
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJEÏO

L€onoa
1- Apafrâmentetipo
2 - Corodor
3 - Hal/ dê elevadoíes de hóspedes
4 - Hal/ dê elevadors de seNiço
5 - Roupâria / governançâ

O andar-tipo e a ârea de hospedagem, por sua importància na constitui-


çáo da ârea total do hotel, são normalmente os a serem definidos
no projeto. O conjunto de andares-tipos define a volumetriabâsica do edifi
cio, assim como a modulação do sistema estrutural, diretamente derivada da
modulação dos apatamentos. Seu projeto, a partir do dimensionamento dos
componentes básicos (ver capítulo "Tipos de hotel") e da configuração pre-
tendida, deve considerar:
' A posição das prumadas de circulação social vertical e sua repercus-
são sobre os andares inferiores, particularmente sobre o andar térreo,
em função dalocalizaçào da entrada principal e da recepção.
' A posição da prumada de circulação de serviços vertical, tendo em
vista viabilizar nos andares inferiores a implantação das âreas e insta-
lações de serviço.
' A disposição dos pilares, tendo em vista liberar, tanto quanto possível,
âreas livres de colunas para os setoÍes sociais e principalmente para o
setoÍ de eventos; o adequado aproveitamento do subsolo pan áteas
de equipamentos e estacionamento.
' o número e o posicionamento das escadas, para atender às normas
de segurança.
' o correto dimensionamento da ârea de serviços do andar, com espaço
 

para circulaçáo de funcionários, de carros da governanÇa e do room


seruice, rouparia e sala pata as camatetas, duto de roupas e sanitário.

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108 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Tendo em vista proporcionar condições adequadas de instalação e faclli-


tar a manLrtenção das rubulações hidráulicas dos apartamentos, principalmente
em edifícios de hotel com vários andares-tipos, devem ser previstas prumadas
(sbafts) diretamente acessíveis a partir dos corredores. O acesso direto pelo
corredor permite que operações rotineiras de manutenção e mesmo operações
de manutenção mais pesadas sejam feitas sem necessidade de incomodar os
hóspedes ou de interditar os apartamentos por um longo período.
Essas prumadas devem peÍcorrer todos os andares, interligando-se com
um pavimento técnico localizado imediatamente al:aixo do primeiro andar
tipo, que é por onde se faz a distribuição horizontal dos feixes de tubulação
até uma prumada hidráulica geral. Esta concentÍa a tubulação proveniente das
vãrias prumadas hidráulicas, reduzindo a interferência da descida da tubula-
ção com os andares inferiores a um único ponto. No andar-tipo, paru possibi-
litar o agrupamento da tubulaçáo, os apartamentos costumam ser posicionados
aos pafes.
A modulaçáo da estrutura, como mencionado anteriormente, deriva da
própria modulação dos apartamentos. A solução mais econômica é, geral-
mente, aquela em que a parede divisória de apartamentos corresponde
uma linha de pilares. Nessa solução, os vãos transversais de vigas e lajes ficam
limitados à largura de um apartamento (da ordem de 4 metros), e, apesar do
maior número de pilares, o conjunto dos elementos estrLlturais tende a se
tornar mais esbelto em comparaçáo às soluções em que os vãos transversais
são duplicados.
Vãos pequenos não apresentam problemas nos andares-tipos, mas são
indesejáveis nas âreas públicas e sociais e incompatíveis com as âreas de
serviço, de equipamentos e de garagens. Para conciliar vãos menores nos
andares-tipos, supostamente mais econômicos, com vãos mais adequados às
demais âreas do hotel, pode-se estabelecer uma estrutura de transição abaixo
dos andares-tipos que distribua o esforço vertical paravm conjunto menor de
pilares. O espaço vertical necessário para essa transição estrutural pode ser
acomodado no andar técnico, iá mencionado.
 

O PROJETO

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II Rouparia do I
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Legendâ

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- - - circulação de funcionáros
-
I unidades presentes
f] Unidades eventualmente presentes

Apartamento-tipo
A unidade bâsica formadora do andar-tipo é o apaïtamento-tipo (ou
módulo). Suítes sào apartamentos maiores) com maior número de dependên-
cias, que aproveitam âreas particulares do andar (extremidades, cantos, etc.)
ou que são resultantes da composição de um ou mais módulos.
Como elemento que se repete dezenas, centenas e até milhares de ve-
zes, repÍesentando parcela significativa no custo total do hotel, o apartamen-
to-tipo deve ser objeto de cuidadosos e detalhados estudos para, dentro de
parâmetros de economia, adequar-se ao tipo de hotel, ao segmento de metca-
do a que se destina e até mesmo aos padrões adotados internacionalmente.
O projeto detalhado do apanamento-tipo, que inclui acabamentos, ins-
talações (elétricas, hidráulicas, condicionadores de ar, detecção e combate a
incêndios) e mobiliário, deve ser complementado por um protótipo idêntico
às unidades a serem posteriormente construídas, onde as soluções poderão
ser testadas e os eventuais erros, corrigidos. Por meio do protótipo, condições
similares às do local da construção poderão ser simuladas, e os desempenhos
térmicos poderão ser testados, principalmente os acústicos (ruídos das tubula-
ções e equipamentos, ruídos entre apafiamefitos, ruídos provenientes dos
corredores e ruídos externos). Poderão ser testadas, ainda, outras condições
de conforto importantes para os hóspedes, como tipo e dimensão das janelas,
iluminação geral e localizada para trabalho e leitura. Poderão ser estabeleci-
dos procedimentos para racronalizar a execução e a montagem de elementos
repetitivos, como móveis, peças de arremates, etc. Finalmente, poderão ser
estabelecidos, detalhadamente, os custos de cada unidade completa.
 

O PROJETO
1..1

As dimensões e outras particularidades dos apartamentos variam, como


indicado no capítulo "Tipos de hotel" e no item ,,Dimensionamento,' deste
capítulo, conforme o tipo e o padráo do hotel. os tipos de apartamento são
designados internacionalmente, conforme o número e as dimensões das ca-
mas, de acordo com o euadro 8.

QUADRO 8
DESIGNAçÃO DE APARTAMENTOS EM FUNçÃO DO TAMANHO DAS CAMAS

Tipos Número de camas Dimensões das camas


Twin 2 camas twìn 1x2m
Double - double 2 camas double 1,30x2m
Queen 1'cama queen 1,50x2mou1,60x2m
King 1 cama king 2x2m
California king 1 cama king 1,80x2m
Oversized twin 2 camas twin 1,15 x2 m
Queen - queen 2 camas queen
Double - studio 1 cama double e 1 sofá-cama
Queen - studio 1 cama queen e 1 sofá-cama
King - studio 1 cama king e 1 sofá-cama
Parlor 1 sofá-cama
Wallbed 1 cama de parede

Fonte:W. A. Rutes e R. H. Penner. Hotel planning and design (Whitney Library of Design/
Watson-Gruptill Publications, Nova york: 1 9g5).

No projeto do apafiamento-tipo, considerando sempre o tipo de hotel e


os tipos de hóspedes a que se destina, devem ser observados requisitos rela-
cionados com o conforto do hóspede, como por exemplo:
' Posicionamento conveniente e escolha de tipos adequados de luminá-
tias, para as vârias situações de utilização do apartamento pelos seus
ocupantes (trabalho, leitura, convívio, etc.).
' Posicionamento correto do televisor e possibilidade de rotaçáo para
adequada visibilidade a partir de diferentes pontos do apartamento.
' Provisão de espaço de trabalho com tomadas para equipamentos como
computador, fax, etc.
' Disposição de telefones em pontos estratégicos (cabeceira, mesa de
trabalho, banheiro).
' correta escolha do mobiliário (dimensões, materiais, design), em fitn-
ção das dimensões do apafiamento e do tratamento das superfícies de
pisos,
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


112

, Corfeto
pisos, paredes
dimensionamento
e tetos. dos atmâtios, em função do tipo de hotel,
com previsão de espaço païa apoio e abertura de malas'
, Definição sobfe a necessidade efetiva de frigobaf ou apenas pequena
geladeira para âgua e gelo, e fespectivas localizações.
. Cuidadosa disposição das peças no banheiro, tendo em vista a
otimizaçáo do aspecto e do conforto em espaço telativamente limita-
do, e a racionalização das instalações hidráulicas em função da prumada
vertical {shafò.
. Na medida do possível, os banheiros devem ter bancada para lavato-
rio, com espelho getal, espelho de aumento, secador de cabelos' to-
mada para barl>eador, portaJenços de papel, bacia, banheita e box'2

Proposta para apartamento econômico


de rede hoteleira, São Paulo, SP

1 - Cama
2 - Maleiro
3 - Mesa de trabalho
4 - Cadeira
5 - Televrsor
6 - Luminária
/ - teteTone
8 - Blackout + Cortina decorativa

Hotel Taj Mahal, Manaus, AM

1 - Cama
2 - Mesa de cabeceira / Crtado
J - 50Ía
4 - Armário
X e)
t^l 5 - Maleiro
6 - Mesa de trabalho
líÒ
t-t l 7 - Cadeira
8 - Televisor
U 9 - Fnqooar
10 - Espelho de aumento
*., 1
1 1 - Barra de segurança
12 - Luminária
IJ
a- L I
1 3 - Cortina para box

14 - Blackout + Voil + Cortìna decoratìva

\
ry

, nos Estados unidos


Atualmente, o bidê não está sendo utilizado, e em alguns países da Europa e
sãoproibidos,porcomportâfemfiscodecontaminaçãodarededeâglapotâve|.
 

Hotel Holiday Inn, Fortaleza, CE

1 - Poltrona
2 - Cama
3 - lVesa de cabeceira / Crrado
4 - Sofá
5 - Armário
6-
7 - Nrlesa
B - Mesa de trabalho
9 - Cadeira
1 0 - Televisor

11 -Frgobar
12 - Cafeteira
1 3 - Abajur

14 - Espelho de aumento
1 5 - Barra de seguranea

16 - Luminária
17 - Box vidro temperado
18 - Blackout+ Voil + Cotina decorativa
 

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OPROJETO 115

Com relaçáo ao mobiliário, podem ser feitas as seguintes observações:


. Os móveis devem ter bom desenho e materiais de qualidade, devem
ser duráveis, não apresentar reentrâncias que dificultem a limpeza e a
manutenção.
. As dimensões das camas devem ser escolhidas em função do tipo e do
padrã,o do hotel e das dimensões do quarto, mas na medida do possí-
vel devem seguir os padrões utilizados internacionalmente.
' Os móvei.s de cabeceira devem proporcionar apoio conveniente païa
o aparelho telefônico, o rádio-relógio, o controle Íemoto de e
também pan de uso ou eventual do hóspede
(óculos, copos, livros).
. As cômodas usualmente adotadas, que têm muitas gavetas e servem
de apoio para ap^relhos de TV, estão sendo substituídas por um armâ-
rio menos comprido e mais alto. Este possui gavetas e espaço para
frigobar na parte inferior, e um compartimento com portas, para aTy,
na parte superior.
. O maleiro pode ser fixo, com local próprio no arranjo do apartamen-
to, ou do tipo dobrável, que pode ficar guardado dentro do armârio
quando náo estâ sendo usado.
' Poltronas e/ou sofás acrescentam condições de conforto ao ariaÍta-
mento, valorizando-o.
' Em hotéis delazer, ou resorts, sofás-camas possibilitam acomodar uma
terceira pessoa ou crianças pequenas no apartamento.
A mesa de trabalho deve oferecer condições adequadas para que o
hóspede possa desenvolver tarefas com o auxílio de equipamentos
pessoais (laptop) ou do próprio hotel, dependendo do caso (aparelho
de fax, impressora, etc.).
Os móveis dos apartamentos são desenhados especificamente para
determinado hotel, visando tanto a exclusividade no design quanto
outros requisitos, como configurações e dimensões dos quartos e limi-
tações de orçamento.
 

HOÏEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Apartamento para pessoas portadoras de deficiências


Acompanhando a tendência mundial de eliminação das Ï>arreiras físicas
às pessoas portadoras de deficiências, a Embratur (Empresa Brasileira de Tu-
rismo), preparou um conjunto de recomendações para a adequação dos ho-
téis a esse tipo de hóspede. Essas recomendações abrangem todas as
dependências do.edifício e particularmente os apartamentos, que devem ob-
seryaÍ a proporção mínima de dois apaftamentos para cada cem unidades.
são as seguintes as recomendações da Embratur quanto a esse aparta-
mento:
. A porta do quarto deve ter largura útil mínima de 0,g0 metro.
. O piso deve ser uniforme, sem saliências e antiderrapante.
' O espaço para circulação interna deve ter largura útil mínima de I
metÍo (ver ilustração abaixo).
' Para o giro completo da cadeka deve haver no apartamento espaços
livres capazes de conter um círculo de 1,50 metro de diâmetro.
' o comando geral para contÍole da luz do teto e de outros equipamen-
tos elétricos existentes no apartamento deve estar localizad,o iunto à
cabeceira da cama.
' Os demais comandos, interruptores e tomadas devem estar localiza-
dos a uma alíua mâxima de I,2O metro e mínima de 0,30 metro.

Apartamento para pessoas portadoras de deÍiciências Íísicas sequndo


recomendaçóes da Embratur

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EsPAÇO REQUERIDO PAU ALTURAs RECOMENDADAS


MOVIMENÌACÁO DE CADEIMDE RODAs
 

O PROJETO

Quanto ao mobiliário:
a Os armários devem ter porta de correr ou abertura de 180o.
o As prateleirase os cabides devem estar a uma altura mâxima de I,20
metro e a prateleira mais baixa, a 0,30 metÍo do piso.
A, cama deve ter altura de 0,52 metro, isto é, a mesma do assento da
cadeira de rodas.
As mesas e as penteadeiras devem tef um vão livre que permita o
acesso de pessoas em cadeira de rodas, ou seja, esse vão deve ter
altura de 0,70 metro a partir do piso, largura mínima de 0,80 metro e
profundidade mínima de 0,60 metro (ver ilustração abaixo)'
Os pés de mesas e penteadeiras não devem ser centrais nem em for-
ma de ctuz.

Bonheiro poro pessocs poriodoÍos de deficiêncios ÍÍsicos


segundo recomendoçóes do Embrotur

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tuFço requêddo para movimenhç3o

Quanto ao banheiro:
. A porta do banheiro privativo do apartamento deve ter larguta míni-
ma de 0,80 metro.
a O piso do banheiro deve ser plano, antidenapante e uniforme'
a O espaço interno livre deve permitir o acesso da pessoa em cadeira
de rodas a todos os equipamentos sanitários.
As dimensões mínimas, que possibilitam o acesso e a circulação de
portador de deficiência em cadeira de rodas, são apresentadas nas
iìustraçòes acima.
o O banheiro deve dispor de cadeira higiênica patabanho.
a O bidê deve ser substituído por ducha do tipo telefone.
 

118 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

L As recomendações com felação ao apartamento especial,3estendem-se,


ainda, Sobfe detalhes do box (piso, barcas de apoio, torneiras e chuveiro), do
lavatório (altura, sifão, torneiras) e vaso sanltârio (distância da parede, banas
de apoio, altura do assento).
Áreas públicas e sociais
Entrada principal e estacionamento
A chegada e a saida dos hóspedes ao hotel podetâ, dependendo do tipo
de hotel, ocorrer através de diferentes meios de transpofie: tâx\ veículo do
próprio hóspede, ônibus de excursão, embarcaÇáo, etc.
particularmente nos urbanos, as chegadas ou partidas de hóspedes e
de outros usuários das dependências do hotel (através de táxis, veículos particu-
lares, ou ônibus) concentram-se em determinados horários, podendo causar con-
gestionamentos, que provocam confusão, atrasos e, em conseqüência, pteltízo
pata aimagem do hotel. Nos hotéis locahzados nos grandes centros, esse proble-
ma é comum devido a limitações dos terrenos e a decorrentes dificuldades de se
criar espaços para manobras de veículos na frente do hotel. Para resolvet adequa-
damente esse tipo de problema é necessário prever e dimensioflar coffetamente
as âreas de acesso e manobra de veículos, de embarque e desembarque de
hóspedes (devidamente protegidos de chuva e sol), de estacionamento de ônibus
e de acesso às garagens (freqüentemente localizadas no subsolo).
próximo à entrada principal deverão ser previstas a cabine de controle e
cobrança do estacionamento e um fácil acesso (escadas ou elevador) dos
manobristas às garagens.
Nos hotéis com pátio de estacionamento ao ar livre é importante que os
veículos fiquem protegidos por coberturas leves e/ou âwotes específicas para
sombreamento, sendo importante considerar que é sempre desejável contar
com um pequeno número de vagas ao nível da entrada para visitantes de
cuÍta permanência.5

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) emitiu, em setembro de 1994, a NBR 9050,
,,Acessibiiidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiìiário e equipa-
mentos urbanos", aplicável a todos os tipos de edificações, e que deve ser obserwada nos proietos
de hotéis em todas as dependências e não apenâs nos apaftamentos especiais.
É importante considerar que, nos hotéis, os carros particuiares costumam ser conduzidos entre a
porta principal de entrada e a garagem e vice-versa por manobristas. Isso determina a necessida-
de de conclições adequadas de circulação nesses pelcuÍsos, de que o manobfistâ possa
entregar o veículo ao seu conclutor original no mesmo local onde o recebeu, geralmente próximo
 

o PROJETO 119

Lobby à entrada do hotel.


resorts localizados em ilhas devem ser previstas uma pequena estação de embarque, ârea de
Nos diferentes
Nos tipos de hotel, o lobby caracteriza-se como o espaço que que os
a embarcação
estar e recepção no continente, onde os hóspedes possam ficar aguardando
transmite ao hóspede
traÍsport^râ a primeira sensação do ambiente em que ele irâ perma-
ao hoteÌ.
necer por um ou vários dias. Nesse sentido, o lobby deve refletir a própria
ímagem do botel, que através da decoraçã"o, do conforto e da eficiência de
serwiços irá proporcionar ao hóspede uma sensação acolhedora.
A porta principal de entrada deve possibilitar a passagem de hóspedes e
visitantes, assim como de carregadores de bagagens. Quando utilizadas portas
giratórias, estas devem seÍ ladeadas por portas específicas parà a passagem
dos carros transportadores de bagagens de grupos. Já as portas automáticas
devem, sempre que possível, ser usadas aos paÍes, separadas por um espaço
que, funcionando como antecãmara, isole térmica e acusticamente o tobbjt.
A partir da porta de entrada, hóspedes e visitantes devem facilmente
visualizar seus pontos de interesse: o balcão de recepção, os elevadores so-
ciais, o balcão de informações, os telefones, o acesso a bares, restaurantes,
âteas de eventos, etc.

-*r t 7L. J
para têclâdo
-supode

f*"'
Corte 1
Corte 2 Corte 3
Escaninhos lmpressora e armário de papel Posição de computado, e guu"à,

As áreas de acesso devem ser claras e desimpedidas; bares, restaurantes


e âreas de eventos devem, sempre que possível, contar também com acesso
externo independente.
É importante considerar no projeto do lobby, independentemente das
suas dimensões:
Espaços pan livre circulação de hóspedes, desimpedidos de obstácu-
los, entre a entrada, o balcão de recepção e os elevadores sociais.
Espaço em frente aobalcào, ou em outro local programado, paÍa que
grupos de pessoas e suas bagagens possam aguardar os procedimen-
tos de registro ou liberação.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

a Áreas de estar para hóspedes e visitantes.


a Áreas livres para circulação de pessoas que se clestinam aos bares,
restaurantes e eventos em hotéis em que o acesso a essas âreas tenha
que ser feito através do lobby.
Tratamento de interiores esmerado, com iluminação natural e/ou arti-
ficial cuidadosamente estudada, enriquecido com obras de arte e, se
possíveÌ, com elementos naturais como vegetação e água. objetos de
artesanato podem, em determinados casos, contribuir positivamente
païa a imagem e a identidade do hotel.
 

Legenoa
circulação de hóspedes
- - Circulaçáo de funcionários
-...........
DesejáveL quando possível em centros
- de eventos de médìo e grande porte

f] unidades presentes
 

HOïËL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Bares e restaurantes
Os restaurantes e os bares derrem estar estrategicamente integrados ao
lobbjt, com fácil ecesso pàïa a ftla. para qlle a qualquer momento do dia ou da
noite as pessoas tenham livre acesso a eles.

I LozÌnna II cozrnhê |
I leím na
I
I
termlnal I

I I

Cozinha principal

Iegenda
atr. ,l:r;n do hncnodo<

- - - Circulação de funcionários
 

o PROJETO 125

Bares e restaurantes são elementos presentes em - praticamente todos os

hotéis, com exceção dos de tipo econômico ou de padráo muito baixo. Embo-
ra os investimentos sejam grandes e nem Sempre compensadores sob o ponto
de vista da receita, bares e festaufantes são serviços importantes pafa os
hóspedes e essenciais para conferir ao hotel padtáo de qualidade.
Nos hotéis maiores é comum a existência mais de um bar ou restau-
fante, tendo em vista principalmente a conveniência dos hóspedes, mas tam-
bém a receiÍa que eles podem proporcionar. Oferecendo aos hóspedes
alternativas de cardãpio, de ambientes e de tipos de serviços é possível mantê-
los mais tempo no hotel, freqüentando seus bares e restaurantes em vez de
estabelecimentos concoÍrentes.
No entanto, o número de bares e festaufantes, que não guarda necessa-
riamente proporção com o número de apartamentos, deve ser decidido atra-
vés de um cuidadoso estudo de viabilidade que leve em consideração, entre
outros fatores, a locahzação do hotel, o mercado de clientes potenciais e a
concorrência representada por bares e restaurantes da vizinhança'
De qualquer modo, como regra geral e pelas tazões apontadas, desde
que respeitadas as condições de mercado e com o mesmo número de lugares,
é preferível que o hotel possua mais de um bar um restaurante.
Com relação à localização, deve ser observada para bares e restaurantes
a regra bâsica que determina como condição essencial de sucesso o acesso
conveniente a partir do lobby. E como eles não são exclusivos para hóspedes,
é importante o acesso fâcll também para quem vem de fora, se possível dire-
tamente da rua. Como essa segunda condição é possível apenas em alguns
casos especiais, o que se deve buscar é um lobblt facilmente visível a partir da
entrada principal ou de uma entrada especial, que estimule emvez de inibir a
ida ao restaurante ou ao bar. O que se deve evitar, por outro lado, são locali-
zações escondidas ou situadas em outros pavimentos, dependentes de esca-
das acanhadas e corredores tortuosos. Restaurantes de cobertuta, por exemplo,
raramente são bem-sucedidos, a náo ser quando proporcionam vistas deslum-
brantes ou têm comida e serviços excepcionais; mas mesmo estes devem
contar com recepção própria, em baixo, e elevadores exclusivos.
Cadabar e restaurante deve ter seu apoio de serviço ou sua cozinha em
terminais adjacentes e interligados com a cozinha principal (que no caso de
um único restaurante é sua própria cozinha ) e com as demais áreas de supri-
mento (despensa, adega, central de gelo, etc.). Embora esse não seja um
requisito fundamental, a proximidade da cozinha principal é altamente dese-
iável, assim como é desejável que ela se situe no mesmo nível. Quando isso
 

126 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

náo é possível, é indispensável contaÍ com um sistema de circulaçáohorizon-


tal e vertical (elevadores e/ou monta-cargas) adequado e bem-dimensionado.
Alocalização dos bares e restaurantes de hotéis está, assim, duplamente
comprometida com a sua acessibilidade e com as instalações de serviço.
Embora náo haja regras que determinem o tamanho ideal de Íestauran-
tes de hotel, geralmente, para garantk um excelente padrão de qualidade dos
serviços, recomenda-se um número aproximado de cem lugares. Quando por
tazões de organização do espaço físico não for possível implantar mais de um
restaurante, havendo no entanto condições de implantar um restaurante mai-
or, recomenda-se dar a esse restauÍante único flexibilidade païa funcionar,
com eficiência, nas diferentes situações que se apresentam ao longo dia
(café da manhã, almoço, châ da tarde, happy bour, jantar, etc.) Setorizar esse
restaurante, criando ambientes diferenciados, se possível com separações para
grupos com número variâvel de pessoas, pode contribuir para a flexibilidade
mencionada sem perda da qualidade da decoração conveniente pan cada
situação. No item "Dimensionamerìto" serão apresentados parâmetros para
dimensionamento do restaurante único, bem como índices médios de ârea
por assento nas vârias categorias de restaurante.
Além de estrategicamente localizados e corretamente dimensionados,
os restaurantes devem ser cuidadosamente projetados quanto:
. Ao tratamento dos interiores, visando diferenciá-los e reforçar sua iden-
tidade, por exemplo, estabelecendo uma relação com os respectivos
cardápios e suas procedências.
. Ao arranjo de mesas, que deve ter flexibilidade para aÍender grupos
com número variado de pessoas, permitindo que a junçáo ou a sepa-
nçáo de mesas possa ocorrer com facilidade, sem perturbaÍ os usuá-
rios e sem diminuir a qualidade dos serwiços.
. Ao coÍreto dimensionamento dos espaços païa mesas e circulação em
função do padrão do hotel e do restaurante.
. Ao tipo de mobiliário, que deve ter design compatível com o trata-
ffrento dado aos interiores e características ergonômicas que proporci-
onem o devido conforto aos seus ocupantes.
. À iluminaçáo, paÍa complementar evalorizar a decoração pretendida.
. À acústica do ambiente, privilegiando as conversas, mas compatível
com música ambiente ou ao vivo, conforme o caso.
Os bares podem ser de vários tipos: bar de lobby, piano-bar, bar de
piscina, etc. Cada um apresenta requisitos especiais de decoraçáo, e os proje-
 
 

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O PROJETO 131

tos devem considerar as especificidades. Podemos fazer as seguintes observa-


ções gerais:
' Os bares fechados costumam ser ambientes ruidosos, por causa das
conversas em voz aIta, das comemorações, etc., sendo necessário cui-
dado especial no tratamento acústico tanto das superfícies internas
(pisos, paredes, teto, estofados) quanto das paredes e vedações volta-
das pan outros ambientes do hotel.
' Junto aobalcáo, o piso da área de serviços deve estar em nível sempre
mais baixo (cerca de 50 centímetros) que o nível do salão, para que os
barmen, em pé, possam atender a usuários sentados, preferencial-
mente em cadeiras ou poltronas de altura normal.

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134 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Area de eventos
Hoje em dia, os locais para evefitos são obrigatórios em hotéis de vários
tipos e tamanhos, taI a importància que reuniões, festas, congressos e exposi-
ções têm no competitivo mercado hoteleiro.
O turismo relacionado com congressos e conferências cresce a taxas
que se aproximam de 10 por cento ao aíro, e mais de 100 milhões de pessoas
se hospedam em hotéis para participar desses eventos. Em cidades como São
Paulo, por exemplo, a ocupação dos hotéis está intimamente ligada aos negó-
cios e à grande quantidade de feiras, exposições e congressos que a cidade
abrtga. Mas mesmo em outras cidades com apelos turísticos mais diversifica-
dos, os eventos têm cada dia mais importância para a manutençáo da aÍivida-
de hoteleirainstaladaepara o surgimento de novos hotéis. Como decorrência,
verifica-se um constante esforço dos hotéis de vários tipos e localizações para
implantar âreas destinadas a eventos ou ampliar as jâ existentes.
Essas áreas podem variar de apenas algumas poucas salas para reuni-
ões, pequenas ou de médio porte, até grandes centros de convenções ou
congressos, que reúnem salas e salões de tamanhos variados e em condições
de acolher, simultaneamente, diversos tipos de eventos de variadas dimen-
sões.
Embora nào haja qualquer parâmetro que relacione diretamente o nú-
mero de apartamentos com as proporções das âreas de eventos, estas costu-
mam ser menoÍes em hotéis com pequeno número de apartamentos. Grandes
centros de convenções, por süavez, estão freqüentemente associados a hotéis
de maior porte. Hotéis maiores podem mais facilmente dar suporte a eventos
que reúnem centenas ou milhares de pessoas e que demandam sistemas com-
plexos de infra-estrutura e equipamentos, além de serwiços de vaúadas natu-
rezas. Apenas grandes hotéis podem proporcionar os serviços de hospedagem
e alimentação nas proporções exigidas nesses casos, principalmente quando
situados em lugares isolados.
Compõem as âreas de eventos as salas e/ou os salões, o foyer e as
instalações de apoio e serviços, constituídas por administração de eventos,
chapelaria, sanitários, cabines de projeção e de tradução simultânea, cozinLra
ou copa de distribuição depósito de móveis. Alguns cerÌtros de eventos
maiores possuem, ainda, área especial para exposições e auditório, além do
salão, usualmente designado como ballroom.
As áreas de eventos devem estar localtzadas no pavimento térreo ou
logo abako ou acima, tendo em vista facilidades de acesso, principalmente
para saída das pessoas em casos de emergência. Essas âreas devem ser aces-
 

O PROJETO 135

síveis a païtir do lobby e, quando possível, principalmente nas áreas de even-


tos de maior porte, contar com acesso próprio a partk da rua.
As salas e os salões devem ser planejados e projetados tendo em vista a
maior flexibilidade possível, de modo a poder formar ambientes de dimen-
sões variáveis, capazes de comportar eventos de diferentes portes. Essa flexi
bilidade é importante e muito conveniente ao hotel, pois possibilita a adaptaçáo
às diferentes solicitações do mercado e facilita a ocupação das instalações de
eventos por mais tempo. Assim, o ballroom - necessário apenas em grandes
eventos e muitas vezes apenas nas solenidades de abertura e encerramento -
deve, idealmente, resultar da incorporaçáo de um conjunto de salas menores,
adequadas a eventos pequenos e a trabalhos paralelos e complementares dos
eventos maiores.
Divisórias especiais, disponíveis no meÍcado, são facilmente deslocáveis
e recolhíveis, e proporcionam amplas possibilidades de junção e sepançáo
de ambientes. Essas divisórias possuem ainda as propriedades acústicas necessá-
rias para garantir o isolamento de sons e ruídos entre as salas, e viabilizam a
realizaçáo simultânea de eventos ou atividades diferentes.
São mais valorizados salas e salões com pés-direitos altos, pois eles cons-
tituem importante fator de diferenciação e valorizaçã,ct cl,: :spaços para eventos.
 

Cround Floor-Ballroom
 

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1 - Fover
I - 5AtaS
3 - Auditório
4 - Palco
5 5anitário
6 - Areas de servtço
7 - Depósito
8- GeÌência de eventos
9 - Serviço de bar
10 - Chapelaria
11 - Terráço/Expos(ões
12 - Camarins
 

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1 - Entrada principal
2 - Entrada de evéntos
3 - Lobbv
4 - Fovef
5 - Salóes
6 Auditório
7 - Sanitários
B - Telgfones
v - Lola
10 - Administração
| | - tvenÌos
12 - Recepção
 

O PROJEÏO

Há outros aspectos a serem observados no projeto de salas e/ou salões


para eventos:
. O tratamento acústico das salas deve atentar náo apenas païa evitar a
transmissão de sons e ruídos entre salas, mas também ser adequado
para os diferentes tipos de eventos, que demandam diferentes solu-
ções de pisos, paredes e forros.
. O forro deve ter tratamento acústico para garantir um isolamento de
sons compatíveI com o isolamento proporcionado pelas divisórias e
os outros elementos de cada sala ou salão.
. O forro deve possibilitar fácil manutenção das instalações nele conti-
das (iluminaçáo, som, detecção de fumaça, sprinklers, condicionado-
res de ar, telas com comando elétrico, caixas acústicas de potência
maior, trilhos para suporte das divisórias acústicas), assim como possi-
bllitar a adiçáo de outras instalações para eventos especiais.
. O sistema de som deve atender, com igual qualidade, de reuniões nas
salas pequenas a banquetes e até espetáculos musicais, que podem
ser realizados nas mesmas salas, só que agrupadas na configuração de
ballroom.
. A iluminação deve combinar diferentes tipos de làmpadas, com o ob-
jetivo de se adequar aos diferentes tipos de eventos.
. O sistema de ar-condicionado deve dispor de controles que possibili-
tem o acionamento individual de cada sala.
. Devem ser previstas tomadas de força e de telefone (espaçadas a cada
J metros, aproximadamente) ao longo das paredes ou no piso, junto
às dìvisórias, de cada sala e salão, e também do foyer.
. As instalações elétricas e de comunicações devem considerar a possi-
bilidade de equipamentos complementares de som em casos de espe-
táculos, assim como transmissões por televisão.
. Poderá ser conveniente preveÍ acesso especial ao salã.o (separado do
público) para autotidades ou artistas.
. Deverão ser consideradas as necessidades de instalações para tradu-
ção simultànea e projeções de diferentes tipos.
O foyer -
ante-sala da ârea de eventos - é utilizado nas atividades co-
nhecidas como pre.function e nos intervalos das sessões (inscrições e distri-
buição de crachás e de material promocional, serviço de café, etc.). Ele deve
se comunicar diretamente com o lobby, no mesmo nível, ou através de esca-
das e/ou escadas rolantes quando em níveis diferentes, e deve ser acessível
diretamente a partir de âreas externas. Elevadores não devem ser meios de
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

@@o@ooo@o@o@

Legenda

ríì
-/ Luminárias

  Grelha de insuflamento/retorno ar condicionado


@@ooo@@oooo@
@o@@@@oooo@@ o Sprinkler

tr Caixa acústica

acesso preferenciais, por não darem vazão adequada ao gÍande afluxo de


pessoas ao término dos eventos.
Os auditórios, quando existem, devem se interligar com as salas e salões
affavés do foyer, de modo que se possa integrar o conjunto de instalações
dedicado a eventos. Quando dotados de palco, camaÍins e outros requisitos,
podem funcionar como teatro. Nesses casos, é desejável que disponham, além
dofoyer de eventos, também defoyer próprio, interligado ao primeiro e com
acesso direto e independente a paítir da rua, podendo funcionar com autorìo-
mia em relaçào ao centro de eventos.
As instalações de serviço complementam as âreas de eventos, constituin-
do retaguarda indispensável à adequada opençáo das mesmas. Devem se inter-
ligar com as demais âreas de serwiço do hotel elocalizar-se, em relaçáo às salas
e salões, em posição oposta àdofoyer e à das áreas de circulação de público.
O depósito de móveis, destinado à guarda dos diferentes tipos de mó-
veis utilizados nos diferentes tipos de eventos, deve ter dimensões compatí-
veis e localizar-se tão próximo quanto possível, preferencialmente no mesmo
nível, das salas e dos salões. A proximidade se justifica em função da rapidez
com que a transformação das salas e dos salões tem que ser feita; no intervalo
de menos de uma hora é preciso alÍ,erar suas configurações, transformando-os
de auditórios ou salas de reuniões em um Iocal para banquete, por exemplo.
 

O PROJETC)

I
-*T----l- -Ì--
lll
Elevador€s llt
de seruço

fr
Elevâdorês

de público Lobby Acesso


de público

Legenoa
Ctrculação de hóspedes
- - - Circulação de Íuncìonários
-

Administracão

Recepção
A recepção é responsár,el pelo registro e por um conjunto de atividades
de informação e dos hóspedes. Na recepção se estabelece o primeiro
contato do hóspede com o pessoal do hotel. Como já mencionado, ela deve
estar localizada em uma posição estratégica, ou seja, ser facilmente visível
desde a entada principal e permitir a total visualizaçã,o dos acessos às áreas
de hospedagem (corredores e/ou elevadores).
O balcão deve ser funcional, garantindo ao hóspecle conforto e acesso
às informações desejadas, e aos funcionários, as condições e os equipamentos
necessários à prestação de serwiços do mais elevado padrão. Ao lado da re-
cepção localizam-se os caixas, os cofres de segurança, o depósito de baga-
gens e, tão próximo quanto possível, as âreas administrativas de apoio e as
gerências de recepção e hospedagem.
i
 

't44 HOTËL: PLANEJAMENTO E PROJETO

O espaço em frente ao balcão deve ser dimensionado para acomodar


I
I
confortavelmente os hóspedes e seus acompanhantes durante o check-in e o
L
I
check-out. É preciso lembrar da presença freqüente de gftipos, que geram
uma considerâvel aglomeração nas proximidades do balcão.
A ârea da recepção deve se comunicar diretamente com a área de admi-
nistração do hotel.

Gerente de
hospedagem
-T-- Admìnistração
I

t-l
tn
tt.l-
-l
EêvddoÍ€s
I

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Contro e / apartamento
llarwrel
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|-li-
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Balcão / recepção Balcão / caixas
l'".I

Hóspedes
Legenda
Circulaçáo de hóspedes
- - - Circuièçáo
-
 

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o PROJETO 147

Áreas administrativas
As áreas destinadas à administraçã.o são geralmente definidas pela em-
pÍesa responsável pela operação do hotel. O diagrama funcional apresentado
corresponde às necessidades de âreas para a administração de um hotel de
gtande porte, a saber: reservas, cPD, centrul de segurança, vendas, gerência
de marketing, A&8, patrimônio, controller, etc., além das áreas de contabili-
dade, compras, pessoal, recÍutamento e seleção, treinamento. ambulatório
médico, posto bancário, etc.
É importante observar que as áreas da administraçáo podem seÍ agrupa-
das conforme seu relacionamento com hóspedes, público, fornecedores e fun-
cionários. Os diferentes grupos assim constituídos podem estar reunidos em um
único local ou ser separados em diferentes locais (ou pavimentos), respeitada a
acessibilidade das diferentes categorias de pessoas com as quais se relacionam
e garantida a ligaçáo, através de corredores, escadas e elevadores, entre eles e
as âreas de serviço, de recepção, públicas, sociais e de hospedagem.
os grupos segundo os quais pode ser dividida a adminLstração são:
' A gerência, que compreende a sala do gerente geral e de outros geren-
tes, conforme o caso, secÍetaria geral. salas de reuniões e espera. A
gerência deve ser acessível aos hóspedes, a pessoas de fora que neces-
sitem entrar em contato com a alta administração do hotel e aos fun-
cionários. As salas da gerência podem se situar no pavimento de entrada,
em mezanino ou nos pavimentos imediatamente superiores ou inferio-
res' O dos hóspedes e do público externo às dependências da
gerência pode ser feito por escadas pelos elevadores sociais. O acesso
dos funcionários deve se dar por escadas e elevadores de serviço.
' os setores de vendas, reservas e marketing, que apresentam Íequisi-
tos de localizaçáo semelhantes aos da gerência, tendo em vista os
contatos com público externo de nível social semelhante.
' Os setores de contabilidade e recursos humanos (recrutamento e sele-
çào, teinamento e administraçã.o de pessoal), que têm relações ape-
nas eventuais com público exteÍno. Esses setores podem sifuar-se em
outros pavimentos que não o térreo, porém com fácil acesso a party
de via pública, em função do recrutamento de funcionários.
' O setor de compras, que mantém muitos contatos com vendedores e
fornecedores, deve também estar estrategicamente localizado próxi-
mo à entada de serwiço.
' O setor de protocolo, que preferencialmente deve situar-se próximo à
entrada de serviço.
 

148 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

. O ambulatório, que por exigência legal deve existir nos hotéis a pattir
de determinado porte' destina-se prioritariamente ao atendimento dos
funcionários, assim como a exames médicos que antecedema admissão
de funcionários. Sua localizaÇáo, pofianto, deve ser definida com base
nessa função. O ambulatório precisarâ dar atendimento a hóspedes em
caso de emergência. Por isso deve-se cogitar a possibilidade de colocá-
lo em um lugar facilmente acessível a funcionârios e hóspedes.
Deve-se considerar a importância de reduzir o número de entradas e,
conseqüentemente, o número de controles necessários, tendo em vista a pró-
pria eficiência do Contfole e a economia de instalações, equipamentos e' prin-
cipalmente, funcionários.
Engenharia e manutenção
O setor de engenharia e manutenção, subordinado à gerência de
patrimônio, recebe também pessoas de fora, mas relaciona-se predominante-
mente com o pessoal próprio de manutenção. Sua localização tem mais a ver
com as oficinas e o almoxarlfado. É importante que as âreas de controles
operacionais (CCO, central de segurança/som/TY, etc.) fiquem próximas ao
setor de engenharia.

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Entrada de
seruiço

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Legenda
c r.ulação de hóspedes
circu ação de Íuncionários
- - -
Circulação de público externo
-"......
---..--* c rculaçáo desejável, quando possivel
 

O PROJETO

Area oe servtço
íl

Acesso e instalações para empregados


o acesso de empregadosdeve ser feito por uma entrada independente
e exclusiva, controlada 24horas por dia, na qual cada empregado é identifica-
do através de crachâ ou cartão magnético.
Na entrada, após a identificação, a maior parte dos funcionários recebe
uniforme e toalha de banho, toma banho e troca de roupa no vestiário, regis-
tra a entÍada (relógio de ponto) e dirige-se à sua ârea d,e trabalho. Na o
fluxo é inverso até a guarita de controle. Ali o funcionário pod,erá. passar por
uma revista, conforme rotina estabelecida pela administração.
Praticamente todos os empregados de um hotel, à exceção dos gerentes
e do pessoal da administração que não têm contato com o público, usam
uniformes. os vários tipos de uniformes devem estar disponíveis para as dife-
rentes categorias de funcionários rogo após a entrada no edifício.
os uniformes podem ficar dobrados e dispostos em prateleiras em uma
sala especial, paru que a entrega aos funcionários seja feita atavés de um
balcáo. outra forma de disposição dos uniformes , adotada em alguns hotéis,
cabides devidamente identificados e protegidos poÍ capas com zíper.
Na entrada, o funcionário recebe seu cabide, dirige-se ao vestiário, e, após
vestir o uniforme , utiliza o mesmo cabide para coloc ar a roupa que acabou de
tirar' que a seguir é pendurado no mesmo cabideiro onde originalmente esta-
va o uniforme.
Essas duas formas de disposição dos uniformes repercute nos vestiários.
No primeiro caso os vestiários precisam ter armârios individuais para cada
funcionário. No segundo, dispensam-se esses armários, com economia de
espaço e de mobiltário, além de outras vantagens relacionadas com seguranÇa
e controle. Apesar das vantagens dessa segunda alternativa, há nítida prefe-
rência dos funcionários pela solução com armários individuais,6 pelas facilida-
des oferecidas para guarda de objetos pessoais (bolsas, sacolas, produtos de
higiene e beleza, etc.).
Os sanitários e v.estiários para funcionários devem ser dimensionados
como indicado no capítulo correspondente, e no projeto dos mesmos deve
ser observado o seguinte, o caso:
' Os vestiários devem ser localizados tão próximo quanto possível da
entrada de funcionários.

Exigido pela Lei NR 24 - condições Gerais e de conforto nos locais de Trabalho


das Leis do Trabalho. - consoÌidação
 

1s0 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

tL . Os funcionários do hotel apresentam diferenças de qualificação e de


condição social, e? conseqüentemente, têm hábitos higiênicos distin-
tos. Em função disso, pode-se prever, particularmente nos hotéis de
maior porte, vestiários diferenciados para duas ou mais categorias de
funcionários. No entanto, vestiários únicos bem planejados e
dimensionados podem perfeitamente acolher empregados de condi-
ções sociais muito distintas, contribuindo para a convivência necessá-
fra a Lrína equipe de trabalho e pafa a elevaçáo geral dos padrões de
higiene.
O refeitório dos funcionários deve ser dimensionado conforme sugestão
no capítulo "Dimensionamento", observando-se também a NR 24.3 e/ot a
legislação municipal ou estadual específica. Sua localizaçáo deve levar em
consideraçào o fâcil acesso dos funcionários e também a proximidade e/ou
condições de comunicação com a cozinha onde estará sendo ptoduzida a
comida.
No projeto do refeitório devem ser considerados ainda os seguintes
aspectos:
. Espaços paraa formação de filas no acesso ao refeitório, de modo a
não obstruir os corredores,
. Adequada disposição e dimensionamento das instalações e dos equi-
pamentos para distribuição alimentos e lavagem de bandejas,lou-
ças e talheres.
. Localização do guichê paru a devolução debandejas, observando-se o
fluxo natural de saída das pessoas do refeitório-
As áreas para descanso e Iazer desttnam-se a proporcionar um local de
permanência dos funcionários nos intervalos e nas folgas, principalmente após
as refeições. Nos hotéis afastados das regiões centrais da cidade, onde os
tefíenos Costumam Ser grandes, As âteAs extefnas Cumprem em pafte eSSa
função, reduzindo a importância ou as dimensões desse tipo de ambiente em
recinto fechado. Nos hotéis caracteristicamente urbanos, uma sala para uso
dos funcionários torna-se indispensável no sentido de lhes proporcionar con-
forto e de evitar que, por falta de alternativas, eles venham a tef que ocupaf
outras âreas do hotel, causando inconveniências. Essa mesma sala pode funcio-
nar também como Local para treinamento.
Área de recebimento e triagem
Os hotéis são grandes receptores de uma enorme variedade de bens
destinados ao consumo dos hóspedes e demais freqüentadores das suas de-
 

O PROJETO
destinados

Legenda
An
ClÍculação de hóspedes
Acesso de
- - - CifcuÌação de funcionáfios
funcionários
-

Restaurante Restaurantes Eventos

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- - Circu âção de Íuncionários L-t
C rculação de público externo
Carga e
descarga
 

t)z HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

pendências e necessários à sua operação e à manutenção de suas instalações.


Todos os bens envolvendo alimentos e bebidas, produtos de higiene e limpe-
za, ttrateriais de manutenção, etc. devem passar por um primeiro controle
junto à via pública, na entrada de serwiço, antes de chegar à ârea de recebi-
mento propriamente dita. Nesta, todas as mercadorias passam por um segun-
do controle, mais completo e rigoroso, attavês de procedimentos variáveis,
antes de serem consideradas recebidas e encaminhadas para âreas específicas
de disposiçào e/ou
^rrl.azenagem.
A ârea de recebimento compreende:
. Area para estacionamento e manobra de caminhões ou uans.
. Plataforma paÍa descarga de gêneros alimentícios e outros produtos
de uso do hotel.
. Area exclusiva para a triagem de gêneros alimentícios.7
. Pequeno escritório ou poslo de controle.
. Compartimentos para lixo seco e càmaras frigoríficas para lixo úmido.
. Depósito para vasilhames.
A, ârea pata estacionamento de veículos de entrega de mercadorias e
coleta de lixo pode variar em função do tamanho e da \ocalizaçáo do hotel (e
do número de restaurantes e da ârea de eventos). Bla depende do número de
veículos que estacionam ao mesmo tempo no pátio e da freqüência com que é
feito o abastecimento e a remoção do lixo, que é mais espaçada e com veículos
provavelmente maiores em cidades pequenas ou em Iocalizações isoladas.
A ârea de recebimento, que inclui a ârea de estacionamento, deve ser
protegida por cobertura e ter pé-direito suficiente para possibilitar operações
de carga e descarga dos diversos tipos de produtos pelos diferentes tipos de
veículos comumente utilizados na cidade ou região em que se localiza o
hotel.
Na plataforma de carga e descarga deve ser prevista uma cabine ou um
posto de controle de entrada e saída de produtos, uma balança e uma ârea de
triagem onde todos os produtos que chegarem serão, conforme o caso, retira-
dos de suas embalagens, limpos e acondicionados em contêineres padroniza-
dos do hotel para serem transportados aos respectivos locais de armazenagem.
As fi'utas e as verduras higienizadas e transferidas païa
recipientes próprios antes de serem conduzidas para as cànaras frigoríficas.
Na plataforma de ce;rga e descarga deve haver nítida separaçã.o entre os fluxos
de alimentos e os de outras mercadorias. A ârea de remoção do lixo, com o
I

' Portaria número 6 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


 

O PROJETO
t)5

depósito de lixo seco e a càmara de lixo refrigerado, deve ficar afastada da


área de triagem de alimentos.
Armazenagem de alimentos e bebidas
A ârea de armazenagem de alimentos deve ter espaços separado s para
alimentos secos, refrigerados (câmaras com temp eratura entÍe 0 e 2 graus
Celsius pan alimentos frescos e entre 4 e 6 graus Celsius para vegetais e
legumes) e congelados (câmara com temperatura de -20 graus Celsius para
armazenagem por tempo prolongado).
No planejamento e no projeto das âreas de armazenagem de alimentos
devem ser consideradas situações distintas, como por exemplo a de üma
única cozinha central e a de vârias cozinhas (principal mais as de terminação
de restaurantes e de banquetes) distribuídas pelo hotel, assim como as condi-
ções e os métodos de transporte de alimentos entre elas. Dependendo do
porte das diferentes cozinhas e das condições cle transporte, serão necessárias
áreas complementares de armazenagem imediatamente próximas às mesmas.
No item "Dimensionamento" são apresentados paràmetros para a distri-
buição percentual dos diferentes tipos de armazenagem de alimentos e bebi-
das.
A dimensão dessas ãreas é função não só do porte do hotel e da quan_
tidade de bares, restaurantes e instalações para eventos, mas da sualocahza-
ção, em face da freqüência e da confiabilidade do abastecimento.
Há no mercado càmaras frigoríficas modulares, constituídas de painéis pré-
fabricados revestidos de chapas meúlicas isoladas termicamente) que proporcio-
nam grande flexibilidade de tamanhos e de ananjos. É impoftante obselar que o
piso das càmaras frigorÍficas deve estar no mesmo nível do da cozirúta, e que para
isso é necessário prever rebaixamento do piso para isolamento térmico.
Preparo de alimentos
A produção de alimentos em hotéis, particularmente nos hotéis de mé-
dio e grande portes, tem todas as características de um processo industrial de
produção, em que a qualidade, a confiabilidade, a eficiência e a economia são
fatores preponderantes. cozinhas bem-plane jadas edimensionadas, com equi-
pamentos modernos, são o primeiro requisito a implantação de um pro-
cesso de produçáo adequado. Daí a necessidade de confiar o planejamento
do processo, o dimensionamento das instalações e a especificação dos equi-
pamentos a profissionais especializados.
Determinados critérios de planejamento e projeto para os serviços de
alimentaçáo em hotéis contribuem para racionalização e a eficiência dos
^
serviços e da mão'de-obra utilizada. A centralização é um deles. Em muitos
 

154 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

hotéis modefnos, parte significativa da armazenagem eum do preparoEm alimen-


de muitos
tos é feita de maneira centralizada, o que oferece muitas vantagens em termos
de maiores escalas de operação e facilidade de controles, com utilização mais
eficiente dos equipamentos e do pessoal. Com a produção centralizada é
possível, por exemplo, estabelecer programas por meio dos quais o preparo
de alimentos que podem ser conservados sob condições especiais é antecipa-
do em dias e até em semanas, liberando espaço, equipamentos e mão-de-
obra para a produção daqueles itens que devem ser preparados imediatamente
antes de serem servidos.
Os itens produzidos antecipadamente em cozinhas centralizadas podem
abastecer outras cozinhas de apoio distribuídas pelo hotel. Para isso é preciso
haver facilidade de circulação horizontal e/ou vertical. Desde logo fica evi-
dente a conveniência de localizar restaurantes e bares no mesmo nível, com
as fespectivas cozinhas e âreas de apoio adjacentes à cozinha principal.
As cozinhas podem ser organizadas em setores ou em compartimentos
separados para o prepafo de diferentes tipos de alimentos (carnes, peixes,
verduras, pães e doces, etc.) Essa forma é recomendâvel porque, entre outras
vantagens, permite proporcionar condições de tempefatura e umidade ade-
quadas a cada tipo de alimento.
Por exigirem um complexo sistema de instalações (água quente e ftia,
vapor, gás, eletricidade, ventilação e exaustão forçadas, além de ar-condiciona-
do em determinados setores), são desejáveis pés-direitos (entre o piso e a base
das vigas no teto) suficientes pan permitir a disposição de coifas de exaustão e
de diferentes feixes de instalações. Por razões de higiene, é desejável a coloca-
ção de um forro que pfoporcione uma superfície tão lisa quanto possível.
Da mesma forma, as superfícies de pisos e paredes devem ser lisas,
resistentes e de fácil manutenção e limpeza. É necess^tia etenção especial ao
piso, que deve ser resistente ao ataque de produtos químicos , fâcil de limpar
e antiderrapante. Este último requisito é muito impoÍtante em face da inevitâ-
vel presença de resíduos de gordura. Outro cuidado a ser tomado tem a veï
com a drenagem do piso e a quantidade de grelhas necessárias para evitar ao
máximo a pÍesença de âreas molhadas (e com resíduos de gordura). Sua
interferência na estÍutufa deve ser antecipada no pof meio de
buracos nas lajes e nas vigas ou com enchimentos para a elevaçáo do piso,
com a instalação de telas pré-filtrantes de resíduos.
De modo geraI, as cozinhas contam com os seguintes setores:
' Cocção básica.
' Despensa e càmaras frigoríficas de uso diário.
 

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1 - Vestrános 11 -Bar
2 - Almoxarifado 1 2 - Controle

3 -WC 13-Vasihames
4 - Lixo 14 - Equ pamentos
5 - Câmaras frigoríficas 1 5 - ReÍeitórios

6 - Preparo 16 - Aquecedores / Caldeiras


7 - Padaria / conÍeitaria 17 - Marcenaria
8-Pub 1 8 - Cozinha de eventos

1 9 - Manutençáo

10 - Cozinhas 20 - Pátio descoberto


 

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L
I
HOTEL: PLANEJAMENTo E PROJETo

. Preparo de saladas e pratos finos (garde manger).


. Higienizaçáo (lavagem de panelas e utensílios).
' serviço de quarto (room seruice), que pode ser feito pela cozinha
principal ou por uma das demais cozinhas.
. Padafia e confeitaria.
' Preparo final.
. Bar central (bar de serviço, atende aos garçons).
. Sala da administração (chefe de cozinha).
Quando hâuma única cozinh^ central, ela exerce todas as funções men-
cionadas. Quando há outras cozinhas - terminais dos restaurantes elas são
-,
responsáveis pelo preparo final, e uma delas pode, eventualmente, ser desig-
nada para o room seruice. A cozinha de banquetes pode ser terminal, mas
costuma ser dimensionada equipada apen s para a montagem dos pratos e
par^ o serwiço de distribuição dos alimentos preparados na cozinha principal.
cada cozinha deve contar com seu próprio setor de higienização.
Como as cozinhas são grandes consumidoras de energia elétrica, âgua
quente e fria, gâs, vapor, etc., a correta avaliaçáo do consumo de cada um
desses itens influencia significativamente o dimensionamento dos respectivos
sistemas, com seus equipamentos correspondentes.
Lavanderia / governança
Lavandeúas são instalações que requerem áreas relativamente grancles
e equipamentos custosos, Merecem, portanto, planejamento e projeto cuida-
dosos, sempre precedidos de estudo e/ou decisão relativos à conveniência ou
à possibilidade de terceirização dos serviços como alternativa à instalação de
lavandeúa própria. De porte variãvel, dependendo do tamanho e da diversi-
dade das instalações, as lavanderias de hotel têm sempre caÍacterísticas de
instalações industriais, e requeÍem a interwenção de especialistas para subsi-
diar os projetos de arquitetura e de instalações, o dimensionamento, o layout
e as especificações dos equipamentos.
Geralmente, as lavanderias de hotel apresentam setores operacionais
com características distintas: um destinado às roupas do hotel (roupa de cama,
banho e mesa), outro que cuida das roupas dos hóspedes, um terceiro desti-
nado a trabalhos de costura e, finalmente, um quafio setor onde são monta-
dos os carros que abastecem
As roupas de cama e banho, as toalhas e os guardanapos devem chegar
através do duto de roupa, cuja prumada (localizada junto à rouparia dos
andares de hospedagem) deve condicionar
 

o PROJETO 159

andares
um espaçode hospedagem) deve condicionar
pata a acumulação a localizaçã.o
das roupas que vão sendodalançadas.
lavanderia nos
Estas
precisaminferiores.
andares Nouma
passar por localtriagem
correspondente à projeção
imediatamente, antesdododuto deve serpata
transporte previsto
as
máquinas de lavagem. A existência do duto de roupas em hotéis verticais é
recomendável por poupar o uso dos elevadores de serviço, que são utilizados
apenas para o transporte das roupas dos hóspedes, pouco volumosas. Em
hotéis horizontais e naqueles onde nào hâ duto de roupas, estas chegam à
lavanderia em carros apropriados, e devem também contar com espaço pàrà
acumulação antes do início do processo de lavagem.
As roupas dos hóspedes devem ser manuseadas com mais cuidado. Elas
devem ser conduzidas à lavanderia acondicionadas em pequenos sacos, ou
envelopes plásticos, identificados individualmente. Como seu volume é pe-
queno, elas não repÍesentam sobrecarga nos elevadores de serviço.
Por conta da conveniência de se instalar dutos de roupas, a lavanderia
deve localrzar-se sempre abaixo dos andares de e preferencial-
mente abaixo também dos andares onde selocalizam os restaurantes, o refeitó-
rio de empregados e os locais de eventos. Na localizaçáo dalavanderia devem
ser consideradas ainda facilidades para ventilação, natural ou mecânica. Quan-
do localizada no subsolo, os requisitos de ventilação e exaustão são ainda mais
rigorosos, tendo em vista os equipamentos a gâs, que necessitam de ventilação
especial acoplada a um sistema de alarme em caso de vazamento.
Na lavanderia, o processamento das roupas é feito com a utlhzaçáo de um
conjunto de equipamentos: lavadoras extratoras, secadoras, lava-seco, tira-man-
chas, calandras e outros. As dimensões desses equipamentos, o calor gerado
por eles e as condições especiais de ventilação e exaustão exigidas determinam
pés-direitos altos o bastante para comportar as máquinas e as instalações e
proporcionar também condições ambientais satisfatórias pata o desenvolvimen-
to dos trabalhos, com condições razoáveis de conforto para os empregados.
Diferentemente da cozinha, na lavanderia náo é necessário forro.
Cuidados especiais devem ser tomados na escolha e na instalação dos
equipamentos por causa da vrbraçáo das lavadoras e extratoras; se não for
bem controlada, essa vibração pode afetar a estrutura do edifício. As bombas
de vácuo e os compressores, que integram o conjunto de equipamentos da
lavandert4 produzem muito ruído e devem ser cuidadosamente instalados em
local acusticamente isolado.
Outros cuidados dizem respeito à drenagem ao sistema de esgoto,
que devem ser estudados e dimensionados para dar vazào à âgua e ao sabào
que as máquinas descarregam. Deve haver uma caixa de espuma , para inspe-
ção.
 

HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO


160
f" Os controles de enffada e Saída de roupas, assim como de todo o pro-
cesso de lavagem, Secagem e acabamento final das mesmas é exefcido por
uma chefia que deve dispof, dentfo da lavandefral de uma pequefla sàl^
envidraçada com Condições de conforto superiofes às reinantes no ambiente
gef2].

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'1 - Roupas de hósPedes e uniÍormes


2 - Expèdição
3 - Recepção
4 - calandra
5 - Lâvadoras extratoras
6 - Lavadoras
7 - Secadoras
8 - Tr aqem
I - Doblaoem
10 - Deoósito
1 - sala de máquìnas
12 - Arcondicionado
1 3 - costura

A governanç é responsável pela faxina e pela limpeza dos apanamen-


tos e das âreas sociais do hotel, pelas âreas de jardim interno e pelos vasos'
pelalavandeúa e pelo movimento das roupas de mesa e banho'8 Cabe
à governança planejàf , ofganizaf e contfolar o trabalho de camareiras,
jatdi-
neiros e demais empregados encafregados das tarefas necessárias paralevat a
cabo os serviços sob sua responsabilidade'
o setor de governaÍrça, além da foLrparia dos andares de hospedagem,
deve contar com:

8 Vladir Vieira Duarte, oP. cir


 

O PROJETO 161

a Sala para chefia.


a Área administrativa, denominada sala de despacho, que pode estar
anexa ou adjacente à sala da chefia. Nela são centralizadas as informa-
ções sobre os apartamentos, sobre a entrada e a saída dos hóspedes e
os correspondentes serviços de Iimpeza e arrumaçáo.
Almoxarifado de materiais de limpeza, com espaço paÍa montagem e
estacionamento dos carros.
a Almoxarifado de produtos de higiene pessoal e correlatos.
o Depósito de camas e colchões, de berços e outros itens relacionados
com os apartamentos.
o Depósito de roupa limpa.
a Posto avançado de uniformes, que deve estar localizado o mais próxi-
mo possível dos vestiários de empregados.

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manutencao
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Despacho

I Deposito | | mateÍìal
Depósito I
I roupa | | de I
I limpa | | limpeza I

Legenda
Circulaçãodefuncionários
 

162 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Areas recreativas
As instalações recreativasvariammuito conforme alocalização, o tipo, o
padrào e o porte do hotel, não sendo possível tatâ-las de modo genérico
Em hotéis de cidade, particularmente os centrais, as âreas recreativas se
resumem, com maior freqüência a salas pan ginâstica, sauna e massagens, e
piscinas. Dependendo do núrnero de apafiamentos e do padrão do hotel,
esse conjunto de instalações assume as características de um bealtb club, ou
com salas equipadas com variados e sofisticados aparelhos de ginástica, dife-
rentes tipos de sauna, duchas, etc. A piscina, quase sempre com dimensões
reduzidas, pode ser externa ou interna (nesse caso, geralmente é climatizada).
Algumas outras instalações pata recreação presentes em hotéis centrais são
aquelas relacionadas com jogos de salão (baralho, bilhar, jogos eletrônicos,
etc.). Alguns hotéis dispõem ainda de quadras de squasb.
Em hotéis não-centrais, às instalações mencionadas somam-se outras,
relacionadas principalmente com atividades esportivas. No Hotel Transamérica
São Paulo, por exemplo, há um pequeno campo de golfe. Por disporem de
maior ârea de terreno, é mais fácil encontrar piscinas externas nesses hotéis.
Mas é sobretudo nos hotéis de \azer, principalmente em sua forma mais
recente e complexa, o resort, que as âreas fecreativas são mais desenvolvidas

ai.ttll.,^ rla h^<norlo<

-. .......
- - Circulação de funcionários
Circulação de público externo
-

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