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FACULDADE DE BELAS-ARTES
Dissertação
Mestrado em Design de Equipamento
Especialização em Design Urbano e de Interiores
2017
RESUMO
Palavras-Chave:
Design Interior, Design de Lobbies, Elementos para o Projeto de Lobby, Hotéis de
Luxo, Consumidores
Travel and accommodation services such as boarding and lodging arose with ancient
civilizations, as a response to the basic needs inherent in human subsistence, which
triggered social and intellectual progress. Therefore, the development of hospitality that
is influenced by economic, social, political, environmental and technological factors has
stimulated and shaped new tastes and interests of both business and leisure travellers.
With the interest of accommodating and satisfying the desires and needs of consumers,
new architectural and themed hotels emerged such as boutique hotel, resorts, business
hotel, airport hotel, casino hotel etc.
The growing hotel market, which is fierce and competitive, forced hotels to came up
with various methods of differentiation and distinction, after studies were came out to
understand the target market. This resulted in the idea that to communicate a consistent
brand image, interior spaces had to be creative, innovative and captivating. That said,
the interior area that is most used as a marketing promotion tool of the hotel, is the
lobby. The lobby plays an important role in the development and operation of the hotel
and is the first interior space that guests encounter after they arrived, thus creating their
first impressions. For this reason, the present thesis related to the subject of Interior
Design, sought to study and deepen the area lobby, taking into account the design
elements of this space (organization and spatial planning, furniture, lighting and
materials) and the correlation between them, which makes a good contemporary lobby
design. Fundamental for this investigation, a case study was carried out which included
a diverse range of lobbies of luxury urban hotels from cities of Lisbon and Macao. The
aim is to provide and consolidate useful materials for future projects of innovative and
successful hotel lobbies.
Keywords:
Interior Design, Lobbies Design, Design Elements, Luxury Hotels, Consumers
Susana Gomes 4
AGRADECIMENTOS
O desafio enorme que foi esta investigação tive a sorte e privilégio de contar com o
apoio e ajuda de diversas pessoas no qual estou profundamente agradecida. Desta
forma, deixo apenas algumas palavras, poucas mas sentidas a todos que fizeram parte
deste meu percurso académico.
Tenho que agradecer também a todos aqueles que contactei e que me deram uma
importante ajuda na recolha de elementos para os casos que foram objeto de análise: à
Arq. Cristina Santos Silva, da Artica Arquitectos, que disponibilizou plantas dos hotéis
Altis Avenida e Altis Grand Lisboa; à Diretora de Marketing e R.P. Sofia Nobre que
cedeu informações dos respetivos hotéis; ao Arq. Nuno Leónidas, do Nuno Leónidas
Arquitectos, que forneceu informações e plantas dos hotéis Epic Sana e Myriad by Sana
Hotels e por fim ao Head of Front Office Gary Tong que disponibilizou informações do
hotel Conrad Macau.
Não posso deixar ainda de agradecer aos meus pais, à minha restante família (em
especial à minha tia Manuela Ramalho pela ajuda extra, pelo amor, carinho,
ensinamentos da vida e por sempre acreditar nas minhas capacidades) e aos meus
amigos de sempre (em particular ao João Pereira, João Sio e Gabriela Pon pelos
desabafos e pela partilha dos bons e maus momentos) por todo o apoio indispensável,
paciência e compreensão. A todos vós dedico esta investigação como demonstração da
minha imensa gratidão.
Resumo ......................................................................................................................... 3
Abstract ........................................................................................................................ 4
Agradecimentos ............................................................................................................ 5
Índice de Figuras ........................................................................................................... 8
Índice de Tabelas ........................................................................................................ 12
1. Introdução ............................................................................................................. 13
2. O Hotel................................................................................................................... 20
Susana Gomes 6
4.2.3 A iluminação .............................................................................................. 76
4.2.4 Os materiais e acabamentos de superfícies .................................................. 80
5. Casos de Estudo..................................................................................................... 87
Figura 2: Estalagem do séc. XVII. Adaptado por Susana Gomes, 2016 a partir de ..... 23
GRAY, William S.; LIGUORI, Salvatore C. – Hotel and Motel Management and Operations.
4ª ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 2003, p. 5.
Figuras 9 e 10: Venetian Resort Hotel Casino, Las Vegas, Nevada ............................ 36
RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – Hotel Design Planning and
Development. United States: W.W. Norton & Company, 2001, p. 231.
ALBRECHT, Donald – New Hotels for Global Nomads. London: Merrell Publishers Limited,
2002, p. 64
Figura 11: Layouts mais comuns dos centros de negócios hoteleiros .......................... 48
FONTAINHA, Paulo César Fernandes – Hotel de Negócios: Contributo para uma Sistematização
Tipológica. Casos de estudo. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2011, p. 6.
Susana Gomes 8
Figura 12: Lobby do Hotel Areias do Seixo ............................................................... 60
Areias do Seixo Charm Hotel & Residences [Consult. 9 Nov. 2016] Disponível em
WWW:<URL:https://www.oyster.com/lisbon-district/hotels/areias-do-seixo-charm-hotel-and
residences/photos/lobby--v5693687/>.
Figura 13: Receção do Altis Avenida Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016 .................... 88
Figura 17: Receção do Altis Grand Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016 ....................... 92
Figura 27: Mobiliário da área de atendimento personalizado do Epic Sana Hotel ....... 99
Epic Sana Lisboa Hotel [Consult. 22 Abr. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.lisboa.epic.sanahotels.com/pt/galeria-de-imagens>.
Figuras 32 e 33: Mobiliário do lobby bar e restaurante do Myriad by Sana Hotels ... 102
Myriad by Sana Hotels [Consult. 23 Abr. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.myriad.pt/pt/galeria-de-fotos>.
Figura 34: Receção do Conrad Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016 ........................... 104
Figura 35: Planta do lobby do Conrad Hotel. Planta de Susana Gomes, 2017 ........... 105
Figura 36: Balcão concierge do Conrad Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016............... 106
Figura 37: Mobiliário do lounge do Conrad Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016......... 106
Figura 40: Receção do JW Marriott Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016..................... 108
Figura 41: Planta do lobby do JW Marriott Hotel. Planta de Susana Gomes, 2017 ... 110
Figura 46: Receção do Okura Hotel. Foto: Susana Gomes, 2016 .............................. 113
Figura 47: Planta do lobby do Okura Hotel. Planta de Susana Gomes, 2017 ............. 114
Susana Gomes 10
Figuras 48 e 49: Mobiliário do lounge do Okura Hotel............................................. 115
Fotos: Susana Gomes, 2016.
Figura 54: Planta do lobby do Grand Hyatt Hotel. Planta de Susana Gomes, 2017 ... 118
Tabela 1: Identificação do Hotel. Adaptado por Susana Gomes, 2016 a partir de........ 39
LAWSON, Fred – Hotel & Resorts: Planning, Design and Refurbishment. Oxford:
Architectural Press, 1995, p. 20.
Susana Gomes 12
1. INTRODUÇÃO
A área hoteleira, sendo uma indústria rentável para o turismo, tem vindo a evoluir ao
longo dos últimos anos de uma forma rápida em diversos termos, incluindo os
económicos, políticos, socioculturais, tecnológicos e ambientais. Esta expansão reflete-
se no desenvolvimento de novos designs de hotéis, criação de novas formas e de
espaços interiores originais e distintos.
Deste modo, certos hotéis contemporâneos 3 além de usarem estratégias de design para
destacar a sua imagem de marca num mercado cada vez mais global e competitivo,
visam satisfazer as necessidades e exigências dos consumidores, oferecendo uma
estadia enriquecida, confortável, luxuosa e acima de tudo uma experiência inigualável.
1
PAUL, Valerie; JONES, Christine – Manual de Operações de Alojamento na Hotelaria. Mem
Martins: CETOP, 1990, p. 10.
2
RIEWOLDT, Otto – Novo Design de Hotéis. Trad. de MTM. Londres: H Kliczkowski, 2002, p. 6.
3
The contemporary hotel is a current design development since the beginning of the 21st century, which
considers the needs and demands of today’s customers. BRAUN, Roxane – The Lobby as a Living Room:
What Interior Design Innovations and Products do Luxury Hotels Implement to Attract Guests to their
Lobby? Vienna: Modul Vienna University, 2011, p.13. Desde o início do século XXI que se têm traçado
as linhas mestras conducentes ao design de um hotel de perfil contemporâneo, consistindo a estratégia
numa maior sensibilidade para com as necessidades e exigências dos clientes.
Em vista disso, é importante ter um bom design do lobby, cujas características mais
adiante veremos, através de métodos e estratégias de design conjugadas com outras
áreas profissionais (trabalho colaborativo), de forma a conseguir atingir os objetivos e
as expectativas dos clientes (o hoteleiro e os consumidores).
4
… hotels must be capable of matching the level of its aesthetic value to the quality and creativity of its
services, offering guests not only exceptional treatment, but also features that are unconventional or out of
ordinary. CAÑIZARES. Ana García – Cool Hotels. 2ª ed. New York: TeNeues, 2006, p. 7.
5
…first impressions of the physical environment of hotels, specifically of the lobbies of hotels, are
important in influencing perceptions and selection of hotels. FIDZANI, Lily Clara – First Impressions of
the Interiors of Hotel Lobbies as Influences on Perceptions of Hotels. Oregon: Oregon State University,
2002, p. 5.
6
PEREIRA, Luís Tavares – Reacção em Cadeia: Transformações na Arquitectura do Hotel. Porto:
Fundação Serralves, 2008, p.15.
Susana Gomes 14
1.2 Definição do problema e objetivos
7
Furthermore, hotel lobbies are only a small part in the overall hotel development. For that reason,
researchers have not put as much emphasize on interpreting lobby design as necessary, since they are the
focal point of any hotel experience. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 14.
1.3 Metodologia
Susana Gomes 16
Figura 1: Procedimento Metodológico
A dissertação sendo constituída por seis capítulos, começa com uma abordagem
sintética ao tema – design do lobby de hotel contemporâneo. De seguida expõe as
limitações presentes perante o assunto exposto, sendo estes os elementos basilares que
desencadearam esta investigação e por último os objetivos deste estudo e a metodologia
utilizada.
Por fim no Capítulo 6, são apresentadas as principais reflexões e conclusões finais que
procuram responder à questão principal desta investigação.
Susana Gomes 18
Integram ainda anexos do trabalho, onde figuram algumas plantas, fotografias e
informações adicionais dos lobbies que serviram como casos de estudo.
8
Early travelers who were not on the road for religious reasons were usually on military, diplomatic, or
political missions. GRAY, William S.; LIGUORI, Salvatore C. – Hotel and Motel Management and
Operations. 4ª ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 2003, p. 2. Os viajantes iniciais que não se
encontravam na estrada por motivos religiosos, cumpriam habitualmente missões militares, diplomáticas
e políticas.
9
The concept of hospitality can also be found in writings of ancient Greece and Rome, and Biblical
times. Ibid., p. 1. O conceito de hospitalidade encontra-se já presente nos remotos escritos da Grécia
Antiga e do Império Romano, estando igualmente disperso nas narrativas bíblicas.
10
Escapism and fantasy were totally absent from the earliest incarnations of the hotel, which were driven
by necessity and functionality. It was not until the eighteenth century and the advent of the grand hotel
that these factors emerged, and it was at this point that the embryo of the new hotel was formed.
COLLINS, David – New Hotel: Architecture and Design. London: Conran Octopus, 2001, p. 13.
11
PAUL, Valerie; JONES, Christine – op. cit., p. 15.
Susana Gomes 20
Os hotéis 12 com as características e as acomodações do qual conhecemos atualmente
datam aproximadamente dois séculos atrás quando a deslocação em maior escala foi
encorajada por várias inovações marcantes da era industrial com relevância para o
caminho-de-ferro e também à melhoria de outro tipo de transportes 13. Por consequência,
a possibilidade de viajar para distâncias longínquas com maior facilidade, rapidez,
eficiência e acessibilidade, sendo uma realidade atual, tem como louvores os avanços
tecnológicos notáveis na área de transportes e cibernético- a internet.
12
The term ‘hotel’ in its contemporary meaning dates back to the late 18th century. It was around this time
that first establishments emerged across Europe, offering guests an equal degree of board and loading
services. The hotel sector experienced a particular boom between the 19th and 20th century as part of the
overall construction boom of the industrialization era. PRINZ, Frederik – More Theme Hotels.
Deutsche: Braun Publishing, 2009, p. 6. O termo ‘hotel’, na sua aceção contemporânea, data de finais do
século XVIII. Neste período os primeiros estabelecimentos emergiram na Europa, oferecendo aos clientes
um conjunto igual de serviços. O sector hoteleiro experienciou um pico significante durante o século XIX
e XX, como resultado da era de industrialização intensa.
13
In modern times, the emphasis has been on speed. Steamships, railroads, automobiles, and airplanes
have all had their effect on the growth, type, and location of hotels. GRAY, William S.; LIGUORI,
Salvatore C. – op. cit., p. 10. Nos tempos modernos, a ênfase tem sido na velocidade. Navios a vapor,
ferrovias, automóveis e aviões, influenciaram na sua soma, o crescimento, tipo, e localização dos hotéis.
14
PEREIRA, Luís Tavares – op. cit., p. 15.
15
Binário: arquitectura, construção, equipamento. – nº 183 (Dez. 1973)- . Lisboa: [s.n.], [1973], p. 517.
Século XIV: A lei francesa tomou como obrigatória o registo da propriedade hotel. A
lei inglesa institui regulamentações para os estabelecimentos.
16
During the Middle Ages, we again find the intermingling of religion and hospitality. It was considered
the duty of Christians to offer hospitality to travelers and pilgrims. In many instances, monasteries
functioned as inns, providing accommodations and food for the weary traveler. GRAY, William S.;
LIGUORI, Salvatore C. – op. cit., p. 3.
Susana Gomes 22
“Uma das consequências diretas foi a construção de pousadas e tabernas,
apropriadamente situadas no decurso de rotas de diligências. Uma vez
que os viajantes eram, por norma, indivíduos com posses, o número de
pousadas cresceu, a par do respetivo incremento e da capacidade
funcional destas. As pousadas e as tabernas tornaram-se em pontos de
encontro populares para a nobreza local, políticos, padres, entre outras
figuras.” 17 [Tradução livre]
Século XVIII e XIX: Até aos finais do século XVIII, as carruagens em Portugal
tinham, nas distâncias de médio e longo curso, como importante função serem uma via
de despacho mais rápido e eficiente do serviço postal. Sob a pressão gerada pelos
utentes e às inúmeras críticas feitas ao serviço postal prestado pelo Correio-Mor (posto
em prática pelo rei D. Manuel I em 1520) implementou-se em 1797, o serviço da
carruagem da Mala-Posta. O objetivo foi tornar o serviço eficaz e totalmente público
(uma fonte de rendimentos e ter o controlo da informação que circulava por via postal).
17
A direct result was the construction of inns or taverns at suitable locations along the stagecoach routes.
Since their passengers were mainly wealthy people, accustomed to certain luxuries, the stagecoaches
contributed not only to growth in the number of inns but also to improvements in their quality. The inns
or taverns also became popular meeting places for local nobility, politicians, priests, and others. Ibid., p.
4.
18
Percurso de Correios [Em linha]. [Consult. 30 Nov. 2016] Disponível em
WWW:<URL:http://www.fpc.pt/Portals/0/PDF%20Exposicoes/Percurso%20de%20Correios.pdf>.
Susana Gomes 24
Figura 4: Planta da Estação de Muda de Ponte da Pedra em 1857
19
In the late eighteenth century, one of the major weapons of the modern traveler was first assembled: the
guidebook. This reflects the beginning of an important process. The increasing volume of guidebook,
travel supplements and online information has been one of the key factors in creating the informed,
empowered and sophisticated consumer of the twenty-first century... COLLINS, David – op. cit., p. 17.
Durante o século XIX, as ferrovias e as linhas de navegação evoluíram de tal forma que
viajar para o exterior volveu-se numa opção cada vez mais viável para a maioria das
pessoas e com a redução de preços das viagens despoletou o fenómeno turismo 20. Este
descobrimento revolucionou o nosso sentido de tempo, espaço e hospitalidade, criação
de uma vasta rede de ligações (conexão entre as nações) a fim de servir novos negócios
e atividades de lazer.
Por volta de 1840, os hotéis urbanos eram construídos próximos das estações de
caminhos-de-ferros, de modo a favorecer a deslocação dos hóspedes. Havendo
distinções entre as classes, os compartimentos das locomoções mais confortáveis,
luxuosos e elegantes estavam destinados à classe média alta. A edificação de novos
hotéis com o número elevado de quartos era uma tendência como também a abertura
20
Tourist could be termed persons who are not resident in the locality, who stay for a relatively limited
period only and who bring some benefit to the area. JOURNAL, Architect's – Principles of Hotel
Design. London: Architectural Press, 1970, p. 7. Categoriza-se um turista como um indivíduo que não
reside permanentemente na localidade em questão, e cuja estadia engloba um período de tempo
relativamente curto, resultando no benefício económico da área em questão.
21
Modern modes of transportation and longer vacations times, especially for Europeans, have made it
possible for people to travel farther for their holidays. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.;
ADAMS, Lawrence – Hotel Design Planning and Development. United States: W.W. Norton &
Company, 2001, p. 241.
Susana Gomes 26
destes que coincidia com os eventos mais marcantes da época (p. ex. Grande Exposição
de Londres de 1851 e Exposição Internacional de Paris de 1889) com a finalidade de
atrair um número elevado de visitantes. Houve também grandes avanços nesta indústria,
sendo o gás substituído gradualmente por eletricidade, originando assim as luzes
elétricas, o aparecimento do telefone, elevador 22, aquecimento central e por fim a
canalização de água.
22
The design of the lobby has evolved alongside the changes to the hotel industry. For example, the
introduction of passengers elevators in 1859 greatly affected efficiency. THAPA, Dhiraj – Hotel Lobby
Design: Study of Parameters of Attraction. Texas: Texas Tech University, 2007, p. 6. Conjuntamente com
a indústria hoteleira, também as exigências relativas ao design dos lobbies evoluíram. A título de
exemplo, temos a introdução em 1859 de elevadores para utentes que afetou profundamente a eficiência.
23
During this period the opening of a new hotel signified a city’s economic and cultural coming-of-age.
Competition for hotel business was fierce, not only within a particular city but between cities themselves.
ALBRECHT, Donald – New Hotels for Global Nomads. London: Merrell Publishers Limited, 2002, p.
10.
24
The idea behind incorporating a bathroom into the bedroom is to preserve the feeling of the intimacy
we associate with both these spaces. On the one hand, the privacy of the combination and, on the other,
the comfort make this a perfect solution that turns the bedroom into a unique private area. CERVER,
Francisco Asensio – Interior Design Atlas. Cologne: Könemann, 2000, p. 408. A ideia que subjaz à
incorporação da casa de banho no quarto é a preservação do sentimento de intimidade que associamos a
ambos os espaços. Por um lado, a privacidade inerente a esta combinação e, por outro lado, o devido
conforto, tornam esta ideia na solução perfeita que converte o quarto numa unidade única privada.
25
Electric lights, steam-powered heating, grand public spaces, and clean rooms were not the only means
hotel entrepreneurs used to attract guests, who demanded higher levels of service from modern hotels
than they did form older inns. ALBRECHT, Donald – op. cit., p. 13.
26
A mode of tourism that appeared in the 1960s, resulting from the general provision of paid vacations in
many industrialised countries, which allowed most people to travel and support the tourism industry. Best
Environmental Practices for the Hotel Industry [Em linha]. [Consult. 1 Nov. 2016] Disponível em
WWW:<URL:http://www.sba-int.ch/spec/sba/download/BGH/SBABGEHOTELLERIEENG2008.pdf>.
O turismo em massa surgiu durante a década de 60, resultando do provimento geral de férias pagas em
inúmeros países industrializados, que permitiu a uma percentagem significativa de pessoas a viagem
recreativa, e ao mesmo tempo o suporte da indústria turística.
Susana Gomes 28
- 3º e 4º Momento (anos 80 até finais do séc. XX): Diversos estilos arquitetónicos e
novas estratégias de marketing focadas no conceito alusivo às viagens e fantasias.
Avanços tecnológicos (sistemas eletrónicas e computorizadas) e desenvolvimento de
novas tipologias de hotéis (exs. hotel aeroporto, boutique hotel, motel entre outros).
Design do Lobby
Durante os anos 50 e 60 a tendência dos lobbies consistia numa escala menor e mais
económica 29. Até que no ano de 1967, o hotel Hyatt Regency de Atlanta introduziu o
conceito do lobby átrio. O átrio transmitia aos hóspedes uma sensação de abertura e
liberdade devido à sua extraordinária arquitetura que possibilitava a construção de tetos
extremamente elevados.
27
The tremendous increase in automobiles and airline travel, and the corresponding decrease in the use of
railroads, opened up many new areas that could not previously be considered proper sites for hotels
development. As the result, newer hotels are frequently located outside the city, at airports, and on the
highways. GRAY, William S.; LIGUORI, Salvatore C. – op. cit., p. 7.
28
The grand hotels of the 1920 and 1930 saw dramatic swings in the size and extravagance of their public
spaces. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 24.
29
…until the Hyatt Regency Hotel opened in Atlanta, Georgia, in 1967, most hotel lobbies were
relatively small, designed along the same economical principles as the rest of the hotel. Ibid., p. 283. Até
à abertura do hotel Hyatt Regency em 1967, a maioria dos hotéis eram relativamente pequenos,
projetados consoantes os princípios económicos do resto do hotel.
Na década de 70, surgiu a novidade do bar como uma atração extra de lazer no átrio
amplo e aberto. Após a aceitação como um espaço popular para encontros sociais e
gerador de bens, o lobby bar tornou-se parte integrante da maioria dos hotéis.
“O lobby bar emergiu no ano de 1970 como forma de criar atividade nos
espaços do átrio dos grandes hotéis.” 31
Ainda neste período, emergiu um fenómeno das cadeias de hotéis. A estratégia consiste
na estandardização dos hotéis que visa criar uma imagem corporativa identificável e
global por parte dos clientes ou seja cadeias de hotéis internacionais. Os consumidores
começam a reconhecer a imagem de marca e contam com o mesmo estilo e nível de
serviços em todos os hotéis da mesma cadeia. A padronização das acomodações
(decoração e disposição de quartos iguais) e dos serviços tem como alvo a redução de
custos tanto na estadia como na materialização do projeto de construção. Portanto, este
conceito de cadeia veio para acomodar os viajantes de negócio e de lazer que procuram
um produto consistente. Porém, o processo modular retira o fator da novidade e a
excitação das viagens pois subsiste num design de interiores sem ambição.
30
One of the milestones in lobby design, started in the 1960s, to be precise in 1967, when the Hyatt
Regency Atlanta implemented a stunning atrium design. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 25.
31
The lobby bar developed in the 1970s as a way to create activity and excitement in the open atrium
spaces in large hotels. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 295.
32
In the 1960s and 70s, hotel culture seemed to have exhausted itself. The market was dominated by
faceless apartment hotels and off-the-peg chain developments. Detail Konzept: Hotel Design. - nº 3 (Mar.
2007)- . München: Detail, [2007], p. 177.
33
… during the 70s and 80s, when he and his late business partner, Steve Rubell, created the legendary
and groundbreaking Studio 54 and Palladium nightclubs. They soon turned their attention to the hotel
business opening Morgans Hotel in 1984, introducing the concept of the "boutique hotel" to the world.
Ian Schrager [Em linha]. [Consult. 1 Jun. 2016] Disponível em
WWW:<URL:http://www.ianschragercompany.com/ian_schrager.html>. Ian Schrager é o presidente e
Susana Gomes 30
em comum. O projeto constava em transformar o edifício urbano pequeno e antigo,
Morgans de Manhattan (Nova Iorque), numa boutique hotel34 ou design hotel. Os
precursores desta nova geração de design de hotéis convidaram a arquiteta parisiense
Andreé Putman para remodelar o interior do hotel Morgans. A visão reside na
modernização das acomodações metropolitanas que irá atrair hóspedes modernos
conscientes das tendências e que abominam os hotéis estereotipados.
CEO da companhia Ian Schrager Hotels. Durante o período decorrido entre as décadas de 70 e 80,
Schrager e o seu parceiro Steve Rubell, criaram o legendário e pioneiro Studio 54 e as boates Palladium.
Desde cedo que se concentraram na indústria hoteleira, inaugurando em 1984 o Hotel Morgans, que
introduziu ao mundo o conceito de hotel boutique.
34
The idea of the ‘boutique’ hotel was born in the early 1980s from an experimental idea by hotel
entrepreneur Ian Schrager. Teaming up with interior designer Andrée Putman, Morgans Hotel of New
York was the first hotel to emphasize the experience of hotel design from the inside. CURTIS, Eleanor –
Hotel Interior Structures. Great Britain: Wiley-Academy, 2001, p. 8. A ideia de um hotel ‘boutique’
nasceu no início de 1980, a partir de um conceito experimental de Ian Schrager, empreendedor hoteleiro.
Alinhando com Andrée Putman, designer de interiores, o hotel de Nova Iorque Morgans foi o primeiro a
sublinhar a experiência do design de hotel a partir do interior.
35
In contrast to standardized hotels, boutique and design hotels, which were introduce in 1980s, are
individual, personalized, and modern properties, focusing on the customer’s experience and adventure
during their stay. Those types of hotels are not eager to be global brands, but rather emphasize on being
an attractive brand in a city… BRAUN, Roxane – op. cit., p. 30.
Século XXI: Era da tecnologia. O design cada vez mais aliado à tecnologia, reflete-se
em diversos campos: social, política, económica e ambiental. A intervenção do design
na indústria hoteleira traduz-se em inovações e originalidade, sendo também uma
ferramenta imprescindível na projeção de espaços únicos, funcionais e esteticamente
apelativos. Em ponto à parte, o lobby é um espaço social, ativo, participativo,
multifuncional e que deve ser visto.
36
Chequer-board borders in graphic black and white line the soft, dark carpeting in the corridors, dimly
illuminated by downlighters. […] Back –lit glass panels in sternly geometrical surrounds of patinated
bronze exude the atmosphere of a revived cinema world. BANGERT, Albrecht; RIEWOLDT, Otto –
New Hotel Design. London: Laurence King Publishing, 1993, p. 14.
37
Without doubt, the major change in the hotel world in recent decades is the way the public areas have
been upgrade and extended, together with the provision of additional services. Detail Konzept: Hotel
Design. – op. cit., pp. 177, 178.
Susana Gomes 32
“Os hotéis podem ser descritos pela sua localização, critérios de
qualidade, operação em cadeia ou independente, e extensão da
especialização.”38 [Tradução livre]
Durante as últimas décadas do século XX, a boutique hotel era considerado um hotel de
pequeno porte comumente menos que 100 quartos. Usualmente eram edifícios urbanos
obsoletos e económicos que eram reaproveitados e renovados com um toque de design.
Como estratégia de marketing são convidados usualmente designers célebres (Andrée
Putman, Philippe Starck 41, Christian Liaigre etc.) de modo a dar prestígio e visibilidade
38
Hotels may be described by their locations, standards of quality, operation as a chain or independently
and extend of specialization. LAWSON, Fred – Hotel & Resorts: Planning, Design and
Refurbishment. Oxford: Architectural Press, 1995, p. 20.
39
O hotel urbano, no sentido próprio do termo, é um hotel de viagem e de negócios, adaptando-se, pelo
seu equipamento, sobretudo ao tráfego de passagem. Binário: arquitectura, construção, equipamento. –
op. cit., p. 517.
40
Most hotels are developed on one of the following types of sites: rural and undeveloped sites (usually
for resort hotels or retreats); suburban, small towns, and roadside sites and urban sites. RUTES, Walter
A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 241.
41
The official support given by the French authorities to Postmodernist designers like Philippe Starck
does much to explain their popularity in the 1980s, and their continuing success today. […] His work
ranges from easy chairs to coffee pots, and they are all marked by their convenience and by design that
oscillates between a return to basics and truly astonishing originality. CERVER, Francisco Asensio – op.
cit., p. 847. O apoio oficial dado pelas autoridades francesas a designers pós-modernistas como Philippe
Starck, ilumina a razão da popularidade desta corrente nos anos 80, e o contínuo sucesso até aos dias de
hoje. […] O escopo do seu trabalho engloba desde cadeiras a cafeteiras, estando estes objetos marcados
pela conveniência e um design que oscila entre um regresso aos básicos e uma originalidade
verdadeiramente espantosa.
42
Customers are drawn to these temples of contemporary style in the search for a direct confrontation
with authentic design creations, whether these be the interiors of design hotels, or the contemporary art
works that form the centerpiece of art hotels. In terms of size, most of these projects are conceived on a
relatively small scale, appropriate to the élite group of customers they are targeting. RIEWOLDT, Otto –
Hotel Design. London: Laurence King Publishing, 1998, p. 12.
43
Business traveler: any traveler who travels primarily for the purpose of business, trade shows, and
conventions. RENNER, Peter Franz – Basic Hotel Front Office Procedures. 3ª ed. New York, N. Y.:
Van Nostrand Reinhold, 1993, p. 4. O viajante em negócio é o viajante que viaja primariamente com o
propósito de concretizar negócios, e participar em convenções.
Susana Gomes 34
“…as viagens de negócio, por terem um ritmo veloz, exigem de um hotel
um serviço rápido e eficiente, restaurantes e bares de confiança, as
tecnologias necessárias, e, naturalmente, tranquilidade e silêncio.” 44
[Tradução livre]
“Uma grande parte dos serviços prestados pelo hotel assume um lugar
exterior aos limites físicos do casino. As reservas, o balcão de
atendimento, a equipa responsável pelos comeres e beberes, operam em
zonas limitadas. Contudo, o serviço das bebidas é habitualmente
disponibilizado no interior do casino.” 45 [Tradução livre]
Existem hotéis casinos situados nos centros das cidades ou nos subúrbios na
configuração de Resort (exs. Reno, Las Vegas, Atlantic City, Sun City etc.).
Estrategicamente localizados, afluência de turistas e visitantes locais, os Resorts
Casinos são uma constante atração tanto para crianças como para adultos. Algumas
dessas atrações são: atividades recreativas/ parques infantis, lojas, salas de espetáculos,
ginásios, múltiplos restaurantes e bares (acesso direto através das áreas públicas- o
lobby) entre outros. A indústria de jogos sobrestima vários elementos incontornáveis
para o sucesso como: o tema/conceito da decoração (qualidade elevada, soberba,
pomposa e detalhada), a organização do espaço (eficiente), o nível de barulho e outros,
com o objetivo de criar um ambiente de fantasia, animado, interessante e divertido a fim
de maximizar a satisfação do consumidor.
44
… business trips are quick-paced and demand a hotel that will support fast turn around and provide
efficiency, technology, reliable and quick restaurants and bars, and, of course, peace and quiet. CURTIS,
Eleanor – op. cit., p. 7.
45
Most of the services provided by the hotel take place outside the physical confines of the casino. The
reservations, front desk, and housekeeping staffs most of the food and beverage operate within their
respective areas. However, beverage service is usually provided inside the casino. GRAY, William S.;
LIGUORI, Salvatore C. – op. cit., p. 367.
Las Vegas 47, a meca dos jogos e da diversão dos Estados Unidos, enquadra-se na
perfeição nesta categoria. Localizada no deserto de Nevada, é a cidade de hotéis casinos
de luxo mais visitada no mundo. Sobressai pelos seus plágios arquitetónicos (réplicas
das construções ícones das famosas cidades de Paris, Veneza, Nova Iorque etc.), onde o
tempo e o espaço se colidem no momento em que se atravessa os temas geográficos.
Paisagens exóticas com praias imaculadas e dias de calor continuam a ser os elementos
de preferência dos veranistas para escapar a rotina do dia-a-dia. O resort é o pacote
46
The combination of show, gambling and fantasy hotel is a mass-market, family-friendly recipe for
success… RIEWOLDT, Otto – op. cit., p. 10.
47
… it wasn’t until 1947 that the first major successful casino hotel, the Flamingo, was built in Las
Vegas. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 225. O Flamingo, o
primeiro hotel casino de sucesso, foi construído em Las Vegas somente em 1947.
48
RIEWOLDT, Otto – Novo Design de Hotéis., p. 9.
Susana Gomes 36
completo em que combina todos estes fatores (vistas esplendidas, beleza natural,
conforto e luxo) mais a disponibilização de acomodações imaginativas e de relaxamento
(spa e piscinas) e diversas atividades (desportos radicais aquáticos, campos de golfe
etc.) que atraem grupos de famílias e empresarias 49.
49
Resorts have become very popular as meeting places for corporate groups. The scope of the activities
keeps the attendees on premises and the convention facilities meet the needs for a proper meeting venue.
GRAY, William S.; LIGUORI, Salvatore C. – op. cit., p. 16. Os Resorts tornaram-se consideravelmente
populares como pontos de encontro para grupos corporativos. O escopo das suas atividades concentra a
plateia, e as instalações da convenção obedecem às exigências apropriadas à reunião.
50
Lastly, there are holidays, where a clean break from the daily routine of life back home is expected, in
one way or another. The resort can do this by offering “another world” (usually of entertainment) for pure
escapism, or by offering another level of life where the guest may ‘live’ like royalty for a week or two.
CURTIS, Eleanor – op. cit., p. 7.
51
Architect Marcel Breuer pointed out that the main visual features people focus on are the landscaping
and the building finishes. But while building materials may vary in their appeal, proper landscaping
always receives praise. And this is never more true than at a resort. It also relates the development to its
natural environment, whether coastal, mountain, or desert. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.;
ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 67.
52
Ecotourism, sustainable development and green architecture in many ways are descendants of the
environmental movement of the 1960s and 1970s when ‘back to nature’ was the call. Ibid., p. 103. O
ecoturismo, o desenvolvimento sustentável e a arquitetura sustentável, são, de inúmeras formas, herdeiros
dos movimentos ambientais situados na década de 60 e 70, quando se fez sentir o chamamento do
‘regresso à natureza’.
53
PAUL, Valerie; JONES, Christine – op. cit.,p. 17.
Susana Gomes 38
“…surgem próximos dos aeroportos e das estações portuárias, onde os
passageiros em modos de transferência, muito provavelmente precisaram
acomodação para passar a noite ou dia. Adicionalmente às necessidades
de outros desenvolvimentos turísticos em torno do aeroporto,
determinados mercados incluem alojamento para a tripulação ou os
funcionários do aeroporto.”54
54
… arise near airports and ferry ports where transfers are likely to require overnight or day
accommodation. Others markets include aircrew and airports staff accommodation in addition to the
needs of other tourism developments around the airport. LAWSON, Fred – op. cit., p. 41.
O sistema de classificação dos hotéis, não sendo um sistema universal, varia consoante
os países e as regiões. Anualmente vários hotéis são avaliados por diversas organizações
comerciais. Nos Estados Unidos a American Automobile Association 55 (AAA)
classifica os melhores hotéis e resorts através do sistema de diamantes enquanto a Mobil
Travel Guide 56 utiliza o sistema de estrelas. A maioria dos países europeus incluindo
Portugal, aderiram ao sistema de classificação por estrelas proposta pela organização
HOTREC (representa hotéis, restaurantes, cafés e estabelecimentos da Europa). O hotel
que opta por este sistema obtém um determinado número de estrelas (escala 1 a 5)
consoante a sua localização, função, nível de serviços e as comodidades que
proporciona aos clientes.
55
The most widely recognized system is the diamond ratings issued by the American Automobile
Association (AAA) beginning in 1907. STUTTS, Allan T. – Hotel and Lodging Management: an
introduction. New York: John Willey & Sons INC, 2001, p. 11. O sistema de classificação por diamantes
sendo o mais reconhecido é publicado pela Associação Americana de Automóveis, datando de 1907.
56
… starting as Mobil Travel Guide in 1958, we were the first Five Star rating system. We continue today
online as Forbes Travel Guide, offering the world's only independently rated, global luxury hospitality
collection and expert travel advice... Forbes Travel Guide [Em linha]. [Consult. 19 Out. 2016]
Disponível em WWW:<URL:http://www.forbestravelguide.com/about/forbes-travel-guide>. Mobil
Travel Guide criou o sistema de classificação por estrelas em 1958. Atualmente através da plataforma
Fobers Travel Guide avalia, sugere e classifica os melhores hotéis de luxo do mundo.
57
While the awards of the stars and rosettes indicating quality continue to be crucial in customer’s
decision making, the inflexible provision of equipment and amenities necessary to earn grades is likely to
result in a surfeit of gadgets as it is to make a well considered bedroom. PLUNKETT, Drew; REID, Olga
– Detail in Contemporary Hotel Design. London: Laurence King Publishing, 2013, p. 7.
58
O Turismo de Portugal, I.P. tem competência para classificar Estabelecimentos Hoteleiros,
Aldeamentos Turísticos, Apartamentos Turísticos, Conjuntos Turísticos e Hotéis Rurais. Classificação
[Em linha]. [Consult. 12 Fev. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/AreasAtividade/dvo/empreendiment
os-turisticos/Pages/classificacao.aspx>.
Susana Gomes 40
Acesso
Zonas coletivas
• Local identificado de receção destinado ao check in, check out e informações aos
utentes, que pode estar inserido em qualquer área de uso comum;
• Área ou áreas de uso comum onde possam ser prestados os servições de
refeições, pequenos-almoços ou bar;
• Instalações sanitárias;
• Área de estar equipada (mesas e sofás ou cadeiras);
• Climatização das áreas comuns com sistemas de climatização ativos ou passivos
que garantam o conforto térmico.
Comunicações eletrónicas
• Acesso à Internet em banda larga e sem fios nas zonas comuns (condicionada à
cobertura do serviço).
59
While the hotel guest rooms comprise the majority of the square footage, publics spaces define the
differences among various hotel types. THAPA, Dhiraj – op.cit., p. 19.
60
The hotel room is becoming a temporary home, a pied-à-terre, a place not just for staying the night but
for working and doing business. RIEWOLDT, Otto – Hotel Design., p. 11.
Susana Gomes 42
“A impressão criada pela entrada principal é importante uma vez que
tende a tipificar o tipo de hotel. Deve sempre ser claramente definida e
providenciar acesso direto à receção do hotel. Se esta se encontrar num
piso superior, as escadas e os elevadores devem ser exclusivos do
hotel.” 61 [Tradução livre]
Os grandes hotéis podem obter além da entrada principal, uma série de diferentes
entradas (entrada do salão, bar, casino, ginásio etc.) a fim de ajudar a separar os
hóspedes dos visitantes, reduzir a quantidade de tráfego desnecessário no lobby,
estabelecer uma identidade distinta ao restaurante do hotel ou outra instalação e
proporcionar maior segurança. Para uma melhor praticabilidade as portas das entradas
devem ser automáticas e ter largura suficiente para a passagem simultânea de pessoas e
bagagens.
Algumas entradas dispõe espaços para aguardar táxis ou autocarros turísticos e zonas
para armazenamento temporário das bagagens. A cobertura compõe a entrada, servindo
de proteção aos clientes das condições adversas atmosféricas.
A informação descrita sobre o lobby é somente uma sintetização, sendo que será
aprofundado no capítulo 4.
61
The impression created by the main entrance is important since it tends to typify the type of hotel. It
must always be clearly defined and provide direct access to the hotel reception. If this is on an upper
floor, stairs and lifts must be exclusive to the hotel. JOURNAL, Architect's – op. cit., p. 55.
62
Each entrance needs to be clearly identified according to its function with canopy, signage, special
illumination, or other architectural treatment. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS,
Lawrence – op.cit., pp. 281, 282.
63
The entrance doors of a hotel are usually the most intricate feature of its exterior design and, as such,
can often be the most eloquent mouthpiece for the hotel as a whole. It is common among new hotels for
the entrance to be designed in such a way that the customer is given a foretaste, almost like an advance
warning, of what the design of the rest of the hotel is going to be like. COLLINS, David – op.cit., p. 54.
Para o bom funcionamento do espaço, serve como área principal de circulação, onde os
clientes são guiados até à receção e outros serviços de atendimento (acesso aos serviços
de informação, check-in/out, pagamentos, organização de transportes, recomendações
de restaurantes ou outras atrações turísticas) assim como à área de espera ou de lazer
(lounge, lobby bar e/ou restaurante), que tem como finalidade, ser um espaço para
descanso e de encontros sociais informais ou formais no caso de negócios. O lobby dá
ainda acesso direto às salas de reuniões.
Esta área exige um design pensado, pois é o local com maior fluxo de circulação e de
utilização por diversas pessoas, em simultâneo deve conferir um ambiente intimista. Os
funcionários e os clientes deverão conseguir avistar o exterior de modo poder localizar a
chegada de transportes e do ponto de vista de segurança é importante para funcionários
poderem supervisionar quem entra e saí do edifício. De uma forma usual, encontram-se
no lobby, a receção, o lounge, bar, restaurantes e salas de conferências. Assim sendo, o
lobby é o ponto focal que ramifica para vários destinos do hotel.
64
… the lobby has become not only for spending time in (socializing, relaxing, meetings) but also as the
grandest expression of the hotel’s overall design theme. CURTIS, Eleanor – op. cit., p. 9.
65
Among the many public areas, the hotel lobby has the single greatest impact on guests and visitors. The
lobby is a total design environment, engendering a sense of arrival socially and physically. Lobbies
provide a common area for guests to relax and greet visitors. One of the important functions of a lobby is
that it serves as the main circulation space, directing guests to the various part of the hotel. THAPA,
Dhiraj – op.cit., p. 20.
Susana Gomes 44
“Contrariamente a outras áreas do hotel, o lobby não é privado, pois
acomoda um fluxo constante de residentes e não residentes, permitindo
ao mesmo tempo aos funcionários do hotel o cumprimento das tarefas
necessárias e o atendimento ao cliente de modo eficiente, mas também
discretamente.”66 [Tradução livre]
A receção deve ser bem posicionada e de fácil identificação para todos os utilizadores.
As instalações como as escadas 67 e os elevadores devem ter uma localização próxima
desta área de serviços. Pode dispor um só balcão ou várias mesas de atendimento
desempenhando funções diversificadas como bell captian (mesa permanente próxima da
entrada principal), concierge (mesa de informações turísticas, venda de bilhetes etc.),
conferences (mesa de receção específica para grupos turísticos) e front office manager
(mesa móvel identificada com duas cadeiras).
Além disso, esta área social fornece acesso a uma fonte de informação tecnológica
exponencial (admissão à fruição de dispositivos móveis como smartphones, tablets,
portáteis e sistemas de assistência de viagem disponibilizadas pelo hotel).
70
The traditional image of lounge as a distinct room is changing and lounge space may now often be
limited to the irregular areas joining the reception to other public rooms or, more profitably, it may be
associated with liquor service or have a special function such as a tea lounge. […] Lounges should be
informal and relaxing. JOURNAL, Architect's – op. cit., p. 59. A imagem tradicional do lounge como
divisão distinta está a alterar-se, sendo que este espaço agora pode ser enquadrado em zonas irregulares,
como a receção ou os serviços de bar. Um lounge deve ser informal e relaxante.
71
Bars are becoming integral parts of many urban hotels. Designers are spending more of their client’s
money on exploring bar shape, size, function, and location. Since hotel bars are solely designed for
entertainment, comfort, and amusement, having a lobby bar may affect customers’ intent to stay in the
lobby for a longer period of time. THAPA, Dhiraj – op.cit., p. 26. Os bares estão a tornar-se parte integral
de muitos hotéis urbanos. Os designers estão cada vez mais a investir o dinheiro dos clientes na forma do
bar, no tamanho, função, e localização. Uma vez que os bares dos hotéis são exclusivamente concebidos
para o entretenimento, conforto, e diversão, possuir um bar no lobby pode condicionar as intensões do
cliente em permanecer no lobby durante uma maior extensão de tempo.
72
While nearly every type of property except budget inns and the smallest hotels (under 50 rooms)
includes a small lounge of some type, larger hotels offer a lobby bar, a sports bar or entertainment facility,
and occasionally, a rooftop lounge, where the view warrants it. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard
H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 290.
Susana Gomes 46
“Os hóspedes querem estações de trabalho ligadas à Internet de alta
velocidade, e áreas de repouso ondem possam realizar reuniões com
colegas e clientes.” 73 [Tradução livre]
Um hotel contemporâneo de boa classificação inclui uma zona de catering que consiste
em restaurantes, cafés ou bares. O restaurante pode ter uma ligação ao hotel ou
funcionar de uma forma independente através de uma entrada à parte, com o propósito
de separar os hóspedes dos visitantes, de reduzir o tráfego e estabelecer uma identidade
distinta para o estabelecimento de comida. Por fim, o sucesso de um restaurante não só
é determinado pela comida e prestação de serviços como também pelo bom ambiente
físico.
73
… guests want wired workstations with high-speed Internet access and seating areas where they can
conduct meetings with colleagues and clients. ALBRECHT, Donald – op. cit., p. 87.
74
Even entrances to the hotel’s restaurants and bars do not necessitate a walk through the hotel itself,
reflecting the growing trend for hotels to design for the local market, although there will be at least one
access route to and from the lobby for the hotel guest. CURTIS, Eleanor – op. cit., p. 11.
Resumo Conclusivo
75
PAUL, Valerie; JONES, Christine – op. cit.,p. 17.
Susana Gomes 48
Novas tipologias de hotéis despontaram para acomodar novos gostos, estilos e ritmos de
vidas de cada um. A imensa diversidade tipológica de hotéis engloba vários públicos-
alvo, desde viajantes de negócios a turistas que procuram lazer, fantasia, divertimento
entre outros elementos. Em vista disso, o crescente mercado cada vez mais exigente e
seletivo, despoletou a competitividade entre os hotéis, fazendo com que estes se
diferenciem através de um sistema de classificação que abrange múltiplos requisitos
imprescindíveis para o seu funcionamento e satisfação do cliente.
Em última instância, podemos constatar que houve três fatores que marcaram a história
e o desenvolvimento da indústria hoteleira, sendo estas: o transporte, os padrões e
hábitos sociais e o clima económico. A importância do transporte na área hoteleira é
notória afetando não só na escolha da localização do hotel mas também por ser um meio
indispensável para a deslocação dos viajantes.
Novidade e modernidade são vocábulos que não podem ser plenamente compreendidos
nem bem definidos sem pelo menos observamos as referências dos acontecimentos
passados. Esta verdade geral e relevante aplica-se sobretudo na arquitetura e no design
onde os conceitos dos períodos anteriores tornam-se catalisadores das ideias
contemporâneas, sendo estas constantemente atualizadas e reinventadas para se adequar
ao espírito da época. Presentemente, o hotel inserido no meio urbanístico procura agir
como centro de atrações da cidade através de instalações sociais e públicas bem
concebidas, dá ocasião às atividades sociais e o desfrute do tempo aos visitantes ou
hóspedes.
76
Because of its complex and cosmopolitan setting it is forced to adapt to a level of sophistication that
suits its more discerning urban audience. It becomes a one stop shop: not just a hotel but also a
destination bar, a restaurant, a health club or spa and neutral territory for business meetings, both formal
and casual. COLLINS, David – op.cit., p. 104.
77
By definition the urban hotel is located in a busy, densely populated area and the implication is that it
allows easy access to all the advantages of urban living. But the contemporary spin on this image is a
hotel that not only offers a prime urban location but also lays claim to having the area’s best bar,
restaurant and A-list social scene right on the premises. Ibid., p.107. Por definição, o hotel urbano
localiza-se numa área de grande frenesim e que também é densamente povoada, implicando tal, o acesso
fácil às vantagens do modo de vida urbana. Mas o contraponto contemporâneo desta imagem é o hotel
que não só oferece uma localização urbana preferencial, mas que também garante o acesso aos ditos
melhores bares, restaurantes e eventos sociais.
Susana Gomes 50
“Ao invés de oferecerem somente alojamento, os hotéis contemporâneos
gratificam-nos com sensações e experiências destinadas a todas as
categorias de viajante...”78 [Tradução livre]
Por consequência, o tema geral ou o conceito, expressado através dos espaços interiores,
tem um desempenho valioso na estadia e experiência de um consumidor ou visitante do
hotel, pois o convida a quebrar a rotina, entrando num mundo completamente díspar e
novo, experimentando um estilo de vida incomum. Em vista disso, os hotéis coetâneos
dão valor aos pequenos detalhes, à exclusividade, estão sempre na vanguarda e de um
modo geral têm a assinatura de um designer internacional com o objetivo de dar
distinção, variedade e projetar a imagem do hotel num mercado global e competitivo.
78
Rather than simply providing accommodation, hotels today offer sensations and experiences catered to
all kinds of travelers... CAÑIZARES. Ana García – op.cit., p. 6.
79
These hotels specialise in giving fine attention to creative details while answering the needs of the
technology equipped guest. CURTIS, Eleanor – op. cit., p. 23.
80
Whether it is an incidental vase, sculpture or a striking piece of contemporary furniture that makes a
strong statement of its own, or the imaginative use of a building’s existing architectural quirks, the fact
remains that it is attention to detail that sets the design hotel apart from the rest. COLLINS, David –
op.cit., p. 82.
Ao longo dos séculos o hotel tem vindo a responder às mudanças relativas às exigências
dos consumidores. Denota-se uma evolução gradual do fenómeno complexo,
transformações sociais e da reforma, que implica elemento de escolha bem como de
necessidade. Atualmente, os clientes com algum poder económico propendem
frequentar hotel de luxo, pois visam uma oportunidade para comprar um estilo de vida
que aspiram. Apenas ao compreender a origem destas exigências é que a função do
hotel contemporâneo pode ser devidamente contextualizada.
81
One of the most crucial aspects of contemporary design is that hotel design and especially lobby design
tries to embrace the local culture and thus submits the exterior message into the interior, meaning the aim
is to give the interior design a touch of the local culture, the hotel is surrounded of. BRAUN, Roxane –
op. cit., p. 29.
82
RIEWOLDT, Otto – Novo Design de Hotéis., p. 7.
Susana Gomes 52
“Preferencialmente, o que separa o hotel contemporâneo dos outros, é a
dimensão acrescentada pela oferta de uma experiência de escapismo aos
clientes, nomeadamente a oportunidade destes vivenciarem um estilo de
vida glamoroso, moderno e exclusivo, ainda que efemeramente. Não é só
uma mudança de cena que está em questão, mas também o empréstimo
de um estilo de vida e de uma imagem…” 83 [Tradução livre]
A hospitalidade tem como função base criar laços entre quem dá acolhimento e quem os
recebe, sendo de todo relevante as empresas hoteleiras perceberem e entenderem quais
são as necessidades e preferências dos seus consumidores. Posto isto, é indiscutível que
os hotéis precisam de definir o seu mercado alvo, centrando-se num único segmento a
fim de oferecer os serviços indispensáveis. Além dos serviços básicos requeridos pelos
clientes, o hotel contemporâneo aposta e alarga a esfera das suas atrações, prolificando
novos negócios destinados a um público moderno (sofisticados e conscientes das
tendências correntes) adotando uma abordagem de design específico.
De uma forma geral, as expectativas dos clientes são formadas a partir das experiências
previamente adquiridas ou vivenciadas e através das informações obtidas da
comunicação em massa que têm uma influência significativa nesta indústria (estratégias
de marketing). Por meios de revistas, livros, televisão e filmes, o público que viaja sabe
muito bem o que esperar de um grande ou mesmo um bom hotel. Por consequência,
satisfazer e ganhar a lealdade dos seus clientes torna-se mais fácil no momento em que
as suas necessidades primárias e as expectativas forem totalmente correspondidas e
superadas, obtendo assim boas impressões da hospedagem.
83
Rather, what separates the new hotel from just any hotel is the extra dimension of escapism that it
offers its guests, namely the chance to experience, however briefly, a lifestyle that is glamorous,
fashionable and exclusive. It is not just a change of scene but an opportunity to borrow a lifestyle and an
image... COLLINS, David – op.cit., p. 14.
84
The customer of the 21st century needs entertainment, excitement, style, fashion, and technology on the
one hand, and tranquility, wellness, calmness, and indulgence on the other. Combining those customers’
needs and desires under one roof, the contemporary hotel is built. The modern customer wants to be
embedded in an emotional travel of senses, powerful images and pure expressiveness. Those elements are
significant components of contemporary design. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 28.
Por conseguinte, os hoteleiros de todos os cantos do mundo, cada vez mais audaciosos e
corajosos, têm retribuído às exigências dos seus utentes que procuram deleite e
instrução, exigem particularmente: conectividade entre as pessoas e lugares; conforto
físico e psicológico; mais seleção e escolha em relação às comodidades oferecidas, luxo
e sofisticação estética (ambiente autêntico, intrigante e criativo). Muitos dos clientes
requerem uma decoração ou interior apropriado, seguido com as características de
conforto e funcionalidade, uma gastronomia emocionante e entretenimento nos espaços
coletivos do hotel como a presença de um bar. Estes são recursos comumente desejados
que podem exercer um papel significativo na satisfação geral do cliente. De facto,
inspiração a confiança, bem-estar, conforto e segurança são consideradas como forças
motrizes por trás de um projeto de design da hospitalidade no mercado atual. Enquanto
lares temporários têm de satisfazer alguns requisitos essenciais tanto para os hóspedes
de lazer como de negócios. Para os viajantes por ócio o ideal seria proporcionar-lhes
uma experiência incomum e exótica, onde possam projetar as suas fantasias e obsessões
libertando assim das tensões e responsabilidades diárias. Os viajantes de negócios
solicitam um serviço, design e equipamentos mais eficientes, eficazes e modernos. O
foco é inserir os clientes num mundo único que é alternadamente familiar e
surpreendente de modo a captar a atenção e a emoção destes. Em vista disso, os hotéis
contemporâneos devem providenciar espaços polivalentes onde os nómadas da era da
informação possam usufruir de uma forma eficaz os equipamentos tecnológicos (acesso
à internet e outros meios de comunicação) seja para fins de trabalho ou de
entretenimento e disponibilizar uma escala ampla de escolhas de relaxamento.
85
Customers want to know what they can expect, what to pay a fair price for the services, and are eager to
have a reliable host. If a hotel understands their customers’ needs, and exceeds their expectations in a
positive way, the hotel is on its way to success. A contemporary approach to find out what customers
really want, are social media platforms. Ibid., p. 43.
Susana Gomes 54
“…uma mistura de serviços que permitam uma experiência enriquecida
do hotel, e por outro lado, encorajam o hotel a oferecer uma fusão de
funções.” 86 [Tradução livre]
86
… guest to demand a mix of services that allows a more enriched ‘experience’ of the hotel, and on the
other, it encourages the hotel to offer a fusion of functions. CURTIS, Eleanor – op. cit., p.7.
87
A brand is referred to or characterized by a certain name, term, sign, symbol, design, or a mixture of
those components to better classify companies’ products and services and differentiate them on the
market. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 29. Uma marca é referida ou caracterizada por um certo nome,
termo, sinal, símbolo, design, ou uma mistura destes elementos que melhor classificam os produtos e
serviços de uma companhia, diferenciando-a no mercado.
88
WANG, Shaoqiang – Do Not Disturb: Hotel Graphics & Branding. Singapore: Page One Publishing
Pte Ltd, 2014, p. 8.
Anotando um outro fator de diferenciação, cada vez mais visível nesta indústria 90, é a
incorporação de ações que se pretendam mais sustentáveis na definição das grandes
marcas hoteleiras. As ações são demonstradas regularmente em ambos os materiais de
maketing e relatórios anuais (entidades de comércio publicitário). Como efeito, a
posição de um hotel em relação a questões ambientais além de aumentar sua
competitividade no mercado, pode conter regalias como benefícios de custo, aprovação
e lealdade dos clientes, prémios e distinção (atrai nova clientela), maior valorização da
marca (imagem aprimorada com base em iniciativas de conservação e sustentabilidade
leva a melhor colocação no mercado) entre outros. Os esforços empreendidos pelo hotel
em termos ambientais podem levar à aquisição de um rótulo-eco. O certificado auxilia
na identificação de hotéis que demonstram uma consciência sustentável e que alcançam
com excelência uma das três áreas críticas: desenvolvimento económico,
responsabilidade social e administração do meio ambiente. Logo, a certificação é uma
importante vantagem competitiva que pode ser usada como uma ferramenta de
marketing.
89
Another key element is the constant renewal of the hotel’s appearance. A continuous influx of new
artwork, temporary exhibitions, updated interiors and new amenities result in spaces and services that are
everything but mundane. CAÑIZARES. Ana García – op.cit., p. 6.
90
The hotel industry has been pursuing green practices since the 1990s due to fluctuating economic
levels and a strong focus on customer service. Why Go Green? The Business Case for Sustainability
[Em linha]. [Consult. 1 Nov. 2016] Disponível em WWW:<URL:http://green.hotelscombined.com/Gyh-
The-Business-Case-For-Sustainability.php>. A indústria hoteleira tem perseguido “práticas verdes” desde
a década de 90 devido aos níveis de flutuação económica e à forte enfâse nos serviços prestados ao
cliente.
Susana Gomes 56
“Portanto, os hotéis com modelos negociais que envolvam “práticas
verdes”, terão as oportunidades mais potentes no que toca à realização
das vantagens inerentes às emergentes políticas de sustentabilidade.” 91
[Tradução livre]
91
Therefore, hotels with business models that revolve around green practices will have the strongest
opportunity to achieve a competitive advantage by being ahead of the emerging sustainability curve. Ibid.
92
What counts, and what pays, is atmosphere. A hotel’s ambience is its chief attractions and its defining
quality in an increasingly competitive marketplace. The key concepts for success are individualization
and diversification. RIEWOLDT, Otto – Hotel Design., p. 8.
Muitos dos projetos hoteleiros tentam oferecer através do lobby uma boa primeira
impressão do hotel. A crescente relevância desta área particular permite uma maior
dinamização do hotel por meio de atividades sociais. Assim sendo, os lobbies dos hotéis
devem funcionar e providenciar espaços diversos ou de multiusos a fim de poder
ocorrer múltiplas atividades desde encontros ocasionais a conversas formais, permitindo
a usabilidade de equipamentos digitais e conexão entre vários dispositivos. Por
consequência, a segmentação deste espaço criativo é necessária, proporcionando zonas
íntimas e sociais como também mobiliário confortável e funcional. Algumas das
características mais extravagantes dos lobbies de hotéis de luxo consistem em revestir
grandes superfícies nomeadamente as paredes com elementos naturais ou obras de arte,
a instalação de cascatas, lustres vistosos e estações de multimédia.
Presentemente nota-se uma maior tendência para incluir no design dos lobbies peças de
arte local ou personalizadas coesas com o conceito pretendido. Os proprietários do hotel
têm uma visão mais alargada, adicionam obras artísticas no design do lobby que irá
desencadear nos hóspedes uma melhor perceção do lugar e uma experiência genuína.
Desde pequenas esculturas, fotografias a instalações numa escala maior. A integração
93
Contemporary roles of hotel lobbies are being mentioned as social and cultural meeting places. Bold
colors, high-technology lighting applications, and sculptural furnishings and finishes typify the lasted
trends in lobby design. THAPA, Dhiraj – op.cit., p. 22.
Susana Gomes 58
de um projeto de arte na imagem do hotel poderá servir de ferramenta para atingir o
sucesso.
A sustentabilidade tem sido uma questão delicada para os proprietários dos hotéis. A
procura por hotéis culturais e ecoturísticos estão a aumentar e como resposta os
designers estão projetando propriedades hoteleiras de carácter ambientalista ao respeitar
o meio envolvente, bem como as pessoas que vivem perto ou que trabalham na
propriedade. Os hóspedes do hotel, conscientes dos problemas ambientais começam a
considerar o fator sustentável 95 na escolha da sua acomodação. A aderência de rótulos
ecológicos ajuda na escolha e preferência do consumidor. Sem banir o conforto aos
clientes, aplica-se as melhores práticas disponíveis e inovações tecnológicas.
Consequentemente, para estar na linha da frente é necessário recorrer a ideias
inovadoras e ambientalistas, tais como: a instalação de janelas amplas para um maior
aproveitamento da iluminação natural; aplicação de materiais naturais na construção;
revestimento das paredes e telhados com elementos verdes e recorrer a produtos
biológicos locais são apenas algumas deixas para tornar o hotel mais sustentável.
94
Another trend emerging is the role of the hotel interior as a platform for art. […] At a more modest
scale, walls in many hotels are being used to display Works by known local artist but keeping their place
in the background; others are actually allocating almost gallery-type spaces for art works. CURTIS,
Eleanor – op. cit., p. 11.
95
Sustainable development is very important concept in hospitality industry because it meets the needs of
present tourists and host regions and at the same time protects and enhance the opportunity for the future.
Eco Hotels – Philosophy of the 21st Century [Em linha]. [Consult. 1 Nov. 2016] Disponível em
WWW:<URL:http://www.fm-kp.si/zalozba/ISBN/961-6573-03-9/persic.pdf>. O desenvolvimento
sustentável é um conceito muito importante na indústria hospitaleira, uma vez que vai de encontro às
necessidades dos turistas presentes, e porque promove, ao mesmo tempo que protege, as oportunidades
futuras da região anfitriã.
96
‘Green’ hotels […] utilize environmentally friendly and nontoxic materials and systems aimed at
providing guests with a healthier environment and encouraging environmentally responsible buildings
Resumo Conclusivo
O hotel moderno que funde com a paisagem urbanística sobressai agindo como centro
das atrações da metrópole, atrai clientes para os seus espaços coletivos recreativos
atendendo às necessidades de uma vida social que valoriza a conectividade entre as
pessoas e com os meios envolventes.
technologies. Advances in these technologies will make it more economically feasible in urban
applications. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., pp. 25, 26.
Susana Gomes 60
desencadear emoções e imaginações dos utilizadores. Por consequência, o hotel
contemporâneo consiste essencialmente na envolvência de um conceito de design de
interior distinto, explorando o máximo os espaços dando destaque aos detalhes e às
obras de arte dos artistas locais ou internacionais expondo-os em espaços coletivos da
propriedade como o lobby, restaurante e corredores. Como resultante, o design do hotel
tem como preocupação transmitir e captar a essência da cultura local propondo a
utilização de materiais e técnicas de construção da região. Em vista disso, o objetivo é
transmitir autenticidade, originalidade, novidade, exclusividade aos consumidores a fim
de proporcionar uma experiência enriquecida e inédita superando todas as expetativas
garantido assim a sua preferência e lealdade.
Desse modo, o lobby é o primeiro espaço interior do hotel onde os clientes devem ter a
98
oportunidade de conhecer a sua identidade (estilo/conceito e ambiente) e os padrões
de serviço.
97
… the entrance to the lobby […] stills allows the customer to view the rest of the hotel and to get an
impression of space and volume. COLLINS, David – op.cit., p. 60.
98
The interior design of any space can be characterized by its style that collects the artistic or ideological
traits of the interior, techniques, tools and has an orientation on a certain period time, direction in
architecture or on a particular person. The choice of the style- is one of the most important criteria for the
interior design of the hotel and determines not only the appearance of the hotel premises, but also their
atmosphere. KHANAU, Andrei – The Impact of Hotel Interiors on Customer´s Loyalty Intentions.
Norway: University of Stavanger, 2015, p. 44. O design interior de qualquer espaço pode ser
caracterizado pelo seu estilo, pois o estilo reúne os traços artísticos e ideológicos do interior, as técnicas e
as ferramentas, sendo orientado consoante um certo período temporal, direção arquitetónica, ou pessoa
particular. A escolha do estilo é um dos mais importantes critérios quanto ao design interior do hotel,
determinando não só as aparências das “premissas” do hotel, mas também a sua atmosfera.
99
But despite which hotel type is chosen, most guests form their first impressions based on the design and
layout of the hotel’s lobby. In turn, theses impressions may have the potential to influence how guest
evaluate the effectiveness and quality of the hotel’s services. Ibid., p. 6.
Susana Gomes 62
A eventualidade da primeira interação e comunicação entre a equipa do hotel e os
hóspedes acontece precisamente neste espaço físico. Logo, uma primeira impressão 100
positiva é determinante na perceção e satisfação geral do consumidor.
Ademais, sendo um lugar que deve causar algum impacto pelas razões apontadas, pode
desviar uma grande quantidade de atenção através da implementação coerente dos
elementos principais do lobby que enfatiza os detalhes e a inclusão de obras artísticas
(por vezes de grande escala, tornando-se o centro de atenções). Em vista disso, a
singularidade de um lobby pode fazer com que esta primeira impressão seja duradoura,
além de que configurações inéditas podem proporcionar uma surpresa agradável para os
frequentes viajantes.
100
Impression formation involves the cognitive, perceptual and effective processes of making judgments
and drawing conclusions about a person, an object or an environment. FIDZANI, Lily Clara – op.cit., p.
8. O processo de elaborar juízos e deduzir conclusões sobre um sujeito, um objeto ou um ambiente,
envolve a formação de impressões, que abrangem dimensões cognitivas, percetuais e afetivas.
101
Depending on the person’s personality traits and current temporary condition, the service environment
(the lobby) can be perceived differently and impacts the length of interactions with other parties, the
length of stay in that environment, how the guest perceives the company, and finally the guest’s
satisfaction. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 21.
102
Hotel lobbies give guests a feeling of arrival to their travelling destination. […] even calls a hotel
lobby ‘a destination in itself’, meaning that entering a hotel let the guest dive into another world and be
impressed by the interior design, the atmosphere, and ambience. Ibid., pp. 16, 17.
103
Among the many public areas of the hotel, the lobby makes the single greatest impact on guest and on
visitors to the hotel. Its design- whether intimate or expansive, formal or casual- sets the tone for the hotel
or resort. Therefore, the planning of the major lobby elements and the design of details are crucial to
making a positive and lasting impression on the guest. RUTES, Walter A.; PENNER, Richard H.;
ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 283.
104
Lobbies are where public and private worlds meet. This statement can be understood as a guideline to
success of a good lobby design. Lobbies are not only an area of arrival, but a place to network and
socialize for in-house and outside guests (visitors) […] Therefore, it is difficult to find a good
harmonization between ‘openness and exclusivity’, meaning that hotels and their lobbies should be well
integrated in their surrounded environment, but also deliver an atmosphere of a closed entity… BRAUN,
Roxane – op. cit., pp. 17, 18.
105
… lobbies are the first point of contact and impression the visitor gets when entering the hotel. It is the
public space and specially the lobby, which sets the tone and style of the hotel and acts as a differentiation
factor or competitive advantage to other properties in the industry. Therefore, the majority of hotels put a
lot of emphasize on creating and designing an outstanding, phenomenal, and great lobby. Ibid., p. 32.
Susana Gomes 64
Esta tarefa impende aos designers que frequentemente projetam o lobby como um
manifesto onde demonstram as suas intenções ou conceitos de design, utilizando-as para
reforçar ou constituir a identidade do hotel. Portanto, pode tornar-se também um
manifesto da identidade do próprio designer. Geralmente, os projetos de design mais
bem-sucedidos orientam-se pelo público-alvo pretendido, imagem de marca do operador
e contrabalançam dois fatores-chave: o impacto visual e a funcionalidade.
Áreas do Lobby
“Por regra, um lobby tem uma entrada, a área de receção, uma zona de
repouso para grupos organizados (usualmente com bar), e uma secção de
apoio […] e está associado às outras zonas de serviços diretamente ou
por intermédio de escadas, elevadores ou corredores. A estrutura e
tamanho das áreas funcionais do lobby determinam-se pelo nível de
conforto do hotel, a capacidade e especialização.” 107 [Tradução livre]
106
The best designs accommodate these functional and operational aspects while they also create a
special ambiance. Appropriate to the site and market. That balance is essential. RUTES, Walter A.;
PENNER, Richard H.; ADAMS, Lawrence – op.cit., p. 250.
107
As a rule, the lobby has an entrance zone, the reception area (front desk), resting area for a gathering
of organized groups (sometimes has an attached lobby bar), information installations […] and is
connected to the rest of the services zones directly or through the stairs, elevators or corridors. The
structure and the size of the lobby’s functional areas are determined by the level of hotel’s comfort,
capacity and specialization. KHANAU, Andrei – op. cit., p. 42.
108
The traditional location of the concierge behind a counter, for example, is perceived to form a barrier
to effective customer relations, and in the case of contemporary hotels the concierge is often relocated to
a more accessible desk and assigned a role of guest relations. COLLINS, David – op.cit., p. 66. A
localização tradicional do concierge atrás do balcão, por exemplo, perceciona-se como uma barreira às
relações eficientes com o consumidor. Assim, no caso do hotel contemporâneo, o concierge é situado
num balcão mais acessível, e atribui-se-lhe o papel de relações gerais com o cliente.
Susana Gomes 66
forma eficiente e discreta as tarefas que os competem. Em vista disso, o lobby coetâneo
polivalente e dinâmico deve ter uma organização do espaço (aprofundado no
subcapítulo 4.2.2 Elementos a considerar para o projeto do lobby) funcional e flexível o
suficiente para suportar todas essas atividades que ocorrem em simultâneo.
Usualmente é um espaço amplo com poucas divisões 110 estruturais que possibilita a
visualização imediata das zonas integrantes, facilitando assim os utilizadores na
perceção clara das funções e das atividades ocorridas.
O lounge adjacente à receção serve como uma zona de estar para os clientes, podendo
ainda obter um bar associado. Conquanto o bar pode ser independente e distanciado do
109
As a democratic space, the lobby is forced to assume a variety of different identities at once in order to
function both as an independent space in its own right and as a component of the hotel as a whole. Ibid.,
p. 59.
110
… social interaction and physical movement can be limited or restricted by structural configurations,
such as walls, corridors, and entryways. THAPA, Dhiraj – op.cit., p. 11. As estruturas internas como
paredes, corredores e entradas podem limitar ou restringir a interação social e os movimentos físicos.
111
Whatever the type of hotel, an overall objective for planning and design of the public areas is that they
be clustered around the lobby. This arrangement assures that the hotel guests can find the various
facilities with a minimum of difficulty and provides the opportunity for functions to overlap. Ibid., p. 281.
112
PAUL, Valerie; JONES, Christine – op. cit.,p. 43.
Em virtude dos fatos mencionados, podemos afirmar que o lobby é o cerne operacional
das atividades basilares para o funcionamento e desenvolvimento do hotel e como
primeiro espaço interior do edifício transmite aos clientes a identidade em termos de
conceito de design, ambiente e padrões de serviço. Consequentemente, é um local de
atração pública pelo seu design interior apelativo e original onde demonstra coerência
dos elementos constituintes do lobby (analisado no subcapítulo 4.2.2 Elementos a
considerar para o projeto do lobby) e por conter várias áreas coletivas de cariz social
recreativo e empresarial que demarcam os percursos de acesso e de circulação.
Uma vez que o lobby é o ponto fulcral das atividades e funções do hotel (constituído por
várias zonas coletivas e de circulação) e responsável pelo bem-estar dos utilizadores
(estado físico e psicológico), o seu design requer um bom planeamento dos elementos
constituintes, com o objetivo de garantir eficácia nos serviços e uma estadia confortável,
acolhedora, satisfazendo todos os requisitos básicos de conveniência.
A definição dos elementos principais do lobby irá ter como base as revisões literárias
referentes ao design do lobby do hotel, tendo em conta as áreas integrantes, funções e
atividades exercidas.
113
The lounge must be clearly visible but separated from desk areas and circulation. Services of
beverages and light refreshments is provided through a small dispense bar with access to the kitchen or
local pantry. LAWSON, Fred – op. cit., p. 248.
114
It should create an environmental, functional and aesthetic comfort, which determine a positive
emotional state of the customers. This can be achieved by the means and techniques that integrate the
individual elements of interior into a coherent balanced picture. KHANAU, Andrei – op. cit., p. 8.
Susana Gomes 68
Autores: Elementos de design:
Kimberly M. Rutkin 119 Escala e organização do espaço, mobiliário, materiais, luz natural e
vistas.
Estes componentes do interior devem ter uma correlação entre si a nível funcional e
estético com o intuito de obter um resultado final coeso e promissor. O efeito desejado é
à semelhança de um puzzle, onde todas as peças se encaixam por meio de características
de design comum como a aplicação de materiais semelhantes ou a qualidade dos
acabamentos, mantendo ao mesmo tempo o caráter individual das mesmas.
115
FIDZANI, Lily Clara – op.cit., p. 19.
116
THAPA, Dhiraj – op.cit., pp. 23-25.
117
KHANAU, Andrei – op. cit., pp. 30, 31.
118
BRAUN, Roxane – op. cit., pp. 19, 20.
119
RUTKIN, Kimberly M. – User Preference of Interior Design Elements in Hotel Lobby Spaces.
Florida: University of Florida, 2005, p. 2.
120
COLLINS, David – op. cit., pp. 59, 71-73, 77, 80.
A outra vertente dos elementos que compõem este espaço, reside precisamente na
comunicação da imagem da empresa, na satisfação perante os serviços prestados, na
influência comportamental dos clientes (impacto na interação da vida social e cultural) e
nas condições de trabalho dos funcionários.
A organização espacial 123 de um hotel depende de vários fatores sendo estes: o tamanho
da propriedade, a sua categoria, os padrões de chegadas e de partidas, a duração das
estadias entre outros aspetos.
121
All the components of the interior should be in close contact with each other. For example, the
placement of furniture and lighting must be associated with the size of the area and its purpose. Lighting
affects the color scheme of the interior. The color of architectural surfaces is associated with the color of
the furniture while the color of the furniture should fit the color of the textile. KHANAU, Andrei – op.
cit., p. 31.
122
… not only the customers are under the influence of physical environment, but also the people who are
providing the service – employees. Well-arranged servicescape increases employees’ satisfaction,
productivity, and motivation, which has a beneficial effect on the quality of the service. Ibid., p. 26.
123
Layout accessibility refers to the way in which furnishings, service areas, and passageways area
arranged and spatially related. An effective layout provides ease of entry and exit and will make ancillary
service areas more accessible. THAPA, Dhiraj – op.cit., p. 23. A organização do espaço refere-se de um
modo geral à forma como o mobiliário, as áreas de serviço e as passagens se organizam e se interligam
entre si. Uma organização espacial eficiente irá não só facilitar as entradas e as saídas dos utilizadores
mas também permitir um acesso fácil aos serviços requeridos.
Susana Gomes 70
“A disposição dos elementos interiores deve minimizar a aglomeração de
pessoas para que possa transmitir uma imagem afável do hotel. Os
estudos indicam que a organização depende de diversos fatores, entre os
quais os seguintes: o tamanho do hotel, a classificação, padrões de
chegadas e partidas, reservas, duração de permanência e sazonalidade.”
[Tradução livre] 124
A complexidade espacial é deveras notável num hotel de luxo devido aos serviços e aos
espaços de ócios disponibilizados. Das várias áreas constituintes do hotel, o lobby é
denotado como um dos espaços mais problemáticos e complexos de resolver devido ao
fluxo constante de hóspedes, visitantes e funcionários nas áreas de atendimento e
coletivas (referido no subcapítulo 4.1 Importância do lobby). Os erros mais frequentes
eventualmente no design de um lobby consistem na falta de visibilidade da área da
receção no momento em que os hóspedes ou visitantes dão a sua entrada no hotel e o
tráfego constante entre a zona da receção e os elevadores. A organização do lobby
referente ao posicionamento das áreas constituintes (aludido também no subcapítulo
4.1) deve ser funcional 125, lógica e óbvia para os utilizadores.
124
The layout of the interior objects should be aimed at minimizing the crowding in order to create a
favorable impression among the hotel guests. Architectural design studies investigated that the layout
depends on several factors, among which are the following ones: the size of the hotel building, grade or
standard, patterns of arrivals and departures, tour and convention bookings, length of stay, and
seasonality. KHANAU, Andrei – op. cit., p. 51.
125
Functionality for employees and guests are a major element in efficient and good hotel and lobby
design. The design development team needs to carefully evaluate and develop efficient space planning
and strategies to satisfy the employees’ and customers’ requirements. BRAUN, Roxane – op. cit., p. 31. A
funcionalidade para os empregados e hóspedes representa um elemento crucial num bom hotel e mesmo
na configuração do lobby. Consequentemente, as equipas de design devem avaliar cuidadosamente o
espaço para desenvolverem estratégias que satisfaçam as necessidades dos empregados e hóspedes.
126
Above and beyond everything else, a lobby must be functional. Lobbies serve many functions
including check in and check out, an informal business center, food and beverage outlet, and sundry shop,
and must be flexible enough to support all of these needs. The layout of the lobby should create an easy
and direct path to the check-in counter. Placing the check-in counter with a direct line of the sight to the
entrance creates an added safety feature, since the staff can watch everyone who comes and goes.
RUTKIN, Kimberly M. – op. cit., pp. 9, 10.
4.2.2 O mobiliário
O lobby como espaço dinâmico e multifuncional do hotel, detém grande parte dos
utilizadores pois ocorre em simultâneo diversas atividades desde lazer ao repouso,
exigindo assim um bom planeamento e uma distribuição funcional de um mobiliário
durável e de qualidade, capaz de suportar este aglomerado de pessoas e das atividades
127
Comfort and configuration of furniture in a building may also influence behavior. Seating comfort is
likely to be an important issue and could significantly affect a lobby’s physical environment satisfaction.
Proper seating helps in engendering a functional working environment. One important factor is to ensure
that seating arrangements work towards the health, comfort, and safety of personnel. THAPA, Dhiraj –
op.cit., p. 25.
Susana Gomes 72
exercidas. As peças de mobiliário devem auferir uma coerência estética e funcional
entre si, complementando com o meio envolvente.
128
To fulfill their function in the best possible way, objects, like spaces, must first and foremost be
shaped well for their task. Then they must be arranged as well as possible, both in their component parts,
and also as groups in relation to their surroundings. They must be of suitable materials, and they must
also have the ‘right’ texture and colour for their function, and be easy to reach and use. BLACK, Maggie;
EDWARDS, Anne – Design for Living. London: Ward Lock, 1970, p. 120.
129
Modern design and new technology can provide wonderful solutions to relieve problems of space:
there are multipurpose pieces of furniture, made up of elements that can be combined in different ways as
required, and that can be bought separately, which allows us to assemble them in accordance with our
own particular needs. CERVER, Francisco Asensio – op. cit., p. 407.
Assentos
130
Unlike, colour, texture or lighting, a piece of furniture is not so much a subliminal element of style but
a self-contained, standalone work of art in itself. The size and positioning of furniture in a hotel can often
mean that it is one of the first aspects of the design to be noticed. COLLINS, David – op.cit., p. 80.
131
These represent the paradigm of relaxation and social life, as they accommodate our guests. It is best
to choose very adaptable couches, with straight lines, deep seats, and high backrests. Comfort is of
primary importance, but the durability of the upholstery must be taken into account. CERVER, Francisco
Asensio – op. cit., p. 45.
Susana Gomes 74
intimidade ao invés dos arranjos distanciados. Em vista disso, a distribuição de assentos
define áreas para conversas, reuniões, relaxamento e muito mais.
Mesas de Apoio
As mesas de apoio são peças essenciais de mobiliário nas áreas de estar como suporte
para materiais de leitura (ex. jornais, revistas etc.), peças de arte ou vasos e no lobby bar
como base para ementas e refrescos. A variedade de formas e tamanhos ofertados no
mercado são ilimitadas e de grande adaptação, o que permite realizar variadas
conjugações. A opção de projeto mais usual é a colocação da mesa de apoio à frente do
sofá, entre dois cadeirões ou poltronas e ainda nos cantos do sofá como suporte para
candeeiros.
132
Furniture arrangements will be individual seating or group seating. Individual seating areas will
consist of chairs arranged in a way that does not support interaction between guests. On the other hand,
group seating will use couches, loveseats, and chairs arranged in a way that will facilitate conversation
and interaction. RUTKIN, Kimberly M. – op. cit., p. 21.
133
A discussion area centered around a modular couch can provide a host of combinations. These
versatile models form corner compositions which are very useful for saving space. Ibid., p. 54.
A luz que torna as superfícies ou objetos visíveis perante a visão humana, influencia
decisivamente a perceção de um espaço em termos de volumes, texturas, cores,
atmosfera dos interiores e pode atrair a atenção para certos pontos específicos ou
camuflar determinados aspetos menos positivos num espaço ou objeto.
134
CALLERY, Emma – Enciclopédia Prática da Decoração. Rio de Mouro: Everest, 2002, p. 180.
135
A luminância é a quantidade de luz irradiada ou refletida por um objeto. COSTA, Leandra Luciana
Lopes – A Luz como Modeladora do Espaço na Arquitetura. Covilhã: Universidade da Beira Interior,
2013, p. 70.
136
NEGRÃO, Ana Teresa Luís – O Impacto da Luz Artificial nos Espaços Arquitetónicos. Lisboa:
Instituto Superior Técnico, 2013, p. 7.
137
Ibid.
Susana Gomes 76
Uma condição necessária para a concretização de uma tarefa desejada é a obtenção de
um nível de luz 138 adequado a fim de poder realizá-las com o máximo de acuidade e
precisão visual, com menor esforço e com reduzidos riscos de acidente. Ademais, é
necessário ter em atenção aos encadeamentos induzidos pelos brilhos (causadores de
desconforto, fadiga visual, problemas de saúde etc.), oriundos de fontes desprotegidas
ou de variações drásticas de luminâncias que têm como consequências locais inóspitos e
a impossibilidade de visualizar o espaço ou objeto.
Iluminação Interior
Assim, a luz artificial que complementa a luz solar (dada a sua mutabilidade), deverá
dar resposta a questões de conforto e segurança aos utilizadores, aliando uma
componente estética a uma prática.
138
… para obter uma boa iluminação interior e favorável à saúde, as iluminâncias recomendadas, em lux,
variam consoante o tipo de domínios e actividades. Para iluminação geral de áreas pouco utilizadas ou
com reduziadas exigências visuais, são recomendados entre os 20 e os 200 lux. Para iluminação geral de
zonas interiores com exigências visuais elevadas a iluminação recomendada varia entre os 300 e os 2000
lux. Por último, entre os 3000 e os 20000 lux, é usada como iluminação adicional para o desempenho de
tarefas visuais de grande exatidão. COSTA, Leandra Luciana Lopes – op. cit., pp. 48, 49.
139
Ibid., p. 48.
140
Ibid., p. 78.
Iluminação do Lobby
Em vista disso, As variações luminosas são uma forma de tornar o lobby num espaço
mais dinâmico e atrativo mas acima de tudo funcional. O objetivo subjacente é criar um
ambiente adequado a cada área, complementando com a arquitetura circundante e que
expressa as intenções gerais de design do hotel.
141
Ibid., p. 59.
142
A luz natural proveniente do sol é um dos elementos climáticos que precisa ser trabalhado através de
soluções arquitetónicas, para que a sua presença no interior do edifício não se torne incómoda. Um bom
projeto de iluminação natural usufrui e controla a luz disponível, maximizando as vantagens e reduzindo
as desvantagens. Ibid., p. 54.
143
These days the trend is to provide up the lighting and find the right solution for each individual space,
according to criteria of functionality. CERVER, Francisco Asensio – op. cit., p. 715.
Susana Gomes 78
Zonas do lobby: Iluminações: Luminárias:
A escolha e definição dos materiais, coerentes com os restantes elementos do lobby, têm
como influências o estilo e a sofisticação da propriedade hoteleira, o ambiente local e as
condições climatéricas 144. Num hotel, sobretudo o lobby (espaço coletivo), as
superfícies de acabamento estão constantemente submetidas a um uso muito intenso.
Face ao uso excessivo desta área, implica um cuidado e atenção maior na escolha dos
seus materiais, devendo ser duráveis 145, de boa qualidade, fáceis de limpar, de aplicar e
de substituir e por fim resistentes à água e ao fogo 146.
144
Durabilidade intrínseca – os materiais constituintes dos revestimentos não devem alterar as suas
características quando submetidos a variações de temperaturas, de humidade ou à acção de radiações
ultravioletas; devem resistir às acções provocadas por agentes biológicos. Revestimentos de Pavimentos
[Em linha]. [Consult. 15 Abr. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.civil.uminho.pt/lftc/Textos_files/construcoes/cp2/Cap.%20XVIII%20-
%20Revestimentos%20de%20Pavimentos..pdf>.
145
Durabilidade em função de uso – os revestimentos de piso devem possuir as características de
resistência ao desgaste, ao punçoamento, ao choque e à acção de água e produtos químicos; Deverão
ainda apresentar uma fácil limpeza, conservação e reparação. Ibid.
146
Segurança contra riscos de fogo – quando em contacto com materiais quentes ou inflamados, ou em
caso de incêndio, o revestimento não deverá inflamar-se facilmente, propagar facilmente a chama, libertar
gases tóxicos quando da sua combustão. Ibid.
147
The lobby area is subject to intense use and frequent refurbishment is generally difficult and
disruptive. Durable materials are essential in areas subject to high traffic, impact or scraping. LAWSON,
Fred – op. cit., p. 204.
Susana Gomes 80
Altura da utilização- tipo
148
A classificação de reacção ao fogo é feita com base nas normas comunitárias- euroclasses, recorrendo
para tal a 7 classes de reacção ao fogo, as quais se classificam em A1, A2, B, C, D, E, F, que no caso dos
revestimentos de pavimentos acresce um índice FL […] No 2º caso, a cada uma destas classes acrescem
duas classificações complementares: a primeira para classificar a produção de fumo (s1, s2 e s3); a
segunda para classificar a produção de gotículas ou partículas incandescentes (d0, d1 e d2). Quanto ao 1º
caso, o do índice FL, apenas a primeira das duas classificações complementares referidas se aplica. José
Carlos Cardoso Ribeiro – Segurança Contra Incêndio em Hotéis. Porto: Faculdade de Engenharia, 2010,
p. 8.
149
Materiais naturais minerais constituídos por rochas provenientes da Natureza, que pelas suas
características decorativas e de trabalhabilidade, permitem obter peças mais ou menos lameladas,
resistentes e de beleza ímpar para aplicação como revestimento de pavimentos, bancadas, paredes,
colunas e até tectos ou ornamentos especiais. ALMEIDA, M. Elisabete M. – A “Vida” dos Materiais e
os Materiais e a Vida. Lisboa: MediaLand, 2011, p. 313.
Pavimentos
Susana Gomes 82
A pedra, destacando o mármore 153, é um material nobre muito usado nos lobbies devido
às suas características inerentes. Em forma de placas ou mosaicos apresentam uma
superfície de atrito, grande durabilidade, fácil limpeza (com a exceção aos ácidos),
impermeáveis, resistente ao fogo, são porém dispendiosas, frias e sem elasticidade
amortecedora de sons.
Por consequência, os pavimentos de pedra são suavizados com tapetes ou carpetes lisos
ou com motivos. Estes revestimentos são usados em edifícios públicos devido aos seus
padrões de decoração complexos (aspeto luxuoso) e pelo preço acessível. Além disso,
apresentam um toque agradável, são antiderrapantes, fáceis de limpar, bons isoladores
de som e do frio.
“As alcatifas tecidas são as mais caras, uma vez que o pêlo e o forro são
tecidos em conjunto, o que lhes confere uma grande durabilidade. Outra
alternativa mais económica são os revestimentos de fibras naturais,
conservam-se bem, são resistentes, anti-estáticos e fáceis de manter, mas
têm de ser colocados com muita precisão.” 155
whole area with provision for replacement in areas of heavy traffic wear. LAWSON, Fred – op. cit., p.
204.
153
Constituído por rochas calcárias de grão fino, este material é pouco poroso e, por tal razão, capaz de
receber polimento e ter boa resistência em exteriores e interiores muito variados, tendo contudo os ácidos
como os seus maiores inimigos. ALMEIDA, M. Elisabete M. – op. cit., p. 308.
154
Stone and quarry tiles are easy to scrub clean and are perhaps the hardest- wearing of all, but they are
cold and noisy. BLACK, Maggie; EDWARDS, Anne – op. cit., p. 146.
155
CALLERY, Emma – op. cit., p. 174.
156
Revestimentos de Pavimentos [Em linha]. [Consult. 15 Abr. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.civil.uminho.pt/lftc/Textos_files/construcoes/cp2/Cap.%20XVIII%20-
%20Revestimentos%20de%20Pavimentos..pdf>.
Paredes e Tetos
• Tintas de água 157 (zonas de trabalho são recomendáveis em mate, pois tintas
com brilho fazem reflexão da luz o que pode afetar o desempenho da tarefa);
• Placas de pedra natural ou artificial;
• Madeira;
• Painéis de Metal (p. ex. cobre e bronze lacados ou esmaltados);
• Painéis de vidro (deixa entrar luz e não reduz a sensação de espaço);
• Painéis de espelho (com vários tipos de acabamentos como prata e bronze, dá
uma ilusão dramática ao espaço e/ou realça uma zona em concreto).
Tal como as paredes, os tetos são usualmente revestidos a tinta e madeira. Outra opção
recorrente é a aplicação de tetos falsos (p. ex. de gesso, alumínio ou quadrícula 158).
157
Trata-se de tinta à base de água, apropriada para paredes e tectos interiores. Existem em dois tipos: de
consistência líquida e de consistência espessa, que não escorre. Atualmente a maioria das tintas de
emulsão contêm vinil, que lhes dá durabilidade, e são vendidas nas variedades mate (aspecto suave e
aveludade), seda (um brilho delicado) e cetim. BLACK, Maggie; EDWARDS, Anne – op. cit., p. 166.
158
… é frequente encontrar-se esta solução nas grandes superfícies e em edifícios de escritórios, onde
desempenham a função de camuflarem o mau acabamento da parte inferior das lajes, os sistemas de
condutas de ventilação e os elementos de iluminação. Este teto consiste numa sequência visualmente
ininterrupta de células quadradas que formam uma malha que geralmente assume as seguintes dimensões:
75 – 86 – 100 – 120 – 150 e 200 mm. Revestimentos Interiores de Tectos [Em linha]. [Consult. 15 Abr.
2017] Disponível em
WWW:<URL:http://www.civil.uminho.pt/lftc/Textos_files/construcoes/cp2/Cap.%20XVI%20-
%20Revestimento%20Interiores%20de%20Tectos.pdf>.
159
Walls are often dry lined to allow easy access to services and include laminated wood, plastic, metal
and glass panelling for durability with decorative wall coverings for lounge and restaurant areas. Ceilling
Susana Gomes 84
Resumo Conclusivo
Presentemente, o lobby revela ser um ponto de encontro notável para ocasiões sociais e
empresariais e um destino em si, devendo ser um dos espaços interior mais emocionante
e charmoso de todo o edifício. Assim, como áreas essenciais de um lobby de luxo (foco
da investigação) temos: zona de receção com múltiplos cargos (concierge, front office
manager, conferences, bell captian etc.), o lounge que serve de zona de estar e de
socialização aos clientes, pode deter um bar com o intuito de provir refrescos e música
ambiente ou então a existência da versão bar e restaurante que funciona como um
espaço de lazer independente. O lobby dá ainda acesso direto às salas de reuniões.
Uma projeção original, apelativa e funcional dos elementos constituintes desta área
promete o retorno dos clientes e sucesso para o negócio hoteleiro. Logo, um bom
planeamento das componentes do interior do lobby (escala e organização do espaço,
mobiliário, iluminação e materiais) reside na correlação e harmonia dos elementos com
o meio envolvente a fim de garantir uma acomodação confortável, prazenteiro e
construction may require large structural voids to house air-conditioning, lighting, sound, sprinkler and
other engineering systems. LAWSON, Fred – op. cit., p. 204.
Susana Gomes 86
5. CASOS DE ESTUDO
A amostra pertinente para o estudo consiste num conjunto de oito lobbies de hotéis da
região de Lisboa e de Macau, que apesar de pertencerem à mesma categoria, apresentam
tipologias e design de interiores diversificadas pois cada região tem a sua cultura e
valores. Com este conjunto iremos verificar e avaliar as semelhanças e diferenças dos
elementos de design e requisitos essenciais do lobby, apreendidos no capítulo anterior.
Por consequência, a amostra que é composta por várias fotografias a cores e plantas
arquitetónicas dos lobbies dos respetivos hotéis, foi recolhida, concebida e selecionada
pela autora, através de pesquisa de campo (registo fotográfico e apontamentos da
observação feita) e contactos direto e indireto (via mails e telefone) com funcionários,
diretores dos hotéis, arquitetos e designers.
TIPOLOGIA
Boutique Hotel
OPERAÇÃO
Grupo Altis
Hotels
ARQUITETAS
Cristina Silva
Ana Cardoso
DATA
2009 - 10
LOCAL
Lisboa, Portugal
Figura 13: Receção do Altis Avenida Hotel (Foto: Susana Gomes, 2016)
Descrição 160
O hotel encontra-se num edifício de interesse histórico (projetado pelo Arq. Luís
Cristino da Silva 161, representa o modernismo português dos anos 50), foi totalmente
restaurado, mantendo intactas as fachadas, as escadarias, a métrica e a disposição das
circulações verticais e horizontais (escadas e corredores), substituindo apenas os
elementos de caixilharia, vidros e alguns materiais deteriorados.
O conceito destes interiores tem como inspiração o estilo dos anos 40 (espírito retro)
aliado ao contemporâneo ‘urban chic’. Na decoração predomina a cor preta combinada
com tons dourados, bronze e branco, resultando num ambiente único de charme,
glamouroso, sofisticado e acolhedor.
160
Informação baseada nos documentos cedidos pela própria unidade hoteleira. Ver anexos.
161
A arquitetura modernista das décadas de 20, 30 e 40 foi marcada por um grupo de arquitetos
incontornáveis sendo estes: Luís Cristino da Silva (1896-1976), Gonçalo Mello Breyner (1896-1947),
Carlos Ramos (1897-1969), Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957), Cassiano Viriato Branco (1897-1970),
Vasco de Morais Palmeiro (1897-1968), Paulino Montez (1897-1988), José Ângelo Cottinelli Telmo
(1897-1948), Jorge de Almeida Segurado (1898-1990) e Rogério dos Santos Azevedo (1898-1983). Luiz
Cristino da Silva: o Arquiteto, a Obra e o seu Tempo [Em linha]. [Consult. 4 Jul. 2017] Disponível em
WWW:<URL:http://dited.bn.pt/29613/647/829.pdf>.
Susana Gomes 88
O lobby é constituído por uma zona de receção, três zonas de estar ou lounges, guest
relations ou concierge (área de atendimento mais pessoal) e zona business centre
(contém impressora e wi-fi gratuito). O hotel possui ainda uma sala de reuniões com
acesso direto à receção ou acesso direto para o exterior.
Análise
Sala de Reuniões
2
1
16
4
4 3
4
15
1. Receção
2. Concierge
3. Business Centre
13
4. Lounges
Entrada
Quartos
Figura 14: Planta do lobby do Altis Avenida Hotel c/ indicação das figs. 13, 15 e 16
15
Figuras 15 e 16: Mobiliário do lounge do Altis Avenida Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
Iluminação
Susana Gomes 90
Os materiais e acabamentos de superfícies
Observação
TIPOLOGIA
Hotel de Negócios
OPERAÇÃO
Grupo Altis
Hotels
ARQUITETOS
Cristina Silva
Ana Cardoso
João Paciência
DATA
2011 - 14
LOCAL
Lisboa, Portugal
Figura 17: Receção do Altis Grand Hotel (Foto: Susana Gomes, 2016)
Descrição 162
Susana Gomes 92
Compõe o lobby a receção, concierge ou guest service desk, hospitality desk (check in
para grupos turísticos), três zonas de estar, lobby bar e a respetiva zona de estar,
business centre e acesso direto para salas de reuniões.
Análise
2
4 5
1. Receção
21
17
2. Hospitality Desk
20 19 3. Lounges
22
3 4. Lobby Bar
5. Lounge Bar
3 3
Entrada
Figura 18: Planta do lobby do Altis Grand Hotel c/ indicação das figs. 17, 19, 20, 21 e 22
O lobby de escala ampla tem uma organização do espaço eficaz e de fácil perceção pois
as áreas coletivas (receção, lounges, lobby bar etc.) estão delineadas por tapetes e pelo
respetivo mobiliário. Em vista disso, as passagens notoriamente definidas e espaçosas
facultam uma circulação fluída e confortável que encaminha as pessoas para os destinos
e os serviços pretendidos. Com a remodelação do espaço a antiga área da receção é
ocupada por uma nova área de lazer e de descanso, lobby bar. A receção é então
reposicionada junto à parede central do lobby de frente para a entrada principal
permitindo assim uma visualização imediata desta área de serviço. As zonas de estar
estão estrategicamente alinhadas e próximas da entrada do hotel, conseguindo assim
Mobiliário
19
Figuras 19 e 20: Mobiliário do lounge do Altis Grand Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
22
Figuras 21 e 22: Mobiliário do lobby bar do Altis Grand Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
Susana Gomes 94
O mobiliário das três áreas de estar consiste em sofás, cadeirões, bancos e mesas de
apoio. Os equipamentos de repouso estofados demarcam as duas áreas maiores com a
configuração de U fechado e a área menor com a forma de U. As mesas de apoio são do
mesmo modelo que as do lobby bar com a exceção de umas que são quadradas e
posicionadas em alguns cantos como suporte para candeeiros.
Iluminação
O pavimento do lobby é revestido com placas de pedra natural suavizadas com tapetes
que demarcam as áreas coletivas. As paredes com a exceção do lobby bar, são cobertas
com placas de pedra que diferem das do piso, painéis de vidro e de espelho amplo
(zonas de estar e de atendimento mais pessoal). A parede do lobby bar é composta por
um conjunto de painéis de chapa de latão (escovados com tratamento anti manchas e
anti oxidante). Estes painéis são articulados com faixas de vidro reciclado de cor
castanho dourado. Em relação aos tetos existentes constam: teto quadrícula que abrange
a área maior e central do lobby, um teto revestido com réguas de madeira nas zonas de
estar e por fim painéis de chapa de latão no teto do lobby bar.
Observação
TIPOLOGIA
Hotel de Negócios
OPERAÇÃO
Grupo Sana Hotels
ARQUITETO
Nuno Leónidas
DATA
2010 - 13
LOCAL
Lisboa, Portugal
Descrição 163
O Epic Sana Hotel com uma localização privilegiada e estratégica em Lisboa emergiu
de uma antiga instalação de uma marca de automóveis. Esta unidade hoteleira de luxo
destinada maioritariamente a clientes de negócios pretende ser um local potenciador de
experiências singulares para a cidade lisboeta. Integrada na paisagem das Amoreiras,
destaca-se pela sua arquitetura urbana contemporânea que beneficia da iluminação
natural (fachada de vidro com elevadores panorâmicos). O edifício constituído por um
163
Informação baseada nos documentos cedidos pela própria unidade hoteleira. Ver anexos.
Susana Gomes 96
enorme e panorâmico painel de vidro quebra o efeito de barreira possibilitando uma
maior comunicação visual entre o interior e o exterior.
Análise
26
4 5
1. Receção
5 25 5
2. Concierge
Sala de
3. Lounges
Reuniões 4. Lobby Bar
2 5. Lounge Bar
1 6. Esplanada
3 3
27
3
23
Entrada
Figura 24: Planta do átrio do Epic Sana Hotel c/ indicação das figs. 23, 25, 26 e 27
O átrio espaçoso de pé direito duplo articula todas as zonas coletivas de forma funcional
e de fácil perceção. Além da fachada de vidro permitir uma visualização imediata das
Mobiliário
25
Susana Gomes 98
Figura 27: Mobiliário da área de atendimento personalizado do Epic Sana Hotel
Iluminação
TIPOLOGIA
-
OPERAÇÃO
Grupo Sana Hotels
ARQUITETO
Nuno Leónidas
DATA
2002 - 12
LOCAL
Lisboa, Portugal
Descrição 164
Marco da cidade de Lisboa, este hotel de luxo exibe uma arquitetura que assemelha a
uma vela de um barco flutuando sobre as margens do rio Tejo. Análogo ao hotel de luxo
Burj Al Arab do Dubai pela sua forma marcadamente vertical e por estar rodeada de
164
Informação baseada nos documentos cedidos pela própria unidade hoteleira. Ver anexos.
O átrio grandioso detém uma área de receção, duas zonas de estar e de entretenimento
(existência de um piano e música ambiente) que acompanham o River Lounge Bar &
Restaurant, com prolongamento até à esplanada que representa um deck de um barco. O
átrio dá ainda acesso a outras áreas coletivas como salas de reuniões e eventos.
Análise
1 2 1. Receção
2. Concierge
3 28 4 3. Lounges
Quartos Sala de 5 6 4. Lobby Bar/
Reuniões 32
5 Restaurante
3 33
31 30 5. Lounge Bar
Entrada 6. Esplanada
Figura 29: Planta do átrio do Myriad by Sana Hotels c/ indicação das figs. 28, 30, 31, 32 e 33
Mobiliário
30
Figuras 32 e 33: Mobiliário do River Lounge Bar & Restaurant do Myriad by Sana Hotels
Iluminação
Cada área do átrio é iluminada consoante a sua função e as atividades que exerce. A
iluminação geral é alcançada através de uma distribuição uniforme de vários pontos de
luz de teto embutidos. Assim, a área de receção é iluminada por um conjunto de luzes
de teto encastrados que emanam uma luz propícia para a função exercida. O lounge que
acompanha a receção detém uma iluminação difusa e decorativa através de luzes de teto
suspensas, de parede e de pé. O ambiente diferenciado e intimista requerido para a zona
do bar e restaurante é conseguido através da iluminação difusa por meio de luzes de teto
suspensas, de parede e indireta através de sancas.
O piso do átrio tem aplicações de materiais diversos em termos de cor e textura com o
objetivo de diferenciar as áreas contidas neste espaço. O pavimento de pedra claro
reveste a área de receção e uma parte do lounge que é suavizada com alguns tapetes. Ao
passo que o River Lounge Bar & Restaurant possui um chão escuro obtido através da
junção de placas de pedra negra com carpete preta fazem um efeito contrastante
interessante. O pavimento de pedra proporciona um chão liso e reflexivo enquanto a
carpete desempenha maior estabilidade e transmite conforto aos utilizadores. O
revestimento das paredes consiste em placas de pedra, painéis de vidro e mosaicos
(parede do lobby bar). A luz e transparência sendo uma constante deste espaço são
suavizados com cortinas semi-opacas.
Observação
Conrad Hotel
TIPOLOGIA
Hotel Casino
OPERAÇÃO
Grupo Conrad
Hotels & Resorts
EMPRESA
KNA Design
DATA
2012
LOCAL
Macau, China
Descrição 165
O Conrad Macau com distinção da Forbes Travel Guide tem uma localização central e
encontra-se em Sands Cotai Central, um resort de casinos e hotéis interligados que
inclui uma infinidade de lojas de marca e restaurantes de topo. Elegância rústica com
ostentação, o Conrad hotel dispõe uma combinação entre o charme de uma boutique
hotel com o conforto e serviço de um resort de luxo.
165
Informação baseada no seguinte site. Conrad Macao, Cotai Central [Em linha]. [Consult. 28 Abr.
2017] Disponível em WWW:<URL:http://www.forbestravelguide.com/macau-china/hotels/conrad-
macao-cotai-central?dtab=qa-tab#property-overview>.
O lobby tem como partes constituintes áreas de atendimento (receção, concierge, bell
captian etc.), lounge, vestíbulo e o lobby bar ‘The Lounge’.
Análise
1.Receção
6 5 2. Concierge
3. Lounge
4 38 4. Vestíbulo
5. Lobby Bar
Entrada Entrada 6. Lounge Bar
39
3
2 36 37
34
1
Figura 35: Planta do lobby do Conrad Hotel c/ indicação das figs. 34, 36, 37, 38 e 39
Mobiliário
Figura 36: Balcão concierge do Conrad Figura 37: Mobiliário do lounge do Conrad Hotel (Foto:
Hotel (Foto: Susana Gomes, 2016) Susana Gomes, 2016)
O lobby tem ao dispor dos clientes três balcões de atendimento e uma zona de estar
acolhedora com dois sofás, quatro cadeirões e umas mesas de apoio (arranjos em forma
de U justapostos). O vestíbulo sumptuoso e espaçoso que possui poucos assentos
individuais dá acesso direto a um espaço aberto e amplo, o lobby bar. Este espaço de
lazer e de refresco (chá da tarde ou cocktail à noite) contém um balcão de bar
acompanhado por banquetas e um conjunto de assentos compostos por sofás e cadeirões
que proporcionam interação social. As organizações destes equipamentos variam entre
um sofá com dois cadeirões e uma mesa de apoio ao meio ou quatro cadeirões de volta
de uma mesa.
Figuras 38 e 39: Mobiliário do lobby bar do Conrad Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
Iluminação
As placas de pedra natural, neste caso o mármore, dominam o pavimento do lobby que
se estende ao vestíbulo. Ambos os pavimentos apresentam motivos decorativos,
geométricos no lobby e florais no vestíbulo. O piso do lobby é ainda suavizado com um
tapete central decorativo. O chão do lobby bar é coberto com uma carpete para facultar
conforto aos utilizadores. Tanto as paredes do lobby como as do vestíbulo são aplicadas
placas de pedra natural, sendo a do lobby com uma variante de pedra e o vestíbulo com
várias conjugações de pedras e de tonalidades. O teto do lobby varia entre a aplicação
Observação
JW Marriott Hotel
TIPOLOGIA
Hotel Casino
OPERAÇÃO
Grupo JW Marriott
Hotels & Resorts
EMPRESA
HBA
DATA
2015
LOCAL
Macau, China
Mundialmente conhecido pelo seu luxo, o JW Marriott Hotel Macau é o maior da Ásia.
Com uma localização privilegiada, pertence ao Resort Galaxy Macau, um complexo que
detém múltiplos hotéis de luxo, massivos casinos e lojas de marca de topo. Por
conseguinte, os viajantes de negócios ou de lazer têm acesso imediato a uma vasta
seleção de cozinha internacional, entretenimento vibrante e outras amenidades
inimagináveis.
Sumptuosidade, elegância e sofisticação é o átrio deste hotel que tem como assinatura a
peça central de atração pública o lustre de cristal resplandecente conjugada com uma
instalação artística orgânica de cores vibrantes. O átrio tem influências neoclássicas
devido à sua estrutura e às partes constituintes (p. ex. colunas de mármore e a escadaria
principal de pedra natural) apresenta um conceito relacionado com o elemento da
natureza, a água. O fator água é captado através de deslumbrantes lustres (átrio e lobby
bar) constituídos por milhares de pingentes suspensos que evocam a sensação de chuva,
assim como os painéis de vidro com efeito de ondas dos corrimões, da utilização da
água por baixo da escadaria central majestosa e por fim os painéis de vidro que
revestem uma grande superfície do teto que refletem a água da piscina do hotel. A
opção de tons neutros com castanhos e dourados torna o interior mais acolhedor sendo
que a introdução de cores vibrantes da instalação de arte torna o espaço mais atraente.
Como partes constituintes do átrio temos a área de receção, zona de estar e um lobby
bar “The Lounge”.
166
Informação baseada no seguinte site. JW Marriott Hotel Macau [Em linha]. [Consult. 3 Maio 2017]
Disponível em WWW:<URL:http://www.forbestravelguide.com/macau-china/hotels/jw-marriott-hotel-
macau>.
42
Entrada
3 4 2
43
45 1. Receção
44 2. Lounge
40
1 3. Lobby Bar
Quartos
4. Lounge Bar
Figura 41: Planta do lobby do JW Marriott Hotel c/ indicação das figs. 40, 42, 43, 44 e 45
42
Figuras 42 e 43: Mobiliário do lounge do JW Marriott Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
44
Figuras 44 e 45: Mobiliário do lobby bar do JW Marriott Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
A pedra natural predomina nos revestimentos deste espaço devido às suas caraterísticas
inerentes. Assim, o pavimento do lobby e as escadarias são revestidos com placas de
mármore claro enquanto os espaços de conforto e de lazer (lounge e lobby bar) são
guarnecidos com tapetes e carpetes a fim de providenciar bem-estar aos clientes. As
colunas de sustentação também de mármore apresentam painéis iluminados de ágata
polida. As superfícies das paredes do lobby são cobertas com variantes de pedra natural
intercaladas com painéis de chapa de latão brilhante e decorativa. O lobby bar como
espaço aberto e arejado tem apenas alguns divisores de espaço em metal dourado. Por
fim os tetos são pintados a branco com a exceção da parte central do lobby onde os
painéis de vidro amplo deixam traspassar a luz natural para o interior.
Observação
Sendo um espaço amplo e arejado permite visualizar a partir da entrada principal a áreas
existentes, exceto o lobby bar que fica escondido por trás da escadaria majestosa. O
posicionamento dos balcões de atendimento próximos da parede, o lounge e lobby bar
alinhados ao centro formam as passagens de circulação desafogadas. Assim, a receção
dispõe múltiplos balcões de atendimento, o lounge equipamentos de repouso e mesas de
apoio e o lobby bar um balcão de bar com os respetivos assentos e mesas de apoio e de
refeição. Em termos de iluminação, a claraboia existente permite uma iluminação
Okura Hotel
TIPOLOGIA
Hotel Casino
OPERAÇÃO
Grupo Okura
Hotels & Resorts
EMPRESA
KKS
DATA
2011
LOCAL
Macau, China
Descrição 167
Hotel Okura é o primeiro hotel de luxo japonês pertencente ao Casino Resort Galaxy
Macau (complexo de lazer e de entretenimento).
O arquiteto japonês Kanko Kikaku Sekkeisha, autor do projeto interior deste hotel, deu
uma interpretação distinta da cultura japonesa ao espaço através de um design
contemporâneo minimalista funcional utilizando materiais que valorizam os elementos
como a linha, texturas, espaço, luz e forma. O hotel é um oásis dentro do complexo de
casinos, hotéis e lojas, transmite um ambiente sereno, calmo e relaxante propício para o
refúgio da excitação dos jogos e da multidão. Por consequência, o interior aconchegante
e sofisticado apresenta uma atenção meticulosa aos detalhes desde a aplicação de
167
Informação baseada no seguinte site. Hotel Okura Macau [Em linha]. [Consult. 5 Maio 2017]
Disponível em WWW:<URL:http://www.forbestravelguide.com/macau-china/hotels/hotel-okura-
macau#property-overview>.
Análise
4
5
52 50 51 1. Receção
2. Customer Service
1
46
3. Lounge
4. Lobby Bar
49
48 5. Lounge Bar
3
Entrada
Figura 47: Planta do lobby do Okura Hotel c/ indicação das figs. 46, 48, 49, 50, 51 e 52
O lobby apresenta uma organização lógica e funcional das zonas coletivas pois além de
estarem bem definidas com divisores de espaço e mobiliário correspondente, o
posicionamento próximo das áreas, sem perturbar as circulações de acesso, permite aos
clientes percecionarem e alcançarem facilmente os serviços requeridos. Logo, a área da
receção visível a partir da entrada principal tem como área adjacente o lounge que
providencia uma zona de repouso e de relaxamento aos clientes. O lobby bar apesar de
estar na mesma linha de visão da entrada e próximo da área de atendimento está
resguardado por meio de divisores de espaço naturais como plantas (barreira de bambu)
e ripas de madeira. Estas divisórias semi-opacas personalizam o espaço sem restringir e
reservam alguma privacidade.
48
Figuras 48 e 49: Mobiliário do lounge do Okura Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
50 51
Figuras 50, 51 e 52: Mobiliário do lobby bar do Okura Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
Iluminação
Observação
TIPOLOGIA
Hotel Casino
OPERAÇÃO
Grupo Hyatt Hotels
& Resorts
EMPRESA
HBA
DATA
2009-10
LOCAL
Macau, China
Descrição 168
O lobby moderno, sofisticado e dramático tem como destaque a obra artística ‘A dança
das nuvens e da chuva’ do artista chinês Danny Lee. A obra é composta por três
esculturas impressionantes de aço inoxidável representando o fenómeno precipitação.
Figuram nesta obra, duas nuvens com chuva e um hemisfério gigante banhado por uma
corrente de água constante. O tema aquático tem como simbologia a purificação ou a
força da natureza que origina a vida. O esquema cromático consiste essencialmente em
tons metalizados (prateado e dourado) contrastando com as cores claras e escuras das
pedras naturais dos revestimentos.
168
Informação baseada no seguinte site. Grand Hyatt Macau [Em linha]. [Consult. 10 Maio 2017]
Disponível em WWW:<URL:http://www.forbestravelguide.com/macau-china/hotels/grand-hyatt-
macau#property-overview>.
Análise
56 4 1. Receção
2. Concierge
Quartos 3. Bell Service
55 4. Lounge
53
1
3
2
Entrada
Figura 54: Planta do lobby do Grand Hyatt Hotel c/ indicação das figs. 53, 55 e 56
Figuras 55 e 56: Mobiliário do lounge do Grand Hyatt Hotel (Fotos: Susana Gomes, 2016)
Iluminação
O piso do lobby coberto com mármore preto contrasta com a escadaria majestosa de
pedra de marfim egípcio. O lounge é revestido com tapete por questões decorativas e de
conforto. Os revestimentos das paredes do lobby são essencialmente painéis de vidro e
de pedra natural de diferentes qualidades (p. ex. mármore, travertino etc.) enquanto as
colunas de sustentação são revestidas a metal (aço inoxidável) ou a pedra natural.
Observação
Obras artísticas
O recurso a obras artísticas é comum nos lobbies, tendo como exceção o hotel Altis
Avenida por ser um espaço reduzido, a intenção é a de não o sobrecarregar. Os restantes
hotéis ostentam o lobby com esculturas, pinturas, instalações artísticas, tapeçarias e
vasos com ou sem vegetação. É de denotar que quase todos os lobbies analisados,
exceto o hotel Altis Avenida e o hotel Grand Hyatt (vários postos de atendimento),
apresentam painéis decorativos na zona da receção como uma forma de ornamentação e
de destaque da área.
Constituição do lobby
Dos lobbies analisados, estes têm como áreas integrantes: receção, concierge, lounge e
lobby bar (exceto o Altis Avenida Hotel que detém o bar no último piso por questões de
espacialidade). Ademais, os hotéis de maior capacidade de alojamento disponibilizam
além dos serviços básicos de atendimento, vários balcões ou mesas com as seguintes
funções: hospitaly desk, front office manager, bell captain e conforme referido atrás, no
subcapítulo 2.4 Áreas integrantes do hotel. O mesmo acontece com o lounge que pode
ser mais do que um. É ainda de referenciar que o lobby dá acesso direto às salas de
reuniões.
Mobiliário
Iluminação
5.3 Conclusões
Após as observações feitas podemos concluir que estes hotéis urbanos de luxo
contemporâneo projetam os lobbies consoante os requisitos indispensáveis de cada
elemento de design (escala e organização do espaço, mobiliário, iluminação e materiais)
para obter um bom funcionamento do lobby.
Os conceitos de design do lobby, na maioria dos casos, têm como inspiração as raízes
da cultura local ou da própria localização do hotel. Ademais, denota-se uma tendência
As áreas constituintes do lobby são nomeadamente a receção que possui várias funções
(as mais comuns: concierge, front office manager, hospitality desk e bell captian), o
lounge e o lobby bar. Dependendo da dimensão espacial do lobby, este pode conter pelo
menos dois a cinco postos de atendimento como também um a três zonas de estar
(excluindo os lounges bar). Além disso, o lobby como ponto central do hotel dá acesso
às restantes áreas seja direto ou por meio de escadas ou elevadores.
O lobby sendo uma área de utilização intensa possui um pavimento revestido com
placas de pedra natural, tendo como eleição dos casos analisados, o mármore pelas suas
características intrínsecas. As zonas de estar que exijam uma comodidade maior são
aplicadas tapetes, carpetes ou então revestidas com um material quente e acolhedor
como a madeira. Em relação ao revestimento das paredes e colunas de apoio são
também usualmente cobertas com placas de pedra, painéis de vidro principalmente nas
fachadas, painéis de espelho para ampliação do espaço e reflexão da luz e chapas de
metal para efeitos decorativos. Por último, os tetos são maioritariamente revestidos com
tinta branca ou com painéis de vidro no caso das claraboias ou ainda cobertos com
painéis de madeira.
Assim, verificou-se que o hotel coetâneo age como atração da cidade ao providenciar
espaços coletivos, salientando o lobby, que transmite o conceito e imagem de marca de
forma distinta ao valorizar pequenos detalhes, de algum modo a cultura local podendo
também inserir obras artísticas da região, questões de sustentabilidade e entretenimento
Determinámos que o lobby como primeiro espaço interior do hotel deve transmitir uma
boa imagem e padrões de serviço pois é neste espaço que sucede a primeira impressão e
interação entre os hóspedes ou visitantes com os funcionários da unidade hoteleira. Em
vista disso, o lobby é projetado com o intuito de cativar e destacar o hotel num mercado
saturado, tendo em conta a funcionalidade das suas áreas integrantes e o bem-estar
físico e psicológico do cliente. Por conseguinte, afirma-se como um ponto de encontro
social (lazer ou negócios) e um destino em si pelo seu interior peculiar como pela
disponibilidade dos espaços coletivos como lounge, bar, restaurante e sala de reuniões.
Podemos assim afirmar que o lobby sendo um dos espaços basilares para o
funcionamento e desenvolvimento do hotel que como espaço dinâmico e multifuncional
(suporta todas as atividades e funções ocorridas em simultâneo), requer um bom
planeamento dos seus elementos constituintes, segundo os requisitos fundamentais, a
fim de garantir eficácia nos serviços e uma estadia agradável.
Como efeito, estes elementos devem ser coerentes a nível funcional e estético para o
sucesso do lobby.
Pelo que nos foi possível observar através dos casos analisados e que apresentámos,
julgamos poder afirmar que os lobbies, apesar das diferenças culturais, são projetados
consoante os requisitos específicos do espaço, mas também de cada elemento de design,
ou seja, maioritariamente os lobbies seguem um padrão de organização do espaço, o
tipo de mobiliário, a iluminação e por fim os materiais de revestimento, obtendo assim
um bom funcionamento do lobby.
Em última instância, este estudo pretendeu encontrar resultados que possam produzir
critérios para arquitetos e designers da área hoteleira, mais especificamente o espaço
lobby. Os resultados irão ajudar e orientar estes profissionais na relação com o cliente,
empresário ou hoteleiro, no sentido de conseguir aconselhar, guiar e projetar lobbies
com maior sucesso. Neste ramo, o retorno do investimento advém dos consumidores
satisfeitos, já que os lobbies bem-sucedidos são um fator importante para visitas
repetidas ao hotel. O intento desta investigação serve também para os que estão
interessados em aprofundar esta matéria em causa, servindo assim como base para
futuras investigações.
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