1) A lenda explica como surgiu o prato típico "tripas à moda do Porto" da cidade do Porto, após os habitantes terem fornecido toda a carne para a expedição militar de 1415 liderada pelo rei D. João I para conquistar Ceuta, ficando apenas com as tripas.
2) Em 1414, o rei D. João I organizou secretamente uma grande expedição a Ceuta, encarregando seus filhos D. Henrique e D. Pedro de organizarem a armada nos estuários do Tejo e Dou
1) A lenda explica como surgiu o prato típico "tripas à moda do Porto" da cidade do Porto, após os habitantes terem fornecido toda a carne para a expedição militar de 1415 liderada pelo rei D. João I para conquistar Ceuta, ficando apenas com as tripas.
2) Em 1414, o rei D. João I organizou secretamente uma grande expedição a Ceuta, encarregando seus filhos D. Henrique e D. Pedro de organizarem a armada nos estuários do Tejo e Dou
1) A lenda explica como surgiu o prato típico "tripas à moda do Porto" da cidade do Porto, após os habitantes terem fornecido toda a carne para a expedição militar de 1415 liderada pelo rei D. João I para conquistar Ceuta, ficando apenas com as tripas.
2) Em 1414, o rei D. João I organizou secretamente uma grande expedição a Ceuta, encarregando seus filhos D. Henrique e D. Pedro de organizarem a armada nos estuários do Tejo e Dou
[A] Tripeiro. Ao natural ou residente do Porto é aplicada, desde há séculos, a alcunha1 de “tripeiro”. Porquê? Porque come tripas, obviamente. De resto, entre a rica gastronomia da urbe2 , emerge como o seu prato mais emblemático e identitário as “tripas à moda do Porto”. A receita tradicional impõe que as tripas, de vitela, 5 sejam bem limpas, esfregando-as com sal e limão, sendo depois cozidas em água e sal. Mas este é, apenas, o início de um longo e apetitoso processo que, até à sua conceção final, fará juntar às tripas um conjunto muito significativo de outras carnes, nomeadamente mão de vitela, chouriça de carne 3 , salpicão4 , toucinho entremeado5 e frango. Esta especialidade é, também, devidamente confecionada com feijão de 10 manteiga, cenouras e alguma cebola. Salsa, sal, pimenta preta, entre outros ingredientes, garantem, mas também exigem, que se deixe apurar bem este prato. Fundamental, porque também se come com os olhos, é que seja servido numa bela terrina6 de barro, polvilhado com cominhos e salsa picada. É, também incontornável, que seja acompanhado por arroz branco seco. 15 [B] É um prato delicioso. Mas, recorrendo às “tripas”, é também uma receita rara e sui generis que tem despertado a estranheza e a admiração de quem, vindo de fora da cidade, se depara com esta iguaria 7. Ora, tão exótico e singular prato tem que ter uma explicação. Nem que seja lendária. E é o que realmente acontece desde há muito tempo. Com efeito, as tripas à moda do Porto possuem uma lenda e 20 são, segundo essa narrativa tradicional, resultado do profundo envolvimento do burgo na expedição militar comandada pelo rei D. João I que, em 1415, conquistou a cidade norte-africana de Ceuta iniciando, assim, o processo da expansão marítima e colonial que caracterizaria o nosso país durante os séculos seguintes. [C] Lenda à parte, os acontecimentos históricos são relativamente bem 25 conhecidos: rodeado de grande segredo, em 1414, o monarca decide organizar uma expedição a Ceuta com o objetivo de a conquistar. Precisava para isso de uma armada poderosa, tendo encarregado dois dos seus filhos, os infantes D. Henrique e D. Pedro, de a organizar. D. Pedro deveria preparar embarcações no Tejo, enquanto D. Henrique teria que fazer o mesmo nos estaleiros do Douro. Havia já 30 anos que 30 o rei possuía uma relação muito privilegiada com o Porto e sabia que poderia contar com o auxílio da cidade. Na base desta relação encontrava-se, entre outros, o facto de o apoio dos burgueses portuenses ter sido decisivo na sua chegada ao trono durante a crise de 1383-85. Aliás, reconhecido por tal auxílio, D. João I tinha feito questão de se casar no Porto com D. Filipa de Lencastre e de, posteriormente, aqui 35 lhe nascer um dos seus filhos: Henrique, o mesmo que agora enviava, em missão fotocopiável
secreta, a este burgo.
86 6. Cidadelas – Fichas de revisão
[D] Todo o Porto se entregou de um modo muito significativo ao projeto. A
armada zarpou da cidade no dia 10 desse mesmo mês e, à partida, era composta por mais de setenta navios. Poucos dias decorridos, deu-se a junção com a frota 40 organizada no Tejo pelo seu irmão e, revelado entretanto o objetivo da missão ao numeroso grupo de homens embarcados (vários milhares, entre os quais muitos portuenses), cerca de um mês depois consumava-se, com assinalável êxito, o assalto da cidade marroquina. [E] Mas, o que é que tudo isto tem a ver com as tripas? É aqui que entra a 45 lenda. Segundo a tradição, o Porto, além de todo o trabalho na construção dos navios, forneceu também tudo o que tinha para os mantimentos da frota. Nomeadamente carne. Todas as carnes que possuía tinham sido limpas, salgadas e devidamente acamadas nas embarcações. A cidade, sacrificada, tinha ficado apenas com as miudezas (pedaços), nomeadamente as “tripas”, e foi com elas que 50 teve que inventar alternativas alimentares. Surgia, assim, o prato das “tripas à moda do Porto” que acabaria por se perpetuar até aos nossos dias e tornar-se, ele próprio, num dos elementos mais característicos da cidade. De tal forma que, com ele, nascia também a alcunha de “tripeiro” para os habitantes do Porto. In http://joelcleto.no.comunidades.net (adaptado e editado) 1. Nome informal, cognome; 2. Cidade (do latim “Urbs”); 3 e 4. Espécie de enchido; 5. Parte do porco; 6. Prato utilizado para servir comida; 7. Alimento, petisco.
1.1. Ando à procura
Em que parágrafo ou parágrafos encontra as seguintes afirmações? Note que há duas afirmações erradas.
1. A parte da lenda. 5. Um prato que chama a atenção.
2. Uma expedição secreta. 6. O ano preciso em que tudo 3. Como cozinhar as tripas. 7. aconteceu. O sucesso da expedição. 4. A palavra vem de estômago. 8. As tripas, usadas para fazer barcos.
1.2. Dar conta
Selecione do texto: 1. Duas palavras e/ou expressões idiomáticas que já conhece, e explique-as. __________________________________________________________________ 2. Duas informações sobre gastronomia, cozinha ou História que já conhece das unidades anteriores. _______________________________________________ 3. Duas formas verbais marcadas a negrito, explicando o seu significado no contexto. __________________________________________________________________
1.3. Dois a dois
Com o seu colega, discuta o que faz quando prepara uma viagem a uma nova cidade. Use os verbos seguintes:
Indice Chronologico Das Navegações, Viagens, Descobrimentos, e Conquistas Dos Portugueses Nos Paises Ultramarinos Desde o Principio Do Século XV, Por Francisco de S. Luis