Um Jantar Brasileiro", Debret (analisar e pintar)

BNCC: 8° ano. Habilidades: EF08HI12, EF08HI14

O artista e sua época

O artista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
veio para o Brasil em 1816 integrando a Missão
Artística Brasileira – nome do grupo de artistas,
arquitetos e artesãos franceses convidados por D.
João VI, que então governava.
O país ainda não era independente, mas Reino
Unido a Portugal e Algarves. Debret permaneceu
quinze anos no Brasil, tendo testemunhado a
independência e o Primeiro Reinado.
Durante esse tempo, Debret registrou, em
aquarelas, desenhos e telas a óleos, as paisagens e
os costumes rurais e urbanos brasileiros – muitas
dessas pinturas acompanhados por uma descrição
pormenorizada. Isso torna o trabalho de Debret
uma preciosa fonte de informações sobre a vida no
Brasil Colonial e sua natureza.
Os escravos e os pobres comiam, além da carne
seca, farinha de mandioca, peixes, mariscos, arroz
e feijão preto. Carne de porco eram para os dias de
festa, assim como os legumes e hortaliças. Os restos
do porco (pés, orelhas, rabo etc.) misturados com a
carne seca ao feijão cozido viravam a suculenta
feijoada.
Pimenta, angu e aguardente de cana eram
consumidos sob o pretexto de despertar o apetite.
As frutas mais comuns eram banana, laranja,
ananás e melão.
A sobremesa mais apreciada era a mistura de
farinha, melado e queijo de Minas. O queijo
mineiro, pelo seu baixo preço, era consumido por
quase toda população no Brasil Colônia.
Mudanças nos hábitos alimentares

De volta à França, em 1831, ele publicou suas A presença da corte portuguesa e a abertura dos
aquarelas e textos com o nome Viagem Pitoresca e portos (1808) introduziram novidades,
Histórica ao Brasil (1834-1839). A imagem que você especialmente no Rio de Janeiro entre as famílias
vai colorir faz parte dessa obra e ela ilustra os mais ricas: talheres (garfo e faca), manteiga
hábitos alimentares da época. francesa, “carne verde” de vaca, vinho, cerveja e
pão de farinha de trigo (antes, era pão de farinha de
Hábitos alimentares no Brasil Colonial milho).

Antes da chegada da Corte Portuguesa, consumia- Os pobres continuaram comendo com as mãos, a
se muita carne salgada vinda do Norte e a carne de usarem banha e carne de porco, e a comerem beiju
porco proveniente de Minas Gerais. e tapioca, feitos da mandioca.

A carne de sol era considerada um produto inferior
e destinava-se aos escravos. Carne bovina fresca,
chamada “carne verde”, era rara.
No século XIX, havia quatro refeições ao dia. A
primeira, depois de acordar, era o almoço; entre
meio-dia e 2 horas da tarde era o jantar; no meio da
tarde, a merenda e, por fim, a ceia, depois das 9
horas da noite.

Saiba mais / outros recursos

▪ Debret e os hábitos alimentares na Corte Brasileira. Ensinar História.
https://ensinarhistoria.com.br/debret-e-os-habitos-alimentares-na-corte-brasileira/

▪ Contrastes e nuances sociais no Brasil colônia, segundo Debret. Ensinar História.

https://ensinarhistoria.com.br/contrastes-sociais-brasil-colonia-debret/

▪ A vida urbana no Brasil, segundo Debret. Ensinar História

https://ensinarhistoria.com.br/vida-urbana-no-brasil-segundo-debret/

▪ Um jantar brasileiro (Jogo digital). Ensinar História.

https://ensinarhistoria.com.br/jogos/encontrar-erros/

▪ Loja de sapateiro, Debret (Jogo de encontrar erros). Stud História

https://studhistoria.com.br/produto/loja-de-sapateiro-pdf/

▪ O Brasil na década de 1820 (Ingofráfico). Ensinar História.

https://ensinarhistoria.com.br/infograficos/
 Um Jantar Brasileiro", Debret (analisar e pintar)

“Um jantar brasileiro”: leitura da imagem

“Um jantar brasileiro”, Jean-Baptiste Debret, aquarela sobre papel, 16 cm x 22 cm, Rio de Janeiro, 1827.

1. Vamos testar sua capacidade de observação? _________________________________________

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações
_________________________________________
abaixo.
( ) 1. A imagem mostra um casal de posses, _________________________________________
sentado à mesa, servidos por três escravizados.
( ) 2. A mesa está coberta por uma toalha de
4. A dieta dos escravizados era a mesma dos
linho branco e tem cristais, porcelana, vinho, frutas
senhores? Explique.
e carne.
_________________________________________
( ) 3. O casal usa apenas facas pois o garfo ainda
era um talher muito raro na época. _________________________________________
( ) 4. A escravizada está tirando o pó enquanto os
_________________________________________
senhores tomam sua refeição.
( ) 5. A senhora apesar de bem vestida usa
chinelos, assim como o senhor. 5. Na sua opinião, a que horas essa cena estaria
( ) 6. Também os escravizados adultos usam acontecendo? Explique.
chinelos na casa senhorial. _________________________________________
( ) 7. A senhora e o senhor estão tomando vinho
_________________________________________
como indicam as duas taças sobre a mesa.
( ) 8. A escravizada usa pulseiras, brincos, colares _________________________________________
e um enfeite na cabeça.
6. Todas as famílias livres no Brasil da época (século
2. Entre os objetos e alimentos representados na
pintura, aponte 3 que eram importados de Portugal XIX) tinham essa forma de vida e de riqueza?
nessa época.
Explique.
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
3. Os escravizados adultos estão bem vestidos.
Pode-se deduzir, então, que todos os escravizados _________________________________________
desses senhores se vestiam assim? Justifique.
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RESPOSTAS
1.
1) V. Além da escravizada e do escravizado, há um
terceiro do qual se vê apenas a sombra junto à porta
2) V.
3) F. Ambos estão usando garfo e faca.
4) F. A escrava usa uma espécie de espanador
para espantar moscas e não para tirar o pó.
5) V.
6) F. Todos os escravizados, incluindo as crianças
estão descalços pois era-lhes proibido calçar
sapatos.
7) V. Uma das taças está junto ao braço direito do
senhor.
8) F. Ela não tem pulseiras.
2. Taças, vinho, toalha de linho, talheres, pratos e
travessas de porcelanas.
3. Não. Os escravizados que trabalhavam na casa
senhorial (mucamas, pagens, condutores de
carruagem etc.) tinham roupas boas e limpas,
principalmente quando saíam às ruas
acompanhando seus senhores. Já os escravizados
do eito (trabalhavam na lavoura, no trato dos
animais etc.) vestiam-se com trapos.
Interessante observar que o pintor deve ter visitado
esse casal ou outro do mesmo status social para
registrar a cena com tantos detalhes. Neste caso,
possivelmente o casal recebeu o pintor (um artista
francês) mostrando o que tinha de melhor.
4. Não. Os escravos e os pobres comiam carne seca,
farinha de mandioca, peixes, mariscos, arroz e feijão
preto. Os senhores comiam carne de porco e carne
de vaca fresca, pão de farinha de trigo, tomavam
vinho e cerveja.
5. O título da aquarela “Um jantar brasileiro” fará os
alunos afirmarem que é uma refeição à noite. É
importante contextualizar o título: o termo “jantar”,
na época, indicava a refeição feita entre meio-dia e
2 horas da tarde – o que corresponde hoje ao
almoço. Portanto, a aquarela “Um jantar brasileiro”
representa a cena de um almoço no início do século
XIX.
6. Não, a camada social das pessoas livres tinha
diferentes níveis sócio-econômicos: havia os muito
abastados, com grandes propriedades e muitos
escravos; uma camada média de profissionais como
boticários, açougueiros, padeiros, médicos etc.
possuidores de 2 ou 4 escravos; e homens e
mulheres pobres que viviam com poucos recursos
comercializando os produtos de suas roças e
pomares.