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COLÉGIO QUEIROZ

DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSORA: JAMILLE ROSA

TRABALHO DE HISTÓRIA - 4° BIMESTRE – 7° ANO

Distinções entre africanos Povos africanos e suas condições de vida

Chegando ao Brasil, os africanos que sobreviviam à viagem nos navios negreiros eram vendidos,
geralmente no próprio porto, em leilões. Depois, passaram a trabalhar nos engenhos de açúcar, nas
plantações de algodão, na mineração, nos serviços domésticos, no artesanato ou ainda nas cidades.
Submetidos à escravidão, os africanos costumavam ser diferenciados pelos colonos de acordo com o
trabalho que desempenhavam e o tempo de vida na colônia, além de critérios principalmente relacionados à
origem cultural e linguística. Os compradores de escravos evitavam adquirir indivíduos do mesmo grupo
linguístico, para que, assim, fossem obrigados a se comunicar em português. Vejamos algumas distinções.

Escravos do eito
Os escravos que trabalhavam nas lavouras eram chamados de negros do eito. Assim como os que
lidavam com a mineração, viviam sob a fiscalização do feitor e trabalhavam até 15 horas por dia. Quando
desobedeciam às ordens, podiam sofrer vários tipos de castigo, geralmente
aplicados em público, para que os outros escravos também se intimidassem
— era o chamado “castigo exemplar”. O excesso de trabalho, a má alimenta-
ção, as péssimas condições de higiene e os castigos que sofriam deterioravam Eito: roça ou plantação
onde trabalhavam os
rapidamente sua saúde. Muitos escravos morriam depois de cinco a dez anos de trabalho.
escravos.
Escravos domésticos
Os escravos domésticos eram escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam mais bonitos,
dóceis e confiáveis. Muitas vezes recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada etc.

Escravo de ganho
Os escravos de ganho eram aqueles que viviam nas cidades e realizavam trabalhos temporários em
troca de pagamento, que era revertido, parcial ou totalmente,
para seus proprietários. Entre os escravos de ganho predomina-
va o comércio ambulante. No período colonial brasileiro, escra-
vas de ganho preparavam e vendiam nas ruas comidas, como
mingaus, peixes fritos, acarajé e bolos, sobretudo em cidades
como Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Segundo pesquisadores,
esse comércio originou o ofício das baianas do acarajé que, no
Brasil Contemporâneo, foi declarado Patrimônio Imaterial do
país pelo Iphan.
Devido às maiores possibilidades de circulação e de ga-
nho, os escravos preferiam a vida nas cidades; ali, podiam jun-
tar algum dinheiro com suas tarefas e, eventualmente, conse-

Loja de barbeiros, Jean-Baptiste Debret. Litografia


colorida, c. 1839.
guir comprar sua liberdade. A venda de um escravo urbano para uma fazenda era, muitas vezes, uma forma
de castigo usada pelos senhores.

Escravo de Mineração
Com a descoberta de ouro no Brasil outra categoria de escravo surgiu era os chamados de escravos
de mineração pois trabalhavam nas minas.

Outros tipos de escravizados


Escravos do Estado, escravos de conventos e igrejas, escravos soldados, escravos de cantos e
escravos reprodutores.
Boçal e ladino
Outro fator que distinguia os escravos era o processo de “adaptação” cultural. Tinha menor valor o
boçal, designação dada ao escravo recém-chegado da África, que desconhecia a língua portuguesa e o
trabalho na colônia. Em contrapartida, o ladino era mais valorizado: o escravo que entendia a língua
portuguesa e já havia aprendido a rotina do trabalho.
Sobre a distinção entre os escravos, o jesuíta Antonil, que viveu no Brasil no início do século XVIII,
apresentou a seguinte visão:

Uns chegam ao Brasil muito rudes e muito fechados e assim continuam por toda a vida. Outros,
em poucos anos, saem ladinos e espertos, assim para aprenderem a doutrina cristã, como para
buscarem modo de passar a vida. [...] Os que nasceram no Brasil, ou se criaram desde pequenos
em casa dos brancos, afeiçoando-se a seus senhores, dão boa conta de si, e levando bom cativeiro,
qualquer deles vale por quatro boçais.

Obra do pintor alemão Emil Bauch, de 1858, que retrata escravos de ganho no
Rio de Janeiro

REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto. História Global 2. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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