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ITB - PROFESSORA DAGMAR RIBAS TRINDADE

Barueri, ______ de _______________________________ de 2023.


Nome:_________________________________ nº ___ 7º ano _____
Profª Cristina Moraes Disciplina: História Ensino
fundamental
E-mail professor: cristina.moraes@docente.fieb.edu.br
Trabalho de História: vale de 0 a 7

 Trabalho valendo de 0 a 7 pontos.


 Trabalho individual ou em dupla;
 Entrega: 29/05.
 O trabalho deve ser entregue fisicamente
Bom estudo!

Proposta de trabalho 1:
Imagine que você é um navegante a bordo de um navio portugues durante as Grandes
Navegações .Crie uma história em quadrinhos relatando os problemas e dificuldades enfrentados por você
e por sua tripulação. Utilize informações e elementos presentes nos textos abaixo para que sua história
seja históricamente correta.
A história em quadrinhos deve ser feita a mão em folha sulfite na horizontal. Mínimo 1 folha de seis
quadrinhos.

Proposta de trabalho 2:

Imagine que você é um navegante a bordo de um navio português durante as Grandes Navegações e
está escrevendo um diário narrando suas experiências em Alto Mar. Crie anotações de diário para quatro
datas relatando os problemas e dificuldades enfrentados por você e por sua tripulação. Utilize informações
e elementos presentes nos textos abaixo para que sua história seja históricamente correta.
O diário pode ser feito em folha Sulfite dobrada ao meio, formando um “livreto” Mínimo duas folhas
contando com a capa.

TEXTOS DE APOIO: LEITURA OBRIGATÓRIA PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO

Os textos de apoio abaixo reproduzidos falam sobre as condições enfrentadas pelos navegadores do
périodo das Grandes Navegações
Texto I: Narração de Américo Vespúcio sobre sua viagem à América
A fim de que numa palavra todas coisas brevemente narre, sabia que (...) navegamos continuamente
(...) com chuvas, trovões e relâmpagos, em tal modo escuros que nem o sol no dia, nem sereno na noite
jamais vimos. Por essa coisa toda em nós entrou um tão grande pavor que quase já toda a esperança de vida
tínhamos perdido. (...) O dia exatamente VII de agosto de MDI nas costas daqueles países surgimos,
agradecendo ao nosso senhor Deus com solenes súplicas e celebrando uma missa cantada. Lá aquela terra

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soubemos não ser uma ilha mas continente, porque em longuíssimas praias estende não circundantes a ela e
de infinitos habitantes era repleta. E descobrimos nela muita gente e povos e todo gênero de animais
silvestres que nos nossos países não se encontram, e muitos outros por nós nunca vistos, dos quais seria
longo um a um referir.
VESPÚCIO, Américo. Novo Mundo: cartas de viagens e descobertas.
Texto II: texto do cronista da expedição de Fernão de Magalhães (Antonio Pigafetta) escrito durante a
primeira viagem de volta ao mundo
Quarta-feira, 28 de novembro de 1520, desembocamos no Estreito para entrar no grande mar, ao qual
demos em seguida o nome de Pacífico e no qual navegamos durante um período de 3 meses e 20 dias, sem
provar nenhum alimento fresco. O biscoito que comíamos já não era pão, e sim um pó misturado com
vermes, que haviam devorado toda a sua substância. No mais, tinha um fedor insuportável por ter sido
impregnado por urina de ratos. A água que nos víamos obrigados a beber estava igualmente podre e
fedorenta. Para não morrermos de fome, nos víamos obrigados a comer pedaços de couro de vaca [...].
Frequentemente éramos obrigados ainda a nos alimentar de serragem e até de ratos. Estes, tão repelentes
parra os homens, haviam se tornado um alimento muito fino e delicado, pelo qual se pagava muito bem por
cada um.
No entanto, isso não era tudo. Nossa maior desgraça era nos ver atacados de uma espécie de doença,
que fazia inchar as gengivas, ultrapassando os dentes em ambos os maxilares. Isso impedia que os doentes
se alimentassem e desta doença morreram dezenove, entre eles, o gigante da Patagônia[...] que levávamos
conosco. Além dos mortos, tínhamos vinte e cinco marinheiros doentes, que sofriam de dores nos braços,
nas pernas e em outras partes do corpo, mas que ao fim conseguiram se salvar.
PIGAFETTA, Antonio. Primeira viagem ao redor do mundo. A crônica ao vivo da expedição de Magalhães-
Del Cano (1579-1522)
gigante da Patagônia: figura mitológica que segundo os navegantes do período das Grandes Navegações
habitava a região da Patagônia na América do Sul. Apesar dessa figura aparecer no texto de Antonio
Pigafetta não há nenhuma comprovação de que esse ser existiu. É comum aparecerem em textos de
navegantes da época a presença de seres míticos.
Texto III: Trecho do texto "A epopeia dos pobres", escrito pela jornalista Cibetie Pedral. Trata-se de uma
resenha do livro O ponto onde estamos: viagens e viajantes na história da expansão e da conquista, do
historiador Paulo Miceli.
(...) As maiores caravelas, informa Miceli, abrigavam até 800 pessoas. O livro conta que o principal
alimento da tripulação era o biscoito. Em pequenas quantidades, serviam-se carne salgada, peixe ou queijo e
arroz, com água e às vezes vinho. Os capitães e pilotos que ocupavam o topo da hierarquia dos navios
comiam melhor. (...)Miceli revela que a corrupção rolava solta entre os comerciantes que abasteciam as
caravelas. Era comum que o fornecedor lisboeta recebesse dinheiro suficiente para prover os navios com
comida para três meses e entregasse alimentos para um mês só. A "caixinha" era dividida entre o funcionário

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da Coroa responsável pelo abastecimento dos barcos e o próprio comerciante. Como as viagens começavam
a demorar muito mais que o previsto, a tripulação inteira passava fome. A conservação dos alimentos era
igualmente desastrosa. Comia-se “biscoito todo podre de barata e com bolor muito fedorento”(....)
Debilitados pela má alimentação, os navegantes sucumbiam facilmente às doenças que
assombravam os navios . As febres eram tratadas com sangrias . Ao escorbuto, moléstia provocada pela
falta de vitamina C, respondia-se com cortes na gengiva.(...)
Com tantos perigos à espreita em alto-mar, é de perguntar como é possível que tanta gente se
alistasse para partir nas caravelas. O autor dá algumas pistas, A capital portuguesa no século XVI era pobre
e vivia à mercê da peste e da fome. A expectativa média de vida para um homem era de 30 anos. É de supor
que para muita gente valesse o risco de uma viagem para as Índias. Para animar os viajantes não faltavam
histórias de gente que havia enriquecido no Oriente. (...)
Quase ninguém a bordo sabia nadar. Se o navio afundava, os marinheiros morriam às pencas, às
vezes a alguns metros da praia. Poucos conheciam o vocabulário mais elementar da navegação (...).
PEDRAL, Cibelle. a epopeia dos pobres. In: Veja, 4 mai. 1994.
Escorbuto - doença devida à carência de vitamina C e que se caracteriza por tendência à hemorragia.
Sangria - ato ou efeito de sangrar, de dar saída artificial a certa quantidade de sangue duma veia.
Texto IV: texto de Fernando Valeika de Barros para a revista Superinteressante sobre as condições do
cotidiano das viagens no tempo de Vasco da Gama:
Meses de privação e desconforto
Naufrágio, fome, doença, encalhes, piratas e ataques inimigos eram o mínimo que um candidato a
marinheiro deveria esperar. Dos 13 navios da armada de Cabral que veio ao Brasil, por exemplo, sete
afundaram. Eram recrutados homens de 12 a 70 anos. mas meninos de 8 a 10 também embarcavam com os
pais, como grumetes. Em missões perigosas, a Coroa mandava presos e degredados. Se sobrevivessem,
ganhavam de volta a liberdade.[...]
Havia apenas um fogão a lenha a bordo, sobre uma chapa de ferro coberta de areia. Com chuva ou
muito vento não podia ser aceso. Comia-se muio peixe (às vezes cru), biscoitos umidos, carne de porco
salgada e vinho diluído em água que era racionadíssima.
Higiene difícil
A higiene era quase impossível. Banho só nas escalas, que podiam demorar semanas. Para fazer as
necessidades usava-se um balde, pendurado do lado de fora do navio, para ser lavado pelas ondas. O papel
higiênico era uma corda com a ponta desfiada, também dependurada no navio, uma espécie de pincel
molhado à espera do próximo usuário.
A medicina era precária. O almirante Fernão de Magalhães, que deu a volta ao mundo em 1519, tinha
65 drogas na farmácia. Uma delas era a teriaga, planta usada contra verminoses e flechadas. Antes da
aplicação, a ferida era queimada e regada com urina.

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Velas e cordas tinham que estar sempre prontas para as mudanças de vento. Havia poucas distrações.
A missa, no domingo, era um programão. Apesar de proibido, o jogo corria solto. Em 1565, Camões perdeu
uma fortuna no carteado, entre a índia e Moçambique. (...)
BARROS, Fernando Valeika de. In: Superinteressante, jul. 1997, n.7, ano 11

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