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VIGILÂNCIA

SECRETARIA ATENÇÃO PRIMÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA


MUNICIPAL DE SAÚDE VIGILÂNCIA EM SAÚDE MUNICIPAL

ATUALIZAÇÃO DO PROTOCOLO DE
ATENDIMENTO EM CASOS DE
ACIDENTES COM ANIMAIS
POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DA
RAIVA. SEGUNDO NOTA TECNICA
N°8/2022/MS

MARÇO/2022

SECRETARIA DE SAÚDE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA MUNICIPAL
Rua 1º da Agosto, 567, Centro, CEP: 65.606-070 - Caxias / MA
2º andar - (99) 3421-6089 · Ramal 217
Site: www.caxias.ma.gov.br
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ESTE PROTOCOLO ESTÁ VALIDADO PARA SER UTILIZADO EM TODAS AS


UNIDADES BASICAS DE SAUDE E REDE HOSPITALAR DESTE MUNICIPIO,
A PARTIR DESTA DATA.

_____/_____/_____

_______________________________________
MÔNICA CRISTINA MELO SANTOS GOMES
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE

_______________________________________
VERÔNICA CARNEIRO ARAGÃO FERREIRA
COORDENADOR DA ATENÇÃO PRIMARIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

_______________________________________
ELANE MARIA AZEVÊDO DOS REIS
COORDENADORA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

_______________________________________
TAMIRES SAMARA MAGALHÃES PEREIRA
ENFERMEIRA SUPERVISORA DO PROGRAMA ANTIRRÁBICO

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PARTE 1- CLASSIFICAÇÃO DE ACIDENTES COM ANIMAIS


POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DE RAIVA E CONDUTAS A SEREM
TOMADAS.

PARTE 2- CONDUTAS DE PRÉ-EXPOSIÇÃO E PÓS-EXPOSIÇÃO PARA


ACIDENTES COM ANIMAIS POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DA
RAIVA

PARTE 3- CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

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PARTE 1- CLASSIFICAÇÃO DE ACIDENTES POR ANIMAIS POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DA RAIVA

CONTATO INDIRETO- EX. MANIPULAÇÃO DE


UTENSÍLIOS POTENCIALMENTE CONTAMINADOS,
LAMBEDURA DA PELE ÍNTEGRA E ACIDENTES COM LAVAR COM ÁGUA E SABÃO NÃO TRATAR
AGULHAS DURANTE APLICAÇÃO DE VACINA ANIMAL NÃO
SÃO CONSIDERADOS ACIDENTES DE RISCO E NÃO EXIGEM
ESQUEMA PROFILÁTICO.

CONDIÇÃO DO TIPO DE TRATAMENTO RESULTADO DA OBSERVAÇÃO DO


ESPECIE
ANIMAL AGRESSOR ACIDENTE INDICADO ANIMAL E DESFECHO DO CASO

VIVO E SADIO: ENCERRAR O CASO


LAVAR COM ÁGUA E
SABÃO
MORTO, DESAPARECIDO OU COM
LEVE
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO:
OBSERVAÇÃO DO
ANIMAL POR 10 DIAS
4 DOSES DE VACINA (0,3,7,14)
CÃO E GATO
SADIO E OBSERVÁVEL
VIVO E SADIO: ENCERRAR O CASO
LAVAR COM ÁGUA E
SABÃO MORTO, DESAPARECIDO OU COM
GRAVE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO:
OBSERVAÇÃO DO
ANIMAL POR 10 DIAS INDICAR O ESQUEMA COM SORO E
VACINA ATÉ 4 DOSES.

LAVAR COM ÁGUA E


SABÃO
NÃO OBSERVÁVEL OU
LEVE
COM SINAIS
4 DOSES DE VACINA
SUGESTIVOS DE
(0,3,7,14)
RAIVA (DIFICULDADE
PARA INGERIR OU
RECUSA DE ÁGUA,
ENGASGOS, SALIVAÇÃO
EXCESSIVA, PARALISIA
DA CABEÇA, PESCOÇO LAVAR COM ÁGUA E
OU QUALQUER MEMBRO, SABÃO
ARRASTAR AS PERNAS,
ESCONDER-SE, GRAVE
SORO E VACINA
INQUIETAÇÃO OU
QUIETUDE ANORMAL,
ENTRE OUTROS). (0,3,7,14)

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CONDUTA
ESPECIE TIPO DE ACIDENTE TRATAMENTO EM CONDUTA
INDICADO RELAÇÃO PROFILÁTICA
AO ANIMAL HUMANA

PRIMATAS- SAGUIS E
MACACOS

COMPLETAR O
SEMPRE ESQUEMA PROFILÁTICO
OUTROS ANIMAIS SOROVACINAÇÃO
MORDEDURA NOTIFICAR
SILVESTRES E LAMBEDURA IMEDIATAMENTE A (SOROVACINAÇÃO)
EXÓTICOS- EX: ARRANHADURA SORO E 4 DOSES UVZ-CAXIAS
SORO E 4 DOSES
RAPOSA, CAPIVARAS,
(0, 3,7,14)
ETC. (0,3,7,14)

LAVAR COM ÁGUA E


HERBIVORO
(EQUINOS, BOVINOS, SABÃO
OVINOS, CAPRINOS, LEVE
ETC) 4 DOSES DE VACINA

(0,3,7,14)
NOTIFICAR COMPLETAR O
IMEDIATAMENT ESQUEMA
LAVAR COM ÁGUA E E A UVZ-CAXIAS PROFILÁTICO
SABÃO
GRAVE
SORO E VACINA

(0,3,7,14)

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ESPECIE TIPO DE ACIDENTE TRATAMENTO CONDUTA EM CONDUTA


INDICADO RELAÇÃO AO PROFILÁTICA
ANIMAL HUMANA

SEMPRE
MORCEGO-TODAS AS SOROVACINAÇÃO
ESPÉCIES MORDEDURA,
ARRANHADURA E
SORO E 4 DOSES COMPLETAR O
LAMBEDURA
ESQUEMA
(0,3,7,14) SE POSSÍVEL
PROFILÁTICO
ACIONAR
IMEDIATAMENTE A
(SOROVACINAÇÃO)
UVZ-CAXIAS PARA
INVESTIGAR A RECOLHIMENTO DO
SORO E 4 DOSES
SITUAÇÃO DE ANIMAL
EXPOSIÇÃO . NA (0,3,7,14)
ADENTRAMENTO
DÚVIDA FAZER
DE MORCEGO
SORO E 4 DOSES

(0,3,7,14)

TRATAMENTO
ESPECIE TIPO DE ACIDENTE
INDICADO
ROEDORES
(CAMUNDOGOS,
COELHOS, HAMSTERS E
OUTROS ROEDORES
URBANOS)
NÃO HÁ INDICAÇÃO DE
MORDEDURA,
TRATAMENTO
ARRANHADURA E
PROFILÁTICO PARA
LAMBEDURA.
RAIVA.

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LEGENDA ESQUEMA DE PROFILAXIA NO ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO


HUMANO
a) Acidentes leves:
Ferimentos superficiais (sem presença de sangramento) pouco extensos, geralmente únicos, em
tronco e membros (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés). Podem acontecer em
decorrência de mordeduras ou arranhaduras, causadas por unha ou dente; Lambedura de pele
com lesões superficiais.

b) Acidentes graves:
Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé; Ferimentos
profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo; Ferimentos puntiformes são
considerados profundos, mesmo que não apresentem sangramentos; Lambedura de mucosas;
Lambedura de pele onde já existe lesão grave; Ferimento profundo causado por unha de animal;
Qualquer ferimento por morcego.

Animais silvestres – todos os animais silvestres, como morcego de qualquer espécie,


micos (sagui ou “soim”), macaco, raposa, guaxinim, quati, gambá, roedores silvestres
(capivaras), cachorro do mato, felídeos selvagens, entre outros, devem ser classificados
como ANIMAIS DE RISCO, mesmo que domiciliados e/ou domesticados, haja vista que,
nesses animais, a patogenia da raiva não é bem conhecida.

Muitos relatos na literatura médica mostram que o risco de transmissão do vírus pelo
morcego é sempre elevado, independentemente da espécie e da gravidade do ferimento.
Por isso, todo acidente com morcego deve ser classificado como GRAVE.

Adentramento: é definido como a entrada de morcegos no interior de edificações e casas.


Nessas situações é preciso avaliar a situação de exposição do paciente.

Morcegos encontrados caídos ou mortos, comunicar imediatamente a UVZ – CAXIAS para


fazer a remoção e o diagnóstico de Raiva.

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Cães e gatos, que vem a óbito durante o período de observação, deverão ser encaminhados
para o diagnóstico de raiva. Deve-se entrar em contato com o plantão da UVZ- CAXIAS. O
paciente deve ser encaminhado à Unidade de Referência para iniciar o tratamento indicado.

Havendo contaminação da mucosa com saliva, outras secreções ou tecidos internos de animal
suspeito de ter raiva, seguir o esquema profilático indicado para lambedura da mucosa. A mucosa
ocular deve ser lavada com solução fisiológica ou água corrente.

PARTE 2- CONDUTAS DE PRÉ-EXPOSIÇÃO E PÓS-EXPOSIÇÃO PARA


ACIDENTES COM ANIMAIS POTENCIALMENTE TRANSMISSORES DA
RAIVA

I-VACINA ANTIRRÁBICA HUMANA

Atualmente, é utilizada a vacina de cultivo celular, com excelente resposta, é segura e


praticamente isenta de risco. Não há registro de eventos adversos neurológicos. É uma vacina
inativada e apresentada sob a forma liofilizada, acompanhada de diluente, em ampolas contendo
0,5 ml, conforme o laboratório produtor (INSTITUTO BUTANTAN).

Deve ser conservada sob refrigeração entre +2ºC e +8°C, até o momento de sua aplicação.

Desde julho de 2017, o MINISTÉRIO DA SAÚDE preconiza para a profilaxia de pós-exposição,


a utilização do esquema de 4 DOSES DA VACINA ANTIRRÁBICA HUMANA VARH (VERO),
podendo ser aplicada por via intramuscular ou intradérmica. Recomenda-se manter para todas
as doses a mesma via da aplicação da 1ª dose. No nosso município padronizamos a
utilização da vacina por VIA INTRAMUSCULAR.

Não há contraindicação especifica para a profilaxia pós-exposição considerando-se a gravidade


e a evolução fatal da doença. Vários trabalhos publicados indicam que as vacinas da raiva
produzidas em cultura de células ou em ovos embrionados são seguras, bem toleradas e podem
ser administradas para crianças de qualquer idade, gestantes, lactantes, pacientes com doenças
intercorrentes e imunocomprometidos, incluindo aqueles com HIV/AIDS.

DOSE E VIA DE APLICAÇÃO

Via intramuscular: são apresentadas nas doses 0,5 ml e 1 ml, dependendo do fabricante
(verificar embalagem e/ou lote).

• A dose indicada pelo fabricante não depende da idade ou do peso do paciente;


• A aplicação intramuscular deve ser profunda, na região do deltóide ou vasto lateral da
coxa. Em crianças até 2 anos de idade está indicado o vasto lateral da coxa;
• Não aplicar no glúteo, pois a indução de uma resposta imunológica é menos confiável;
• No esquema de Pré-exposição são recomendadas 2 doses de vacina (dias 0 e 3).
Realizar controle sorologico á partir do 14° dia após a ultima dose do esquema.
• No esquema de Pós-exposição são recomendadas 4 doses da vacina (dias 0, 3, 7 e
14)- Dia 0 não é necessariamente o dia do acidente, mas sim o dia da administração da
1ª dose da vacina.

ESQUEMA DE VACINAÇÃO PARA 4 DOSES


Aplicar uma dose (0,5 ml) intramuscular nos dias 0 – 3 – 7 – 14

2ª 3ª
1ª dose 4ª dose

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

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APRAZAMENTO DE DOSES NA PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO PARA


PACIENTES FALTOSOS EM USO DA VACINA DE CULTIVO CELULAR (PELA VIA IM)

Não é necessario reiniciar a profilaxia de pacientes faltosos. Nestes casos, aplicar o(s)
imunobiologico(s) prescrito(s) no dia em que o paciente comparecer à unidade e continuar o
esquema mantendo os intervalos das doses seguintes de acordo com o intervalo do esquema
originalmente proposto.

As doses de vacinas agendadas, no caso de não comparecimento, deverão sempre ser aplicadas
em datas posteriores às agendadas, nunca adiantadas.

II-SORO ANTIRRÁBICO USO HUMANO (SAR)

A utilização de SAR ou IGHAR está indicada para todos os acidentes graves, em pacientes que
não possuem tratamento anterior ou esquema de pré-exposição, o soro antirrábico deve ser
aplicado no 1º atendimento, em conjunto com a 1 ª dose de vacina. Quando isto não for
possível, aplicar no máximo até o 7º dia após a 1ª dose de vacina. Após este prazo, não deve
ser administrado porque o paciente já apresenta resposta à vacina e pode haver interferência
entre a imunização ativa e passiva.

O SAR não deve ser utilizado em situação de reexposição ao vírus da raiva ou em caso de
pessoas que já tenham feito seu uso anteriormente. No entanto, deve ser recomendado, se
houver indicação, em situações especiais, como pacientes imunodeprimidos ou dúvidas com
relação ao esquema profilático anterior.

A apresentação é na forma líquida, geralmente em ampolas com 5mL (1.000 UI) e a conservação
deve ser entre 2 e 8°C. Não pode ser congelado, pois provoca a perda de potência, forma
agregados e aumenta o risco de reações.

ADMINISTRAÇÃO

A dose é de 40 UI/kg de peso. A dose pode ser dividida e administrada em diferentes músculos,
simultaneamente.

O SORO DEVE SER APLICADO SOMENTE EM AMBIENTE HOSPITALAR.

Apesar de seguro, o SAR deve ser aplicado em locais com infraestrutura para atendimento de
choque anafilático. Após a aplicação do soro, deixar o paciente em observação por pelo menos
2 horas (período da ocorrência de reações anafiláticas graves).

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ORIENTAÇÕES PARA INFILTRAÇÃO DO SORO ANTIRRÁBICO HUMANO

O SORO DEVE SER INFILTRADO NA PORTA DE ENTRADA

Deve-se infiltrar na(s) lesão (ões) a maior quantidade possível da dose do soro que a região
anatômica permita. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída,
o mínimo possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. Para essa
diluição, utiliza-se o máximo de 3 vezes da quantidade indicada, preferencialmente ate duas
vezes.

Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade restante, a menor
possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na região glútea (quadrante superior
externo). Nas crianças com idade menor de 2 anos, deve ser administrado na face lateral da
coxa. Não se deve aplicar o soro na mesma região em que foi aplicada a vacina.

A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a


disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pelo vírus rábico para as terminações nervosas.
Esta conduta e fundamental para a neutralização local do vírus rábico (diminui a replicação viral
local), e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.

Não se recomenda a sutura dos ferimentos. Quando for absolutamente necessário, aproximar as
bordas com pontos isolados. Havendo necessidade de aproximar as bordas, o soro antirrábico,
se indicado, deverá ser infiltrado 1 hora antes da sutura.

O SORO ANTIRRÁBICO NÃO DEVE SER ADMINISTRADO POR VIA ENDOVENOSA.

III-IMUNOGLOBULINA ANTIRRABICA HUMANA

A IGHAR e uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada a partir de


hemoderivados de indivíduos imunizados com antígeno rábico. E um produto mais seguro que o
soro antirrábico de origem animal, porém de produção limitada e, por isso, de baixa
disponibilidade e alto custo.

Indicação
Em substituição ao SAR, nas seguintes situações especiais:
• na vigência de hipersensibilidade ao SAR;
• na vigência de história pregressa de utilização de outros heterólogos (origem equídea);
• na vigência de contatos frequentes com animais, principalmente com equídeos, por exemplo,
nos casos de contato profissional (veterinários) ou por lazer.

A dose preconizada é de 20 UI/kg e a maior quantidade possível deve ser infiltrada nas
lesões, o restante quando houver pode ser aplicado IM, podendo ser usada a região glútea.

A lesão (ou lesões) deve(m) ser rigorosamente lavada(s) com água e sabão. A maior quantidade
possível da dose prescrita do IGHAR deve ser infiltrada na lesão (ou lesões). Quando necessário,
o IGHAR pode ser diluído em soro fisiológico ate, no máximo, o dobro do volume,
preferencialmente. Nas crianças com idade inferior a 2 anos, a IGHAR deve ser administrada na
face lateral da coxa, em que não foi aplicada a vacina. Nas crianças maiores e nos adultos, o
musculo deltoide deve ser poupado, ficando livre para a administração da vacina. A IGHAR está
disponível nos CRIE.

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DOSAGEM DE SORO ANTIRRÁBICO HUMANO (HETERÓLOGO) POR KILO DE PESO

Peso Dose Peso Dose Peso Dose Peso Dose


ML ML ML ML
(Kg) (U.I) (Kg) (U.I) (Kg) (U.I) (Kg) (U.I)
5 200 1,0 29 1160 5,8 53 2120 10,6 77 3080 15,4
6 240 1,2 30 1200 6,0 54 2160 10,8 78 3120 15,6
7 280 1,4 31 1240 6,2 55 2200 11,0 79 3160 15,8
8 320 1,6 32 1280 6,4 56 2240 11,2 80 3200 16,0
9 360 1,8 33 1320 6,6 57 2280 11,4 81 3240 16,2
10 400 2,0 34 1360 6,8 58 2320 11,6 82 3280 16,4
11 440 2,2 35 1400 7,0 59 2360 11,8 83 3320 16,6
12 480 2,4 36 1440 7,2 60 2400 12,0 84 3360 16,8
13 520 2,6 37 1480 7,4 61 2440 12,2 85 3400 17,0
14 560 2,8 38 1520 7,6 62 2480 12,4 86 3440 17,2
15 600 3,0 39 1560 7,8 63 2520 12,6 87 3480 17,4
16 640 3,2 40 1600 8,0 64 2560 12,8 88 3520 17,6
17 680 3,4 41 1640 8,2 65 2600 13,0 89 3560 17,8
18 720 3,6 42 1680 8,4 66 2640 13,2 90 3600 18,0
19 760 3,8 43 1720 8,6 67 2680 13,4 91 3640 18,2
20 800 4,0 44 1760 8,8 68 2720 13,6 92 3680 18,4
21 840 4,2 45 1800 9,0 69 2760 13,8 93 3720 18,6
22 880 4,4 46 1840 9,2 70 2800 14,0 94 3760 18,8
23 920 4,6 47 1880 9,4 71 2840 14,2 95 3800 19,0
24 960 4,8 48 1920 9,6 72 2880 14,4 96 3840 19,2
25 1000 5,0 49 1960 9,8 73 2920 14,6 97 3880 19,4
26 1040 5,2 50 2000 10,0 74 2960 14,8 98 3920 19,6
27 1080 5,4 51 2040 10,2 75 3000 15,0 99 3960 19,8
28 1120 5,6 52 2080 10,4 76 3040 15,2 100 4000 20,0

A dose indicada do soro heterólogo é de 40 UI/kg de peso do paciente 90,2ml/kg. Não existe limite de dose (proceder cálculo para
peso >100kg

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PARTE 3- CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES


TODO CASO DE ATENDIMENTO DE ACIDENTE COM ANIMAL POTENCIALMENTE
TRANSMISSOR DE RAIVA DEVE SER NOTIFICADO IMEDIATAMENTE A VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA MUNICIPAL.

POR QUE SE ORIENTA OBSERVAR SOMENTE O CÃO E GATO POR 10 DIAS?

As características da raiva em cães e gatos, como período de incubação, transmissão e quadro


clínico, são bem conhecidas. O período em que o animal pode transmitir a doença (excreção de
vírus pela saliva), só ocorre a partir do final do período de incubação, variando entre 2 e 5 dias
antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo até sua morte, que ocorre usualmente em
até 5 dias após o início dos sintomas. Por isso, o animal deve ser observado por 10 dias.
Essa conduta possibilita a dispensa do esquema profilático. Portanto, se nesse período
de 10 dias permanecer vivo e saudável, não há riscos de transmissão do vírus. O esquema
pós-exposição somente deve ser indicado se o cão/gato morrer, desaparecer ou se tornar
raivoso nesse período. Em outros mamíferos há poucos estudos sobre o período de
transmissão, que variam entre as espécies. Morcegos, por exemplo, podem albergar o vírus por
um longo período, sem sintomatologia aparente. Por isso, a observação nesses animais não
pode ser recomendada.

ALÉM DA OBSERVAÇÃO DE CÃES E GATOS POR 10 DIAS, QUAIS OUTROS FATORES


DEVEM SER CONSIDERADOS?

1) Estado de saúde do animal no momento da agressão: se estava sadio ou se apresentava


sinais sugestivos de raiva. A maneira como ocorreu o acidente pode fornecer informações sobre
seu estado de saúde. O acidente provocado (animal que reage em defesa própria, a estímulos
dolorosos ou outras provocações) geralmente indica reação normal do animal, enquanto que a
agressão espontânea (sem causa aparente) pode indicar alteração do comportamento e sugere
que o animal pode estar acometido de raiva. O animal também pode agredir devido à sua índole,
adestramento, situação de maus tratos.

2) Procedência do animal: área de raiva controlada ou não controlada.

3) Hábitos de vida do animal: domiciliado ou não domiciliado. Animal domiciliado é o que vive
exclusivamente dentro do domicílio, não tem contato com outros animais desconhecidos e só sai
à rua acompanhado do seu dono. Animal não domiciliado é aquele que passa longos períodos
fora do domicílio, sem controle, devendo ser considerado como animais de risco, mesmo que
tenha proprietário e tenha sido vacinado.

4) Sempre que houver indicação de profilaxia, tratar o paciente em qualquer momento,


independentemente do tempo transcorrido entre a exposição e o acesso à unidade de
saúde.

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5) Orientar o usuário para não matar o cão/gato e observar por 10 dias, notificando
imediatamente a unidade de saúde se o animal morrer, desaparecer ou ficar com comportamento
estranho durante o período de observação;

6) Os CONTATOS INDIRETOS (manipulação de utensílios potencialmente contaminados,


lambedura da pele íntegra e acidentes com agulhas durante a aplicação da vacina animal) NÃO
são considerados acidentes de risco e NÃO exigem esquema profilático.

O QUE FAZER SE HOUVER REEXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA?

Pessoas com reexposição ao vírus da raiva, que já tenham recebido profilaxia de pré ou pós-
exposição anteriormente, devem ser submetidas a novo esquema profilático, de acordo com as
indicações:

REEXPOSIÇÃO EM PACIENTES
REEXPOSIÇÃO EM PACIENTES QUE TENHAM RECEBIDO QUE TENHAM RECEBIDO
PROFILAXIA DE PÓS-EXPOSIÇÃO PROFILAXIA DE PRÉ-
EXPOSIÇÃO

a) Até 90 dias: não realizar esquemna


profilático
ESQUEMA ANTERIOR Independente do intervalo de tempo
COMPLETO duas doses nos dias 0 e 3
b) Após 90 dias: duas doses, uma no dia
0 e outra no dia 3,

a) Até 90 dias: completar o número de


doses.
ESQUEMA ANTERIOR Independente do intervalo de tempo
INCOMPLETO ver esquema de pós-exposição
b) Após 90 dias:ver esquema de pós-
(conforme o caso)
exposição (conforme caso)

No caso de reexposição, em pessoas que já tenham recebido profilaxia de pré ou pós-exposição


não é necessario administrar o Soro Antirrábico(SAR) ou Imunoglobina antirrábica( IGHAR).

ABANDONO DE ESQUEMA PROFILÁTICO

O atendimento do esquema profilático antirrábico humano deve ser garantido todos os dias,
inclusive nos finais de semana e feriados, ate a última dose prescrita (esquema completo). É de
responsabilidade do serviço de saúde que atende o paciente realizar busca ativa imediata
daqueles que não comparecerem nas datas agendadas para a aplicação de cada dose da vacina
prescrita. A interrupção de esquema profilático da raiva, quando indicada pela unidade de saúde,
não é caracterizada como abandono da profilaxia.

PRESCRIÇÃO DE VACINA ANTIRRÁBICA

Entendemos que a prescrição de esquema vacinal para profilaxia da Raiva Humana na Atenção
Primária em Saúde, poderá ser realizada pelo profissional Enfermeiro, mediante avaliação do
paciente em consulta de enfermagem, utilizando o Processo de Enfermagem previsto na
Resolução COFEN Nº 358/2009 e de acordo com PARECER Nº 04/2018/COFEN/CTAB.

SECRETARIA DE SAÚDE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA MUNICIPAL
Rua 1º da Agosto, 567, Centro, CEP: 65.606-070 - Caxias / MA
2º andar - (99) 3421-6089 · Ramal 217
Site: www.caxias.ma.gov.br
VIGILÂNCIA
SECRETARIA ATENÇÃO PRIMÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA
MUNICIPAL DE SAÚDE VIGILÂNCIA EM SAÚDE MUNICIPAL

REFERENCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Nota técnica nº 8/2022-CCZV/DEIDT/SVS/MS. Informa sobre
atualizações no Protocolo de profilaxia pré, pós e reexposição da raiva humana no Brasil. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância


Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana. Brasília, DF, 2014. 64 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de


Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único
[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-
Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3a. ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) e a


Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis (CGDT). ESCLARECIMENTOS SOBRE O
USO DO SORO E/OU IMUNOGLOBULINA ANTIRRÁBICO HUMANO – Disponível em:
http://www.saude.gov.br/o-ministro/961-saude-de-a-a-z/raiva/16115-esclarecimentos-sobre-o-
uso-do-soro-e-ou-imunoglobulina-antirrabico-humano

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. PARECER Nº 004/2018/COFEN/CTAB.


PARECER TÉCNICO REFERENTE À PRESCRIÇÃO DE VACINA E/OU SORO
ANTIRRÁBICO POR PROFISSIONAL ENFERMEIRO (A). Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/parecer-no-04-2018-cofen-ctab_67486.html

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