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1.

A pesquisa de Joan Woodward; Mesmo sem entrar no mérito do trabalho realizado pelos
2. Sistemas mecânicos e orgânicos; pesquisadores de organizações das últimas décadas, não
J. O grupo de Aston; poderíamos ignorar a grande produção britânica não sô
4. Variáveis estruturais; pelo seu volume como pela sua rápida absorção pelo
5. Variáveis de contexto e de desempenho; meio: acadêmico norte-americano. Com efeito, os pes-
6. Considerações adicionais. quisadores do Tavistock Institute de Londres não foram
os únicos cientistas sociais britânicos a marcar profun-
damente o desenvolvimento da teoria organizacional da
segunda metade do século XX. Outros trabalhos foram
de indiscutível importância na consolidação da cha-
mada visão sistêmica das organizações, nos Estados
Unidos, e em sua evolução para o estágio da teoria da
contingência, tentativa de operacionalização de valor
discutível mas de divulgação extremamente rápida. En-
tre os trabalhos que mais caracterizam tal contribuição
parecem indiscutivelmente estar os de Joan Woodward,
professora de sociologia industrial, na Faculdade Im-
perial de Ciência e Tecnologia da Universidade de Lon-
dres, nascida em 1916 e falecida em 1971.
Extremamente voltada para a preocupação com a
aplicação da teoria da administração, Woodward
Fernando Claudio Prestes Motta. * deixou-nos uma bibliografia que precisa ser ainda
melhor estudada e analisada. Indiscutivelmente, porem,
seus livros mais conhecidos são: OrganizaçiIo industrial:
teoria e prática e Organizaçõo industrial: comporta-
mento e controle, onde são explorados os dados a que
chega em sua ampla pesquisa na região do sudeste de
Essex. Embora Joan Woodward tenha realizado e
publicado outros trabalhos interessantes suas incursões
pelo campo da tecnologia e estrutura organizacional
são, com efeito, sua marca distintiva.
A pesquisadora britânica não hesita, ela prôpria, em
afirmar, não sem entusiasmo, que a principal conclusão
inicial desse projeto de pesquisa foi a existência de uma
ligação entre tecnologia e estrutura social, algo enun-
ciado pela primeira vez por Thorsteinreblenl em 1904
que agora pode ~er empiricamente démonstrado.ê
Tais trabalhos foram realizados enquanto ocupava o
cargo de diretora da Unidade de Pesquisa em Relações
Humanas no South East Essex College of Technology e
continuados por seu grupo de pesquisa no Imperial
College of Science andTechnology. Evidentemente o
trabalho de Woodward, especialmente pioneiro, não ex-
clui outros igualmente relevantes como os de Tom Burns
e· do grupo de Aston. Inicialmente, porem, deteremo-
nos no primeiro.

1. A PESQUISA DE JOAN WOODWARD

A região do sudeste de Essex caracteriza-se por uma in-


dustrialização relativamente moderna. Durante quatro
anos, Joan Woodward liderou um grupo de pesquisa-
dores que estudou ao todo uma centena de organizações
industriais ali localizadas. Tais trabalhos iniciados em
1953 coletaram um volume de informações que va-
riaram de fábrica, em termos de amplitude. Assim, os
dados publicados em 1958 e 1965 dizem respeito a um
* Professor do Departamento
de número menor de organizações. As fábricas estudadas
Administração Geral e apresentavam uma grande variação em termos de
Relações Industriais da Escola de número de empregados, encontrando-se desde esta-
belecimentos de cem empregados até aqueles que
. Administração deEmpresas de
São Paulo da Fundação Getulio Va~as. trabalhavam com um número superior a mil pessoas.

16(1): 7-16,· jan.lfev. 1976


R. Adm. Emp., Rio de Janeiro,

--- .. -------~- Estrutura e tecnologia


--------- a contribuição britânica
._- -------~-----------
Outra variação importante diz respeito ao fato de que 1.2 Sistemas de produçiJo de grandes lotes
enquanto algumas fábricas eram apenas filiais de em- e em massa
presas, outras constituíam seus estabelecimentos prin- a) produção de grandes lotes;
cipais. Finalmente, não se pode deixar de levar em con-
sideração, o fato de que nem todos esses estabelecimen- b) produção de grandes lotes em linhas de montagem;
tos foram estudados da mesma forma; enquanto a maior c) produção em massa.
parte foi estudada extensivamente, uma parcela sele-
cionada foi estudada de modo intensivo. De um modo,
1.3 Sistemas de produção por processo
geral, o trabalho de Woodward e seu grupo tomou como
orientação básica a investigação de aspectos específicos a) produção intermitente de produtos químicos em
das organizações, tais como: número de niveis de au- fábricas multifuncionais;
toridade entre o topo e a base, amplitude de controle dos b) produção de fluxo contínuo de líquidos, gases e subs-
supervisores, forma de definição de deveres, volume de tâncías cristalinas.
comunicações escritas e extensão da divisão de funções
entre especialistas. Tais aspectos revelaram diferenças Evidentemente, nem todas as fábricas podem ser en-
consideráveis na prática. Com efeito, o grupo encontrou quadradas em um desses tipos de sistemas produtivos.
departamentos de produção onde os níveis hierárquicos Com efeito, algumas das fábricas pesquisadas pelo
variavam de dois a oito, bem como supervisores que grupo utilizavam simultaneamente sistemas produtivos
chegavam a ter uma amplitude de controle de 80 a 90 diversos, precisando ser colocadas em categorias adi-
empregados. No que diz respeito ao padrão de comu- cionais de sistemas produtivos combinados. De qual-
nicação, .foram encontrados' casos de comunicação quer forma, porem, foi possível constatar que quanto
quase .totalmente verbal, bem como caso de ampla mais complexo for o sistema produtivo utilizado, maior
utilização da comunicação escrita. A preocupação do será a possibilidade de exercício de controle sobre as
grupo, a partir de tais dados, voltou-se para a tentativa operações de fabricação, uma vez que o processo pode
de descoberta de suas razões de ser. ser predeterminado. Na produção de fluxo contínuo, por
exemplo, o equipamento é geralmente regulado para um
Inicialmente, fábricas de diferentes tamanhos foram dado resultado, sendo as probabilidades de capacidade
comparadas e diferenças de ordem histórica, exami- bem como de falhas de operação conhecidas anteci-
nadas. Tal estudo não forneceu nenhuma resposta que padamente. O mesmo não ocorre na produção de lotes,
parecesse esclarecedora. Isto faz com que se procure a caso em que a plena capacidade pode não ser conhecida,
origem das diferenças no que diz respeito à tecnologia e até mesmo os procedimentos de controle bem desen-
utilizada. Aqui o grupo entendeu ver alguns relacio- volvidos podem significar uma tentativa contínua de es-
namentos importantes entre diferenças tecnol6gicas e tabelecimento de novas tarefas face às incertezas diárias
muitos aspectos organizacionais. Em nenhum momento, observadas na fabricação. Já na produção unitária é
contudo, o grupo entendeu que a tecnologia fosse a muitas vezes impossível a previsão de resultados do
única variável a influenciar a organização da fábrica, trabalho produtivo como ilustra bem o caso da pro-
nem a excluir a importância da ação dos administra- dução de protótipos. 3
dores nesse terreno. Concluiu, porem, que, no que diz
respeito aos aspectos organizacionais específicos es- Em linhas gerais, Woodward e seus colaboradores ob-
tudados, a tecnologia revelava-se como um fator cuja in- servaram relações interessantes entre tecnologia e es-
fluência tinha que ser considerada como de primeira or- trutura organizacional. Assim, as hierarquias alon-
dem. Para Joan Woodward, porem, tal tecnologia é um gadas, onde predomina a administração de comitês mais
fator determinado pelos objetivos da fábrica, isto é, pelo do que a autoridade de linha, são realmente caracteris-
que se deseja produzir e pelo mercado que se pretende' ticas da produção por processo, seja a produção inter-
atingir. Assim, encontramos sistemas produtivos que mitente, seja a produção de fluxo contínuo. Há, pa-
variam, em termos de grau de complexidade técnica, de ralelamente, um número relativamente pequeno de
produção unitária e de pequenos lotes, passando pela trabalhadores diretos nesse tipo de organização, o que
produção de grandes lotes e em massa, até sistemas mais tem seu contrapeso numa percentagem relativamente
8 complexos, especialmente a produção por processo. A alta de pessoal administrativo em termos do total de
'partir de tal constatação, Woodward pode subdividir es- pessoal empregado. Também é significativo o número
ses três grandes grupos em termos de um contínuo de de funcionários com treinamento p6s-universitário, em
sistemas produtivos menos complexos até os de maior comparação à maioria das organizações que utilizam
complexidade. Tal subdivisão, em sua versão fmal, outros tipos de tecnologia. No caso das organizações que
tomou a seguinte forma: utilizam a produção em massa ou em grandes lotes, a
estrutura tende a ser mais achatada, com um grande
número de trabalhadores diretos e, prOporcionalmente,
/./ Sistemas de produção unitária e um número menos significativo de administradores e
de pequenos lotes funcionários de escritório. Todavia, tais empresas,
a) produção de unidades segundo especificações dos freqüentemente exibem uma hierarquia administrativa
consumidores; relativamente complexa em termos de ôrgãos de estafe
b) produção de protótipos; especializado e órgãos de controle. A hierarquia é ainda
mais achatada, com linhas de autoridade mais curtas nas
c) produção por etapas de grandes equipamentos;
organizações que utilizam a produção unitária ou em,
d) produção de pequenos lotes sob e'ncomenda dos con- pequenos lotes. De um modo geral, todos os adminis-
sumidores. tradores estão relativamente prôxímos do processo
Revista de Administração de Empratu
produtivo propriamente dito, sendo o controle exercido não apropriado às necessidades da empresa. Todavia
de forma bastante direta no que diz respeito aos tra- ressalta que não se sugere em nenhum momento nada
balhadores diretos. Os controles administrativos al- que se assemelhe a uma lei geral sobre relacionamento
tamente extensivos, comuns em outras organizações in- de tecnologia e comportamento organízacíonal.s
dustriais, são aqui praticamente inexistentes.
Nos estudos de caso levados a cabo pelo grupo li-
Entretanto, mesmo em urna exposição simplificada, derado por Woodward a titulo de teste para o levan-
como esta que ora é feita, cumpre lembrar que foram tamento dos dados iniciais, ficou claro o fato de que
observadas caracteristicas organizacionais cuja variação mudanças na tecnologia tendem a forçar mudanças or-
não acompanha de modo estrito o continuo decrescente ganizacionais, o que traz àsupertície os aspectos re-
ou crescente de complexidade tecnol6gica. Assim, o lacionados aos conceitos de interesses envolvidos, es-
grande número de trabalhadores semiqualificados que pecialmente nos casos de produção de lotes. Foram es-
geralmente distingue, a produção em massa, implica tudadas algumas empresas que passaram da produção
grande amplitude de controle por parte dos supervi- unitária para a de lotes, bem como da produção por
sores, o que por sua vez relaciona-se com um cuidado processo para a de lotes. No primeiro caso evidencia-
especial em termos de relações humanas e industriais, ram-se as tentativas de racionalização e aumento da es-
visto que os resultados são obtidos através da pressão cala de produção. Em ambos, a administração média e
exercida pelos chefes sobre seus subordinados. Ao con- dos supervisores que, repentinamente, viam-se sub-
trário, tanto a produção unitária quanto aquela por metidos a um número de apelos e contatos interpessoais
processo costumam apresentar com freqüência a exis- que desconheciam, sentiam a maior tensão no trabalho e
tência de pequenos grupos de trabalhadores qualifi- a sobreposição existente entre suas responsabilidades
cados que mantêm um relacionamento mais pessoal pela produção e órgãos administrativos novos na esfera
com seus supervisores. Algo semelhante tem lugar no do planejamento e do controle. De certa forma grandes
que diz respeito ao controle dos sistemas de produção de mudanças tecnológicas têm sua correspondência quase
grandes lotes e em massa que se reflete em órgãos ad- que necessária na estrutura de status de urna empresa,
ministrativos diversos, em maior utilização de comu- uma vez que determinadas funções tais como marke-
nicações escritas e tendência à definição mais clara de ting, produção, pesquisa e desenvolvimento são diferen-
deveres. Tais aspectos são, significativamente, menos temente organizadas e relacionadas em diferentes tec-
presentes nas outras duas grandes categorias tecno- nologias. Assim, no sistema de produção unitária, a pes-
lógicas. Outro ponto importante do trabalho de quisa e desenvolvimento são urna função geralmente
Woodward e colaboradores é o fato de que urna análise considerada mais importante do que as demais, en-
do desempenho financeiro e mercadolôgico, bem corno quanto que na produção em massa ou de grandes lotes,
da reputação das empresas aparentemente melhor maior atenção é geralmente dada à produção. Final-
sucedidas, revelou a proximidade de suas caracteristicas mente, na produção por processo marketing é, em geral,
organizacionais em relação àquelas consideradas corno algo que recebe urna atenção especial.
médias em suas categorias tecnolôgicas, Isto sugere que
provavelmente existe uma forma de organização mais A última questão que merece a atenção do grupo de
apropriada para cada tipo de sistema de produção, pelo Woodward como variável especialmente importante en-
menos do ponto de vista fmanceiro e mercadológico. tre tecnologia de fabricação e estrutura e comportamen-
Empresas baseadas em tecnologia de processo deveriam to organizacional é o sistema de controle administrativo.
desse ponto de vista apresentar estruturas hierárquicas Tal percepção surge corno um desenvolvimento natural
alongadas e de base estreita, empresas baseadas em do trabalho do grupo e pode ser visto como sua fase mais
produção de massa deveriam ter a estrutura mais madura. O controle administrativo é visto em termos de
próxima do aparato burocrático tradicional e aquelas duas dimensões, a primeira dizendo respeito a sua im-
baseadas em produção unitária, muito poucos níveis pessoalidade relativa e a segunda a seu grau de frag-
hierárquicos. Indiscutivelmente tal constatação está nos mentação. Os pesquisadores vêem a primeira dimensão
fundamentos da chamada teoria da contingência que como uma gama diferenciada que vai de um extremo
prega estruturas e práticas administrativas diversas para onde o controle hierárquico seria completamente pes-
organizações de unidades organizacionais diversas. Nes- soal, corno o exercido por um empregador proprietário, 9
se sentido, os trabalhos de Lawrence e Lorsch e outros até outro completamente mecânico e impessoal, como o
nos Estados Unidos são pouco originais, além de vieses exercido por mecanismos de mensuração e por controles
prováveis em face de tratar-se, geralmente, de trabalhos automáticos de instrumentos. Desnecessário frisar o
de assessoria. De qualquer forma; porém, se a sugestão caráter caricatural desses extremos; fundamental,
de provável adequação de diferentes estruturas orga- todavia, é a percepção da relevância da variável sistema
nizacionais e tecnologias de produção diversas fun- de .controle. Entre esses dois extremos surgem os
damenta-se em considerações de ordem financeira e processos de controle impessoal baseado em procedi-
mercadológica e não em considerações de ordem social, mentos administrativos, tais corno o sistema de custos e
o que vem a ser algo a ser analisado segundo outros in- planejamento da produção. Observa o grupo que quanto
dicadores. Tal observação parece fundamental para mais predominarem os sistemas impessoais de controle
evitar conclusões apressadas e possivelmente simplórias. administrativo, maior a separação entre os estágios de
planejamento e execução do processo de trabalho. Por
O próprio grupo de Joan Woodward admite que tal- outro lado, quanto mais predominarem os sistemas pes-
vez a faceta mais importante dos estudos do Sudeste de soais, maior a sobreposição planejamento-execução.
Essex tenha sido sua contribuição em termos de como Quanto à segunda dimensão, que diz respeito ao grau da
analisar se um determinado padrão organizacional é ou fragmentação do controle, a conclusão dos pesquisa-
Estrutura e tecnologia
dores é a de que a coexistência de uma multiplicidade de 2. SISTEMAS MECÂNICOS E ORGÂNICOS
sistemas de controle administrativo tendem a gerar uma
situação na qual a preocupação com o atendimento de Poucas idéias tiveram tanta repercussão na literatura de
um deles geralmente leva ao sacrifício de outros. Em teoria administrativa contemporânea como as esboçadas
certo sentido, isto significa um tipo de conflito fun- por Tom Burns, professor de sociologia da Universidade
cional. Por outro lado os sistemas integrados implicam de Edimburgo. Algumas de suas formulações, especial-
um grande esforço com mecanismos de ajustamento e mente no que diz respeito a sistemas hierárquicos e or-
desempenho. Isto pode significar um tipo de conflito gânicos, nas quais observa-se prontamente as influên-
que poderia ser bem explorado pelos pesquisadores e cias de Weber e Durkheim foram prontamente absor-
que freqüentemente é analisado pelos estudiosos da or- vidas pelos teóricos da metaburocracia e pelos entusias-
ganização mais voltados para os problemas de poder. tas do desenvolvimento organizacional, inspirando
diretamente a abordagem da contingência. Antes dessas
De qualquer forma, porém, como afirmam Woodward formulações, seus estudos organizacionais diziam res-
e Reeves, na prática nenhum tipo de controle pode ser peito principalmente aos efeitos dos diferentes tipos de
visto como estímulo ou incentivo ao trabalho. 5 organização sobre os padrões de comunicação e sobre as
atividades dos administradores. Todavia, sua obra mais
Para Woodward, as duas.dimensões dos sistemas de importante diz respeito à concepção de sistemas me-
controle possibilitam esboçar uma tipologia seqüencial cânicos e orgânicos. Trata-se do livro The management
dos estabelecimentos estudados em Sudeste de Essex. ofinnovation, escrito em colaboração com G.M. Stalker,
Teríamos assim: psicólogo que participou de seus estudos relativos à in-
trodução de inovações eletrônicas em empresas esco-
1. Empresas dotadas de controles unitários predo- cesas tradicionais. Esta obra, que não se baseia apenas
minantemente pessoais, característicos das tecnologias nesses estudos, foi publicada pela Tavistock, em 1961,
de produção unitária e de pequenos lotes. revelando boa parte do trabalho de pesquisa e análise
organizacional desenvolvido na Grã-Bretanha nos anos
2. Empresas dotadas de controles fragmentados e 50 e sugerindo a linha do trabalho norte-americano, es-
predominantemente pessoais, onde um número maior pecialmente, de anos posteriores. O último parágrafo do
de indivíduos pode estar envolvido no estabelecimen- livro é altamente sugestivo nesse sentido: "Na verdade,
to de critérios de controle. Muitas empresas de produção este livro lidou com uma série de manifestações internas
em massa ou de grandes lotes podem estar assim carac- das tarefas e problemas externos e das mudanças em sua
terizadas. disposição que afetam a existência da empresa como um
todo. A administração tem a obrigação não apenas de
3. Empresas dotadas de controles administrativos ou interpretar a situação externa para os membros da em-
mecânicos fragmentados e predominantemente impes- presa, mas também de apresentar os problemas internos
soais, o que caracteriza também um enorme grupo de segundo o que realmente são: o produto das pressões e
empresas que utilizam tecnologias de produção em mas- mudanças na situação de mercado nos requisitos téc-
sa ou de grandes lotes. nicos e na própria estrutura da sociedade.l"

4. Finalmente, teríamos empresas dotadas de controles


administrativos e mecânicos unitários e predominan- A base para esta argumentação está presente no
temente impessoais, 'característicos evidentemente da retrospecto que Burns e Stalker fazem a propósito da
produção por processo. 6 forma pela qual ocorreram inovações, desde a predo-
minância da produção artesanal até a década de 50 des-
A situação de trabalho segundo Woodward é o local te século. Para os autores as grandes mudanças teriam
onde as diferenças de estrutura e comportamento or- ocorrido no contexto social, afetando a produção de
ganizacional devem ser encontradas. Assim princípios inovações. Consideram. inicialmente, que as empresas
administrativos universalizados podem produzir resul- industriais cresceram em tamanho, que uma comple-
tados extremamente diferentes em situações de trabalho xidade administrativa cada vez maior provocou o
10 diversas. Em qualquer caso, a prática administrativa e a aparecimento de uma grande quantidade de funções e
estrutura organizacional é limitada pela tecnologia e postos burocráticos, além do controle haver se deslocado
pelos sistemas de controle predominantes, o que ab- do proprietário para o administrador. Entendem que a
solutamente não invalida a hipótese de que o inverso sobrevivência da empresa industrial passa a ser um
também possa ser verdadeiro em situações de trabalho problema que se manifesta muito mais intensamente e
histórica, econômica e socialmente determinadas, que que tal fato não apenas lhe diz respeito como também à
fogem ao escopo do trabalho de Woodward ' e seus sociedade. Prosseguem nessa linha de raciocínio, afir-
colaboradores. Nos termos do que se propôs o grupo, mando que suas oportunidades de sobrevivência tornar-
parece que Woodward não sei engana ao afirmar, se-ão melhores se as inovações técnicas forem ade-
avaliando o trabalho realizado: "Sentimos, entretanto, quadamente desenvolvidas e aproveitadas. Outra
que novos insights a propósito do relacionamento entre mudança que para os autores tem ocorrido estaria na
tecnologia e estrutura organizacional resultaram do es- esfera do relacionamento institucional. O relacionamen-
tudo e caracterização dos processos de controle, como to familiar e social típico do século XVIII teria propor-
percebemos que não só a natureza da tarefa mas a for- cionado a facilidade. de comunicação necessária à for-
ma pela qual é planejada e controlada é um determi- mulação de sínteses de idéias e necessidades, que teriam
nante importante do comportamento organizaciõ- possibilitado as primeiras invenções revolucionárias. O
nal."7 .ritmo de atividade científica teria sobrepujado, por sua

Revista de Administraçao de Empresas


vez, as instituições sociais sob as quais se deu a revo- clusões de Joan Woodward constituem a inspiração de
lução industrial. No século seguinte, novas formas ins- uma produção acadêmica que pode pecar pela quali-
titucionais teriam imposto barreiras entre ciência e in- dade, mas que, certamente, não pecará pela quantidade.
dústria, entre ciência "pura" e "aplicada", bem como Há, finalmente, em Bums, uma proposta em termos
entre ramos da ciência. de compreensão da organização como trabalho simul-
Também é entendimento dos autores que O processo tâneo, identificando três sistemas sociais. O primeiro
tecnológico implicaria diversas etapas. Destacam-se as seria de natureza formal, incluindo hierarquia e tec-
seguintes condições: progresso da descoberta cientifica nologia, o berço da decisão. O segundo, seria de na-
independente da sua aplicação prática, comunicação tureza informal,. incluindo os grupos, as interações,
direta entre usuário e cientista, o trabalho principal de comunicações e, especialmente, as aspirações que a
inovação tecnológica efetuado por pessoas treinadas decisão irá afetar e, finalmente, o terceiro seria de
como cientistas, criação de inovação por uma equipe de natureza política, incluindo a dinâmica da luta pelo
pesquisa e desenvolvimento, considerada como algo poder. Sem dúvida essas idéias embora pouco originais
natural e inevitável. poderiam ser melhor desenvolvidas e constituem uma
proposta indiscutivelmente importante e um desafio in-
Feitas tais considerações, que deixam pouca margem telectual a ser respondido adequadamente. A explicação
a dúvida quanto ao posicionamento teórico dos autores, para o mau funcionamento organizacional para Burns e
parece conveniente entrar na caracterização daquilo que Stalker é, entretanto, simplista.· De modo geral, as dis-
chamaram sistemas mecânicos e orgânicos e que torções funcionais são vistas como "a imposição não
apresentam como "tipos ideais" de organização ad- apropriada de procedimentos mecânicos a uma situação
ministrativa. A idéia é a da existência de um continuo no que requer procedimentos orgânicos, ou vice-versa". 9
qual poderiam ser colocadas a maioria das organizações
e cujos extremos seriam, respectivamente, os "tipos
ideais" de sistema mecânico e de sistema ·orgânico. O
primeiro seria adequado a situações relativamente es- 3. O GRUPO DE ASTON
táveis de mercado e tecnologia. Suas características fun-
damentais são: uma divisão administrativa segundo a Em termos amplos pode-se dizer que os trabalhos do
qual cada indivíduo desempenha a tarefa precisamente grupo de Aston, durante a década passada, preten-
definida que lhe é atribuida; uma hierarquia clara de deram demonstrar empiricamente que burocracia cons-
controle, segundo a qual a responsabilidade em termos titui um conceito pluridimensional, ao contrário daquilo
de conhecimento geral e coordenação cabe exclusiva- que o "tipo ideal" de Max Weber teria sugerido. Para
mente à cúpula da hierarquia e uma valorização da tal empreendimento, foi escolhido um caminho difícil
comunicação e interação vertical entre superiores e que implica tentar empiricamente uma construção
subordinados, bem como da lealdade à empresa eda teórica que pela sua própria natureza não é possível,
obediência aos superiores. O sistema orgânico seria Todavia, usando um instrumental analítico relativa-
adequado às condições opostas. .Suas caracteristicas mente sofisticado, pretenderam poder invalidar o "tipo
fundamentais seriam: um ajustamento continuo e uma ideal" de burocracia, com base no encontro de uma
redefinição de tarefas correspondente; a valorização da
correlação negativa entre estruturação de atividades e
contribuição em termos da natureza do conhecimento
centralização na tomada de decisões. Deixando de lado
especializado e das interações e comunicações a qual-
a ingenuidade metodológica da proposta, é preciso lem-
quer nível, de acordo com as necessidades do processo e
brar que Weber parece ter relacionado. concentração de
um alto grau de envolvimento e compromisso com os
poder no topo da hierarquia e atividades altamente es-
fins da organização como um todo. truturadas, como bem observa um critico de Aston
Um ponto considerado importante pelos autores é que numa ressalva conceitual ao trabalho do grupo. Infeliz-
enquanto o primeiro sistema é hierárquico, o segundo é mente, isto nada tem a ver com centralização ou descen-
estratificado de acordo com o nivel de conhecimento es- tralização na tomadá de decisões. Tal descentralização,
pecializado. Está, portanto, exposta a tese tecnocrata ao contrário, é típica das burocracias, que funcionam
substituto do burocrata, com o curioso paradoxo de que graças à delegação de autoridade. Se não tivesse sido es- 11
no "tipo ideal" de burocracia de Max Weber, que os ta a idéia de Weber, é possível que não houvesse falado
autores afirmam ter sua correspondência no sistema em burocracia, 'mas em autocracia. Para Weber, esses
mecânico, o burocrata caracteriza-se por seu conhe- conceitos não são intercambiáveis, embota possamos
cimento especializado. Essa tese, retomada por muitos, discutir seus eventuais pontos de contato. Entretanto,
foiespecialmente explorada por Vitor Thompson em não é nesse tipo de discussão que o grupo de Aston es-
Moderna organizaçõo, onde também desenvolve a idéia teve interessado. Seus participantes acreditavam que- a
de "buropatologia", assunto tratado por Bums,embora análise organízacíona! estava sendo feita em termos
em termos um tanto diversos. Para este último cons- muito abstratos e que era preciso buscar comprovação
tituem sintomas patológicos as tentatívas feitas pelas or- empírica para suas assertivas, especialmente no que diz
ganizações de tipo mecânico de fazer face aos problemas respeito às tipologias. organizacionais construídas
novos de mudança, incert~á~ inova,Çãopara os quais a aprioristicamente. O projeto, portanto, incluía neces-
estrutura burocrática é inadequada. Thompson, Bennis, sariamente o "descarte" do "tipo ideal" de Weber e a
Lawrence e Lorsch são apenas alguns dos autores norte- construção de perfis organizacionais empiricamente
americanos altamente influenciados .pelo trabalho de derivados, a exemplo do que faz a psicologia diferencial
Burns e Stalker. De um modo geral combinações diver- com suas baterias de testes, no tocante a perfis de per-
sas das idéias desses autores e das pesquisas e con- sonalidade. Seu empreendimento metodológico, con-

EstrutllJYl e tecnologia
ceitual e operacional, indiscutivelmente complexo, veio uma delas, em função de dificuldade de mensuração)
oferecer um reforço a mais para a teoria da contingên- que permitiu o desenvolvimento de 64 escalas. As cinco
cia, na medida em que representou uma tentativa a mais "dimensões" consideradas foram formalização, cen-
na direção do encontro de uma "base cientifica sólida" tralização, es~alizaçi.o, padronização e configuração.
para as diferenças estruturais das organizações, sem, Segundo os pesquisadores, "todos os conceitos incluídos
contudo, conseguir liberar a teoria das organizações do nessa lista de variáveis estruturais são freqüentemente
"fantasma weberiano". Teria sido mais fácil rejeitar encontrados na literatura administrativa e organiza-
pura e simplesmente a utilidade do "tipo ideal" de cional, mas, aparentemente, são os aspectos normativos
burocracia para a análise organizacional, até mesmo que recebem maior atenção".lZ Para evitar esse viés o
negando seu valor cientifico enquanto construção es- grupo preferiu definir operacionalmente as 64 escalas,
clarecedora da realidade. O grupo, porém, preferiu tes- acreditando que dessa forma seria possível testar cien-
tar o não testável. De qualquer forma, entretanto, o tificamente os vários fatores entre si. Interessa-nos, por-
trabalho merece ser conhecido tanto pelos que se in- tanto, verificar como o grupo entende as cinco "dimen-
teressam pela sofisticação quantitativa, quanto por sões".
todos aqueles que percebem que, por uma ou outra
Dissertando a propósito de especialização, o grupo
razão, algumas empresas apresentam esta ou aquela es-
refere-se à divisão de trabalho no interior da organi-
trutura e, especialmente, pelos que desconfiam que isto
tem algo a ver com tamanho e tecnologia. Além disso, é zação. Tal divisão implicaria diversos aspectos que
poderiam ser salientados. Assim, o n6mero de espe-
ponto pacifico que o trabalho' do grupo de Aston está
cialidades poderia ser dado por uma soma das funções
entre os maiores empreendimentos da teoria adminis-
trativa. Talvez o interesse que desperte esteja relacio- desempenhadas por especialistas (pessoas que desem-
penham apenas uma função e que não estão na linha
nado em uma afirmação de Jerald Hague e Michael
Aiken, diretamente derivada de Charles Perrow, segun- direta de comando). Para o grupo, tal definição de es-
pecialista é importante pois não é dificil estabelecer a
do a qual "o interesse na tecnologia como variável in-
dependente deriva do reconhecimento de que o processo relação entre pessoal de linha e pessoal de estafe. To-
de trabalho de uma organização fornece os fundamentos davia, entende ainda que é possível distinguir diversas
sobre os quais a estrutura social é construída e, por esta categorias de especialistas, tais como especialistas re-
razão, a tecnologia deve influenciar a natureza daquela lacionados à manutenção do contato da organização
estrutura" .10 com seu meio-ambiente, especíalístas voltados para a
inovação e assim por diante. Aléni do número de es-
Feitas essas considerações, convém salientar que o pecialidades, entende que outro aspecto a ser consi-
nome do grupo deriva do fato do trabalho ter sido derado seria o grau de especialização, que, no seu enten-
realizado a partir da Unidade de Pesquisa em Adminis- der, relaciona-se com a diferenciação de atividades den-
tração Industrial da Universidade de Aston, em Birmin- tro de cada função. Tal aspecto diria respeito à espe-
gham, Grã-Bretanha, à qual estavam relacionados D.S. cificidade e à abrangência decrescente das tarefas desig-
Pugh, D. J. Hickson, C. R. Hinings, K. M. MacDonald, nadas para os diversos papéis. Para o grupo, outros as-
C. Turner e T. Lupton, Foi pressuposto para o grupo o pectos ainda poderiam ser salientados. Seu interesse
fato de que a literatura sobre burocracia levaria a uma maior, contudo, parece permanecer no número de es-
análise da estrutura organizacional em termos de um pecialidades e no grau de especialização.
conjunto de variáveis tais como especialização, pa-
dronização, formalização etc. passiveis de verificação Em termos de padronização, o grupo distingue dois
empírica. Estudos comparativos estabeleceriam os perfis aspectos: padronização de procedimentos e padroni-
organizacionais de acordo com variáveis tais como zação de papéis. O primeiro é visto como aspecto básico
tamanho, propriedade e controle etc., vistas como da estrutura organizacional, que, a seu ver, no que diz
variáveis de contexto. Os perfis também seriam acom- respeito à sociologia política de Weber, distinguiria or-
panhados de estudos comparativos de comportamento ganizações burocráticas e tradicionais de organizações
individual e grupal para que fossem testados "em re- carismáticas. A operacionalização deste aspecto para os
lação clara com os contextos organizacionais". 11 fins da pesquisa, levaram à listagem de quatro cate-
12 gorias de procedimentos: processos de informação, e
transmissão de procedimentos, e processos de opera-
cionalização e implementação de decisões. A padro-
4. VARIÁVEIS ESTRUTURAIS nização dos procedimentos revelar-se-ia pela existência
de regras ou procedimentos suficientemente amplos
No que diz respeito à coleta de dados, propriamente para cobrir todas as circunstâncias e por sua utilização
dita, o grupo entendeu que seus itens deveriam tratar do efetiva e invariável. Assim, mesmo para os casos não
que devia ser feito na organização e não do que era real- previstos, deverão existir regras estabelecendo os
mente feito, como medida preventiva à mterveniência de procedimentos adequados. Já o segundo aspecto diria
percepções dos participantes. Pretendeu-se, com isto, respeito ao grau em que uma organização prescreve a
chegar à taxonomia empiricamente derivada em padronização na definição de papéis e nas qualificações
oposição àquelas de Etzioni, Parsons, Blau e Scott etc. para o cargo, nos titulos dos cargos e símbolos de status,
Para tanto, foram selecionadas cerca de 50 organizações bem como nas recompensas pelo desempenho, dos
de tipos diversos na região britânica de Birmingham. papéis. Na base dessas escalas. são consideradas as
Além de questionários e entrevistas, o grupo apoiou-se: qualificações alcançadas formalmente, por um lado, e
na análise de documentos (a partir da 'seleção de seis aquelas demonstradas através de características de
"dimensões" burocráticas e do posterior abandono de personalidade, por outro. Entendem os pesquisadores

Revista de AdminUtração de Empre&a&


que a insistência sobre as últimas caracterizaria orga- Finalmente, ao estabelecer a dimensão configuração,
nizações modernas. o grupo pensava em termos de estrutura de autoridade.
definida como sistema. de relacionamentos entre po-
A propósito de formalizaçlo, o grupo discorre sobre a sições ou cargos, descritas em termos da autoridade dos
medida na qual comunicações e procedimentos são es- superiores e da responsabilidade dos subordinados.
critos e ordenados. Lembram que esse ponto é fun- Evidentemente, a estrutura de autoridade assim defi-
damental na concepção weberiana de burocracia, em- nida pode assumir formas diversas, comparáveis em ter-
bora pouco tratado na literatura p6s-weberiana. Para o mos de várias organizações. Entenderam os pesqui-
grupo, formalização inclui tanto a colocação de pro- sadores que, do ponto de vista teórico, a configuração
cedimentos, regras, papéis, como sua operação, com vis- podia ser percebida sob aspectos distintos, inclusive em
tas à preparação da decisão e a sua transmissão e im- termos de amplitude de controle vertical e horizontal, de
plementação, que geralmente inclui instruções sob for- . critérios de departamentalização e de número de po-
ma de planos, minutas, requisições etc. Finalmente, sições nos diversos segmentos. Vários desses aspectos,
formalização diria também respeito à transmissão de in- tais como amplitude de controle, são verificáveis e com-
formação, inclusive feedback, Como, evidentemente, a paráveis sem grande dificuldade, como fez Joan
investigação de todos os procedimentos era imprati- Woodward no que se refere a supervisores de primeira
cável, os. pesquisadores optaram por uma solução de linha, mostrando que a amplitude variava de acordo
seleção de procedimentos em termos temporais. Tal op- com a complexidade técnica dos métodos de produção.
ção proveria um quadro de procedimentos formalizados, A comparação de critérios de departamentalização tam-
forneceria informações úteis para a compreensão de bém parecia útil na medida em que evidenciaria ou não
propósitos e de modo mais geral, do plano (charter) es- seu fundamento tecnol6gico. Da mesma forma o grupo
trutural-operacional da organização. entendia que, paralelamente à análise comparativa das
estruturas de autoridade, seria útil a análise nos mesmos
Ao falar em centralização, o grupo pretende focalizar moldes da estrutura de status.
a sua atenção na localização da autoridade para a, to-
mada de decisões que afetam a organização. Segundo
Pugh, Hickson, Hinings, MacDonald, Turner e Lupton
a literatura administrativa sugeriria dois tipos diversos s. VARIÁVEIS DE CONTEXTO E
de autoridade. Em primeiro lugar, haveria uma grande DE DESEMPENHO '
atenção para com a autoridade formal e institucional,
derivada essencialmente da propriedade; em segundo, Como já tivemos oportunidade de afirmar, o esquema
uma atenção não menor com a autoridade "real" ou conceitual do grupo de Aston utiliza como variáveis in-
"pessoal", derivada do conhecimento e da experiência. dependentes para o estudo da estrutura e das atividades
O primeiro seria visto como passível de delegação maior organizacionais, aquilo que chamam de variáveis de
ou menor, e tal possibilidade seria um dos aspectos que contexto, que incluem origem e história das organi-
dizem respeito à centralização. O segundo tipo diria zações, propriedade e controle, tamanho, plano (char-
respeito ao número e ao "grau" de autoridade dos es- ter), tecnologia, localização, recursos e interdependên-
pecialistas empregados pela organização, Tal relação cia. No que diz respeito à primeira variável, origem e
seria uma segunda "dimensão" da centralização. De história, o grupo acreditava encontrar não apenas
qualquer modo, os pesquisadores entendem que muitos efeitos da estrutura original na estrutura presente, como
são os fatores que influenciam a centralização. Entre também poder distingUir conseqüência, na situação de
eles, referem-se à localização da função real de tomada então, da obsoletização de um produto, da passagem
de decisões em posições particulares da estrutura de por uma guerra, ou ainda, do carisma de um fundador.
autoridade, à promulgação de regras para as decisões, No que concerne a propriedade e controle. esperava
limitando a esfera decisória dos subordinados, à fre- não só detectar seus efeitos em um grupo de empresas,
'qüência e à abrangência (efeitos em cadeia) dos pro- em um órgão público, em uma fábrica nacionalizada,
cedimentos de revisão e dos sistemas de controle, bem etc., mas também, na responsabilidade do executivo
como a disponibilidade permitida de informações re- principal da unidade investigada, ou seja, na centra- 13
. levantes. A partir de tal formulação, .ecom o objetivo de lização de autoridade. A idéia básica era a de que a
definir conceitos operacionais de centralização, o grupo variável propriedade e controle forneceria uma ampla
entendeu necessário estabelecer a autoridade e respon- gama de categorias de unidades organizacionais, tais
sabilidade do executivo principal de cada organização. como empresas subsidiárias, divisões, regiões, setores,
Pretendia com isto conhecer os limites de sua esfera de etc., que poderia ser de algum valor, se abordada em
ação em termos de controle financeiro, de pessoal, de termos de centralização de autoridade.
materiais, do tempo e mesmo das idéias, assim como de
controle e manutenção de atividades e do fluxo de No que dii respeito a tamanho o grupo entendia
trabalho de modo geral. A idéia do grupo era centralizar defrontar-se com uma variável que poderia estar entre
sua preocupação na esfera de ação relativa à mudança e as determinantes fundamentais da estrutura organi-
à inovação, assim como à avaliaçlo da eficiência em ter- zacional, como era sugerido pela literatura sobre bu-
mos de mercado, adaptabilidade, moral, produtividade rocracia e burocratização. O grupo entendia necessário
e lucratividade. Imaginava que tal procedimento seria considerar dois aspectos relacionados a tamanho em sua
válido para os demais niveis da organ~lo. Pensava-se, investigaçlo: número de empregados e total de ativos
portanto, em centralização como medida derivada da liquidos.Finalmente,. entendia relevante considerar o
autoridade alocada a níveis internos de uma dada em- fator tamanho em relaçlo a outras organizações do mes-
presa e não na comparação de niveis entre empresas. mo campo~como competidores, por exemplo. Ao incluir
Estrutura e tecnologia
a variável plano {chartet}, os pesquisadores pensavam no cidas sobre uma organização por outras organizações e
propósito da organização e no sistema de valores pre- instituições de seu contexto social. 15Tratava-se, aqui,
sente e, portanto, na necessidade de examinar os principalmente do grau de controle politico e sindical.
procedimentos operacionais, a definição de papéis e a Secundariamente, tratava-se das influências de ordem
literatura organizacional, com vistas à análise da religiosa, educacional etc. O esquema conceitual do
ideologia organizacional: identificando eventuais con-' grupo de Aston 'levava ainda em consideração o que
flitos entre metas oficiais e "caráter da organização". chamava de variáveis de desempenho, isto é, o sucesso
No que se refere à tecnologia, os pesquisadores pro- relativo de uma organização no atingimento de suas
curaram não deixar nenhuma margem a dúvidas. metas explicitas. Os pesquisadores optaram pelo modelo
Defmiram esta variável claramente: "A tecnologia de de sistema em oposição ao modelo de meta, ou Seja, a
uma organização consiste nas técnicas que utiliza di- efetividade relativa de uma organização em momentos
retamente em suas atividades na produção de bens ou diversos, em oposição à comparação entre metas atin-
na prestação de serviços."13 Em seguida fazem referên- gidas e objetivos preestabelecidos.
cia a tentativas de definição e classificação de diferentes Toda a preocupação do grupo esteve inicialmente vol-
tecnologias. Em primeiro lugar, referem-se à construção tada para a operacionalização das variáveis, com vistas a
de escala de complexidade tecnol6gica por Joan poder chegar à desejada taxonomia empiricamente
Woodward e à abordagem mais geral de Amber e Am- derivada. Assim, no que diz respeito às "dimensões"
ber, segundo os quais: "Quanto mais atributos humanos burocráticas, os pesquisadores chegam à seguinte asser-
forem desempenhados por uma máquina, maior o seu tiva: "Aceitando que existe um número de dimensões
'nível de, automação", l' não deixando de revelar sua componentes da estrutura, quatro delas, estruturação
preocupação em termos da universalidadedo conceito de atividades, concentração de autoridade, controle de
de tecnologia para fins de relacionamento de organi- linha do fluxo de trabalho e tamanho relativo do com-
zações de natureza diversa. No que coneerne à locali- ponente de suporte (pessoal ligado a tarefas de ma-
zação, o grupo lembra a possibilidade. de descrever or- nutenção), forneceram uma base empírica para uma
ganizações em termos de diferenças nacionais e re- taxonomia de estruturas organizacionais. "1& Essas
gionais, ou ainda, mais precisamente, em termos ur- quatro "dimensões" foram extraídas através da análise
banos, periféricos e rurais, salientando a possibilidade fatorial, de 16 escalas selecionadas entre as 64 inicial-
de relacionamento de tais diferenças com redes de trans- mente desenvolvidas. Foi em função dessas quatro
porte e comunicações disponíveis, Lembram, outros- "dimensões" que o grupo elaborou perfis organiza-
sim, que diferenças em termos de produtos, tamanho, cionais, que, a seu ver, demonstravam que burocracia era
tecnologia, tipos de recursos utilizados e mercado aten- um conceito multidimensional e que, portanto, o "tipo
dido por uma organização são fatores que podem afetar ideal" de Weber poderia ser rejeitado. No que diz res-
a localização requerida. Lembram, ainda, que as van- peito às variáveis de contexto, o grupo concluiu que o
tagens de uma determinada localização deverão variar tamanho era a principal variável de explicação e pre-
com o tempo e que um dos aspectos distintivos de uma visão da estrutura organizacional, seguido da tecnologia
organização é a presteza com que pode ser transferida e da interdependência. Foi mais longe, tentando mostrar
de um para outro local. que dados os escores da organização em termos de suas
Finalmente, no que tange a recursos, os autores variáveis de contexto, seria possível, através da regressão
propuseram um tratamento especial para fins opera- múltipla, prever e explicar seu perfil. Entretanto, é
cionais, estabelecendo dois grandes grupos: idéias e pes- preciso lembrar que não foi possível ao grupo, a análise
soas, por um lado; recursos materiais e financeiros, por da variável, ;curso da forma inicialmente pretendida.
outro. Entenderam que o pessoal empregado por uma O grupo deixou de lado pessoal e idéias e preferiu ver
organização pode ser diferenciado em termos sociais e recursos fmanceiros e materiais como aspecto da tec-
educacionais, bem como em termos de qualificação nologia. Cumpre ainda lembrar que três variáveis do
ocupacional. Entenderam, igualmente, que este pessoal contexto, parecem evidenciar-se nos estudos de Aston
constituía o reservatório de idéias de organização, como causais, embora isto não seja explicitado de forma
podendo ou não traduzi-las em ação. Os recursos inequívoca, uma vez que os pesquisadores estavam cons-
14 materiais incluiriam terra e instalações, fábrica e cientes da limitação metodol6gica nesse sentido. To-
equipamento, estoque e trabalho em desenvolvimento, davia, insinuam-se como especialmente importantes'
caixa, investimentos, liquidez etc. constituiriam os o tamanho, a dependência e o trinômio tecnologia-
recursos financeiros ou de-capítal. A última variável de plano-lecalização.V
contexto apresentada pelo grupo foi a interdependência. De qualquer modo, porém, baseado em sua classi-
Em suas palavras, essa variável reflete o relacionamento ficação multidimensional, o grupo de Aston chegou a
entre uma organização com outras organizações e ins- elaborar sua taxonomia que, no seu pr6prio entender,
tituições em seu ambiente social. O grau de interdepen- não é exaustiva. Sete conjuntos de tipos de estruturas
dência em relação a fornecedores, consumidores, com- organizacionais foram identificados: burocracia plena,
petidores, sindicatos, associações de classe e instituições burocracia plena nascente, burocracia de fluxo de
politicas e sociais seria considerado. O grau de poder trabalho, burocracia nascente de fluxo de trabalho,
monopolistico é uma escala de interdependência que vai burocracia pré-fluxo de trabalho, burocracia de pessoal
do monopólio à competição perfeita. Levar-se-ia em e organização implicitamente estruturada. Esses sete
conta a posição de mercado de uma organização, com conjuntos supostamente refletem apenas três "dimen-
referência especial à elasticidade de demanda, restrições sões" burocráticas operacionalmente defmidas, a saber:
e associações com. outras organizações. Uma segunda estruturação de atividades, concentração de autoridade
escala de interdependência diz respeito às pressões exer- e controle de linha do fluxo de trabalho. II

Revista de Administração de Empraas

,--, - - ----------
A chamada burocracia plena caracteriza-se pela alta fluxo de trabalho, não estando, nesse caso, a tecnologia
estruturação de atividades e alta concentração de au- relacionada com a estrutura administrativa e hierár-
toridade e, também, pela alta dependência e integração ,quica mais ampla.2o Alguns anos mais tarde o grupo fez
do fluxo de trabalho relativamente baixa em termos de uma nova pesquisa de contexto, com uma amostra que
tecnologia. Por outro lado, apresenta uma alta pa- incluia 14 das organizações anteriormente estudadas,
dronização de procedimentos de seleção e promoção, utilizando uma série reduzida de itens' e variáveis:
além de uma alta formalização na definição de papéis. dependência; tamanho, tecnologia e estruturação de
Na amostra estudada, apenas um setor industrial de um atividades. Tal pesquisa visava testar a validade e con-
departamento governamental cabia nesse setor. Pos- tiabilidade dos instrumentos utilizados, bem como
teriormente, um estudo semelhante feito por outro analisar diacronicamente as referidas organizações. Sua
grupo de pesquisadores identificou esse tipo de es- importância dizia respeito especialmente à confirmação
trutura em organizações estatais ligadas ao sistema ou não da alta correlação anteriormente encontrada en-
ferroviário, à eletricidade, etc. tre tamanho e estruturação de atividades. Todavia,
A chamada burocracia plena nascente, apresenta as verificou-se que as organizações haviam se tomado
mesmas características, embora menos pronunciadas. menores, embora com as atividades mais estruturadas.
Na amostra estudada, colocaram-se nesse grupo quatro A justificativa apresentada pelo grupo de Aston foi a de
organizações: uma empresa de construção civil, uma que a correlação não havia sido desmentida, mas que o
fábrica de abrasivos, um departamento de transportes que havia se tomado claro era que o aumento no ta-
governamental de nivel local e uma fábrica de papel. manho leva realmente à maior estruturação de ativi-
A chamada burocracia de fluxo de trabalho carac- dades, mas que a sua diminuição não implica redução na
teriza-se 'por altos escores na estruturação de atividades estruturação de atividades.
e baixos escores na concentração de autoridade e no O trabalho e as conclusões dos pesquisadores de As-
controle de linha do fluxo de trabalho, .características ton vêm sendo alvo de umnúmero razoável de criticas de
exatamente opostas àquelas da chamada burocracia de natureza conceitual, metodol6gica e operacional. Uma
pessoal. Na amostra estudada, o conjunto caracterizado das criticas mais conhecidas é a de que houve falha na
como burocracia de fluxo de trabalho incluiu as em- definição das variáveis; que os resultados obtidos são
presas maiores enquanto que o segundo conjunto in- tautológicos, uma vez que as variáveis formalização e
cluiu principalmente ôrgãos governamentais. padronização praticamente mediram a mesma coisa,
A chamada burocracia nascente de fluxo de trabalho sendo, assim, evidente a razão dos altos índices de es-
apresenta as mesmas características daquela de fluxo truturação de atividades encontrados. Outra critica
de trabalho, em nivel menos acentuado. Na amostra são conhecida diz respeito ao fato de que existindo 20 em-
organizações consideravelmente maiores em termos presas filiais na amostra, surpreendente teria sido en-
relativos. Já as pré-burocracias de fluxo de trabalho são contrar baixa correlação entre centralização na tomada
caracterizadas por uma estruturação de atividade con- de decisões e perda de autonomia e não, ao contrário,
sideravelmente mais baixa, mantendo as outras carac- como tautologicamente teriam concluído os pesqui-
teristicas da burocracia de fluxo de trabalho, inclusive a sadores. Mais recentemente, Sérgio Mindlin questinou a
utilização de mecanismos impessoais de controle. Na variável contextual dependência, que embora definida
amostra, são menores que as de classe anterior, mas sig- em termos muito amplos, acaba ficando reduzida à
nificativamente mais independentes, revelando altos es- dependência em relação à matriz, ou seja, tratando-se
cores de concentração de propriedade e controle. 'de dependência intra-organizacional. Para Mindlin, tal
fato implica um viés nos resultados obtidos. 21
Finalmente, as chamadas organizações implicitamen-
te estruturadas são as que apresentam alta centralização
de decisões e padronização de procedimentos de seleção
e promoção. Os escores de controle de linha do fluxo de 6. CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
trabalho são altos, mas a estruturação de atividades é
consideravelmente mais baixa do que aquela da bu- O empiricismo britânico parece ter fornecido à teoria
rocracia plena, da burocracia plena nascente e da das organizações a operaclonalízação de alguns con-
burocracia de pessoal. Nessa classe incluiriam-se uma "ceitos presentes no quadro maior da teoria geral dos sis- 15
cadeia de varejo, uma cadeia de sapatarias, uma loja de temas de Ludwing von Bertalanffy, a qual, po âmbito da
departameritos, uma companhia de seguros, uma di- organização passa a expressar-se enquanto teoria da
visão de pesquisa, uma fábrica de componentes indus- contingência, amplamente divulgada nos Estados
triais, uma fábrica de brinquedos e uma empresa de Unidos e países dependentes e periféricos, na primeira
construção. 19 metade da década de 70. Sem prejuizo das teorizações e
A variável tecnologia mereceu outro estudo do grupo das pesquisas de campo realizadas na América do Nor-
de Aston, que pretendeu medir a relação particular en- te, o trabalho britânico impõe-se por várias razões, entre
tre tecnologia de operações e estrutura. Foram anali- as quais seu espirito acadêmico e o cuidado na mani-
sadas 31 unidades pertencentes à amostra original. Os pulação de técnicas e instrumentos de pesquisas. Divul-
resultados obtidos foram comparados àqueles a que ga-se, rapidamente, pelo interesse que representa para
chegou Joan Woodward. De um modo geral, chegou-se à os profissionais do desenvolvimento organizacional en-
conclusão de que "quanto menor a organização, mais tre outros, na medida em que suas conclusões podem ser
sua estrutura é influenciada pelos efeitos imediatos da postas a serviço dos apólogos da "metaburocracia", a
tecnologia de operações; quanto maior, mais . esses partir de algumas generalizações e artifícios te6ricos.
efeitos são confiados a variáveis tais como proporções Nesse sentido, a seriedade com que Jean Woodward
empregadas. em atividades especificamente ligadas ao conduziu .seu·trabalho é ressaltada pelo cuidado me-
Estrutura e teCnologia

---- -~-----
todol6gico que inclui a recusa da generalizaçio. De 8 Burns. Tom & Stalker. G.M. The management oi innovation, Tavis-
qualquer forma, pelo trabalho desta, de Tom Bums, e tock Publications. 1968. p, 262.
do grupo de Aston, a par dos conhecidissimos estudos 9 Burns. Tom & Stalker, G.M. op. citop. 1S4
do Tavistock Institute22 os britânicos colocam-se na
vanguarda da teoria das organizações centrada nas 10 Hague. Jerald & Aiken Miehael. Routine. technology. social struc-
ture and organization goals. Administrative Science Quarterly. Ithaca,
noções de sistema e de estabilidade. relegando a segun- v. 14. n, 3. p, 367. Sept. 1969.
do plano problemas de poder. controle social e conflito.
11 Pugh. D.S.: Hiekson. D.J.: Hinings. c.R.; MaeDonald. K.M &
Nesse tipo de visão à critica não representa um elemento Lupton. T. A conceptual scheme for organization analysis. Adminis-
especialmente importante. face à impaciência com que trutive Scienc ••Quarter(I •. lthaca. V. 8. n. 3. p. 289. Dec, 1963.
são esperados os resultados desejados. •
12 Pugh, D.S.: Hickson, D.J.; Hinings. C.R.; MacDonald. K.M.; Tur-
ner. C. & Lupton, T. op. citop. 301.
13 Pugh. D.S.: Hickson, D.J.; Hinings, C.R.; MaeDonald. K.M.;
Turner. C. & Lupton, T. op. citop. 310.

14 Amber: G.H. & Amber. P.S. Anatomy oi automation. Englewood


C1iffs.New Jersey. 1962. In: Pugh, D.S. et a1ii.op. citop. 331.

15 Pugh. D.S. et a1ii. op. cito p. 312

16 Pugh. D.S.; Hiekson. D.J.; Hinings. C.R. & Turner, C. Dimen-


sions of organization structure. Administrative Science Quarterly.
lthaca, V. 13. n, 1. June 1968.
1 Veja Veblen. Thorstein. Teoria da empresa industrial. Rio de Ja-
neiro. Editora Globo. 1966. ~7 Veja Pugh, D.S.; Hickson, D.J.; Hinings. C.R.; Turner, C. The
context of organization structures. Administratíve Science Quarterly.
2 Veja Woodward. Joan. Industrialorganization: tlteory and practice. Ithaca. V. 14. n.1. p. 112. Mar. 1969.
Oxford University Press, 1968. p. 50.
18 Pugh. D.S.: Hickson, D.J.; Hinings. C.R. An empirical taxonomy
3 Veja Pugh. D.S.; Hickson, D.J. & Hinings. C.R. Writers on struc- ofstructures ofwork organizations. Administrative Science Quarterly.
ture, funtioning, management and peop/e in organization:s in society. Ithaca, V. 14. n. I. p. 120. Mar. 1969.
2.•-d.. London. Penguin Books, 1971. p. 36-38.
19 Veja Pugh, D.S.; Hickson, D.J. & Hinings. C.R. op. cito
4 Veja Woodward. J08n. op. cito p. 248
20 Hickson, D.J.; Pugh, D.S. & Pheysey. Diana. Operation technology
5 Reeves, Tom .-<: Woodward. J08n The stu4Y of managerial contrel, and organization structure: Administrative Science Quarterly. Ithaca,
In: Woodward. Joan, ai. lndwtritil organization: behavior and con- V. 14. n. 3. p. 378. Sept. 1969.
trol. Oxford University Presa. 1970. p. 48.
21 Mindlin. Sérgio. Conferencia proferida na Escola de Adminis-
6 Veja Pugno D.S.; Híckson, D.J. & Hinings. C.R.op. citop, 42 tração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. 1975.

7 Woodward. J08n. Tecnology. management. control and arganization 22 Veja Motta. F.C.P. Teoria geral da administração: uma intro-
behavior. In: Woodward & Reeves. op. citop; 242. durão. são Paulo. Livraria Pioneira Editora. 1974.

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