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Caso Prático - União Europeia

Suponha que é aprovada uma diretiva conjunta do Parlamento Europeu e do


Conselho, que regula de modo exaustivo matéria de gestão de florestas no
território dos Estados da União.
Suponha que essa diretiva contem um capítulo dedicado às regiões
mediterrânicas nas quais se inclui todo o território português.
Suponha que nesse capítulo dedicado às regiões mediterrânicas se diz quais
são as espécies que podem ser plantadas, se regula o corte das árvores,
limitando-o, se delimitam zonas vastas reservadas a floresta não produtiva, etc.
Confrontada com essa legislação europeia, a legislação portuguesa sobre a
legislação de florestas mostra-se totalmente contrária.
Analise a possibilidade e legalidade de uma tal diretiva à luz das normas dos
tratados sobre competências da EU.
Tenha em conta que o problema das florestas tem a ver com conservação da
biodiversidade, e, por via do problema dos fogos florestais, tem também com a
questão das alterações climáticas.

R: De acordo com o artigo 4º n.º2 al. E) TFUE, a EU tem uma competência partilhada,
em matéria de ambiente.

De acordo com o artigo 191º n.1º, ponto 3, é admissível que a gestão de florestas possa
ser considerada uma matéria incluída no domínio, o que leva a concluir que a EU tem
competência para legislar em matéria de gestão florestal, ficando assim cumprido o
princípio da atribuição de competência.

Portanto em matéria de gestão florestal a EU terá uma competência partilhada.

Competência partilhada nos termos do artigo 2º n.2º TFUE, consiste em, quando os
Tratados atribuam à União competência partilhada com os Estados-Membros em
determinado domínio, a União e os Estados-Membros podem legislar e adotar atos
juridicamente vinculativos nesse domínio. Os Estados-Membros exercem a sua
competência na medida em que a União não tenha exercido a sua. Os Estados-
Membros voltam a exercer a sua competência na medida em que a União tenha
decidido deixar de exercer a sua.

Portanto há que concluir que a EU poderia aprovar esta diretiva, mesmo indo contra a
legislação de um ou mais Estados membros.

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