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No que tange às competências, em matéria AMBIENTAL, não é correto afirmar que:

↳ TEMA 145/RG - O município é competente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o Estado, no limite do seu
interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art.
24, VI, c/c 30, I e II, da CF).
↳Questão quase totalmente extraída da obra "Direito Ambiental Brasileiro", do Prof. Paulo Affonso Leme Machado. (páginas da
21ed,, Malheiros).
→ Além das normas contendo a PARTILHA DAS COMPETÊNCIAS na LC 140/2011, as ATRIBUIÇÕES ADMINISTRATIVAS
estão mencionadas na CF, sendo as da União, enumeradas amplamente no art. 21, as do Estados, no art. 25 e as dos
Municípios, no art. 30 (p. 184)
→ A grande INOVAÇÃO é a incumbência dos Estados, em regra geral, para autorizar a gestão e a supressão de vegetação de
florestas e formações sucessoras nos “imóveis rurais” e, portanto, nas áreas de preservação permanente e nas reservas
legais. A União e os Municípios também terão a mesma atribuição em florestas públicas federais, florestas públicas municipais
e unidades de conservação instituídas pela União ou pelos Municípios, respectivamente." (p. 180). A questão omitiu a
atribuição em florestas públicas federais, o que dá a entender que a União terá a atribuição de gestão e supressão de
vegetação em florestas municipais, daí o erro.
→ A atribuição administrativa da União para controlar a apanha de espécimes da FAUNA SILVESTRE não tem limites e, sendo
ILIMITADA, pode até abranger a PESQUISA CIENTÍFICA. Embora o gabarito tenha sido C, a alternativa D também está
incorreta. A atribuição da União NÃO TEM LIMITES quanto à competência dos Estados para as pesquisas científicas. Base
legal: ressalva do art. 8º, XVIII da LC 140/2011. É a competência do ESTADO para a apanha de espécimes da FAUNA
SILVESTRE para pesquisas científicas que tem limite na competência da União. Não o contrário.

A respeito da previsão de LICENÇAS AMBIENTAIS, é possível afirmar que:


a criação de novos tipos ou novas licenças ambientais, por ato do executivo, legitimam-se com base nos princípios que regem
a proteção ao meio ambiente.
↳Art.9º O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, características e
peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de
planejamento, implantação e operação.

os valores ambientais contemplados nos artigos 170 e 225 CF devem se sobrepor aos da liberdade de iniciativa econômica,
de modo que não se pode restringir de qualquer forma a possibilidade de exigências, inclusive conforme a tipologia, ao
licenciamento ambiental.
↳Os valores contemplados nos artigos 170 e 225 da CF devem ser considerados de FORMA HARMÔNICA com a liberdade de
iniciativa econômica com fundamento no princípio do desenvolvimento sustentável.

na doutrina prevalece o entendimento de que as hipóteses de atividades estabelecidas pela Resolução 001/1986 estão
regidas pelo princípio da obrigatoriedade, ou seja, a Administração deve determinar a elaboração do EUA, presumindo-se a
necessidade.
↳ Na doutrina tem prevalecido o entendimento de que as hipóteses de atividades estabelecidas pela Resolução 1/1986 estão
regidas pelo PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE, segundo o qual a Administração deve, e não simplesmente pode,
determinar a elaboração do EIA. Ou seja, o elenco constante do art. 2º somente é EXEMPLIFICATIVO para possibilitar o
acréscimo de atividades, sendo, porém, obrigatório quanto àquelas relacionadas. Há nesses casos, por assim dizer, uma
presunção absoluta de necessidade, que retira o EIA do âmbito do poder discricionário da Administração." (BENJAMIN,
Antonio Herman V. Os princípios do estudo de impacto ambiental como limites da discricionariedade administrativa. Revista
forense, vol. 317, pp. 40-41).
↳Art. 2º da Res. Conama 01/86 - DEPENDERÁ de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de
impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo,
o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: (...)
Diretamente ligado ao princípio da precaução, temos o princípio da prevenção, ao qual fica reservado o combate dos danos
ambientais previsíveis, porém evitáveis, quando adotadas as cautelas apropriadas. Nesse sentido Antônio Carlos Leite explica
que: O conteúdo cautelar do princípio da prevenção é dirigido pela ciência e pela detenção de informações certas e precisas
sobre a periculosidade e o risco corrido da atividade ou comportamento, que, assim, revela situação de maior verossimilhança
do potencial lesivo que aquela controlada pelo princípio da precaução. Ou seja, a aplicação desse princípio se dá nos casos
em que os impactos ambientais já são conhecidos, restando certo a obrigatoriedade do licenciamento ambiental e do estudo
de impacto ambiental (EIA), estes uns dos principais instrumentos de proteção ao meio ambiente. O estabelecimento de
tipologia pelo Poder Executivo para o licenciamento ambiental e a tipologia definida pelos Conselhos Estaduais do Meio
Ambiente violam o artigo 170, § único CF, que estatui ser “assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independente de autorização dos órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.

No que tange aos princípios em MATÉRIA AMBIENTAL, é correto afirmar que


o princípio do desenvolvimento sustentável mereceu destaque na Constituição Cidadã.
↳Falso. O princípio do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL tem como substância a conservação dos alicerces da produção
e reprodução do homem e suas atividades, conciliando o crescimento econômico e a conservação do meio ambiente, numa
relação harmônicas entre os homens e os recursos naturais para que as futuras gerações tenham também oportunidade de ter
os recursos que temos hoje, em seu equilíbrio dinâmico.

os princípios do poluidor pagador e do usuário pagador confundem-se. FALSO.


o princípio do AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO constitui extensão do direito à vida, cláusula pétrea e
direito-dever fundamental.
↳O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como direito fundamental da pessoa humana. A mera
revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao cumprimento da legislação
ambiental, sem sua substituição ou atualização, compromete a observância da CF, da legislação vigente e de compromissos
internacionais. STF. Plenário. ADPF 747 MC-Ref/DF, ADPF 748 MC-Ref/DF e ADPF 749 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 27/11/2020 (Info 1000).

o princípio da equidade intergerencial decorre das competências compartilhadas entre os entes federativos, em matéria
ambiental.
↳ O termo correto seria EQUIDADE INTERGERACIONAL (pois tem a ver com gerações futuras) A equidade intergeracional
cuida-se de uma teoria incorporada em diversos instrumentos legais em todo o mundo, visando promover a igualdade de
acesso aos recursos naturais às gerações vindouras. Esta teoria parte da concepção de que as atuais gerações que habitam o
planeta terra, não estão em nível hierárquico superior aos habitantes ainda não nascidos, cabendo, portanto, o dever de uso
racional e sustentável dos recursos ambientais, de maneira a garantir a sua existência às futuras gerações. Imagino que não
decorra somente de competências compartilhadas entre os entes cooperativos, mas de uma forma bem mais ampla, decorre a
consciência ambiental a nível mundial, sendo direito e dever de todos proteger e cuidar para as próximas gerações.
↳O art. 225 do texto Constitucional preceitua que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Considerando, de um lado, a necessidade de garantia da MELHOR e MAIS EFICAZ preservação do meio ambiente natural e
do meio ambiente artificial, e, de outro, a superveniência da Lei 13.913/19, que suprimiu a expressão “... salvo maiores
exigências da legislação específica”, concluiu-se que:

pode ser dito que há conflito entre o direito de propriedade e a proteção jurídica do meio ambiente, atentando para a
compreensão sistemática dos institutos, o que deve ser resolvido de modo a causar o mínimo prejuízo ao particular.

o novo código florestal, ao prever medidas mínimas superiores para as faixas marginais de qualquer curso d’agua natural
perene e intermitente, não pode reger a proteção das APPs ciliares ou ripárias em áreas urbanas consolidadas, espaços
territoriais especialmente protegidos (artigo 225, III, da CF/1988), que não se condicionam a fronteiras entre os meios rural e o
urbano.

as alterações que importam diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas unidades de conservação não
implicam possibilidade de reconhecimento de retrocesso ambiental, pois não atingem o núcleo essencial do direito
fundamental ao meio ambiente equilibrado.

na vigência do novo código florestal, a extensão não edificável nas áreas de preservação permanente de qualquer curso
d’agua, perene ou intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada, deve respeitar o disciplinado no seu
artigo 4º , caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar a mais ampla garantia ambiental a esses espaços territoriais
especialmente protegidos e, consequentemente, a toda sociedade.
↳Sucintamente, trata-se do entendimento do STJ no REsp 1770760/SC (Tema 1010), que foi objeto do recente Informativo
694/STJ: Na vigência do novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), a extensão não edificável nas Áreas de Preservação
Permanente de qualquer curso d'água, perene ou intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada,
deve respeitar o que disciplinado pelo seu art. 4º, caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar a mais ampla
garantia ambiental a esses espaços territoriais especialmente protegidos e, por conseguinte, à coletividade. STJ. 1ª
Seção.REsp 1770760/SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 28/04/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1010) (Info 694).
↳COMENTÁRIO SITE DIZER O DIREITO - A legislação impõe algumas restrições para a pessoa construir nas margens de um
rio. O Código Florestal (Lei 12.651/12) afirma que as faixas marginais de qualquer curso d´água natural devem ser
consideradas áreas de preservação permanente e, portanto, áreas não edificáveis. A extensão da área não edificável varia de
acordo com a largura do curso d´água. A controvérsia existe no caso em que a construção ocorre em zona urbana na margem
de rio. Isso porque a Lei 6.766/79 prevê faixa non aedificandi menor que os limites trazidos pelo CódigoFlorestal. Qual deverá
prevalecer: a regra da Lei do Parcelamento do Solo Urbano ou do Código Florestal? Código Florestal.

No que se refere à REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL, é reconhecido que:


não se autoriza a apreensão de instrumento utilizado para a prática de infração ambiental, salvo na hipótese de uso específico,
exclusivo e habitual para a prática ilícita.
↳Tese repetitiva: A apreensão do instrumento utilizado na infração ambiental, fundada na atual redação do § 4º do art. 25 da
Lei 9.605/1998, INDEPENDE do uso específico, exclusivo ou habitual para a empreitada infracional. (REsp 1814944/RN, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/02/2021, DJe 24/02/2021).

↳Os arts. 25 e 72, IV, da Lei 9.605/98 estabelecem como EFEITO IMEDIATO da infração a apreensão dos bens e instrumentos
utilizados na prática do ilícito ambiental. A exigência de que o bem/instrumento fosse utilizado de forma específica, exclusiva
ou habitual para a prática de infrações não é um requisito que esteja expressamente previsto na legislação. Tal exigência
compromete a eficácia dissuasória inerente à medida, consistindo em incentivo, sob a perspectiva da teoria econômica do
crime, às condutas lesivas ao meio ambiente. STJ. 1ª Seção. REsp 1814944-RN, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 10/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1036) (Info 685).

as MULTAS não podem ter sua exigibilidade suspensa pelo fato de o infrator se obrigar a realizar medidas para fazer cessar
ou corrigir a degradação do meio ambiente.
↳Decreto 6.514/08. Art.146 §4º. A assinatura do TERMO DE COMPROMISSO suspende a exigibilidade da multa aplicada e
implica renúncia ao direito de recorrer administrativamente.

o dano moral coletivo se confunde com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso se submete ao princípio
da reparação integral.
↳STJ: 5. O dano moral coletivo NÃO SE CONFUNDE com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso não
se submete ao PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL (art. 944, caput, CC/02), cumprindo, ademais, funções
específicas.(REsp 1737412/SE, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe
08/02/2019)

a reparação ambiental deve ser feita da forma mais completa possível, de modo que a condenação a recuperar a área
lesionada não exclui o dever de indenizar, sobretudo, pelo dano que permanece entre a ocorrência e o restabelecimento do
meio ambiente lesado, bem como, quando o caso, pelo dano moral coletivo e pelo dano residual.
↳ 4.A REPARAÇÃO AMBIENTAL deve ser feita da FORMA MAIS COMPLETA POSSÍVEL, de modo que a condenação a
RECUPERAR a área lesionada não exclui o DEVER DE INDENIZAR, sobretudo pelo DANO QUE PERMANECE entre a sua
ocorrência e o pleno restabelecimento do meio ambiente afetado (= dano interino ou intermediário), bem como pelo dano
moral coletivo e pelo dano residual (= degradação ambiental que subsiste, não obstante todos os esforços de restauração)
RECURSO ESPECIAL 1.180.078 - MG (2010/0020912-6).

Suponha que determinado proprietário rural deseje instituir SERVIDÃO AMBIENTAL na área de sua propriedade, incidente
sobre a parcela correspondente à reserva legal mínima imposta nos termos do Código Florestal (Lei 12.651/12). Tal pretensão:
E.não encontra amparo legal, eis que a servidão ambiental constitui uma LIMITAÇÃO VOLUNTÁRIA instituída pelo proprietário
da área que não substitui ou reduz as limitações impostas pela reserva legal mínima.
→A servidão ambiental é instituída de forma voluntária pelo dono da propriedade
→Pode ser onerosa ou gratuita, perpétua ou temporária (no mínimo 15 anos).
→Não se aplica a área de preservação permanente e as reservas legais mínimas.
Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por
termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, LIMITAR O USO de toda a sua propriedade ou de parte
dela para [preservar, conservar ou recuperar] os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.
§ 1º O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens:
I - memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos 1 ponto de amarração georreferenciado;
II - objeto da servidão ambiental;
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor;
IV - prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental.
§2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida.

A disciplina constitucionalmente estabelecida para a PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE introduziu, como obrigação do poder
público, a definição dos espaços territoriais a serem especialmente protegidos:
↳ impondo tal obrigação a todas as unidades da federação, sem, contudo, estabelecer um conceito único de ESPAÇO
TERRITORIAL especialmente protegido, podendo tal proteção alcançar ÁREAS PÚBLICAS ou PRIVADAS.

Suponha que tenha sido editada uma LEI ESTADUAL capitulando como crime a caça e o abate de animais em TODO O
ESTADO, em áreas públicas ou privadas, inclusive em relação a ESPÉCIES EXOTICAS INVASORAS. A constitucionalidade
do referido diploma foi contestada em face do seu [potencial de dano ao meio ambiente], eis que espécies já
reconhecidamente nocivas, como o JAVALI, vêm se proliferando de forma desordenada e causando danos efetivos à
biodiversidade, além de risco à segurança e saúde da população de áreas rurais. Para a avaliação do apontado vício de
inconstitucionalidade, cumpre considerar que:
C. a LEGISLAÇÃO FEDERAL que tipifica os crimes contra o meio ambiente, editada ao amparo da COMPETÊNCIA DA
UNIÃO para estabelecer normas gerais de proteção da fauna e do meio ambiente (Lei 9.605/98), não considera crime a CAÇA
DE ANIMAIS NOCIVOS, desde que assim caracterizados pelo órgão competente.
Art. 37, Lei 9.605/98: Não é crime o abate de animal, quando realizado:
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

A política nacional de RECURSOS HÍDRICOS instituída pela Lei 9.433/97, estabelece, como um de seus instrumentos:
A. a possibilidade de COBRANÇA PELO USO de recursos hídricos sujeitos a OUTORGA, o que não se confunde com TAXA
ou TARIFA cobrada pelo FORNECIMENTO DOMICILIAR de água tratada e coleta de esgoto.

Considerando a competência dos órgãos dos diferentes entes federativos para licenciamento de EMPREENDIMENTOS
POTENCIALMENTE POLUIDORES, tem-se que, a partir da edição da LC 140/2011:
A) INCORRETA. na hipótese de o empreendimento demandar, adicionalmente, a supressão de vegetação nativa, a
competência do Estado para o licenciamento é deslocada para a União, a quem cabe, privativamente, o estabelecimento das
medidas de mitigação e compensação.
↳ ***A aprovação de empreendimento que promoverá a supressão de vegetação, inclusive nativa, pode ser de competência
da [União, do Estado ou do Município], a depender do caso concreto.

B) INCORRETA. restou expressamente vedada a delegação de atribuições fixadas pela lei para as diferentes esferas de
governo, admitindo-se a atuação de órgão de outro ente federativo apenas em caráter supletivo para apoio técnico.
LC 140/2011. Art.4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação
institucional: V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei
Complementar; VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos
previstos nesta Lei Complementar.

C) INCORRETA. admite-se a cooperação entre diferentes órgãos licenciadores, exclusivamente para fiscalização e aplicação
de multas, cujo produto deverá reverter integralmente para o órgão incumbido da fiscalização direta.
LC 140/2011. Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de APOIO [técnico, científico,
administrativo ou financeiro], sem prejuízo de outras formas de cooperação.
§único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei
Complementar.

D) CORRETA. CADA empreendimento ou atividade serão submetidos a licenciamento ambiental de 1 único ente federativo, o
qual terá competência também para fiscalizar e lavrar autos de infração correlatos à atividade ou empreendimento licenciado.
↳LC 140/2011. Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de
infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
↳Atribuição de FISCALIZAÇÃO não é exclusiva do órgão ambiental responsável pelo licenciamento. É ATIVIDADE COMUM de
todos os entes federados em defesa do meio ambiente (art. 23, VI, VII e XI, da CF/88).
↳STJ: Impõe-se amplo aparato de fiscalização a ser exercido pelos 4 ENTES FEDERADOS, independentemente do local onde
a ameaça ou o dano estejam ocorrendo e da competência para o licenciamento. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1.373.302-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 11/6/2013).

E) INCORRETA. foram estabelecidas medidas para atuação coordenada dos entes federativos no exercício de suas
competências para ações administrativas de proteção ao meio ambiente, atribuindo-se aos municípios apenas atuação
subsidiária posto que não detêm competência originária para ações de tal natureza.
***No art. 9º, da LC 140/2011, são estabelecidas as atribuições administrativas dos municípios. Não é reservada a eles apenas
atuação subsidiária.

Segundo entendimento sumulado do STJ, INAPLICÁVEL o PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA:


A.aos crimes ambientais e aos crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça à pessoa, se reincidente o acusado.
↳ Embora o STJ seja rigoroso quanto à aplicação do princípio da bagatela nos crimes ambientais, há diversos julgados
reconhecendo a possibilidade de sua incidência (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.558.312/ES, rel. Min. Felix Fischer, j.
28.11.2017). Quanto à reincidência, o STJ costuma (em precedentes mais recentes) afastar a insignificância para os
reincidentes. Contudo, também existem precedentes reconhecendo a possibilidade (STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp
310.580/RJ, rel. Min. Og Fernandes, j. 10.06.2013). Ademais, as matérias não são sumuladas.

Considerando a natureza e as peculiaridades do DANO AMBIENTAL, seu regime jurídico e o entendimento jurisprudencial e
doutrinário acerca da sua apuração, reparabilidade e responsabilização, considere as assertivas abaixo:
I. A responsabilidade civil em caso de dano ambiental causado em decorrência do exercício de atividade com potencial de
degradação ambiental é de natureza objetiva e independe, portanto, de comprovação de dolo ou culpa. CERTA.
↳ Art. 14, §1º da Lei 6.938/81 - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o POLUIDOR obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade.
→ O MPU e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por DANOS CAUSADOS AO
MEIO AMBIENTE (Responsabilidade OBJETIVA).

II. A reparação do dano ambiental deve ocorrer, preferencialmente, de forma indireta, com o pagamento de indenização e
aplicação de sanções pecuniárias de cunho inibitório. ERRADA.
↳ A preferência será sempre pela RECUPERAÇÃO do meio ambiente de FORMA DIRETA. Somente quando não for
possível, haverá a reparação de forma indireta.

III. O DANO AMBIENTAL é de caráter COLETIVO ou DIFUSO, podendo, contudo, impactar também direitos individuais,
materializando-se assim o denominado EFEITO RICOCHETE na forma de DANO REFLEXO. CERTA.
↳ O meio ambiente sadio pertence à categoria de DIREITO FUNDAMENTAL DE 3ª GERAÇÃO, possuindo NATUREZA
TRANSINDIVIDUAL e DIFUSA. Entretanto, os danos ao meio ambiente podem também impactar na esfera individual (ex.:
pescadores impossibilitados de exercer sua atividade).
IV. Inexiste a figura do dano moral ambiental, havendo a obrigação de reparar apenas danos patrimoniais, ainda que causados
a bens imateriais (ou incorpóreos), como o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da população. ERRADA.
↳ É entendimento consolidado da doutrina e jurisprudência que é cabível condenação por danos morais em razão de danos
causados ao meio ambiental, inclusive DANOS MORAIS COLETIVOS. 4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de
personalidade do grupo massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a [dor, a repulsa, a
indignação], tal qual fosse um indivíduo isolado. (REsp 1269494/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em
24/09/2013).

Tendo em vista a GRANDE ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA do Município X, o prefeito decide REDUZIR a área de determinada
Unidade de Conservação, para permitir a construção de novas unidades imobiliárias. Sobre o caso, é correto afirmar que o
prefeito:
➸ não pode MUDAR AS DIMENSÕES da Unidade de Conservação por decreto, o que apenas pode ser feito por LEI
ESPECÍFICA;
As unidades de conservação são regidas pela Lei 9.985/00.
Criação e ampliação: A criação ou a ampliação das unidades de conservação pode ser feita por meio de LEI ou DECRETO do
chefe do Poder Executivo federal, estadual ou municipal.
Extinção ou redução: A extinção ou redução de uma unidade de conservação somente pode ser feita por meio de LEI
ESPECÍFICA.
↳Atenção: mesmo que a unidade de conservação tenha sido criada por decreto, ela só poderá ser suprimida mediante lei.
Essa determinação consta no art. 225, §1º, III, da CF/88: Art. 225. §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público: III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a ALTERAÇÃO e a SUPRESSÃO permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

No mesmo sentido é o art. 22, §7º da Lei nº 9.985/00: Art. 22 §7º A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de
conservação só pode ser feita mediante lei específica. Mas o art. 225, §1º, III, da CF/88 fala em espaços territoriais
especialmente protegidos... isso abrange as unidades de conservação? SIM.
As UNIDADES DE CONSERVAÇÃO são uma das espécies de ESPAÇOS territoriais especialmente PROTEGIDOS. Podemos
citar outros 2 exemplos:
→ Áreas de Preservação Permanente (APP);
→ Áreas de Reserva Legal.

Tema semelhante foi julgado no STF - inconstitucionalidade de MP para reduzir ou revogar unidades de conservação .
É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso das unidades
de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88.
↳ Assim, a REDUÇÃO ou SUPRESSÃO de unidade de conservação somente é permitida mediante LEI EM SENTIDO
FORMAL. A MP possui FORÇA DE LEI, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige LEI EM SENTIDO ESTRITO. STF. Plenário.
ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

DO MEIO AMBIENTE. Art. 225. TODOS têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, BEM de USO COMUM DO
POVO e essencial à SADIA QUALIDADE DE VIDA, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações. §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,
sendo a ALTERAÇÃO e a SUPRESSÃO PERMITIDAS SOMENTE ATRAVÉS DE LEI, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do PATRIMÔNIO GENÉTICO do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de lei complementar, a
fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo
em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do inciso I e o inciso IV do caput do
art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o inciso II do caput do art. 155 desta Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 123, de 2022)
§2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Floresta Amazônica brasileira,


Mata Atlântica,
Serra do Mar,
Pantanal Mato-Grossense
Zona Costeira
↳são PATRIMÔNIO NACIONAL, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção
dos ecossistemas naturais.
§6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
§7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do §1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o §1º do art. 215 desta Constituição Federal,
REGISTRADAS como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento econômico estadual, o GOVERNADOR do Estado X propõe projeto de lei de
regulamentação de ATIVIDADE GARIMPEIRA e de EXPLORAÇÃO MINERAL, simplificando o LICENCIAMENTO
AMBIENTAL, tornando-o de FASE ÚNICA. Sobre o caso, é correto afirmar que a lei é inconstitucional:
➸por VÍCIO DE INICIATIVA, tendo em vista que a iniciativa de lei de licenciamento ambiental é de competência exclusiva da
Câmara dos Deputados;

➸por vício de competência, tendo em vista que COMPETE PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre jazidas, minas, outros
recursos minerais e metalurgia;
Competência PRIVATIVA da União: Art. 22, XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
↳Trata-se de uma inconstitucionalidade FORMAL, quando algum dos requisitos procedimentais da elaboração normativa é
desrespeitado, seja a competência para disciplinar a matéria, ou um quórum específico ou mesmo um pressuposto objetivo
para editar o ato normativo.
↳ AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. FEDERALISMO E RESPEITO ÀS
REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. LEI ESTADUAL QUE SIMPLIFICA LICENCIAMENTO
AMBIENTAL PARA ATIVIDADES DE LAVRA GARIMPEIRA, INCLUSIVE COM USO DE MERCÚRIO. INVASÃO DA
COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA EDITAR NORMAS GERAIS SOBRE PROTEÇÃO AMBIENTAL. DIREITO FUNDAMENTAL
AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE JAZIDAS, MINAS E
OUTROS RECURSOS MINERAIS. INCONSTITUCIONALIDADE. A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE cria o
denominado “CONDOMÍNIO LEGISLATIVO” entre a União e os Estados-Membros, cabendo à 1ª a edição de normas gerais
sobre as matérias elencadas no art. 24 CF; e aos 2º o exercício da competência complementar – quando já existente norma
geral a disciplinar determinada matéria (CF, art. 24, § 2º) – e da competência legislativa plena (supletiva) – quando inexistente
norma federal a estabelecer normatização de caráter geral (CF, art. 24, § 3º). 2. A possibilidade de complementação da
legislação federal para o atendimento de interesse regional (art. 24, § 2º, da CF) não permite que Estado-Membro simplifique o
licenciamento ambiental para atividades de lavra garimpeira, esvaziando o procedimento previsto em legislação nacional.
Precedentes. 3. Compete privativamente à União legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (art. 22,
XII, da CF), em razão do que incorre em inconstitucionalidade norma estadual que, a pretexto de regulamentar licenciamento
ambiental, regulamenta aspectos da própria atividade de lavra garimpeira. Precedentes. 4. Medida cautelar confirmada. Ação
julgada procedente. (ADI 6672, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2021).

CORRETA. No presente caso há inconstitucionalidade material e formal. Sejam por ofensas ao art. 225, quanto ao art. 22, XII,
CF/88.

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL: quando a evidencia um flagrante PREJUÍZO ao nível de proteção ambiental já


estabelecido no âmbito federal, a caracterizar, assim, ofensa ao art. 225 da CF.
↳Em linha de princípio, admite-se que os Estados editem normas mais protetivas ao meio ambiente, com fundamento em suas
peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, conforme o caso. (STF. Plenário. ADI 5996, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020.)
↳É inconstitucional a legislação estadual que, flexibilizando exigência legal para o desenvolvimento de atividade
potencialmente poluidora, cria modalidade mais simplificada de licenciamento ambiental. (STF. Plenário. ADI 6672/RR, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/9/2021) (Info 1029).
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL: por USURPAR COMPETÊNCIA da União para legislar esculpida no art. 22, XII, da
CF/88.
↳É inconstitucional lei estadual que regulamenta aspectos da atividade garimpeira, nomeadamente, ao estabelecer conceitos a
ela relacionados, delimitar áreas para seu exercício e autorizar o uso de azougue (mercúrio) em determinadas condições. STF.
Plenário. ADI 6672/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).

A sociedade Alfa Ltda., após obter LICENÇA AMBIENTAL para construção de estacionamento em área inserida em Estação
Ecológica, é processada em AÇÃO CIVIL PÚBLICA, em razão do DANO AMBIENTAL causado. O autor da ação comprova
erro na concessão da licença, tendo em vista que é vedada a construção dentro da referida Unidade de Conservação. Em
defesa, a sociedade Alfa Ltda. alega que realizou a construção amparada em licença ambiental presumidamente válida. Sobre
o caso, é correto afirmar que a ação deve ser:
➸ ACOLHIDA, tendo em vista que os danos ambientais são regidos pelo modelo da RESPONSABILIDADE OBJETIVA e pela
TEORIA DO RISCO INTEGRAL.
↳Prevalece na doutrina ambiental que a Lei 6.938/81 adotou, em seu art. 14, §1º, a responsabilidade objetiva na modalidade
do risco integral, ou seja, o dever de reparação é fundamentado simplesmente pelo fato de existir uma atividade de onde
adveio o prejuízo, sendo desprezadas as excludentes da responsabilidade, como o caso fortuito ou a força maior, ou seja, não
há necessidade de verificar a intenção do agente. Basta que se configure um prejuízo relacionado com a atividade praticada.
↳Lei 6.938/81: Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores: §1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
POLUIDOR OBRIGADO, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O MPU e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

A 3ª Turma do (STJ) rejeitou um recurso da Cosan Lubrificantes e Especialidades e manteve condenação imposta à empresa
pelos danos ambientais causados pela construção de um post​o de combustíve​is em área de Mata Atlântica em Paranaguá
(PR), com base em licenças ambientais que posteriormente foram consideradas ilegais. Para o colegiado, o erro do poder
público na concessão das licenças não exime a empresa de pagar pelos danos ambientais.​​A empresa construiu o posto de
combustíveis em uma área de 3 hectares de Mata Atlântica, amparada em licenças ambientais do governo estadual e do
Ibama. A sentença da ação civil pública movida pelo Ministério Público contra a construção reconheceu ilegalidade nas
licenças e condenou a empresa a pagar R$ 300 mil para reparar o dano ambiental. A Cosan alegou ser vítima de erro do
poder público. Para a recorrente, não há nexo de causalidade entre a construção com base em licença reputada como legal e
o dano ao meio ambiente. Segundo a ministra Nancy​Andrighi, relatora, mesmo que se considere que a instalação do posto de
combustíveis somente tenha ocorrido em razão de erro na concessão das licenças, é o exercício dessa atividade, de
responsabilidad​​e da empresa recorrente, que gera o risco concretizado no dano ambiental, "razão pela qual não há
possibilidade de eximir-se da obrigação de reparar a lesão verificada". A ministra lembrou que a exoneração da
responsabilidade pela interrupção do nexo causal decorrente do ato de terceiro é admitida nos casos de responsabilidade
subjetiva e em algumas teorias de risco que regem a responsabilidade civil objetiva, mas não pode ser alegada quando se
tratar de dano subordinado à TEORIA DO RISCO INTEGRAL, como é o caso dos DANOS AMBIENTAIS.

Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral, colocando-se aquele que explora a atividade econômica na
posição de GARANTIDOR DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, sendo sempre considerado responsável pelos danos vinculados
à atividade", frisou a ministra. Ela afirmou que, nessa hipótese, não cabe questionamento sobre a exclusão da
responsabilidade pelo suposto rompimento do nexo causal, seja por fato exclusivo de terceiro ou por força maior. Nancy
Andrighi ressaltou que, no Brasil, os danos ambientais são regidos pelo PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR, que atribui a
quem exerce a atividade econômica o dever de arcar com os custos decorrentes da exploração, evitando a privatização dos
lucros e a socialização dos prejuízos. A obrigação de reparar o dano, segundo a ministra, decorre tão somente do simples
exercício da atividade que, vindo a causar danos a terceiros, fará surgir, para o agente que detenha o controle da atividade, o
dever de indenizar.

Caso constatem EM FLAGRANTE o cometimento de uma INFRAÇÃO AMBIENTAL, são competentes para lavrar o
respectivo auto de infração e instaurar o processo administrativo ambiental:
➸ os funcionários de órgão ambiental integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), desde que
DESIGNADOS para ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO, como também agentes das Capitanias dos Portos (Marinha do
Brasil). CERTA.
↳Art. 70, §1º da LEI DE CRIMES AMBIENTAIS - São autoridades competentes para lavrar AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL
e INSTAURAR PROCESSO ADMINISTRATIVO os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de
Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos,
do Ministério da Marinha.

No âmbito do projeto de uma rodovia, o GOVERNO ESTADUAL pretende construir uma ponte sobre um rio, de modo que a
sua implantação envolverá a colocação de pilares nas faixas marginais desse recurso hídrico, os quais demandarão a
[supressão de vegetação nativa] na largura de 15m dessas faixas. A ponte interceptará as [áreas urbanas de 2 municípios
vizinhos] separados pelo rio, a fim de facilitar a circulação e o transporte de pessoas e cargas entre as localidades.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, de acordo com o Código Florestal (Lei 12.651/12).
➸ Desde que AUTORIZADA pelo órgão ambiental competente, É PERMITIDA a supressão da VEGETAÇÃO NATIVA na
FAIXA MARGINAL, definida como área de preservação permanente, pois se trata de obra de utilidade pública que envolverá
serviço de transporte e melhoria do sistema viário.
↳ Art.8º do Código Florestal: A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente
SOMENTE OCORRERÁ nas hipóteses de UTILIDADE PÚBLICA, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas
nesta Lei.
↳ Art. 3º do Código Florestal - Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...) VIII - UTILIDADE PÚBLICA:
(...) b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive
aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia,
telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou
internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;
↳O requerimento de SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO é analisado na fase da LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI), em que
efetivamente se permite a instalação do empreendimento e início das obras, e levará em conta o estudo técnico da área que
será suprimida.

Acerca da RESPONSABILIDADE AMBIENTAL nas ESFERAS administrativa, civil e penal, assinale a opção correta.
➸ A pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA aplicada em razão de crime ambiental não poderá ser descontada do montante
devido a título de reparação civil por danos ambientais.
↳ Art.12 Lei de Crimes Ambientais - Lei 9605/98 - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à
entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360
salários mínimos. → O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

➸ Além do MP e da Defensoria Pública, possuem legitimidade para promover a responsabilidade ambiental por DANOS
AMBIENTAIS pela via da ação civil pública as pessoas jurídicas da administração pública direta e indireta e as associações
que tenham sido constituídas há pelo menos 1 ano e cujas finalidades institucionais incluam a proteção ambiental.
↳ Art. 5º Têm legitimidade para propor a AÇÃO PRINCIPAL e a AÇÃO CAUTELAR:
I - o MP;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico.

➸ Considerando-se os instrumentos da PNMA, é correto afirmar que a REGULARIDADE AMBIENTAL de uma ATIVIDADE
potencialmente POLUIDORA é confirmada:
↳ pelo registro da atividade no CTF e pelo licenciamento ambiental concedido pelo órgão ambiental competente.
Art.10 da Lei 6.938/81 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de PRÉVIO LICENCIAMENTO AMBIENTAL.
Art.17 da Lei. 6.838/81 - Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA: II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais, para REGISTRO OBRIGATÓRIO de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente
poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente,
assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora.

A respeito do ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA), assinale a opção correta:


↳ As conclusões do EIA deverão constar do relatório de impacto ao meio ambiente (RIMA), a ser apresentado de forma
objetiva e compreensível, com informações acessíveis e de maneira que explicite vantagens, desvantagens e consequências
do projeto a ser implementado.
➸ Art. 9º, § único da RES CONAMA - 01/86 - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua
compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos
e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem
como todas as consequências ambientais de sua implementação.

A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) deve ser implementada por diversos instrumentos, entre eles o ZONEAMENTO
ecológico-econômico (ZEE), ou zoneamento ambiental (ZA), o licenciamento ambiental e o Cadastro Técnico Federal de
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF). Acerca desses instrumentos da PNMA,
assinale a opção correta.
➸ O ZA deverá, em seu conteúdo, dividir o território em zonas, considerando-se necessidades de proteção, conservação e
recuperação ambientais e do desenvolvimento sustentável.
↳ Art. 11 do DL 4.297/2022 - O ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e
recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.
A e B) Art.10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de prévio licenciamento ambiental.
§1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em
periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental
competente.

C e E) Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA:

I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas
ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro
obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção,
transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos
da FAUNA e FLORA.

A respeito da previsão de LICENÇAS AMBIENTAIS, é possível afirmar que


a criação de novos tipos ou novas licenças ambientais, por ato do executivo, legitimam-se com base nos princípios que regem
a proteção ao meio ambiente.
↳Art.9º O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, características e
peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de
planejamento, implantação e operação.

os valores ambientais contemplados nos artigos 170 e 225 CF devem se sobrepor aos da liberdade de iniciativa econômica,
de modo que não se pode restringir de qualquer forma a possibilidade de exigências, inclusive conforme a tipologia, ao
licenciamento ambiental.
↳Os valores contemplados nos artigos 170 e 225 da CF devem ser considerados de FORMA HARMÔNICA com a liberdade de
iniciativa econômica com fundamento no princípio do desenvolvimento sustentável.

na doutrina prevalece o entendimento de que as hipóteses de atividades estabelecidas pela Resolução 001/1986 estão
regidas pelo princípio da obrigatoriedade, ou seja, a Administração deve determinar a elaboração do EUA, presumindo-se a
necessidade.
↳ Na doutrina tem prevalecido o entendimento de que as hipóteses de atividades estabelecidas pela Resolução 1/1986 estão
regidas pelo PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE, segundo o qual a Administração deve, e não simplesmente pode,
determinar a elaboração do EIA. Ou seja, o elenco constante do art. 2º somente é exemplificativo para possibilitar o acréscimo
de atividades, sendo, porém, obrigatório quanto àquelas relacionadas. Há nesses casos, por assim dizer, uma presunção
absoluta de necessidade, que retira o EIA do âmbito do poder discricionário da Administração." (BENJAMIN, Antonio Herman
V. Os princípios do estudo de impacto ambiental como limites da discricionariedade administrativa. Revista forense, vol. 317,
pp. 40-41).
↳Art. 2º da Res. CONAMA 01/86 - DEPENDERÁ de elaboração de estudo de impacto ambiental (EIA) e respectivo relatório de
impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter
supletivo, o [licenciamento de ATIVIDADES MODIFICADORAS DO MEIO AMBIENTE], tais como: (...)
Diretamente ligado ao princípio da precaução, temos o princípio da prevenção, ao qual fica reservado o combate dos danos
ambientais previsíveis, porém evitáveis, quando adotadas as cautelas apropriadas. Nesse sentido Antônio Carlos Leite explica
que: O conteúdo cautelar do princípio da prevenção é dirigido pela ciência e pela detenção de informações certas e precisas
sobre a periculosidade e o risco corrido da atividade ou comportamento, que, assim, revela situação de maior verossimilhança
do potencial lesivo que aquela controlada pelo princípio da precaução. Ou seja, a aplicação desse princípio se dá nos casos
em que os impactos ambientais já são conhecidos, restando certo a obrigatoriedade do licenciamento ambiental e do estudo
de impacto ambiental (EIA), estes uns dos principais instrumentos de proteção ao meio ambiente. O estabelecimento de
tipologia pelo Poder Executivo para o licenciamento ambiental e a tipologia definida pelos Conselhos Estaduais do Meio
Ambiente violam o artigo 170, § único CF, que estatui ser “assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independente de autorização dos órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.

No que tange aos princípios em MATÉRIA AMBIENTAL, é correto afirmar que

o princípio do desenvolvimento sustentável mereceu destaque na Constituição Cidadã.


↳Falso. O princípio do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL tem como substância a conservação dos alicerces da produção
e reprodução do homem e suas atividades, conciliando o crescimento econômico e a conservação do meio ambiente, numa
relação harmônicas entre os homens e os recursos naturais para que as futuras gerações tenham também oportunidade de ter
os recursos que temos hoje, em seu equilíbrio dinâmico.

os princípios do poluidor pagador e do usuário pagador confundem-se. FALSO.


o princípio do AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO constitui extensão do direito à vida, cláusula pétrea e
direito-dever fundamental.
↳O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como direito fundamental da pessoa humana. A mera
revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao cumprimento da legislação
ambiental, sem sua substituição ou atualização, compromete a observância da CF, da legislação vigente e de compromissos
internacionais. STF. Plenário. ADPF 747 MC-Ref/DF, ADPF 748 MC-Ref/DF e ADPF 749 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 27/11/2020 (Info 1000).

o princípio da equidade intergerencial decorre das competências compartilhadas entre os entes federativos, em matéria
ambiental.
↳ O termo correto seria EQUIDADE INTERGERACIONAL (pois tem a ver com gerações futuras) A equidade intergeracional
cuida-se de uma teoria incorporada em diversos instrumentos legais em todo o mundo, visando promover a igualdade de
acesso aos recursos naturais às gerações vindouras. Esta teoria parte da concepção de que as atuais gerações que habitam o
planeta terra, não estão em nível hierárquico superior aos habitantes ainda não nascidos, cabendo, portanto, o dever de uso
racional e sustentável dos recursos ambientais, de maneira a garantir a sua existência às futuras gerações. Imagino que não
decorra somente de competências compartilhadas entre os entes cooperativos, mas de uma forma bem mais ampla, decorre a
consciência ambiental a nível mundial, sendo direito e dever de todos proteger e cuidar para as próximas gerações.
↳O art. 225 do texto Constitucional preceitua que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Considerando, de um lado, a necessidade de garantia da MELHOR e MAIS EFICAZ preservação do meio ambiente natural e
do meio ambiente artificial, e, de outro, a superveniência da Lei 13.913/19, que suprimiu a expressão “... salvo maiores
exigências da legislação específica”, concluiu-se que:

pode ser dito que há conflito entre o direito de propriedade e a proteção jurídica do meio ambiente, atentando para a
compreensão sistemática dos institutos, o que deve ser resolvido de modo a causar o mínimo prejuízo ao particular.

o novo código florestal, ao prever medidas mínimas superiores para as faixas marginais de qualquer curso d’agua natural
perene e intermitente, não pode reger a proteção das APPs ciliares ou ripárias em áreas urbanas consolidadas, espaços
territoriais especialmente protegidos (artigo 225, III, da CF/1988), que não se condicionam a fronteiras entre os meios rural e o
urbano.

as alterações que importam diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas unidades de conservação não
implicam possibilidade de reconhecimento de retrocesso ambiental, pois não atingem o núcleo essencial do direito
fundamental ao meio ambiente equilibrado.

na vigência do novo código florestal, a extensão não edificável nas áreas de preservação permanente de qualquer curso
d’agua, perene ou intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada, deve respeitar o disciplinado no seu
artigo 4º , caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar a mais ampla garantia ambiental a esses espaços territoriais
especialmente protegidos e, consequentemente, a toda sociedade.
↳Sucintamente, trata-se do entendimento do STJ no REsp 1770760/SC (Tema 1010), que foi objeto do recente Informativo
694/STJ: Na vigência do novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), a extensão não edificável nas Áreas de Preservação
Permanente de qualquer curso d'água, perene ou intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada,
deve respeitar o que disciplinado pelo seu art. 4º, caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar a mais ampla
garantia ambiental a esses espaços territoriais especialmente protegidos e, por conseguinte, à coletividade. STJ. 1ª
Seção.REsp 1770760/SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 28/04/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1010) (Info 694).
↳COMENTÁRIO SITE DIZER O DIREITO - A legislação impõe algumas restrições para a pessoa construir nas margens de um
rio. O Código Florestal (Lei 12.651/12) afirma que as faixas marginais de qualquer curso d´água natural devem ser
consideradas áreas de preservação permanente e, portanto, áreas não edificáveis. A extensão da área não edificável varia de
acordo com a largura do curso d´água. A controvérsia existe no caso em que a construção ocorre em zona urbana na margem
de rio. Isso porque a Lei 6.766/79 prevê faixa non aedificandi menor que os limites trazidos pelo CódigoFlorestal. Qual deverá
prevalecer: a regra da Lei do Parcelamento do Solo Urbano ou do Código Florestal? Código Florestal.

No que se refere à REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL, é reconhecido que:


não se autoriza a apreensão de instrumento utilizado para a prática de infração ambiental, salvo na hipótese de uso específico,
exclusivo e habitual para a prática ilícita.
↳Tese repetitiva: A apreensão do instrumento utilizado na infração ambiental, fundada na atual redação do § 4º do art. 25 da
Lei 9.605/1998, INDEPENDE do uso específico, exclusivo ou habitual para a empreitada infracional. (REsp 1814944/RN, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/02/2021, DJe 24/02/2021).
↳Os arts. 25 e 72, IV, da Lei 9.605/98 estabelecem como EFEITO IMEDIATO da infração a apreensão dos bens e instrumentos
utilizados na prática do ilícito ambiental. A exigência de que o bem/instrumento fosse utilizado de forma específica, exclusiva
ou habitual para a prática de infrações não é um requisito que esteja expressamente previsto na legislação. Tal exigência
compromete a eficácia dissuasória inerente à medida, consistindo em incentivo, sob a perspectiva da teoria econômica do
crime, às condutas lesivas ao meio ambiente. STJ. 1ª Seção. REsp 1814944-RN, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 10/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1036) (Info 685).

as MULTAS não podem ter sua exigibilidade suspensa pelo fato de o infrator se obrigar a realizar medidas para fazer cessar
ou corrigir a degradação do meio ambiente.
↳Decreto 6.514/08. Art.146 §4º. A assinatura do termo de compromisso suspende a exigibilidade da multa aplicada e implica
renúncia ao direito de recorrer administrativamente.

o dano moral coletivo se confunde com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso se submete ao princípio
da reparação integral.
↳STJ: 5. O dano moral coletivo NÃO SE CONFUNDE com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso não
se submete ao PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL (art. 944, caput, CC/02), cumprindo, ademais, funções
específicas.(REsp 1737412/SE, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe
08/02/2019)

a reparação ambiental deve ser feita da forma mais completa possível, de modo que a condenação a recuperar a área
lesionada não exclui o dever de indenizar, sobretudo, pelo dano que permanece entre a ocorrência e o restabelecimento do
meio ambiente lesado, bem como, quando o caso, pelo dano moral coletivo e pelo dano residual.
↳ 4.A REPARAÇÃO AMBIENTAL deve ser feita da FORMA MAIS COMPLETA POSSÍVEL, de modo que a condenação a
recuperar a área lesionada não exclui o dever de indenizar, sobretudo pelo dano que permanece entre a sua ocorrência e o
pleno restabelecimento do meio ambiente afetado (= dano interino ou intermediário), bem como pelo dano moral coletivo e
pelo dano residual (= degradação ambiental que subsiste, não obstante todos os esforços de restauração) RECURSO
ESPECIAL 1.180.078 - MG (2010/0020912-6).

A Câmara Legislativa do Município TXP aprovou uma lei regulamentando a proteção ao meio ambiente daquela localidade.
Em ação movida por empresa de construção, pretendendo anular penalidade que lhe foi imposta pela municipalidade por
suposto desrespeito à legislação ambiental, é alegada a inconstitucionalidade daquela lei municipal, pela via incidental, sob o
fundamento de já existirem norma federal e estadual disciplinando a matéria. No CONTROLE DIFUSO de constitucionalidade,
a questão deve ser decidida pela:
A.inconstitucionalidade da lei, uma vez que se tratando de COMPETÊNCIA CONCORRENTE, a existência de lei federal veda
a elaboração de diplomas legislativos de outros entes federativos.
↳ Em se tratando de MATÉRIA AMBIENTAL, a proteção pela via da legislação CONCORRENTE entre UNIÃO e ESTADOS/DF
é assegurada pelo art. 24, VI, ao passo que a competência municipal é radicada no art. 30, I, da Carta Maior, não excluindo a
competência legislativa de um ente pelo mero exercício da atividade legiferante por outro.

B. constitucionalidade, porquanto a lei municipal estaria legislando sobre matéria de interesse local, tendo plena liberdade
sobre o assunto.
↳ Não há que se falar em ampla liberdade, considerando que a sua atuação legislativa deve ficar adstrita aos seus
INTERESSES LOCAIS e às demais NORMATIVAS EXISTENTES, conforme melhor abordado na alternativa D. Em verdade,
no próprio julgamento do RE 586.224/SP reconheceu-se a inconstitucionalidade de LEI MUNICIPAL por se entender não haver
suficiente INTERESSE LOCAL (mas regional) na matéria – a comprovar a tese de que a liberdade legislativa não é irrestrita.

C.inconstitucionalidade, porquanto, embora se trate de matéria de interesse local, já está disciplinada por lei federal,
descabendo a repetitividade legislativa.
↳ O MUNICÍPIO pode legislar sobre MATÉRIA AMBIENTAL por configurar TEMA DE INTERESSE LOCAL (art. 30, I, da CF).
Em assim sendo, sua legislação deve ser compatível com as normativas impostas pela própria Constituição e pelas
normativas federais e estaduais, não havendo que se falar em repetitividade legislativa.

D.constitucionalidade, desde que o Município exerça a competência para legislar sobre meio ambiente COM a União e o
Estado no LIMITE DE SEU INTERESSE LOCAL, e desde que tal regramento seja HARMÔNICO com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados. CERTA.

↳ Tese 145 da Repercussão Geral. O município é competente para legislar sobre o meio ambiente COM a União e o Estado,
no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja HARMÔNICO com a disciplina estabelecida pelos demais
entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da Constituição Federal) (STF. Plenário. RE 586.224/SP, rel. Min. Luiz Fux, j.
05.03.2015).

E.constitucionalidade da lei por tratar-se de competência comum, no sistema horizontal, estabelecendo a competência da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para legislar sobre a matéria.
↳ A COMPETÊNCIA COMUM é também chamada de competência ADMINISTRATIVA ou MATERIAL. Apesar de ser, de fato,
distribuída pelo SISTEMA HORIZONTAL – em que não há hierarquia entre os entes federados, permitindo sua atuação
conjunta –, ela não diz respeito à atividade legislativa; diz respeito à atividade material. No caso do MEIO AMBIENTE,
impõe-se a TODOS OS ENTES federados, em IGUALDADE, o DEVE DE PROTEGER o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI, da CF).
A disciplina constitucionalmente estabelecida para a PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE introduziu, como obrigação do poder
público, a definição dos espaços territoriais a serem especialmente protegidos:
↳ impondo tal obrigação a todas as unidades da federação, sem, contudo, estabelecer um conceito único de ESPAÇO
TERRITORIAL especialmente protegido, podendo tal proteção alcançar ÁREAS PÚBLICAS ou PRIVADAS.

Suponha que tenha sido editada uma LEI ESTADUAL capitulando como crime a caça e o abate de animais em TODO O
ESTADO, em áreas públicas ou privadas, inclusive em relação a ESPÉCIES EXOTICAS INVASORAS. A constitucionalidade
do referido diploma foi contestada em face do seu [potencial de dano ao meio ambiente], eis que espécies já
reconhecidamente nocivas, como o JAVALI, vêm se proliferando de forma desordenada e causando danos efetivos à
biodiversidade, além de risco à segurança e saúde da população de áreas rurais. Para a avaliação do apontado vício de
inconstitucionalidade, cumpre considerar que:
C. a LEGISLAÇÃO FEDERAL que tipifica os crimes contra o meio ambiente, editada ao amparo da COMPETÊNCIA DA
UNIÃO para estabelecer normas gerais de proteção da fauna e do meio ambiente (Lei 9.605/98), não considera crime a CAÇA
DE ANIMAIS NOCIVOS, desde que assim caracterizados pelo órgão competente.
Art. 37, Lei 9.605/98: Não é crime o abate de animal, quando realizado:
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

A política nacional de RECURSOS HÍDRICOS instituída pela Lei 9.433/97, estabelece, como um de seus instrumentos:
A. a possibilidade de COBRANÇA PELO USO de recursos hídricos sujeitos a OUTORGA, o que não se confunde com TAXA
ou TARIFA cobrada pelo FORNECIMENTO DOMICILIAR de água tratada e coleta de esgoto.

Considerando a competência dos órgãos dos diferentes entes federativos para licenciamento de EMPREENDIMENTOS
POTENCIALMENTE POLUIDORES, tem-se que, a partir da edição da LC 140/2011:
A) INCORRETA. na hipótese de o empreendimento demandar, adicionalmente, a supressão de vegetação nativa, a
competência do Estado para o licenciamento é deslocada para a União, a quem cabe, privativamente, o estabelecimento das
medidas de mitigação e compensação.
↳ ***A aprovação de empreendimento que promoverá a supressão de vegetação, inclusive nativa, pode ser de competência
da [União, do Estado ou do Município], a depender do caso concreto.

B) INCORRETA. restou expressamente vedada a delegação de atribuições fixadas pela lei para as diferentes esferas de
governo, admitindo-se a atuação de órgão de outro ente federativo apenas em caráter supletivo para apoio técnico.
LC 140/2011. Art.4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação
institucional: V - DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÕES de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei
Complementar; VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos
previstos nesta Lei Complementar.

C) INCORRETA. admite-se a cooperação entre diferentes órgãos licenciadores, exclusivamente para fiscalização e aplicação
de multas, cujo produto deverá reverter integralmente para o órgão incumbido da fiscalização direta.
LC 140/2011. Art. 16. A ação administrativa SUBSIDIÁRIA dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio [técnico,
científico, administrativo ou financeiro], sem prejuízo de outras formas de cooperação.
§único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei
Complementar.

D) CORRETA. CADA empreendimento ou atividade serão submetidos a LICENCIAMENTO AMBIENTAL de 1 único ente
federativo, o qual terá competência também para fiscalizar e lavrar autos de infração correlatos à atividade ou
empreendimento licenciado.
↳LC 140/2011. Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de
infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
↳Atribuição de fiscalização não é exclusiva do órgão ambiental responsável pelo licenciamento. É ATIVIDADE COMUM de
todos os entes federados em defesa do meio ambiente (art. 23, VI, VII e XI, da CF/88).
↳STJ: Impõe-se amplo aparato de fiscalização a ser exercido pelos 4 ENTES FEDERADOS, independentemente do local onde
a ameaça ou o dano estejam ocorrendo e da competência para o licenciamento. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1.373.302-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 11/6/2013).

E) INCORRETA. foram estabelecidas medidas para atuação coordenada dos entes federativos no exercício de suas
competências para ações administrativas de proteção ao meio ambiente, atribuindo-se aos municípios apenas atuação
subsidiária posto que não detêm competência originária para ações de tal natureza.
***No art. 9º, da LC 140/2011, são estabelecidas as atribuições administrativas dos municípios. Não é reservada a eles apenas
atuação subsidiária.

Considerando a natureza e as peculiaridades do DANO AMBIENTAL, seu regime jurídico e o entendimento jurisprudencial e
doutrinário acerca da sua apuração, reparabilidade e responsabilização, considere as assertivas abaixo:
I. A responsabilidade civil em caso de dano ambiental causado em decorrência do exercício de atividade com potencial de
degradação ambiental é de natureza objetiva e independe, portanto, de comprovação de dolo ou culpa. CERTA.
↳ Art. 14, §1º da Lei 6.938/81 - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. O MPU e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE (Responsabilidade OBJETIVA).

II. A reparação do dano ambiental deve ocorrer, preferencialmente, de forma indireta, com o pagamento de indenização e
aplicação de sanções pecuniárias de cunho inibitório. ERRADA.
↳ A preferência será sempre pela RECUPERAÇÃO do meio ambiente de FORMA DIRETA. Somente quando não for
possível, haverá a reparação de forma indireta.

III. O DANO AMBIENTAL é de caráter COLETIVO ou DIFUSO, podendo, contudo, impactar também direitos individuais,
materializando-se assim o denominado efeito ricochete na forma de dano reflexo. CERTA.
↳ O meio ambiente sadio pertence à categoria de DIREITO FUNDAMENTAL DE 3ª GERAÇÃO, possuindo NATUREZA
TRANSINDIVIDUAL e DIFUSA. Entretanto, os danos ao meio ambiente podem também impactar na esfera individual (ex.:
pescadores impossibilitados de exercer sua atividade).

IV. Inexiste a figura do dano moral ambiental, havendo a obrigação de reparar apenas danos patrimoniais, ainda que causados
a bens imateriais (ou incorpóreos), como o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da população. ERRADA.
↳ É entendimento consolidado da doutrina e jurisprudência que é cabível condenação por danos morais em razão de danos
causados ao meio ambiental, inclusive DANOS MORAIS COLETIVOS. 4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de
personalidade do grupo massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a [dor, a repulsa, a
indignação], tal qual fosse um indivíduo isolado. (REsp 1269494/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em
24/09/2013).

Sobre o controle da ORIGEM DOS PRODUTOS FLORESTAIS, assinale a afirmativa correta.


A extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de Preservação Permanente
e Reserva Legal estará sujeita a autorização prévia do órgão competente do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente),
sendo que, nestes casos, haverá dispensa da emissão do Documento de Origem Florestal – DOF.
↳art.35, §2º É LIVRE A EXTRAÇÃO de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de
Preservação Permanente e Reserva Legal.

O PLANTIO ou REFLORESTAMENTO com espécies florestais nativas ou exóticas dependem de autorização prévia, devendo
ser comprovada a elaboração do Plano de Suprimento Sustentável – PSS.
↳INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO PRÉVIA - art. 35, §1º O plantio ou reflorestamento com espécies florestais nativas ou
exóticas independem de autorização prévia, desde que observadas as limitações e condições previstas nesta Lei, devendo
ser informados ao órgão competente, no prazo de até 1 ano, para fins de controle de origem.

O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo serão permitidos
independentemente de autorização prévia, devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente cadastrado no órgão
ambiental competente e a exploração ser previamente declarada nele para fins de controle de origem.
↳ art. 35, §3º O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo serão permitidos
independentemente de autorização prévia, devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente cadastrado no órgão
ambiental competente e a exploração ser previamente declarada nele para fins de controle de origem. CERTA.

O comércio de plantas vivas e outros produtos oriundos da FLORA nativa dependerá de licença do órgão federal competente
do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente).
↳DEPENDE DE LICENÇA DO ÓRGÃO ESTADUAL - art.37 O comércio de PLANTAS VIVAS e outros produtos oriundos da
flora nativa dependerá de licença do ÓRGÃO ESTADUAL competente do Sisnama e de registro no Cadastro Técnico Federal
de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, previsto no sem prejuízo de outras
exigências cabíveis.
O COMÉRCIO de plantas vivas e outros produtos oriundos da flora nativa = Licença do órgão ESTADUAL;
A EXPORTAÇÃO de plantas vivas e outros produtos oriundos da flora = Licença do órgão FEDERAL.

João construiu uma suntuosa mansão de veraneio AO LADO DE UM LEITO DE UM RIO e em Área de Preservação
Permanente (APP), com considerável supressão de vegetação. Constando a ocorrência de GRAVES DANOS AMBIENTAIS e
de ILEGAL ATIVIDADE causadora de impacto ambiental, o MP ajuizou ação civil pública, pleiteando a demolição da edificação
ilegal e o reflorestamento da área degradada. Na contestação, João alegou que, inobstante não tenha obtido prévia licença
para a construção, o Município tinha ciência da construção de sua casa, eis que fiscais de meio ambiente estiveram no local e
não lavraram auto de infração. Assim, argumenta o réu que o poder público quedou-se inerte, devendo ser aplicada a teoria do
fato consumado, pois a construção já ocorreu há dez anos. Consoante jurisprudência do STJ, a tese defensiva:
➸ não merece prosperar, pois não se admite a aplicação da TEORIA DO FATO CONSUMADO em tema de DIREITO
AMBIENTAL, que equivaleria a perpetuar e perenizar um suposto direito de poluir que vai de encontro ao postulado do meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
↳Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.
O que é a TEORIA DO FATO CONSUMADO? Segundo a teoria do fato consumado, as situações jurídicas consolidadas pelo
decurso do tempo, amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança
jurídica e da estabilidade das relações sociais (STJ, REsp 709.934, 2004).
↳A teoria do fato consumado se aplica para violações ao meio ambiente? NÃO. Ex.: João construiu uma casa em uma área de
proteção ambiental (APA), com a autorização do Município. Muitos anos mais tarde, o MP ajuizou ação civil pública
requerendo a demolição da construção e a recomposição da vegetação do local. João não poderá invocar a teoria do fato
consumado. Se fosse aceita essa teoria, isso significaria que se estaria admitindo a perpetuação do direito de poluir, degradar
o meio ambiente.
→ STJ: Haverá a demolição mesmo que a construção irregular tenha sido feita com autorização dos órgãos ambientais? SIM.
Constatado que houve edificação irregular em área de preservação permanente, o fato de ter sido concedido licenciamento
ambiental, por si só, não afasta a responsabilidade pela reparação do dano causado ao meio ambiente, mormente quando
reconhecida a ilegalidade do aludido ato administrativo (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp 359.140, 2017).
→ De fato, para o STJ, e, a aceitação da teoria equivaleria a perpetuar o suposto direito de poluir, de degradar, indo de
encontro ao postulado do meio ambiente equilibrado, BEM DE USO COMUM DO POVO essencial à qualidade sadia de vida.
(...) STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 28.220/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/04/2017. Noutros termos,
não há direito adquirido à degradação ambiental. *Este entendimento restou consolidado no enunciado sumular nº 613 do STJ,
segundo o qual “Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental”.

Com o objetivo de expandir suas atividades de AGRICULTURA FAMILIAR de PLANTAÇÃO DE MAÇÃ, Joaquim, proprietário
de imóvel em área rural, pretende fazer USO DE FOGO NA VEGETAÇÃO em determinada parte de sua propriedade, para fins
de limpeza e preparo do solo antes do plantio, entre uma safra e outra. Apesar de ter sido alertado sobre os impactos
ambientais negativos da queimada pelo seu filho Gabriel, que estudou na escola questões sobre mudanças climáticas e
importância da preservação da flora, Joaquim manteve seu intuito de se valer dessa técnica, mas se comprometeu com seu
filho a se capacitar para, nos próximos anos, utilizar alternativas sustentáveis ao uso do fogo na AGRICULTURA. Tendo em
vista que a região onde está localizado o imóvel de Joaquim possui peculiaridades que justificam o emprego de fogo em
práticas agropastoris naquela época do ano, diante do que dispõe o Código Florestal, Joaquim:
C. poderá excepcionalmente fazer uso do fogo, desde que mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental
competente do SISNAMA, para o imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e
controle;
art. 38 Código Florestal - É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante
prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do SISNAMA, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada,
que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle;
§1º Na situação prevista no inciso I, o órgão estadual ambiental competente do Sisnama exigirá que os estudos demandados
para o licenciamento da atividade rural contenham planejamento específico sobre o emprego do fogo e o controle dos
incêndios.

O Município Beta, após revisão de seu PLANO DIRETOR com a oitiva da sociedade civil, por meio de diversas audiências
públicas, concluiu que necessitava de áreas para a execução de programas e projetos habitacionais de interesse social. Dessa
forma, foi editada lei municipal, baseada no citado plano diretor, delimitando as áreas em que incidirá DIREITO DE
PREEMPÇÃO, com prazo de vigência de 4 anos. O direito de preempção conferiu ao PODER PÚBLICO MUNICIPAL
preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, naquela área especificada. Por
entender que a citada lei municipal é inconstitucional por violar seu direito de propriedade, João alienou a Maria seu imóvel
urbano incluído na área prevista na lei, sem oportunizar ao município o direito de preferência. O Município Beta ajuizou ação
pleiteando a invalidação do negócio jurídico celebrado entre João e Maria, requerendo que lhe sejam assegurados os direitos
previstos no ESTATUTO DA CIDADE. No caso em tela, o magistrado deve observar que a Lei 10.257/01 dispõe que a
alienação do imóvel de João a Maria é:
➸ NULA DE PLENO DIREITO, e o Município poderá adquirir o imóvel pelo seu VALOR VENAL previsto na base de cálculo do
IPTU ou pelo valor da transação, se este for inferior àquele, pois o DIREITO DE PREEMPÇÃO é uma espécie de LIMITAÇÃO
ADMINISTRATIVA;

DIREITO DE PREEMPÇÃO é um instrumento urbanístico que permite que o MUNICÍPIO determine que um imóvel, ao ser
vendido, seja necessariamente oferecido à prefeitura primeiro.
Lei 10.257/01. Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel
urbano objeto de ALIENAÇÃO ONEROSA entre particulares.
§1º LEI MUNICIPAL, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de
vigência, não superior a 5 anos, renovável a partir de 1 ano após o decurso do prazo inicial de vigência. §2º O direito de
preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma do §1º, independentemente do número de alienações
referentes ao mesmo imóvel.

Art. 27. O PROPRIETÁRIO deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de 30
dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.
§1º À notificação mencionada no caput será anexada proposta de compra assinada por 3º interessado na aquisição do imóvel,
da qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.
§2º O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos 1 jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso
da notificação recebida nos termos do caput e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.
§3º Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação para
terceiros, nas condições da proposta apresentada.
§4º Concretizada a venda a 3º, o proprietário fica obrigado a apresentar ao Município, no prazo de 30 dias, cópia do
instrumento público de alienação do imóvel.
§5º A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é NULA de pleno direito.
§6º Ocorrida a hipótese prevista no §5º Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor
indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.
OBS: O direito de preempção nada mais é do que exemplo de LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA.

Representa uma preferência legal, em favor do Município, de, havendo alienação onerosa da propriedade imóvel entre
particulares, dentro de área e de prazo definidos em lei municipal, adquirir o bem com preferência em relação ao 3º. Trata-se,
a rigor, de uma OBRIGAÇÃO DE FAZER do ponto de vista do PROPRIETÁRIO que deve notificar o Poder Público da sua
intenção de vender o bem, anexando a proposta assinada pelo 3º.
↳ Se o Município DESEJAR O BEM, terá o prazo de 30 dias para manifestar, por escrito, essa intenção. Porém, transcorrido o
prazo sem manifestação expressa, o proprietário pode concluir a venda ao terceiro.

Cuidado: a OBRIGAÇÃO DE NOTIFICAR é PEREMPTÓRIA. O que a Lei permite é a venda ao particular, caso o Município
silencie. Tanto é assim, que, se a venda concretizar-se em desacordo com aquela proposta que foi anexada à notificação da
Prefeitura, a venda é NULA, podendo o Município comprar o bem:
a) Pelo valor da base de cálculo do IPTU;
b) Pelo valor da proposta anexada, se esse for inferior àquele.
↳Todavia, o Prefeito incorre em IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA quando adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos
termos dos arts. 25 a 27 desta Lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de
mercado (Art. 52, VIII).

No tocante às diretrizes gerais da POLÍTICA URBANA, quanto ao DIREITO DE SUPERFÍCIE, assinale a afirmativa correta.
➸ O direito de superfície [pode ser transferido a terceiros], obedecidos os termos do contrato respectivo. CORRETA. Lei
10.257/01, art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo
DETERMINADO ou INDETERMINADO, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis. §4º O direito
de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo.

➸ Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o proprietário terá direito de preferência em detrimento do
superficiário à oferta de terceiros.
Lei 10.257/01 Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o SUPERFICIÁRIO e o PROPRIETÁRIO,
respectivamente, terão direito de preferência, em IGUALDADE DE CONDIÇÕES à oferta de terceiros.

➸ A concessão do direito de superfície será sempre gratuita.


Lei nº 10.257/2001, Art. 21, §2º A concessão do direito de superfície poderá ser GRATUITA ou ONEROSA.

➸ O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície de seu terreno, somente por tempo determinado,
previamente estabelecido em contrato.
Lei 10.257/01, Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo
DETERMINADO ou INDETERMINADO, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.

Direito de superfície no Estatuto das Cidades Direito de Superfície no CC

> solo urbano > Solo Urbano e rural

> prazo determinado ou indeterminado > Prazo determinado

> solo e subsolo > Não admite o subsolo

> interesse público > Interesse privado

> Não é possível normas transacionáveis > É possível normas transacionáveis

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE superfície:

1- é a CONCESSÃO DO DIREITO de construir ou plantar no terreno


2- Pode ser gratuita ou onerosa
3- Exige escritura pública registrada
4- Superfície do Código Civil Tem 2 diferenças para superfície do Estatuto da Cidade: prazo determinado e o subsolo.
——- > CC/02: prazo determinado e não abrange o subsolo.
——- > Estatuto da Cidade: prazo pode ser indeterminado e abrange o subsolo
5- Pode vender e transferir
6- Transfere aos herdeiros

Superfície:

. O proprietário pode dar ao credor superficiário, ou simplesmente superficiário, o direito de construir ou de plantar em seu
terreno, por TEMPO DETERMINADO, onerosa ou gratuitamente, sem perder a propriedade (art. 1.369 e 1.370 do CC).

. Além disso, seja para plantar, seja para edificar, é necessário utilizar-se do subsolo. No entanto, o direito de superfície não
autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão, segundo o art. 1.369, parágrafo único, do CC.

. Exige-se que seja feita a superfície por escritura pública devidamente registrada no Registro de Imóveis (1.369). Como é o
superficiário a se utilizar do bem, fica ele responsável pelo pagamento das despesas relativas a encargos e tributos que
oneram o bem (1.371).

. A TRANSFERÊNCIA do direito de superfície para terceiros, seja inter vivos, seja mortis causa, pode ser igualmente onerosa
ou gratuita. No entanto, a transferência para terceiros tem de ser feita gratuitamente em relação ao proprietário, ou seja, o
superficiário pode receber pela transferência, mas não o proprietário concedente (1.372).

. Quando a superfície se extinguir, o superficiário perde o direito ao que construiu ou plantou, se as partes não houverem
estipulado o contrário (1.375).

. Se houver DESAPROPRIAÇÃO, porém, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao


direito real de cada um (1.376). Ou seja, faz-se um rateio da indenização que o proprietário tem direito pela desapropriação
entre ele e o superficiário.

→O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante
escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Este enunciado refere-se ao direito de superfície.
(certa) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO.
→O direito de superfície abrange a autorização para obra no subsolo, salvo se expressamente excluído no instrumento de
concessão celebrado entre as partes. (errada) FAURGS - 2016 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO.
→Carlos, proprietário de um terreno, concedeu a Pedro, mediante escritura pública registrada, o direito de cultivar esse terreno
pelo período de 3 anos. Nessa situação hipotética, de acordo com o que dispõe o Código Civil, [caso o imóvel seja
desapropriado], [Pedro também fará jus à indenização]. (certa) CESPE - 2017 - PGE-SE.

No tocante às diretrizes gerais da POLÍTICA URBANA, quanto ao PLANO DIRETOR, assinale a afirmativa correta.
➸ No caso de cidades com + de 500.000 habitantes, deverá ser elaborado um PLANO DE TRANSPORTE URBANO
INTEGRADO, compatível com o plano diretor ou nele inserido.

➸ art. 41 do Estatuto da Cidade - O PLANO DIRETOR é obrigatório para cidades: (...) V – integrantes de áreas de ESPECIAL
INTERESSE TURÍSTICO; §1º No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do caput, os
RECURSOS TÉCNICOS e FINANCEIROS para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de
compensação adotadas.

➸ O plano diretor somente englobará o território do MUNICÍPIO COMO UM TODO nas cidades com mais de 500.000
habitantes.
↳ art. 40, § 2º do ECA - O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.

➸ art. 42-B do Estatuto da Cidade - Os Municípios que pretendam AMPLIAR O SEU PERÍMETRO URBANO após a data de
publicação desta Lei deverão ELABORAR PROJETO ESPECÍFICO que contenha, no mínimo:
2º Quando o plano diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput, o Município ficará dispensado da elaboração do
projeto específico de que trata o caput deste artigo.
I - demarcação do NOVO PERÍMETRO URBANO;
II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça de
desastres naturais;
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e
instalações públicas, urbanas e sociais;
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e contribuir
para a geração de emprego e renda;
V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e
de outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional for permitido;
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização
do território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do poder
público.
O Município Beta, em matéria de POLÍTICA PÚBLICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO, deseja adotar medidas que
tenham por objetivo ordenar o PLENO DESENVOLVIMENTO das FUNÇÕES SOCIAIS da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes. Assim, de acordo com o que dispõe a CF, o Município Beta, com base no ESTATUTO DA CIDADE e em LEI
ESPECÍFICA para área incluída em seu plano diretor, pode exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
➸ PARCELAMENTO ou EDIFICAÇÃO compulsórios; imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo; desapropriação com pagamento mediante TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA de emissão previamente aprovada pelo
SENADO FEDERAL, com prazo de RESGATE DE ATÉ 10 ANOS, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais.

A Lei 12.305/10 institui a Política Nacional de RESÍDUOS SÓLIDOS, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos,
bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. De acordo com o referido
diploma legal, NÃO constitui um dos INSTRUMENTOS da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
C. proibição de consórcios ENTRE OS ENTES federados;
Art. 8º, lei 12.305. São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros:
III - a COLETA SELETIVA, os sistemas de LOGÍSTICA REVERSA e outras ferramentas relacionadas à implementação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis;
IX - os INCENTIVOS fiscais, financeiros e creditícios;
XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta;
XIX - o INCENTIVO à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à
elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.

A sociedade empresária Beta implantou um LOTEAMENTO IRREGULAR no Município Alfa, em desconformidade com a
legislação de regência federal e municipal, e vendeu os lotes urbanos para terceiros particulares. O ato ilícito causou
comprovados e inequívocos DANOS AMBIENTAIS (como poluição hídrica em razão da ausência de rede de esgotamento
sanitário) e urbanísticos (relacionados ao parcelamento irregular do solo). Não obstante tenha sido provocado para atuar na
época da instalação do loteamento ilegal, o Município Alfa quedou-se inerte. O MP ajuizou AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face da
sociedade empresária Beta e do Município Alfa, pleiteando indenização pelos danos coletivos e regularização do loteamento.
Finda a fase de instrução probatória, o feito foi concluso para sentença. Em tese, de acordo com a jurisprudência do STJ, o
magistrado deve reconhecer a responsabilidade:
D. do Município Alfa e da sociedade empresária Beta, aplicando-se a responsabilidade civil OBJETIVA, SOLIDÁRIA e
ILIMITADA, mas de execução subsidiária, isto é, o Município está na posição de devedor-reserva, com ordem ou benefício de
preferência, vedada sua convocação per saltum, para não se premiar o loteador coobrigado, beneficiário direto da ilegalidade;
*OMISSÃO.
↳SÚMULA 652 DO STJ A RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO POR DANO AO MEIO AMBIENTE DECORRENTE
DE SUA OMISSÃO NO DEVER DE FISCALIZAÇÃO É DE CARÁTER SOLIDÁRIO, MAS DE EXECUÇÃO SUBSIDIÁRIA. art.
14, § 1º, da Lei 6.938/81 - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o POLUIDOR OBRIGADO,
INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA DE CULPA, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros afetados por sua atividade.

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