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Material de apoio
Zoneamento ambiental
2018
1. CONCEITO
De acordo com o artigo 2º do Decreto 4.297/02 (Regulamenta o art. 9o, inciso II, da Lei no
6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico
do Brasil – ZEE), se trata de um “instrumento de ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO a ser
obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas,
estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade
ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população”. Ainda, de acordo
com o artigo 3º do regulamento, o zoneamento tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada,
as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que,
direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e
dos serviços ambientais dos ecossistemas.
Trata-se de instrumento por intermédio do qual o meio ambiente natural “solo” é planejado,
em caráter abstrato (sem atingir um particular específico), para implementação de uma gestão que
resguarde o binômio meio ambiente/desenvolvimento sustentável1. Assim, delimita-se 1
geograficamente o solo de acordo com a destinação que o Poder Público, motivadamente, lhe
pretenda conferir, estabelecendo regimes especiais geograficamente delimitados de uso,
gozo e fruição da propriedade.
1Guarda fortes semelhanças com as limitações administrativas, apesar das finalidades divergirem. Estas visam
efetivamente a impor limites ao exercício de direitos. O zoneamento visa a gerir geograficamente o território,
ainda que, para atingir tal fim, limite direitos.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, o zoneamento ambiental
caracteriza-se como um “procedimento por meio do qual se instituem zonas de atuação com vistas
à preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental”.
Diversas são as formas como o Poder Público institui os diversos zoneamentos. Tendo em
vista a competência comum em matéria ambiental, inúmeros são os diplomas normativos que
veiculam matéria de zoneamento. Tanto pode ser estabelecido em um Plano Diretor de um
Município como em uma legislação nacional, como a Lei nº 9.985/00, que estabelece uma 2
espécie de espaços territoriais especialmente protegidos, as unidades de conservação.
Tendo em vista que o zoneamento guarda estreita relação com os princípios da função
socioambiental da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor pagador, do usuário
pagador, da participação informada, do acesso equitativo e da integração, pode-se afirmar que tal
instrumento é de fundamental importância para o Direito Ambiental. O exemplo mais elucidativo desta
relevância está no zoneamento ambiental industrial que classifica quatro espécies de zonas visando
o disciplinamento de atividades industriais em locais críticos de poluição. As quatro divisões são
as zonas de uso estritamente industrial, zonas de uso predominantemente industrial, zonas
de uso diversificado e zonas de reserva ambiental. Há de se apontar que o intuito do
disciplinamento desta matéria é a necessidade de controle da poluição causada pelas
indústrias e de mantê-las afastadas de centros populacionais habitacionais, além de preservar
recursos naturais da direta exposição aos resíduos emanados dessas atividades.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
2. ZONEAMENTO E DIREITO DE PROPRIEDADE
4. ZONEAMENTO MUNICIPAL
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Não há determinação expressa na CR para que os Municípios realizem o zoneamento
ambiental. Entretanto, ao determinar que os Municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem
Plano Diretor, no art. 182, § 1º, a Constituição determinou que este instrumento ordene a cidade
visando ao pleno desenvolvimento de suas funções sociais e ao bem-estar de seus habitantes.
Para Paulo de Bessa Antunes, somente poderá o Poder Público obstar as atividades dessas
indústrias se efetivar a desapropriação, já que o ato jurídico perfeito não pode ser atacado, nem se
ferir o direito adquirido que elas tinham de ali permanecer.
Essa lei dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas
de poluição.
Art . 1º Nas áreas críticas de poluição a que se refere o art. 4º do Decreto-lei nº 1.413, de
14 de agosto de 1975, as zonas destinadas à instalação de indústrias serão definidas em
esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades
industriais com a proteção ambiental.
§ 1º As zonas de que trata este artigo serão classificadas nas seguintes categorias:
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
b) zonas de uso predominantemente industrial;
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Art . 5º As zonas de uso industrial, independentemente de sua categoria, serão classificadas
em:
I - não saturadas;
II - em vias de saturação;
III - saturadas;
Art . 6º O grau de saturação será aferido e fixado em função da área disponível para uso
industrial da infra-estrutura, bem como dos padrões e normas ambientais fixadas pela
Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA e pelo Estado e Município, no limite das
respectivas competências.
Art. 8º A implantação de indústrias que, por suas características, devam ter instalações
próximas às fontes de matérias-primas situadas fora dos limites fixados para as zonas de
uso industrial obedecerá a critérios a serem estabelecidos pelos Governos Estaduais,
observadas as normas contidas nesta Lei e demais dispositivos legais pertinentes.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
VI - horários de atividade.
Art . 10. Caberá aos Governos Estaduais, observado o disposto nesta Lei e em outras
normas legais em vigor:
II - definir, com base nesta Lei e nas normas baixadas pela SEMA, os tipos de
estabelecimentos industriais que poderão ser implantados em cada uma das categorias de
zonas industriais a que se refere o § 1º do art. 1º desta Lei;
III - instalar e manter, nas zonas a que se refere o item anterior, serviços permanentes de
segurança e prevenção de acidentes danosos ao meio ambiente;
Art . 11. Observado o disposto na Lei Complementar nº 14, de 8 de junho de 1973, sobre a
competência dos Órgãos Metropolitanos, compete aos Municípios:
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Art . 12. OS ÓRGÃOS E ENTIDADES GESTORES DE INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS
E OS BANCOS OFICIAIS CONDICIONARÃO A CONCESSÃO DE INCENTIVOS E
FINANCIAMENTOS ÀS INDÚSTRIAS, inclusive para participação societária, à
apresentação da licença de que trata esta Lei.
I - as regiões críticas que estão exigindo reforma agrária com progressiva eliminação
dos minifúndios e dos latifúndios;
a) a posição geográfica das áreas, em relação aos centros econômicos de várias ordens,
existentes no país;
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
c) os objetivos a alcançar, principalmente o número de unidades familiares e cooperativas
a serem criadas;
II - programar a ação dos órgãos governamentais, para desenvolvimento do setor rural, nas
regiões delimitadas como de maior significação econômica e social.
Art. 45. A fim de completar os trabalhos de zoneamento serão elaborados pelo Instituto
Brasileiro de Reforma Agrária levantamentos e análises para:
Art. 46. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária promoverá levantamentos, com utilização,
nos casos indicados, dos meios previstos no Capítulo II do Título I, para a elaboração do
cadastro dos imóveis rurais em todo o país, mencionando:
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c) da localização geográfica;
d) da área com descrição das linhas de divisas e nome dos respectivos confrontantes;
f) do valor das terras, das benfeitorias, dos equipamentos e das instalações existentes
discriminadamente;
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
d) de mais de 20.000 a 50.000 habitantes;
b) dos limites máximos permitidos de áreas dos imóveis rurais, os quais não excederão a
seiscentas vezes o módulo médio da propriedade rural nem a seiscentas vezes a área
média dos imóveis rurais, na respectiva zona;
e) dos limites mínimos de produtividade agrícola para confronto com os mesmos índices
obtidos em cada imóvel nas áreas prioritárias de reforma agrária.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
§ 3º Os cadastros terão em vista a possibilidade de garantir a classificação, a identificação
e o grupamento dos vários imóveis rurais que pertençam a um único proprietário, ainda que
situados em municípios distintos, sendo fornecido ao proprietário o certificado de cadastro
na forma indicada na regulamentação desta Lei.
§ 6º No caso de imóvel rural em comum por força de herança, as partes ideais, para os fins
desta Lei, serão consideradas como se divisão houvesse, devendo ser cadastrada a área
que, na partilha, tocaria a cada herdeiro e admitidos os demais dados médios verificados
na área total do imóvel rural.
Art. 1º. Como parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar - PNRM e
Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, fica instituído o Plano Nacional de
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Gerenciamento Costeiro - PNGC.
Art. 2º. Subordinando-se aos princípios e tendo em vista os objetivos genéricos da PNMA,
fixados respectivamente nos arts. 2º e 4º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, o PNGC
visará especificamente a orientar a utilização nacional dos recursos na Zona Costeira, de
forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu
patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, considera-se Zona Costeira o espaço
geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis
ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, que serão definida pelo
Plano.
Art. 3º. O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e
dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes bens:
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Art. 4º. O PNGC será elaborado e, quando necessário, atualizado por um Grupo de
Coordenação, dirigido pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do
Mar - SECIRM, cuja composição e forma de atuação serão definidas em decreto do Poder
Executivo.
§ 2º O Plano será aplicado com a participação da União, dos Estados, dos Territórios e dos
Municípios, através de órgãos e entidades integradas ao Sistema Nacional do Meio
Ambiente - SISNAMA.
Art. 5º. O PNGC será elaborado e executado observando normas, critérios e padrões
relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, estabelecidos pelo
CONAMA, que contemplem, entre outros, os seguintes aspectos: urbanização; ocupação e
uso do solo, do subsolo e das águas; parcelamento e remembramento do solo; sistema
viário e de transporte; sistema de produção, transmissão e distribuição de energia;
habitação e saneamento básico; turismo, recreação e lazer; patrimônio natural, histórico,
étnico, cultural e paisagístico.
§ 2º Normas e diretrizes sobre o uso do solo, do subsolo e das águas, bem como limitações 12
à utilização de imóveis, poderão ser estabelecidas nos Planos de Gerenciamento Costeiro,
Nacional, Estadual e Municipal, prevalecendo sempre as disposições de natureza mais
restritiva.
Art. 7º. A degradação dos ecossistemas, do patrimônio e dos recursos naturais da Zona
Costeira implicará ao agente a obrigação de reparar o dano causado e a sujeição às
penalidades previstas no art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, elevado o limite
máximo da multa ao valor correspondente a 100.000(cem mil) Obrigações do Tesouro
Nacional - OTN, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).
Art. 8º. Os dados e as informações resultantes do monitoramento exercido sob
responsabilidade municipal, estadual ou federal na Zona Costeira comporão o Subsistema
"Gerenciamento Costeiro", integrante do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio
Ambiente - SINIMA.
Art. 9º. Para evitar a degradação ou o uso indevido dos ecossistemas, do patrimônio e dos
recursos naturais da Zona Costeira, o PNGC poderá prever a criação de unidades de
conservação permanente, na forma da legislação em vigor.
Art. 10. As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre,
livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos
considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por
legislação específica.
§ 1º. Não será permitida a urbanização ou qualquer forma de utilização do solo na Zona
Costeira que impeça ou dificulte o acesso assegurado no caput deste artigo.
§ 3º. Entende-se por praia a área coberta e descoberta periodicamente pelas águas,
acrescida da faixa subseqüente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e 13
pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde
comece um outro ecossistema.
8. CLASSIFICAÇÃO
a) Zoneamento ambiental urbano: implementado por meio do Plano Diretor, obrigatório nos
Municípios com mais de vinte mil habitantes. Visa a equacionar o território para determinada
destinação de caráter urbano, tendo por base a discriminação necessária entre as diversas
atividades humanas reclamando cada uma um espaço particular, com a necessária promoção do
ambiente ecológico.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Vorne Cursos,
sob pena de responsabilização civil e criminal (Lei 9.610/98 e CP).