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UNIVERS IDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus Londrina
Coordenação de Engenharia Ambiental
I. Introdução:
1
- Em caso de derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou corrosivos, tome as seguintes
providências:
- Interrompa o trabalho;
- Advirta as pessoas próximas sobre o ocorrido;
- Solicite ou efetue a limpeza imediata;
- Alerte o professor ou responsável pelo laboratório;
- Verifique e corrija a causa do problema.
I.1.e Vidrarias
- Não utilize material de vidro quando trincado;
- Coloque todo o material de vidro inservível no local identificado para este fim;
- Não deposite cacos de vidro em recipiente de lixo;
- Proteja as mãos (com luvas de amianto, preferivelmente) quando for necessário manipular peças de
vidro que estejam quentes;
- Use luvas grossas (de raspa de couro) e óculos de proteção sempre que:
- Atravessar ou remover tubos de vidro ou termômetros em rolhas de borracha ou
cortiça;
- Remover tampas de vidro emperradas;
- remover cacos de vidro de superfícies;
- Não deixe frascos quentes sem proteção sobre as bancadas do laboratório, coloque-os sobre placas
de amianto.
- Tome cuidado ao aquecer recipiente de vidro com chama direta. Use, sempre que possível uma tela
para dispersão de calor sobre a chama.
- Não pressurize recipientes de vidro sem conhecer a resistência dos mesmos.
Equipamentos elétricos
- Só opere o equipamento quando os fios, tomadas e plugs estiverem em perfeitas condições; o fio
terra estiver ligado; tiver certeza da voltagem correta entre equipamento e circuitos.
- Não instale nem opere equipamentos elétricos sobre superfícies úmidas.
- Remova frascos inflamáveis das proximidades do local onde será utilizado equipamento elétrico.
- Enxugue qualquer líquido derramado no chão antes de operar o equipamento.
Muflas
- Não deixe mufla em operação sem o aviso “Ligada”.
- Não abra bruscamente a porta da mufla quando estiver aquecida.
- Não tente remover ou introduzir material na mufla sem utilizar pinças adequadas, protetor facial e
luvas de amianto.
- Não evapore líquidos na mufla.
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O uso de sistemas a vácuo
- Somente opere sistemas de vácuo usando uma proteção frontal no rosto.
- Não faça vácuo rapidamente em equipamentos de vidro.
- Recubra com fita de amianto qualquer equipamento de vidro sobre o qual haja dúvida quanto à
resistência ao vácuo operacional.
- Use frascos de segurança em sistemas a vácuo e verifique-os periodicamente.
O uso de capelas
- Nunca inicie um trabalho sem verificar se:
- O sistema de exaustão está funcionando;
- O piso e a janela da capela estejam limpos;
- As janelas da capela estejam funcionando perfeitamente.
- Nunca inicie um trabalho que exige aquecimento sem antes remover os produtos inflamáveis da
capela.
- Deixe na capela apenas o material (equipamentos e reagentes) que serão efetivamente utilizados,
remova todo e qualquer material desnecessário, principalmente produtos químicos.
- Mantenha as janelas das capelas com o mínimo possível de abertura.
- Nunca coloque o rosto dentro da capela.
- Instale equipamentos ou frascos de reagentes a pelo menos 20 cm da janela da capela.
- Em caso de paralisação do exaustor, tome as seguintes providências:
- Interrompa o trabalho imediatamente;
- Feche ao máximo a janela da capela;
- Avise ao pessoal do laboratório o que ocorreu;
- Somente reinicie o trabalho no mínimo 5 minutos depois da normalização do
sistema de exaustão;
Líquidos inflamáveis
- Não manipule líquidos inflamáveis sem se certificar da inexistência de fontes de ignição nas
proximidades: aparelhos que geram calor, tomadas, interruptores, lâmpadas, etc.
- Use a capela para trabalho com líquidos inflamáveis que exijam aquecimento.
- Use protetor facial e luvas de couro quando for necessária a agitação de frascos fechados contendo
líquidos inflamáveis e/ou extremamente voláteis.
- Nunca jogue líquidos inflamáveis na pia. Guarde-os em recipiente próprios para resíduos de
inflamáveis.
Produtos tóxicos
- Antes de iniciar qualquer tipo de operação, procure informações toxicológicas (toxidez e via de
ingresso no organismo) sobre todos os produtos que serão utilizados e/ou formados no trabalho a
ser executado.
- FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE TOXICIDADE: Rótulo do produto, The Merck Index, MSDS (Material
Safety Data Sheets)
- Trabalhe somente na capela. Não descarte na pia os resíduos de produtos tóxicos.
Não descarte no lixo material contaminado com produtos tóxicos (papel de filtro, papel toalha, etc.).
- Interrompa o trabalho imediatamente, caso sinta algum sintoma, como dor de cabeça, náuseas, etc.
Produtos corrosivos
- Nunca descarte diretamente na pia. Os resíduos devem ser neutralizados, diluídos e descartados na
pia, desde que não tenham propriedades tóxicas importantes.
- A diluição de soluções concentradas de produtos corrosivos deve ser feita sempre acrescentando o
produto concentrado sobre o diluente. Por exemplo: ácido sulfúrico sobre a água.
Produtos Incompatíveis
- Antes de misturar substâncias verifique sua compatibilidade:
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Algumas Substâncias Incompatíveis 2.
SUBSTÂNCIAS INCOMPATÍVEL COM
Acetona Ácido sulfúrico concentrado e misturas de ácido nítrico
Ácido Acético Óxido de cromo IV, ácido nítrico, ácido perclórico, peróxidos,
permanganato, anilina, líquidos e gases combustíveis.
Ácido Nítrico Ácido acético, anilina, líquido e gases combustíveis.
Ácido Oxálico Prata, sais de mercúrio.
Ácido sulfúrico (H2 SO4) Clorato de potássio, perclorato de potássio, permanganato de
potássio (e compostos similares de metais leves, como sódio e
lítio)
Água cloreto de etila, metais alcalinos e alcalino terrosos, seus
hidretos e óxidos, peróxido de bário, carbetos, ácido crômico,
oxicloreto de fósforo, pentacloreto de fósforo, pentóxido de
fósforo, ácido sulfúrico, tetróxido de enxofre.
Amônia (anidra) Mercúrio, cloreto, hipoclorito de cálcio, iodeto, brometo e ácido
fluorídrico.
Amônio Nitrato Ácidos, metais em pó, substâncias orgânicas ou combustíveis
finamente divididos
Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio
Brometo Amônia, acetileno, butadieno, hidrocarbonos, hidrogênio, sódio,
metais finamente divididos, terebintina e outros
hidrocarbonetos.
Carvão Ativo Hipoclorito de cálcio, oxidantes
Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio
Hidrocarbonetos (ex. metano, Flúor, cloro, bromo, ácido crômico, peróxido de sódio
propano, butano, benzeno, tolueno
etc)
Hipocloritos ácidos, carvão ativado
Iodo acetileno, amônia (aquosa ou anidra), hidrogênio
Líquidos inflamáveis Nitrato de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico,
peróxido de sódio, halogênios
Nitratos ácido sulfúrico
Nitrato de amônio ácidos, metais finamente divididos, líquidos inflamáveis,
cloratos, nitratos, enxofre, materiais orgânicos ou combustíveis
finamente divididos.
Oxigênio óleos, graxas, hidrogênio, gases, sólidos ou líquidos inflamáveis
Permanganato de Potássio Glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico
Peróxido de Hidrogênio Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias
combustíveis.
Cilindros de Gás
- Evitar instalar cilindros de gases comprimidos no interior dos laboratórios.
- Manter os cilindros sempre presos com correntes e ao abrigo de calor.
- Jamais retirar o protetor da válvula do cilindro.
- Utilizar carrinhos apropriados para o transporte de cilindros.
- Quando fora de uso, conservar os cilindros com o capacete de proteção.
- Não abra a válvula principal sem antes ter certeza de que a válvula redutora está fechada.
- Abra aos poucos e nunca totalmente a válvula principal do cilindro.
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I.2 Aparelhagem e Vidraria Básicas
I.2.a Vidrarias
As vidrarias encontradas em laboratório são desenhadas de acordo com sua finalidade
específica. Algumas são destinadas especificamente para preparo e estoque de soluções, ao passo
que outras são desenhadas para operações de transferência de líquidos e soluções. A seguir são
descritas as características e finalidades de algumas das vidrarias mais comuns utilizadas em um
laboratório de química.
líbrio térmico com o ambiente e só então complete o volume até a marca, adicionando o solvente gota
a gota.
Preenchimento correto de recipientes volumétricos: o volume
indicado no rótulo do recipiente é atingido precisamente quando o
menisco (ponto mínimo da depressão da superfície do líquido)
formado no gargalo do frasco atinge a marca do frasco. É
importante, neste processo de nivelamento, manter a marca do
frasco no mesmo plano horizontal dos olhos para
evitar efeitos de paralaxe. Obs: Para soluções opacas, nas quais não é possível visualizar o menisco,
por convenção, nivela-se a parte superior do menisco.
- Pipeta Volumétrica: vidraria de precisão para transferência de volumes
fixos de líquidos e soluções. Possuem uma marca que indicam um
volume fixo com precisão, calibrados em temperatura específica
(indicada na pipeta).
- Pipeta graduada: vidraria para transferência de pequenos volumes
variáveis, e possui uma escala impressa indicando o
volume dispensado (o topo marca o zero). A leitura da escala deve ser feita através do menisco como
descrito acima.
Utilização correta de pipetas: o preenchimento da pipeta
por sucção do líquido deve ser feito utilizando-se um
pipetador (pêra). Em hipótese nenhuma deve a sucção do
liquido ser feita com a boca.
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- Béquer: vidraria de utilização geral como dissolução de sólidos,
transferência de soluções, aquecimento de líquidos, etc. Possui
graduação indicando volumes aproximados apenas como
estimativa grosseira: esta escala de volume não é precisa.
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- Funil: usado para - Bastão de Vidro: Usado na
transferências de agitação e transferência de
líquidos e para líquidos.
filtrações. O funil com
colo longo e estrias é
chamado de funil
analítico
I.2.b Acessórios
Além de vidrarias, alguns assessórios são muito comuns em laboratórios. Estes acessórios
são descritos e ilustrados abaixo:
- Utensílios de Porcelana:
1. Cadinho: usado em calcinações de substâncias.
2. Triângulo de Porcelana: usado para sustentar cadinhos de
porcelana em aquecimentos diretos no bico de Bunsen.
3. Almofariz e Pistilo: usados para triturar e pulverizar
substâncias sólidas.
4. Cápsula: usada na evaporação de líquidos.
5. Funil de Büchner: usado em conjunto com um kitassato para
filtrações a vácuo.
6. Espátula: usada para a transferência de sólidos.
- Utensílios Metálicos:
1. Suporte Universal, Mufa e Garra: usados na sustentação de
peças para as mais diferentes finalidades, por exemplo, garra
para buretas (garra dupla), garra para destiladores (formato
arredondado), anel para funil, etc.
2. Pinça Metálica: usada para segurar objetos aquecidos.
3. Tripé: usado como suporte de telas de amianto e de
triângulos para aquecimento com bico de Bunsen.
4. Espátula: similar a de porcelana, contudo tem limitações
quanto ao ataque por substâncias corrosivas.
- Demais Utensílios
1. Tela de Amianto: usada para produzir uma
distribuição uniforme de calor durante o
aquecimento com um bico de gás.
2. Pinça de Madeira: usada para segurar tubos
de ensaio;
3. Pisseta: usualmente feita de plástico, pode
conter água destilada.
4 Bico de Bunsen: Utilizado para o aquecimento
por chama.
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Características e manuseio do bico de Bunsen:
O gás entra no queimador pela sua base e seu fluxo é regulado por uma torneira externa na
parte inferior (ou lateral) do bico. À medida que o gás sobe pelo tubo do queimador, o ar é injetado
através de orifícios situados um pouco acima da base. A quantidade de ar pode ser controlada
girando-se o anel que fica sobre os orifícios.
A etapa inicial para se acender um bico de gás é fechar a entrada de ar e posicionar o
queimador longe de objetos inflamáveis. A seguir, deve-se abrir o gás e acender o queimador. A chama
obtida apresenta uma cor amarela brilhante e é bastante grande. Esta chama é "fria" e inadequada ao
uso porque a mistura é pouco oxidante. Para que uma chama mais quente seja obtida, deve-se deixar
o ar entrar gradualmente no sistema, até que sua coloração se torne azulada. Nota-se então, duas
regiões cônicas distintas, como mostradas na figura acima a interna, mais fria, chamada de zona
redutora, e a externa, quase invisível, chamada de zona oxidante. A região mais quente, com
temperatura em torno de 1560 °C, está situada logo acima do cone interno.
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I.3 Dados experimentais
indica a precisão com que se determina o valor medido. Por exemplo, o número 2 pode ser
determinado nos seguintes intervalos:
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significado. Isto especifica o número de algarismos significativos em um dado experimental. O número
de algarismos significativos é igual à quantidade de algarismos do número, sem contar os zeros à
esquerda do primeiro algarismo diferente de zero, e contando os demais zeros que aparecerem.
Efetua-se esta contagem desde o início até o algarismo que carrega a incerteza, incluindo este último.
Ex: 0,0103 3 algarismos significativos;
0,1000 4 algarismos significativos;
0,10 2 algarismos significativos;
Observe que no contexto de dados experimentais, o valor 0,1000 é diferente de 0,10 quanto à
precisão do dado. Quando um dado experimental é apresentado sem o erro explícito, assume-se que a
incerteza está no último número: 0,1000 = 0,1000 0,0001 e 0,10 = 0,10 0,01.
Nem todas as propriedades podem ser medidas diretamente. Por exemplo, se não se dispõe
de um velocímetro, pode-se determinar a velocidade indiretamente pela determinação da distância
percorrida e do tempo gasto para percorrê-la, e efetuar a divisão destas medidas. Estas medidas
possuem as limitações descritas anteriormente quanto à precisão, e vão propagar suas incertezas
para o valor calculado de velocidade. Pode-se demonstrar as seguintes regras de operações com
valores especificados por um intervalo (valores com erros):
A) Adição e subtração: o erro absoluto no resultado é igual à soma dos erros absolutos dos
valores individuais somados ou subtraídos.
Ex. (0.5 0.2) + (0.2 0.1) = (0.7 0.3); (0.5 0.2) – (0.2 0.1) = (0.3 0.3)
B) Multiplicação e divisão por um número exato (sem incerteza): o erro absoluto no resultado é
igual ao erro absoluto multiplicado ou dividido pelo número exato. Isto significa que o erro relativo
não sofre alteração.
Ex. (0.5 0.1) ÷ 2 = (0.25 0.05); (0.5 0.1) x 2 = (1.0 0.2);
C) Multiplicação e divisão: o erro relativo no resultado é igual à soma dos erros relativos dos
valores multiplicados ou divididos.
Ex. (0.5 0.1) ÷ (0.5 0.1) = (0.5 20%) ÷ (0.5 20%) = (1.0 40%) = (1.0 0.4)
(0.5 0.1) x (2.0 0.2) = (0.5 20%) x (2.0 10%) = (1.0 30%) = (1.0 0.3)
D) Potenciação e Radiciação ( x x ) : o erro relativo no resultado é igual à ao erro
relativo do valor multiplicado pelo expoente (). Como alfa pode ser qualquer valor real, incluindo os
fracionários, a regra vale também para radiciação.
Ex. (2.0 0.2)2 = (2.0 10%)2 =(4.0 20%) = (4.0 0.8)
(4.0 0.4) = (4.0 10%)½ = (2.0 5%) = (2.0 0,1)
Normalmente, após operações sucessivas entre dados experimentais com incertezas
associadas, o resultado final apresenta uma incerteza maior do que aquelas dos dados originais.
Dessa forma, ambos resultado e incerteza não se encontram na forma apropriada de representação
(na maioria das vezes, estão com excessivos algarismos). A primeira atitude a se tomar é o cálculo do
erro absoluto e então, o arredondamento deste para apenas um algarismo significativo. Sabendo-se o
valor do erro absoluto, arredonda-se o valor do resultado para o número apropriado de algarismos
significativos, de forma que a incerteza esteja no último algarismo significativo do valor do resultado. A
regra de arredondamento difere nos dois casos. No arredondamento do erro absoluto, aumenta-se
em uma unidade o seu primeiro algarismo diferente de zero, i. e., arredonda-se ‘para cima’. No
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arredondamento do resultado, procede-se de maneira normal, i. e., se o algarismo posterior ao último
algarismo significativo for maior ou igual a 5, aumenta-se o ultimo algarismo significativo de uma
unidade; se o algarismo posterior ao último algarismo significativo for menor ou igual a 4, o último
algarismo significativo não se altera. Ex. (0.5 0.2) ÷ 2 = (0.25 0.1) (0.3 0.2);
(0.5 0.2) x (2,10 0.04) = (0.5 40%) x (2,1 2%) = (1.05 42%) = (1.05 0.44) (1.1 0.5)
Como o erro sempre aumenta a cada processo de arredondamento, só se procede ao
arredondamento (tanto no valor quanto na incerteza) no resultado final, e nunca em cada etapa do
cálculo. Durante o cálculo, trabalha-se com quantas casas decimais e algarismos significativos a
máquina suportar. Com isso, evita-se que no final o erro esteja superestimado devido a
arredondamentos sucessivos.
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estatística. A primeira atitude frente uma população de dados experimentais, é a determinação do
valor médio desta população, ou seja, pela identificação da tendência central dos dados experimentais.
A média ( x ), para uma população de dados (x1, x2, x3, ...xn ) é definida como:
1 n
x xi
n i 1
A média, por si só, revela muito pouco a respeito da distribuição de uma população de dados.
2
Uma segunda característica de uma distribuição é a variância ( ), que mede a tendência destes
dados de se localizarem mais ou menos densamente em torno da média:
1 n
2 x i x 2
n 1 i 1
A raiz quadrada da variância é denominada de desvio padrão ( ) :
n
x i x 2
i 1
n 1
O desvio padrão é uma forma de se avaliar a média dos desvios em torno do valor médio.
Outra característica da distribuição é denominado desvio médio (D):
1 n
D xi x
n i 1
O desvio médio e o desvio padrão são geralmente da mesma ordem de magnitude e possuem
a mesma interpretação (dispersão em torno da média). A utilização do desvio padrão, entretanto, é
mais comum pelo fato de ser mais difícil tratar matematicamente a função módulo que aparece na
fórmula do desvio médio.
Como mencionado anteriormente, os resultados experimentais contendo erro aleatório são
tratados estatisticamente como uma distribuição. Se as fontes de erro aleatório forem puramente
probabilísticas (ou estocásticas) pode-se mostrar que a distribuição de valores em torno da média
ocorre segundo uma curva gaussiana (devido a C. F. Gauss) (chamada também de distribuição
normal), dada pela equação:
x
2
x x
1 2
p( x ) e
p(x)
2
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A probabilidade de um valor medido estar dentro do intervalo em questão é a chamada
expectativa de um valor neste intervalo. A distribuição gaussiana está normalizada de forma que a
área sob a curva seja igual a 1 (100%) em todo intervalo de menos infinito até mais infinito, ou seja, a
probabilidade de que uma medida resulte em qualquer valor possível é 100 %.
A maioria das pessoas reconhece, intuitivamente, o significado da média ( x ) de um conjunto
de dados. Da discussão acima, pode-se determinar o significado do desvio padrão (): Num conjunto
de dados experimentais sujeitos a erros aleatórios, 68 % dos dados vão cair na faixa de x , 95 %
dos dados vão cair entre x 2 e 99,7 % (!) dos dados estarão entre x 3.
Como comentário final, convém mencionar que a distribuição gaussiana (e assim o significado
de desvio padrão) é válida para erros provenientes de fontes puramente estocásticas. Na vida real, os
erros aleatórios podem não ser puramente estocásticos, mas podem apresentar uma componente
determinística. Isto resulta numa tendência em desviar os valores medidos para uma direção
preferencial (ou para valores acima ou abaixo ) em relação à média, como também em outras formas
de distorções da curva normal. Nestes casos, a expectativa de valores num intervalo não pode ser
calculada como apresentada acima. Se há uma forte suspeita de que os dados experimentais se
distribuem de forma diferente da distribuição normal, existem tratamentos estatísticos mais
profundos para representar corretamente os dados experimentais, bem como outras funções de
distribuição possíveis. Mesmo assim, a distribuição gaussiana é sempre admitida a priori como uma
boa aproximação do comportamento das populações de dados experimentais.
I.3.c Exercícios:
1) Determine o número de algarismos significativos dos números abaixo:
a) 0,00256 b) 1,00256 c) 75.010,00 d) 350 e) 35 x 101 f) 3,50 x 102
2) Arredonde os valores dados abaixo para o número de algarismos significativos indicado entre
parênteses.
a) 0,756 (2) b) 101,050 (4) c) 1,498 (1) d) 103,46 (3) e) 904,999 (5) f) 0,0015 (1)
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a) (5,02 0,02) + (3,10 0,05) b) (16,1 1%) + (0,1 0,1) c) (25,2 0,02) x (3,95 0,05)
d) (48,5 0,05) x 10 (inteiro) e) (25,3 0,3) (17,2 0,5)
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só podem ser somados e subtraídos valores com mesma unidade. Nas operações de multiplicação e
divisão, as unidades são tratadas como se fossem números quaisquer, que podem ser cancelados,
elevados ao quadrado, remanejados, etc. Exemplificando, dentro deste contexto, pode-se afirmar que:
1 ft 30,48 cm 1
se 1 ft 30,48 cm 1, inversamente 1
30,48 cm 1 ft 1
Como a multiplicação de um valor por 1 não altera este valor, pode-se fazer a conversão de, por
exemplo, 15 pés para centímetros, da seguinte forma:
30,48 cm
15,0 ft 15,0 ft x 1 15,0 ft x 457 cm
1 ft
e, a conversão de 50 centímetros para pés:
1 ft
50,0 cm 50,0 cm x 1 50,0 cm
x 1,64 ft
30,48 cm
A grande utilidade da análise dimensional é que esta pode ser utilizada em cadeia: suponha que se
deseja determinar o valor de 1,00 kg m/s2 em unidades de g cm/min2, então:
1000 g
1 kg 1000 g 1
1 kg
100 cm
1 m 100 cm 1
1m
2
60 s 60 s 2
1 min 60 s 1 1 1
1 min 1 min
e assim,
2
m m 1000 g 100 cm 60 s
1,00 kg 1,00 kg x x x
s2 s 2 1 kg 1 m 1 min
2
m m 1000 g 100 cm 3600 s
1,00 kg 1,00 kg x x x
s2 s 2 1 kg 1m 1 min 2
m cm
1,00 kg 3,60x108 g
s2 min 2
Convém ressaltar um ponto a respeito da análise dimensional: Ela só pode ser usada na
conversão de unidades que se relacionam por um fator multiplicativo, ou seja, aquelas em que o valor
zero em uma unidade corresponde ao valor zero na outra unidade, e este é o único ponto que
apresenta valores iguais, quando expressos nas duas unidades distintas. A análise dimensional pode
ser utilizada nas conversões de unidades de massa porque o valor de massa zero, é zero, quer se use
o grama ou a onça como unidade. O mesmo não acontece com as conversões de unidades de
temperatura (Kelvin, graus Celsius e graus Fahrenheit), pois o zero de uma escala não coincide com o
zero em outra. Assim, a conversão de unidades de temperatura deve ser feita estritamente pelas
fórmulas de conversão, e não por análise dimensional. Pelo mesmo motivo não se pode utilizar a
popular “regra de três” para conversões de temperatura.
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I.4 Instruções para Elaboração de Relatórios e Caderno de Laboratório
Os cadernos de laboratório devem conter todos os dados pertinentes ao experimento (de
modo sucinto) como a metodologia utilizada e seus fundamentos, os dados obtidos (na forma de
tabelas), comentários/observações dos fatos relevantes ocorridos durante o experimento, o
tratamento e discussão dos dados (cálculos, gráficos, etc), e uma conclusão. Um esquema da
organização do caderno de laboratório é dado a seguir:
- Procedimento: descrever o procedimento a ser realizado, de modo claro e sucinto (sem o mesmo
nível de detalhamento do roteiro), anotando as precauções necessárias (produtos perigosos,
procedimentos que exijam atenção especial ou de risco, etc.)
Obs: Os tópicos acima devem estar pronto antes da realização da prática. No início da prática, o
caderno de laboratório será verificado. Se o grupo não tiver preparado o caderno antes, serão
descontados pontos da nota atribuída à prática em questão.
- durante a execução da prática, anote todos os dados obtidos (massa/volume precisos de reagentes
e produtos utilizados de fato e não os indicados no roteiro), como também toda informação e
observação a respeito do experimento que julgar relevante.
- Ao término do experimento, inicie o tratamento dos dados, construção dos gráficos, etc para
obtenção do resultado pretendido (objetivo). Isto deve constar no caderno de laboratório. Esta etapa e
as subseqüentes podem ser realizadas em casa, ou na biblioteca, etc.
- Discussão do resultado: discuta se o resultado obtido está ou não em acordo com o esperado e
quais as implicações do resultado obtido. Se possível, compare com resultados obtidos de outras
fontes (cite-as nas referencias bibiliográficas) e sugira causas prováveis para explicar discrepâncias
entre os seus resultados e aqueles da literatura. (1 ou 2 parágrafos apenas)
- Conclusão: relate as principais conclusões, de modo sucinto, que puderam ser obtidas da realização
do experimento: mencione se o objetivo proposto foi alcançado pelo método proposto (se não foi,
indique ou sugira o motivo), indique o resultado obtido e suas implicações (1 parágrafo)
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II. Práticas:
II1.a Objetivos
II.1.b Introdução
II.1.c Cuidados
O uso das várias balanças disponíveis será explicado pelo professor no início da aula;
A balança é um instrumento de precisão, DEVENDO SER MANTIDA LIMPA! Utilizar um pincel
para remover partículas sólidas que porventura venham a cair na câmara de pesagem ou sobre o(s)
prato(s); materiais líquidos derramados devem ser removidos utilizando um papel absorvente;
Nunca pesar diretamente sobre o prato. Utilizar um béquer ou um pedaço de papel para
depositar o material a ser pesado, lembrando de calibrar a balança (tara);
Material Necessário
-Suporte universal com Garra para bureta; -Proveta de 25 mL;
-Bureta de 50 mL; -2 Béqueres de 50 mL e 1 de 250 mL;
-Pipeta volumétrica de 25 mL e pipetador; -3 Erlenmeyers de 50 mL com rolha;
-Pipeta graduada de 10 mL; -1 Termômetro e 1 erlenmeyer de 250 ml
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- Procedimento:
A) Verificação da Exatidão de Vidrarias e Calibração da Pipeta Volumétrica:
1. Verificar se os erlenmeyers e as rolhas que foram fornecidos estão devidamente limpos e secos.
Em seguida, usar etiquetas para marcá-los como 1, 2 e 3. IMPORTANTE: NÃO TROCAR AS ROLHAS
QUANDO PESAR;
2. Pesar estes frascos, COM AS ROLHAS CORRESPONDENTES, em uma balança analítica e anotar as
medidas no caderno de laboratório. Utilizar um papel para segurar o material de vidro a fim de evitar
alterações de peso devido à gordura das mãos;
3. Utilizando o suporte universal e a garra apropriada, montar a bureta.
4. Encher a bureta com água destilada, observando para que não haja bolhas de ar retidas na região
próxima à torneira. Se forem observadas bolhas de ar, abrir a torneira, deixando o fluxo de água
arrastá-las. Terminar de completar o volume da bureta, até a marca de zero, anotando em seguida a
leitura do volume inicial com o devido erro (a partir da escala);
5. Transferir aproximadamente 25 mL da água contida na bureta ao frasco 1, fechar o frasco COM A
ROLHA CORRESPONDENTE, esperar cerca de 30 segundos para que a água escorra pelas paredes
da bureta e então ler o volume final, anotando-o devidamente;
6. Utilizando a pipeta volumétrica de 25 mL transferir, com o auxílio de um pipetador, 25 mL de água
destilada ao frasco 2, tampando-o em seguida COM A ROLHA CORRESPONDENTE;
7. Repetir o procedimento anterior utilizando a pipeta graduada de 10 mL, transferindo 25 mL de
água para o frasco 3. OBSERVAR QUE COM A PIPETA GRADUADA A TRANSFERÊNCIA É REALIZADA
EM TRÊS ETAPAS;
8. Anotar a temperatura ambiente;
9. Pesar os frascos COM AS ROLHAS CORRESPONDENTES, com a mesma balança utilizada
anteriormente, anotando os novos valores no caderno de laboratório e a temperatura ambiente;
10. Repetir este procedimento por mais duas vezes para a pipeta volumétrica, utilizando os frascos 1
e 3, que devem ter sido esvaziados, secos e pesados novamente;
1. Descartar a água contida no cilindro graduado (proveta), deixando-o escorrer por cerca de 10
segundos;
2. Em seguida, completar o volume da bureta com água e anotar o volume marcado;
3. Colocar a proveta sob a bureta e preenchê-la até a marca de 25 mL, tão exatamente quanto
possível;
4. Em seguida, ler o volume marcado na bureta, esvaziar a proveta e repetir o procedimento por mais
duas vezes;
5. Repetir o mesmo procedimento dos parágrafos anteriores por três vezes, utilizando o béquer no
lugar da proveta;
6. Anotar os volumes iniciais e finais da bureta no caderno de laboratório.
18
II.1.e Tratamento dos Dados Experimentais
A) Primeira Parte:
Calcule os valores de massa dos volumes de água destilada indicados pelas vidrarias
utilizadas com os valores das massas de (água + frasco) e do frasco seco. Utilize tabela ao final para
converter os valores de massa em volume de água. Faça seus cálculos sempre indicando os erros de
medida e o erro no resultado final. No final discuta seu resultado indicando se o volume real obtido
estava contido no intervalo de incerteza declarada pelo fabricante (no caso da pipeta volumétrica) ou
obtida pelo valor da escala (bureta e pipeta graduada). Indique possíveis fontes do erro sistemático
observado.
Fonte: The Perry’s Chemical Engineers’ Handbook, 7th Ed. New York: McGraw-Hill, 1997.
Obs1: Os valores estão em kg/m3. Para passar para g/cm3 basta dividir por 1000. Exemplo a 20,5C
a densidade da água é de 998,099 kg/m3 = 0,998099 g/cm3
Obs2: os valores da tabela acima possuem precisão de 6 algarismos significativos o que seria mais
que suficiente para calcular o volume com a mesma precisão a partir de valores de massa com 6
algarismos significativos. Entretanto, a medida de temperatura (se você utilizou um termômetro com
escala de 1C, sua medida de temperatura da água tem erro de no mínimo 0.5C na melhor das
hipóteses) isso limita a precisão dos valores de densidade para 4 algarismos significativos. Por
exemplo, se a medida de temperatura foi de T = 22,0C 0.5C, então o valor de temperatura pode
ter sido qualquer coisa entre 21,5C e 22,5C. Portanto (ver tabela) a densidade pode da água pode
ser descrita dentro da faixa entre 0,997883 e 0,997656 0,9977 0,0002 g/cm3.
B) Segunda parte:
Discuta a exatidão do béquer e da proveta em comparação à bureta e a exatidão desta em relação à
pipeta volumétrica e graduada (com os dados da parte A).
19
II.2 Prática 02: Preparo e Padronização de Soluções
II.2.a Objetivos
II.2.b Introdução
ma
A unidade de molaridade é moles/kg, comumente chamada de molal (m). A molalidade é utilizada em
situações experimentais em que a temperatura pode ou deve variar durante um experimento, como
por exemplo, a determinação de concentração por crioscopia.
d) MOLARIDADE de B é a quantidade de matéria do soluto B por litro de solução:
nB
MB , (V em litros)
V
A molaridade de B pode ser representada como: [B] ou MB (a primeira forma é preferível para evitar
confusão com o símbolo para massa molar de B, que é expressa por MB em vários textos). Quando a
molaridade de uma solução é conhecida, certo volume dela pode ser medido e o número de moles de
B neste volume pode ser calculado. A unidade de molaridade é moles/L, comumente chamada de
20
molar (M). As seguintes formas de expressão são equivalentes: a molaridade de B é 0,1moles/L ou a
molaridade de B é 0,1 M ou simplesmente, a solução é 0,1 molar. A molaridade é a forma mais
popular de se expressar concentrações pela facilidade com que soluções de molaridade conhecida
são preparadas em laboratório. A desvantagem desta forma de medida é que a molaridade varia com
a temperatura devido à expansão ou contração da solução.
No caso de solutos sólidos de elevada pureza, a solução pode ser preparada com
concentração precisa utilizando-se uma balança de precisão para determinar a massa. Assim, o
número de moles pode ser determinado com precisão:
mB
nB (PM = massa molar de B em g/mol)
B
PM B
Se esta massa for dissolvida no solvente até a obtenção de um volume conhecido com precisão (em
um balão volumétrico), a molaridade da solução pode ser calculada com precisão adequada para
utilização em análises.
No caso de solutos líquidos, a solução é feita por diluição. Se dispusermos de uma solução
concentrada de molaridade M1 e tomamos um volume desta solução igual a V1, pela definição de
molaridade o número de moles de soluto que temos é nB = M1 V1. Se adicionarmos solvente a este
volume até que a solução resultante tenha volume V2 (diluição), a molaridade da solução diluída (M2)
será:
nB MV
M2 , como n = M V , temos: M 2 1 1
B 1 1
V2 V2
A regra básica de diluição acima é mais fácil de memorizar na forma: M1.V1 = M2.V2, No caso de
preparo de soluções, o que queremos determinar é o volume a ser tomado de um soluto líquido
concentrado (V1) para obtermos por diluição um volume conhecido (V2 ) de solução diluída de
molaridade desejada (M2). Pela equação de diluição:
M 2 V2
V1
M1
Os valores de V2 (volume do balão volumétrico) e M2 (concentração desejada) são conhecidos.
Devemos calcular M1 a partir dos dados de densidade, porcentagem em massa (quando o soluto não
é encontrado puro comercialmente como ácido sulfúrico, amônia, etc; a porcentagem também é
chamada de título) e massa molar do solvente (estas informações normalmente podem ser obtidas
no rótulo do produto). A molaridade do produto comercial pode ser determinada pela seguinte
fórmula:
d(g / L) (%)
M1 , d(g/L) indica que a densidade deve ser expressa em gramas por L
PM B 100
Por exemplo: o ácido sulfúrico (PM = 98,08 g/mol) concentrado encontrado comercialmente é uma
solução 98 % em peso de ácido sulfúrico, e possui uma densidade de 1,84 kg/L a 20C (estas
informações são obtidas no rótulo do produto). Nesta solução
1840 98
M1 = 18,4 M
98,08 100
Para preparar 500 ml (V2) uma solução 0,5 M (M2) de ácido sulfúrico deve-se pipetar um volume (V1)
do produto comercial de:
0,5 500
V1 = 13,6 ml
18,4
e) NORMALIDADE de B, representada por NB, está estreitamente relacionada com a molaridade; ela é,
de fato, o produto da molaridade por um número inteiro que depende do tipo de reação que o soluto
pode participar: NB =feq[B], onde feq é um fator que indica a equivalência. Esta fórmula simples vem do
conceito de número de equivalentes ne = feqnB. Dessa forma a normalidade é definida como número de
equivalentes de B por litro de solução. Por exemplo, para a solução 0,5 M de ácido sulfúrico (H2SO4), o
fator de equivalência é igual a 2 para uma reação ácido-base, pois este ácido possui 2 hidrogênios
ionizáveis. Dessa forma, será necessário o dobro da quantidade de uma mesma base para neutralizar
uma solução 0,5 M de ácido sulfúrico do que seria necessário para neutralizar uma solução 0,5 M de
21
ácido clorídrico (HCl – feq = 1 pois há apenas um hidrogênio ionizável). A solução 0,5 M de ácido
sulfúrico tem normalidade NB= 20,5 = 1 N.
Determinação do fator de equivalência: para ácido, o fator de equivalência é igual ao número de
hidrogênios ionizáveis. Por exemplo, HCl feq = 1; H2 SO4 feq = 2; H3PO4 feq = 3. Para bases o fator
de equivalência é igual ao número de hidroxilas (OH). Por exemplo, NaOH feq = 1; Ca(OH)2 feq = 2.
Para solutos participantes de reações de óxido-redução, feq é calculado pelo número de elétrons
transferido na sua semi-reação.
A normalidade é utilizada para cálculos envolvendo o procedimento de titulação, pois neste
processo sempre há uma reação envolvida (ácido-base, redox, etc.). Quando a titulação atinge o ponto
de equivalência (marcado por algum indicador), o número equivalentes de titulante é igual ao número
de equivalentes de titulado pois a reação se completou. Nessa situação, pela igualdade do número de
equivalentes: Na.Va = Nb.Vb, onde Na e Va são a normalidade e o volume adicionado de solução titulante e
Na e Va são a normalidade e o volume inicial de solução titulada. Este procedimento permite determinar
a normalidade de uma solução (titulada) através do conhecimento da normalidade de outra solução
(titulante).
B) Padronização de Soluções:
Como vimos anteriormente, podemos obter soluções de concentração (molaridade ou
normalidade) bem precisa a partir de solutos sólidos puros, devido á grande precisão do processo de
pesagem (balança analítica). Por outro lado, o preparo de soluções com solutos líquidos, a menor
precisão das medidas de volume limita a precisão que podemos calcular a concentração. O mesmo
acontece com solutos sólidos no caso da presença de impurezas não controladas. Exemplo disso são
sólidos higroscópicos que absorvem água do ambiente com o passar do tempo. Quando pesamos
uma massa destes sólidos higroscópicos, parte desta massa á devido à água e assim a quantidade do
soluto realmente utilizado no preparo da solução é incerta. Nestes últimos casos, a concentração
precisa da solução preparada deve ser determinada por um processo chamado padronização.
A padronização envolve muitas vezes a titulação de um volume conhecido (V1) da solução
preparada de normalidade incerta (N1) com uma solução de normalidade conhecida e precisa (N2). A
normalidade da solução preparada é calculada pelo volume gasto do titulante (V2) por
N 2V2
N1
V1
A solução titulante deve ter normalidade conhecida com precisão e portanto deve ter sido preparada
com solutos que permitam tal procedimento direto (solutos sólidos de elevada pureza). Estes solutos
são chamados de padrões primários. Um bom padrão primário é um sólido que pode ser mantido no
laboratório sem alterar seu grau de pureza (i. e., composição estável). Um exemplo de padrão primário
é o ácido oxálico di-hidratado (H2C2O4.2H2O) ou o biftalato de potássio (KHC8 H4O4). Estes ácidos (padrão
primário) pode ser utilizado para padronizar uma base, ou seja, determinar sua normalidade com
precisão. Basta pesar uma massa de padrão primário (ácido oxálico ou biftalato de potássio)
diretamente num erlenmeyer e titular este ácido com a base de normalidade incerta. A normalidade
da base é determinada por:
ne
Nb
Vb
onde Vb é o volume da base gasto na titulação e ne é o número de equivalentes de padrão primário. No
caso do biftalato de potássio, o número de equivalentes é igual ao próprio número de moles.
O NaOH não é um padrão primário ideal pois, além de higroscópico, durante o preparo da
solução, parte dos íons hidroxila (OH-) são consumidos na neutralização de ácido carbônico da água
destilada utilizada, proveniente da absorção de CO2 ambiente. Por essa razão, a água destilada para
preparo de soluções alcalinas são previamente fervidas para eliminar o máximo possível de CO2
dissolvido. Além disso, a concentração da base é alterada por ataque ao vidro do recipiente e por isso
soluções alcalinas não devem ser armazenadas em frascos de vidro.
A base padronizada pelo padrão primário se torna então um padrão secundário depois de
padronizada e pode ser utilizada para padronizar outras soluções de ácidos por titulação ácido-base.
Nesta prática vamos preparar soluções de ácido clorídrico (HCl) e hidróxido de sódio (NaOH) de
concentração aproximada 0,1 N. Em seguida, a solução de hidróxido de sódio será padronizada por
22
titulação de uma massa conhecida de biftalato de potássio para cálculo preciso de sua concentração.
Por fim, a solução de HCl preparada será padronizada utilizando-se a solução padronizada de hidróxido
de sódio.
II.2.c Cuidados
Ácido clorídrico : corrosivo e fumegante: deve ser manuseado com luvas e na capela;
Hidróxido de Sódio: corrosivo: deve ser manuseado com luvas;
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; - Chapa aquecedora;
- Bureta de 50 mL; - Béquer de 500 ml;
- Erlenmeyer de 250 ml; - Vidro de relógio (p/ béquer de 500 ml)
- Pipetas volumétricas de 25 mL e pipetador; - Espátula;
- Pipeta graduada de 5 mL; Reagentes:
- 2 Béqueres de 50 mL e 1 de 250 mL; - NaOH sólido;
- Bastão de vidro; - Ácido Clorídrico concentrado;
- 2 balões volumétricos de 250 ml e 1 de 100 ml; - Biftalato de Potássio;
- Solução alcoólica de fenolftaleína 1%
- Procedimento:
23
2. Adicionar água no béquer até aproximadamente metade de seu volume para dissolver o NaOH.
Transferir a mistura para um balão de 250 mL;
3. Repetir esta operação até não haver mais traços de NaOH no béquer;
4. Completar o volume do balão volumétrico (até a marca no pescoço deste) com água destilada,
fechar o frasco e homogeneizar a solução;
5. (padronização) Enxaguar a bureta com cerca de 5 mL da solução de NaOH;
6. Preencher a bureta com a solução de NaOH até cerca de 2/3 de seu volume e verificar a
existência de bolhas de ar. Havendo bolhas, eliminá-las adicionando mais solução de NaOH;
7. Preencher o restante da bureta com a solução até acima da marca de zero. Abrindo a torneira,
deixar a solução gotejar e, cuidadosamente, estabelecer o seu volume na marca de zero. Se a leitura
inicial não for exatamente zero, anotar este valor como volume inicial para subtração do volume final;
8. Pesar cuidadosamente a quantidade de biftalato de potássio calculada (padrão primário) capaz de
neutralizar 25 mL da solução de NaOH 0,1 M. O biftalato de potássio pode ser pesado sobre um
pedaço de papel acetinado. Não se esquecer de anotar a massa exata de biftalato de potássio pesada;
8. Transferir essa massa para um erlenmeyer de 250 mL e adicionar aproximadamente 50 mL de
água;
9. Colocar três gotas do indicador fenolftaleína na solução de biftalato contida no erlenmeyer e iniciar
o processo de titulação. Como o volume aproximado da solução de NaOH necessário para a
neutralização do biftalato foi calculado, cerca de 2/3 desse volume da solução de NaOH podem ser
rapidamente transferidos para o erlenmeyer contendo a solução de biftalato. Enquanto estiver
efetuando esta transferência da solução da bureta para o erlenmeyer, mantenha a solução do
erlenmeyer sob constante agitação;
10. O restante do volume da solução de NaOH deve ser transferido vagarosamente, observando a cor
da solução. Este é um ponto importante, pois a neutralização das soluções será detectada através da
mudança de cor do indicador;
13. Quando a solução de biftalato mudar de cor, parar a transferência da solução de NaOH e anotar o
valor do volume de solução como volume final;
Obs: UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE É QUE QUANDO O NAOH ESTÁ SENDO ADICIONADO A
SOLUÇÃO DESENVOLVE UMA COLORAÇÃO AVERMELHADA NA REGIÃO DE CONTATO DA GOTA COM
A SOLUÇÃO DO ERLENMEYER. ESTA COLORAÇÃO DESAPARECE COM A AGITAÇÃO DO FRASCO. O
DESAPARECIMENTO TORNA-SE MAIS LENTO COM A PROGRESSÃO DA TITULAÇÃO INDICANDO
ASSIM QUE, A ADIÇÃO DA SOLUÇÃO DE NAOH DEVE SER FEITA MAIS LENTAMENTE.
24
6. (padronização) Com uma pipeta volumétrica de 25 mL, transferir 25 mL da solução de HCl
preparada anteriormente para o erlenmeyer de 250 mL;
7. Adicionar 2 ou 3 gotas do indicador fenolftaleína;
8. Titular com a solução de NaOH contida na bureta. Não se esquecer de completar o nível da bureta
até o zero, anotando o volume inicial se ligeiramente diferente de zero;
9. Adicionar 2/3 do volume calculado previamente para neutralizar os 25 mL da solução de HCl;
10. Proceder ao restante da titulação como anteriormente e anotar o volume final. dispensar o
conteúdo do erlenmeyer e lavar este frasco com água destilada;
11. (diluição) Em um balão volumétrico de 100 mL, adicionar água de forma a completar
aproximadamente ¼ de seu volume;
12. Utilizando uma pipeta volumétrica de 25 mL, adicionar 25 mL da solução de HCl e homogeneizar
a mistura. Completar em seguida o nível da solução até a marca no pescoço do balão volumétrico,
homogeneizando mais uma vez a solução;
13. Transferir 25 mL desta solução para o erlenmeyer com o auxílio de uma pipeta volumétrica.
Adicionar 2 ou 3 gotas do indicador fenolftaleína;
14. Zerar a bureta com solução de NaOH e proceder a titulação como anteriormente;
Obs: Por uma questão de tempo, os procedimentos de padronização (titulações) foram feitas uma
única vez nesta prática. Para uma padronização adequada, as titulações deveriam ser feitas no
mínimo 3 vezes para obtenção da média e desvios.
25
II.3 Prática 03: Titulação Ácido-Base (Fortes)
II.3.a Objetivos
II.3.b Introdução
26
desloca para formação de água e portanto, consumo de H+: [H+] < 110-7. Neste caso, o pH fica maior
do que 7 e toda solução pH > 7 é uma solução básica, na qual [H+] < [OH-].
A análise por volumetria de neutralização de um ácido com uma base consiste na adição de
uma solução de uma base de concentração conhecida a um volume conhecido de solução de um
ácido cuja concentração deseja-se determinar. Neste processo, a solução do ácido tem excesso de
íons H+ em relação aos íons OH- e, portanto pH < 7. Com a adição sucessiva da base (íons OH-) estes
vão reagindo com os íons H+ através da reação (1) e a diferença entre [H+ ] e [OH-] vai diminuindo e
como conseqüência o pH aumenta. No caso da titulação de uma base por um ácido ocorre o oposto e
o pH vai diminuindo com a adição do ácido.
O ponto da titulação em que o número de equivalentes de base adicionado for igual ao
número de equivalentes de ácido presente inicialmente na solução de ácido é chamado de Ponto de
Equivalência (PE). No ponto de equivalência, a normalidade da solução desconhecida ou amostra pode
ser calculada por
N b Vb
Na (2)
Va
onde Nb é a normalidade conhecida da base, Vb é o volume adicionado da base e Va é o volume inicial da
amostra da solução ácida. Portanto, o
ponto final de uma titulação de ácido com 14 14
Titulação ácido forte Titulação base forte
base é o ponto de equivalência. Se a 12
com base forte
12
com ácido forte
de equivalência, o pH continua
pH
pH
8 8
PE PE
aumentando. As figuras ao lado mostram 7.0 7.0
6 6
27
indicador possuem cores diferentes. Quando o indicador está em meio fortemente ácido, há um
excesso de íons H+ e pelo princípio de Le Chatelier o equlíbrio da Eq. 3 está deslocado para a forma
protonada (HInd) e a solução tem a coloração dessa forma predominante. Quando o indicador está
em meio fortemente básico, ocorre o oposto e o indicador está predominante na forma deprotonada
(Ind-) que confere sua coloração à solução. A mudança de cor da solução ocorre no pH onde as
concentrações das duas formas do indicador são iguais: [HInd] = [Ind- ]. Esta condição acontece
quando o pH = pKInd (por isso é conveniente representar a constante nesta forma). A mudança de cor
da solução ocorre de maneira contínua e é sensível ao olho humano numa faixa aproximada de 1
unidade de pH acima e abaixo do pKInd, que é chamada de faixa de viragem do indicador = pK Ind 1. Por
exemplo a fenolftaleína tem um pK Ind = 9.1 e sua mudança de incolor (ácido) para rosa (básico) ocorre
na faixa de pH entre 8.1 e 10.1. Um bom indicador para titulações de ácidos e bases fortes deve ter
seu pK Ind o mais próximo possível de 7. A fenolftaleína é comumente utilizada nestas titulações, apesar
da viragem começar em pH = 8.1. Observe as curvas de titulação: a mudança do pH 7 para o pH 8
ocorre de forma tão abrupta que a diferença entre os volumes adicionados nestes pHs seria menor
do que o volume de uma gota e portanto menor que o erro de leitura da bureta.
Assim, a incerteza proveniente da leitura de volume
é maior que o erro da viragem do indicador. 11
0,1 N
Entretanto, as mudanças de pH com volume 10
0,01 N
9
faixa de viragem
adicionado são mais abruptas quanto mais da fenolftaleina 0,001 N
8
concentradas foram as soluções envolvidas na
pH
7
titulação (titulante e amostra). Para soluções mais 6
Soluções de Ácido Clorídrico Hidróxido de Sódio: provocam irritações na pele e devem ser
manuseado com luvas;
pHmetro: este equipamento requer cuidado no manuseio pois seu bulbo é composto de uma
membrana de vidro e portanto sensível.
28
Funcionamento de um pHmetro
A maioria dos pHmetros é composto de um conjunto
chamado eletrodo de membrana de vidro, como mostrado na figura
ao lado, que na realidade é composto de dois eletrodos e uma
membrana de vidro entre eles. O funcionamento do pHmetro é
baseado na medida da diferença de potencial entre um eletrodo
(prata/cloreto de prata: Ag/AgCl) de referência imerso em solução
de KCl saturada (com potencial constante) e um eletrodo do mesmo
tipo, mas imerso em solução contendo íons H+, normalmente HCl 0,1
M. Quando o conjunto é imerso na solução que se deseja determinar
o pH, estes eletrodos se comunicam em solução pelo vidro
sinterizado e pela de membrana de vidro que fica entre eles. Por
causa da diferença de concentração de íons H+ dos dois lados da
membrana (solução amostra e o HCl 0,1 M no interior), aparece uma
diferença de potencial na membrana de vidro. Esta diferença de
potencial da membrana somada à diferença de potencial total entre
os dois eletrodos (V na figura). Portanto, em soluções de diferentes
pH, a diferença de potencial é diferente.
Os circuitos eletrônicos do pHmetro fazem a conversão
entre a diferença de potencial V e o pH da solução. Para tanto, o equipamento deve “conhecer” o
valor da diferença de potencial de soluções de pH conhecido. Isto é feito durante a calibração de pH,
onde o V é registrado pelo pHmetro para algumas soluções padrão (de pH bem definidos). Os íons H+
estão sempre migrando (lentamente) para dentro e fora da membrana de vidro, as características da
membrana mudam lentamente com o tempo: os pHmetros devem ser calibrados periodicamente.
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; Reagentes:
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; - Solução de NaOH 0,1 N;
- 3 Béqueres 2 de 50 ml e 1 de 250 ml; - Solução de HCl 0,1 N;
- Pipeta volumétrica de 25 mL e pipetador; - Indicador fenolftaleína
- Agitador magnético e “pulga” (ou “peixinho”); - Indicador alaranjado de metila
- Procedimento:
A) Calibração do pHmetro:
Dependendo da marca e do modelo, cada pHmetro tem seu procedimento particular de
calibração. Verifique qual é o caso junto ao técnico antes de iniciar o procedimento. Os cuidados com o
eletrodo de membrana é o mesmo para qualquer modelo:
Toda vez que for trocar a solução em contato com o bulbo, este deve ser lavado. Para
tanto, lave cuidadosamente o bulbo de vidro com água destilada, recolhendo a água em um béquer, e
em seguida seque com papel absorvente macio.
29
Após o termino das medidas de pH ou calibração, lave o eletrodo com água destilada, recolocar o
bulbo de vidro na solução de repouso. (completar o nível da solução se necessário).
Não deixe o bulbo fora do meio aquoso por tempos longos.
A) Em um papel milimetrado, construa os gráficos de pH vs. Volume adicionado para obter as curvas
de titulação de ácido forte e base forte, indicando o ponto de equivalência e a região onde as
mudanças de cor da solução foram observadas. Se você tiver domínio de softwares como o Excel ou
Origin, faça as curvas utilizando estes aplicativos.
B) Com as observações sobre mudança de cor observadas, discuta a aplicabilidade dos indicadores
utilizados para as análises volumétricas de neutralização. O alaranjado de metila seria um bom
indicador para marcar o ponto final da titulação do HCl?
30
II.4 Prática 04: Titulação Ácido-Base (Fracos)
II.4.a Objetivos
Em uma solução contendo um ácido ou base forte, todo o ácido/base está dissociado
gerando H+/OH-, como é o caso do ácido clorídrico ou hidróxido de sódio:
HCl H+ + Cl- NaOH Na+ + OH-
Dessa forma, não existe a molécula de HCl ou a base original NaOH em solução aquosa, apenas os
íons H+ e Cl- ou Na+ e OH-. No caso de ácidos fracos ou bases fracas, a dissociação não é completa e
existe um equilíbrio entre as formas iônicas e o ácido/base não dissociado. Este é o caso do ácido
acético ou amônia:
H3C-COOH ⇌ H3C-COO- + H+ Ka
NH3 + H2O ⇌ NH4 + OH + -
Kb
onde K a e K b são as constantes de equilíbrio de ionização do ácido e da base, normalmente
representados na forma logarítmica pK a e pKb (pK = - Log K). Como conseqüência, o número de moles
de íons H+ (ou OH-, no caso de uma base) é menor do que o número de moles de ácido fraco (ou base
fraca) com que a solução foi preparada. Por exemplo, se prepararmos 1 L de solução com 0,1 mol de
HCl (ácido forte), todo HCl se dissocia e produz 0,1 mol de íons H+ , resultando em uma solução com
[H+] = 0,1 M e pH próximo de 1. O ácido acético tem K a = 1.810-5 (pKa = 4.8) e se prepararmos a
solução com 0,1 mol este ácido, a solução terá [H+] < 0,1 M e pH > 1. Com o valor da constante de
equilíbrio de dissociação e as equações de balanço de massa e de carga na solução do ácido (base)
fraco é possível calcular exatamente a [H+].
Em decorrência desse comportamento de ácidos e bases fracas em solução aquosa, suas
curvas de titulação apresentam características distintas daquelas de ácidos e bases fortes. Exemplos
de curvas de titulação de um ácido fraco e de uma base fraca com constantes de ionização igual a
1.810-5 são mostrados na figura abaixo:
14 -5
-5
T itu la ç ã o á c id o f r a c o ( k a = 1 ,8 x 1 0 ) T itu la ç ã o b a s e f r a c a ( k b = 1 ,8 x 1 0 )
c o m b a s e f o r te 11 c o m á c id o fo r te
12
9 ,2 = 1 4 - p K b
9
10
pH
PE
pH
8 .6
7
8
5 .4
5 PE
6
4 ,8 = p K a
1 /2 PE 3
4
1
2
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
V ad / m l V ad / m l
31
As curvas de titulação de ácidos e bases fracas
possuem duas diferenças marcantes em relação à curvas 14
10
1) o perfil da curva até o PE (ponto de equivalências) é 8.6 -5
PE (ác. fraco, pKa = 1,8x10 )
pH
8
marcadamente diferente, apresentando uma inflexão 7.0 PE (ác. forte)
6
quando o volume adicionado do titulante for a metade (V½ ) ácido fraco
4
do volume adicionado no PE. Este ponto é marcado como
2 ácido forte
½ PE. Nesse ponto o pH = pK a (ácido) ou 14 – pKb (base);
0
x/2
pH
x/2
ta
32
retas tangentes à curva e que tenham a mesma inclinação deve cruzar a curva de no PE. Portanto
para localizar o PE basta construir duas retas paralelas (com auxílio de um esquadro) e que sejam
tangentes á curva de titulação nas proximidades do PE (tangentes 1 e dois no gráfico anterior). Em
seguida, traça-se uma reta entre as duas tangentes e determina-se o ponto médio desta reta. Por fim,
basta desenhar uma reta paralela às tangentes (com o esquadro) e que passe por este ponto médio
(mediatriz). O PE fica localizado pelo cruzamento desta mediatriz com a curva te titulação.
O método das derivadas é baseado no fato de que a curva de titulação passa por uma
inclinação (= derivada) máxima no PE. Assim, o gráfico da derivada mostra um valor máximo no PE e
permite sua identificação de forma mais imediata. Esta técnica também permite identificar o ½ PE no
caso pois neste ponto, a inclinação (derivada) é um valor mínimo. Quando o máximo e o mínimo não
são facilmente identificados com precisão, procede-se a uma segunda derivação (derivada da derivada
= derivada segunda). Neste gráfico, os pontos PE e ½ PE são marcados pelos valores onde a cruza o
eixo do volume – eixo x – e são chamados de zeros da curva. Estes gráficos da curva de titulação e de
suas derivadas 1ª e 2ª são mostrados na figura abaixo:
14 1.0
Curva de Titulação a
1 derivada
0.1 a
2 derivada
12
0.8
PE = zero
10 da curva
0.6
0.0
dpH/dVad
PE
pH
8 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
d2pH/dV2ad
0.4
Vad / ml
1/2 PE = ponto PE = ponto
6 de mínimo de máximo 1/2 PE = zero
da curva
0.2 -0.1
4
0.0
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0 10 20 30 40 50
Vad / ml V ad / ml -0.2
O fundamento do método das derivadas é que as variações das curvas vão ficando mais e mais
salientes a medida que se deriva a curva original sucessivamente (derivada 1ª e depois derivada 2ª).
Esta também é a origem de suas dificuldades de aplicação a dados experimentais, pois os desvios
devido aos erros experimentais (ruídos) ficam também potencializados a cada derivação e na maioria
dos casos práticos, a curva original deve passar por algum procedimento de filtragem de ruídos antes
de se proceder as derivadas.
Por fim, cabe ressaltar que tanto o método das tangentes como o método das derivadas
podem ser aplicados a qualquer titulação, tanto de ácidos e bases fracos como fortes, ou ainda outros
métodos de titulação potenciométrica. Nesta prática será construída a curva de titulação de um ácido
fraco e o método das tangentes será aplicado para determinar o PE.
Soluções de Ácido Acético e Hidróxido de Sódio: provocam irritações na pele e devem ser
manuseado com luvas;
pHmetro: este equipamento requer cuidado no manuseio pois seu bulbo é composto de uma
membrana de vidro e portanto sensível.
33
II.4.d Parte Experimental
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; Reagentes:
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; - Solução de NaOH 0,1 N;
- 2 Béqueres 1 de 50 ml e 1 de 250 ml; - Solução de H3C-COOH (ácido acético) 0,1 N;
- Pipeta volumétrica de 25 mL e pipetador; - Indicador fenolftaleína.
- Agitador magnético e “pulga” (ou “peixinho”);
- Procedimento:
A) Calibração do pHmetro:
1. Calibre o pH como na prática anterior.
A) Em um papel milimetrado, construa os gráficos de pH vs. Volume adicionado para obter as curvas
de titulação de ácido fraco com base forte. Se você tiver domínio de softwares como o Excel ou Origin,
faça as curvas utilizando estes aplicativos.
B) Utilize o método das tangentes para determinar o PE a partir do gráfico obtido. Se você tiver
domínio de algum software como o Excel ou Origin que diponha derivação para análise de dados, faça
34
as curvas de derivadas 1ª e 2ª e compare o volume e pH do PE obtido por este método e o método
anterior.
C) A partir do PE, determine o pH em ½ PE. Compare o valor obtido com o valor teórico do pKa do
ácido acético (4.76).
D) Compare o valor do pH do ponto de equivalência determinado pela curva com a faixa da viragem do
indicador e discuta a aplicabilidade da fenolftaleína como indicador para esta titulação.
35
II.5 Prática 05: Soluções Tampão
II.5.a Objetivos
II.5.b Introdução
pH
dissociada HA tem valor próximo do valor da 6
36
de assimilar adições de íons H+ ou OH- e manter o pH constante. A concentração máxima de íons H+
ou OH- que uma solução tampão pode assimilar sem alterar significativamente o pH é dado pela
seguinte relação entre as concentrações de HA e e A-:
[HA ] [A ]
C max 2,3
[HA ] [ A ]
No caso das soluções tampão do exemplo anterior, as capacidades ( ou poder tamponante) seriam:
0,01 0,01
Cmax 2,3 0,01M , ou seja , 0,01 moles de íons H+/OH- por litro de tampão
0,01 0,01
1,0 1,0
C max 2,3 1,0 M , ou seja , 1,0 moles de íons H+/OH- por litro de tampão
1,0 1,0
vemos portanto que, embora as duas soluções tampão tenham o mesmo pH, a solução de maior
concentração suporta a adição de uma quantidade até 100 vezes maior de ácidos ou bases. Uma
conseqüência do fato do pH depender da razão das concentrações de ácido e base conjugadas é a
invariabilidade do pH de soluções tampão frente à diluição. A diluição de um tampão, embora altere as
concentrações das espécies iônicas (e, portanto a capacidade de tamponamento) não altera o pH.
Para um determinado par conjugado ácido-base (descrito pelo seu pK a), pode-se preparar
soluções tampão em qualquer pH na faixa aproximada entre pKa – 1 < pH < pKa +1 pela escolha da
razão apropriada entre as concentrações do ácido e seu ânion (ou base conjugada) de acordo com a
equação de Henderson-Hasselbach. Entretanto, como pode ser verificado pela a equação que define o
poder tamponante, a medida que as concentrações do ácido e da base conjugada vão ficando
diferentes, o poder tamponante fica menor. O máximo poder tamponante é obtido quando as
concentrações da ácido e da base conjugada são iguais (situação em que pH do tampão = pKa).
Quando o pH está fora da faixa pKa 1, a concentração de um dos componentes do tampão é mais
que 10 vezes menor que a do outro componente e o poder tamponante é praticamente perdido.
Uma propriedade importante de um meio aquoso de eletrólitos é a sua força iônica (I):
I = ½ zi2.[i]
onde zi é a carga da espécie iônica i e [i] a sua concentração. A soma é feita para todas as espécies
iônicas presentes na solução. A velocidade e a constante de equilíbrio de reações químicas envolvendo
íons dependem em geral da força iônica do meio. Se numa reação química há formação ou consumo
de íons H+ e OH-, a utilização de um meio tamponado é uma maneira de se manter tanto as
concentrações de H+ e OH-, constantes, bem como a força iônica. Soluções tampão podem ser
preparadas para atender não só ao requisito de pH constante (dentro da faixa pKa 1), como também
para manter a força iônica constante em reações que envolvem íons H+ e OH-.
O cálculo das concentrações de necessárias para fazer uma solução tampão de força iônica
e pH desejados pode ser feito pela utilização das equações de Henderson-Hasselbach e pela definição
de força iônica. Por exemplo, suponha que seja necessário um tampão acetato (par conjugado acido
acético e íon acetato, pka = 4.8) com pH = 5 e força iônica I = 0,5. Pela equação de Henderson-
Hasselbach as concentrações de ácido acético [HOAc] e ânion acetato [OAc-] devem estar na seguinte
proporção:
37
[A ] [OAc ] [OAc ]
pH pK a Log substituindo os valores: 5 4,8 Log Log 0, 2 e
[HA ] [ HOAc ] [ HOAc ]
[OAc ]
100, 2 1,6 . Isso indica que, para pH 5, a relação entre as concentrações de acido acético e
[HOAc ]
acetato devem estar na proporção tal que [OAc-] = 1,6 [HOAc]. A força iônica do meio vem do sal de
acetato adicionado (por exemplo acetato de sódio NaOAc). O acetato de sódio dissocia
completamente e produz íons OAc- (z = -1) e Na+ (z = +1), cada íon com a mesma concentração do sal
adicionado. A força iônica nesse caso é dada por: I = ½ (+1)2[Na+]+½ (+1)2[OAc-].
I = ½ [Na+]+½ [OAc-].
Como proporção estequiométrica de sódio e acetato no sal é 1:1, então a [Na+] = [OAc-] e a força
iônica é igual à própria concentração do sal ( I = ½ [OAc-].+½ [OAc-] = [OAc-]). Sendo assim, o tampão
acetato de força iônica 0,5 deve ter [OAc-] = 0,5 M. para que este tampão tenha pH = 5, a
concentração do ácido do ácido acético deve ser [HOAc] = [OAc-]/1,6 = 0,31 M. Dessa forma, o
tampão acetato desejado (pH = 5 e I = 0,5) pode ser preparado pela adição de 0,5 moles de NaOAc
(acetato de sódio) e 0,31 moles de HOAc (ácido acético) por litro de tampão.
Uma maneira de alternativa de se preparar um tampão é pela neutralização parcial do ácido
fraco. Nesse caso, o mesmo tampão anterior poderia ser obtido pela mistura de 0,5 moles de NaOH
a uma solução contendo 0,81 moles de HOAc de modo a obter para cada litro. Os 0,5 moles de NaOH
iriam neutralizar a mesma quantidade (0,5 moles) de HOAc produzindo 0,5 moles de acetato no meio
e deixando 0,31 moles (0,81 – 0,5) de HOAc não neutralizados. este método é mais prático pois o pH
pode ser ajustado com maior precisão pela adição controlada da base, evitando erros provenientes
dos cálculos aproximados envolvidos no outro método. Em geral, no preparo de um tampão por
qualquer dos métodos, o ajuste final do pH pela adição controlada de ácido ou base forte deve ser feita
quando possível, tomando o cuidado para não alterar significativamente a força iônica.
Um tampão biológico muito importante é o tampão fosfato. O ácido fosfórico tem 3
hidrogênios ionizáveis. Cada equilíbrio de dissociação tem seu próprio valor de pKa:
H3PO4 ⇌ H2 PO4- + H+ pKa1 = 1,96
H2PO4 - ⇌ HPO4 -2 + H+ pKa2 = 7,12
HPO4 ⇌ PO4 + H
- -3 +
pKa2 = 12,32
Cada um destes equilíbrios pode dar origem a um tampão de pH na faixa de pKa 1 e podemos
escrever uma equação de Henderson-Hasselbach para cada equilíbrio de dissociação:
[ H 2 PO 4 ] [HPO 4 2 ] [PO 4 3 ]
pH pK a1 Log , pH pK a 2 Log
e pH pK a 3 Log ,
[H 3 PO 4 ] [H 2 PO 4 ] [HPO 4 2 ]
Como o pH característico de sistemas biológicos fica em torno de 7, o tampão formado pelas
espécies dihidrógeno fosfato (H2 PO4-) e hidrógeno fosfato (HPO4-2 ) é adequado para manter o pH na
faixa de interesse em sistemas biológicos. este tampão pode ser obtido por mistura na quantidade e
proporção apropriada de sais dos íons H2PO4- e HPO4 -2 de modo a se obter uma solução com pH e
força iônica desejados.
Nesta prática serão preparadas soluções tampão e suas resistência á variação de pH
verificadas em comparação a uma solução não tamponada.
38
II.5.c Cuidados e precauções
Soluções de Ácido Acético, Ácido Fosfórico, Ácido Clorídrico e Hidróxido de Sódio: provocam
irritações na pele e devem ser manuseado com luvas;
pHmetro: este equipamento requer cuidado no manuseio pois seu bulbo é composto de uma
membrana de vidro e portanto sensível.
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; Reagentes:
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; - Solução de NaOH 1 M;
- Béqueres 3 de 100 ml e 1 de 250 ml; - Solução de H3C-COOH (ácido acético) 1 M;
- Pipeta volumétrica de 10 mL e pipetador; - Solução de H3 PO4 1 M;
- Agitador magnético e “pulga” (ou “peixinho”); - Solução de HCl 0,001 M;.
- Pipeta Pasteur;
- 3 balões Volumétricos de 100 ml;
- Procedimento:
A) Calibração do pHmetro:
1. Calibre o pH como na prática anterior.
39
M de NaOH. Nesse ponto o pH deve estar próximo ao valor de pKa2 (7,12) do ácido fosfórico (por
que?). Meça o pH do tampão preparado a e continue adicionando solução de NaOH com a pipeta
Pasteur até atingir o valor desejado de pH (7,4). Faça a adição de maneira cautelosa quando o pH
estiver próximo de 7,4. Transfira a solução para o balão de 100 ml e complete até a marca com água
destilada;
4. Transfira um pouco da solução tampão preparada para um béquer de 100 ml, meça o pH final e
anote.
40
II.6 Prática 06: Titulação Redox : Iodometria
II.6.a Objetivos
II.6.b Introdução
41
cloro ativo presente forma a mesma quantidade molar de iodo (estequiometria 1:1 entre Cl2 e I2 ), a
concentração molar do cloro ativo pode ser calculada por:
MCl2 × Valiq = MS2O3 × Vtit /2 (1)
Onde Valiq é o volume da alíquota de alvejante retirado para análise e Vtit é o volume de tiossulfato gasto
na titulação.
Na iodometria, o titulante tiossulfato não é um bom padrão primário já que não é um
composto muito estável e sofre lenta degradação. A solução de tiossulfato deve, portanto ser
padronizada. Um bom padrão primário para a padronização do tiossulfato é o íon dicromato. A
padronização do tiossulfato com dicromato (Cr2O7 -2) segue o mesmo procedimento da iodometria.
Pesa-se uma massa conhecida de dicromato de potássio e adiciona-se excesso de iodeto de potássio
em meio ácido para formação do iodo segundo a reação:
Cr2O7 -2 + 14H+ + 6I- 3I2 + 2Cr+3 + 7 H2O
O iodo formado é então titulado com tiossulfato. Como para cada mol de dicromato há formação de 3
moles de iodo, podemos escrever a reação da titulação de padronização do tiossulfato
3 I2 + 6 S2O3-2 6 I- + 3 S4O6 -2
De forma que a reação global da padronização pode ser escrita como:
Cr2O7-2 + 14H+ + 6 S2O3-2 + 2Cr+3 + 3 S4 O6 -2 + 7 H2O
Nesse caso, no PE, o cálculo da concentração molar de tiossulfato deve levar em conta a
estequiometria de 6 moles de tiossulfato reduzem 1 mol de dicromato: MS2O3 = 6 nCr2O7 1000/ Vpad (no
P.E), em que Vpad é o volume gasto de tiossulfato na padronização em ml e nCr2O7 é o numero de moles
pesado do padrão primário dicromato de potássio.
O cálculo da concentração de tiossulfato durante a padronização não precisa ser feito
explicitamente. Se substituirmos a fórmula anterior da molaridade de tiossulfato na equação 1 (da
titulação do alvejante), obtemos:
n Cr 2 O 7 Vtit
M Cl 2 3 1000
Vpad Valiq
II.6.c Precauções
As soluções e produtos utilizados podem causar irritações nos olhos e na pele e devem ser
manuseados com cuidado.
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; - 0,5 L Solução de Na2S2O3 0,1 M (tiossulfato de
- Erlenmeyer de 125 ml; sódio);
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; - 200 ml Solução de KI 10 % (iodeto de potássio);
- 1 Béquer de 100 ml e 1 de 250 ml; - 50 ml Solução de Amido 0.5 % ;
- Pipeta volumétrica de 2 mL e pipetador; - 0,5 L Solução de H2 SO4 1,0 M (ácido sulfúrico);
- Pipeta Graduada de 10 ml - K2Cr2 O7 (dicromato de Potássio);
- Alvejante comercial
42
- Cálculos prévios (feitos no caderno de laboratório):
1. Calcular a massa de dicromato de potássio (PM = 294,19 g/mol) para que na titulação com
tiossulfato (iodometria) sejam gastos 25 ml de solução 0,1 M de tiossulfato.
- Procedimento:
A) Padronização do Tiossulfato:
1. Pese a massa calculada de dicromato de potássio em um papel de pesagem e transfira para o
erlenmeyer. Anotar a massa;
2. Adicione ao erlenmeyer 20 ml de água destilada e mais 20 ml de solução de ácido sulfúrico 1,0 M.
Agite até dissolução completa do dicromato.
3. Adicione 5 ml de solução de KI 10% e aguarde por volta de 10 minutos para a reação se completar
se possível em ambiente escuro (dentro do armário);
4. Encher e zerar a bureta com a solução de tiossulfato, verificando para que não haja bolhas;
5. Proceder a titulação da solução de dicromato até que esta adquira uma coloração amarelo pálida.
Neste ponto interromper a titulação e adicionar 1 ml de solução 0,5 % de amido.
6. Prosseguir a titulação até o desaparecimento da coloração anil. Anotar o volume.
Calcule a concentração molar de cloro ativo no alvejante em moles por litro e em gramas por
litro. Compare com o valor declarado na embalagem do produto comercial utilizado.
.
43
II.7 Prática 07: Titulação Redox : Permanganatometria
II.7.a Objetivos
II.7.b Introdução
44
Para calcular a concentração da água oxigenada em volumes a partir da concentração molar, pode-se
utilizar a lei dos gases ideais para calcular volume em ml de certo número de moles de oxigênio nas
CNTP:
VO2 = nO2 22,41000.
Pela reação de decomposição da água oxigenada tem-se que 1 mol H2O2 produz ½ mol de O2. O
número de moles H2O2 de em 1 ml nH2O2 = MH2O2 / 1000 e o número de O2 evoluído de um ml seria a
metade deste valor:
VO2 = MH2O2 11,2.
II.7.c Precauções
As soluções e produtos utilizados (oxidantes/redutores fortes) podem causar irritações na
pele e devem ser manuseados com cuidado.
Não coloque o termômetro nas soluções durante a titulação. O permanganato reage
explosivamente com subst6ancias orgânicas como o álcool. O controle de temperatura deve ser feito
pelo banho térmico.
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; - 0,5 L Solução de KMnO4 0,02 M (permanganato
- 2 Erlenmeyer de 250 ml; de potássio);
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; - 0,5 L Solução H2SO4 1:8 (v/v)
- 1 Béquer de 100 ml; - 5 g Na2C2O4 (oxalato de sódio) (previamente
- Micropipeta de 1000 mL (uso comum); deixado por 2 h em estufa a 120 C) ;
- Chapa aquecedora e béquer de 1 L; - Água Oxigenada Comercial (10 volumes)
- termômetro;
- Procedimento:
A) Padronização do Permanganato:
1. Pese a massa calculada de oxalato de sódio em um papel de pesagem e transfira para o
erlenmeyer. Anotar a massa;
2. Adicione ao erlenmeyer 50 ml de água destilada e mais 15 ml de solução de ácido sulfúrico 1:8 v/v
Agite até dissolução completa do oxalato.
3. Mergulhe o erlenmeyer no béquer de 1 L contendo água a aproximadamente 90 C e espere até o
equilíbrio térmico;
4. Encher e zerar a bureta com a solução de permanganato, verificando para que não haja bolhas;
45
5. Proceder a titulação da solução de oxalato até que esta adquira uma coloração violácea pálida que
se mantenha por 30 segundos. Anotar o volume. Obs: No ponto final, a solução titulada deve estar
acima de 60C e, portanto a titulação deve ser feita rapidamente.
6. repita o procedimento (duplicata).
46
II.8 Prática 08: Titulação de Precipitação
II.8.a Objetivos
II.8.b Introdução
47
II.8.c Precauções
O AgNO3 é oxidante, podendo causar irritações e manchas na pele e deve ser manuseado
com cuidado.
Material Necessário
- Suporte universal com Garra para bureta; - 0,5 L Solução de AgNO3 0,05 M (nitrato de
- Bureta de 50 mL e Proveta de 25 ml; prata);
- 1 Béquer de 50 ml; - 50 ml Solução de K2 CrO4 0,1 M (cromato de
- Erlenmeyer de 125 ml; potássio);
- Pipeta volumétrica de 25 mL e pipetador; - NaCl sólido (cloreto de sódio);
- Procedimento:
48