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Manual do Residente

2.022
Programa do Curso de Residência
Médica em Cirurgia Geral

IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Nome do Curso: Residência Médica em Cirurgia Geral

Coordenação: Dr. Marcelo Paulo Serafini Gonçalves

CARGA HORÁRIA
Carga horária total: 2.880 horas/ano

Regime: 60 horas semanais, com 30 dias de férias/ano

Duração: 03 anos
JUSTIFICATIVA
A Residência Médica na área de Cirurgia Geral constitui modalidade
de ensino de pós-graduação, destinada a médicos, sob forma de curso de
Especialização, caracterizada por treinamento, orientada e supervisionada
por professores e profissionais médicos ou possuidores de qualificação
equivalente, de elevada qualificação profissional e ética.

O programa é desenvolvido de modo contínuo no período de 6


anos, de modo que o médico residente participe da Clínica Cirúrgica e
atividades correlatas, embasado em um processo teórico e prático,
propiciando competência técnica e profissional básica ao término do
programa.

OBJETIVO
O Programa de Residência Médica foi planejado com o objetivo de
formar Médicos Cirurgiões Gerais, por meio da educação e treinamento
em serviço, para atuar em equipe multiprofissional e em todos os níveis
de atenção a saúde, fundamentada nos princípios e diretrizes propostos
pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Tornar o médico residente apto a
prevenir, diagnosticar e tratar as doenças relacionadas com a Cirurgia
Geral, ter habilidades e competências para realização de procedimentos
cirúrgicos contemplados pela especialidade, atendimento de pacientes em
Ambulatório e Enfermaria de Cirurgia Geral, Unidade de Emergência e
Terapia Intensiva.
Dentre as habilidades e competências, o médico residente estará
apto a:

• Realizar diagnóstico das principais patologias cirúrgicas;

• Realizar avaliação e preparos pré-operatórios;

• Avaliar risco cirúrgico, indicações cirúrgicas eletivas, urgentes e


emergenciais;

• Realizar cirurgias eletivas, urgentes e emergenciais;

• Realizar procedimentos emergenciais (cricotireoidostomia,


toracocentese, intubação orotraqueal, dentre outros;

• Realizar cirurgias ambulatoriais e procedimentos como dissecção


venosa, drenagem de tórax, traqueostomia, dentre outros;

• Assistir aos pacientes em ambiente de enfermaria e unidade de


terapia intensiva.

O residente formado pelo Programa de Residência Médica em


Cirurgia Geral do HMU/Guarulhos deverá agregar ao seu perfil qualidades
de espírito de equipe, comportamento crítico e ético somados a uma
sólida formação para que seja incessante na busca do conhecimento, sem
desrespeitar o ser humano em sua inserção sócio-cultural.

ESTÁGIOS
1º ANO
- Enfermaria (06 meses)
- Emergência (02 meses)
- Vascular (1 mês)
- Torax (1 mês)
- Urologia (1 mês)
- Férias (1 mês)
- Técnica Cirúrgica/SVO (Anual*)
2º ANO
- Enfermaria (06 meses)
- Emergência (03 meses)
- Cirurgia Pediátrica (01 mês)
- Coloproctologia (01 mês)
- Férias (01 mês)
- Técnica Cirúrgica/SVO (Anual*)

3º ANO
- Cirurgia Bariátrica (01 mês)
- Transplante de órgãos (01 mês)
- Enfermaria (09 meses)
- Férias (01 mês)

ATIVIDADES TEÓRICAS

Sextas-feiras
16:00 – Reunião de Metodologia Científica (Abril, Maio, Junho)
17:00 – Reunião Científica da Cirurgia Geral
Mensal – Apresentação de Caso Clínico e Artigo Científico
Bimestral – Reunião Científica de Óbito
Trimestral – Reunião de Clínica Cirúrgica e Radiologia
ESCALAS DOS RESIDENTES (R2) – 2022

R2 - MIRLLA

MARÇO ENFERMARIA
PRONTO
ABRIL
SOCORRO
MAIO ENFERMARIA

JUNHO TORAX

JULHO ENFERMARIA

AGOSTO VASCULAR

SETEMBRO ENFERMARIA

OUTUBRO FÉRIAS

NOVEMBRO OPTATIVO

DEZEMBRO PEDIATRICA

JANEIRO UROLOGIA
PRONTO
FEVEREIRO
SOCORRO
ESCALAS DOS RESIDENTES (R1) – 2022

R1 – “A” CAROLINA
MARÇO PRONTO SOCORRO ENFERMARIA

ABRIL ENFERMARIA TORAX

MAIO TORAX ENFERMARIA

JUNHO ENFERMARIA VASCULAR

JULHO UROLOGIA ENFERMARIA

AGOSTO ENFERMARIA FÉRIAS

SETEMBRO FEÉRIAS ENFERMARIA

OUTUBRO ENFERMARIA PRONTO SOCORRO

NOVEMBRO PRONTO SOCORRO ENFERMARIA

DEZEMBRO ENFERMARIA UROLOGIA

JANEIRO VASCULAR ENFERMARIA

FEVEREIRO ENFERMARIA PRONTO SOCORRO


Descrição dos Estágios
• ENFERMARIA

Os estágios em Enfermaria estão entre os mais importantes estágios do


Programa de Residência Médica, visto que compreende os estágios de Cirurgia Geral,
Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia, envolvendo, portanto, quase metade
da carga horária obrigatória, ou seja, 10 dos 22 meses. Estes estão distribuídos entre o
1º ANO (06 meses) , 2º ANO (06 meses), e no 3 º ano (09 meses).

Todos os estágios de Enfermaria são realizados no Hospital Municipal de


Urgências de Guarulhos, com sua rotina distribuída entre Visitas de Enfermaria aos
pacientes internados, Ambulatórios de Cirurgia Geral, de Cirurgia do Aparelho
Digestivo e Coloproctologia, e Realização de Cirurgias Eletivas.

As Visitas de Enfermaria são fundamentais na formação do Médico Cirurgião,


pois, além de permitir o aperfeiçoamento diário do Relacionamento Médico-Paciente,
pilar primordial no processo saúde-doença, permite, sobretudo, o desenvolvimento
satisfatório da Clínica Cirúrgica em Cirurgia Geral, Aparelho Digestivo e
Coloproctologia. Abordando aspectos pré e pós-operatórios, bem como das principais
patologias cirúrgicas, busca-se um aprofundamento dos métodos diagnósticos e
terapêuticos, de modo a compreender a História Natural das Doenças e das
Abordagens Cirúrgicas.

Nos Ambulatórios de Cirurgia Geral, de Cirurgia do Aparelho Digestivo e


Coloproctologia, o Residente tem a oportunidade de praticar, a partir de consultas
previamente agendadas, métodos de investigação diagnóstica das principais patologias
cirúrgicas, realização das avaliações pré-operatórias, acompanhamento ambulatorial
dos pós-operatórios, bem como do desenvolvimento ambulatorial do Relacionamento
Médico-Paciente. Também nos Ambulatórios, a partir do diagnóstico, da indicação
terapêutica, da avaliação pré-operatória dos riscos cirúrgicos e anestésicos, são
programadas e agendadas as Cirurgias Eletivas.

Nas Cirurgias Eletivas, o Residente tem a oportunidade de desenvolver seus


Conhecimentos de Anatomia Funcional e Cirúrgica, de desenvolver suas Habilidades
Psicomotoras e de Técnicas Cirúrgicas, realizando diversos procedimentos cirúrgicos
eletivos, dentre os mais comuns: hernioplastias da parede abdominal,
colecistectomias, biópsias incisionais e excisionais, procedimentos proctológicos nas
doenças orificiais e perianais, enterectomias com reconstruções, ostomias de delgado
e cólon, gastrostomais, gastrectomias e demais anastomoses gastrointestinais.
Vale ressaltar que os Residentes em estágio de Enfermaria encontram-se
disponíveis, nos momentos oportunos, para auxiliar em procedimentos cirúrgicos de
outras especialidades: urologia, cirurgia vascular, cirurgia torácica, pequenas cirurgias.

• EMERGÊNCIAS
Os estágios de Emergências Clínica Cirúrgica são realizados no Pronto-Socorro
do Hospital Municipal de Urgências de Guarulhos. O principal objetivo desse estágio é
a qualificação para o atendimento integral aos casos de urgências e emergências
traumáticas e não traumáticas, com ênfase no diagnóstico e tratamento do abdome
agudo não traumático, no atendimento inicial ao politraumatizado, e na condução das
lesões traumáticas cervicais, torácicas e abdominais.

Durante o estágio, o Residente encontrar-se-á constantemente na Sala de


Atendimento da Cirurgia Geral do Pronto-Socorro, onde realizará, somente sob
supervisão dos Médicos Cirurgiões Plantonistas, atendimentos iniciais, com coleta de
história clínica, exame físico, discussões diagnósticas e terapêuticas, realização de
pequenos procedimentos, tais como drenagem de pequenos abscessos e suturas. A
partir das suspeitas diagnósticas e suas relativas indicações cirúrgicas, o Residente, em
ambiente de Centro Cirúrgico, terá a oportunidade de auxiliar os procedimentos
cirúrgicos, desde a instrumentação cirúrgica, até se posicionar como Cirurgião Auxiliar,
realizando, por exemplo, abertura e fechamento da cavidade abdominal, dentre outros
procedimentos previstos que constam na Resolução CNRM Nº13/2004 (ANEXO 01).

Ressalta-se que todos os pacientes admitidos no Pronto-Socorro, internados


para observação da evolução de sua patologia, para investigação diagnóstica, ou
mesmo em processo terapêutico, deverão ser de completo conhecimento do
Residente do estágio, este realizando, sempre sob supervisão dos Cirurgiões
Plantonistas, a evolução, prescrição e discussão diária dos casos. Os Residentes em 2º
ano de Programa (R2) terão o compromisso diário da realização de levantamento dos
casos, ao final do dia, juntamente com os Residentes em 1º ano de Programa (R1) com
o intuito de ampliar a rotatividade dos leitos de emergências, bem como de propiciar a
seleção de casos específicos para reuniões acadêmicas.

Vale ressaltar ainda que os Residentes em estágio de Emergências encontram-


se sempre disponíveis para a realização de procedimentos invasivos, sob supervisão de
Médicos Plantonistas, inclusive em pacientes de outras especialidades, tais como:
acesso venoso central, paracenteses e toracocenteses diagnósticas ou de alívio,
drenagens torácicas, drenagem de abscessos, entre outros.
• CIRURGIA TÓRACICA
O estágio é realizado no Hospital Municipal de Urgências-HMU aos cuidados do Dr
Olarewaju Miussi Adedamola Ladipo

• CIRURGIA PEDIÁTRICA
O estágio é realizado no Hospital Municipal da Criança e do Adolescente-HMCA

• CIRURGIA VASCULAR
O estágio é realizado no Hospital Heliópolis aos cuidados do Dr. Juvêncio Jose Dualibi
Furtado

• UROLOGIA
O estágio é realizado no Hospital Santa Marcelina aos cuidados do Dr Luiz Budbi

• TÉCNICA CIRÚRGICA/SVO
O estágio é realizado no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital - USP São Paulo.
Atividades Teóricas – 2022
• CIRURGIA GERAL

CONTÉUDOS DATAS
(ANEXO 01)
Supervisor do Programa de Residencia em
Cirurgia geral -HMU
Dr. Marcelo Paulo Serafini Gonçalves Supervisor da Cirurgia Geral
Dr. Octavio Pozzi Loverzo Vice Supervisor da Cirurgia Geral

Maria de Lourdes Gichet Secretária

(ANEXO 02)
CÓDIGO DE ÉTICA

Índice

Preâmbulo.............................................................................................................................................. Pág.
2
Capítulo I: Princípios Fundamentais.................................................................................................... Pág.
3
Capítulo II: Direitos do Médico........................................................................................................... Pág.
4
Capítulo III: Responsabilidade Profissional........................................................................................ Pág.
5
Capítulo IV: Direitos Humanos............................................................................................................ Pág.
6
Capítulo V: Relação com Pacientes e seus Familiares........................................................................ Pág.
7
Capítulo VI: Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos................................................................... Pág.
8
Capítulo VII: Relação entre Médicos................................................................................................... Pág.
8
Capítulo VIII: Remuneração Profissional........................................................................................... Pág.
9
Capítulo IX: Segredo Médico............................................................................................................... Pág.
10
Capítulo X: Atestado e Boletim Médico................................................................................................ Pág.
10
Capítulo XI: Perícia Médica................................................................................................................ Pág.
11
Capítulo XII: Pesquisa Médica............................................................................................................ Pág.
11
Capítulo XIII: Publicidade e Trabalhos Científicos............................................................................ Pág.
12
Capítulo XIV: Disposições Gerais....................................................................................................... Pág.
12
Preâmbulo

I - O presente Código contém as normas  éticas que devem ser seguidas pelos médicos no
exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem.

II - As organizações de prestação de serviços médicos estão sujeitas  às normas deste Código.

III - Para o exercício da Medicina impõe-se a inscrição no Conselho Regional do respectivo


Estado, Território ou Distrito Federal.

IV - A fim de garantir o acatamento e cabal execução deste Código, cabe ao médico comunicar ao
Conselho Regional de Medicina, com discrição e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que
caracterizem possível infrigência do presente Código e das Normas que regulam o exercício da Medicina.
V - A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição dos
Conselhos de Medicina, das Comissões de Ética, das autoridades da área de Saúde e dos
médicos em geral.

VI - Os infratores do presente Código sujeitar-se-ão  às penas disciplinares previstas em lei.

Capítulo I - Princípios Fundamentais

Art. 1° - A Medicina  é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e


deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 2° - O alvo de toda a atenção do médico  é a saúde do ser humano, em benefício da qual
deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

Art. 3° - A fim de que possa exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico deve ser boas
condições de trabalho e ser remunerado de forma justa.

Art. 4° - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo
pretígio e bom conceito da profissão.

Art. 5° - O médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do


progresso científico em benefício do paciente.

Art. 6° - O médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando sempre em
benefício do paciente. Jamais utilizará seus conhecimentos para gerar sofrimento físico ou
moral, para o extermínio do ser humano, ou para permitir e acobertar tentativa contra sua
dignidade e integridade.

Art. 7° - O médico deve exercer a profissão com ampla autonomia, não sendo obrigado a
prestar serviços profissionais a quem ele não deseje, salvo na ausência de outro médico, em
casos de urgência, ou quando sua negativa possa trazer danos irreversíveis ao paciente.

Art. 8° - O médico não pode, em qualquer circunstância, ou sob qualquer pretexto, renunciar à
sua liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam
prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.

Art. 9° - A Medicina não pode , em qualquer circunstância, ou de qualquer forma, ser exercida
como comércio.
Art. 10° - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro,
finalidade política ou religiosa.

Art. 11° - O médico deve manter sigilo quanto às informações confidenciais de que tiver
conhecimento no desempenho de suas funções. O Mesmo se aplica ao trabalho em empresas,
exceto nos casos em que seu silêncio prejudique ou ponha em risco a saúde do trabalhador ou
da comunidade.

Art. 12° - O médico deve buscar a melhor adequação do trabalho ao ser humano e a
eliminação ou controle dos riscos inerentes ao trabalho.

Art. 13° - O médico deve denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição
ou deterioração do meio ambiente, prejudiciais à saúde e à vida.

Art. 14° - O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos
serviços médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à
educação sanitária e à legislação referente à saúde.

Art. 15° - Deve o médico ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional,
seja por remuneração condigna, seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício
ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico.

Art. 16° - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital, ou instituição pública, ou


privada poderá limitar a escolha, por parte do médico, dos meios a serem postos em prática
para o estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento, salvo quando em
benefício do paciente.

Art. 17° - O médico investido em função de direção tem o dever de assegurar as condições
mínimas para o desempenho  ético-profissional da Medicina.

Art. 18° - As relações do médico com os demais profissionais em exercício na área de saúde
devem basear-se no respeito mútuo, na liberdade e independência profissional de cada um,
buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente.

Art. 19° - O médico deve ter, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem,
todavia, eximir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à Comissão de Ética
da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, ao Conselho Regional
de Medicina.

Capítulo II - Direitos do Médico

É direito do médico:

Art. 20 - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo,
nacionalidade, cor opção sexual, idade, condição social, opinião política, ou de qualquer outra
natureza.

Art. 21 - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas


reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no País.
Art. 22 - Apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que trabalhe, quando
as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se,
nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à Comissão de Ética e ao Conselho
Regional de Medicina de sua jurisdição.

Art. 23 - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as


condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar o paciente.

Art. 24 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública


ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício profissional
ou não o remunerar condignamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência,
devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina.

Art. 25 - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados com ou sem caráter
filantrópico, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas da
instituição.

Art. 26 - Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no


exercício de sua profissão.

Art. 27 - Dedicar ao paciente, quando trabalhar com relação de emprego, o tempo que sua
experiência e capacidade profissional recomendarem para o desempenho de sua atividade,
evitando que o acúmulo de encargos ou de consultas prejudique o paciente.

Art. 28 - Recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam
contrários aos ditames de sua consciência.

Capítulo III - Responsabilidade Profissional

Art. 29 - Praticar atos profissionais danosos ao paciente, que possam ser caracterizados como
imperícia, imprudência ou negligência.

Art. 30 - Delegar à outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão médica.

Art. 31 - Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do


qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente.
Art. 32 - Isentar-se de responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou
indicado, ainda que este tenha sido solicitado ou consentido pelo paciente ou seu responsável
legal.

Art. 33 - Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou
efetivamente.

Art. 34 - Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstâncias ocasionais, exceto nos casos em
que isso possa ser devidamente comprovado.

Art. 35 - Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação
fazê-lo, colocando em risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por decisão majoritária da
categoria.

Art. 36 - Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar


outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes em estado grave.

Art. 37 - Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou abandoná-lo sem a


presença de substituto, salvo por motivo de força maior.

Art. 38 - Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina, ou com profissionais ou


instituições médicas que pratiquem atos ilícitos.

Art. 39 - Receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas
de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos.

Art. 40 - Deixar de esclarecer o trabalhador sobre condições de trabalho que ponham em risco
sua saúde, devendo comunicar o fato aos responsáveis, às autoridades e ao Conselho Regional
de Medicina.

Art. 41 - Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou


profissionais de sua doença.

Art. 42 - Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação do País.

Art. 43 - Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou tecidos,


esterilização, fecundação artificial e abortamento.

Art. 44 - Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a legislação pertinente.

Art. 45 - Deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos Federal e
Regionais de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou
notificações, no prazo determinado.
Capítulo IV - Direitos Humanos

É vedado ao médico:

Art. 46 - Efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e consentimento


prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo iminente perigo de vida.

Art. 47 - Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.

Art. 48 - Exercer sua autoridade de maneira a limitar o direito do paciente de decidir


livremente sobre a sua pessoa ou seu bem-estar.

Art. 49 - Participar da prática de tortura ou de outras formas de procedimento degradantes,


desumanas ou cruéis, ser conivente com tais práticas ou não as denunciar quando delas tiver
conhecimento.

Art. 50 - Fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que facilitem a prática


de tortura ou outras formas de procedimentos degradantes, desumanas ou cruéis, em relação
à pessoa.

Art. 51 - Alimentar compulsoriamente qualquer pessoa em greve de fome que for considerada
capaz, física e mentalmente, de fazer juízo perfeito das possíveis conseqüências de sua atitude.
Em tais casos, deve o médico fazê-la ciente das prováveis complicações do jejum prolongado e,
na hipótese de perigo de vida iminente, tratá-la.

Art. 52 - Usar qualquer processo que possa alterar a personalidade ou a consciência da pessoa,
com a finalidade de diminuir sua resistência física ou mental em investigação policial ou de
qualquer outra natureza.

Art. 53 - Desrespeitar o interesse e a integridade de paciente, ao exercer a profissão em


qualquer instituição na qual o mesmo esteja recolhido independentemente da própria
vontade.

Parágrafo Único: Ocorrendo quaisquer atos lesivos à personalidade e à saúde física ou psíquica
dos pacientes a ele confiados, o médico está obrigado a denunciar o fato à autoridade
competente e ao Conselho Regional de Medicina.

Art. 54 - Fornecer meio, instrumento, substância, conhecimentos ou participar, de qualquer


maneira, na execução de pena de morte.

Art. 55 - Usar da profissão para corromper os costumes, cometer ou favorecer crime.

Capítulo V - Relação com Pacientes e Familiares

É vedado ao médico:

Art. 56 - Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas


diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente perigo de vida.
Art. 57 - Deixar de utilizar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento a seu
alcance em favor do paciente.

Art. 58 - Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em caso de
urgência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo.

Art. 59 - Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e objetivos do


tratamento, salvo quando a comunicação direta ao mesmo possa provocar-lhe dano, devendo,
nesse caso, a comunicação ser feita ao seu responsável legal.

Art. 60 - Exagerar a gravidade do diagnóstico ou prognóstico, ou complicar a terapêutica, ou


exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos.

Art. 61 - Abandonar paciente sob seus cuidados.

§ 1° - Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente
ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento,
desde que comunique previamente ao paciente ou seu responsável legal, assegurando-se da
continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe
suceder.

§ 2° - Salvo por justa causa, comunicada ao paciente ou ao a seus familiares, o médico não
pode abandonar o paciente por ser este portador de moléstia crônica ou incurável, mas deve
continuar a assisti-lo ainda que apenas para mitigar o sofrimento físico ou psíquico.

Art. 62 - Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo
em casos de urgência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo
imediatamente cessado o impedimento.

Art. 63 - Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.

Art. 64 - Opor-se à realização de conferência médica solicitada pelo paciente ou seu


responsável legal.

Art. 65 - Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico/paciente para obter


vantagem física, emocional, financeira ou política.

Art. 66 - Utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que
a pedido deste ou de seu responsável legal.

Art. 67 - Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre o método


contraceptivo ou conceptivo, devendo o médico sempre esclarecer sobre a indicação, a
segurança, a reversibilidade e o risco de cada método.

Art. 68 - Praticar fecundação artificial sem que os participantes estejam de inteiro acordo e
devidamente esclarecidos sobre o procedimento.

Art. 69 - Deixar de elaborar prontuário médico para cada paciente.


Art. 70 - Negar ao paciente acesso a seu prontuário médico, ficha clínica ou similar, bem como
deixar de dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionar riscos para o
paciente ou para terceiros.

Art. 71 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente, quando do encaminhamento ou


transferência para fins de continuidade do tratamento, ou na alta, se solicitado.

Capítulo VI - Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos

É vedado ao médico:

Art. 72 - Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspensão dos meios


artificiais de prolongamento da vida de possível doador, quando pertencente à equipe de
transplante.

Art. 73 - Deixar, em caso de transplante, de explicar ao doador ou seu responsável legal, e ao


receptor, ou seu responsável legal, em termos compreensíveis, os riscos de exames, cirurgias
ou outros procedimentos.

Art. 74 - Retirar órgão de doador vivo, quando iterdito ou incapaz, mesmo com autorização de
seu responsável legal.

Art. 75 - Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou tecidos humanos.

Capítulo VII - Relações Entre Médicos

É vedado ao médico:

Art. 76 - Servir-se de sua posição hierárquica para impedir, por motivo econômico, político,
ideológico ou qualquer outro, que médico utilize as instalações e demais recursos da
instituição sob sua direção, particularmente quando se trate da única existente no local.

Art. 77 - Assumir emprego, cargo ou função, sucedendo a médico demitido ou afastado em


represália a atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da aplicação deste
Código.

Art. 78 - Posicionar-se contrariamente a movimentos legítimos da categoria médica, com a


finalidade de obter vantagens.

Art. 79 - Acobertar erro ou conduta antiética de médico.

Art. 80 - Praticar concorrência desleal com outro médico.

Art. 81 - Alterar prescrição ou tratamento de paciente, determinado por outro médico, mesmo
quando investido em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível
conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico
responsável.
Art. 82 - Deixar de encaminhar de volta ao médico assistente o paciente que lhe foi enviado
para procedimento especializado, devendo, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações
sobre o ocorrido no período em que se responsabilizou pelo paciente.

Art. 83 - Deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro clínico do paciente,
desde que autorizado por este ou seu responsável legal.

Art. 84 - Deixar de informar ao substituto o quadro clínico dos pacientes sob sua
responsabilidade, ao ser substituído no final do turno de trabalho.

Art. 85 - Utilizar-se de sua posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem
dentro dos princípios éticos.

Capítulo VIII - Remuneração Profissional

É vedado ao médico:

Art. 86 - Receber remuneração pela prestação de serviços profissionais a preços vis ou


extorsivos, inclusive de convênios.

Art. 87 - Remunerar ou receber comissão ou vantagens por paciente encaminhado ou


recebido, ou por serviços não efetivamente prestados.

Art. 88 - Permitir a inclusão de nomes de profissionais que não participaram do ato médico,
para efeito de cobrança de honorários.

Art. 89 - Deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo


considerar as limitações econômicas do paciente, as circunstâncias do atendimento e a prática
local.

Art. 90 - Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo provável dos procedimentos
propostos, quando solicitado.

Art. 91 - Firmar qualquer contrato de assistência médica que subordine os honorários ao


resultado do tratamento ou à cura do paciente.

Art. 92 - Explorar o trabalho médico como proprietário, sócio ou dirigente de empresas ou


instituições prestadoras de serviços médicos, bem como auferir lucro sobre o trabalho de
outro médico, isoladamente ou em equipe.

Art. 93 - Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clínica particular ou instituições
de qualquer natureza, paciente que tenha atendido em virtude de sua função em instituições
públicas.

Art. 94 - Utilizar-se de instituições públicas para execução de procedimentos médicos em


pacientes de sua clínica privada, como forma de obter vantagens pessoais.

Art. 95 - Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina à prestação de


serviços públicos; ou receber remuneração de paciente como complemento de salário ou de
honorários.
Art. 96 - Reduzir, quando em função de direção ou chefia, a remuneração devida ao médico,
utilizando-se de descontos a título de taxa de administração ou quaisquer outros artifícios.

Art. 97 - Reter, a qualquer pretexto, remuneração de médicos e outros profissionais.

Art. 98 - Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, laboratório


farmacêutico, ótica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação ou
comercialização de produto de prescrição médica de qualquer natureza, exceto quando se
tratar de exercício da Medicina do Trabalho.

Art. 99 - Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia, bem como obter vantagem pela
comercialização de medicamentos, órteses ou próteses, cuja compra decorra da influência
direta em virtude da sua atividade profissional.

Art. 100 - Deixar de apresentar, separadamente, seus honorários quando no atendimento ao


paciente participarem outros profissionais.

Art. 101 - Oferecer seus serviços profissionais como prêmio em concurso de qualquer
natureza.

Capítulo IX - Segredo Médico

É vedado ao médico:

Art. 102 - Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão,
salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente.

Parágrafo único: Permanece essa proibição: a) Mesmo que o fato seja de conhecimento


público ou que o paciente tenha falecido. b) Quando do depoimento como testemunha. Nesta
hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento.

Art. 103 - Revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus
pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de
conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa
acarretar danos ao paciente.

Art. 104 - Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em
anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em programas de rádio, televisão
ou cinema, e em artigos, entrevistas ou reportagens em jornais, revistas ou outras publicações
leigas.

Art. 105 - Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de


trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou instituições, salvo se o
silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade.

Art. 106 - Prestar a empresas seguradoras qualquer informação sobre as circunstâncias da


morte de paciente seu, além daquelas contidas no próprio atestado de óbito, salvo por
expressa autorização do responsável legal ou sucessor.
Art. 107 - Deixar de orientar seus auxiliares e de zelar para que respeitem o segredo
profissional a que estão obrigados por lei.

Art. 108 - Facilitar manuseio e conhecimento dos prontuários, papeletas e demais folhas de
observações médicas sujeitas ao segredo profissional, por pessoas não obrigadas ao mesmo
compromisso.

Art. 109 - Deixar de guardar o segredo profissional na cobrança de honorários por meio judicial
ou extrajudicial.

Capítulo X - Atestado e Boletim Médico

É vedado ao médico:

Art. 110 - Fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não
corresponda  à verdade.

Art. 111 - Utilizar-se do ato de atestar como forma de angariar clientela.

Art. 112 - Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo
paciente ou seu responsável legal.

Parágrafo único: O atestado médico é parte integrante do ato ou tratamento médico, sendo o


seu fornecimento direito inquestionável do paciente, não importando em qualquer majoração
de honorários.

Art. 113 - Utilizar-se de formulários de instituições públicas para atestar fatos verificados em
clínica privada.

Art. 114 - Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha
prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico
substituto, ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.

Art. 115 - Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto
quando houver indícios de morte violenta.

Art. 116 - Expedir boletim médico falso ou tendencioso.

Art. 117 - Elaborar ou divulgar boletim médico que revele o diagnóstico, prognóstico ou
terapêutica, sem a expressa autorização do paciente ou de seu responsável legal.

Capítulo XI - Perícia Médica

É vedado ao médico:

Art. 118 - Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou
auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência.
Art. 119 - Assinar laudos periciais ou de verificação médico-legal, quando não o tenha
realizado, ou participado pessoalmente do exame.

Art. 120 - Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer pessoa com a
qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho.

Art. 121 - Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro
médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas
observações para o relatório.

Capítulo XII - Pesquisa Médica

É vedado ao médico:

Art. 122 - Participar de qualquer tipo de experiência no ser humano com fins bélicos, políticos,
raciais ou eugênicos.

Art. 123 - Realizar pesquisa em ser humano, sem que este tenha dado consentimento por
escrito, após devidamente esclarecido sobre a natureza e conseqüências da pesquisa.

Parágrafo único: Caso o paciente não tenha condições de dar seu livre consentimento, a
pesquisa somente poderá ser realizada, em seu próprio benefício, após expressa autorização
de seu responsável legal.

Art. 124 - Usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica, ainda não liberada para uso
no País, sem a devida autorização dos órgão competentes e sem consentimento do paciente
ou de seu responsável legal, devidamente informados da situação e das possíveis
conseqüências.

Art. 125 - Promover pesquisa médica na comunidade sem o conhecimento dessa coletividade e
sem que o objetivo seja a proteção da saúde pública, respeitadas as características locais.

Art. 126 - Obter vantagens pessoais, ter qualquer interesse comercial ou renunciar à sua
independência profissional em relação a financiadores de pesquisa médica da qual participe.

Art. 127 - Realizar pesquisa médica em ser humano sem submeter o protocolo à aprovação e
ao comportamento de comissão isenta de qualquer dependência em relação ao pesquisador.

Art. 128 - Realizar pesquisa médica em voluntários, sadios ou não, que tenham direta ou
indiretamente dependência ou subordinação relativamente ao pesquisador.

Art. 129 - Executar ou participar de pesquisa médica em que haja necessidade de suspender ou
deixar de usar terapêutica consagrada e, com isso, prejudicar o paciente.

Art. 130 - Realizar experiências com novos tratamentos clínicos ou cirúrgicos em paciente com
afecção incurável ou terminal sem que haja esperança razoável de utilidade para o mesmo,
não lhe impondo sofrimentos adicionais.
Capítulo XIII - Publicidade e Trabalhos Científicos

É vedado ao médico:

Art. 131 - Permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer
veículo de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e
educação da coletividade.

Art. 132 - Divulgar informação sobre o assunto médico de forma sensacionalista, promocional,
ou de conteúdo inverídico.

Art. 133 - Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor
ainda não esteja expressamente reconhecido por órgão competente.

Art. 134 - Dar consulta, diagnóstico ou prescrição por intermédio de qualquer veículo de
comunicação de massa.

Art. 135 - Anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou especialidade para a qual
não esteja qualificado.

Art. 136 - Participar de anúncios de empresas comerciais de qualquer natureza, valendo-se de


sua profissão.

Art. 137 - Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado: atribuir-se
autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou outros profissionais, mesmo
quando executados sob sua orientação.

Art. 138 - Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, de dados,
informações ou opiniões ainda não publicados.

Art. 139 - Apresentar como originais quaisquer idéias, descobertas ou ilustrações que na
realidade não o sejam.

Art. 140 - Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica.

Capítulo XIV - Disposições Gerais

Art. 141 - O médico portador de doença incapacitante para o exercício da Medicina, apurada
pelo Conselho Regional de Medicina em procedimento administrativo com perícia médica, terá
seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade.

Art. 142 - O médico está obrigado a acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções dos Conselhos
Federal e Regionais de Medicina.

Art. 143 - O Conselho Federal de Medicina, ouvidos os Conselhos Regionais de Medicina e a


categoria médica, promoverá a revisão e a atualização do presente Código, quando
necessárias.

Art. 144 - As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.
Art. 145 - O presente Código entra em vigor na data de sua publicação e revoga o Código
de Ética ("DOU", de 11/01/65), o Código Brasileiro de Deontologia Médica (Resolução CFM n°
1.154 de 13/04/84) e demais disposições em contrário.

(ANEXO 03)

REGIMENTO INTERNO DA RESIDÊNCIA MÉDICA


DA PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS

CAPÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO

Art. 1º A Comissão de Residência Médica - COREME da Prefeitura Municipal de


Guarulhos é uma instância auxiliar da Comissão Nacional de Residência Médica - CNRM e da
Comissão Estadual de Residência Médica - CEREM, estabelecida em instituição de saúde que
oferece programa de residência médica para planejar, coordenar, supervisionar e avaliar os
programas de residência médica da instituição e os processos seletivos relacionados, nos
termos do Decreto nº 7.562, de 15 de setembro de 2011.

§ 1º - A Residência Médica da Prefeitura Municipal de Guarulhos constitui modalidade de


ensino
de pós-graduação, destinada a médicos, sob a forma de cursos de especialização, caracterizada
por
treinamento em serviço, funcionando sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de
Saúde, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.

§ 2º - A COREME Municipal é o órgão responsável pela emissão dos certificados de conclusão


de programa dos médicos residentes, tendo por base o registro no sistema de informação da
CNRM, que constituirão comprovante hábil para fins legais junto ao sistema federal de ensino
e ao Conselho Federal de Medicina.

§ 3º – As Unidades de saúde, atinentes ao bom preparo do profissional médico, serão


incorporadas à Residência Médica da P.M.G., desde que devidamente justificado e aprovado
nas diferentes instâncias e que tenha a concordância da Comissão de Residência Médica da
P.M.G.

§ 4º - Os Programas de Residência Médica das Instituições da P.M.G têm como objetivo


fundamental o progressivo aperfeiçoamento profissional e científico, bem como de habilidades
e atitudes do médico nas várias áreas do conhecimento, com vistas à capacitação e
qualificação que possibilitem o desempenho ético e zeloso da profissão.

§ 5º - Os PRMs a serem desenvolvidos nas Instituições da P.M.G. serão definidos e propostos


pelos Hospitais e Serviços de Saúde, analisados pela COREME Municipal e submetidos aos
órgãos competentes, nos termos da lei.

§ 6º - É vedado o uso da expressão residência médica para designar qualquer programa de


treinamento médico que não tenha sido aprovado pela Comissão Nacional de Residência
Médica.

§ 7º - As Instituições hospitalares responsáveis por PRMs disporão de regimento interno do


seucorpo clínico.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO

Art. 2º A COREME da Prefeitura Municipal de Guarulhos é um órgão colegiado


constituído por:
I - um coordenador e um vice-coordenador;
II - um representante do corpo docente/supervisor por programa de residência médica
credenciado junto à Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM;
III - um representante da diretoria de todos os serviços utilizados como base dos PRMs ; e
IV - um representante dos médicos residentes por programa de residência médica que farão
parte das COREMEs locais. A COREME Local será o órgão encarregado da Coordenação da
Residência Médica dentro do Hospital ou Unidade onde ocorrer o PRM.
Parágrafo único. Os grupos referidos nos incisos II, III e IV indicarão suplentes à COREME, que
atuarão nas faltas e impedimentos de seus respectivos titulares.

CAPÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DA COREME

Art. 3º São competências da COREME Municipal da P.M.G.:


I - planejar a criação de novos programas de residência médica na instituição, manifestando-se
sobre a conveniência em fazê-lo, o seu conteúdo programático e o número de vagas a ser
oferecidas;
II - coordenar e supervisionar a execução de processo seletivo para os programas de residência
médica da instituição, de acordo com as normas em vigor;
III - avaliar periodicamente os programas de residência médica existentes;
IV - elaborar e revisar o seu regimento interno e regulamento;
V - participar das atividades e reuniões da CEREM, sempre que convocada; e
VI - emitir certificados de conclusão de programa dos médicos residentes.
Parágrafo único. As competências descritas envolverão as COREMEs LOCAIS, conforme o nível
de governabilidade existente.

DO COORDENADOR

Art. 4º O coordenador da COREME deverá ser médico especialista integrante do corpo


docente das Instituições, com experiência na supervisão de médicos residentes e domínio da
legislação sobre residência médica.
Parágrafo único. O coordenador da COREME será eleito pelo conjunto de supervisores de
programas de residência médica da Instituição.

Art. 5º Compete ao coordenador da COREME:


I - Coordenar as atividades da COREME;
II - Convocar reuniões e presidi-las;
III - Encaminhar à instituição de saúde as decisões da COREME;
IV - Coordenar o processo seletivo dos programas de residência médica da Instituição;
V - Representar a COREME junto à CEREM; e
VI - Encaminhar trimestralmente à CEREM informações atualizadas sobre os programas de
residência médica da Instituição.
Parágrafo único. O contrato de trabalho do coordenador da COREME junto à P.M.G. deverá
reservar período de 40 horas para a realização das atribuições enumeradas neste artigo.

DO VICE-COORDENADOR

Art. 6º O vice-coordenador da COREME deverá ser médico especialista integrante do


corpo docente da Instituição com experiência em programas de residência médica.
Parágrafo único. O vice coordenador da COREME será eleito pelo conjunto de
supervisores de programas de residência médica da Instituição.

Art. 7º Compete ao vice-coordenador da COREME:


I - substituir o coordenador em caso de ausência ou impedimentos; e
II - auxiliar o coordenador no exercício de suas atividades.
Parágrafo único. O contrato de trabalho do vice-coordenador da COREME junto à P.M.G.
deverá reservar período 40 horas para a realização das atribuições enumeradas neste artigo.

DO REPRESENTANTE DO CORPO DOCENTE/SUPERVISOR

Art. 8º O representante do corpo docente deverá ser médico especialista, supervisor de


programa de residência médica da P.M.G.
Parágrafo único. O representante do corpo docente será indicado pelo conjunto dos
preceptores do programa de residência médica representado.

Art. 9° O supervisor de programa de residência médica deverá ser médico especialista,


integrante do corpo docente da Instituição e referendado pela COREME Municipal.
Parágrafo único. O supervisor do programa de residência médica será responsável pela gestão
do programa.

Art. 10° Compete ao representante do corpo docente/supervisor:


I - Elaborar anteprojeto da programação das atividades que deverá ser discutido e aprovado
pela Comissão de Residência Médica – COREME Municipal.
II - Zelar pelo fiel cumprimento do Programa de Residência Médica – PRM, suas normas
técnicas, administrativas, disciplinares, organizando escala de atividades e férias do Médico
Residente e Preceptores, compatibilizando as diversas atividades do Programa de Residência
Médica – PRM e aplicando eventuais medidas disciplinares;
III - Promover a revisão e evolução contínua do programa de residência médica representado,
de acordo com a legislação, as políticas de saúde, a ética médica, as evidências científicas e as
necessidades sociais.
IV- Avaliar com regularidade e continuidade os Médicos Residentes, apresentando relatórios
trimestrais à COREME Municipal. Avaliar anualmente os preceptores e as diversas atividades
do Programa de Residência Médica – PRM, apresentando conclusões à COREME Municipal;
V - Representar o programa de residência médica da Instituição nas reuniões da COREME;
VI - Auxiliar a COREME na condução do programa de residência médica que representa;
VII - Mediar a relação entre o programa de residência médica e a COREME Municipal.
Parágrafo único. O contrato de trabalho do representante do corpo docente/Supervisor junto
à Instituição deverá reservar período 40 horas para a realização das atribuições enumeradas
neste artigo.

DO PRECEPTOR DE PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA

Art. 11° O preceptor de programa de residência médica deverá ser médico especialista,
integrante do corpo docente da Instituição.
Parágrafo único. O preceptor do programa de residência médica será designado no projeto
pedagógico do programa cadastrado no sistema da CNRM e referendado pela COREME
Municipal.

Art. 12° Compete ao Preceptor do Programa:


I – Orientar e supervisionar o médico residente em todas as atividades avaliá-lo de forma
continuada e estimular seu desenvolvimento técnico-profissional e ético;
II – Colaborar com a programação e execução das atividades teóricas do Programa de
Residência Médica – PRM;
III – Participar das reuniões a que forem convocados pelo Representante do Corpo
Docente/Supervisor do Programa de Residência Médica ou pela Comissão de Residência
Médica – COREME, contribuir para o bom andamento dos programas, em harmonia com as
normas técnicas, administrativas e disciplinares da Instituição.

DO REPRESENTANTE DOS MÉDICOS RESIDENTES

Art. 13. O representante dos médicos residentes deverá estar regularmente matriculado em
programa de residência médica da Instituição.

Art. 14. Compete ao representante dos médicos residentes:


I - Representar os médicos residentes nas reuniões da COREME Local;
II - Auxiliar a COREME na condução dos programas de residência médica; e
III - Mediar a relação entre os médicos residentes e a COREME.
Parágrafo único. Sempre que julgar necessário o médico residente, individualmente ou em
grupo encaminhará as eventuais solicitações e reivindicações ao responsável imediato pelo
estágio e ao médico supervisor do PRM. Este julgará da pertinência de acionar a COREME para
resolução do evento, devendo, entretanto, sempre encaminhar relatório final sobre o caso.
Todavia, o médico residente, individualmente ou em grupo, diretamente ou por intermédio de
suas representações associativas, poderá acionar qualquer das instâncias antes mencionadas.

DO REPRESENTANTE DA INSTITUIÇÃO

Art. 15. O representante da Instituição deverá ser médico integrante da diretoria.

Art. 16. Compete ao representante da Instituição:


I - Representar a Instituição nas reuniões da COREME local;
II - Auxiliar a COREME na condução dos programas de residência médica; e
III - Mediar a relação entre a COREME e a Instituição.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA E DO MANDATO DOS MEMBROS DA COREME
Art. 17. A eleição de coordenador e vice-coordenador da COREME obedecerá aos
seguintes requisitos:
I - a COREME, trinta dias antes do término do mandato, fixará reunião específica de eleição;
II - as candidaturas deverão ser registradas até sete dias antes da eleição;
III - a eleição será presidida pelo coordenador da COREME;
IV - caso o coordenador da COREME seja candidato à eleição, um membro do corpo docente,
não candidato, será escolhido para presidir a reunião;
V - a votação será realizada em primeira chamada com maioria absoluta, e em segunda
chamada com qualquer número de membros votantes;
VI - em caso de empate, o presidente da reunião terá voto de qualidade.
Parágrafo único. O médico residente é inelegível aos cargos de coordenador e vice-
coordenador da COREME.

Art. 18. Os mandatos do coordenador e do vice-coordenador têm duração de 02 (dois) anos,


sendo permitida uma recondução sucessiva ao cargo.

Art. 19. O representante do corpo docente/supervisor e seu suplente serão indicados pelos
seus pares, dentro de cada programa de residência médica, para mandato de dois anos, sendo
permitida uma recondução sucessiva ao cargo.

Art. 20. O representante da Instituição e seu suplente serão indicados pela diretoria da
mesma, para mandato de 02 (dois) anos, sendo permitida uma recondução sucessiva ao cargo.

Art. 21. O representante dos médicos residentes de cada programa e seu suplente serão
indicados pelos seus pares, para mandato de um ano, sendo permitida uma recondução
sucessiva ao cargo.

Art 22. Substituir-se-á compulsoriamente o representante de qualquer categoria que se


desvincule do grupo representado.

CAPÍTULO V
DO FUNCIONAMENTO DA COREME

Art. 23. A COREME Municipal reger-se-á por meio de regimento interno e regulamento
devidamente aprovados pelo órgão que será extensivo às COREMEs locais.

Art. 24. A COREME Municipal e Local reunir-se-á, ordinariamente, com periodicidade


minimamente bimestral, ou extraordinariamente, a qualquer momento, com prévia divulgação
da pauta da reunião e registro em ata.

Parágrafo único. Qualquer membro da COREME poderá solicitar a realização de reunião


Extraordinária
CAPÍTULO VI
DOS CONVÊNIOS COM UNIVERSIDADES E INSTITUIÇÕES DE ENSINO E
ESTÁGIOS EM OUTRAS INSTITUIÇÕES

Art. 25. Os Convênios com Universidades, Instituições de Ensino, Hospitais ou Serviços


necessários aos PRMs deverão ser oficialmente firmados através de termos de cooperação
técnica, didática e científica, termos de compromisso ou ofícios, conforme estabelecido pela
COREME Municipal.

CAPÍTULO VII
DOS DIREITOS

Art. 26. São direitos dos Médicos Residentes:


I. Bolsa de estudos mensal conforme definição dada pela legislação vigente;
II. Possuir condições adequadas para repouso e higiene pessoal durante os plantões;
III. Alimentação e moradia através do incentivo criado pela Lei Municipal 7.332/2014;
IV. Ter carga horária de atividade de 60 (sessenta) horas semanais, nelas incluindo um máximo
de 24 (vinte e quatro) horas de plantão; e atividades teórico práticas, sob forma de sessões
de atualização, seminários, correlações clínico-patológicas ou outras, compreendendo um
mínimo de 10% e um máximo de 20% do total;
V. Supervisão permanente do treinamento por preceptor, médico portador de certificado de
residência médica da área ou especialidade em causa ou título superior, ou possuidores de
qualificação equivalente, a critério da Comissão Nacional de Residência Médica;
VI. Ter folga pelo período mínimo de 6 horas, após período de plantão noturno de 12 horas,
logo após transferir a outro profissional médico, de igual competência, a responsabilidade
pela continuidade da assistência médica;
VII. Não realizar plantão de sobreaviso;
VIII. Licenças:
a) Licença-paternidade de 5 (cinco) dias ou à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias,
podendo esta última ser prorrogada por 60 dias por solicitação da Médica Residente;
b) Licença para casamento, mediante apresentação da certidão de casamento, pelo período de
08 dias corridos a partir da data do documento apresentado;
c) Licença por nojo de parentes de 1º grau, pelo período de 08 dias corridos e de um dia
quando
de 2º grau mediante apresentação de atestado de óbito;
d) Licença para prestação de serviço militar pelo período de 01 ano;
e) Licença para realização do Programa de Valorização da Atenção Básica – PROVAB - pelo
período de 01 ano, de acordo com o edital do processo seletivo correspondente;
f) Licença para tratamento de saúde mediante atestado médico original;

§1º. O período máximo de licença permitido será de 01 ano, conforme o tipo de afastamento.
Independente da causa se o período ultrapassar a um ano o médico residente será
automaticamente desligado do programa;

§2º. Independente do período e da causa do afastamento o médico residente deverá cumprir


o mesmo período e as atividades perdidas no final do programa. O pagamento da bolsa será
pago no período de reposição somente no caso de licença maternidade e nos casos de
afastamento por motivo de doença pelo mesmo período em que a bolsa foi paga pelo INSS;
§3º. A situação mensal dos residentes (frequência) deve ser informada pelo Coordenador até o
2º dia útil de cada mês. O Coordenador deve informar se os residentes estão aptos ou não ao
recebimento da bolsa. Quando não aptos, colocar o quantitativo de faltas. O residente terá
desconto em seu pagamento quando o número de faltas for superior a 15 (quinze) dias. A não
informação mensal implicará no não recebimento da bolsa.

§4º. As ocorrências de desistências e trancamentos devem ser realizadas entre os dias 5 e 10


de cada mês, para evitar o depósito de bolsas indevidas aos residentes e conseqüentemente o
recolhimento desses valores aos cofres públicos por meio de Guia de Recolhimento da União –
GRU.
IX. Fazer jus a 01 (um) dia de folga semanal e a 30 (trinta) dias consecutivos de férias, por ano
de atividade, a ser programado de acordo com as normas de cada programa de residência
médica;
X. Participar de congressos, estágios, cursos, seminários ou outras atividades de interesse
científico e/ou representação de classe desde que submetida à análise do Supervisor e da
Comissão de Residência Médica – COREME local e Municipal, e sem prejuízo para as
atividades do Programa de Residência Médica;
XI. Avaliar anualmente o corpo docente e a Residência Médica como um todo em reuniões
regulares coordenadas pelos seus representantes e apresentar as conclusões à supervisão e
à Comissão de Residência Médica – COREME;
XII. Ter pleno acesso ao presente regulamento.

CAPÍTULO VIII
PROCESSO SELEÇÃO

Art. 27. O ingresso dos candidatos aos Programas de Residência far-se-á mediante
aprovação em processo seletivo, cujo edital deverá ser publicado de acordo com a legislação
vigente.
Parágrafo único – O médico residente após efetuar sua matrícula, deverá comparecer na
data determinada pela instituição para inicio de suas atividades. O não comparecimento ou
ausência por 72 (setenta e duas) horas será considerado abandono.

CAPÍTULO IX
DO TREINAMENTO, AVALIAÇÃO, PROMOÇÃO E APROVAÇÃO

Art. 28. Os programas de Residência Médica serão desenvolvidos com 80 a 90% da carga
horária, sob a forma de treinamento em serviço, destinando-se 10 a 20% para atividades
teórico complementares.

§ 1º. Entende-se como atividades teórico-complementares: sessões anátomo-clínicas,


discussão de artigos científicos, sessões clínico-radiológicas, sessões clínico-laboratoriais,
cursos, palestras e seminários.

§ 2º. Das atividades teórico-complementares devem constar, obrigatoriamente, temas


relacionados a Bioética, Ética Médica, Metodologia Científica, Epidemiologia e Bioestatística.
Recomenda-se a participação do Médico Residente em atividades relacionadas ao controle das
infecções hospitalares.
§ 3º. A carga horária citada no caput será de 2.880 horas anuais, já incluídas as férias,
distribuídas pelos turnos de funcionamento dos hospitais, ambulatórios e UBSs, respeitando o
máximo de 60 horas semanais, podendo incluir um máximo de 24 horas de plantão que
poderão ser noturnos, em feriados e finais de semana, conforme estabelecido no PRM. Os
PRMs seguem integralmente os conteúdos programáticos exigidos pela Comissão Nacional de
Residência Médica.

Art. 29. A instituição deverá ter estrutura, equipamento e organização necessários ao bom
desenvolvimento dos programas de Residência Médica.

Art. 30. O treinamento entendido como sendo de urgências e emergências deve ser
realizado em locais abertos à população, devendo ser desenvolvido nas especialidades que são
prérequisito ou nas especialidades correspondentes, de acordo com o período de treinamento
do Médico Residente.

Art. 31. Na avaliação periódica do Médico Residente serão utilizadas as modalidades de


prova escrita, oral, prática ou de desempenho por escala de atitudes, que incluam atributos
tais como: assiduidade, pontualidade, comportamento ético, relacionamento com a equipe
médica, de saúde e com o paciente, interesse pelas atividades da residência e outros a critério
da COREME da instituição.

§ 1º. A freqüência mínima das avaliações será trimestral.

§ 2º. A critério da instituição poderá ser exigida monografia e/ou apresentação ou publicação
de artigo científico ao final do treinamento.

§ 3º Os critérios e os resultados de cada avaliação deverão ser do conhecimento do Médico


Residente.

Art. 32. A promoção do Médico Residente para o ano seguinte, bem como a obtenção do
certificado de conclusão do programa, dependem de :
a) cumprimento integral da carga horária do Programa;
b) aprovação obtida por meio do valor médio dos resultados das avaliações realizadas durante
o ano, com valor mínimo sete (7,0).

Art. 33. O não-cumprimento do disposto no art. 31 desta Resolução será motivo de


desligamento do Médico Residente do programa.
Art. 34. A supervisão permanente do treinamento do Médico Residente deverá ser
realizada por docentes, por médicos portadores de Certificado de Residência Médica da área
ou especialidade em causa, ou título superior, ou possuidores de qualificação equivalente, a
critério da Comissão Nacional de Residência Médica.

CAPÍTULO X
DOS DEVERES

Art. 35. São deveres do Residente:


I. Cumprir o regulamento da Comissão de Residência Médica – COREME;
II. Obedecer às normas internas da instituição ou outra unidade hospitalar ou serviço onde
estiver estagiando;
III. Cumprir com pontualidade as atividades assistenciais ou teórico-científicas, previstas no
respectivo Programa de Residência Médica ou decididos pela Comissão de Residência
Médica – COREME;
IV. Justificar junto à sua supervisão e/ou Comissão de Residência Médica – COREME
eventuais faltas ou ausências;
V. Completar a carga horária total prevista (2.880 horas/ano), em caso de interrupção do
Programa de Residência Médica por qualquer causa, justificada ou não.
VI. Eleger anualmente seus representantes junto à Comissão de Residência Médica local –
COREME.
VII. Inscrever-se no Regime Geral de Previdência Social – RGPS como contribuinte individual,
a fim de ter assegurados os seus direitos, como prevê o 2º do artigo 4º da Lei 6932/81.
VIII. Manter-se em dia com suas obrigações junto aos conselhos profissionais.
IX. Comparecer a todas as reuniões convocadas pelas autoridades superiores;
X. Portar o “crachá” de uso obrigatório em local de fácil visibilidade;
XI. Usar uniforme convencional completo;
XII. Dedicar-se com zelo e senso de responsabilidade ao cuidado dos pacientes;
XIII. Cumprir com as obrigações de rotina;
XIV. Prestar colaboração à Unidade onde estiver lotado, fora do horário de trabalho, quando
em situação de emergência;
XV. Agir com urbanidade, discrição e lealdade;
XVI. Respeitar as Normas Legais e Regulamentares e o Código de Ética do Conselho Federal de
Medicina;
XVII. Levar ao conhecimento das autoridades superiores irregularidades das quais tenha
conhecimento, ocorridas na Unidade onde estiver lotado;
XVIII. Cumprir horários fixados;
XIX. Assinar o livro de ponto, frequência ou bater o cartão de ponto, diariamente, na entrada e
na saída;
XX. Na desistência da vaga, entregar na secretaria da residência, o termo pertinente assinado;

CAPÍTULO XI
DO REGIME DISCIPLINAR

Art. 36. O médico residente está sujeito às seguintes sanções disciplinares:


I. Advertência verbal;
II. Advertência escrita;
III. Suspensão;
IV. Eliminação.

Art. 37. Aplicar-se-á a penalidade de advertência verbal ao Residente que cometer uma
falta leve que não configure prejuízo maior ao andamento do PRM e do serviço.

Art. 38. Aplicar-se-á a penalidade de advertência escrita ao Residente:


I - Faltar, sem justificativa cabível, nas atividades práticas;
II - Desrespeitar o Código de Ética Médica;
III - Não cumprir tarefas designadas;
IV - Realizar agressões verbais entre residentes ou outros;
V - Assumir atitudes e praticar atos que desconsiderem os doentes e familiares ou
desrespeitem preceitos de ética profissional e do regulamento da Instituição;
VI - Faltar aos princípios de cordialidade para com os funcionários, colegas ou superiores;
VII - Usar de maneira inadequada instalações, materiais e outros pertences da Instituição;
VIII - Ausentar-se das atividades sem ordem prévia dos superiores.
Art. 39. Aplicar-se-á a penalidade de SUSPENSÃO ao Residente por:
I - Reincidência do não cumprimento de tarefas designadas por falta de empenho do
Residente;
II - Reincidência na falta às atividades práticas sem justificativa cabível;
III - Reincidência no Desrespeito ao Código de Ética Profissional;
IV - Ausência não justificada das atividades do Programa por período superior a 24 horas;
V - Falta aos plantões médicos;
VI - Agressões físicas entre Residentes ou entre Residentes e qualquer pessoa.

Art. 40. Aplicar-se-á a penalidade de ELIMINAÇÃO ao Residente que:


I. Reincidir em falta com pena máxima de suspensão;
II. Não comparecer às atividades do Programa de Residência, sem justificativa, por 03 (três)
dias consecutivos ou 15 (quinze) dias intercalados, no período de até seis meses; e
III. Fraudar ou prestar informações falsas na inscrição.
IV. For considerado reprovado em 2 estágios do PRM, nas avaliações feitas pelas funções
específicas.
Parágrafo Único - Na hipótese do inciso III, o aluno poderá ser responsabilizado no âmbito
administrativo, penal e civil, devendo ressarcir ao erário os valores, indevidamente recebidos a
título de bolsa.

Art. 41. Serão consideradas condições agravantes das penalidades:


I - Reincidência;
II - Ação intencional ou má fé;
III - Ação premeditada;
IV - Alegação de desconhecimento das normas do Serviço; e
V - Alegação de desconhecimento do Regimento Interno da COREME e das diretrizes e normas
dos Programas de Residência Médica da instituição, bem como do código de Ética Médica.
Parágrafo Único - O enquadramento do médico residente em qualquer das faltas especificadas
neste artigo será determinada pela sua natureza e pelo seu grau.

Art. 42. A pena de advertência verbal será aplicada pelo Supervisor do Programa de
Residência Médica da especialidade, devendo ser aprovada pela COREME e registrada no
prontuário do residente que será cientificado.

Art. 43. A pena de advertência escrita será proposta pelo Supervisor do Programa de
Residência Médica da especialidade, devendo ser registrada em ata da COREME e registrada
no prontuário do residente que será cientificado..

Art. 44. A pena de suspensão será decidida e aplicada pela Comissão de Residência Médica,
com a participação do Supervisor do programa, bem como do residente envolvido, a quem
será
assegurado pleno direito de defesa, por escrito.
§ 1o Será assegurado ao médico residente punido com suspensão o direito a recurso, com
efeito
suspensivo, ao Coordenador da COREME, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, computados a partir
da data em que for cientificado, devendo-se o mesmo ser julgado em até 7 (sete) dias após o
recebimento.
§ 2o O cumprimento da suspensão terá início a partir do término do prazo para recurso ou
data da ciência da decisão do mesmo, conforme o caso.

Art. 45. A pena de eliminação será precedida de sindicância determinada pela Comissão de
Residência Médica, assegurando-se ampla defesa ao médico residente, com participação do
supervisor do programa.
§ 1o A eliminação terá início a partir do término do prazo para recurso ou data da ciência da
decisão do mesmo, conforme o caso e a devida ratificação da Comissão Nacional de Residência
Médica.

Art. 46. As transgressões disciplinares serão comunicadas à COREME, à qual cabem às


providências pertinentes.
§ 1o Todos os casos deverão ser comunicados por escrito pela área de atuação do residente
envolvido e/ou outras áreas que possam estar implicadas na ocorrência.
§ 2o As transgressões serão analisadas por Subcomissão de Apuração, designada pela
COREME, composta, por no mínimo, 3 (três) Supervisores do Programa, indicados em reunião
designada para esta finalidade, assegurando a ampla defesa e o acompanhamento do processo
pelo interessado.
§ 3o O prazo para apuração dos fatos, sua divulgação e medidas pertinentes é de 15 (quinze)
dias corridos, excepcionalmente prorrogáveis por mais 15 (quinze) dias, por decisão do
presidente da COREME.
§ 4o O residente poderá recorrer de decisão à COREME até 5 (cinco) dias após a divulgação da
mesma.
§ 5o – Todo processo disciplinar deverá obedecer ao princípio da ampla defesa, podendo o
médico residente recorrer junto à Comissão de Residência Médica – COREME e Municipal ou
em caráter excepcional a Comissão Estadual de Residência Médica.

CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 47. Este Regulamento respeita a legislação específica sobre Residência Médica e
portarias e pareceres da CNRM. Em caso de contrariar as normatizações referidas acima,
sempre prevalecerá a legislação da CNRM.

Art. 48. Os casos omissos serão julgados pela COREME que poderá dar decisão
terminativa ou solicitar avaliação da CEREM/SP e Parecer final da CNRM.

Art. 49. Este regulamento entrará em vigor na data de sua aprovação, ficando revogado o
regulamento anterior.

Guarulhos, 01 de março de 2022.

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