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Colégio Sul Fluminense de Aplicação – Cap

Curso Técnico em Análises Clínicas


Disciplina: Imunologia
Aula: 4 – Anatomia do Sistema Imune
Professora: Karina O. Rocha
E-mail: karina.orocha@gmail.com

Aula 4 – Anatomia do sistema imune

Na aula anterior...

Estudamos as células do sistema imune de origem linfoide.

Nesta aula você irá conhecer:

A anatomia do sistema imunológico

Vamos treinar nossos olhos para os tipos celulares abaixo:

Vamos iniciar o assunto de hoje?


CAP – Curso Técnico em Análises Clínicas Imunologia

Órgãos linfoides

Nós vimos nas duas últimas aulas como as células do sistema imune atuam.
Pudemos perceber como a interação entre as atividades celulares é importante. Por
exemplo, quando as células T CD4 auxiliares interagem com células apresentadoras
portadoras de MHC classe II e isso estimula a liberação de citocinas que induzem a
produção de novas células B e T CD8 citotóxicas.

Interessante é que a anatomia do sistema imune garante uma boa “logística”


para todo esse funcionamento dos linfócitos.

- Órgãos linfoides primários ou geradores:

São os órgãos onde os linfócitos são produzidos ou amadurecem: medula


óssea e timo.

- Órgãos linfoides secundários ou periféricos

Onde são geradas as respostas imunes adaptativas: linfonodos, baço e


tecidos linfoides associados às mucosas.

O trânsito de linfócitos entre os tecidos, a corrente sanguínea e os linfonodos


permitem que essas células antígeno-específicas busquem "seus" antígenos e sejam
recrutadas por sítios em que esteja havendo uma resposta, enquanto a
disseminação de células de memória e seus descendentes permite a organização.

Aula 3 - Células do sistema imune (parte 2)


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A medula

Nós já estudamos a medula na aula 2, vimos que as células de defesa são


produzidas nela, seguindo duas linhagens diferentes: mieloide e linfoide.

O timo – Onde as células T são “educadas”

O timo é organizado em uma série de lóbulos formados por redes de células


epiteliais cuja origem embriológica é uma evaginação do endoderma intestinal da
terceira bolsa faríngea e que formam zonas corticais e medulares bem definidas.
Essa estrutura de células epiteliais assegura o microambiente para diferenciação
das células T.

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As células progenitoras de linfócitos T formadas na medula óssea chegam ao


timo, onde passam a se chamar timócitos. Inicialmente, os timócitos não
apresentam os receptores CD4 nem o CD8 (duplo-negativos). Eles, em um estágio
de maturação intermediário, passam a apresentar os dois marcadores, CD4 e CD8
(duplo-positivo). Somente depois é que um dos marcadores permanecerá no
timócito, CD4 ou CD8 (positivo-simples), formando o linfócito T CD4 ou CD8, num
processo conhecido como educação tímica.

Cerca de 90% das células T morrem por apoptose antes da maturação. É um


processo natural e muito importante, selecionando as células T que reagiriam a
algum antígeno próprio do organismo, evitando doenças autoimunes.

Nada dura para sempre... Nem o timo

No ser humano a involução tímica começa naturalmente nos primeiros 12


meses de vida, com a diminuição do espaço epitelial tímico, no qual são geradas as
células T. Esse declínio continua ao longo de toda a vida, com redução estimada na
meia-idade (35 a 45 anos) de cerca de 3% ao ano e depois de 1 % ao ano. Na
verdade, a produção de células T é maior nos 12 primeiros meses de vida. O
tamanho do órgão não reflete essas alterações porque há substituição por tecido
conjuntivo e adiposo. De certo modo, o timo é progressivamente descartável
porque, como veremos, cria-se um pool de células T periféricas de longa duração

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que possibilita ao hospedeiro resistir sem que haja perda catastrófica da função
imunológica.

Depois de maduras, as células T vão povoar os órgãos linfoides secundários,


tal como as células B.

Sistema linfático e linfonodos

Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos ou nódulos


linfáticos, têm aspecto riniforme e estão localizados ao longo dos vasos linfáticos.

A linfa, fluido originado dos espaços intersticiais, serve de veículo para


transporte de macromoléculas e células, principalmente as células dendríticas e
linfócitos dos tecidos, para os linfonodos. O fluxo da linfa parte sempre dos tecidos
em direção aos gânglios linfáticos e, destes, para outros linfonodos, interligados por
vasos linfáticos progressivamente de maior calibre, formando uma rede de vasos e
linfonodos que convergem para o ducto torácico que, por sua vez, desemboca na
veia subclávea esquerda, próxima do coração.

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Figura 1: fluxo dos linfócitos para os vasos linfáticos e formação da linfa.

Assim, os antígenos e células apresentadoras de antígenos, como macrófagos


e células dendríticas, chegam ao linfonodo onde estimulam a expansão clonal dos
linfócitos.

Para que haja maior possibilidade de encontro entre os linfócitos e os


antígenos, é extremamente importante que os linfócitos circulem por todo o
organismo. Os linfócitos apresentam um ritmo de recirculação impressionante,

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movendo-se continuamente entre o sangue a linfa e entre os vários órgãos


linfoides. Isso compensa o pequeno percentual de linfócitos comprometidos com
um dado antígeno.

Baço

O baço se localiza na região abdominal esquerda superior. Este órgão


participa da eliminação de células sanguíneas lesadas ou senescentes
(envelhecidas), principalmente hemácias e plaquetas. Além desta função, o baço
também é importante no controle de infecções sistêmicas nas quais os antígenos
estão presentes por meio da circulação sanguínea. Antígenos que alcançam a
circulação sanguínea são capturados pelo baço, onde se desenvolve uma vigorosa
resposta imunológica. Da mesma maneira que o linfonodo filtra a linfa, o baço filtra
o sangue.

O baço é dividido em polpa branca, que atua como tecido linfoide secundário,
e a polpa vermelha rica em macrófagos, responsável pela remoção, por fagocitose,
dos eritrócitos e plaquetas envelhecidos e de alguns patógenos na corrente
sanguínea. O tecido linfoide que forma a polpa branca é observado como áreas
circulares ou alongadas na polpa vermelha contendo eritrócitos, que tem sinusoides
venosos cheios de sangue revestidos por macrófagos. Como no linfonodo, as áreas
de células T e B da polpa branca são separadas. Além de agir como filtro sanguíneo

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muito eficaz que remove as células em degeneração, o baço também é importante


na geração de respostas imunes contra antígenos encontrados no sangue,
sobretudo quando são particulados.

Figura 2: esquema do baço. Repare que os linfócitos T e B são separados em áreas específicas.

O baço não é essencial à sobrevivência do indivíduo, mas aqueles que foram


esplenectomizados (retirada cirúrgica do baço) tornam-se menos resistentes a
infecções bacterianas sistêmicas e podem vir a falecer em decorrência delas.

Tecido linfoide associado às mucosas

Muitos patógenos infectam as superfícies da mucosa, por exemplo, após


ingestão, inalação ou transmissão sexual.

Em seres humanos, compreende as tonsilas lingual, palatina e faríngea, as


placas de Peyer do intestino delgado e o apêndice.

Além de haver os tecidos reservados, os tratos gastrintestinal, respiratório e


geniturinário contam com a proteção imunológica dos acúmulos subepiteliais de
células que podem ser coleções difusas de linfócitos, plasmócitos e fagócitos.

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Finalizando...

O sistema imune dos vertebrados superiores é constituído por células


altamente especializadas (linfócitos T e B) em diferenciar o próprio do não-próprio;
apresenta-se compartimentalizado em órgãos e em tecidos linfoides
estrategicamente espalhados pelo organismo.

Os linfócitos têm um ritmo de circulação e recirculação impressionantes, o


que compensa a pequena proporção em que se observa um dado linfócito que
reconheça a mesma estrutura antigênica.

Alguns tecidos não linfoides são imunologicamente ativos, ou seja,


apresentam células do sistema imune, como a pele e os epitélios dos tratos
respiratório, gastrointestinal e urogenital; este fato ilustra a estratégia de
preservação do próprio, pois são locais de interface com o meio externo, passíveis
de invasão ou contaminação.

Para a próxima aula:

- Regras :

 Escrito a mão;

 Letra legível;

 Folha não rasurada, nem cortada, nem rasgada

 Se tiverem dois iguais ambos não irão ganhar ponto

1 - “A mastectomia é um procedimento cirúrgico para a remoção de uma ou ambas as


mamas, que, na maioria das vezes, está indicada para pessoas diagnosticadas com câncer,
e pode ser parcial, quando apenas uma parte do tecido é removida, total, quando a
mama é retirada por completo ou, até, radical, quando, além da mama, são retirados
músculos e tecidos próximos que podem ter sido afetados pelo tumor.”
(https://www.tuasaude.com/mastectomia/).

Por que não podemos coletar sangue no braço correspondente ao lado do corpo em
que uma paciente tenha sido submetida à mastectomia?

2 - Escolha 3 tipos celulares e faça um breve resumo sobre eles.

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