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Educar para Crescer convida dois especialistas para tirar dúvidas de pais
Dar limites de forma coerente é o principal desafio nos sete primeiros anos da criança -
que são também os mais importantes na vida dela, pois é a fase construtora, quando as
bases da personalidade são estabelecidas.
Muitos pais não querem ser autoritários e essa insegurança de errar ou traumatizar os
filhos atrapalham a construção de uma autoridade saudável e necessária. "O pai não
pode ficar em cima do muro. Dizer ‘não’ e depois ceder ou dizer ‘sim’ e depois mudar
de ideia é muito ruim para os pais, que perdem autoridade, e para as crianças, que ficam
sem referência", explica. Isso acaba ensinando, sem querer, que se o filho fizer birra ou
seduzir os pais, é possível conseguir tudo o que querem.
Rosana concluiu dizendo que não existem receitas para educar as crianças, mas é
importante que os pais sejam coerentes na hora de dizer sim e não, sabendo os limites
do que elas podem ou não fazer vão se modificando conforme o tempo. "Por mais duro
que os pais sejam, eles educam com amor. Se vocês não fizerem isso em casa, as
crianças vão aprender os limites fora de casa e da escola, onde
Os três pilares para uma educação saudável, elencados pela psicóloga Rosana
Augone:
a) Aprender a dizer não, para que a criança aprenda limites e outras regras sociais de
convivência
b) Dar autonomia, de maneira que a criança aprenda a fazer suas próprias escolhas e
serem responsáveis pelas consequências delas
c) Não se esquecer de elogiar, pois quando a criança sabe quais são suas qualidades - e
defeitos-, sua autoestima é fortalecida.
A criança que vem de uma educação sem limites chega na escola acostumada ter seus
desejos individuais atendidos, mas o espaço escolar é coletivo. "A criança perde a
"exclusividade" que tinha em casa e precisa aprender a dividir a atenção com outros
colegas e a conviver com o diferente", disse Carrer.
O conflito, porém, se estende para a relação entre a família e a escola. Para Carrer,
alguns pais têm a expectativa de que o professor seja o segundo pai dos filhos. "Quando
existe essa oposição entre família e escola todos perdem: a escola, os pais, os
educadores e, principalmente, os filhos", concluiu.
Ele alerta que esse processo acaba produzindo uma sociedade pouco saudável. A escola
é o espaço da diferença, que deveria enriquecer a ligação com a divergência e a
diversidade, porém, Carrer explica que hoje as crianças não são ensinadas a aceitar o
diferente. "Aí nasce o preconceito. Isso é um aspecto sério para a construção de uma
sociedade saudável. Vemos o outro não como próximo, mas como adversário", apontou.
Três dicas para a construção de uma parceria entre família e escola, pelo pedagogo
Laércio Carrer: