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LONGEVIDADE E SAÚDE

Prática diária
Luciano da Silva
Gerontólogo Social

Nos dias atuais tem sido um dos maiores desafios da gerontologia conscientizar as pessoas de
que o envelhecimento é tão-somente mais uma etapa da vida e como tal tem os seus lados
positivos e negativos.
Embora entendamos que envelhecimento não seja sinónimo de doença, também necessitamos
ser sensíveis à realidade do efeito que os anos vividos podem trazer. Como bem observaram
os investigadores franceses Thiebauld e Sprumont (2009, p:41) “a senescência é
caracterizada pela perda de tecido ósseo que fragiliza o esqueleto”. A essa perda acentuada
do tecido ósseo dá-se o nome de osteoporose. Com feito, os poros normais dos ossos de uma
pessoa com osteoporose passam a ser muito maiores, de uma forma extremamente acentuada,
resultante da perda da massa óssea. Com isso o esqueleto fica fragilizado.
Muitos estudos tão recentes como os de Thiebauld e Sprumont mostram que com o passar da
idade é natural certa diminuição da condensação óssea. Entretanto esse fenómeno pode
caracterizar-se com o surgimento excessivo de poros cada vez maiores, o que compromete o
bom funcionamento de todo o esqueleto.
Embora muitos dos motivos que levam uma pessoa a adquirir osteoporose ainda estejam para
serem descobertos, pesquisadores como Barreiros, Espanha e Correia (2006) compartilham a
ideia que a inatividade física é um dos fatores que apresenta uma grande contribuição para o
surgimento dessa doença. Enquanto nos idosos fisicamente ativos foi observado uma
diminuição, menos acentuada, de massa óssea. Ou seja, mais exercício físico, menor a
probabilidade de adquirir osteoporose.
Ter ossos saudáveis e resistentes sem exercício físico constante é como tentar fazer um bolo
somente com farinha e açúcar, ou um castelo com areia seca.
A grande questão que se coloca é, como posso fazer exercícios físicos com um rendimento
tão baixo? Infelizmente o excesso de cuidado tem colocado muito dos nosso idosos inativos.
Para aqueles que nunca apreciaram o desporto, algumas atividades domésticas, feitas com
segurança, poderão ser de grande auxílio na manutenção da saúde do idoso. Parece que as
câmaras municipais de norte a sul do país estão cada vez mais conscientes da relevância do
exercício físico e centenas jardins têm sido agraciados com máquinas para promover o
desporto. Há também muitas zonas pedonais que foram recuperadas e tornam as caminhadas
muito mais atrativas. Comece hoje mesmo a usufruir desses recursos. Equipa-se de roupa e
sapatos confortáveis e não esqueça da sua garrafa de água. Caminhe na sua velocidade. O
importante é mover-se. Daqui há algum tempo gostava de receber um relato daquilo que o
exercício tem proporcionado na sua vida!
Nunca é tarde para começar a exercitar-se. Entretanto relembramos que antes de começar
qualquer exercício físico consulte o seu médico e contacte o seu gerontólogo para saber
quando será a próxima caminhada de grupo.

Bibliografia:
Thiebauld C., Sprumont P. O Desporto depois dos 50 anos. Ed Piaget. Lisoba, 2009.
Barreiros, J. Espanha, M. Correia, P. Actividade Física e Envelhecimento. Ed Faculdade de
Motricidade Humana, Lisboa 2006.

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