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FACULDADE BRASILEIRA MULTIVIX VITÓRIA

CURSO DE ODONTOLOGIA

HEPATITE: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS, TIPOS E


FORMAS DO DENTISTA SE PRECAVER

ANA LUÍSA MOREIRA BRANDÃO


ARTHUR LORETO SOPRANI LOPES
MARIANA MOREIRA BRANDÃO
PEDRO TAVARES KUNSCH FERREIRA
THAYLON HUGO HUBNER FLORINDO

VITÓRIA - ES
2021
Introdução

As hepatites virais são doenças infecciosas que têm em comum o hepatotropismo e


é considerado uns dos maiores problemas de saúde do mundo. As hepatites virais
humanas são a hepatite A, B, C, D e E. Os profissionais da área da saúde,
principalmente o cirurgião dentista, estão em risco alto de contaminação por esses
vírus, principalmente os vírus da hepatite B e hepatite C, pois podem ser
transmitidos em caso de lesão percutânea, contato com mucosas, membranas ou
pele com ferimentos.

Hepatite A

A Hepatite A é uma doença altamente contagiosa, sendo a mesma causada pelo


vírus A (VHA), sua transmissão se dá através do meio fecal-oral (ou seja, o vírus
está no meio ambiente associado a condições de higiene e saneamento
inadequados), por contato entre os indivíduos na presença do vírus ou através da
ingestão de alimentos ou água contaminada pelo vírus. Tal doença atinge o
indivíduo causando processos degenerativos no fígado. O agente de tal doença é
um picornavírus sendo o mesmo integrante do gênero Hepatovirus. Os sintomas
são, em sua maioria, os infectados podem apresentar quadro de icterícia, colúria e
acolia. Os infectados apresentam um quadro de fraqueza,, dores musculares(em
especial dores abdominais), cansaço e até mesmo febre, mesmo que em sua
maioria não seja muito alta, enjoo e quadros de vômitos. Tais sintomas costumam
aparecer em torno de 15-50 dias após a infecção do indivíduo. A forma de
diagnóstico da doença é através de exames de sangue, exames sorológicos,através
da medição de anticorpos, além disso o quadro clínico demonstra também
alterações laboratoriais hepáticos. A doença em questão é totalmente curável, e
após a cura do indivíduo o mesmo desenvolve anticorpos de modo que o indivíduo
fica protegido e não desenvolve novamente a doença. Sua profilaxia se dá através
da melhoria de hábitos de higiene coletiva e individual e saneamento básico e
ingestão apenas de alimentos bem higienizados e de origem confiável. Além disso,
um método de prevenção também se dá através da vacina, onde a mesma vai
combater e prevenir o vírus da hepatite A.
Hepatite B

A Hepatite B é uma doença causada pelo vírus da hepatite B (VHB) e é considerada


um dos principais problemas na saúde pública. Esse vírus pode ser transmitido
quando se é exposto a sangue e fluidos corporais contaminados, como aerossóis
contaminados, relação sexual sem proteção, uso de drogas intravenosas, uso de
materiais perfurocortantes, entre outras formas. Segundo Angelo et al. (2007), o
VHB é aproximadamente 100 vezes mais infectante que o HIV e 10 vezes mais que
o Vírus da Hepatite C.
Muitas pessoas não suspeitam que estão com Hepatite B, pois, na primeira fase da
doença (Hepatite aguda), apresentam sintomas como vômito, enjoo e cansaço,
sintomas que estão presentes em muitos outros problemas de saúde, além de
muitos ao menos apresentarem sintomas.
Os profissionais de saúde, principalmente os cirurgiões dentistas, por estarem
frequentemente expostos às principais vias de infecção (sangue e saliva) correm um
alto risco de se contaminarem.
Dentro do consultório odontológico há uma grande chance de ocorrer a infecção
cruzada do VHB por conta dos aerossóis emitidos durante os atendimentos e do uso
de materiais perfurocortantes. Por isso, é indispensável a adoção de medidas de
biossegurança, como a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual, a
esterilização de materiais e a vacinação - que é a maneira mais eficaz de prevenção
e também de mitigar a transmissão da doença.

Hepatite C

A hepatite C foi descoberta em 1989 e chegada ao público em 1993, foi conhecida


através da hepatite A e B, caracterizada por não ser tão comum e por acontecer em
forma aguda sendo extremamente rara, causando uma sequência de enjoo como
tontura, febre, cansaço, dor no abdômen e etc. Com o passar de seis meses no
corpo humano ela já se evoluiu passando a ser uma hepatite crônica, onde já se
instalou no fígado, causando fibrose e sendo uma hepatite muito mortífera.
A hepatite C é transmitida por contato direto com o sangue, como em clínicas
odontológicas sem o uso dos protocolos, o compartilhamento de agulhas no uso de
drogas, tatuagens, piercing, sexo sem proteção com pessoa pessoa infectada ou
uma mãe infectada na hora do parto pode transmitir para o seu bebê. No entanto,
hoje existindo a cura da hepatite C, qualquer um que possuir esse vírus poderá
tomar o antivírus de ação direta logo de cara, apresentando uma taxa de cura de
95% com o tratamento de 8 a 12 semanas.

Hepatite D

O Vírus da Hepatite D, também conhecido como vírus delta (HDV), depende da


presença do vírus do tipo B (HBV) para infectar uma pessoa devido a sua
incapacidade de produzir envoltório proteico.
A transmissão do vírus pode ser transmitido por relações sexuais sem proteção com
pessoas infectadas, de mãe para filho durante a gestação, por objetos
compartilhados ja infectados, por compartilhamento de materias de drogas injetaveis
e em clinicas odontologias onde os materiais não são higienizados.
Além de ser silenciosa, ela também pode não apresentar sintomas claros como os
das outras hepatites, sendo alguns dos sintomas frequentes são tontura, enjoo,
cansaço, vômitos, dor abdominal, pele e olhos com cor amarela, urina escura, febre
e fezes claras, ela também é uma doença que ataca o fígado. Ela não apresenta
tratamento, havendo somente medidas de prevenção.
Os metodos para se previnir é o uso de camisinha em todas as relações sexuais, o
não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como lâminas, escovas dentais,
os equipamentos para uso de drogas e ir em consultorios odontologicos de
confiança. O diagnóstico pode ser por análise sorológica do sangue, feita em
laboratório.
Os cirurgiões dentistas têm grande contato com pessoas, e assim uma maior
facilidade de se contaminarem e o risco fica maior se as medidas de biossegurança
não forem usadas.

Hepatite E

A hepatite E é causada por um vírus chamado vírus da hepatite E (VHE). Os


mamíferos, incluindo o homem, podem ser infectados pela hepatite E, esse vírus é
transmitido principalmente por via fecal-oral, a contaminação da água com matéria
fecal é a forma mais comum de propagação do vírus (VHE). A hepatite E pode
manifestar sintomas ou ser assintomática, os sintomas são: urina escura, anorexia,
aumento de volume hepático, transaminases elevadas e dor abdominal
acompanhada de vômitos, náuseas e febre. Em jovens e adultos a infecção dura
entre 4 a 6 semanas. Mulheres grávidas no terceiro trimestre e crianças até dois
anos de idade tem a taxa de mortalidade mais elevada.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que o uso de EPI´s e a vacina contra a hepatite B se tornam


indispensáveis para reduzir as chances de contaminação com esses vírus e para o
controle dessas doenças transmissíveis no ambiente odontológico.

Referências bibliográficas

ANGELO, A. R. et al. Hepatite B: Conhecimento e Prática dos Alunos de


Odontologia da Hepatite B: Conhecimento e Prática dos Alunos de Odontologia da
UFPB. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, v. 7, n. 3, p.
211-216, dez./2007.

DEPARTAMENTO DE DOENÇAS DE CONDIÇÕES CRÔNICAS E INFECÇÕES


SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS. Hepatite C. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao-hepatites/hepatite-c. Acesso
em: 20 mai. 2021.

FERREIRA, C. M. et al. Diagnóstico da infecção por vírus da hepatite E no


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http://www2.insa.pt/sites/INSA/Portugues/PublicacoesRepositorio/Documents/observ
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GARBIN, A. J. I.; WAKAYAMA, B.; GARBIN, C. A. S. Negligência no autocuidado em


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MELO, T. R. N. B. et al. Avaliação do controle das medidas de biossegurança


adotadas por acadêmicos de Odontologia. Revista Eletrônica Acervo Científico, v.
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SCIELO. Hepatite D.
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822002000200009&script=hsci_arttex
t. Acesso em: 20 de mai. 2021.

VEJA SAÚDE. Hepatite C tem cura: o plano brasileiro para eliminá-la até 2030.
Disponível em:
https://saude.abril.com.br/medicina/hepatite-c-tem-cura-o-plano-brasileiro-para-elimi
na-la-ate-2030/. Acesso em: 19 mai. 2021.

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