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Consenso

Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente


Transmissíveis 2020: hepatites virais
doi: 10.1590/S1679-4974202100016.esp1

Brazilian Protocol for Sexually Transmitted Infections 2020: viral hepatitis


Protocolo Brasileño para Infecciones de Transmisión Sexual 2020: hepatitis virales

Geraldo Duarte1 – orcid.org/0000-0002-1689-6142


Paula Pezzuto2 – orcid.org/0000-0001-9570-8244
Tiago Dahrug Barros2 – orcid.org/0000-0001-6960-3801
Gláucio Mosimann Junior2 – orcid.org/0000-0002-1687-5026
Flor Ernestina Martínez-Espinosa3 – orcid.org/0000-0002-0325-3674

1
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil
2
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, DF, Brasil
3
Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Leônidas e Maria Deane, Manaus, AM, Brasil

Resumo
Este artigo aborda as hepatites virais, tema tratado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às
Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis e, mais precisamente, nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
para Hepatite B e para Hepatite C e Coinfecções, publicados pelo Ministério da Saúde do Brasil. Além do espectro ampliado de
acometimento da saúde, os vírus das hepatites A, B e C também apresentam diferentes formas de transmissão, seja parenteral,
sexual, vertical ou oral. Entre as estratégias sugeridas para o controle das hepatites virais, além das medidas comportamentais,
estão o diagnóstico ampliado, a vacinação precoce contra os vírus da hepatite A e hepatite B e o acesso aos recursos terapêuticos
disponíveis. Considerando a transmissão vertical dos vírus da hepatite B e hepatite C, a triagem das gestantes portadoras
crônicas desses vírus é uma importante estratégia de saúde perinatal, indicando com precisão quem pode se beneficiar das
intervenções profiláticas disponíveis.
Palavras-chave: Hepatite A; Hepatite B; Hepatite C; Vacinas; Terapêutica; Prevenção de Doenças.

Endereço para correspondência:


Geraldo Duarte – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes, 3900, Sala 808,
Campus Universitário da USP, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. CEP: 14049-900
E-mail: gduarte@fmrp.usp.br

Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(Esp.1):e2020834, 2021 1


Hepatites virais

Apresentação O vírus da hepatite A (hepatitis A virus, HAV) perten-


ce à família Picornaviridae e seu genoma é composto
As hepatites virais constituem um dos temas que por ácido ribonucleico (ribonucleic acid, RNA), co-
compõem o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas mumente transmitido por meio de contato orofecal
(PCDT) para Atenção Integral às Pessoas com Infec- e ingestão de água ou alimentos contaminados. Sua
ções Sexualmente Transmissíveis (IST), sendo mais transmissão sexual tem sido relatada especialmente
especificamente abordado no PCDT para Hepatite B entre homens que fazem sexo com homens, o que re-
e Coinfecções e PCDT para Hepatite C e Coinfecções, força a necessidade de incluir as medidas de prevenção
publicados pela Secretaria de Vigilância em Saúde entre adultos.8-12
do Ministério da Saúde do Brasil. Os referidos docu- O vírus da hepatite B (hepatitis B virus, HBV)
mentos foram aprovados pela Comissão Nacional de pertence à família Hepadnaviridae, cujas variações
Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de genéticas permitem reconhecer dez diferentes genóti-
Saúde (Conitec).1-3 Para a elaboração do presente ar- pos, aspecto de importância epidemiológica, clínica e
tigo, foram realizadas seleção e análise de evidências terapêutica.13,14 Dentre os vírus considerados hepato-
disponíveis na literatura e discussão por especialistas tróficos, é o único com material genômico composto
em IST em 2020. por ácido desoxirribonucleico (deoxyribonucleic acid,
DNA). Os meios mais frequentes de transmissão do HBV
são a exposição parenteral ou percutânea, vertical e
As hepatites virais A, B e C são sexual.7 O sangue é o veículo de transmissão mais
responsáveis por mais de 1,34 milhão de importante, mas outros fluidos também podem trans-
óbitos anualmente em todo o mundo, dos mitir o HBV, como sêmen e conteúdo vaginal.15 As rotas
quais 66% são decorrentes da hepatite B, de transmissão predominantes variam de acordo com
a prevalência da infecção pelo HBV. Em áreas com alta
30% da hepatite C e 4% da hepatite A. prevalência, a via perinatal e a horizontal por contato
próximo na infância são as principais formas de trans-
missão do vírus.16,17 Em áreas de baixa prevalência,
Aspectos epidemiológicos a via percutânea e o contato sexual são as formas de
maior risco de contaminação.18
As hepatites virais A, B e C são causadas por vírus O vírus da hepatite C (hepatitis C virus, HCV) per-
que apresentam tropismo primário pelo tecido he- tence à família Flaviviridae, cujo material genético é
pático, constituindo grande desafio à saúde pública formado por fita única de RNA de sentido positivo; sua
em todo o mundo. Globalmente, essas infecções são variação genética permite reconhecer sete genótipos
responsáveis por mais de 1,34 milhão de óbitos anual- diferentes.19 Sua transmissão ocorre por meio da ex-
mente, dos quais 66% são causadas pela hepatite B, posição percutânea, sexual e vertical. As frequências
30% pela hepatite C e 4% pela hepatite A.4 Essas mortes de ocorrência para cada uma dessas categorias variam
decorrem principalmente das complicações das formas conforme a população estudada e a concomitância
de fatores associados. No entanto, ressalta-se que a
crônicas das hepatites, como insuficiência hepática,
via parenteral é muito mais eficiente e prevalente na
cirrose e hepatocarcinoma.5 Dados tão significativos
transmissão do HCV do que a transmissão sexual e ver-
levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a
tical. O maior número de novas infecções vem sendo
assumir, como um dos seus objetivos, eliminar as he- observado entre usuários de drogas injetáveis e pelo
patites virais até 2030.6 compartilhamento de seringas.20,21
No período de 1999 a 2019, o Sistema de Infor- Sobre a transmissão sexual do HCV, sabe-se que
mação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou é mais frequente entre homens que fazem sexo com
a ocorrência de 673.389 casos de hepatites virais no homens.22 Como em outras infecções de transmissão
Brasil. Destes, 168.036 (25%) foram referentes à hepa- sexual, a presença de outras IST, a exemplo da infec-
tite A, 247.890 (36,8%) à hepatite B, 253.307 (37,6%) à ção pelo vírus da imunodeficiência humana (human
hepatite C e 4.156 (0,6%) à hepatite D.7 immunodeficiency virus, HIV) e práticas sexuais

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desprotegidas, especialmente aquelas com maior risco crioglobulinemia, glomerulonefrite membrano-proli-


de sangramento mucoso (sexo anal sem uso de lubri- ferativa, tireoidite autoimune, porfiria cutânea tarda,
ficantes, introdução de partes do membro superior na entre outras.40 Na ausência de eliminação viral espon-
vagina ou no ânus, sexo grupal, compartilhamento tânea e de tratamento, 20% dos casos de infecção pelo
de objetos sexuais e prática de sexo sob influência HCV evoluem para cirrose ao longo do tempo.41
de drogas psicoativas), constituem importante gru-
po de situações e fatores facilitadores de transmissão Diagnóstico
do HCV.23,24 Apesar de a transmissão do HCV ser mais
baixa em pessoas com hábitos heterossexuais, ela se O diagnóstico das hepatites virais A, B e C baseia-
eleva entre aquelas com grande número de parcerias -se na detecção de marcadores sorológicos (antígenos
sexuais ou que praticam sexo anal.21 virais e anticorpos específicos) e molecular (ácido
nucleico viral) no sangue, soro, plasma ou fluido oral
Aspectos clínicos da pessoa infectada, por meio de imunoensaios ou de
técnicas de biologia molecular.12,42,43 A incorporação
A hepatite A é autolimitada, não evolui para doença dos testes rápidos ao Sistema Único de Saúde (SUS)
crônica e tem na vacina a sua principal forma de con- do Brasil ampliou as oportunidades de testagem e de
trole.25 Seu período de incubação varia de 15 a 50 dias diagnóstico precoce dessas infecções, os quais podem
e é sintomática em 70% dos adultos.26,27 Caracteriza-se ser realizados em locais sem infraestrutura laborato-
por início súbito de náusea, vômitos, anorexia, febre, rial ou de difícil acesso.44
mal-estar e dor abdominal, seguida por icterícia, co- Para o diagnóstico da hepatite A aguda, utilizam-se
lúria, acolia e prurido.28 Pessoas infectadas pelo HAV testes de imunoensaio que detectam anticorpos IgM
transmitem o vírus durante o período de incubação, anti-HAV no soro (até seis meses após o início dos sin-
que dura entre um e seis meses, persistindo até uma tomas). A pesquisa por anticorpos IgG anti-HAV, seja
semana depois do início da icterícia.29 por testes anti-HAV IgG ou anti-HAV total (IgM e IgG),
A hepatite pelo HBV pode mostrar-se como doença auxilia na identificação de indivíduos não imunizados
aguda ou crônica. Na forma aguda, cerca de 70% dos ou previamente infectados. Esses exames devem ser
casos apresentam a forma subclínica e 30% a for- sempre solicitados para pessoas expostas a situações de
ma ictérica, eventualmente um curso mais grave da risco para essa infecção.44,45 A presença de anticorpos
doença.30,31 Na fase aguda, as manifestações clínicas IgG anti-HAV indica imunidade duradoura.46
como anorexia, astenia, mal-estar, náusea, icterícia, A maioria das pessoas infectadas pelo HBV é as-
colúria e dor no quadrante superior direito do abdome sintomática e diagnosticada na fase crônica da
são indistinguíveis de outras hepatites virais.32 doença. A Figura 1 ilustra a dinâmica temporal da
Na hepatite pelo HBV, a proporção de progressão de variação dos marcadores da infecção.47 A definição
infecção aguda para crônica em indivíduos imuno- sucinta desses marcadores consta na Figura 2.48 Para
competentes é determinada principalmente pela idade a triagem da infecção, é utilizado teste laboratorial
em que a infecção ocorre, sendo de 90% na transmissão de imunoensaio ou teste rápido visando à detecção
vertical,33 de 20% a 50% entre 1 e 5 anos de idade34,35 do antígeno de superfície do HBV (HBsAg). Nos casos
e de 0 a 10% após a adolescência.12,36 Na sua forma positivos, a complementação diagnóstica é feita com
crônica, a hepatite B é frequentemente assintomática, o anti-HBc total e, se disponível, com teste molecular
mas pode evoluir para insuficiência hepática crônica, (HBV-DNA). O HBeAg, anti-HBe e anti-HBs, juntos aos
cirrose e hepatocarcinoma.37 demais marcadores, auxiliam na avaliação da fase clí-
Sobre a infecção causada pelo HCV, observa-se que nica e monitoramento evolutivo da infecção.16,37,42-44,49
cerca de 50% a 85% das pessoas evoluem para a forma Na hepatite B aguda, o HBsAg, HBeAg, anti-HBc
crônica da infecção, apresentando manifestações clí- IgM e o HBV-DNA são os primeiros marcadores a se-
nicas inespecíficas como cansaço, alterações do sono, rem detectados. A presença do HBsAg é confirmação
náusea, diarreia, dor abdominal, anorexia, mialgia, da infecção, podendo ser detectada de duas a 12 se-
artralgia, fraqueza, alterações comportamentais e per- manas após a exposição ao vírus. Sua negativação,
da de peso.38,39 Manifestações extra-hepáticas incluem quando a infecção é debelada, acontece semanas após

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Hepatites virais

Fonte: modificado e adaptado de Sablon & Shapiro, 2005.47


Notas: a) HBsAg – antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBV);b) Anti-HBs – anticorpo contra o antígeno de superfície do HBV; c) Anti-HBc Total – anticorpo das classes IgM e IgG contra o
antígeno do núcleo do HBV; d) HBeAg – antígeno “e” do HBV; e) Anti-HBe – anticorpo contra o antígeno “e” do HBV; f) Anti-HBc IgM – anticorpo da classe IgM contra o antígeno do núcleo do HBV.

Figura 1 – Marcadores séricos da infecção causada pelo vírus da hepatite B de acordo com o tempo de evolução da infecção

Marcador Interpretação
Marcador de infecção atual pelo vírus da hepatite B (HBV), seja aguda ou crônica. Detectado na fase inicial da infecção
HBsAga
aguda. Sua persistência por mais de 6 meses sinaliza para a infecção crônica.
Marcador de intensidade da replicação viral. Presente na fase inicial da infecção aguda, podendo ser detectado antes do
HBV-DNAb HBsAg. Na infecção crônica, sua presença é detectável na maioria dos casos. Sua quantificação é útil na classificação da
forma clínica da infecção crônica.
Marcador da replicação viral. Sua detecção indica elevada replicação e infecciosidade do HBV. Está presente na fase aguda e
HBeAgc
em algumas formas crônicas.
O início da detecção coincide com o declínio da concentração de HBeAg. Sua presença indica redução da replicação viral.
Anti-HBed
Algumas formas replicativas da doença crônica apresentam esse anticorpo na ausência do HBeAg.
Marcador de infecção recente pelo HBV. Presente durante a fase aguda da infecção. Eventualmente, pode ser detectado na
Anti-HBc IgMe
reagudização de casos crônicos.
O início da detecção acontece durante a fase aguda da infecção e persiste por tempo indeterminado. Sua presença indica
Anti-HBc IgGf
infecção vigente (quando o HBsAg está positivo) ou contato prévio com o HBV.
Anti-HBsg Indica imunidade contra o HBV. Presente após o desaparecimento do HBsAg (cura funcional) ou em resposta à vacina.

Fonte: adaptado de Liang, 2009.48


Notas: a) HBsAg – antígeno de superfície do HBV; b) HBV-DNA – ácido nucleico viral; c) HBeAg – antígeno “e” do HBV; d) Anti-HBe – anticorpo contra o antígeno “e” do HBV; e) Anti-HBc IgM –
anticorpo da classe IgM contra o antígeno do núcleo do HBV; f) Anti-HBc IgG – anticorpo IgG contra o antígeno do núcleo do HBV; g) Anti-HBs – anticorpo contra o antígeno de superfície do HBV.

Figura 2 – Interpretação dos marcadores da infecção pelo vírus da hepatite B

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a detecção, podendo se prolongar por até seis meses. O hepatite C deve ser solicitada para todos os indivíduos
anti-HBc IgM evolui para negatividade após controle em situações de risco para a infecção.12,52
da infecção aguda, mas, em casos de reagudização da
hepatite B, pode ser detectado.48 Tratamento
O HBeAg é marcador da intensa replicação viral
e sua detecção relaciona-se à alta infecciosidade do Não está disponível tratamento antiviral específico
HBV.48 Os anticorpos anti-HBc IgG também aparecem para a hepatite A, apenas medicamentos para alívio
precocemente e normalmente persistem pelo resto da dos sintomas, os quais geralmente desaparecem dentro
vida. Não servem para classificar forma clínica, pois de dois meses.53
Durante a infecção aguda pelo HBV, apenas medi-
todos os indivíduos que foram infectados, curados ou
das de suporte são suficientes, visto que mais de 90%
não, apresentam esse marcador. Tem uso epidemioló-
apresentam resolução espontânea. Se houver neces-
gico, pois indica contato prévio com o vírus ou infecção
sidade de tratamento, utilizam-se os inibidores de
vigente. A presença de anticorpos anti-HBe indica o
transcriptase reversa.54 No Brasil, a escolha é o fuma-
início da recuperação, mas muitos indivíduos com
rato de tenofovir desoproxila ou o entecavir.37 Medidas
forma crônica replicativa da doença podem apresentar
preventivas devem ser tomadas para todos os contatos
esse marcador na ausência do HBeAg.50 O marcador
expostos, indicando-se imunoglobulina e vacinação
anti-HBs surge durante a fase de convalescença, após
para aqueles soronegativos ou com sorologia desco-
o desaparecimento do HBsAg. Sua presença indica
nhecida, segundo critérios estabelecidos.55
imunidade contra o HBV. Na ausência do anti-HBs, o
Após seis meses de persistência do HBsAg no sangue,
anti-HBc total passa a ser o único marcador isolado
a infecção pelo HBV é considerada crônica e deve ser
da infecção prévia. Em indivíduos não expostos ao HBV avaliada clínica e virologicamente para decisão sobre
(anti-HBc IgG negativos), a presença de anticorpos an- necessidade de terapia medicamentosa. O tratamento
ti-HBs indica imunidade pela resposta vacinal contra da forma crônica da hepatite B tem como principal
a hepatite B.51 objetivo a supressão viral, evitando, com isso, a progres-
Na incapacidade de resolução da infecção aguda, são da hepatopatia e o óbito. A negativação do HBsAg
alguns indivíduos tornam-se portadores crônicos e soroconversão para o antiHBs (cura funcional) se-
do HBV. Nesses casos, a persistência do HBsAg por ria o resultado ideal, mas raramente alcançado. Não
mais de seis meses sinaliza para a infecção crônica. cumprindo esse objetivo, o aparecimento do anti-HBe,
Na hepatite B crônica, os marcadores HBsAg e HBV-D- a redução da carga viral e a normalização das enzimas
NA permanecem presentes e detectáveis. A avaliação hepáticas passam a ser os desfechos alternativos.37,56
do HBeAg e anti-HBe, junto aos demais marcadores, Devido à sua complexidade, esse tratamento deve
auxilia no monitoramento e avaliação da fase clínica ser instituído com orientação do especialista, visto que
da infecção.48,50 depende de múltiplas variáveis clínicas e laboratoriais,
A testagem para hepatite B deve ser ofertada ou soli- como a presença de acometimento hepático signifi-
citada para todas as pessoas de maior vulnerabilidade cativo, resposta imunológica à infecção, carga viral e
ao agravo. Aquelas cujos resultados forem negativos fatores de risco para a progressão da doença (idade e
devem ser encaminhadas para vacinação.16,44 histórico familiar de hepatocarcinoma).37,55 A biopsia
Na infecção pelo HCV a maioria das pessoas infec- hepática pode ser útil para avaliar o grau de agressão
tadas é assintomática e o rastreamento é feito pela tecidual e para os casos em que seja necessário descar-
detecção de anticorpos anti-HCV utilizando teste de tar doença hepática de base.57 A definição de terapia
imunoensaio ou teste rápido. Nas pessoas com resul- antiviral na infecção crônica pelo HBV depende, a
tados reagentes, a complementação do diagnóstico princípio, do grau da hepatopatia, da concentração de
é feita por teste molecular, no caso, a reação em ca- aminotransferases e da carga viral (HBV-DNA).58
deia da polimerase mediada por transcrição reversa Objetivamente, a infecção pelo HCV pode ser cura-
(reverse transcriptase-polymerase chain reaction, da utilizando-se tratamento antiviral de ação direta.
RT-PCR) para detectar o RNA do HCV, confirmando Entretanto, por ser uma infecção assintomática na
a infecção ativa, aguda ou crônica. A testagem para maioria dos casos, grande número de pessoas infectadas

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Hepatites virais

Principais fármacos e associações mais frequentes para o tratamento da hepatite C


Sofosbuvir + daclatasvir
Sofosbuvir/ledipasvir
Sofosbuvir/velpatasvir
Elbasvir/grazoprevir
Glecaprevir/pibrentasvir
Ribavirina
Fonte: adaptado do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções.41

Figura 3 – Principais fármacos e associações mais frequentes para o tratamento da hepatite C

não são diagnosticadas e ainda existe limitação de percentuais de efetividade, os quais variam de acordo
acesso à terapia em alguns locais.52 Esse tratamen- com a idade (crianças pré-termo e pessoas acima de
to deve ser acompanhado por especialistas, visto 60 anos apresentam menores percentuais de viragem
sua complexidade. sorológica) e a presença de comorbidades, a exemplo
As alternativas terapêuticas para o tratamento da de pessoas em hemodiálise, pessoas com hepatopatias,
infecção pelo HCV incorporadas ao SUS apresentam neoplasias e aquelas portadoras do HIV.33,56,60-62
elevada efetividade terapêutica, confirmada por res- O fato de que 90% das infecções pelo HBV adquiri-
posta virológica sustentada (Figura 3). Comparando-se das no período perinatal evoluem para a cronicidade
situações clínicas semelhantes, todos os esquemas fundamentam as estratégias de vacinação universal
propostos apresentam efetividades também similares. de todos os recém-nascidos, independentemente de a
Características que os diferenciam são as indicações mãe ser portadora crônica do vírus.56,60 Essa estratégia
para determinadas populações, a comodidade posoló- é fundamental para cumprir o objetivo de controlar a
gica, o controle mais acessível e o custo. A terapia tem hepatite B até o ano 2030.6,63
como objetivo a resposta virológica sustentada, que As orientações e cuidados com as pessoas usuárias
significa negativação persistente do RNA viral após 12 de drogas ilícitas e aquelas que praticam atividade
a 24 semanas do término do tratamento.41 sexual sem proteção adequada são as estratégias que
potencialmente podem trazer melhores resultados na
redução das infecções pelo HCV.6,21-24 Outra forma de
Vigilância, prevenção e controle
controle da infecção pelo HCV é a terapia antiviral
A notificação dos casos de hepatites virais é compul- de ação direta contra o vírus, cujo sucesso ampliou
sória para todos os estados do país desde 2016. Todos a discussão sobre o tratamento como estratégia para
os casos suspeitos também devem ser comunicados prevenção da doença.64
semanalmente às autoridades de saúde.59
A prevenção da infecção pelo HAV depende da me- Populações e situações especiais
lhoria das condições sanitárias da população e da A abordagem das hepatites causadas pelos vírus
realização da vacinação (crianças até os 5 anos de HAV, HBV e HCV durante a gravidez exige atenção sobre
idade e pessoas expostas a maior risco da infecção), os aspectos profiláticos envolvidos tanto na transmis-
segundo os critérios do Centro de Referência para são horizontal quanto na transmissão vertical desses
Imunobiológicos Especiais.56 No entanto, em adultos, vírus. Para a redução e controle de exposições de ris-
deve ser considerada também a transmissão sexual, co, são necessários os fundamentos comportamentais
indicando e incentivando práticas sexuais seguras.12 e sanitários da profilaxia primária, acrescidos dos
No caso de exposição de risco para a hepatite A, há in- recursos da imunoprofilaxia ativa e passiva, quando
dicação de testagem e as pessoas negativas podem ser existentes.65,66 Sabe-se que o controle da transmissão
vacinadas até 14 dias após a exposição.29 vertical do HBV e do HCV depende da triagem univer-
Para o controle da infecção pelo HBV, a melhor sal dessas infecções durante o pré-natal. De forma
estratégia é a vacinação, que apresenta elevados geral, durante o pré-natal é importante identificar

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se os parceiros das gestantes não infectadas são por- Durante o pré-natal de gestantes portadoras
tadores dessas infecções, o que permite a adoção de crônicas do HBV, estão contraindicadas todas as
estratégias que reduzem as infecções agudas durante a condutas invasivas sobre o feto e câmara amniótica
gravidez, a exemplo da inclusão do parceiro na assis- (amniocentese e cordocentese). Havendo exposição
tência pré-natal.67 de risco, está indicada a imunoprofilaxia, utilizando,
em grupos musculares diferentes, a primeira dose da
Hepatite A na gestação
vacina e imunoglobulina hiperimune anti-hepati-
O período curto de viremia e os cuidados durante o te B (0,06mL/kg de peso corporal, máximo de 5mL,
parto (evitando o contato do feto com fezes maternas) intramuscular).56,74,78
justificam a raridade da transmissão vertical do HAV.68 Além da rotina laboratorial usual, devem ser
O parto vaginal é o mais indicado para essas mulheres solicitados os seguintes exames para gestantes porta-
e a amamentação natural é liberada.69 doras do HBV: provas de função hepática, marcadores
Tanto a imunoglobulina quanto a vacina contra o da infecção ainda não solicitados (entre eles HBeAg,
HAV são seguras para uso durante a gravidez. Em caso anti-HBc, anti-HBe, anti-HBs) e carga viral. Todas as
de exposição a fatores de risco clínicos, ocupacionais e gestantes que apresentam carga viral do HBV superior a
de estilo de vida, além de viagens para áreas de elevada 200.000UI/mL (correspondentes a 1 milhão de cópias/
prevalência, a imunoprofilaxia pode ser utilizada.12,70 mL) ou positividade para HBeAg devem fazer profilaxia
da transmissão vertical. Alterações da função hepática
Hepatite B na gestação
indicam necessidade de tratamento de longo prazo e
As proporções de cronicidade da infecção pelo HBV não apenas profilaxia (Figura 4).63
são mais elevadas quanto mais precocemente ocorrer Para a profilaxia da transmissão vertical do HBV,
a infecção.71 Por isso, o controle da transmissão ver- está indicado o uso de antivirais inibidores nucleosí-
tical potencialmente reduz a ocorrência de hepatite dicos da transcriptase reversa (lamivudina, tenofovir
crônica, cirrose e hepatocarcinoma.72,73 e telbivudina).63,79 No Brasil, a opção é o fumarato de
Orienta-se a pesquisa do HBsAg na primeira opor- tenofovir desoproxila (300mg, via oral, dose única
tunidade no pré-natal e sua repetição no momento do diária), iniciado a partir da 28ª semana de gravidez,
parto.74 Para gestantes soronegativas, deve-se iniciar o prolongando-se no puerpério para evitar eventual
esquema vacinal de três doses. A informação vacinal aumento da carga viral.74 Considerando a necessidade
não exclui a necessidade de verificar se a gestante é de tratamento prolongado em gestantes portadoras
portadora do HBV em todos esses momentos, pois não do HBV, também se utiliza o fumarato de tenofovir
há certeza de viragem sorológica vacinal mesmo após desproxila. Até o momento, considera-se que o uso do
as três doses da vacina.75 entecavir durante a gravidez não é seguro, devendo
Com função hepática normal o prognósti- ser evitado nesse período.80 Da mesma forma, também
co da infecção pelo HBV não é modificado pela não está indicado para ser usado durante o período de
gravidez e a infecção não altera o prognóstico gesta- amamentação.81
cional.76,77 Em caso de comprometimento hepático, os O parto vaginal é liberado para mulheres portadoras
prognósticos materno e perinatal poderão ser negati- do HBV, evitando-se episiotomia e partos instrumenta-
vamente afetados.65 lizados (fórceps ou vácuo) e clampeando rapidamente
A ocorrência de transmissão vertical do HBV é o cordão umbilical. A amamentação natural também
influenciada pela carga viral, pela positividade do está liberada.82
HBeAg e do anti-HBe da portadora e pela idade ges- Todos os recém-nascidos de mulheres porta-
tacional (infecção adquirida no fim da gestação doras do HBV deverão receber a primeira dose da
aumenta o risco de alta carga viral na hora do par- vacina e a imunoglobulina específica contra o HBV
to). Sem nenhuma intervenção profilática, o risco de (0,5mL intra-muscular), de preferência nas primeiras
transmissão vertical em portadoras crônicas varia de 12 horas de vida, conforme apresentado no algoritmo
5% a 30% (média de 8%). No entanto, se a gestante for da Figura 4. Existem vários esquemas para a admi-
portadora do HBeAg, a proporção de transmissão ver- nistração das doses adicionais da vacina, alguns com
tical é elevada, mas extremamente variável, ocorrendo duas, outros com três doses adicionais.63 Países como
em 80% a 90% das vezes.4,33,65 China, Malásia e Hong Kong, entre outros, utilizam o

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Hepatites virais

Fonte: modificado e adaptado de World Health Organization, 2020.71


Notas: a) HBsAg – antígeno de superfície do HBV; b) HBV – vírus da hepatite B; c) HBeAg – antígeno “e” do HBV; d) Iniciar terapia prolongada com fumarato de tenofovir desoproxila, pois entecavir
não é seguro para lactante.80,81

Figura 4 – Algoritmo das intervenções preventivas para prevenção da transmissão vertical do vírus da hepatite B

calendário de duas doses adicionais administradas no avaliação entre 30 e 60 dias após a última dose da va-
segundo e sexto meses de vida do recém-nascido.83-85 cina anti-HBV.74
Nos Estados Unidos da América e no Canadá, utiliza-se
Hepatite C na gestação
também o esquema de duas doses adicionais adminis-
tradas no segundo e sexto meses de vida. No entanto, Em 2020, o Ministério da Saúde incorporou a
se o recém-nascido for pré-termo ou com peso abaixo triagem universal da infecção pelo HCV durante a
de 2,0kg, o esquema vacinal considera três doses adi- gravidez.88 A grande resistência à triagem pré-natal do
cionais da vacina, administradas no segundo, quarto HCV é que não existe profilaxia farmacológica ou imu-
e sexto meses de vida.75,86 No Brasil, o Programa Na- ne para reduzir sua transmissão vertical.4 No entanto,
cional de Imunizações indica esquema vacinal de três existem estratégias comportamentais e assistenciais
doses adicionais à dose administrada no momento do que reduzem esse risco, como realizar o controle
parto, utilizando vacinas combinadas (vacina pen- profilático e terapêutico de outras infecções, proibir
tavalente) administradas no segundo, quarto e sexto propedêutica invasiva sobre a câmara amniótica ou
meses de vida, independentemente de prematuridade fetal e evitar tempo prolongado de corioamniorrexe.
ou peso do neonato.74,87 Durante o parto deve-se evitar o uso da episiotomia,
Seja qual for o esquema vacinal utilizado, a si- indicando-se o clampeamento rápido do cordão um-
tuação do recém-nascido deve ser acompanhada até bilical.65,89,90 Além disso, é mais uma oportunidade de
se definir se a infecção foi confirmada ou descartada identificar portadores do HCV, que podem se beneficiar
e a soroconversão aferida.71 No Brasil, indica-se essa do tratamento posteriormente.

8 Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(Esp.1):e2020834, 2021


Geraldo Duarte e colaboradores

A transmissão vertical do HCV ocorre entre 3,8% e natural estão liberadas para mulheres portadoras do
7,8% das gestantes com infecção crônica, mostrando HCV66,79 desde que não haja concomitância com a in-
associação positiva com a carga viral.91-93 Essas pro- fecção pelo HIV.100
porções de transmissão vertical variam também a
depender da idade gestacional em que ocorreu a infec- Contribuição dos autores
ção aguda e da presença de comorbidades, a exemplo Duarte G, Pezzuto P, Barros TD, Mosimann Junior
da infecção pelo HIV.94,95 Não existe confirmação de que G e Martinez-Espinosa FE contribuíram na concepção,
o HCV possa causar malformação fetal.96 delineamento, redação e revisão crítica do manuscrito.
Tem sido observado que a infecção pelo HCV em Todos os autores aprovaram a versão final do trabalho
gestantes associa-se com prognósticos perinatais e são responsáveis por todos os seus aspectos, incluindo
adversos, como restrição de crescimento fetal e pre- a garantia de sua precisão e integridade.
maturidade.97,98 Não parece que esses resultados sejam
decorrentes apenas do efeito do HCV, mas também dos Agradecimento
inúmeros fatores que coexistem nessas gestantes.94 Os autores agradecem a contribuição significati-
Independentemente de ação isolada ou em associação, va dos membros dos grupos técnicos de especialistas
o que se confirma é a necessidade de identificar as ges- responsáveis pela elaboração do PCDT para Atenção
tantes portadoras dessa infecção e indicar assistência Integral às Pessoas com IST em 2020, e dos PCDT para
pré-natal apropriada e seguimento adequado a seus Hepatite B e Coinfecções e PCDT para Hepatite C e
filhos.88,99 Tanto o parto vaginal quanto a amamentação Coinfecções, publicados pelo Ministério da Saúde.

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Hepatites virais

Abstract Resumen
This article discusses viral hepatitis, a theme addressed Este artículo aborda las hepatitis virales, tema que
by the Clinical Protocol and Therapeutic Guidelines to hace parte del Protocolo Clínico y Directrices Terapéuticas
Comprehensive Care for People with Sexually Transmitted para la Atención Integral a Personas con Infecciones de
Infections and, more precisely, by the Clinical Protocols Transmisión Sexual y más precisamente de los Protocolos
and Therapeutic Guidelines for Hepatitis B and Hepatitis Clínicos y Guías Terapéuticas para Hepatitis B, Hepatitis
C and Coinfections, published by the Brazilian Ministry of C y Coinfecciones, publicados por el Ministerio de Salud.
Health. Besides the broad spectrum of health impairment, Además del amplio espectro de deterioro de la salud,
hepatitis A, B and C viruses also present different forms los virus de las hepatitis A, B y C presentan diferentes
of transmission, whether parenteral, sexual, vertical or formas de transmisión, como parenteral, sexual, vertical
oral. Among the strategies suggested for the control of u oral. Entre las estrategias sugeridas para el control de
viral hepatitis, in addition to behavioral measures, are las hepatitis virales, están las medidas conductuales,
expanded diagnosis, early vaccination against hepatitis el diagnóstico ampliado, la vacunación precoz contra
A and hepatitis B viruses, and access to available los virus de las hepatitis A y B y el acceso facilitado a
therapeutic resources. Considering vertical transmission los recursos terapéuticos disponibles. Considerando
of the hepatitis B and hepatitis C viruses, screening for la transmisión vertical de los virus de la hepatitis B
pregnant women with chronic hepatitis B and C is an y C, la identificación de embarazadas portadoras
important perinatal health strategy, indicating with crónicas de estos virus es importante estrategia de salud
precision those who can benefit from the prophylactic perinatal, indicando quiénes pueden beneficiarse de las
interventions. intervenciones profilácticas.
Keywords: Hepatitis A; Hepatitis B; Hepatitis C; Palabras clave: Hepatitis A; Hepatitis B; Hepatitis C;
Vaccines; Therapeutics; Disease Prevention. Vacunas; Terapéutica; Prevención de Enfermedades.

Recebido em 08/09/2020
Aprovado em 03/10/2020

Editora associada: Isis Polianna Silva Ferreira de Carvalho – orcid.org/0000-0002-0734-0783

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