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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)

Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96. Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95
GABINETE DA REITORIA
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
(UNEAD)
Criação e Implantação Resolução CONSU nº 1.051/2014. DOU 20/05/14

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA


UNIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA – UNEAD
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANDRÉIA MEIRA GONÇALVES


MAGALY DO CARMO ALVES RODRIGUES
RENATA TEIXEIRA LEITE

A NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O FOCO NO


CIDADÃO

Brumado/BA
2022

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96. Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95
GABINETE DA REITORIA
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
(UNEAD)
Criação e Implantação Resolução CONSU nº 1.051/2014. DOU 20/05/14

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANDRÉIA MEIRA GONÇALVES


MAGALY DO CARMO ALVES RODRIGUES
RENATA TEIXEIRA LEITE

A NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O FOCO NO


CIDADÃO

Síntese do Anteprojeto apresentado à


Universidade do Estado da Bahia,
Bacharelado em Administração
Pública/EAD, como uma das avaliações
para o componente curricular Seminário
Temático I na LFE I, II e III, ministrado
pelo professor Franklin Regis.

Brumado/BA
2022

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96. Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95
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(UNEAD)
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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROBLEMA / CONTEXTUALIZAÇÃO - BREVE HISTÓRICO SOBRE A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL

Podemos definir a Administração Pública como o conjunto de órgãos e servidores


responsáveis pelo atendimento das necessidades da sociedade, ou seja, aqueles que são
responsáveis pela gestão da coisa pública e seus desdobramentos.
Na visão de Paludo (2013) a administração pública em sentido amplo
compreende: o governo (que toma as decisões políticas), a estrutura administrativa e a
administração (que executa essas decisões). Em sentido estrito compreende apenas as
funções administrativas de execução dos programas de governo, prestação de serviços e
demais atividades.
Cabe ao Estado a prestação de inúmeros serviços públicos – saúde, educação,
habitação, segurança, esporte, assistência social, lazer. Para realizar todas essas ações, o
gestor público precisa de planejamento e responsabilidade para um bom uso dos recursos
públicos, sempre em busca da eficiência, eficácia e transparência.
No Brasil, a classificação mais usual divide os modelos de gestão pública em
patrimonialista, burocrático e gerencial. Sendo que o último também recebe a
denominação de nova gestão pública.
O primeiro modelo de administração pública do país foi o patrimonialista,
passando do período colonial a República Velha. Com a chegada da família real no Brasil
inicia-se a utilização de um modelo de administração que não fazia distinção entre os bens
públicos e particulares.
Este modelo patrimonialista era pautado nas práticas usadas por Estados
Absolutistas do século XVIII, em que o administrador não diferencia o patrimônio estatal
particular do estatal. O sistema estava pautado na dominação tradicional, uma espécie de
troca entre os governantes e seus súditos.
Com o surgimento do capitalismo industrial e das democracias faz com que as
sociedades se tornem mais complexas, onde o patrimonialismo não consegue suprir as
necessidades da sociedade. Surge o modelo burocrático como alternativa mais racional e
adequada, separando o público do privado, em busca da redução da corrupção e o do
nepotismo, visando tornar o estado mais eficiente.

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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração burocrática tem como características principais: a


impessoalidade, o profissionalismo, a hierarquia funcional e a ideia de carreira pública.
Existe uma desconfiança excessiva quanto aos servidores. Há um controle rígido dos
processos, da seleção de servidores, contratações de serviços e produtos, bem como das
atividades de atendimento ao público.
Durante a década de 30 já estavam presentes alguns traços da administração
burocrática na administração brasileira. Tendo sido adotada como alternativa importante
ao patrimonialismo. Porém, a eficiência pregada pelo modelo não ficou evidente na
prática, principalmente pelo surgimento das disfunções burocráticas: resistência a
mudanças, rigidez e falta de inovação, apreço extremo as regras e não com resultado,
excessiva formalização, e lentidão no processo de decisão.
Como alternativa ao modelo burocrático surge o modelo gerencial pautado na
utilização de ferramentas de gestão originadas da administração privada e pensamentos
neoliberais que defendem o estado mínimo, a busca pela padronização de procedimentos
e a otimização de tempo e volume de recursos.
Logo após a 2ª Guerra, os países apresentam uma evidente recuperação
econômica, política e social. Isso provocou um crescimento exponencial das funções
sociais e econômicas do Estado Social, que somado ao desenvolvimento tecnológico e a
globalização escancaram a necessidade de uma administração pública mais eficiente,
eficaz, capaz de atender as demandas sociais de maneira mais efetiva e transparente.
Dessa forma, durante a crise do Estado nos anos 70 ocorre o declínio do modelo
burocrático. Os anos seguintes apontam o modelo gerencial como principal alternativa.
As práticas gerenciais mais recentes buscam a equidade no acesso aos serviços,
através do planejamento estratégico das ações, autonomia gerencial, transparência, foco
no cidadão, responsabilidade fiscal, utilização de indicadores de desempenho e avaliação
dos resultados. Assim a sociedade surge como fator importante na formulação de
alternativas aos novos desafios enfrentados pelo Estado.
Estas novas alternativas são discutidas pela chamada “Nova Gestão Pública”, que
defende uma mudança quanto a forma de se chegar ao alcance dos resultados no âmbito
da administração pública, surgindo como fonte de pesquisa e orientação voltada ao
aperfeiçoamento e modernização da gestão pública.

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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Nova Administração Pública é definida como um debate profissional sobre a


estrutura, a gestão e o controle da administração pública. Tal diálogo envolvendo os
funcionários e a academia deve concentrar-se na busca por respostas às questões de como
estruturar, gerenciar e controlar os sistemas burocráticos públicos.
Embora as reformas da administração formem um ciclo iniciado pela
administração patrimonialista, passando pela burocrática até chegar a gerencial, não cabe
afirmar que existe apenas um modelo vigente. Podemos verificar na administração
pública brasileira alguns traços da burocracia, atrelados a características patrimonialistas
e uma busca pela aplicação dos princípios do modelo gerencial.
O foco desse modelo de gestão é voltado para o cidadão, e não para os próprios
procedimentos, como no modelo burocrático, apesar de coexistirem, ainda, com o escopo
burocrático e heranças patrimonialistas encravadas no modelo mental da gestão pública
brasileira, certamente demorando alguns anos para o gerencialismo ser assimilado por
completo.
Conforme o exposto verificou que não houve uma ruptura completa em relação
aos modelos anteriores. A administração pública brasileira busca um modelo de gestão
convergente com as premissas do gerencialismo, entretanto, não existe a garantia do
alcance de tal objetivo num curto espaço de tempo.
A nova administração pública põe fim à arbitrariedade burocrática, pois os direitos
do cidadão e sua igualdade ante a administração são escrupulosamente respeitados. Para
isso, identifica os cidadãos, presta-lhes contas, enfim, ajusta-se às suas reais necessidades
(Kliksberg, 1994).
Nesse sentido, sua orientação é para o cidadão e para a obtenção de resultados:
como estratégia, faz uso da descentralização e do incentivo à criatividade e inovação e
envolve, ainda, uma mudança na estratégia de gerência, que, entretanto, tem de ser posta
em ação em uma estrutura administrativa reformada, cuja ênfase seja a descentralização
e a delegação de autoridade (Pereira, 1997).
Voltar o Estado à participação da cidadania é descentralizar, criar transparência
dos atos públicos, desburocratizar e implantar sistemas políticos que amadureçam cada
vez mais a cidadania e favoreçam a organização e a expressão da sociedade civil
(Kliksberg, 1994). A diretriz “mestra” da nova administração pública é a de desenvolver

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nos funcionários um compromisso com a construção de uma sociedade mais preparada


para enfrentar as novas demandas contextualizadas em uma era de mudanças.
A grande tarefa a ser realizada compreende, entre outros aspectos, a revisão dos
serviços de atendimento ao público com vistas a sua maior eficiência e humanização. Isto
implica repensar profundamente os modelos organizacionais vigentes. (Kliksberg, 1992).
Portanto, a problemática da pesquisa é a questão específica que vamos investigar,
ou seja, descobrir o perfil socioeconômico e profissional do funcionário público e sua
relação com o modelo administrativo vigente.

OBJETIVOS:

OBJETIVO GERAL

• Descobrir o perfil socioeconômico e profissional do funcionário público e sua


relação com o modelo administrativo vigente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar a racionalidade predominante na esfera pública enfocada: se está


concentrada no cumprimento de normas e regulamentos internos ou em um nível
satisfatório de atendimento das necessidades dos clientes;
• Averiguar até que ponto a estrutura burocrática atua como elemento de satisfação
ou de descontentamento em relação aos objetivos de satisfação do cidadão.

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REFERÊNCIAS

ALVARIZA, Alma. Manual de Atención al Público. Montevideo: Programa Nacional


de Desburocratização.1992.

BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Reforma do Estado para a Cidadania: A Reforma


Gerencial Brasileira na Perspectiva Internacional. São Paulo. Ed. 34, Brasília: ENAP,
1998.

CARDOSO, Carmem; CUNHA, Francisco Carneiro da. Tecnologia de Atendimento:


cultura de prestação de serviço. Recife: Tecnologia Gerencial & Informática. 1994.

CAVALCANTI, Bianor; OTERO , Roberto Bevilacqua. Novos Padrões Gerenciais no


Setor Público: medidas do governo americano. Textos para discussão n. 16. 1997.

KLIKSBERG, Bernardo. Como transformar o Estado. Para além de mitos e dogmas.


Brasília, ENAP, 1992.

MACEDO, Marcelo Ernandez. Cidadanias Relações de Atendimento no Serviço


Público do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FGV. 1995.

MACHADO, Geraldo e QUEIROZ, Vera. Inserção de um Agente Catalisador de


Inovação para a Modernização do Serviço Público – O Caso da Fundação Luís
Eduardo Magalhães – Bahia. In: Congresso Internacional do Clad Sobre Reforma do
Estado e Administração Publica, 7., 2002, Lisboa. Anais... Lisboa: CLAD, 2002.

MARTINS, Luciano. Reforma da Administração Pública e cultura política no Brasil:


uma visão geral. Cadernos ENAP. Brasília: ENAP. 1995.

NASCIMENTO, Belmiro. Tecnologia organizacional: proposta de modelo conceitual


de administração com estratégia voltada para o cliente/usuário e implicações na eficácia
organizacional e na qualidade. Porto Alegre: Escola Superior de Administração Pública
do Estado do Rio Grande do Sul.1993.

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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NUNES, Edson. A Gramática Política do Brasil: clientelismo e insulamento


burocrático. Rio de Janeiro: Ed. Zahar; ENAP.1997.

OSBORNE, David; GAEBLER, Ted. Reinventando o Governo: Como o Espírito


Empreendedor Está Transformando o Setor Público. Brasília: MH Comunicação;
ENAP.1994.

PALUDO, Augustinho. Título. Administração Pública. São Paulo. 2013.

RAMOS, Danielly Silva. Sistemas de Atendimento ao Cidadão: experiências brasileiras.


Relatório Interno. Brasília: ENAP.1997.

SARAIVA, Luiz; CAPELÃO, Luiz. A nova administração pública e o foco no cidadão:


burocracia X marketing. Revista de Administração Pública Rio de Janeiro, v.34, n.2,
p.59-77 mar/abr, 2000.

WEBER, Max. A ética protestante e o espirito do capitalismo. Tradução José Marcos


Mariani de Macedo. revisão técnica, edição de texto, apresentação, glossário,
correspondência vocabular e índice remissimo António Flávio Pierucci. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004.

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