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A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS

1BRUNA DE OLIVEIRA ANDRADE, 2JULIANA LUIZA MAZARO, 3THAÍS SOUZA FREITAS, 4VALÉRIA SILVA GALDINO
CARDIN

1Mestreem Direito pela UNICESUMAR, Professora do Curso de Direito da UNIPAR/Paranavaí e UNESPAR/Paranavaí.


2Doutoranda em Direito pela UNICESUMAR, Mestre em Direito pela UNICESUMAR. Professora do Curso de Direito da
UNIPAR e UNESPAR/Paranavaí.
3Advogada e Especialista em Processo Civil pela Escola Nacional Superior de Advocacia (ESA)
4Pós-Doutora em Direito pela Universidade de Lisboa; Doutora e Mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP

Introdução: O Direito Administrativo é o campo regulador dos atos da Administração Pública, essa por sua vez é a
responsável pela realização de toda sorte de atividades do Estado. As políticas públicas ficam subordinadas a atender
seus princípios mandamentais, garantindo à população que seus governantes e órgãos cumpram o dever que lhes
assegurem o direito fundamental à boa Administração Pública. Além disso, atualmente, em seus atos políticos e
administrativos, como as licitações e contratos públicos o Administrador, também, deve atender ao princípio do
desenvolvimento sustentável.
Objetivo: Compreender como as políticas públicas interferem na atuação da Administração Pública na efetivação dos
direitos fundamentais, principalmente quanto a sua estruturação para que sejam sustentátveis.
Desenvolvimento: A Administração Pública é a responsável pelo planejamento e planos de execução das políticas
públicas no Brasil, organizando competências, definindo papéis, conectando atores, avaliando os resultados e
implementando melhorias. Mas há algum tempo outra questão tem sido considerada na delineação das políticas
públicas, a sustentabilidade. Nesse sentido afirma Diogo Coutinho (2013, p. 6), “[..] o direito administrativo pode ser visto
como mecanismo de disciplina, procedimentalização e de regulação da participação substantiva, bem como da
mobilização de atores mais ou menos organizados na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas [...]”.
Outro ponto a favor da normatização das políticas públicas pelo Direito Administrativo diz respeito a possibilidade de sua
implementação sob os princípios e direitos desse campo do direito, especialmente ao direito fundamental à uma boa
Administração Pública. O Poder Público se mostra vital na efetivação de direitos fundamentais, principalmente os sociais,
como por exemplo, à saúde, à educação, à segurança, à alimentação, o acesso à água, o lazer, etc., bem como fica
responsável pela implementação e monitoramento de políticas públicas que permitem o desenvolvimento da população
em geral ou do grupo que as ações atingem (COUTINHO, 2013). Além disso, o Direito Administrativo não é codificado,
possui legislação esparsa que permite a regulação de matérias pontuais. Assim, o controle sobre a Administração é feito,
precipuamente por seus princípios, que devem ser amplamente aplicados no planejamento e nos planos de execução
das políticas públicas, pois como assevera Robert Alexy (2015, p. 87-89) os princípios são normas mandamentais,
porque dizem o que deve ser feito. Nota-se que o autor, também, entende que eles possuem caráter obrigatório.
Atualmente outro princípio de obrigatória observação é o do desenvolvimento sustentável, que tem como objetivo
proteger o meio ambiente para as atuais e futuras gerações. É um preceito constitucional, em que a Administração
Pública deve se preocupar com a implementação de políticas públicas (VIEIRA, 2016). É dever do Estado o
desenvolvimento social por meio de efetivação dos direitos e garantias fundamentais, em que as políticas públicas
surgem para concretizar esse dever por meio de prestações positivas. O planejamento delas visa a coordenação,
racionalização e estruturação da atuação estatal, mudando o status a quo da população objeto das ações (BERCOVICI,
2006). Mas para que haja um desenvolvimento social de fato, o princípio da sustentabilidade deve passar a ser um de
seus alicerces, pois a Administração Pública deve atuar obedecendo uma hierarquia de prioridades e de recursos
disponíveis no meio ambiente, garantindo assim, sua proteção e a continuidade da vida humana. A importância da
preservação do meio ambiente sustentável é fundamental para conservação de todas as formas de vida no planeta, em
razão disso, ele deveria estar em uma posição prioritária nas ações do Estado, principalmente em relação à
proteção de seus recursos naturais que são esgotáveis (BERCOVICI, 2006; VIEIRA, 2016). Há necessidade das políticas
públicas serem flexíveis para atender os seus fins, pois existem elementos que são mutáveis e que devem ser
considerados em sua implementação, como no caso do meio ambiente e da atual necessidade de sustentabilidade para
que o mesmo sobreviva às próximas gerações, cabendo ao Direito Administrativo instrumentalizar e regulamentar essas
ações estatais por serem prestações do Poder Executivo, inclusive na sua consecução sustentável, como por exemplo, já
acontece nas licitações e nos contratos públicos.
Conclusão: As políticas públicas são os principais meios de efetivação de direitos individuais e coletivos fundamentais
da pessoa. São a forma que o Estado tem de garantir o cumprimento do direito à boa Administração Pública. Contundo,
nas últimas décadas, para realização desse princípio o Poder Público precisa muito mais do que a simples realização de
ações e programas em favor apenas da pessoa, é essencial que promova um processo de racionalização de suas
atividades em prol do desenvolvimento nacional sustentável, que permita a continuidade da vida.
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Referências
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros, 2015.
BERCOVICI, Gilberto. Planejamento e políticas públicas: por uma nova compreensão do papel do Estado. In: BUCCI,
Maria Paula Dallari (Org.). Políticas Públicas: Reflexões sobre o Conceito. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 143-161.
COUTINHO, Diogo R., O direito nas políticas públicas. In: MARQUES, Eduardo; FARIA, Carlos Aurélio Pimenta de (eds.).
Política Pública como Campo Disciplinar. São Paulo: Ed. Unesp. 2013.
KOHLS, Cleize Carmelinda; LEAL, Mônia Clarissa Hennig. Boa Administração Pública e fundamentos constitucionais das
Políticas Públicas na perspectiva do Supremo Tribunal Federal. RECHTD. Revista de Estudos Constitucionais,
Hermenêutica e Teoria do Direito, v. 7, p. 188-196, 2015.
RECK, Janriê Rodrigues; BITENCOURT, Caroline Müller. Categorias de análise de políticas públicas e gestão complexa e
sistêmica de políticas públicas. A&C-Revista de Direito Administrativo & Constitucional 16.66 (2017): 131-151.
VIEIRA, Maria de Nazaré Santos. Licitação verde como ferramenta de sustentabilidade na aquisição de bens e
serviços na Administração Pública. 2016. 57 f. Tese (Doutorado) - Curso de Contabilidade e Controladoria,
Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2016.

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