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Licenciado para - Juliana L Mazaro - 06165274978 - Protegido por Eduzz.com
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CRIME
Código Penal
Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.
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R – SIM!
Conduta dolosa
Código Penal
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Conceito de dolo
Vontade e consciência de realizar os elementos do tipo penal incriminador.
Atenção! A noção de dolo não se esgota na realização da conduta, abrangendo resultado,
e demais circunstâncias da infração penal.
Natureza jurídica
É elemento subjetivo de todos os tipos penais, embora neles figure de maneira implícita.
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Elementos do dolo
• Intelectivo ou cognitivo: representado pela consciência
• Volitivo: vontade
Teorias do dolo
As teorias do dolo dividem-se em
a) cognitivas
O conhecimento predomina sobre a vontade.
b) volitivas
A vontade prevalece sobre o conhecimento.
É a preferida da doutrina e da jurisprudência.
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• Teorias cognitivas
Noção: O conhecimento é pressuposto da vontade, de sorte que não se pode querer o que
não se conhece (Hassemer).
Ao decidir pela prática do crime o agente elabora um processo cognitivo passando pela
- escolha da vítima
- escolha dos meios (tiro, facada) etc.
1) Teoria da probabilidade
Se o resultado for provável, haverá́ dolo; se for meramente possível, haverá́ culpa.
2) Teoria do perigo a descoberto
O agente deve ter consciência de que expõe o bem jurídico a um perigo desprotegido, na
qual a ocorrência do resultado lesivo subordina-se exclusivamente à sorte e ao acaso.
Ex. Roleta russa. Como o agente sabe que o resultado depende unicamente de sorte-azar,
responderá a título de dolo eventual. Caso o perigo seja protegido, ou seja, possível em
tese de o resultado ser evitado, haverá culpa.
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3) Teoria da possibilidade
Essa teoria confunde o dolo com a culpa consciente.
Sustenta que a previsão do resultado seria suficiente para configurar o dolo. Ausente essa
previsão, haveria culpa. Entende que a culpa é sempre consciente.
4) Teoria do risco
É uma variante da anterior. Se o agente tem consciência de que sua conduta coloca em
risco o bem jurídico, haverá́ dolo; caso contrário, haverá́ culpa.
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• Teorias volitivas
1) Teoria da vontade
Elemento volitivo e cognitivo presentes.
O agente prevê o resultado e busca alcançá-lo.
O CP acolheu essa teoria em relação ao dolo direto.
2) Teoria do consentimento
O agente considera a possível ocorrência do resultado e aceita (tolera) sua produção.
O CP acolheu essa teoria em relação ao dolo eventual.
3) Teoria da indiferença
Não foi acolhida. Para essa teoria, se o agente se mostra indiferente ao resultado haveria
dolo direto. Se efetivamente não o deseja, haveria culpa.
4) Teoria da vontade de evitar o resultado
Haverá́ dolo quando o agente não ativa contrafatores para evitar o resultado. Se ativou,
responde a titulo de culpa.
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Código Penal
Art. 18 - Diz-se o crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo.
Cereja do bolo!
No Brasil, Eduardo Viana defende uma concepção cognitiva em sua teoria inferencialista
do dolo.
Teoria inferencialista do dolo
A imputação do dolo decorre de um juízo de inferencialidade em relação ao perigo criado,
pois o dolo é o compromisso cognitivo do autor com a realização do perigo representado.
Esse compromisso cognitivo estará presente quando o autor utilizar um método que aos
olhos do homem racional somente seria utilizado por aquele que queria realizar o tipo
representado.
O mais importante para reconhecer o dolo é a intensidade objetiva do perigo criado pelo
agente e da vulnerabilidade da vítima: quando for alta a intensidade do perigo
representado, aliado à consciência da vulnerabilidade da vítima, não restam dúvidas de
que haverá dolo.
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Espécies de dolo
1. Dolo direto e indireto
ü Dolo direto
O sujeito prevê o resultado e busca alcançá-lo.
• Alternativo:
O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na realização de qualquer
um deles.
• Eventual:
O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na realização de um, mas
aceitando outro.
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2. Dolo cumulativo
O agente pretende alcançar dois ou mais resultados típicos em sequência.
ü Dolo de dano:
A vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado.
Ex. Se o bem jurídico é a vida, a minha intenção é
ü Dolo de perigo:
A intenção do agente é expor a risco o bem jurídico tutelado.
Ex. Se o bem jurídico é a vida, a intenção é
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• Dolo genérico
O agente atua com vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal sem um fim específico.
• Dolo específico
O agente atua com vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal, o qual contém
uma finalidade específica.
Cuidado!
A doutrina moderna não trabalha mais com dolo genérico e dolo específico.
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• Dolo de 1º grau:
É o dolo direto, o objetivo desejado pelo agente com a sua conduta.
• Dolo de 2º grau:
É uma espécie do dolo direto.
É o dolo de consequência necessária.
Abrange os efeitos colaterais do crime, de verificação certa e inevitável.
Obs. O agente não persegue imediatamente os efeitos colaterais, mas tem por certa sua
ocorrência, caso se concretize o resultado imediatamente pretendido.
Qual a diferença entre o dolo eventual e o dolo de segundo grau?
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Ex. abater avião para matar piloto. Ex. Atirar contra carro em movimento para
Em relação aos demais tripulantes há dolo matar motorista.
de 2º grau (morte certa dos demais). Em relação aos demais passageiros há
dolo eventual, pois a morte é incerta. O
acidente de trânsito não necessariamente
acarreta a morte de alguém.
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• Dolo de 3º grau
É o dolo de dupla consequência necessária.
7. Dolo geral (erro sucessivo)
É o erro quanto ao meio de execução do crime.
O erro recai sobre a forma pela qual o resultado se produz.
Ex. Tício encontra Caio, seu desafeto, em uma ponte. Após conversa enganosa, oferece-
lhe uma bebida, misturada com veneno. Caio, inocente, ingere o líquido. Em seguida, cai
ao solo, e Tício acredita estar ele morto. Com o propósito de ocultar o cadáver, Tício coloca
o corpo de Caio em um saco plástico e o lança ao mar. Dias depois, o cadáver é
encontrado em uma praia, e, submetido a exame necroscópico, conclui-se ter a morte
ocorrido por força de asfixia provocada por afogamento.
Consequência:
O erro quanto ao momento da morte é irrelevante para o Direito Penal, pois o que importa
é que o agente queria um resultado e o alcançou.
O autor deve responder por homicídio consumado. Tício queria a morte de Caio e a ela deu
causa. Há perfeita congruência entre sua vontade e o resultado naturalístico produzido.
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Atenção!
Prevalece o entendimento de que não há o crime de ocultação de cadáver (art. 211, CP),
pois quando o corpo foi lançado ao mar a vítima ainda estava viva. Assim, não está
configurado o delito do art. 211 do CP por ausência de objeto material.
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Conduta culposa
Código Penal
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.
Conceito
O crime culposo consiste numa conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido
ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente
previsto (culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária.
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ü Imprudência:
É a forma positiva de culpa
ü Negligência
É forma negativa da culpa
ü Imperícia
É a falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão.
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6. Tipicidade
Código Penal
Art. 18, parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
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Espécies de culpa
R – NÃO.
Consciência Vontade
• Culpa própria
É gênero da qual são espécies a culpa consciente e culpa inconsciente.
Conduta preterdolosa
Conceito
O agente pratica crime distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa
resultado culposo mais grave do que o projetado.
Cuida-se de figura híbrida, havendo concurso de dolo no antecedente e culpa no
consequente.
Ex. Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º)
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Conclusão!
• As três primeiras hipóteses anunciam crimes também agravados pelo resultado, mas
que não caracterizam o preterdolo.
1. Movimentos reflexos
2. Sonambulismo
3. Hipnose
•
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Formas de conduta
Mista
O tipo penal é composto de duas fases distintas, uma inicial e positiva, outra final e
omissiva.
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1) Próprios ou puros
A conduta omissiva vem descrita no tipo penal.
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
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Detalhes importantes!
• A norma é preceptiva, pois não proíbe uma conduta, ao contrário, ela exige um
comportamento do agente (obrigação de fazer).
Código Penal
Art. 121 – Matar alguém.
Pena: Reclusão de 6 a 20 anos.
Detalhes importantes!
• Não existe um tipo penal específico descrevendo essa espécie de crime omissivo
impróprio. Ele é fruto de construção doutrinária que utiliza um tipo legal comissivo e se
socorre do art. 13, § 2º do Código Penal, o qual anuncia as hipóteses do dever especial
de agir.
• Só podem ser praticados por quem tem o dever específico de agir (art. 13, §2º, CP) –
crime próprio.
Podem ser praticados por qualquer pessoa Só podem ser praticados por quem tinha o
- dever geral de agir (crime comum) dever específico de agir (art. 13, § 2º) –
Crime próprio
Código Penal
Art. 13, § 2º. A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Homicídio
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
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Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
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Atenção!
A respeito do comportamento anterior do agente, ele pode ser:
• doloso;
• culposo;
• lícito; (Alexandre Salim ensina que, se uma pessoa, sem perceber, tranca um ladrão em
um estabelecimento comercial, ao ser avisado do ocorrido terá a obrigação de libertá-lo,
sob pena de responder por cárcere privado – art. 148, CP).
• involuntário (Ex. Sujeito, em estado de sonambulismo, se choca com uma gestante.
Com a trombada involuntária, acorda assustado e percebe que a gestante precisa de
atendimento médico, mas deixa de agir, assumindo o risco de ocorrer um aborto, o que
de fato acontece. Nesse caso, o comportamento anterior foi involuntário e o posterior
(omissão) doloso. Responderá por aborto (art. 125 c/c art. 13, § 2º, “c”).
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Atenção!
São pressupostos dos crimes omissivos impróprios:
a) dever jurídico específico de agir para evitar o resultado;
b) o resultado deve ser evitável pela ação do agente;
c) o agente deve ter a possibilidade de agir para evitar o resultado;
d) ocorrência do resultado que devia ter evitado.
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Tício e Mévio observam uma criança de 6 meses de idade se afogar e, mesmo podendo
agir sem qualquer risco pessoal, não agem para evitar o resultado, ou seja, se omitem.
Considerando que Tício é pai da criança e Mévio apenas um amigo, como serão
responsabilizados diante do afogamento da criança?
R - A responsabilidade penal será diversa em razão da diferença dos deveres de agir.
Não se deve confundir dever jurídico “específico” de agir (art. 13, § 2º) com dever jurídico
“genérico”.
• Tício (o pai)
Por possuir dever jurídico específico de agir, responderá por homicídio doloso (art. 121 c/c
art. 13, § 2º, “a”).
• Mévio (o amigo)
Por possuir dever jurídico “genérico”, responderá por omissão de socorro (art. 135, CP).
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Muita atenção!
É preciso verificar a possibilidade real e física do agente. A impossibilidade física afasta a
responsabilidade penal do agente que não atuou no caso concreto quando, em tese, tinha o
dever de agir.
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Insista, persista e
nunca desista.
Obrigado e até a
próxima, futuro(a)
colega!