Nesse capítulo, Clarisse nos apresenta a história do Barba-azul,
que simboliza a “a força predatória de nós mesmas e o predador natural da psique”, ou a força autossabotadora. Para mim, a leitura foi bastante sufocante e a primeira vez que li o conto não consegui captar qual era a mensagem que a autora queria passar. No entanto, ao longo do capítulo Clarissa vai nos explicar todas as metáforas e simbologias do conto, como a romantização do predador, a mulher ingênua como presa, a chave, o sangue e etc. E é a partir desse entendimento que todo o capítulo começa a fazer sentido. “Quem dentro nós não conhecemos pelo menos uma mulher que perdeu seus instintos de para fazer boas escolhas na vida e foi, assim, forçada a viver uma vida alienada ou pior?” O Capítulo discute acerca das forças predatórias externas e internas sabotadoras, personificadas na figura do Barba-azul, que age se beneficiando do esmagamento da natureza instintiva da mulher. É interessante notar como ambos os predadores externos e internos se retroalimentam, fazendo com que a gente assuma uma parcela da responsabilidade da nossa própria manipulação. Nesse sentido, é também esse auto responsabilização que consegue nos libertar desses predadores. As perguntas que sintetizam todo o capítulo são: O que é e não aparenta ser? O que está por trás do visível? O que eu sei no fundo de mim mesma que preferia não saber? Que parte de mim está agonizando? Nesse sentido, somos convidadas a refletir acerca do que atua enquanto nossos antagonistas, seja estas forças internas que não te deixam brilhar ou forças externas que podem ser fruto de uma cultura opressora. Acho muito importante o ponto em que a autora enfatiza a importância de ser curiosa e fazer perguntas e de mergulhar em si mesma, ao mesmo tempo que destaca a necessidade de ferramentas como a análise, autoconhecimento e psicologia para conseguir ter sucesso nessa tarefa. Pedir ajuda é essencial, e não temos que resolver tudo sozinhas. Afinal, tudo é sobre saber lidar com as forças externas: temos que saber quando correr, como dar o grito, quando dar meia volta, ou seja, como reconhecer que existe um predador e usar o seu instinto para te proteger.
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