Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
por trás do
handbeach:
uma extensão para o ensino da modalidade
Expediente
Reitor
Paulo Afonso Burmann
Vice-Reitor
Luciano Schuch
Pró-Reitor de Extensão
Flavi Ferreira Lisboa Filho
Pró-Reitor de Extensão Substituto
Rudiney Soares Pereira
Cultura e Arte
Vera Lúcia Portinho Vianna
Desenvolvimento Regional e Cidadania
Jaciele Carine Sell
Revisão Textual
Érica Duarte Medeiros
Projeto Gráfico e diagramação
Leonardo Oliveira Dalla Porta
Fotografias
Juliana Facco Segalla
Este material foi constituído com dinheiro público e sua comercialização é proibida. A sua
reprodução, bem como sua impressão, é liberada desde que conste os créditos aos autores.
www.ufsm.br/pre
Apresentação
Boa leitura!
Luiz Fernando Cuozzo Lemos: professor adjunto do Centro de Educação
Física e Desporto da Universidade Federal de Santa Maria.
Introdução ………………………………………………...........4
Praticando o handbeach: a pedagogia do jogo ......….6
Fundamentos técnicos básicos: ensinando e inserindo ........11
360 graus: um giro por dentro dos fundamentos técnicos
especícos do handebol de areia……................…….20
Garantia de oportunidades de aprendizagem: handbeach para
todos ...............................................................................23
Considerações nais .........................................................25
Referências ..................................................................26
Introdução
4
físico nas ações do jogo, caso aconteça, as atitudes
antidesportivas que coloquem em risco a integridade dos atletas
são rigorosamente jpunidas. Assim, o enfoque direciona-se para
as jogadas, para as movimentações e para os gols de giro ou
para as aéreas. Além disso, a modalidade conta com a
participação do goleiro de forma mais ativa, onde o arremesso
nesta posição direto para a baliza adversária vale 2 pontos.
Lembrando que o handbeach possui uma fase ofensiva em
superioridade numérica e uma fase defensiva em inferioridade
numérica, porém, na fase de transição, o goleiro pode fazer a
diferença.
Deste modo, o que podemos esperar de um esporte onde o
respeito, a inteligência tática, a disposição dos atletas e a
obediência podem levar equipes a grandes conquistas e
aprendizados? Um esporte admirável, que não só contribui de
forma signicante para a formação de jovens mais disciplinados
e respeitosos, como também permite um leque de
oportunidades quando se projeta um futuro no esporte.
Levando em consideração que o handebol faz parte do
conteúdo da Educação Física Escolar, vamos aproveitar para
fazer com que o handebol de areia (gura 1) seja utilizado como
uma ferramenta pedagógica para a aprendizagem, de forma
lúdica, do próprio handebol, o que contribui tanto para a
inserção de uma nova modalidade quanto para as pré-
temporadas, objetivando o handebol de quadra, por exemplo.
Sendo assim, é possível ampliar e diversicar as maneiras de
ensinar e desenvolver os alunos, instigando e aprimorando suas
capacidades motoras.
5
Figura 1: ação de shoot out ou “um contra o goleiro”, onde o atacante ca cara a cara com
o goleiro adversário e tenta buscar o gol. Esta imagem apresenta o espetáculo do jogo.
6
Figura 2: quadra com as marcações detalhadas para a prática do handbeach. Você pode
adaptar os materiais para delimitar as áreas da quadra, utilizando cordas, espaguete de
piscina e tas.
Figura 3: “tiro do árbitro” ou “bola ao alto” Figura 4: “tiro de árbitro” ou “bola ao alto
no handbeach masculino. no handbeach feminino”.
7
No handbeach, o
empate não garante a vitória
de nenhuma partida, sempre
será denido um vencedor do
set. Acontecendo de uma
equipe “X” ganhar os dois
sets, 2x0, signica que ela é a
vencedora da partida. Se a
equipe “X” vence o primeiro
set, 1x0, e a equipe “Y”
empata o segundo set Figura 5: posicionamento do “shoot out” ou
(12x12), por exemplo, com o “um contra o goleiro”
8
Figura 1: ação de shoot out ou “um contra o goleiro”, onde o atacante ca cara a cara com
o goleiro adversário e tenta buscar o gol. Esta imagem apresenta o espetáculo do jogo.
9
Figura 10: representação da saída do coringa para entrada do goleiro e vice-versa. A equipe
representada por círculos (equipe “X”), ao acabar seu ataque, imediatamente já deve pensar em
voltar para defender. O coringa, por sua vez, deve sair da quadra. A troca funciona da seguinte
maneira: o atleta representado pelo círculo azul, coringa, após sua equipe nalizar o ataque,
deve, imediatamente, correr para a área de substituição dele, para que, assim, o goleiro, que
espera fora da quadra (área de substituição do goleiro), entre o quanto antes. Da mesma forma
que acontece com a equipe dos triângulos (equipe “Y”), após acabar o ataque do adversário, o
goleiro deve sair da sua área, para que o coringa entre pelo mesmo lugar e dê sequência ao
ataque da sua equipe.
Figura 11: ataque em superioridade numérica, com a presença do coringa (de colete verde) e
defesa em inferioridade numérica (4x3). Perceba que o coringa da equipe atacante entende o
m do ataque e já se projeta em direção à linha lateral da quadra (área de substituição), para
sair e possibilitar que a goleira entre em sua área. Assim, poderá evitar um lançamento direto da
goleira adversária, caso a mesma defenda o arremesso feito pela lateral direita.
10
Já no contexto defensivo, as ações de troca entre coringa e
goleiro, comentadas brevemente acima, acontecem de forma
rápida, pois, na fase de transição de ataque para defesa da
equipe adversária, por exemplo, o goleiro poderá tanto defender
a bola quanto, mesmo sofrendo o gol, arriscar o lançamento
direto à meta adversária, garantindo ou não 2 pontos. Logo, se o
coringa não tiver feito a saída para possibilitar a entrada do
goleiro, a meta ca livre, pois, sem a troca, não há possibilidade
de outro atleta se tornar goleiro, haverá, apenas, tentativas de
interceptação da bola sem invações na área do gol.
As ações defensivas são baseadas em ocupações de
espaços e bloqueios, em função de não ser permitido o contato
físico na modalidade. Pensando desta forma, o atrito entre dois
jogadores, diante de uma clara chance de gol, resulta em 6
metros — punição semelhante ao tiro de 7 metros do tradicional
handebol — que valerá 2 pontos, caso seja convertido. A
exclusão de um jogador, diferente do handebol de quadra, não
reete em 2 minutos fora, mas implica na ausência do atleta em
um ataque da sua equipe. Caso a equipe atacante sofra a falta, o
defensor receba a punição e o gol seja marcado no tiro de 6
metros após a cobrança, o jogador infrator já poderá retornar à
quadra, pois troca-se a posse de bola.
Assim, podemos observar que o handbeach é uma
modalidade com regras de fácil compreensão, que permite uma
aplicação prática acessível para qualquer pessoa tanto na arte
de ensinar quanto na essência de jogar. Apesar de existirem
poucos referenciais teóricos sobre a modalidade, a partir das
vivências tem-se a possibilidade de construir uma pedagogia
própria de ensino-aprendizagem do jogo e de seus elementos.
Figura 12: como segurar a bola de handbeach. Observe que devemos tentar obter o maior
contato da bola com a palma da mão, utilizando os dedos com uma força não excessiva.
12
Seguem, abaixo, exemplos de exercícios e variações:
A) Coloque os alunos lado a lado, onde eles deverão jogar a
bola para cima e pegá-la.
B) Ainda lado a lado, convide os alunos a jogar a bola para cima,
tocar uma mão no chão e pegar a bola antes que a mesma caia
no chão.
C) Proponha a realização de passes com o colega, onde os
alunos deverão pegar a bola com duas mãos e passar apenas
com uma, sempre alternando a mão que segurará a bola.
D) Sugira, aos alunos, que se posicionem em uma das linhas
laterais, segurando a bola com a mão dominante e em um pé só
(a perna da mão dominante deverá ser aquela que deverá car
sem o contato com solo), sendo assim, eles deverão ir até o outro
lado da quadra e, chegando lá, poderão trocar a perna e a mão
dominante para retornar.
Observação: o ato de cada aluno dispor de uma bola facilita o
manejo e o aprendizado, porém, se não for a realidade, podem
ser formadas duplas ou trios, adaptando os exemplos acima.
15
que será explicado logo abaixo, para, mais adiante, podermos
ensinar os desdobramentos do arremesso no handbeach
(arremesso em aérea, com giro). Da mesma forma, os
fundamentos acima devem ser repetidos várias vezes para que
as crianças assimilem o máximo do movimento e tenham
segurança nas ações.
A) Organizar duas leiras e, em duplas, realizar a progressão na
quadra até a goleira oposta e arremessar no primeiro passo
dado com a posse da bola, buscando profundidade, ou seja, com
o objetivo de invadir a área.
B) Arremessar utilizando o ritmo trifásico em vez de um passo.
C) Colocar cones demarcando o alvo do arremesso.
16
B) Quem for pego ajuda o pegador;
C) Quem for pego só poderá encostar nos outros se estiver de
mãos dadas com o outro pegador (formando uma corrente);
D) Reduzir espaços.
17
do seu oponente, caso o defensor tome a decisão certa,
interrompe-se a trajetória do passe adversário e conquista-se a
posse.
Para o professor, é um grande desao desenvolver esta
ação. A roubada de bola deverá ser treinada muitas vezes até
que o aluno tenha uma boa percepção do tempo dele para se
deslocar. Apesar de haver possibilidades de treinar a ação, as
situações em jogos são muito imprevisíveis em função do tempo
de reação de cada atleta, do cansaço físico ou mental, da
percepção do adversário frente a uma possibilidade de roubo,
etc. Entretanto isso não deve impedir de desenvolvermos um
trabalho focado nas roubadas de bola, pois, muitas vezes, os
estímulos positivos vivenciados nas aulas são reproduzidos em
jogos.
A) Em um espaço limitado, forme trios — com uma bola, dois
devem realizar o passe, enquanto um deve tentar tirar a bola.
B) Dividir a turma em dois grupos (ou como car melhor). Cada
grupo deverá tentar realizar 10 passes para marcar um ponto. Se
o passe for interceptado, zera a contagem e, se a equipe
adversária roubar a bola, começa a contagem de tal equipe
(Jogo dos 10 passes).
C) Jogo dos 10 passes com restrições (não quicar, não dar mais
que 3 passos, não passar para a mesma pessoa, etc.)
18
Impedir a trajetória da bola é
uma ação que deve estar
presente em todo momento do
jogo defensivo, cabendo, ao
professor, estimular e dar
segurança ao aluno iniciante,
já que, nesta situação, implica-
Figura 15: bloqueio fora da área, se bolas no rosto, punições
buscando interromper a trajetória da
bola. (como exclusões) e quedas.
19
Conclui-se, em vista disso, que é importante a realização de um
trabalho consistente, pensando em uma estratégia eficiente
para o ensino e para a prática. Há a possibilidade de unirmos
atividades lúdicas com a técnica, o que poderá resultar em uma
ampliação do desenvolvimento da criança de forma holística e,
assim, proporcionará vivências positivas.
20
Figura 17: fases do arremesso com giro — o
Figura 16: fases do arremesso com giro — atleta, conseguindo ter a visão do goleiro,
atleta já está girando o corpo no seu próprio preparando-se para terminar o ataque,
eixo. arremessando.
21
A) Individualmente, cada um deve pegar uma bola e lançá-la
para cima, tentando pegá-la sem estar com os pés em contato
com o solo.
B) Em duplas, solicite que os alunos realizem passes, de maneira
que quem for receber deve sempre saltar para pegar a bola e dar
o passe, tendo uma sequência de passes na aérea.
C) Peça para seus alunos formarem uma la única centralizada
— o professor cará no meio da linha dos 6m e segurará a bola,
em uma altura condizente com a altura dos alunos, para que os
mesmos tentem pegar a bola do professor, após saltarem, para
realizarem o arremesso em suspensão.
D) Divida os alunos nas duas posições de laterais (direita e
esquerda) — o professor cará no meio da linha dos 6m e
lançará a bola para cima, quando isto acontecer, os alunos, de
forma alternada (uma vez para cada lado), devem se deslocar e
buscar a bola com o objetivo de realizar um arremesso em aérea.
22
A) Divida os alunos nas duas posições laterais e peça para um
deles atuar na defesa. Este defensor deverá invadir a área do
goleiro utilizando o deslocamento lateral, na tentativa de
bloquear o arremesso simples que os laterais realizarão.
B) Idem ao anterior, podendo saltar lateralmente, buscando a
invasão da área do goleiro, com os braços estendidos
(bloqueando), sem tocar no adversário.
Observação: o professor deve cuidar a execução e a trajetória
do movimento de bloqueio, em função de colocar em risco a
integridade dos atletas.
24
Considerações nais
25
Referências
26
26