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Assinale a alternativa que apresenta o trecho de obra literária de Augusto dos Anjos que melhor se relaciona com
a temática expressa na tirinha.
a) “Meu coração tem catedrais imensas, / Templos de priscas e longínquas datas, / Onde um nume de amor, em
serenatas, / Canta a aleluia virginal das crenças.” (Vandalismo)
b) “Rugia nos meus centros cerebrais / A multidão dos séculos futuros / — Homens que a herança de
ímpetos impuros / tornara etnicamente irracionais!” (Idealização da humanidade futura)
c) “E os trovões gritadores da dialética, / Que a mais alta expressão da dor estética / consiste essencialmente na
alegria.” (Monólogo de uma sombra)
d) “Voltando à pátria da homogeneidade, / Abraçada com a própria Eternidade / A minha sombra há de
ficar aqui!” (Debaixo do tamarindo)
e) “De onde ela vem?! De que matéria bruta / Vem essa luz que sobre as nebulosas / Cai de incógnitas
criptas misteriosas.” (A ideia)
Resolução
Alternativa correta: B
Na tira, Mafalda demonstra uma descrença na humanidade, associando o não funcionamento das coisas ao ser
humano, à sua falta de responsabilidade e de compromisso social. Essa ideia pessimista também aparece no item
B, que apresenta o fragmento de um texto de Augusto dos Anjos. No referido fragmento, o poeta trata da
irracionalidade humana, dos movimentos impuros do homem, ou seja, da falta de realizações positivas para
a sociedade.
Questão 2)
Observe os textos a seguir.
Texto 1
Texto 2
Pode-se afirmar que um elemento que liga o conteúdo dos dois textos é
a) a falta de interação social entre os interlocutores da tira.
b) a falta de conhecimento de mundo dos interlocutores do cartum.
c) a presença de interesses e finalidades semelhantes entre os interlocutores.
d) o humor, que revela uma crítica a respeito do comportamento humano.
e) a presença de discurso persuasivo dos emissores do discurso.
Resolução
Alternativa correta: E
Percebe-se a persuasão nas falas de Cascão e Magali na tentativa de convencer Pinóquio a contar mentiras, pois,
desse modo, o nariz dele iria crescer. Cada um tem finalidades diferentes: Cascão quer fugir de um banho e
Magali quer comer as frutas da árvore. Os verbos no imperativo (conta e vai) reforçam a ideia de persuasão.
Questão 3)
Analise os textos a seguir.
Texto 1
Na semana passada, ouvi uma senhora suspirar: “— Tudo anda tão confuso!”. E, de fato, o homem moderno é
um pobre ser dilacerado de perplexidades. Nunca se duvidou tanto. Outro dia, um diplomata português
perguntou se a mulher bonita era realmente bonita. Respondi-lhe: ” — Às vezes”.
Já escrevi umas cinquenta vezes que a grã-fina é a falsa bonita. Se penteado, seus cílios, seus vestidos, seu
decote, sua maquiagem, suas joias — tudo isso não passa de uma minuciosa montagem. E se olharmos bem,
veremos que beleza é uma fraude admirável. Todos se iludem, menos a própria. No terreno baldio, e
sem testemunhas, ela há de reconhecer que apenas realiza uma imitação de beleza.
Portanto, a pergunta do diplomata português tem seu cabimento. E minha resposta também foi justa. Às vezes,
a mulher bonita não é bonita, como grã-fina. Mesmo as que são bem-dotadas fisicamente têm suas dúvidas.
Nelson Rodrigues
Texto 2
Cuido haver dito, no capítulo XVI, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a
mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros, que seria do amor não fossem os vossos dixes* e
fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. [...] O que eu quero dizer é que a mais bela
testa do mundo não fica menos bela, se a cingir um diadema de pedras finas; nem menos bela, nem menos
amada. Marcela, por exemplo, que era bem bonita, Marcela amou-se [...]durante quinze meses e onze contos de
réis; nada menos.
*dixes: joias, enfeites.
Uma das vantagens e desafios da comunicação por aplicativos de mensagem é a possibilidade de abreviar
algumas palavras e expressões, a fim de agilizar a conversa. No caso do exemplo apresentado,
a) a segunda pessoa não conseguiu decodificar a mensagem da primeira.
b) ambas apresentam pelo menos uma abreviação que precisa ser decodificada.
c) o conhecimento da língua portuguesa é suficiente para decodificar as duas mensagens.
d) o efeito de humor é causado por causa da impossibilidade de decodificar as mensagens.
e) a primeira pessoa não conseguiu se expressar de forma que sua mensagem pudesse ser decodificada.
Resolução
Alternativa correta: B
a) Não há elementos suficientes para indicar que a segunda pessoa não conseguiu decodificar a mensagem da
primeira.
b) As abreviações “sdds” e “pfvr” significam, respectivamente, “saudades” e “por favor”. Sendo assim, cada um
utilizou uma abreviação a ser decodificada.
c) Além de conhecer a língua portuguesa é preciso saber decodificar as abreviações.
d) A resposta inesperada da segunda pessoa causa o efeito de humor.
e) Ambos escreveram de forma que é possível serem decodificadas as mensagens.
Questão 7)
“Mas vamos deixar o futebol de lado um pouco e falar das terríveis queimadas que estão acontecendo no interior.
Olha, o tempo está tão seco que o incêndio já devastou uma área – só pra vocês terem uma ideia – equivalente a
12 campos de futebol. Nosso código florestal deixa a desejar. Ele não se atualiza desde a conquista do
tetracampeonato. As secas estão piores que o Pereira que não marca há três meses. É preciso se conscientizar:
dar um cartão vermelho pro cigarro jogado na beira da estrada, chutar pra escanteio as queimadas e mandar esse
incêndio pro chuveiro mais cedo”.
Trecho de esquete da Cia. Barbixas de Humor.
O humor do texto é causado
a) pela menção desnecessária ao código florestal.
b) pelo sentido conotativo dado ao tema das queimadas.
c) pela mistura não intencional de expressões figuradas e literais.
d) pela utilização predominante do sentido literal das palavras e expressões.
e) pelo uso de expressões do vocabulário do futebol, contrariando a primeira frase.
Resolução
Alternativa correta: E
a) A menção ao código florestal é pertinente dentro do tema “queimadas”.
b) O tema “queimadas” é a parte denotativa do texto.
c) A mistura de expressões figuradas e literais é intencional.
d) A utilização das palavras e expressões, seja em sentido literal ou figurado, não é o que causa o humor do texto.
e) Ao afirmar que vai “deixar o futebol de lado um pouco e falar das terríveis queimadas que estão acontecendo
no interior”, espera-se que não se façam mais menções ao futebol, mas todas as comparações são feitas com o
vocabulário futebolístico.
Questão 8)
LAERTE. Piratas do Tietê. Folha de S.Paulo, São Paulo, 22 mar. 2017. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/>. Acesso em: 22
mar. 2017.
No último quadrinho, a pergunta da personagem diante da exclamação
a) revela esperança na mudança das instituições citadas.
b) confirma que a mudança de uma área é o suficiente.
c) questiona a própria honestidade da personagem.
d) expõe novamente uma crítica à sociedade como um todo.
e) concorda com o conteúdo da ordem da exclamação.
Resolução
Alternativa correta: D
Ao questionar a validade de compor um soneto, ou seja, de realizar um objeto artístico, a personagem retoma
suas críticas, feitas nos quadrinhos anteriores, que mostram o fato de que todas as camadas da sociedade atual
passam por problemas culturais.
Questão 9)
Nisto de manifestações populares, o mais difícil é interpretá-las. Em geral, quem a elas assiste ou sabe delas
ingenuamente as interpreta pelos fatos como se deram. Ora, nada se pode interpretar pelos fatos como se deram.
Nada é como se dá. Temos que alterar os fatos, tais como se deram, para poder perceber o que realmente se deu.
É costume dizer-se que contra fatos não há argumentos. Ora só contra fatos é que há argumentos. Os argumentos
são, quase sempre, mais verdadeiros do que os fatos. A lógica é o nosso critério de verdade, e é nos argumentos,
e não nos fatos, que pode haver lógica.
PESSOA, Fernando. A ilusão política das grandes manifestações populares. In: _____. Alguma prosa. 5.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.213.
O ponto de vista defendido pelo texto se apoia
a) nos fatos levados em conta por si próprios.
b) na falta de fatos suficientes para julgar.
c) nos participantes das manifestações.
d) na interpretação dos fatos à luz do contexto.
e) na tese de que contra fatos não há argumentos.
Resolução
Alternativa correta: D
O trecho em questão afirma que qualquer dado não pode ser analisado isoladamente; somente com a
compreensão dos argumentos, do contexto em que o referido fato se deu, é que podemos chegar a total
compreensão de um fato, contrariando a máxima popular de que contra fatos não há argumentos.
Questão 10)