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Educação e Tecnologia: Um despertar para modernidade.

EDIGLEIDE RODRIGUES DE FREITAS SOUZA


1. INTRODUÇÃO

Em meados da década de 1990 a Educação estava pautada no ensino


tradicionalista, onde o processo ensino-aprendizagem tinha o professor como detentor
do conhecimento, e o aluno era apenas o receptor. É importante compreendermos que
neste momento educacional, as tecnologias utilizadas em sala de aula ainda eram
escassas.
Neste período, o mundo educacional começava a conhecer a internet e a partir
deste, novos caminhos começavam a ser trilhados na educação brasileira, oriundos
consequentemente do incansável desenvolvimento tecnológico.
É importante ressaltar neste texto, que tecnologia educacional de acordo com
Gebran (2009), é o caminho utilizado pelo professor, através da sua prática
pedagógica, para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem, no qual ele torna-
se coadjuvante neste processo. Portanto, no contexto educacional se faz necessário
que o educador compreenda como ocorre o processo de construção do conhecimento.
Nesta perspectiva, ele pode utilizar recursos tecnológicos oriundos das enormes
possibilidades e aplicabilidade que a internet nos traz. A partir do momento que o
educador tem o conhecimento efetivo de como utilizá-los em sala de aula, ele passa a
entender a eficácia dessa metodologia e passa a incorporá-la nas suas aulas. A
utilização desses procedimentos didáticos não pode ser realizada a revelia, sem
nenhuma relação com o processo de aprendizagem.
Sendo assim, proponho realizarmos uma breve reflexão a partir do relato de
experiencia sobre o cenário educacional e tecnológico realizado durante o curso de
Tecnologias Educacionais e Ensino à Distância ministrado pelo Instituto Federal de
Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, a fim de
compreendermos os processos de mudanças mais significativos que ocorreram ao
longo do tempo.
A metodologia utilizada neste trabalho está pautada em referenciais teóricos que
subsidiaram a escrita e contribuíram significativamente no processo de compreensão
da função da tecnologia da escola.
A necessidade na realização desta reflexão surgiu quando começaram os
estudos de formação disciplinar do curso, onde fomos adquirindo conhecimentos na
área tecnológica e passamos a compreender que na nossa prática em sala de aula
estavam enraizados mecanismos e/ou metodologias no qual não estavam inseridos os
recursos tecnológicos que contribuíssem para uma aprendizagem ativa.
A partir destes pensamentos, faz-se necessário que compreendamos os
conceitos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem de acordo com algumas
teorias, bem como sua relação com o uso das tecnologias.

1.1 Compreendendo o conceito de Tecnologia Educacional

Para iniciarmos nossas reflexões sobre os conceitos de tecnologia educacional é


necessário que busquemos entender os conceitos sobre tecnologia e educação.
Sabemos que a tecnologia está presente desde os primórdios da história, portanto
conceituar Tecnologia não pode ser considerada uma das tarefas mais fáceis, pois
segundo FALCÃO, OLIVEIRA E AZEVEDO (1996, p.95) “...a concepção de tecnologia
envolve muita complexidade teórica, pois esse termo possui diversas significações
dadas por distintos teóricos e em cada época e contexto histórico-social...”.
No entanto, iremos fazer uso do conceito que faz referência a tecnologia no
âmbito educacional, pois a mesma pode ser utilizada nas mais variadas áreas. Sendo
assim, a tecnologia pode ser considerada como meios ou técnicas com finalidade
aprimoramento do processo ensino-aprendizagem. Ao analisarmos a evolução
tecnológica no qual passou a educação, podemos perceber que estas passaram por
enormes transformações advindas do desenvolvimento pelo qual a sociedade passou,
desde a inserção das salas de telecurso até a implantação da internet nas escolas.
O uso dos recursos tecnológicos na educação surge como uma forma de
aperfeiçoamento das didáticas utilizadas em sala de aula, à medida que antigos
recursos, podemos mencionar nesse caso os projetores ou até mesmo as tele aulas,
são substituídos por técnicas cada vez mais avançadas que buscam proporcionar uma
melhoria do processo de ensino aprendizagem.
A relação entre tecnologia e educação deve ser observada como parte
essencial no desenvolvimento social e cultural do ser humano, pois FALCÃO et al
(2016, p.110), afirma que “... se utilize a educação para ensinar sobre as tecnologias
que estão na base das percussões numa sociedade, pois isso, esse desenvolvimento
vai depender da própria capacitação científica dessa sociedade”. Sendo assim,
devemos pensá-la como caminho para habilitação sociocultural do indivíduo e não
somente para o domínio e desenvolvimento das técnicas.
1.2 Aprendizagem um dos pilares do processo educativo

Para que compreendamos o processo educativo, é essencial, considerarmos


alguns conceitos relacionados ao processo de aprendizagem dos educandos no qual
está estritamente relacionada as teorias de aprendizagem desenvolvidas por alguns
estudiosos que buscaram entender como ela ocorre.
Podemos entender a aprendizagem como aquisição de conhecimentos que
proporcionam ao indivíduo o seu crescimento pessoal e profissional, no qual ele busca
através do desempenho educacional, sua inserção na sociedade.
As teorias de aprendizagem buscam dar respostas ao processo de ensino e
aprendizagem, ou seja, como o aluno aprende e o reflexo do ensino realizado pelo
professor. 
Existem três principais abordagens filosóficas, a comportamentalista que parte do
pressuposto que o aluno aprende através da repetição, e o ensino ocorre através da
transmissão do conhecimento. Sendo assim, Borges (2015, p.29) menciona que “[...] o
professor ensina e o aluno aprende através do treino[...] a avaliação se baseia na
verificação da conduta do aluno, definida nos objetivos comportamentais.”
Sabemos que concepção de aprendizagem muda de acordo com a teoria, sendo
assim a teoria behaviorista compreende a aprendizagem como fruto de um
comportamento observável do educando, onde o conhecimento é adquirido de forma
sistemática e repetitiva. Para Almeida (2012?) a aprendizagem pode ser originada
através dos critérios escolhidos pelo professor a partir do comportamento inicial dos
alunos e do resultado que ele apresenta no final do processo.
 Já a segunda, abordagem, o cognitivismo, direciona a aprendizagem para
necessidade de resolução de problemas, onde os alunos recebem estímulos para
partir daí, gerar uma resposta, e consequentemente ocasionar a
aprendizagem. Para Ausubel (1986 apud BORGES,2015), a
aprendizagem consiste na ampliação cognitiva, através da incorporação de novas
ideias ao aluno. Por fim, a teoria humanista faz alusão ao processo de ensino-
aprendizagem onde o aluno é ator de sua própria aprendizagem, e o professor atua
como facilitador deste processo.  
Precisamos discorrer sobre a concepção de aprendizagem de acordo com a
teoria interacionista, onde a aprendizagem ocorre através da interação social, onde o
indivíduo tem seu desenvolvimento pautado na interação com o outro, e na construção
oriunda da relação existente deste com a comunidade no qual está inserido. Sendo
assim a aprendizagem ocorre na chamada Zona de desenvolvimento proximal, onde
de fato ocorre a transformação do conhecimento. Para isso Borges (2015, p.14)
afirma que: “Ela compreende a região de potencialidade para o aprendizado, onde o
indivíduo em situação cognitiva, só consegue resolver determinada tarefa com auxílio
de outro.” 
A partir do contexto mencionado acima, o professor será justamente o facilitador
e transformador do conhecimento dos alunos. Ter essa função na atualidade requer
que ele procure buscar mecanismos e/ou recursos tecnológicos e didáticos
que busquem não apenas os conhecimentos a serem adquiridos, mas procurem
desenvolver a criticidade nos educandos de forma que possam exercer seu papel
enquanto cidadão inseridos em sociedade, além de despertar a curiosidade no querer
sempre buscar mais o desenvolvimento pessoal e profissional. É imprescindível
também que o educador utilize os recursos tecnológicos e se aproprie dos
conhecimentos necessários para que possa escolher qual o melhor mecanismo de
acordo com a finalidade no qual deseja usar. 
De acordo com a teoria de Vygotsky o indivíduo aprende através da interação
com o meio social no qual está inserido, portanto não podemos ignorar o uso das
tecnologias em sala de aula, uma vez que ela está cada vez mais presente no
cotidiano das pessoas. Sendo assim, Silva et.al (2017, p.93) menciona que: “As novas
tecnologias [...] impulsiona um conhecimento cada vez mais amplo, e por isso
devemos utilizá-las como instrumento auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.” 
Não podemos deixar de analisar também os aspectos relativos à aprendizagem
no Ensino à Distância, que se caracteriza pelo uso da tecnologia como mecanismo
propulsor da aprendizagem do aluno, onde ele atua como responsável pela sua
aprendizagem, a partir da mediação do professor. Sendo assim, no que concerne a
esta modalidade, é importante compreendermos as contribuições destas teorias, tendo
em vista, a necessidade de procurarmos entender como acontece o desenvolvimento
cognitivo do indivíduo neste campo. Por isso, faz-se necessário mencionarmos como
pensam alguns teóricos a respeito desta prática. 
A teria piagetiana afirma que aprendizagem ocorre a partir da ação do indivíduo
sobre o objeto, neste contexto de acordo com Borges (2015) não implica afirmar que a
aprendizagem ocorre somente com atividades práticas, mas implica que ao manipular
o objeto se utiliza a memória para a partir dela extrairmos, de acordo com a
maturação, o pensamento hipotético-dedutivo. Enquanto a teoria de Vygotsky afirma
que a aprendizagem não pode ser concebida sem a interação do meio social, sendo
assim Borges (2015, p. 35) afirma que:
...Essa teoria é de grande contribuição para entendermos as
implicações da dimensão sócio-histórico-cultural nos processos de
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Dimensão esta que se
efetiva na prática da interação social, como meio de aprendizagem e,
portanto, de aquisição de instrumentos e signos culturais.

Relacionando essas teorias a modalidade de ensino mencionada anteriormente


podemos afirmar que elas se complementam, pois o processo educativo no qual está
inserido, propõe uma maior autonomia do educando, uma vez que ele precisa de
alguns requisitos como a maturação para aprender através do manuseio do objeto do
conhecimento, ao mesmo tempo que é necessária a interação social com objetivo de
aquisição e transformação do conhecimento adquirido ao longo da vida.

2. REFLEXÕES DA PRÁTICA: PRÉ E PÓS PANDEMIA

A partir deste tópico, iremos refletir sobre a prática exercida em sala de aula,
como professora das séries iniciais do Ensino Fundamental, apresentando um relato
de experiência de forma suscinta, que norteou todas as discussões e reflexões acerca
do cotidiano escolar realizada antes e depois da Pandemia do Sarscov-2, que assolou
o Brasil no início de 2020 e perdura até o momento.
Faz-se necessário neste contexto, que compreendamos inicialmente, o conceito
referente ao relato de experiência que é um texto que descreve aspectos relacionados
a uma experiência pessoal e que contribua de forma significativa a área de atuação.
Sendo assim, iremos descrever sobre as experiências adquiridas através do
processo educativo no Ensino Remoto, que aconteceu no quarto ano do ensino
Fundamental, de uma escola pública, no ano de dois mil e vinte e que gerou
consequências e reflexões para o ensino no ano seguinte, além de proporcionar uma
extensão de aplicação dos conhecimentos adquiridos na Especialização em
Tecnologias Educacionais e Ensino à distância.
Ao iniciarmos o ano letivo de dois mil e vinte, mais precisamente no final do mês
de fevereiro, estávamos preocupados com a aprendizagem de alunos oriundos de um
terceiro ano e que em sua maioria, tinham conhecimentos básicos e restritos
principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, essa contatação
não se consolidou totalmente, pois em março se iniciou o período pandêmico.
Antes deste período, o processo de ensino estava enraizado em aulas teóricas,
nas quais não utilizávamos quase nenhum recurso tecnológico voltados a esta
finalidade, pois eram escassos, bem como não tínhamos conhecimentos para
aplicação destes. As aulas eram realizadas de forma sistemática e tradicionalista, com
alguns resquícios ou talvez características de um ensino construtivista. Podemos
analisar neste sentido, que muitas vezes os curso de formação, em sua maioria não
proporciona aos professores em formação uma didática voltada a aplicação destes
conhecimentos.
No cotidiano da sala de aula, utilizávamos geralmente, na maioria das disciplinas,
apenas o retroprojetor, o quadro, o livro didático, entre outros de natureza mais
simples, mas nunca nos sentíamos preparados para ministrar aulas utilizando, por
exemplo computador, onde a escola tinha disponível um laboratório para que pudesse
ser usado nas aulas. Acredito que um dos fatores que impossibilitou foi exatamente a
falta de conhecimento de estratégias metodológicas que pudessem incorporá-los nas
aulas.
Neste contexto MORAN (2012) afirma que o educador em sua essência
verdadeira é humilde para identificar o que não sabe, consequentemente necessita
está aberto as novas descobertas, implicando numa forma de ensino que mostre ao
seu aluno que o conhecimento não pode ser tratado como algo absoluto, mas que é
passível a mudanças e transformações.
Partindo deste pressuposto, compreendemos que o início das atividades do
ensino remoto não foi fácil, pois estávamos diante de um cenário desconhecido e que
implicava em um caminho obscuro, que era fazer com que nossos alunos
aprendessem em um ambiente diferente da sala de aula, onde tínhamos o mínimo de
recursos e metodologias essenciais neste período.
Após o período de mais ou menos um mês após o decreto dos governos que
previam o fechamento total das escolas em virtude da pandemia, começaram-se as
reflexões sobre como fazer para permanecer com o elo entre o aluno e a escola. Antes
que os governos pudessem nos fornecer informações oficiais e o caminho para
construção do conhecimento por parte dos alunos, já tínhamos formados grupos em
redes sociais com finalidade de fazer com que chegasse o mínimo de atividades
necessárias para, inicialmente mantermos nosso vínculo com eles.
Nesta perspectiva, verificamos que poucos eram os alunos, que realizavam as
devolutivas das atividades enviadas através das redes sociais. Essas na maioria das
vezes, eram atividades simples que tinham objetivo apenas na manutenção do vínculo
aluno-escola, geralmente enviadas sem nenhuma explicação anterior.
Sendo assim, começamos a nos inquietar diante de tais situações que estavam
presentes no cotidiano, ao mesmo tempo em que surgia a preocupação de como
chegar estas atividades as crianças que não tinham acesso a internet e muito menos
as redes sociais.
Concomitantemente as situações mencionadas anteriormente, realizávamos o
curso de especialização, já mencionado anteriormente, que nos mostrou a importância
do uso das tecnologias para o ensino a distância, mostrando-nos alguns recursos
tecnológicos que poderiam ser utilizados e que eram desconhecidos até este
momento. Podemos mencionar, por exemplo, os aplicativos para elaboração de
mapas mentais de forma on line, pois não tínhamos utilizados este recurso como
mecanismo de aprendizagem, todavia devemos considerar que é importância a
utilização desta metodologia, uma vez que ela possibilita aos alunos a ampliação do
conhecimento. Neste sentido, MOUSINHO (2020, p.3) afirma que:

o mapa conceitual é capaz de promover uma aprendizagem que faça


sentido para o aluno, principalmente porque o leva a refletir e
interpretar aquilo que lê. Também se constitui em valoroso auxiliar
nas tarefas do cotidiano, pois, além de promover o ensino de novos
tópicos, contribui para reforçar a compreensão, identificar conceitos
pouco compreendidos e avaliar qualitativamente os conhecimentos do
aluno.

Esta metodologia de ensino, não foi aplicada a turma mencionada anteriormente,


pelo fato de ser algo novo e que não tínhamos habilidades necessárias para aplicá-la
no Ensino Remoto, além de ser uma metodologia totalmente desconhecida dos alunos
e difícil de ser compreendida de forma eficaz. No entanto, este conhecimento
possibilitará inserção como um novo caminho que irá contribuir para melhoria do
processo ensino – aprendizagem, quando as aulas retornarem ao sistema presencial.
Após um longo período de adaptação, nossas aulas começaram a se direcionar
para utilização de recursos um pouco mais tecnológicos, pois passamos a fazer uso
de vídeo aulas como mecanismo de explanação e meios de interação on line através
de aplicativos para reuniões virtuais. A utilização desta ferramenta não foi muito bem
aceita pelos alunos, devido as dificuldades de conexão com a internet, portanto foi
pouco utilizada neste período.
No ano letivo de dois mil e vinte e um, continuamos ministrando as aulas de forma
remota para a mesma turma do ano letivo anterior, pois a gestão escolar sentiu a
necessidade de permanecermos com os mesmos alunos do ano anterior, pois já os
conhecíamos e isso iria facilitar a aprendizagem. Ao contrário do ano anterior,
sentimos uma maior segurança para aplicar novas ferramentas de aprendizagem, a
qual passamos fazer uso, por exemplo, do google forms para direcionamento das
atividades propostas para os alunos.
Essa ferramenta foi bem aceita por eles, pois as devolutivas foram maiores do que
as que foram utilizadas anteriormente. Este fato ocorreu, porque tínhamos um
caminho pré-definido obtido a partir dos conhecimentos prévios que eles traziam e
pelo fato de já serem nossos alunos anteriormente, o que facilita o direcionamento
para as aulas. Então de acordo com Melo (2017, p. 48) “A base fundamental da
aprendizagem significativa é o conhecimento prévio do indivíduo, o que influencia a
aprendizagem é o que o indivíduo já sabe sobre aquele assunto”. Esta afirmação
corrobora para o pensamento de que o processo educativo não pode desconsiderar o
conhecimento prévio do aluno, uma vez que ele se transforma a partir da atuação do
professor, como mediador do processo ensino-aprendizagem.
Diante de todas as discussões realizadas anteriormente, não podemos deixar de
mencionar a enorme preocupação na defasagem de aprendizagem dos alunos que
não tem acesso a internet. Apesar da escola proporcionar a entrega de atividades
impressas, podemos verificar que os resultados de aprendizagem obtidos são mínimos
ou quase inexistentes.
Verificamos que vários fatores acabam por contribuir de forma significativa para
que estes alunos não obtenham o mínimo de conhecimentos necessários ao ano em
estudo, entre estes, mencionaremos o grau de instrução dos membros pertencentes a
família do aluno, as dificuldades em ajudar devido ao trabalho, a quantidade de filhos
em idade escolar e que faz uso dos mesmos materiais e principalmente os problemas
psicológicos que afetam a família devido a perda de seus membros por covid-19.
Neste sentido se faz necessário que a escola ao retornar as aulas presenciais, procure
proporcionar aos alunos momentos de acolhida, onde eles possam sentir-se bem em
voltar a instituição de ensino e sinta vontade em aprender apesar dos percalços.

.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As enormes dificuldades pelos quais passamos para ministrar as aulas de forma


remota surge justamente pelo não conhecimento do
funcionamento dos recursos tecnológicos, mas entendemos que elas podem
ser vencidas, a partir do momento em que os professores possam tornar-se
pesquisadores da própria ação pedagógica e com isso utilizar-se de um
bom planejamento que resulte na aprendizagem significativa dos alunos. 
O que a Pandemia proporcionou a educação, principalmente a prática educativa,
no que concerne ao uso dos recursos tecnológicos em pouco mais de um ano e meio,
acreditamos que demoraria muito mais tempo para concretizar-se, tendo em vista que
esse despertar para umas novas estratégias de ensino ainda estava ocorrendo de
maneira devagar. Uma grande parte dos educadores não estavam preparados para
inserção de uma metodologia mais ativa em seus planejamentos. As mudanças que
ocorreram na prática do professor, possibilitou enormes transformações no fazer
pedagógico, tivemos que pesquisar e buscar novos conhecimentos e metodologias
mais eficazes.
Para que nossas aulas acontecessem foi necessária a construção paulatina de
verdadeiros mini estúdios adquiridos através de recursos próprios. As nossas casas
serviram como representações da sala de aula, onde utilizamos os instrumentos para
gravação das aulas.
Ao mesmo tempo que o professor se desdobrou para fazer com que as aulas
chegassem até os alunos, estes também foram atores principais nesta nova forma de
ensino. Não podemos deixar de considerar, os esforços conjuntos entre os
professores e alunos para que todas os obstáculos fossem ultrapassados diariamente.
O papel do aluno foi extremamente importante, pois não existe aprendizagem sem que
haja interesse por parte dos alunos. Portanto, o professor procurou estudar e realizar
adaptações e mudanças nos métodos e técnicas que perduraram por muito tempo.
Para isso, houve a compreensão que o caminho para tornar a aprendizagem mais
ativa para o educando passou pela necessidade de inclusão das tecnologias em sua
metodologia de ensino.
Podemos perceber que as mudanças no contexto educacional, proporcionaram
transformações significativas no modelo de ensino usados nas escolas, o que implica
na consolidação da tecnologia a favor da aprendizagem. Cada vez mais teremos
alunos e professores conectados ao mundo digital e isto aplica-se também ao espaço
da escola. As ações voltadas ao ensino presencial precisarão, mesmo que devagar,
admitir a necessidade de integração da tecnologia tornando-a cada vez mais
integradora.
As reflexões que se fizeram presentes neste trabalho, foram a mola propulsora
para verdadeiras e significativas mudanças na práxis educativa, uma vez que
possibilitou conhecimentos que até então estavam adormecidos, voltarem a ser
repensados, além de despertar a necessidade de cada vez mais buscar e dominar
novos conhecimentos relacionados a tecnologia.

REFERÊNCIAS 
  
ALMEIDA, Ana Maria Freire P.M. Teorias Conexionistas. Disponível em:
https://xdocs.com.br/doc/texto-2-teorias-da-aprendizagem-para-a-pratica-pedagogica-
48gpkk0plw82. Acesso em 19 de agosto de 2021.
BORGES, Rosemary Pessoa; COSTA, Roberto Douglas da; DANTAS, Nadja
Soares. Tecnologia Educacional e Concepção de
aprendizagem. Natal: IFRN Editora,2015. 

FALCÃO, Aguiar; OLIVEIRA, Fabiano Faustino de; AZEVEDO, Mariana Queiroz Orrico
de. Orgs. Tecnologias Educacionais. Natal: IFRN Editora, 2016.
GEBRAN, Maurício Pessoa. Tecnologias Educacionais. Curitiba: IESDE Brasil
SA,2009.
 
MELO, Antônio Geymisom de. Contribuições das TIC’s e da aprendizagem
significativa para o processo de ensino aprendizagem. Revistas Docentes. Ano 2.
N.3. agosto, 2017. 

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como


chegar lá. 5ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

MOUSINHO, Silvia Helena do Amaral. A utilização dos mapas conceituais como


ferramenta didática nas licenciaturas de Física e Matemática do Cederj. Revista
Educação Pública, v. 20, nº 4, 28 de janeiro de 2020. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/4/a-utilizacao-dos-mapas-conceituais-
como-ferramenta-didatica-nas-licenciaturas-de-fisica-e-matematica-do-cederj. Acesso
em 26 de agosto de 2021.
SILVA, Claci Clair Röpke da; PORTO, Marcelo Duarte; MEDEIROS, Wilton de Araújo.
A teoria Vygotskyana e a utilização das novas tecnologias no ensino
aprendizagem: Uma reflexão sobre o uso do celular. Revista on line :Magistro de
Filosofia, Ano X, nº 21, 1º Semestre de 2017. 
 

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