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Um estudo sobre a curvatura escalar e curvatura média de

ordem superior de hipersuperfı́cies tipo-espaço em


espaços-tempos GRW

por
Paulo Vicente Correia de Moura

sob a orientação de

Prof. Dr. Márcio Silva Santos

UFPB - Universidade Federal da Paraı́ba

25/03/2022

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 1 / 97


Sumário

1 Introdução
Motivação
Espaços-tempos GRW
As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis associados

2 Unicidade de hipersuperfı́cies tipo-espaço com curvatura média de ordem superior


constante em espaços-tempos de Robertson-Walker generalizados
O Operador Lk atuando na função altura
Primeiras aplicações
Fórmulas de Minkowski para hipersuperfı́cies em espaços-tempos GRW
Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

3 Curvatura escalar de hipersuperfı́cies tipo-espaço em Espaços-tempos de Robertson


Walker generalizados
Espaços-Tempos Einstein GRW
Princı́pio Cosmológico

4 Referências Bibliográficas

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 2 / 97


Introdução

Motivação

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 3 / 97


Por que estudar imersões de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos?

Estão relacionadas com problemas da relatividade geral, tais como: Folheações de


espaços tempos, mudança de fase de contração e expansão e problema de Cauchy para
equação de Einstein.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 4 / 97


Por que estudar imersões de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos?

Estão relacionadas com problemas da relatividade geral, tais como: Folheações de


espaços tempos, mudança de fase de contração e expansão e problema de Cauchy para
equação de Einstein.

Do ponto de vista matemático, o interesse se aplica a resultados de rigidez como


veremos ao longo deste trabalho.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 4 / 97


Introdução

O interesse matemático pelo estudo de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos


teve inicio nos anos 70 com os trabalhos de Calabi, Examples of Bernstein problems for
some non-linear equations e Cheng and Yau, Maximal space-like hypersurfaces in the
Lorentz-Minkowski spaces.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 5 / 97


Introdução

O interesse matemático pelo estudo de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos


teve inicio nos anos 70 com os trabalhos de Calabi, Examples of Bernstein problems for
some non-linear equations e Cheng and Yau, Maximal space-like hypersurfaces in the
Lorentz-Minkowski spaces.

Uma questão que surgiu nos estudo sobre hipersuperfı́cies tipo-espaço foi como
determinar a unicidades de tais objetos para o caso CMC.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 5 / 97


Introdução

O interesse matemático pelo estudo de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos


teve inicio nos anos 70 com os trabalhos de Calabi, Examples of Bernstein problems for
some non-linear equations e Cheng and Yau, Maximal space-like hypersurfaces in the
Lorentz-Minkowski spaces.

Uma questão que surgiu nos estudo sobre hipersuperfı́cies tipo-espaço foi como
determinar a unicidades de tais objetos para o caso CMC.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 5 / 97


Introdução

O interesse matemático pelo estudo de hipersuperfı́cies tipo-espaço em espaços-tempos


teve inicio nos anos 70 com os trabalhos de Calabi, Examples of Bernstein problems for
some non-linear equations e Cheng and Yau, Maximal space-like hypersurfaces in the
Lorentz-Minkowski spaces.

Uma questão que surgiu nos estudo sobre hipersuperfı́cies tipo-espaço foi como
determinar a unicidades de tais objetos para o caso CMC.

Será que podemos fazer um estudo análogo para o caso de curvatura média de ordem
superior constante? Sob quais condições uma hipersuperfı́cie tipo-espaço compacta
com curvatura média de ordem superior constante imersa em um espaço-tempo GRW é
um slice tipo-espaço?

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 5 / 97


A resposta é Sim! Sob a chamada condição de convergência nula (CCN).

Montiel em seu trabalho intitulado “Uniqueness of spacelike hypersurfaces of constant


mean curvature in foliated spacetimes” classificou as hipersuperfı́cies tipo-espaço
compactas em ambientes que atendem a CCN.

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A resposta é Sim! Sob a chamada condição de convergência nula (CCN).

Montiel em seu trabalho intitulado “Uniqueness of spacelike hypersurfaces of constant


mean curvature in foliated spacetimes” classificou as hipersuperfı́cies tipo-espaço
compactas em ambientes que atendem a CCN.

Para que um estudo possa ser feito no caso de curvatura de ordem superior é
necessário recorrer as chamadas sucessivas fórmulas de Minkowski Sucessivas fórmulas
de Minkowski, além das transformações de Newton Pk e do operador Lk .

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Espaços-tempos GRW

Definição (Espaço-tempo GRW)


Sejam Mn uma variedade Riemanniana n-dimensional, e seja I uma variedade 1-dimensional
(um cı́rculo ou intervalo aberto de R). Vamos denotar por M = −I ×f Mn a variedade
produto I × Mn n+1-dimensional munida da métrica Lorentziana

⟨, ⟩ = −dt2 + f2 (t)⟨, ⟩M ,

onde f > 0 é uma função suave em I e ⟨, ⟩M representa a métrica Riemanniana em Mn , ou


seja, −I ×f Mn é um produto torcido Lorentziano com base Lorentziana (I, −dt2 ) e fibra
Riemanniana (Mn , ⟨, ⟩M ) e função torção f. Sob essas condições, dizemos que −I ×f Mn é
um espaço-tempo GRW.

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Espaços tempos GRW

Observação:
Caso a fibra Mn tenha curvatura seccional constante, dizemos simplesmente que −I ×f Mn
é um espaço-tempo RW.

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Espaços tempos GRW

Observação:
Caso a fibra Mn tenha curvatura seccional constante, dizemos simplesmente que −I ×f Mn
é um espaço-tempo RW.

Definição
Sejam −I ×f Mn um espaço-tempo GRW e ∂t = (∂/∂t )|(t,x) sua orientação temporal dada
pelo campo de vetores unitários globalmente definida. Dado X ∈ X(−I ×f Mn ), dizemos
que X é future-pointing (resp. past-pointing) quando ⟨X, ∂t ⟩ < 0 (resp. ⟨X, ∂t ⟩ > 0).

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Espaços tempos GRW

Exemplo Espaço-Tempo de Sitter


O conjunto dado por
S1n+1 = {x ∈ Rn+2
1 | ⟨x, x⟩ = 1}
é uma variedade semi-Riemanniana completa e conexa denominada espaço de Sitter que
possui curvatura seccional constante igual a 1. De acordo com a referência Fábio Reis [5] o
espaço de Sitter admite o modelo GRW

Sn+1
1 = −R ×cosh(t) Sn

onde Sn é a esfera n-dimensional de raio unitário do espaço Euclidiano.

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Exemplo (Steady State Space)
Considere e espaço-tempo de Sitter visto anteriormente e a ∈ Ln+2 − {0} um vetor
tipo-tempo não nulo, past-pointing, temos assim que, ⟨a, a⟩ = 0 e ⟨a, e0 ⟩ > 0. Definimos o
espaço em estado estacionário (Steady State Space) como a região aberta do espaço-tempo
de Sitter dada por
Hn+1 = {p ∈ Sn+1 | ⟨p, a⟩ > 0}.
Na ralidade, tomando a aplicação ω : Hn+1 −→ −R ×et Rn dada por
 
x − ⟨x, a⟩b − ⟨x, b⟩a
ω(x) = log(⟨x, a⟩), ,
⟨x, a⟩

onde ⟨a, b⟩ = 1 é possı́vel mostrar que Hn+1 é isométrico ao espaço −R ×et Rn (veja [5]).
No decorrer desta apresentação, faremos um comentário deste espaço e sua relação com o
principio cosmológico.

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Espaço- tempos GRW

Definição
Seja M uma variedade semi-Riemanniana. O tensor curvatura R de M é a aplicação

R : X(M) × X(M) × X(M) −→ X(M)

dada por R(X, Y, Z) = ∇[X,Y] Z − [∇X , ∇Y ]Z. Fixando os campos X, Y ∈ X(M) definimos o
operador curvatura
R : X(M) −→ X(M)
dado por R(X, Y)Z = R(X, Y, Z). Se o tensor curvatura é identicamente nulo dizemos que
M é uma variedade flat.

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Espaços-tempos GRW

Definição
Sejam M uma variedade semi-Riemanniana e p ∈ M. Considere um subespaço σ ⊂ Tp M.
Denominamos o número
⟨R(x, y)x, y⟩
K(x, y) =
|x|2 |y|2 − ⟨x, y⟩2
como a curvatura seccional de σ em p, onde {x, y} é uma base de σ.

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Espaços-tempos GRW

Definição
Sejam M uma variedade semi-Riemanniana (n+1)-dimensional e E1 , ...En+1 um referencial
ortonormal de M. A aplicação Ric : X(M) × X(M) −→ C∞ (M) dada por

X
n+1
Ric(X, Y) = ϵi ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩,
i=1

é denominada curvatura do tensor de Ricci.

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Espaços-tempos GRW

Definição
Sejam M uma variedade semi-Riemanniana (n+1)-dimensional e E1 , ...En+1 um referencial
ortonormal de M. A aplicação Ric : X(M) × X(M) −→ C∞ (M) dada por

X
n+1
Ric(X, Y) = ϵi ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩,
i=1

é denominada curvatura do tensor de Ricci.

Definição
Um espaço-tempo (M, ⟨, ⟩) é chamado de Einstein, se seu tensor de Ricci Ric, é
proporcional a métrica ⟨, ⟩.

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Espaços-tempos GRW

Definição
Seja M uma variedade semi-Riemanniana (n+1)-dimensional. Definimos a curvatura escalar
S de M como o traço do tensor curvatura de Ricci, isto é,

S = tr(Ric).

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Espaços-tempos GRW

Definição
Seja M uma variedade semi-Riemanniana (n+1)-dimensional. Definimos a curvatura escalar
S de M como o traço do tensor curvatura de Ricci, isto é,

S = tr(Ric).

Proposição
Sejam R e RM os tensores de curvatura de −I ×f M e Mn respectivamente. Então dados
U, V ∈ X(−I ×f M), temos

R(U, V)W = RM (U∗ , V ∗ )W ∗ + ((logf) ′ )2 (⟨U, W⟩V − ⟨V, W⟩U)


+ (logf) ′′ ⟨W, ∂t ⟩(⟨V, ∂t ⟩U − ⟨U, ∂t ⟩V)
− (logf) ′′ (⟨V, ∂t ⟩⟨U, W⟩ − ⟨U, ∂t ⟩⟨V, W⟩)∂t , (1)

onde U∗ = (dπM )(U) e V ∗ = (πM )(V) são as projeções sobre a fibra Mn .

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Espaços-tempos GRW

Proposição 2
Sejam Ric e RicM os tensores de Ricci de −I ×f Mn e Mn respectivamente. Então dados
U, V ∈ X(−I ×f M), temos

Ric(U, V) = RicM (U∗ , V ∗ ) + (n((logf) ′ )2 + (logf) ′′ )⟨U, V⟩


− (n − 1)(logf) ′′ ⟨U, ∂t ⟩⟨V, ∂t ⟩, (2)

onde U∗ = (dπM )(U) e V∗ = (πM )(V) são as projeções sobre a fibra Mn .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 15 / 97


Espaços-tempos GRW

Proposição 2
Sejam Ric e RicM os tensores de Ricci de −I ×f Mn e Mn respectivamente. Então dados
U, V ∈ X(−I ×f M), temos

Ric(U, V) = RicM (U∗ , V ∗ ) + (n((logf) ′ )2 + (logf) ′′ )⟨U, V⟩


− (n − 1)(logf) ′′ ⟨U, ∂t ⟩⟨V, ∂t ⟩, (2)

onde U∗ = (dπM )(U) e V∗ = (πM )(V) são as projeções sobre a fibra Mn .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 15 / 97


Observação
Quando M = −I ×f Mn é um espaço-tempo GRW (com fibra Mn necessariamente
conexa), M é Einstein com Ric = c⟨, ⟩ e c ∈ R se, e somente se a fibra (M, ⟨, ⟩M ) tem
curvatura de Ricci constante c e a função torção f satisfaz as equações diferenciais
f ′′ c c(n − 1) c + (n − 1)(f ′ )2
= e =
f n n f2
c
o que acarreta (n − 1)(log f) ′′ = .
f2

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Espaços-tempos GRW

Definição (Hipersuperfı́cie tipo-espaço)


Sejam (Σn , ⟨, ⟩Σ ) uma variedade Riemanniana e (M, ⟨, ⟩) um espaço tempo GRW. Se
ψ : Σ −→ M é uma imersão isométrica dizemos que Σ é uma hipersuperfı́cie tipo-espaço.
Nesse caso, também denotaremos a métrica de Σ por ⟨, ⟩.

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Espaços-tempos GRW

Definição (Hipersuperfı́cie tipo-espaço)


Sejam (Σn , ⟨, ⟩Σ ) uma variedade Riemanniana e (M, ⟨, ⟩) um espaço tempo GRW. Se
ψ : Σ −→ M é uma imersão isométrica dizemos que Σ é uma hipersuperfı́cie tipo-espaço.
Nesse caso, também denotaremos a métrica de Σ por ⟨, ⟩.

Como o espaço-tempo GRW tem ı́ndice constante igual a 1 (e portanto somente uma direção
normal), omitiremos o campo normal N que aparece como subı́ndice de operador de
Weingarten A. Sendo assim, dados X, Y ∈ X(Σ) pela fórmula de Gauss temos

∇X Y = ∇X Y − ⟨AX, Y⟩N.

Porém, sendo N um campo tipo-tempo normal unitário, temos que ⟨N, N⟩ = −1, logo

⟨∇X N, N⟩ = 0

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Espaços-tempos GRW

assim, ∇X N = 0 para todo X ∈ X(Σ) e nossa fórmula de Gauss se reduz a ∇X N = −AX.
Se atentando ao fato que II(X, Y) = −⟨AX, Y⟩N podemos reescrever a equação de Gaus
como
R(X, Y)Z = (R(X, Y)Z)⊤ − ⟨AX, Z⟩AY + ⟨AY, Z⟩AX.
Considerando que (∇X A)Y = ∇X (AY) − A(∇X Y), temos a seguinte definição:

Definição
A equação de Codazzi de uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo
ambiente arbitrário é dada por

⟨R(X, Y)Z, N⟩ = ⟨(∇Y A)X − (∇X A)Y, Z⟩ (3)

ou equivalentemente
(R(X, Y)N)⊤ = (∇X A)Y − (∇Y A)X. (4)

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Considere a imersão ψ : Σ −→ M e seja A : X(Σ) −→ X(Σ) operador de Weingarten (ou


operador forma) de Σ refente a aplicação de Gauss N. Como é sabido, A é um operador
linear auto-adjunto em cada espaço tangente Tp Σ, além disso, seus autovalores
κ1 (p), ..., κn (p) são as curvaturas principais da nossa hipersuperfı́cie Σ. Associado ao
operador forma existem n invariantes algébricos dado por

Sk (p) = σk (κ1 (p), ..., κn (p)), com 1 ⩽ k ⩽ n,


onde σk : Rn −→ R é a função simétrica elementar dada por

X
n
σk (x1 , ..., xn ) = x i 1 · · · x ik ,
i1 <...<ik

onde σ0 = 1.

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Definição
A k-ésima curvatura média Hk de uma hipersuperfı́cie Σn será definida por
 
n
Hk = (−1)k Sk = σk (−κ1 , ..., −κn ),
k

onde 1 ⩽ k ⩽ n.

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Definição
A k-ésima curvatura média Hk de uma hipersuperfı́cie Σn será definida por
 
n
Hk = (−1)k Sk = σk (−κ1 , ..., −κn ),
k

onde 1 ⩽ k ⩽ n.

Observe que a partir do modo como definimos Hk , para k = 1, temos

1 X
n
1
nH1 = −S1 ⇒ H1 = − κi = − tr(A) = H
n n
i=1

que é justamente a curvatura média de Σ.

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Um caso interessante que podemos verificar, é que a curvatura média de segunda ordem esta
intimamente relacionada com a curvatura escalar da hipersuperfı́cie Σ pela seguinte
expressão
n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N), (5)
onde S e S são, respectivamente, a curvatura escalar de Σ e −I ×f Mn , e Ric representa o
tensor de Ricci do espaço-tempo ambiente GRW. Vejamos brevemente uma verificação. Por
definição

X
n X
n X
n
Ric(X, Y) = ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨AX, Y⟩⟨AEi , Ei ⟩ + ⟨AEi , Y⟩⟨AX, Ei ⟩
i=1 i=1 i=1

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Um caso interessante que podemos verificar, é que a curvatura média de segunda ordem esta
intimamente relacionada com a curvatura escalar da hipersuperfı́cie Σ pela seguinte
expressão
n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N), (5)
onde S e S são, respectivamente, a curvatura escalar de Σ e −I ×f Mn , e Ric representa o
tensor de Ricci do espaço-tempo ambiente GRW. Vejamos brevemente uma verificação. Por
definição

X
n X
n X
n
Ric(X, Y) = ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨AX, Y⟩⟨AEi , Ei ⟩ + ⟨AEi , Y⟩⟨AX, Ei ⟩
i=1 i=1 i=1
X
n
= ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨R(X, N)Y, N⟩ + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) +
i=1
+ ⟨AX, AY⟩

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Um caso interessante que podemos verificar, é que a curvatura média de segunda ordem esta
intimamente relacionada com a curvatura escalar da hipersuperfı́cie Σ pela seguinte
expressão
n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N), (5)
onde S e S são, respectivamente, a curvatura escalar de Σ e −I ×f Mn , e Ric representa o
tensor de Ricci do espaço-tempo ambiente GRW. Vejamos brevemente uma verificação. Por
definição

X
n X
n X
n
Ric(X, Y) = ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨AX, Y⟩⟨AEi , Ei ⟩ + ⟨AEi , Y⟩⟨AX, Ei ⟩
i=1 i=1 i=1
X
n
= ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨R(X, N)Y, N⟩ + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) +
i=1
+ ⟨AX, AY⟩
X
n+1
= ϵi ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) + ⟨AX, AY⟩
i=1

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Um caso interessante que podemos verificar, é que a curvatura média de segunda ordem esta
intimamente relacionada com a curvatura escalar da hipersuperfı́cie Σ pela seguinte
expressão
n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N), (5)
onde S e S são, respectivamente, a curvatura escalar de Σ e −I ×f Mn , e Ric representa o
tensor de Ricci do espaço-tempo ambiente GRW. Vejamos brevemente uma verificação. Por
definição

X
n X
n X
n
Ric(X, Y) = ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨AX, Y⟩⟨AEi , Ei ⟩ + ⟨AEi , Y⟩⟨AX, Ei ⟩
i=1 i=1 i=1
X
n
= ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ − ⟨R(X, N)Y, N⟩ + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) +
i=1
+ ⟨AX, AY⟩
X
n+1
= ϵi ⟨R(X, Ei )Y, Ei ⟩ + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) + ⟨AX, AY⟩
i=1
= Ric(X, Y) + ⟨R(X, N)Y, N⟩ − ⟨AX, Y⟩tr(A) + ⟨AX, AY⟩

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perceba que {E1 , ..., En , N} fornece um referencial ortonormal para M. Sendo S = tr(Ric)
então,

X
n
S = Ric(Ei , Ei )
i=1

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perceba que {E1 , ..., En , N} fornece um referencial ortonormal para M. Sendo S = tr(Ric)
então,

X
n
S = Ric(Ei , Ei )
i=1
Xn X
n X
n
= Ric(Ei , Ei ) + ⟨R(Ei , N)Ei , N⟩ − ⟨AEi , Ei ⟩tr(A)
i=1 i=1 i=1
X
n
+ ⟨A2 Ei , Ei ⟩
i=1

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perceba que {E1 , ..., En , N} fornece um referencial ortonormal para M. Sendo S = tr(Ric)
então,

X
n
S = Ric(Ei , Ei )
i=1
Xn X
n X
n
= Ric(Ei , Ei ) + ⟨R(Ei , N)Ei , N⟩ − ⟨AEi , Ei ⟩tr(A)
i=1 i=1 i=1
X
n
+ ⟨A2 Ei , Ei ⟩
i=1
X
n+1
= Ric(Ei , Ei ) + 2Ric(N, N) − tr(A2 ) + n2 H2 .
i=1

obtemos, assim que


tr(A2 ) − nH2 = S − S + 2Ric(N, N). (6)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 22 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Note que pela definição de Hk , temos que


 
n
H2 = S 2
2

logo,

n(n − 1)
H2 = σ2 (κ1 , ...κn )
2
X
= κi1 κi2
i1 <i2
1
= (tr(A2 ) − tr(A)2 )
2
1
= (tr(A2 ) − n2 H2 )
2
consequentemente
n(n − 1)H2 = tr(A2 ) − n2 H2 .
Finalmente, substituindo a igualdade obtida em (6), obtemos

n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N).

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Definição (Tranformação de Newton)


A k-ésima transformação de Newton é a aplicação Pk : X(Σ) −→ X(Σ) definida
indutivamente a partir do operador forma A e da definição de curvatura k-ésima por

P0 = I e Pk = n

k Hk I + A ◦ Pk−1 .

para k = 1, ..., n, onde I denota a identidade em X(Σ). Fazendo (k − 1)-substituições ao


operador Pk−1 na definição acima, obtemos equivalentemente

X
k  
n
Pk = Hj Ak−j .
j
j=0

Proposição
Para cada p ∈ Σ, Pk (p) é um operador linear auto adjunto em cada espaço tangente Tp Σ,
que comuta com o operador A(p).

O processo para demonstrar a proposição anterior se baseia no critério de indução sobre k.

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As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Proposição
Seja E1 , ..., En um referencial ortonormal que diagonaliza o operador A (ou seja,
AEi = κi Ei i=1,...,n). Então, este referencial ortonormal também diagonaliza o operador
Pk e Pk Ei = µi,k Ei onde

∂σk+1 X
µi,k (p) = (−1)k (κ1 (p), ..., κn (p)) = (−1)k κi1 (p)...κik (p)
∂κi
i1 <...<ik ;ij ̸=i

Definição (Operador Lk )
Seja ∇ a conexão de Levi-Civita de Σ. Para cada transformação de Newton Pk , definimos o
operador diferencial linear de segunda ordem Lk : C∞ (Σ) −→ C∞ (Σ) por
Lk = tr(Pk ◦ ∇2 f), onde ∇2 f : X(Σ) −→ X(Σ) denota o operador linear auto-adjunto
metricamente equivalente ao hessiano da função f definido por
⟨∇2 f(X), Y⟩ = (∇X (∇f), Y), ∀X, Y ∈ X(Σ).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 25 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Proposição 26
Para cada 1 ⩽ k ⩽ n vale
(i) tr(Pk ) = ck Hk ;
(ii) tr(APk ) = −ck Hk+1 ;
n 
(iii) tr(A2 Pk ) = k+1 (nHHk+1 − (n − k − 1)Hk+2 );
(iv) Para cada ∈ X(Σ) e cada 1 ⩽ k ⩽ n − 1
 
n
tr(Pk (∇X A)) = − ⟨Hk+1 , X⟩,
k+1

n n 
onde ck = (n − k) k = (k + 1) k+1 .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 26 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Utilizando o fato de Pk ser auto-adjunto, pode-se verificar facilmente que


tr(Pk ◦ ∇2 f) = tr(∇2 f ◦ Pk ).

Diferencial covariante de um tensor


Seja Pk um (1,1)-tensor em Σ. O diferencial covariante ∇Pk é dado por

∇Pk (X, Y) = (∇X Pk )(Y) = ∇X (Pk Y) − Pk (∇X Y); ∀X, Y ∈ X(Σ).

Pela definição anterior, dado um referencial ortonormal {E1 , ..., En } de Σ, temos


(∇Ei )Pk (Y) = ∇Ei (Pk ∇f) − Pk (∇Ei Y) ⇔ ∇Ei (Pk (∇f)) = (∇Ei Pk )∇f + Pk (∇Ei ∇f).
Agora, utilizando a definição de divergente juntamente com a expressão anterior, temos
X
n
div(Pk (∇f)) = ⟨(∇Ei Pk )∇f + Pk (∇Ei ∇f), Ei ⟩
i=1
X
n X
n
= ⟨(∇Ei Pk )∇f, Ei ⟩ + ⟨Pk (∇Ei ∇f), Ei ⟩ (7)
i=1 i=1
Xn Xn
= ⟨∇f, (∇Ei Pk )Ei ⟩ + ⟨∇Ei ∇f, Pk Ei ⟩ (8)
i=1 i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 27 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Continuando,

X
n
div(Pk (∇f)) = ⟨∇f, ⟨∇Ei Pk , Ei ⟩⟩ + Lk
i=1
= ⟨∇f, divPk ⟩ + Lk . (9)

Caso Pk seja livre de divergência (ou seja divPk = 0), então, Lk = div(Pk (∇f)).
Caso k = 0, obtemos o operador L0 que é justamente operador laplaciano ∆ em Σ. O
mesmo ocorre para todo k = 0, 1, 2, ...n quando o espaço-tempo GRW tem curvatura
seccional constante, pois, como pode ser visto em [1, Corolário 3.2],quando o
espaço-tempo ambiente −I ×f Mn tem curvatura seccional constante, as
transformações de Newton Pk são livres de divergência (divPk = 0).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 28 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Divergências das transformações de Newton


As divergências das transformações de Newton Pk são dadas pela seguinte fórmula indutiva



div(P0 ) = 0
X
n
(10)

div(Pk ) = A(div(Pk−1 )) + (R(N, Pk−1 Ei )Ei )⊤
i=1

Equivalentemente, para cada campo tangente X ∈ X(Σ) segue que

X
k X
n
⟨divPk , X⟩ = ⟨R(N, Pk−j Ei )Ei , Aj−1 X⟩. (11)
j=1 i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 29 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Pela equação (9), temos que Lk = div(Pk (∇f)) − ⟨∇f, div(Pk )⟩, assim, Lk é elı́ptico se, e
somente se, Pk é positivo definido. Considere a seguinte proposição.

Proposição
Para cada k tal que 1 ⩽ k ⩽ n, se H1 , ..., Hk são não negativos, então

(i) Hk−1 Hk+1 ⩽ H2k


(ii) HHk ⩾ Hk+1
1 1
(iii) H ⩾ H22 ⩾ ... ⩾ Hkk .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 30 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Pela equação (9), temos que Lk = div(Pk (∇f)) − ⟨∇f, div(Pk )⟩, assim, Lk é elı́ptico se, e
somente se, Pk é positivo definido. Considere a seguinte proposição.

Proposição
Para cada k tal que 1 ⩽ k ⩽ n, se H1 , ..., Hk são não negativos, então

(i) Hk−1 Hk+1 ⩽ H2k


(ii) HHk ⩾ Hk+1
1 1
(iii) H ⩾ H22 ⩾ ... ⩾ Hkk .

Quando k = 1 obtemos o seguinte resultado sobre a elipticidade do operador L1 .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 30 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Lema
Seja Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW. Se H2 > 0 em Σ,
então L1 é elı́ptico ou, equivalentemente, P1 é positivo definido (Para uma escolha
apropriada da aplicação de Gauss N).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 31 / 97


As transformações de Newton e seus operadores diferenciáveis
associados

Lema
Seja Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW. Se H2 > 0 em Σ,
então L1 é elı́ptico ou, equivalentemente, P1 é positivo definido (Para uma escolha
apropriada da aplicação de Gauss N).

Lema
Seja Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW. Se existe um
ponto elı́ptico de Σ, com respeito a uma escolha apropriada da aplicação de Gauss N, e
Hk+1 > 0 em Σ, para 2 ⩽ k ⩽ n − 1, então, para todo 1 ⩽ j ⩽ k o operador Lj é elı́ptico
ou, equivalentemente, Pj é positivo definido (para aquela escolha apropriada da aplicação de
Gauss, se j for ı́mpar).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 31 / 97


Unicidade de hipersuperfı́cies tipo-espaço com curvatura média de
ordem superior constante em espaços-tempos de Robertson-Walker
generalizados

Unicidade de hipersuperfı́cies tipo-espaço com curvatura


média de ordem superior constante em espaços-tempos de
Robertson-Walker generalizados

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 32 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Definição
Em uma variedade semi-Riemanniana −I ×f M um campo conforme K é dito fechado se,
para todo e qualquer V ∈ X(−I ×f M), temos ∇V K = ψV, onde ψ é uma função suave em
−I ×f M.

Proposição
O campo de vetores dado por
 

K(t, x) = f(t) ; (t, x) ∈ −I ×f M
∂t (t,x)

é conforme fechado, não nulo e future-pointing.

Demonstração:
 

Como K(t, x) = f(t) , de maneira direta
∂t (t,x)
⟨K, ∂t ⟩ = ⟨f(t)∂t , ∂t ⟩ = −f(t) < 0. Portanto K é future-pointing.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 33 / 97


Dado Z ∈ X(−I ×f M). Decompondo Z como Z = Z∗ − ⟨Z, ∂t ⟩∂t = Z∗ − y∂t , onde
y ∈ C∞ (−I ×f M), fazemos calculo de ∇Z K, obtemos

∇Z K = f ′ (t)(−y∂t + Z∗ ) = f ′ Z. (12)

Definição
Seja ψ : Σn −→ −I ×f M uma hipersuperfı́cie tipo-espaço com aplicação de Gauss N. A
função altura de Σ, denotada por h, é a restrição πI (t, x) = t para Σ; ou seja, h : Σ −→ I
é dado por h = π ◦ ψ.

Definição
Uma hipersuperfı́cie tipo-espaço em −I ×f Mn é (parcialmente) um slice tipo-espaço se, e
somente se, a função h := πI ◦ ψ for constante.

Dado X ∈ X(−I ×f M) e escrevendo X = X∗ − ⟨X, ∂t ⟩∂t , temos

⟨∇πI , X⟩ = X(πI ) = −⟨X, ∂t ⟩∂t (πI ) + X∗ (πI ) = −⟨X, ∂t ⟩.

logo,
∇πI = −∂t .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 34 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Sendo assim, o gradiente de h em Σ é dado por

∇h = (∇πI )⊤ = −∂⊤
t ,

onde
∂t = ∂⊤
t − ⟨N, ∂t ⟩N.

Considere a função g(h), onde g : I −→ R é uma primitiva de f, ou seja g ′ = f. Temos


então que, o gradiente de g(h) em Σ é dado por

∇g(h) = g ′ (h)∇h = f(h)∇h = f(h)(∇πI )⊤ = −f(h)∂⊤ t = −K ,


 

onde K⊤ denota a componente tangente de K = f(t) ao longo da hipersuperfı́cie
∂t (t,x)
Σ, no qual
K = K⊤ − ⟨N, K⟩N.
Pela equação (12), para X ∈ X(Σ) temos

∇X K = f ′ (h)X. (13)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 35 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Afirmação
∇X K⊤ = f ′ (h)X − f(h)⟨N, ∂t ⟩AX = f ′ (h)X − ⟨N, K⟩AX. (14)
Demonstração:
Como K = K⊤ + K⊥ , calculando derivada covariante na direção de X ∈ X(Σ), temos

∇X K = ∇X K⊤ + ∇X K⊥ ,

isto é,
f ′ (h)X = ∇X K⊤ + II(X, K⊤ ) − AK⊥ X + ∇⊥ ⊥
XK ,

onde, consequentemente,

(∇X K)⊤ = ∇X K⊤ − AK⊥ X



(∇X K)⊥ = II(X, K⊤ ) + ∇X K⊥ = 0.

Logo,

∇X K⊤ = f ′ (h)X − AK⊥ X. (15)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 36 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Afirmação
Porém,
AK⊥ X = A(f(t)⟨N,∂t ⟩N) X = f(t)A⟨N,∂t ⟩N = f(t)⟨N, ∂t ⟩AX
e, finalmente,

∇X K⊤ = f ′ (h)X − f(h)⟨N, ∂t ⟩AX = f ′ (h)X − ⟨N, K⟩AX. (16)

Lema
Seja ψ : Σn → −I ×f Mn um a hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo
GRW com aplicação de Gauss N. Seja h = π ◦ ψ a função altura de Σ, e seja g : I → R
uma primitiva arbitrária de f. Então, para cada k = 0, ..., n − 1, temos

Lk (h) = −(log f) ′ (h)(ck Hk + ⟨Pk (∇h), ∇h⟩) − ⟨N, ∂t ⟩ck Hk+1


e
Lk (g(h)) = −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ),
n n 
onde ck = (n − k) k = (k + 1) k+1 .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 37 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Demonstração:
Para verificar

Lk (g(h)) = f ′ (h)(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ) (17)


= −ck (f ′ (hHk + ⟨N, K⟩Hk+1 )) (18)

fazemos uso direto da definição do operador Lk observando que

X
n
Lk (g(h)) = (⟨Pk ◦ ∇2 g(h))Ei , Ei ⟩
i=1
X
n
= ⟨Pk (∇Ei ∇g(h)), Ei ⟩.
i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 38 / 97


O Operador Lk atuando na função altura

Demonstração:
Para verificar

Lk (g(h)) = f ′ (h)(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ) (17)


= −ck (f ′ (hHk + ⟨N, K⟩Hk+1 )) (18)

fazemos uso direto da definição do operador Lk observando que

X
n
Lk (g(h)) = (⟨Pk ◦ ∇2 g(h))Ei , Ei ⟩
i=1
X
n
= ⟨Pk (∇Ei ∇g(h)), Ei ⟩.
i=1

Do fato ∇g(h) = −K⊤ juntamente com a expressão

∇X ∇g(h) = −∇X K⊤ = −f ′ (h)X + ⟨N, K⟩AX. (19)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 38 / 97


Substituindo (19), temos

X
n
Lk (g(h)) = ⟨Pk (−f ′ (h)Ei + ⟨N, K⟩AEi ), Ei ⟩
i=1
= −f ′ (h)tr(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ).

Pela Proposição 26

Lk (g(h)) = −f ′ (h)ck Hk + ⟨N, K⟩(−ck Hk+1 )


= −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 39 / 97


Substituindo (19), temos

X
n
Lk (g(h)) = ⟨Pk (−f ′ (h)Ei + ⟨N, K⟩AEi ), Ei ⟩
i=1
= −f ′ (h)tr(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ).

Pela Proposição 26

Lk (g(h)) = −f ′ (h)ck Hk + ⟨N, K⟩(−ck Hk+1 )


= −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ).

Considerando que
1
∇h = ∇g(h), (20)
f(h)
obtemos
 
1
∇X ∇h = ∇X ∇g(h)
f(h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 39 / 97


Substituindo (19), temos

X
n
Lk (g(h)) = ⟨Pk (−f ′ (h)Ei + ⟨N, K⟩AEi ), Ei ⟩
i=1
= −f ′ (h)tr(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ).

Pela Proposição 26

Lk (g(h)) = −f ′ (h)ck Hk + ⟨N, K⟩(−ck Hk+1 )


= −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ).

Considerando que
1
∇h = ∇g(h), (20)
f(h)
obtemos
 
1
∇X ∇h = ∇X ∇g(h)
f(h)
∇g(h)
= (log f) ′ (h)⟨∇h, X⟩ − (log f) ′ (h)X + ⟨N, ∂t ⟩AX
f(h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 39 / 97


Substituindo (19), temos

X
n
Lk (g(h)) = ⟨Pk (−f ′ (h)Ei + ⟨N, K⟩AEi ), Ei ⟩
i=1
= −f ′ (h)tr(Pk ) + ⟨N, K⟩tr(A ◦ Pk ).

Pela Proposição 26

Lk (g(h)) = −f ′ (h)ck Hk + ⟨N, K⟩(−ck Hk+1 )


= −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ).

Considerando que
1
∇h = ∇g(h), (20)
f(h)
obtemos
 
1
∇X ∇h = ∇X ∇g(h)
f(h)
∇g(h)
= (log f) ′ (h)⟨∇h, X⟩ − (log f) ′ (h)X + ⟨N, ∂t ⟩AX
f(h)
= −(log f) ′ (h)(⟨∇f, X⟩∇h + X) + ⟨N, ∂t ⟩AX. (21)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 39 / 97


De maneira semelhante ao caso anterior,

Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h)
Xn
= ⟨Pk (∇Ei ∇h), Ei ⟩.
i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 40 / 97


De maneira semelhante ao caso anterior,

Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h)
Xn
= ⟨Pk (∇Ei ∇h), Ei ⟩.
i=1

Substituindo a expressão encontrada para ∇X ∇h,

X
n
Lk (h) = ⟨Pk (− log f) ′ (h)(⟨∇h, Ei ⟩∇h + Ei ) + ⟨N, ∂t ⟩AEi , Ei ⟩
i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 40 / 97


De maneira semelhante ao caso anterior,

Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h)
Xn
= ⟨Pk (∇Ei ∇h), Ei ⟩.
i=1

Substituindo a expressão encontrada para ∇X ∇h,

X
n
Lk (h) = ⟨Pk (− log f) ′ (h)(⟨∇h, Ei ⟩∇h + Ei ) + ⟨N, ∂t ⟩AEi , Ei ⟩
i=1
 X
n 
= −(log f) ′ (h) tr(Pk ) + ⟨Pk (∇h), ⟨∇h, Ei ⟩Ei ⟩ +
i=1
+ ⟨N, ∂t ⟩tr(Pk ◦ A)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 40 / 97


De maneira semelhante ao caso anterior,

Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h)
Xn
= ⟨Pk (∇Ei ∇h), Ei ⟩.
i=1

Substituindo a expressão encontrada para ∇X ∇h,

X
n
Lk (h) = ⟨Pk (− log f) ′ (h)(⟨∇h, Ei ⟩∇h + Ei ) + ⟨N, ∂t ⟩AEi , Ei ⟩
i=1
 X
n 
= −(log f) ′ (h) tr(Pk ) + ⟨Pk (∇h), ⟨∇h, Ei ⟩Ei ⟩ +
i=1
+ ⟨N, ∂t ⟩tr(Pk ◦ A)
= −(log f) ′ (h)(tr(Pk ) + ⟨Pk (∇h), ∇h⟩) + ⟨N, ∂t ⟩tr(Pk ◦ A).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 40 / 97


Primeiras aplicações

Lema (Existência de um ponto elı́ptico)


Seja ψ : Σn −→ −I ×f Mn uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço imersa em um
espaço-tempo GRW espacialmente fechado e suponha que f ′ (h) não se anule em Σ
(equivalentemente, ψ(Σ) está contido em um slab

Ω(t1 , t2 ) = (t1 , t2 ) × M ⊂ −I ×f M

em que f ′ não se anula).

(i) Se f ′ (h) > 0 em Σ (equivalentemente, f ′ > 0 em (t1 , t2 )), então existe um ponto
elı́ptico de Σ em relação a aplicação Gauss N future-pointing.
(ii) Se f ′ (h) < 0 em Σ (equivalentemente, f ′ < 0 em (t1 , t2 )), então existe um ponto
elı́ptico de Σ em relação a aplicação Gauss N past-pointing.

Demonstração:

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 41 / 97


Primeiras aplicações

Lema (Existência de um ponto elı́ptico)


Seja ψ : Σn −→ −I ×f Mn uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço imersa em um
espaço-tempo GRW espacialmente fechado e suponha que f ′ (h) não se anule em Σ
(equivalentemente, ψ(Σ) está contido em um slab

Ω(t1 , t2 ) = (t1 , t2 ) × M ⊂ −I ×f M

em que f ′ não se anula).

(i) Se f ′ (h) > 0 em Σ (equivalentemente, f ′ > 0 em (t1 , t2 )), então existe um ponto
elı́ptico de Σ em relação a aplicação Gauss N future-pointing.
(ii) Se f ′ (h) < 0 em Σ (equivalentemente, f ′ < 0 em (t1 , t2 )), então existe um ponto
elı́ptico de Σ em relação a aplicação Gauss N past-pointing.

Demonstração:

Seja f ′ (h) > 0 e N a aplicação de Gauss future-pointing. Sendo Σ uma hipersuperfı́cie


tipo-espaço compacta, a mesma possui um ponto p0 tal que a função altura h atinge
seu mı́nimo.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 41 / 97


Como p0 é um ponto de mı́nimo de h temos que p0 é também ponto crı́tico e portanto
∇h = 0 e pelo fato de ∂t = ∇h − ⟨N, ∂t ⟩N temos que ∂t = −⟨N, ∂t ⟩N, ou seja N e
∂t são linearmente dependentes, e pela a fórmula de Cauchy-Schwarz obtemos que
⟨∂t , N⟩ = −1.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 42 / 97


Como p0 é um ponto de mı́nimo de h temos que p0 é também ponto crı́tico e portanto
∇h = 0 e pelo fato de ∂t = ∇h − ⟨N, ∂t ⟩N temos que ∂t = −⟨N, ∂t ⟩N, ou seja N e
∂t são linearmente dependentes, e pela a fórmula de Cauchy-Schwarz obtemos que
⟨∂t , N⟩ = −1.
Pela equação (21) temos que para cada i = 1, .., n

∇2 hp0 (ei , ei ) = (− log f) ′ (h(p0 )) − κi (p0 ) ⩾ 0,

(− log f) ′ (h(p0 )) − κi (p0 ) ⩾ 0 ⇔ 0 > (− log f) ′ (h(p0 )) ⩾ κi (p0 ). (22)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 42 / 97


Como p0 é um ponto de mı́nimo de h temos que p0 é também ponto crı́tico e portanto
∇h = 0 e pelo fato de ∂t = ∇h − ⟨N, ∂t ⟩N temos que ∂t = −⟨N, ∂t ⟩N, ou seja N e
∂t são linearmente dependentes, e pela a fórmula de Cauchy-Schwarz obtemos que
⟨∂t , N⟩ = −1.
Pela equação (21) temos que para cada i = 1, .., n

∇2 hp0 (ei , ei ) = (− log f) ′ (h(p0 )) − κi (p0 ) ⩾ 0,

(− log f) ′ (h(p0 )) − κi (p0 ) ⩾ 0 ⇔ 0 > (− log f) ′ (h(p0 )) ⩾ κi (p0 ). (22)

Para o caso de f ′ < 0 o resultado seue de maneira análoga dessa vez obtendo que
⟨N, ∂t ⟩ = 1.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 42 / 97


Primeiras Aplicações

Lema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo GRW espacialmente fechado e Σn uma hipersuperfı́cie
compacta tipo-espaço imersa em −I ×f Mn . Suponha que para algum k ∈ {0, 1, ..., n − 1}, a
k-ésima transformação de Newton Pk é semi-definida em Σ e a função Hk não se anula em
Σ. Então, o quociente Hk+1 /Hk satisfaz
   
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (logf) ′ (hmax ) e (logf) ′ (hmin ) ⩽ max
Hk Hk

onde hmin e hmax denotam, respectivamente, os valores mı́nimo e máximo da função altura
em Σ. Em particular, se a função torção f satisfaz ff ′′ − f ′2 ⩽ 0, então
   
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (logf) ′ (hmax ) ⩽ (logf) ′ (hmin ) ⩽ max .
Hk Hk

Demonstração:
Como Σ é compacta, e considerando a aplicação de Gauss N future-pointing, existem
pontos pmin e pmax , tais que a função altura h atinge seu valor mı́nimo e seu valor
máximo respectivamente, ou seja,

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 43 / 97


Primeiras Aplicações

Lema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo GRW espacialmente fechado e Σn uma hipersuperfı́cie
compacta tipo-espaço imersa em −I ×f Mn . Suponha que para algum k ∈ {0, 1, ..., n − 1}, a
k-ésima transformação de Newton Pk é semi-definida em Σ e a função Hk não se anula em
Σ. Então, o quociente Hk+1 /Hk satisfaz
   
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (logf) ′ (hmax ) e (logf) ′ (hmin ) ⩽ max
Hk Hk

onde hmin e hmax denotam, respectivamente, os valores mı́nimo e máximo da função altura
em Σ. Em particular, se a função torção f satisfaz ff ′′ − f ′2 ⩽ 0, então
   
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (logf) ′ (hmax ) ⩽ (logf) ′ (hmin ) ⩽ max .
Hk Hk

Demonstração:
Como Σ é compacta, e considerando a aplicação de Gauss N future-pointing, existem
pontos pmin e pmax , tais que a função altura h atinge seu valor mı́nimo e seu valor
máximo respectivamente, ou seja,

h(pmin ) = min h = hmin ⩽ hmax = max h = h(pmax ). (23)


Σ Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 43 / 97


Como ∇h(pmin ) = ∇h(pmax ) = 0. Logo,

(∂t )pmax = N(pmax ) e (∂t )pmin = N(pmin ).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 44 / 97


Como ∇h(pmin ) = ∇h(pmax ) = 0. Logo,

(∂t )pmax = N(pmax ) e (∂t )pmin = N(pmin ).

Utilizando a fórmula para Lk (h),temos

Lk (hmax ) = −(log f) ′ (hmax )(ck Hk (pmax ) + ⟨Pk (∇hpmax ), ∇h(pmax )⟩)


− ⟨N(pmax ), (∂t )pmax ⟩ck Hk+1 (pmax )

logo,

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 44 / 97


Como ∇h(pmin ) = ∇h(pmax ) = 0. Logo,

(∂t )pmax = N(pmax ) e (∂t )pmin = N(pmin ).

Utilizando a fórmula para Lk (h),temos

Lk (hmax ) = −(log f) ′ (hmax )(ck Hk (pmax ) + ⟨Pk (∇hpmax ), ∇h(pmax )⟩)


− ⟨N(pmax ), (∂t )pmax ⟩ck Hk+1 (pmax )

logo,
1
Lk (hmax ) = Hk+1 (pmax ) − (log f) ′ (hmax )Hk (pmax ). (24)
ck
Analogamente,

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 44 / 97


Como ∇h(pmin ) = ∇h(pmax ) = 0. Logo,

(∂t )pmax = N(pmax ) e (∂t )pmin = N(pmin ).

Utilizando a fórmula para Lk (h),temos

Lk (hmax ) = −(log f) ′ (hmax )(ck Hk (pmax ) + ⟨Pk (∇hpmax ), ∇h(pmax )⟩)


− ⟨N(pmax ), (∂t )pmax ⟩ck Hk+1 (pmax )

logo,
1
Lk (hmax ) = Hk+1 (pmax ) − (log f) ′ (hmax )Hk (pmax ). (24)
ck
Analogamente,
1
Lk (h)(pmin ) = Hk+1 (pmin ) − (logf) ′ (hmin )Hk (pmin ). (25)
ck

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 44 / 97


Sem perda de generalidade, considere que Pk é semi-definida positiva, então temos que
Hk ⩾ 0, mas, como por hipótese Hk ̸= 0 em Σ, temos Hk > 0. Pela definição do
operador Lk , Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h), onde ∇2 h(pmin ) é positivo semi-definido e
∇2 h(pmax ) é negativo semi-definido, temos Lk (h)(pmin ) ⩾ 0 e Lk (h)(pmax ) ⩽ 0.
Logo, pela equações (25) e (24) obtemos
   
Hk+1 Hk+1
max ⩾ (pmin ) ⩾ (log f) ′ (hmin ) (26)
Hk Hk
e    
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (pmax ) ⩽ (log f) ′ (hmax ). (27)
Hk Hk
Que verifica a primeira parte.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 45 / 97


Sem perda de generalidade, considere que Pk é semi-definida positiva, então temos que
Hk ⩾ 0, mas, como por hipótese Hk ̸= 0 em Σ, temos Hk > 0. Pela definição do
operador Lk , Lk (h) = tr(Pk ◦ ∇2 h), onde ∇2 h(pmin ) é positivo semi-definido e
∇2 h(pmax ) é negativo semi-definido, temos Lk (h)(pmin ) ⩾ 0 e Lk (h)(pmax ) ⩽ 0.
Logo, pela equações (25) e (24) obtemos
   
Hk+1 Hk+1
max ⩾ (pmin ) ⩾ (log f) ′ (hmin ) (26)
Hk Hk
e    
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (pmax ) ⩽ (log f) ′ (hmax ). (27)
Hk Hk
Que verifica a primeira parte.
Se (− log f) é convexa, então (log f) ′ é não crescente, ou seja

(log f) ′ (hmax ) ⩽ (log f) ′ (hmin )

e, assim, pelas desigualdades (26) e (27) concluı́mos .


   
Hk+1 Hk+1
min ⩽ (log f) ′ (hmax ) ⩽ (log f) ′ (hmin ) ⩽ max .
Hk Hk

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 45 / 97


O caso em que Pk é negativo semi-definido é análogo, levando em conta que agora
Hk < 0 em Σ, e Lk (h)(pmin ) ⩽ 0 e Lk (h)(pmax ) ⩾ 0.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 46 / 97


O caso em que Pk é negativo semi-definido é análogo, levando em conta que agora
Hk < 0 em Σ, e Lk (h)(pmin ) ⩽ 0 e Lk (h)(pmax ) ⩾ 0.

Teorema (Extensão Montiel [6, Teorema 7] ) TIRAR ESTA


DEMONSTRAÇÃO?
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo GRW espacialmente fechado, de modo que sua função
torção satisfaça a seguinte condição

ff ′′ − f ′2 ⩽ 0, (28)

(isto é, tal que −log(f) é convexo). Seja Σn uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço
imersa em −I ×f Mn cuja k-ésima transformação de Newton Pk é definida em Σ, para
algum k = 0, 1, ..., n − 1. Se o quociente Hk+1 /Hk for constante, então a hipersuperfı́cie é
um slice contido em {t0 } × M, onde t0 ∈ I satisfaz f ′ (t0 ) ̸= 0 se k ⩾ 1.

Demonstração:

Considere a aplicação de Gauss N future-pointing. Como por hipótese (− log f) e


Hk+1
convexa e H = α é constante (onde α ∈ R), temos pelo Lema 43 que
k

Hk+1
= (log f) ′ (hmax ) = (log f) ′ (hmin ) (29)
Hk

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 46 / 97


consequentemente,
f ′ (h) Hk+1
(log f) ′ (h) = = =α (30)
f(h) Hk
é constante em I.
Pela forma para Lk (g(h)), temos

Lk (g(h)) = −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )

mas, de (30), obtemos que f ′ (h)Hk = f(h)Hk+1 , logo

Lk (g(h)) = −ck (f(h) + ⟨N, K⟩)Hk+1 . (31)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 47 / 97


consequentemente,
f ′ (h) Hk+1
(log f) ′ (h) = = =α (30)
f(h) Hk
é constante em I.
Pela forma para Lk (g(h)), temos

Lk (g(h)) = −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )

mas, de (30), obtemos que f ′ (h)Hk = f(h)Hk+1 , logo

Lk (g(h)) = −ck (f(h) + ⟨N, K⟩)Hk+1 . (31)

Note que, pelo fato de Pk ser definida temos que Hk+1 = αHk não muda de sinal em
Σ e ⟨N, K⟩ ⩽ −f(h) < 0 em Σ. Então, de (31), temos que Lk (g(h)) não muda de
sinal em Σ.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 47 / 97


consequentemente,
f ′ (h) Hk+1
(log f) ′ (h) = = =α (30)
f(h) Hk
é constante em I.
Pela forma para Lk (g(h)), temos

Lk (g(h)) = −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )

mas, de (30), obtemos que f ′ (h)Hk = f(h)Hk+1 , logo

Lk (g(h)) = −ck (f(h) + ⟨N, K⟩)Hk+1 . (31)

Note que, pelo fato de Pk ser definida temos que Hk+1 = αHk não muda de sinal em
Σ e ⟨N, K⟩ ⩽ −f(h) < 0 em Σ. Então, de (31), temos que Lk (g(h)) não muda de
sinal em Σ.
No caso de Pk ser positivo definido, temos que Lk é um operador elı́ptico e pelo
princı́pio clássico do máximo, concluı́mos que g(h) é constante.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 47 / 97


consequentemente,
f ′ (h) Hk+1
(log f) ′ (h) = = =α (30)
f(h) Hk
é constante em I.
Pela forma para Lk (g(h)), temos

Lk (g(h)) = −ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )

mas, de (30), obtemos que f ′ (h)Hk = f(h)Hk+1 , logo

Lk (g(h)) = −ck (f(h) + ⟨N, K⟩)Hk+1 . (31)

Note que, pelo fato de Pk ser definida temos que Hk+1 = αHk não muda de sinal em
Σ e ⟨N, K⟩ ⩽ −f(h) < 0 em Σ. Então, de (31), temos que Lk (g(h)) não muda de
sinal em Σ.
No caso de Pk ser positivo definido, temos que Lk é um operador elı́ptico e pelo
princı́pio clássico do máximo, concluı́mos que g(h) é constante.
Caso Pk seja negativo definido, então −Lk é elı́ptico e consequentemente, g(h)
contı́nua sendo constante. Mas, se g(t) for crescente, então isto significa,
necessariamente, que h é constante em Σ e, então, nossa hipersuperfı́cie Σ é um slice
{t0 } × M.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 47 / 97


Se k ⩾ 1, então f ′ (t0 ) ̸= 0, já que os slices {t0 } × M são totalmente geodésicas em
−I ×f M, consequentemente Pk = 0, já que A ≡ 0, assim, como f ′ (t0 ) ̸= 0 temos
Hk+1 ̸= 0.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 48 / 97


Fórmulas de Minkowski para hipersuperfı́cies em espaços-tempos
GRW

Lema (1ª e 2ª fórmula de Minkowski)


Seja ψ : Σn −→ −I ×f Mn uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço imersa em um
espaço-tempo GRW. Então
Z
(f ′ (h) + ⟨N, K⟩H)dΣ = 0 (32)
Σ

e
Z
n(n − 1) (f ′ (h)H + ⟨N, K⟩H2 )dΣ
Σ
Z
= ⟨N, K⟩(RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)(log f) ′′ (h)|∇h|2 )dΣ. (33)
Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 49 / 97


Demonstração:

Como
div(Pk (∇f)) = ⟨divPk , ∇f⟩ + Lk (f)
e
Lk (g(h)) = −ck (f ′ (Hk ) + ⟨N, K⟩Hk+1 )

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 50 / 97


Demonstração:

Como
div(Pk (∇f)) = ⟨divPk , ∇f⟩ + Lk (f)
e
Lk (g(h)) = −ck (f ′ (Hk ) + ⟨N, K⟩Hk+1 )
logo,

div(Pk (∇g(h))) = f(h)⟨divPk , ∇h⟩ − ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ) (34)

para cada k = 0, ...., (n − 1).


Integrando em Σ, temos pelo Teorema da Divergência

Z Z
0= div(Pk (∇g(h)))dΣ = f(h)⟨div(Pk ), ∇h⟩dΣ (35)
Σ Σ
Z
− ck f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 dΣ
Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 50 / 97


Demonstração:

Como
div(Pk (∇f)) = ⟨divPk , ∇f⟩ + Lk (f)
e
Lk (g(h)) = −ck (f ′ (Hk ) + ⟨N, K⟩Hk+1 )
logo,

div(Pk (∇g(h))) = f(h)⟨divPk , ∇h⟩ − ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 ) (34)

para cada k = 0, ...., (n − 1).


Integrando em Σ, temos pelo Teorema da Divergência

Z Z
0= div(Pk (∇g(h)))dΣ = f(h)⟨div(Pk ), ∇h⟩dΣ (35)
Σ Σ
Z
− ck f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 dΣ
Σ

logo, Z Z
ck (f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )dΣ = f(h)⟨div(Pk ), ∇h⟩dΣ (36)
Σ Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 50 / 97


Se que k = 0, então t P0 = I, div(P0 ) = 0, que é a primeira fórmula de Minkowski
Z
(f ′ (h) + ⟨N, K⟩H)dΣ = 0. (37)
Σ

Caso k = 1. Fazendo uso Lema 29,

XX
k−1 n
⟨divPk , X⟩ = ⟨R(Ei , Ak−1−j X)N, Pj Ei ⟩,
j=0 i=1

obtemos
X
n
⟨divP1 , ∇h⟩ = ⟨R(Ei , ∇h)N, Ei ⟩
i=1

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 51 / 97


Se que k = 0, então t P0 = I, div(P0 ) = 0, que é a primeira fórmula de Minkowski
Z
(f ′ (h) + ⟨N, K⟩H)dΣ = 0. (37)
Σ

Caso k = 1. Fazendo uso Lema 29,

XX
k−1 n
⟨divPk , X⟩ = ⟨R(Ei , Ak−1−j X)N, Pj Ei ⟩,
j=0 i=1

obtemos
X
n
⟨divP1 , ∇h⟩ = ⟨R(Ei , ∇h)N, Ei ⟩
i=1
= −Ric(∇h, N)

Decompondo ∂t , obtemos ∇h = −∂t − ⟨∂t , N⟩N, consequentemente


(∇h)∗ = −⟨∂t , N⟩N∗

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 51 / 97


Considerando a formula para o tensor de Ricci (2) e ⟨div(P1 ), ∇h⟩ = −Ric(N, ∇h),
temos

Ric(N, −∇h) = RicM (N∗ , −(∇h)∗ ) + (n((log f) ′ )2 + (log f) ′′ )⟨∇h, N⟩ +


− (n − 1)(log f) ′′ (⟨N, ∂t )⟨−∇h, ∂t ⟩
= ⟨N, ∂t ⟩(RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)(log f) ′′ |∇h|2 ).

E portanto
Z
c1 (f ′ (h)H + ⟨N, K⟩H2 )dΣ
Σ
Z
= ⟨N, K⟩(RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)(log f) ′′ (h)|∇h|2 )dΣ.
Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 52 / 97


Teorema ((k + 1)-ésima Fórmula de Minkowski).
Seja ψ : Σn → −I ×f Mn uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço espaço imersa em um
espaço-tempo RW, sendo Mn uma variedade Riemanniana com curvatura seccional
constante κ. Então, para cada k = 2, ..., n − 1
 Z
n
(f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )dΣ = (38)
k Σ
Z  
κ
2
− (logf) ′′ (h) ⟨N, K⟩⟨Pk−1 ∇h, ∇h⟩dΣ.
Σ f (h)

Demonstração:
Sabemos pela fórmula para o tensor curvatura (1)

R(Ei , X)N = RM (E∗i , X∗ )N∗ + ((log f) ′ )2 (⟨Ei , N⟩X − ⟨X, N⟩W) + (log f) ′′ (⟨X, ∂t ⟩E
− ⟨Ei , ∂t ⟩X) − (log f) ′′ (⟨X, ∂t ⟩⟨Ei , N⟩ − ⟨Ei ∂t ⟩⟨X, N⟩)
= RM (E∗i , X∗ )N∗ + (log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩(⟨X, ∂t ⟩Ei − ⟨Ei , ∂t ⟩X).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 53 / 97


Do fato de ∂t = −∇h − ⟨N, ∂t ⟩N, obtemos

⟨X, ∂t ⟩ = ⟨X, −∇h⟩ − ⟨N, ∂t ⟩⟨X, N⟩ = ⟨X, −∇h⟩ (39)

⟨Ei , ∂t ⟩ = ⟨Ei , −∇h⟩ − ⟨N, ∂t ⟩⟨Ei , N⟩ = ⟨Ei , −∇h⟩. (40)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 54 / 97


Do fato de ∂t = −∇h − ⟨N, ∂t ⟩N, obtemos

⟨X, ∂t ⟩ = ⟨X, −∇h⟩ − ⟨N, ∂t ⟩⟨X, N⟩ = ⟨X, −∇h⟩ (39)

⟨Ei , ∂t ⟩ = ⟨Ei , −∇h⟩ − ⟨N, ∂t ⟩⟨Ei , N⟩ = ⟨Ei , −∇h⟩. (40)

Logo,

R(Ei , X)N = RM (E∗i , X∗ )N∗ + (log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩(−⟨X, ∇h + ⟨Ei , ∇h⟩X)


= RM (E∗i , X∗ )N∗ − (log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩(⟨X, ∇h⟩Ei − ⟨Ei , ∇h⟩X)(41)

onde X ∈ X(Σ).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 54 / 97


Considerando as decomposições

N = N∗ − ⟨N, ∂t ⟩∂t ; Ei = E∗i − ⟨Ei , ∂t ⟩∂t ; X = X∗ − ⟨X, ∂t ⟩∂t ,

obtemos

(N∗ )⊤ = −⟨N, ∂t ⟩∇h (X∗ )⊤ = X + ⟨X, ∇h⟩∇h (E∗i )⊤ = Ei + ⟨Ei , ∇h⟩

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 55 / 97


Considerando as decomposições

N = N∗ − ⟨N, ∂t ⟩∂t ; Ei = E∗i − ⟨Ei , ∂t ⟩∂t ; X = X∗ − ⟨X, ∂t ⟩∂t ,

obtemos

(N∗ )⊤ = −⟨N, ∂t ⟩∇h (X∗ )⊤ = X + ⟨X, ∇h⟩∇h (E∗i )⊤ = Ei + ⟨Ei , ∇h⟩

Além disso
1
⟨N∗ , N∗ ⟩M = |∇h|2 (42)
f2
1
⟨N∗ , X∗ ⟩M = − 2 ⟨N, ∂t ⟩⟨X, ∇h⟩ (43)
f
1
⟨E∗i , N∗ ⟩M = − 2 ⟨N, ∂t ⟩⟨Ei , ∇h⟩. (44)
f

Se Mn tem curvatura seccional constante, então,

(RM (E∗i , X∗i )N∗ )⊤ = κ⟨E∗i , N∗ ⟩M (X∗ )⊤ − κ⟨X∗ , N∗ ⟩M (E∗i )⊤ (45)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 55 / 97


Pela equação (45), substituindo (X∗ )⊤ e (E∗i )⊤ , juntamente (44), (43), temos,
 
κ
(RM (E∗i , X∗ )N∗ )⊤ = 2 ⟨N, ∂t ⟩ ⟨X, ∇h⟩Ei − ⟨Ei , ∇h⟩X , (46)
f (h)

Através de (41) e da equação anterior

(R(Ei , X)N)⊤ = (RM (E∗i , X∗ )N∗ − (log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩(⟨X, ∇h⟩Ei − ⟨Ei , ∇h⟩X))⊤
 
κ
= 2
⟨N, ∂t ⟩ ⟨X, ∇h⟩Ei − ⟨Ei , ∇h⟩X −(log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩(⟨X, ∇h⟩E
f (h)
− ⟨Ei , ∇h⟩)
 
κ
(R(Ei , X)N⊤ ) = 2
− (log f) ′′ (h) ⟨N, ∂t ⟩ [⟨X, ∇h⟩Ei − ⟨Ei , ∇h⟩X] .
f (h)

Agora, para cada j = 0, 1, ..., n − 1 fixado, temos que

X
n X
n
⟨(R(Ei , X)N, Pj Ei ⟩ = ⟨RM (E∗i , X∗ )N∗ , Pj Ei ⟩
i=1 i=1
 
− (log f) ′′ ⟨N, ∂t ⟩ ⟨X, ∇h⟩tr(Pj ) − ⟨Pj X, ∇h⟩ .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 56 / 97


Pela equação (45)

X
n X
n X
n
⟨(R(Ei , X)N, Pj Ei ⟩ = ⟨κ⟨E∗i , N∗ ⟩M X∗ , Pj Ei ⟩ − ⟨κ⟨X∗ , N∗ ⟩M E∗i , Pj Ei ⟩
i=1 i=1 i=1
 
′′
− (logf) (h)⟨N, ∂t ⟩ ⟨X, ∇h⟩tr(Pj ) − ⟨Pj X, ∇h⟩ .

Substituindo as expressões encontradas para ⟨N∗ , X∗ ⟩M e ⟨N∗ , E∗ ⟩M obtemos

X
n
κ
⟨(R(Ei , X)N, Pj Ei ⟩ = Υ
f2 (h)
i=1
 
− (logf) ′′ (h)⟨N, ∂t ⟩ ⟨X, ∇h⟩tr(Pj ) − ⟨Pj X, ∇h⟩ ,

onde Υ = ⟨N, ∂t ⟩⟨X, ∇h⟩tr(Pj ) − ⟨N, ∂t ⟩⟨Pj X, ∇h⟩.


Substituindo Υ obtemos
X
n 
κ

⟨(R(Ei , X)N, Pj Ei ⟩ = − (log f) ′′ (h) ⟨N, ∂t ⟩(⟨N, ∂t ⟩⟨X, ∇h⟩tr(Pj )
f2 (h)
i=1
− ⟨N, ∂t ⟩⟨Pj X, ∇h⟩),

para todo campo X ∈ X(Σ).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 57 / 97


Agora, pelo Lema (29) e utilizando a expressão obtida anteriormente, temos

XX
k−1 n
⟨divPk , ∇h⟩ = ⟨R(Ei , Ak−1−j (∇h))N, Pj Ej ⟩
j=0 i=1

κ
 X
k−1
= − (log f) ′′ (h) ⟨N, ∂t ⟩ tr(Pj )⟨Ak−1−j (∇h), ∇h⟩ +
f2 (h)
j=0

− ⟨(Pj ◦ Ak−1−j )∇h, ∇h⟩ . (47)

Utilizando processo de indução sobre k para 2 ⩽ k ⩽ n, verifica-se que

X
k−1
(tr(Pj )Ak−1−j − Pj ◦ Ak−1−j ) = (n − 1)Pk−1 . (48)
j=0

Segue-se então que (47), obtemos,


 
κ ′′
⟨div(Pk ), ∇h⟩ = (n − k) − (log f) (h) ⟨N, ∂t ⟩⟨Pk−1 ∇h, ∇h⟩ (49)
f2 (h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 58 / 97


Substituindo (49) em (36), obtemos
 Z Z  
n κ
(f ′ (h)Hk + ⟨N, K⟩Hk+1 )dΣ = 2
− (logf) ′′ (h) ⟨N, K⟩⟨Pk−1 ∇h, ∇h⟩dΣ.
k Σ Σ f (h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 59 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Condição de Convergencia Nula


Diremos que um espaço-tempo obedece a Condição de Convergência Nula (CCN) se a
curvatura de Ricci é não negativa em direções nulas (ou tipo-luz).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 60 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Condição de Convergencia Nula


Diremos que um espaço-tempo obedece a Condição de Convergência Nula (CCN) se a
curvatura de Ricci é não negativa em direções nulas (ou tipo-luz).

Proposição:
Um espaço-tempo −I ×f M obedece a condição de convergência nula se, e somente se,

RicM ⩾ (n − 1) sup(ff ′′ − f ′2 )⟨, ⟩M . (50)


I

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 60 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Condição de Convergencia Nula


Diremos que um espaço-tempo obedece a Condição de Convergência Nula (CCN) se a
curvatura de Ricci é não negativa em direções nulas (ou tipo-luz).

Proposição:
Um espaço-tempo −I ×f M obedece a condição de convergência nula se, e somente se,

RicM ⩾ (n − 1) sup(ff ′′ − f ′2 )⟨, ⟩M . (50)


I

Teorema Montiel
Seja −I ×f Mn um espaço espacialmente fechado RW com curvatura seccional constante κ,
com n ⩾ 3. Então cada hipersuperfı́cie tipo-espaço compacta Σ imersa em −I ×f Mn com
curvatura escalar constante S tal que S < n(n − 1)κ é totalmente umbı́lica. Além disso, se
κ ⩽ 0, então Σ é um slice contido em {t} × Mn (necessariamente com f ′ (t) ̸= 0), e se κ > 0
então Σ é um slice contido em {t} × Mn (necessariamente com f ′ (t) ̸= 0) ou uma
hiperesfera umbı́lica redonda em um espaço de Sitter.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 60 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Observação:
Repare que a condição de que a curvatura escalar S de Σ é constante e menor que
n(n − 1)κ, no Teorema 60 é equivalente a equação (5), desde que H2 seja uma constante
positiva, pois se H2 é constante e positiva, temos pela equação (5) que

0 ⩽ n(n − 1)H2 = S − S + 2Ric(N, N).

Como −I ×f M e Mn possuem curvatura seccional constante κ, κ respectivamente, e


considerando Ric e S o tensor de Ricci e a curvatura escalar do ambiente −I ×f M, temos
que
X
n+1
S= Ric(Ei , Ei ) = (n − 3)nκ
i=1
e
X
n+1
Ric(N, N) = ϵi ⟨R(N, Ei )N, Ei ⟩ = nκ,
i=1
assim,

0 ⩽ S − S + 2Ric(N, N)
= (n2 − 3n)κ − S + 2nκ
= n2 κ − nκ − S.

e, portanto,
Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 61 / 97
Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Em particular, decorre da proposição anterior que um espaço-tempo RW obedece CCN se, e


somente se
κ ⩾ sup(ff ′′ − f ′2 )⟨, ⟩M (52)
I

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 62 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

Em particular, decorre da proposição anterior que um espaço-tempo RW obedece CCN se, e


somente se
κ ⩾ sup(ff ′′ − f ′2 )⟨, ⟩M (52)
I

Teorema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo espacialmente fechado RW que obedece à condição de
convergência nula, com n ⩾ 3. Então cada hipersuperfı́cie tipo-espaço compacta imersa em
−I ×f Mn com H2 constante positiva é totalmente umbı́lica. Além disso, Σ deve ser um
slice {t0 } × Mn (necessariamente com f ′ (t0 ) ̸= 0), a menos no caso em que −I ×f Mn tem
uma curvatura seccional constante positiva e Σ é uma hiperesfera umbı́lica redonda. Este
último caso não pode ocorrer se a desigualdade em (52) é estrita.

Demonstração:
n
Multiplicando a primeira fórmula de Minkowski, Teorema 32, por 2 H2 , temos que
  Z   Z
n n
H2 f ′ (h)dΣ = − H2 (⟨N, K⟩H)dΣ.
2 Σ 2 Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 62 / 97


Pela terceira fórmula de Minkowski, ou seja, fazendo k = 2, temos
Z     
n κ ′′
0 = (HH2 − H3 ) + − (log f) (h) ⟨P 1 ∇h, ∇h⟩ ⟨N, K⟩dΣ.
Σ 2 f2 (h)
(53)

Sendo H2 constante e positiva, temos pelo Lema 31, que para uma escolha conveniente
da aplicação de Gauss N, a transformação de Newton P1 é positiva definida e H > 0,
pois, pela proposição 30, temos HH3 ⩽ H22 , consequentemente

H2
0⩽ (H2 − H2 ) ⩽ HH2 − H3
H
com igualdade acontecendo se, e somente se, Σ for totalmente umbı́lica.
Sendo P1 positivo definido e pela definição de condição de convergência nula, temos
 
κ ′′
− (logf) (h) ⟨P1 ∇h, ∇h⟩ ⩾ 0. (54)
f2 (h)

implica que (HH2 − H3 ) = 0 e


 
κ ′′
− (logf) (h) ⟨P1 ∇h, ∇h⟩ = 0
f2 (h)

e, portanto, Σ é totalmente umbı́lica.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 63 / 97


Pelo fato de P1 ser positivo definido, temos de (54) que em Σ
 
κ ′′
− (logf) (h) = 0, (55)
f2 (h)
ou

⟨P1 ∇h, ∇h⟩ = 0 ⇔ ∇h = 0, (56)

o que nos diz que Σ é um slice.


Veja que, se Σ é um slice {t0 } × M, então, necessariamente, f ′ (t0 ) ̸= 0, já que por
hipótese temos que H2 > 0 ( lembre que slices com f ′ (t0 ) = 0 são totalmente
geodésicos). Agora, caso Σ não seja um slice, pelo fato de Σ ser totalmente umbı́lica,
temos que H2 = H2 . Logo, por Montiel [6, Teorema 5] sobre classificação de
hipersuperfı́cies, concluı́mos que o único caso em que Σ não é um slice, ocorre apenas
quando −I ×f M é uma hiperesfera redonda totalmente umbı́lica. Caso a igualdade
(60) seja estrita, então (54) não pode ocorrer, acarretando que ⟨P1 ∇h, ∇h⟩ = 0, ou
seja, ∇h = 0 e Σ é um slice.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 64 / 97


Teorema (Montiel [6], Teorema 5 )
Seja Σn , n ⩾ 2, uma hipersuperfı́cie tipo-espaço compacta imersa de forma totalmente
umbı́lica com curvatura de ordem superior constante em um espaço-tempo Mn+1 com
campo vetorial tipo-tempo conforme fechado obedecendo a condição de convergência nula.
Então Σn é uma folha da foliação F(X); ou Mn+1 é localmente um espaço-tempo de Sitter
e Σn é uma hiperesfera redonda totalmente umbı́lica; ou localmente Mn+1 é um produto
semi-riemanniano R21 × Qn−1 imerso como γ × IQn−1 ,onde γ é uma reta tipo-espaço no
plano de Lorentz R21 .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 65 / 97


Teorema (Montiel [6], Teorema 5 )
Seja Σn , n ⩾ 2, uma hipersuperfı́cie tipo-espaço compacta imersa de forma totalmente
umbı́lica com curvatura de ordem superior constante em um espaço-tempo Mn+1 com
campo vetorial tipo-tempo conforme fechado obedecendo a condição de convergência nula.
Então Σn é uma folha da foliação F(X); ou Mn+1 é localmente um espaço-tempo de Sitter
e Σn é uma hiperesfera redonda totalmente umbı́lica; ou localmente Mn+1 é um produto
semi-riemanniano R21 × Qn−1 imerso como γ × IQn−1 ,onde γ é uma reta tipo-espaço no
plano de Lorentz R21 .

Teorema
Seja −I ×f Mn um espaço espacialmente fechado da RW que obedece à condição de
convergência nula, com n ⩾ 3. Suponha que Σn seja uma hipersuperfı́cie tipo-espaço
compacta imersa em −I ×f Mn que está contido em um slab Ω(t1 , t2 ) ⊂ −I ×f Mn onde
f ′ não se anula. Se Hk é constante, com 3 ⩽ k ⩽ n então Σ é totalmente umbı́lica. Além
disso, Σ deve ser um slice {t0 } × Mn (necessariamente com f ′ (t0 ) ̸= 0), exceto o caso que
−I ×f Mn tem curvatura seccional constante positiva e Σ é uma hiperesfera umbı́lica
redonda. Este último caso não pode ocorrer se a desigualdade em (60) é estrita.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 65 / 97


Demonstração:
Seja f ′ > 0 em (t1 , t2 ), pelo Lema 41 e considerando a aplicação de Gauss N
future-pointing, existe um ponto p0 ∈ Σ, tal que todas as curvaturas principais são
negativas, logo a constante Hk = Hk (p0 ) é positiva. Então por Caminha [4,
Proposição 3.2] temos
1 1 1
k−1
H ⩾ H22 ⩾ ... ⩾ Hk−1 ⩾ Hkk em Σ, (57)

onde a igualdade acontece apenas em pontos umbı́licos. Como f ′ (h) > 0, então
1 1 k−1
f ′ (h)Hk−1
k−1
⩾ f ′ (h)Hkk ⇔ f ′ (h)Hk−1 ⩾ f ′ (h)Hk k . (58)

Pela k-ésima fórmula de Minkowski (ou seja, para k − 1), segue-se


Z Z  
κ
(f ′ (h)Hk−1 + ⟨N, K⟩Hk )dΣ = 2
− (log f) ′′ (h) ⟨N, K⟩⟨Pk−2 ∇h, ∇h⟩,
Σ Σ f (h)
(59)

Como Hk > 0, o Lema 31 nos garante que Pk−2 é positivo definido, além disso, a
desigualdade (52) nos fornece que f2 κ
(h)
− (log f) ′′ (h) > 0 e sendo N future-pointing a
igualdade em (59) é menor ou igual a zero, assim
Z Z
⟨N, K⟩Hk dΣ ⩽ − f ′ (h)Hk−1
Σ Σ

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 66 / 97


Logo,
Z Z
Hk ⟨N, K⟩dΣ ⩽ − f ′ (h)Hk−1 dΣ
Σ Σ
k−1
Z
⩽ −Hk k f ′ (h)dΣ
Σ
k−1
Z
= Hk k ⟨N, K⟩HdΣ,
Σ

ou seja,
Z k−1
0 ⩽ (Hk k H − Hk )⟨N, K⟩dΣ. (60)
Σ

Dividindo por Hk Z 1
(H − Hkk )⟨N, K⟩dΣ ⩾ 0. (61)
Σ

1
Como N é future-pointing, por (57) temos H − Hkk ⩾ 0 e por (61) segue que
1
k
H − Hk ≡ 0 em Σ e consequentemente, Σ é totalmente umbı́lica. Pelo fato de Hk ser
constante positiva e Σ ser totalmente umbı́lica, segue que todas as curvaturas médias
de ordem superior são constantes, em particular H2 é constante positiva, e o resultado
segue pelo Teorema 62.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 67 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos RW

É possı́vel, ainda, enunciar uma outra versão do Teorema 65 para o caso onde n ⩾ 4 e
tendo sob hipótese a existência de um ponto elı́ptico. Tal resultado é interessante, pois
não se pede que Σ esteja em um slab.

Teorema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo RW espacialmente fechado obedecendo à condição de
convergência nula, com n ⩾ 4. Suponha que Σn é uma hipersuperfı́cie compacta tipo-espaço
imersa em −I ×f Mn que contém um ponto elı́ptico. Se Hk for constante, com
3 ⩽ k ⩽ n − 1, então Σ é totalmente umbı́lica. Além disso, Σ deve ser um slice {t0 } × Mn
(necessariamente com f ′ (t0 ) ̸= 0), a menos no caso em que −I ×f Mn tem curvatura
seccional constante positiva e Σ é uma hiperesfera redonda umbı́lica. O último caso não
pode ocorrer se a desigualdade em (60) for estrita.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 68 / 97


Operador Lk atuando na função ⟨N, K⟩

Convenções:
Por meio de cálculos simples, verifica-se que

∇(⟨N, K⟩) = −A(K⊤ )

que implica

∇X (∇⟨N, K⟩) = −∇X (A(K⊤ )) = −(∇X A)(K⊤ ) − A(∇X K⊤ ). (62)

Usando a fórmula para ∇X K⊤ e a equação de Codazzi (4) em (62), temos que

∇X (∇⟨N, K⟩) = −(∇K⊤ A)(X) − (R(X, K⊤ )N)⊤ − f ′ (h)AX + ⟨N, K⟩A2 (X). (63)

Utilizando a definição do operador Lk , obtemos


X
n
Lk (⟨N, K⟩) = tr((∇K⊤ A) ◦ Pk ) − R(Ei , K⊤ )N, Pk (Ei )⟩ − f ′ (h)tr(A ◦ Pk ) +
i=1

+ ⟨N, K⟩tr(A2 ◦ Pk )

n
 Xn
= ⟨∇Hk+1 K⟩ − ⟨R(Ei , K⊤ )N, Pk (Ei )⟩ + f ′ (h)ck Hk+1 +
k+1
i=1
 
n
+ ⟨N, K⟩(nHHk+1 − (n − k − 1)Hk+2 ).. (64)
k+1
Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 69 / 97
Convenções
Com o intuito de expressarmos a equação (64) de uma maneira mais estética, considere
a decomposição do campo K = K⊤ − ⟨N, K⟩N.

R(X, K⊤ )N = R(X, K)N − ⟨N, K⟩R(N, X)N (65)

para todo campo de vetores X ∈ X(Σ).


Como a projeção do campo K sobre a fibra Mn é nula, temos

f ′′ (h)
R(X, K)N = ⟨N, K⟩X,
f(h)

Sendo assim, podemos reescrever nossa equação (65) como segue abaixo
 ′′ 
f (h)
R(X, K⊤ )N = −⟨N, K⟩ X + R(N, X)N . (66)
f(h)

Acarretando
X
n 
f ′′ (h)

⟨R(Ei , K⊤ )N, Pk Ei ⟩ = −⟨N, K⟩ ck Hk + tr(Pk ◦ RN ) , (67)
f(h)
i=1

onde RN : X(Σ) −→ X(Σ) é o operador dado por RN (X) = (R(N, X)N)⊤ .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 70 / 97


Lema
Seja Σn uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW −I ×f Mn , com
aplicação de Gauss N e função de altura h. Então, para cada k = 0, ..., n − 1, temos

   
n n
Lk (⟨N, K⟩) = ⟨∇Hk+1 , K⟩ + f ′ (h)ck Hk+1 + ⟨N, K⟩(nH1 Hk+1
k+1 k+1
f ′′ (h)
 
− (n − k − 1)Hk+2 ) + ⟨N, K⟩ tr(Pk ◦ RN ) + ck Hk , (68)
f(h)

onde RN : X(Σ) −→ X(Σ) é o operador dado por RN (X) = (R(N, X)N)⊤ .

Corolário
Seja Σn uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW, com aplicação
de Gauss N e a função de altura h. Então

∆⟨N, K⟩ = n⟨∇H, K⟩ + nf ′ (h)H + ⟨N, K⟩|A|2 +


+ ⟨N, K⟩(RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)(logf) ′′ (h)|∇h|2 ). (69)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 71 / 97


Podemos ainda encontrar uma forma para o caso k ⩾ 1.
Considerando fórmula (1) do tensor curvatura do ambiente, como ∇h = −∂⊤
t e
⟨N, ∂t ⟩2 = 1 + |∇h|2 , vale que (R(N, X)N)⊤ = RN (X), logo

RN (X) = (RM (N∗ , X∗ )N∗ )⊤ + (logf) ′′ (h)⟨X, ∇h⟩∇h


 ′′ 
f (h)
− + (logf) ′′ (h)|∇h|2 X. (70)
f(h)

Para que consigamos simplificar


 a expressão (68), precisaremos encontrar uma
f ′′ (h)

igualdade mais simples para tr(Pk ◦ RN ) + ck Hk , com este intuito iremos
f(h)
calcular tr(Pk ◦ RN ). Por (41) e utilizando o fato que Pk é auto adjunto, procede-se
X
n X
n
tr(Pk ◦ RN ) = ⟨RM (N∗ , E∗i )N∗ , Pk Ei ⟩ + (log f) ′′ (h) ⟨Ei , ∇h⟩⟨∇h, Pk Ei ⟩ +
i=1 i=1
X
n
f ′′ (h)

− + (log f) ′′ (h)|∇h|2 ⟨Ei , Pk Ei ⟩
f(h)
i=1
X
n
= ⟨RM (N∗ , E∗i )N∗ , Pk Ei ⟩ + (log f) ′′ (h)⟨Pk ∇h∇h⟩ +
i=1
f ′′ (h)
 
− + (log f) ′′ (h)|∇h|2 ck Hk .
f(h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 72 / 97


f ′′ (h)
Somando ck Hk de ambos os lados, obtemos
f(h)

X
n
tr(Pk ◦ RN ) + ck Hk = ⟨RM (N∗ , E∗i )N∗ , Pk Ei ⟩ + (log f) ′′ (h)⟨Pk ∇h∇h⟩ +
i=1
f ′′ (h) f ′′ (h)
− ck Hk + ck Hk (log f) ′′ (h)|∇h|2 ck Hk + ck Hk
f(h) f(h)
X
n
= ⟨RM (N∗ , E∗i )N∗ , Pk Ei ⟩ +
i=1

− (log f) ′′ (h)(|∇h|2 ck Hk − ⟨Pk ∇h, ∇h⟩). (71)

Perceba que para os casos, onde n = 2 ou n ⩾ 3 e a fibra tem curvatura seccional


contante, temos

(RM (N∗ , X∗ )N∗ )⊤ = κ⟨N∗ , N∗ ⟩M (X∗ )⊤ − κ⟨N∗ , X∗ ⟩M (N∗ )⊤ , (72)

onde κ denota a curvatura gaussiana de Mn ( que não é necessariamente constante


para k = 2, e denota a curvatura seccional constante para o caso k ⩾ 3).
O que acarreta
 
κ
(RM (N∗ , X∗ )N∗ )⊤ = |∇h|2
X − ⟨X, ∇h⟩∇h (73)
f2 (h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 73 / 97


implicando

f ′′ (h)
 
κ
tr(Pk ◦ RN ) + ck Hk = − (log f) ′′ (h) (ck Hk |∇h|2 − ⟨Pk ∇h, ∇h⟩)
f(h) f2 (h)
(74)

o que nos permite enunciar o seguinte resultado.

Corolário
Seja ψ : Σ2 −→ −I ×f M2 uma superfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW
tridimensional, com aplicação de Gauss N e função de altura h. Então,

L1 (⟨N, K⟩) = ⟨∇H2 , K⟩ + 2f ′ (h)H2 + ⟨N, K⟩(2H1 H2 )


 
KM (π)
− ⟨N, K⟩ − (logf) ′′ (h) ⟨A∇h, ∇h⟩
f2 (h)

onde π : Σn −→ M2 denota a projeção de Σ2 em M2 , π = πM ◦ ψ.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 74 / 97


Corolário
Seja Σn uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo RW com fibra
Riemanniana Mn de curvatura seccional constante κ, e seja N e h a aplicação de Gauss e
função de altura, respectivamente. Então, para cada k = 0, ..., n − 1 temos
 
n
Lk (⟨N, K⟩) = ⟨∇Hk+1 , K⟩ + f ′ (h)ck Hk+1
k+1
 
n
+ ⟨N, K⟩(nH1 Hk+1 − (n − k − 1)Hk+2 )
k+1
 
κ
+ ⟨N, K⟩ 2
− (logf) ′′ (h) (ck Hk |∇h|2 − ⟨Pk ∇h, ∇h⟩)
f (h)

Ainda é possı́vel melhorar (68), buscando uma simplificação do somatório em (71). Para
isso, consideraremos um conjunto Σ0 ⊂ Σ tal que, Σ0 é um conjunto de pontos, nos quais as
curvaturas principais distintas são localmente constante, além disso Σ0 é um conjunto
aberto denso de Σ [2, Parágrafo 16.10]. Feito estas considerações, para todo p0 ∈ Σ0 existe
um referencial ortonormal {E1 , ..., En } que diagonaliza o operador A, e consequentemente,
diagonaliza o operador Pk , ou seja, A(Ei ) = κi Ei e Pk Ei = µi,k Ei .

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 75 / 97


Considerando KM (N∗ ∧ E∗i ) a curvatura seccional constante em Mn do 2-plano gerado por
E∗i e N∗ verifica-se
µi,k
⟨RM (N∗ , E∗i )N∗ , Pk Ei ⟩ = KM (N∗ ∧ E∗i )|N∗ ∧ E∗i |2 . (75)
f2 (h)

Corolário
Seja Σn uma hipersuperfı́cie tipo-espaço imersa em um espaço-tempo GRW com aplicação
de Gauss N e a função de altura h. Então, para cada k = 0, ..., n − 1, temos
   
n n
Lk (⟨N, K⟩) = ⟨∇Hk+1 , K⟩ + f ′ (h)ck Hk+1 + ⟨N, K⟩(nH1 Hk+1
k+1 k+1
⟨N, K⟩ X
n
− (n − k − 1)Hk+2 ) + µi,k KM (N∗ ∧ E∗i )|N∗ ∧ E∗i |2
f2 (h)
i=1

− ⟨N, K⟩(logf) ′′ (h)(ck Hk |∇h|2 − ⟨Pk ∇h, ∇h⟩).

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 76 / 97


Umbilicidade de hipersuperfı́cies em espaços-tempos GRW

Teorema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo GRW espacialmente fechado obedecendo à condição de
convergência nula, ou seja, satisfazendo

RicM ⩾ (n − 1) sup lim(ff ′′ − f ′2 )⟨, ⟩M , (76)


I

onde RicM e ⟨, ⟩M são respectivamente os tensores de Ricci e métrica da variedade


Riemanniana compacta Mn . Então, as únicas hipersuperfı́cies compactas imersas em
−I ×f Mn com curvatura média constante são os slices {t} × Mn , t ∈ I, exceto o caso em
que −I ×f Mn seja isométrico ao espaço-tempo de Sitter em uma vizinhança de Σ, que deve
ser uma hiperesfera redonda umbı́lica. O último caso não pode ocorrer se assumirmos que a
desigualdade em (76) é estrita.

Iremos supor que −I ×f M satisfaz a condição de convergência nula forte (CCNF), ou seja,

KM ⩾ sup(ff ′′ − f ′2 ). (77)
I

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 77 / 97


Teorema
Seja −I ×f Mn um espaço-tempo GRW espacialmente fechado obedecendo à condição de
convergência nula forte, com n ⩾ 3. Suponha que Σn é uma hipersuperfı́cie compacta
tipo-espaço imersa em −I ×f Mn que está contida em um slab Ω(t1 , t2 ) em que f ′ não se
anula. Se Hk for constante, com 2 ⩽ k ⩽ n, então Σ é totalmente umbı́lica. Além disso, Σ
deve ser um slice {t0 } × Mn (necessariamente com f ′ (t0 ) ̸= 0), a menos no caso em que
−I ×f Mn tem curvatura seccional constante positiva e Σ é uma hiperesfera redonda
umbı́lica. O último caso não pode ocorrer se assumirmos que a desigualdade em (77) é
estrita.

Demonstração:
Sem perda de generalidade, suponhamos que f ′ (h) > 0 em Σ escolhamos a aplicação
de Gauss N future-pointing. Pelo Lema 41 existe um ponto p0 ∈ Σ onde todas as
curvaturas principais são negativas.

Sendo Hk constante e positiva, considere a função φ = Hk g(h) + ⟨N, K⟩ ∈ C∞ (Σ),


1/k

logo, pelos lemas 37 e 76, temos que


   
n 1/k n
Lk−1 (φ) = k (Hk − Hk Hk−1 )f ′ (h) + ⟨N, K⟩(nHHk − (n − k)Hk+1
k k
k+1
− kHk k ) + ⟨N, K⟩Θ. (78)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 78 / 97


Onde,

1 X
n
Θ = µi,k−1 KM (N∗ ∧ E∗i )|N∗ ∧ E∗i |2
f2 (h)
i=1
′′
− (logf) (h)(ck−1 Hk−1 |∇h|2 − ⟨Pk−1 ∇h, ∇h⟩)

e Pk−1 Ei = µi,k−1 Ei para cada i = 1, ..., n.


Como Σ possui um ponto elı́ptico, pelas provas dos teoremas 65 e 68 sabemos que as
1/k
desigualdades H ⩾, ... ⩾ Hk e HHk − Hk+1 ⩾ 0 são validas para Σ para todo k. Por
(57)
k−1
1/k 1/k
Hk − Hk Hk−1 = Hk (Hk k − Hk−1 ) ⩽ 0 (79)

em Σ, com igualdade ocorrendo se, e somente se Σ totalmente umbı́lica.


Utilizando HHk − Hk+1 ⩾ 0, temos
k+1
1/k
nHHk − (n − k)Hk+1 − kHk k ⩾ kHk (H − Hk ) ⩾ 0. (80)

Pelos lemas 31 (para k = 2) e 31 (para k ⩾ 3), temos que operador Lk−1 é elı́ptico, ou
seja, os auto valores associados ao operador Pk−1 são positivos em Σ. E de (77), temos

µi,k−1 KM (N∗ ∧ E∗i )|N∗ ∧ E∗i |2 ⩾ µi,k−1 α|N∗ ∧ E∗i |2 (81)

para cada i = 1, ..., n, onde α = sup(ff ′′ − f ′2 ).


I

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 79 / 97


Como,
|N∗ ∧ E∗i |2 = |∇h|2 − ⟨Ei , ∇h⟩2 , (82)

obtemos (82) implica que

X
n X
n 
µi,k−1 KM (N∗ ∧ E∗i )|N ∧ E∗i |2 ⩾ α µi,k−1 |∇h|2 − µi,k−1 ⟨Ei , ∇h⟩2 ,
i=1 i=1

X
n
E considerando Π = µi,k−1 |∇h|2 − µi,k−1 ⟨Ei , ∇h⟩2 , segue-se
i=1

αΠ = α(ck−1 Hk−1 |∇h|2 − ⟨Pk−1 (∇h), ∇h⟩).

o que implica Logo,


 
α
Θ⩾ 2
− (log f) ′′ (h) (ck−1 Hk−1 |∇h|2 − ⟨Pk−1 (∇h), ∇h⟩). (83)
f (h)

Então, por (79), (80) e (83), como f ′ (h) > 0 e ⟨N, K⟩ < 0 por consequência
Lk−1 φ ⩽ 0, e como Lk−1 é elı́ptico em Σ que é compacta, temos pelo princı́pio do
máximo que φ é constante. Portanto, Lk−1 φ = 0, e os três termos em (78) se anulam
em Σ. Em particular, (79) é uma igualdade e Σ é uma hipersuperfı́cie totalmente
umbı́lica. Como Hk é uma constante positiva e Σ é totalmente umbı́lica, temos que
todas as curvaturas médias de ordem superior são constantes. Em particular, H é uma
constante positiva e o resultado segue pelo Teorema 77.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 80 / 97


Curvatura escalar de hipersuperfı́cies tipo-espaço em
Espaços-tempos de de Robertson Walker generalizados

Curvatura escalar de hipersuperfı́cies tipo-espaço em


Espaços-tempos Robertson Walker generalizados de

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 81 / 97


Convenções

Definição
Uma hipersuperfı́cie tipo-espaço com H = 0 é chamada hipersuperfı́cie máxima.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 82 / 97


Convenções

Definição
Uma hipersuperfı́cie tipo-espaço com H = 0 é chamada hipersuperfı́cie máxima.

Definição
f ′ (t0 )
O operador forma de um slice h = t0 é dado por A = e sua curvatura média H é
f(t0 )
f ′ (t0 )
dada por − .
f(t0 )

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 82 / 97


Convenções

Definição
Uma hipersuperfı́cie tipo-espaço com H = 0 é chamada hipersuperfı́cie máxima.

Definição
f ′ (t0 )
O operador forma de um slice h = t0 é dado por A = e sua curvatura média H é
f(t0 )
f ′ (t0 )
dada por − .
f(t0 )

Observação
Pela definição anterior, um slice tipo-espaço é máxima se, e somente se, f ′ (t0 ) = 0 (e,
portanto, totalmente geodésico).

Por (2), temos,


f ′′ ⊤ 2 f ′2 f ′′
Ric(N, N) = RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1) |∂t | + (n − 1) 2 |∂⊤
t | −n
2
, (84)
f f f
SM f ′′ f ′2
e como S = tr(Ric) = + 2n + n(n − 1) 2 , pela expressão para Ric(N, N),
f2 f f
obtemos o seguinte resultado.
Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 82 / 97
Lema
Seja ψ : Σ −→ M uma hipersuperfı́cie tipo-espaço no espaço-tempo GRW M = −I ×f M.
Então, a curvatura escalar de M é dada por
 ′2 
SM ◦ πM ∗ ∗ f
S = + 2Ric M (N , N ) + n(n − 1) − H2
− 2(n − 1)(logf) ′′ |∂⊤
t |
2
f2 f2
+ tr(A2 ) − nH2 .

Demonstração: Basta usar a fórmula (2) na expressão

SM f ′′ f ′2
S = tr(Ric) = + 2n + n(n − 1) 2 .
f2 f f

Considere em Σ a função L : Σ −→ R definida por

L = gp (Kp , Np ) + H(p)g(h(p))

onde g = ⟨, ⟩, e g : I −→ R é tal que g ′ = f. Então, temos o seguinte lema.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 83 / 97


Lema
Seja ψ : Σ −→ M uma hipersuperfı́cie CMC tipo-espaço em um espaço-tempo GRW. Se Σ é
totalmente umbı́lica, então ∇L é identicamente nulo.

Assumindo que Σ é CMC ( hipersuperfı́cie de curvatura média constante). De 14, como


f ′ (h) = f ′ ◦ h e K⊤ = f(t)∂⊤
t , pelo Lema 37, decorre

f ′ (h)
∆h = − (n + |∇h|2 ) − nH⟨N, ∂t ⟩ (85)
f(h)
e

∆(g(h)) = nf ′ (h) + nH⟨K, N⟩. (86)

Pelo Corolário para formula do operador LK

∆⟨N, K⟩ = n⟨∇H, K⟩ + nf ′ (h)H + Ric(K⊤ , N) + tr(A2 )⟨N, K⟩, (87)

pois

Ric(K⊤ , N) = ⟨N, K⟩(RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)|∂⊤ ′′


t | (log f) (h)).
2

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 84 / 97


Assim, por 86 e 87

∆L = n⟨∇H, K⟩ + Ric(K⊤ , N) + tr(A2 )⟨N, K⟩ − nH2 ⟨N, K⟩

Como Σ é CMC, podemos concluir que ∇H ≡ 0, portanto

∆L = Ric(K⊤ , N) + tr(A2 )⟨N, K⟩ − nH2 ⟨N, K⟩


= ⟨N, K⟩(Ric(N∗ , N∗ ) − (n − 1)|∂⊤ 2 ′′
t | (log f) (h) + tr(A ) − nH ).
2 2

Perceba que pelo Lema 83


 ′2 
SM f (h)
S− 2 − n(n − 1) 2
− H2 = 2RicM (N∗ , N∗ ) − 2(n − 1)(log f) ′′ (h)|∂⊤
t |
2
f (h) f (h)
+ tr(A2 ) − nH2

logo,
  ′2  
1 SM f (h)
Λ = S− 2 − n(n − 1) 2
− H2 + tr(A2 ) − nH2 ,
2 f (h) f (h)

t | + tr(A ) − nH . Portanto
onde Λ = RicM (N∗ , N∗ ) − (n − 1)(log f) ′′ (h)|∂⊤ 2 2 2

  ′2  
1 SM f 2 2 2
∆L = S − 2 − n(n − 1) − H + (tr(A ) − nH ) . (88)
2 f f2

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 85 / 97


Teorema
Seja M = −I ×f M um espaço-tempo GRW cuja função torção satisfaça (logf) ′′ ⩽ 0 e seja
Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço em M. Então a curvatura escalar de Σ satisfaz
 ′2 
SM ◦ πM ∗ ∗ f 2
S⩾ + 2RicM (N , N ) + n(n − 1) − H . (89)
f(h)2 f2

Além disso, a igualdade ocorre se, e somente se a hipersuperfı́cie tipo-espaço for totalmente
t | = 0.
umbı́lica e (logf) ′′ (h)|∂⊤ 2

Além disso, se (logf) ′′ = 0 apenas em pontos isolados, então S atinge a igualdade em 89 se,
SM ◦ πM
e somente se Σ estiver contido em um slice tipo-espaço, e como consequência S = .
f(h)2

Observação

Sob a suposição de (log f) ′′ < 0, se a derivada da função torção f não tiver zeros, então
não existem hipersuperfı́cie máximas tais que a curvatura escalar assuma igualdade em
(89).
Sendo Σ uma hipersuperfı́cie máxima, onde (log f) ′′ ⩽ 0 e a curvatura de Ricci da
fibra é positiva, lembrando que |N∗ | = sinh(ϕ), é correto afirmar que uma
SM ◦ πM
hipersuperfı́cie tipo-espaço Σ tem curvatura escalar S = se, e somente se Σ
f2 (h)
está contido em um slice.
Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 86 / 97
Corolário
Seja M = −I ×f M seja um espaço-tempo GRW obedecendo a CCN com fibra M Ricci flat,
e seja Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço em M. Então, a curvatura escalar de Σ satisfaz
 ′
f (h)2

2
S ⩾ n(n − 1) − H . (90)
f(h)2

Além disso, a igualdade ocorre se, e somente se, a hipersuperfı́cie tipo-espaço for totalmente
t | = 0.
umbı́lica e (logf) ′′ (h)|∂⊤ 2

Além disso, se (logf) ′′ = 0 apenas em pontos isolados, então S atingirá a igualdade em (90)
se, e somente se, Σ estiver contido em um slice tipo-espaço e, como consequência, S sera
identicamente nulo.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 87 / 97


Espaços-tempos Einstein GRW

Teorema
Seja M = I ×f M seja um espaço-tempo de Einstein GRW cuja fibra tem curvatura de Ricci
não positiva c ⩽ 0, e seja Σ uma hipersuperfı́cie tipo-espaço em M. Então a curvatura
escalar de Σ satisfaz
 ′
f (h)2

c ∗ ∗ 2
S⩾n + 2c⟨N , N ⟩ + n(n − 1) − H .
f(h)2 f(h)2
Além disso, a igualdade ocorre se, e somente se, a hipersuperfı́cie tipo-espaço for totalmente
umbı́lica e c = 0 ou Σ estiver contido em um slice tipo-espaço.

Demonstração
Como 2RicM (N∗ , N∗ ) = 2c⟨N∗ , N∗ ⟩, utilizando o Teorema 86,
 ′ 
SM ◦ πM f
S⩾ 2
+ 2RicM (N∗ , N∗ ) + n(n − 1) 2
− H2 . (91)
f(h) f

Logo,
 ′2 
c ∗ ∗ f (h) 2
S⩾n + 2c⟨N , N ⟩M + n(n − 1) − H . (92)
f2 (h) f2 (h)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 88 / 97


Se a igualdade ocorre, então tr(A2 ) − nH2 = 0, o que implica que Σ é totalmente
umbı́lica e
c
2(n − 1)(log f) ′′ (h)|∂⊤
t | = 2
2
|∂⊤ |2 = 0,
f (h) t
logo, ou c = 0 ou Σ esta contido em um slice.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 89 / 97


Princı́pio Cosmológico

Princı́pio Cosmológico
Em 1992 O fı́sico e cosmólogo russo Aleksandre Aleksandrovich Friedmann (1888-1925)
publicou um artigo intitulado Sobre a curvatura do espaço, onde resolve as equações de
campo completas de Einstein, sob as hipóteses de homogeneidade e isotropia.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 90 / 97


Princı́pio Cosmológico

Homogêneo não isotrópico

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 91 / 97


Homogêneo não isotrópico

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 92 / 97


Isotrópico não Homogêneo

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 93 / 97


Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 94 / 97
Principio Cosmológico

Agora, a tı́tulo de exemplo iremos utilizar o espaço-tempo E = −(0, ∞) ×t1/3 R3 Einstein de


Sitter, que é uma solução clássica para equação de campo de Einstein sem a constante
cosmológica. O espaço-tempo Einstein de Sitter é um modelo de
Friedmann-Robertson-Walker espacialmente aberto, que satisfaz o princı́pio cosmológico, ou
seja, contém homogeneidade e isotropia em largas escalas além de aceitar a condição de
expansão do universo.

Corolário
Cada hipersuperfı́cie máxima tipo-espaço em E tem curvatura escalar positiva.

Demonstração:
f ′2 (h)
 
Pelo Corolário 87 temos que S ⩾ n(n − 1) − H 2 . Como a Hipersuperfı́cie é
f2 (h)
máxima para E, temos
 
1
S⩾6 > 0.
9h2

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 95 / 97


Corolário
Não existem hipersuperfı́cies totalmente geodésicas tipo-espaço em E

Suponha por um momento que exista um hipersuperfı́cie tipo-espaço Σ totalmente


geodésica em E, então, temos que Σ é também totalmente umbı́lica e CMC, logo pelo
2
Corolário anterior S = . Pela observação 86, como (log f) ′′ (h) < 0 e
3h2
1
f′ ◦ h = ̸= 0, esta igualdade é um absurdo, já que não existem hipersuperfı́cies
3h2/3
máximas que satisfazem a igualdade (89)

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 96 / 97


Referências

Alı́as, L. J., Brasil, A. e Colares, A. G., Integral formulae for spacelike hypersurfaces in
conformally stationary spacetimes and applications. Proc. Edinb. Math. Soc. 46 (2003), 465
– 488.

Besse, A. L., Einstein manifolds., Springer Science e Business Media (2007).

Calabi, E., Examples of Bernstein problems for some non-linear equations., Global Analysis
(1970), 223 – 230.

Muniz Neto, A. C. , Sobre Hipersuperfı́cies em Espaços de Curvatura Seccional Constante.,


Tese de Doutorado, UFC (2004).

Santos, F. R. dos, Hipersuperfı́cies tipo-espaço com curvatura de ordem superior constante


no espaço de Sitter., Dissertação de mestrado, UFCG (2013).

Montiel, S., Uniqueness of spacelike hypersurfaces of constant mean curvature in foliated


spacetimes., Mathematische Annalen, 314 (1999), 529 – 553.

Moura, P.V.C. Defesa da Dissertação 25/03/2022 97 / 97

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