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Exmo.

Senhor Presidente da República;


Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República;
Exmo. Senhor Primeiro Ministro;
Exma. Senhora Ministra do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social;
Exmos/as. Senhores/as deputados/as da XX Comissão do Trabalho e da Segurança
Social da Assembleia da República
Exmo. Senhor Presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional

Todos/as formadores/as do Instituto do Emprego e Formação Profissional, viram


as suas atividades formativas presenciais suspensas, a partir de 16 de março
inclusive, no âmbito das medidas excecionais e temporárias relativas à situação
pandémica do novo Coronavírus - COVID 19, estabelecidas pelo Decreto-Lei nº
10-A/2020, de 13 de março.

De acordo com as medidas excecionais e temporárias relativas à situação


pandémica por COVID 19, a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino
Profissional, I.P (ANQEP) emitiu orientações a 19 de março, referindo que
“qualquer entidade da rede do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) pode
desenvolver qualificações do Catálogo Nacional de Qualificações com recurso à
metodologia de formação à distância (e-learning).”
Ainda de acordo com as medidas excecionais, a ANQEP defende que nas
modalidades de qualificação de adultos “sempre que estejam garantidas as
condições para a manutenção das atividades letivas à distância, que viabilizam
a continuidade do processo de qualificação dos adultos, podem ser sumariadas
as atividades curriculares desenvolvidas e que concorrem para o perfil de
competências em causa, produzindo naturalmente efeitos ao nível da
contabilização das horas de formação.”
A ANQEP também preconiza, relativamente à atividade nos Centros Qualifica,
que “sempre que estejam garantidas as condições para a manutenção das
atividades à distância, que viabilizam a continuidade das inscrições, orientação
ao longo da vida ou de processos de RVCC, devem os Centros Qualifica
organizar o trabalho no sentido de assegurar a resposta aos adultos, utilizando
os recursos online disponíveis.”
Estas orientações, segundo a ANQEP, “pretendem promover a manutenção da
normalidade possível no apoio aos adultos no desenvolvimento dos seus
processos de qualificação.”

Os/as formadores/as lembram que, de acordo com o artigo 6.º, do Decreto n.º 2-
A/2020, de 18 de março, é obrigatória a adoção do regime de teletrabalho,
independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o
permitam, como é o caso.

Dessa forma vimos solicitar ao Instituto do Emprego e Formação Profissional,


urgência, tal como o momento exige, na definição do que será o novo paradigma
de trabalho formativo, nomeadamente das funções dos/as seus/suas
formadores/as, sendo que nesta definição importa garantir um volume de horas
compatível com o trabalho que têm vindo a desenvolver no Instituto do Emprego
e Formação Profissional que neste momento é nulo pela referida suspensão de
atividades.
Os/as formadores/as não querem deixar de referir que mesmo neste quadro de
indefinição têm colaborado, com todo o empenho e a título informal, com o
Instituto, a pedido dos Centros em que prestam serviços, entre outras tarefas,
promovendo contactos com os/as formandos/as, no sentido de determinar a
possibilidade de estes/as prosseguirem a formação num novo modelo à distância
indagando os recursos que têm à sua disposição. Os/as formadores/as têm
igualmente demonstrado expressamente, e na generalidade, a disponibilidade e
vontade para desenvolver formação à distância, tendo inclusivamente acedido
ao convite de exploração da plataforma Teams, em dia e hora sugerido pelo
próprio Instituto. Entenda-se que toda esta colaboração tem decorrido num
tempo considerado pelo próprio Instituto como de “suspensão de atividade
dos/as formadores/as” não havendo qualquer compromisso, até à presente data,
de contabilização das horas despendidas pelos/as formadores/as nestas tarefas,
recorrendo os/as mesmos/as a meios próprios e à sua vontade de colaboração.

Os/as formadores/as do Instituto do Emprego e Formação Profissional


reclamam urgência no reconhecimento e definição do papel de formador/a,
num contexto de formação à distância, reiterando que desde o dia 16 do
corrente mês veem o seu potencial laboral ignorado, sem funções
atribuídas e interrompidas as suas prestações de serviços. Mais se refere
que esta suspensão de atividades, no caso dos/as formadores/as com a
valência da docência ainda se reflete em discriminação face à situação
dos/as restantes docentes, colocados/as em escolas tuteladas pelo
Ministério de Educação, uma vez que estes últimos continuam a
contabilizar tempo de serviço e os formadores/as - docentes veem-se, pelo
motivo de interrupção e não salvaguarda da sua atividade, privados/as
dessa possibilidade.
Assim, neste momento, os/as formadores/as tornam-se peças vulneráveis,
envoltas ainda em contornos de maior precariedade, suspensas em
situação de debilidade e incerteza económica, numa espera de atribuição
de funções, sabendo que paradoxalmente são determinantes na
reorganização económica e social do país.
Exigem, por considerarem de elementar justiça, o exercício de funções
formativas à distância, sem paragem no trabalho de prestação de serviços
que desenvolvem com o Instituto e respeitando o volume das horas já
contratualizadas, em vários casos ao abrigo da prorrogação prevista pelo
Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na
Administração Pública (PREVPAP), e calendarizada, para todos os
formadores/as em geral, em cronograma próprio.

28 de março de 2020

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