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TERMINALIDADE ESPECÍFICA
PORTARIA Nº 1063, DE 10 DE SETEMBRO DE 2013
Prezados e Prezadas,
O trabalho desenvolvido neste MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA ADAPTAÇÕES E
ADEQUAÇÕES CURRICULARES E TERMINALIDADE ESPECÍFICA vem ao encontro das
políticas de inclusão voltadas para as pessoas com necessidades específicas. Estas
pessoas têm lutado por meio de organizações internacionais e nacionais para terem
condições de participar igualmente da sociedade, desenvolvendo suas potencialidades
conforme suas capacidades. Assim, para defendermos uma política inclusiva, devemos
considerar as diferenças. Nesse sentido, Boaventura Santos (1999) resume essa
proposição na seguinte frase: “temos o direito de ser diferentes sempre que a igualdade
nos descaracteriza”.
Conforme expresso na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 6.949/2009, a
deficiência é um conceito em evolução, resultante da interação entre pessoas com
deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e
efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas.
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA = Pessoas + Barreiras
Desta forma, a consulta do IFES resultou no Parecer CNE/CEB nº 2/2013, o qual autoriza
a utilização do estatuto da “Terminalidade Específica” disposto na Lei 9394/1996 em
consonância com o disposto no Parecer CNE/CEB nº 11/2012 que trata das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio.
Diante disso, o IFB estabeleceu uma comissão que construiu este manual que além de trazer
informações quanto às adaptações/adequações curriculares, trouxesse, também, orientação
para as situações em que os estudantes do Instituto Federal de Brasília, porventura venham a
fazer uso da Terminalidade Específica, nos termos previsto na lei. Importa ressaltar que, o centro
dessa discussão são as adaptações/adequações curriculares e, somente no caso dessas
adaptações/adequações não serem suficientes, ocorrerá a certificação por Terminalidade
Específica.
Por fim, apresentamos o trabalho que se segue no sentido de nortear as ações dos Campi para
um efetivo atendimento aos estudantes com necessidades específicas.
ATUALIZAÇÕES
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho.
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.
Altas Habilidade/Superdotação
Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado
em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual,
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em
áreas de seu interesse (BRASIL, 2008, p. 9).
11. Considerando que as questões abaixo são específicas do Ensino e que há legislação
educacional envolvida, e que as atribuições da Coordenação de Educação Inclusiva focam
nas questões sociais e na quebra de barreiras.
1 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTUDANTE
2- ACOLHIMENTO E ENTREVISTA
Este é um momento importantíssimo para o desenvolvimento de todo o trabalho
pedagógico. A identificação não é apenas um momento de colher dados pessoais e
apresentação de documentos, é uma entrevista, etapa do trabalho que visa
fundamentalmente identificar as dificuldades e potencialidades do estudante conforme
suas experiências anteriores.
6 - ALGUMAS ORIENTAÇÕES
Nome do estudante:______________________________________________________
Curso:_____________________ Disciplina:____________________________________
Professor:______________________________________________________________
Módulo/semestre/ano:____________________________________________________
8- Considerações.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Apresentamos a seguir algumas orientações que as pessoas podem seguir nos seus
contatos com as pessoas com deficiência. Não são regras, mas esclarecimentos
resultantes da experiência de diferentes pessoas que atuam na área e que apontam para
as especificidades dos diferentes tipos de deficiências.
Como chamar
Prefira usar o termo hoje mundialmente aceito: “pessoa com deficiência (física,
auditiva, visual ou intelectual)”, em vez de “portador de deficiência”, “pessoa com
necessidades especiais” ou “portador de necessidades especiais”;
Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados;
Jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos como “deficiente”, “aleijado”,
“inválido”, “mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso” etc.
As pessoas com baixa visão podem ter seu resíduo visual melhorado através dos
seguintes recursos:
• ópticos: aqueles que possuem lentes (óculos especiais, lupas, telessistemas, etc.),
prescritos pelo oftalmologista.
Observações:
1) evitar papéis brilhosos para leitura;
2) permitir que o estudante sente-se próximo ao quadro-de-giz;
3) as sugestões acima não impedem que também se utilizem recursos ópticos, quando
necessário;
4) sugerimos que o estudante seja avaliado por um especialista em baixa visão para que
seja feita a prescrição adequada.
Sugestões para adaptação de textos didáticos para estudantes com baixa visão
A maioria das pessoas com baixa visão apresenta grande dificuldade em atividades que
envolvam a leitura e a escrita. Como elas possuem maneiras próprias de ver, é
praticamente impossível estabelecer-se um padrão gráfico único que atenda a todas
com a mesma eficiência.
Mesmo cientes dessa limitação, considera-se importante instituir parâmetros que
atendam ao maior número possível de pessoas que terão, pelo menos, uma parte de
suas necessidades atendida, e dessa maneira possibilitar seu acesso ao conhecimento.
Por isso indica-se alguns modelos a serem adotados na adaptação de textos para a
clientela de baixa visão:
• Fonte: Arial, Verdana ou Tahoma. Não utilizar letras rebuscadas ou com serifas;
• Corpo: 24, em negrito;
• Número de caracteres por linha: de acordo com Natalie Barraga (1985), é
recomendável o máximo de 39 caracteres por linha;
• Entrelinhas: sugerimos um espaço e meio entre as linhas para tornar a leitura mais
eficiente;
• Espaço entre as palavras e letras: padrão;
• Cor do papel e da tinta: o papel branco, marfim ou gelo sem brilho e tinta preta
proporcionam maior contraste;
• Opacidade do papel: suficiente para evitar sombreamento pelo seu verso
(segundo FNDE/SEESP – gramatura mínima de 90g);
• Ilustrações: figuras simples, com poucos detalhes; contornos espessos e bem
definidos, contrastantes com o fundo; cores vivas. Elas devem estar próximas ao texto
que lhes faz referência. As ilustrações bem empregadas enriquecem o texto e facilitam
sua compreensão.
Recursos didáticos
Talvez em nenhuma outra forma de educação os recursos didáticos assumam tanta
importância como na educação de pessoas deficientes visuais, levando-se em conta
que:
- um dos problemas básicos do deficiente visual, em especial o cego, é a
dificuldade de contato com o ambiente físico;
- a carência de material adequado pode conduzir a aprendizagem da pessoa
deficiente visual a um mero verbalismo, desvinculado da realidade;
- a formação de conceitos depende do íntimo contato do estudante com as coisas
do mundo;
- tal como o estudante com visão normal, o estudante com deficiente visual
necessita de motivação para a aprendizagem;
- alguns recursos podem suprir lacunas na aquisição de informações pelo
estudante deficiente visual;
- o uso de diferentes materiais possibilita a percepção tátil, facilitando a
discriminação de detalhes e suscitando a compreensão de conceitos.
Definição
Recursos didáticos são todos os recursos físicos, utilizados com maior ou menor
frequência em todas as disciplinas, áreas de estudo ou atividades, sejam quais forem as
técnicas ou métodos empregados, visando auxiliar o educando a realizar sua
aprendizagem mais eficientemente, constituindo-se num meio para facilitar, incentivar
ou possibilitar o processo ensino-aprendizagem. De um modo genérico, os recursos
didáticos podem ser classificados como:
Naturais; Pedagógicos; Tecnológicos e Culturais: biblioteca pública, museu, exposições.
Materiais básicos
Para alcançar desempenho eficiente, o estudante deficiente visual, especialmente o
estudante cego, precisa dominar alguns materiais básicos, indispensáveis no processo
ensino-aprendizagem. Entre esses materiais, destacam-se: reglete e punção, sorobã,
textos transcritos em Braille e gravador. Geralmente, os estudantes deficientes visuais
ao chegarem ao nível médio, ou técnico, já dominam estes instrumentos. Mas cabe ao
Napne verificar seu histórico escolar e conferir se tem esse domínio.
Na medida do possível, o educando deverá usar máquina de datilografia Braille, cujo
rendimento, em termos de rapidez, pode mesmo ultrapassar o da escrita cursiva dos
videntes.
O computador ou noteboook comum pode ser utilizado pelo estudante deficiente visual
em sala de aula ou na apresentação de trabalhos escolares. Constitui-se num valioso
recurso de comunicação nas fases da aprendizagem e tem inúmeras aplicações na vida
prática e no desempenho de sua futura profissão. Mas para tal, o estudante deverá ter
o domínio da digitação e apreender a utilizar um software ampliador de tela (no caso de
estudantes com baixa visão) ou leitores de tela, no caso de estudantes cegos. Para
estudantes de baixa visão, na maioria dos casos, os recursos didáticos mais usados são:
cadernos com margens e linhas fortemente marcadas e espaçadas; lápis com grafite de
tonalidade forte; caneta hidrocor preta; impressões ampliadas; materiais com cores
fortes e contrastantes.
Critérios - Na seleção, adaptação ou elaboração de recursos didáticos para estudantes
deficientes visuais, a escola deverá levar em conta alguns critérios para alcançar a
desejada eficiência na utilização dos mesmos, tanto para estudantes cegos como para
estudantes de baixa visão.
Tamanho - os materiais devem ser confeccionados ou selecionados em tamanho
adequado às condições dos estudantes. Materiais excessivamente pequenos não
ressaltam detalhes de suas partes componentes ou perdem-se com facilidade. O
exagero no tamanho pode prejudicar a apreensão da totalidade (visão global).
Significação Tátil: o material precisa possuir um relevo perceptível e, tanto quanto
possível, constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes
componentes. Contrastes do tipo: liso/áspero, fino/espesso, permitem distinções
adequadas.
Aceitação - o material não deve provocar rejeição ao manuseio, fato que ocorre com os
que ferem ou irritam a pele, provocando reações de
desagrado.
Estimulação Visual - o material deve ter cores fortes e contrastantes para melhor
estimular a visão funcional do estudante deficiente visual.
Fidelidade: o material deve ter sua representação tão exata quanto possível do modelo
original.
Facilidade de Manuseio: os materiais devem ser simples e de manuseio fácil,
proporcionando ao estudante uma prática utilização.
Resistência - os recursos didáticos devem ser confeccionados com materiais que não se
estraguem com facilidade, considerando o frequente manuseio pelos estudantes.
Segurança: os materiais não devem oferecer perigo para os educandos.
Modelos
A dificuldade de contato com o ambiente, por parte da pessoa deficiente visual, impõe
a utilização frequente de modelos com os quais podem ser razoavelmente superados
problemas de: tamanho dos objetos originais, distância em que se encontram e
impossibilidade de contato.
A melhor maneira de se dar ao estudante deficiente visual a noção do que seja uma
montanha, por exemplo, é mostrar-lhe um modelo deste acidente geográfico. Ainda que
se considere a possibilidade de o estudante subir a elevação, terá ela apenas a ideia do
caminho percorrido.
Os modelos devem ser criteriosamente escolhidos e, sempre que possível, sua
apresentação ao estudante ser acompanhada de explicações verbais objetivas. Objetos
muito pequenos podem ser ampliados, para que se tornem perceptíveis detalhes
importantes. Objetos situados a grandes distâncias, inacessíveis portanto, precisam ser
apresentados sob forma de modelos. O formato de uma célula, a forma dos tecidos, dos
órgãos, só podem ser apreendidos pelos estudantes através de modelos miniaturizados.
Há o projeto “Célula ao alcance das Mãos” produzido pela UFMG que pode ser adquirido
pelo campus e estar disponível a todos os estudantes, sobretudo aos estudantes
deficientes visuais.
Mapas
Os mapas políticos, hidrográficos e outros, podem ser representados em relevo ou, no
caso do primeiro, por justaposição das partes (encaixe). Mapas em relevo podem ser
confeccionados com linha, barbante, cola, cartolina e outros materiais de diferentes
texturas que serão as matrizes e depois submetidas ao Thermoform ou màquina fusora
e o relevo produzido em PVC. É importante que cada campus adquira esse aparelho para
a produção de diferentes mapas e figuras em alto relevo.
Obs. A riqueza de detalhes num mapa pode dificultar a percepção de detalhes
significativos.
Recomenda-se que o Napne seja um espaço de pesquisa e de produção de materias
adaptados uma vez que tiver estudantes deficientes visuais matriculados.
Livro Falado
O livro gravado é de ampla utilização no Brasil, constitui eficiente recurso como livro
didático no ensino médio e no ensino superior. A utilização do livro falado, deve ser
utilizada tanto quanto possível, à literatura ou aos didáticos de leitura complementar.
Audiodescrição
Num mundo em que vivemos tutelado pela imagem, estas muitas vezes é que permitem
que se tenha acesso a um mundo construído, real ou não. As imagens também trazem
consigo significados, valores e mensagens, ou seja, há uma intencionalidade
comunicativa. No livro didático, a imagem está relacionada ao conteúdo e, como pontua
Homma (2012), a aprendizagem pode ser positiva se as mensagens são compostas por
palavras e imagens. Estas podem ter inúmeras funções, como apresentar uma nova
informação, comparar, enfatizar pontos, motivar, simplificar ou sintetizar conteúdos, e
fornecer informações adicionais. Nesse contexto, a audiodescrição é um recurso de
tecnologia assistiva que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual junto ao
público de produtos audiovisuais. O recurso consiste na tradução de imagens em
palavras. É, portanto, também definido como um modo de tradução audiovisual
intersemiótico, onde o signo visual é transposto para o signo verbal. Como o próprio
nome diz, um conteúdo audiovisual é formado pelo som e pela imagem, que se
completam. A audiodescrição vem então preencher uma lacuna para o público
deficiente (Eliana Franco – UFBA).
Com este recurso é possível conhecer cenários, figurinos, expressões faciais, linguagem
corporal, entrada e saída de personagens de cena, bem como outros tipos de ação,
utilizados em televisão, cinema, teatro, museus e exposições. Assim, esse recurso
possibilita a acessibilidade aos estudantes deficientes visuais a toadas as atividades
acadêmicas promovidas pela escola: Passeios turísticos; Visitas Técnicas; Mostras;
Eventos esportivos; Eventos sociais; Seminários; Palestras; Congressos.
A audiodescrição traz os seguitnes benefícios aos estudantes DV:
- Ampliação do repertório e fluência verbais;
- Exploração crítica das imagens;
- Ampliação do conhecimento de mundo;
- Ampliação do repertório cultural;
- Acesso ao conteúdo imagético;
- Ligação das imagens com o conteúdo permitindo que o mesmo seja melhor
compreendido;
- Desenvolvimento do senso de observação;
- Igualdade de oportunidades;
- Acesso à informação e à cultura;
- Entendimento maior dos programas de tv, filmes e peças de teatro, exposições e
mostras, games,
eventos sociais, culturais e pedagógicos;
Independência e autonomia;
- Equiparação de oportunidades;
- Ampliação de repertório e conhecimento de mundo;
- Instrumento de inclusão cultural, social, escolar e profissional.
“Negligenciar, pois, a oferta de recursos assistivos, tais como a comunicação facilitada,
para pessoas com autismo, a interpretação em Libras, para as pessoas surdas, e a
audidescrição para as pessoas com deficiência visual constitui flagrante afronta a nossa
Carta Maior, bem como clara discriminação por razão de deficiência (lei 3956/2001).
Simplesmente porque essa negligência leva a criança com deficiência a uma situação de
incapacidade para o aprender; limite para o seu lazer e impedimento ao conhecimento
de forma geral.” (LIMA; LIMA, 2010)
Avanços tecnológicos
O grande avanço tecnológico verificado nos últimos anos vem proporcionando, também
à educação de pessoas deficientes visuais, recursos valiosos para o processo
ensinoaprendizagem, inclusive com a utilização de equipamentos de informática. Entre
esses recursos podem ser destacados os sistemas de leitura ampliada como: Circuito
Fechado de Televisão (CCTV) - Apresenta-se monocromático ou colorido, podendo
ampliar até 60 vezes o tamanho de um caractere e funciona como periférico, acoplado
a um microcomputador.
Programas (Softwares) - Providos de recursos para ampliação de caracteres, permitindo
sua leitura em monitores, bem como sua impressão.
Thermoform
Duplicador de materiais, empregando calor e vácuo, para produzir relevo em película de
PVC.
Braille Falado
Minicomputador, pesando 450 g e dispondo de 7 teclas através das quais o aparelho
pode ser operado, para edição de textos a serem impressos no sistema comum ou em
Braille. O Braille Falado, conectado a um microcomputador, pode ser utilizado como
sintetizador de voz, transferir ou receber arquivos. Funciona ainda como agenda
eletrônica, calculadora científica e cronômetro.
Computador
Equipamento que amplia recursos na área da educação de deficientes visuais na vida
prática e em atividades profissionais.. Os computadores existentes no mercado,
providos de programas específicos e de diferentes periféricos, podem ser operados
normalmente pelas pessoas cegas. Entre os periféricos, podem ser destacados:
Sintetizadores de Voz - Conectados a um computador, permitem a leitura de
informações exibidas em um monitor. Dentre as diferentes modalidades produzidas em
outros países, inclusive com voz sintetizada na língua portuguesa, destaca-se o DOSVOX,
desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Além desse software gratuito, existem outros como o NVDA que podem e
devem ser baixados e instalados em computadores das bibliotecas e outros espaços em
que haja usuários cegos.. E softwares pagos como o JAWS e o Virtual Vision.
Em relação ao Jaws, alguns campus do IFB já dispõem desse software.
Terminal Braille (Display Braille) - Representa, em uma ou duas linhas, caracteres Braille
correspondentes às informações exibidas em um monitor. Os caracteres Braille são
produzidos por pinos que se movimentam verticalmente em celas, dispostas numa
placa, geralmente metálica.
Impressora Braille - Existem hoje, no mercado mundial, diferentes tipos de impressoras
Braille, seja para uso individual (pequeno porte) ou para produção em larga escala
(médio e grande porte). As velocidades de produção são muito variadas. Essas
impressoras, geralmente, podem imprimir Braille interpontado ou não em 6 ou 8
pontos, bem como produzir desenhos. Algumas impressoras Braille podem utilizar folha
solta, mas a maioria funciona com formulário contínuo.
É recomendado que cada câmpus disponha desse recurso de acessibilidade. Scanner de
Mesa - A transferência de textos impressos para microcomputadores (via scanner) vem
alcançando ampla utilização entre estudantes e profissionais deficientes da visão. O
texto digitalizado pode ser lido através de um sintetizador de voz de um terminal Braille,
impresso em Braille ou no sistema comum ampliado. O scanner pode ser operado com
facilidade por um deficiente visual.
Sistema Operacional DOSVOX
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica com o
usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por
deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no
trabalho.
O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de síntese de voz em
Português, sendo que a síntese de textos pode ser configurada para outros idiomas.
O que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados para uso por deficientes visuais
é que no DOSVOX, a comunicação homem-máquina é muito mais simples, e leva em
conta as especificidades e limitações dessas pessoas. Ao invés de simplesmente ler o
que está escrito na tela, o DOSVOX estabelece um diálogo amigável, através de
programas específicos e interfaces adaptativas. Isso o torna insuperável em qualidade e
facilidade de uso para os usuários que vêm no computador um meio de comunicação e
acesso que deve ser o mais confortável e amigável possível.
Grande parte das mensagens sonoras emitidas pelo DOSVOX é feita em voz humana
gravada. Isso significa que ele é um sistema com baixo índice de estresse para o usuário,
mesmo com uso prolongado.
Ele é compatível com a maior parte dos sintetizadores de voz existentes pois usa a
interface padronizada SAPI do Windows. Isso garante que o usuário pode adquirir no
mercado os sistemas de síntese de fala mais modernos e mais próximos à voz humana,
os quais emprestarão ao DOSVOX uma excelente qualidade de leitura.
O DOSVOX também convive bem com outros programas de acesso para deficientes
visuais (como Virtual Vision, Jaws, Window Bridge, Window-Eyes, ampliadores de tela,
etc) que porventura estejam instalados na máquina do usuário.
(http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/intro.htm acessado em 05/03/14)
Mecdaisy
O Ministério da Educação lançou o Mecdaisy, como uma solução tecnológica que
permite a produção de livros em formato digital acessível, no padrão Daisy.
Desenvolvido por meio de parceria com o Núcleo de Computação Eletrônica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro - NCE/UFRJ - o Mecdaisy possibilita a geração de
livros digitais falados e sua reprodução em áudio, gravado ou sintetizado.
Este padrão apresenta facilidade de navegação pelo texto, permitindo a reprodução
sincronizada de trechos selecionados, o recuo e o avanço de parágrafos e a busca de
seções ou capítulos. Possibilita também, anexar anotações aos arquivos do livro,
exportar o texto para impressão em Braille, bem como a leitura em caractere ampliado.
Todo texto é indexado, facilitando, assim, a manipulação através de índices ou buscas
rápidas.
Além dos benefícios do Mecdaisy às pessoas com deficiência visual ou física que podem
ter acesso à leitura sob a forma de áudio e texto digital, destaca-se que está disponível
a metodologia para geração de livros neste padrão, que poderá ser utilizada
gratuitamente nas escolas e instituições de educação superior, para garantia da
acessibilidade.
Nota 1: Considera-se a média do limiar por via aérea nas frequências de 500, 1000 e 2.
000 Hertz (HZ)
Nota 2: 0 a 25 - Até 20 decibéis (dB) é considerado normal.
Nota 3: No Brasil, a classificação adotada é a de Davis e Silverman (1970) que coloca a
deficiência severa a partir de 70 dB e deficiência profunda a partir de 90 dB.
Nota 4: No Decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005), que trata da acessibilidade das pessoas
com deficiência auditiva, considera a deficiência auditiva como a perda bilateral, parcial
ou total de 41 dB ou mais aferida a audiometria nas frequências 500, 1.000 e 2. 000
Hertz (HZ).
Com base nessa tabela de classificação, entende-se que a perda de audição refere-se
exclusivamente à deficiência no ouvido e não das cordas vocais, e a denominação de
Surdo, do ponto de vista médico, é o termo correto. Assim, deficiência auditiva é
entendida como sendo a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons
(BRASIL, 1997). Nesse sentido, a perda da audição em maior ou menor grau caracteriza
vários tipos de deficiência auditiva de acordo com os diferentes graus da perda da
audição.
• Indivíduo com Deficiente Auditiva (DA) é aquele com perda auditiva leve,
moderada ou grave que apresenta dificuldade de ouvir.
• Indivíduo com Surdez – é aquele com perda auditiva muito grave, ou seja, os
casos mais avançados de deficiência auditiva, nos quais não há beneficio na
amplificação auditiva, levando a dificuldades na comunicação e na vida social
do individuo.
Surdo: é a pessoa que utiliza a língua de sinais, valoriza sua história, sua arte, sua
literatura, participa da comunidade surda e propõe uma pedagogia própria para as
crianças surdas. São chamadas surdas as pessoas que utilizam a língua de sinais e
mantém convívio com a comunidade surda (SOARES, op.cit.)
Deficiente Auditivo: é a pessoa que não tem surdez profunda, sua limitação sensorial é
parcial (NOVAES, 2010).
O Decreto nº 5.626/2005 trata de garantir o direito do surdo e do deficiente auditivo.
No Capítulo VI, trata da garantia do direito à educação das pessoas surdas ou com
deficiência auditiva, independente do grau e nível.
As instituições de ensino responsáveis pela educação básica e/ou tecnológica devem
garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva.
Para tanto, os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do
atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação
curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de informação. O mesmo deve
ser garantido para os alunos não usuários de Libras.
Alunos Surdos e com Deficiência Auditiva: ações pedagógicas diferenciadas? De acordo
com Novaes (2010), a terminologia correta a ser utilizada é pessoa surda, caso sua
surdez seja profunda, ou deficiente auditiva, caso a pessoa ainda ouça, mesmo que de
forma parcial. Independentemente da classificação da perda auditiva, ambos tem
direitos à educação. Essas diferenças de perda auditiva incidem também sobre as formas
de aprendizagem, o que requer uma reflexão e uma ação diferenciada nas práticas
pedagógicas envolvendo o processo de ensino e aprendizagem.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) para pessoas com surdez adota uma
perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e o
reconhecimento do potencial e das capacidades dessas pessoas, vislumbrando o pleno
desenvolvimento da aprendizagem (ALVEZ, 2010).
No que tange o aluno surdo, Quadros & Cruz (2011) nos alertam para a importância dos
instrumentos de avaliação com o surdo no desenvolvimento da Língua de Sinais, estando
relacionado ao processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem.
Estratégias que podem favorecer a preparação de aula que facilitem o acesso dos
alunos surdos e com DA
As estratégias metodológicas são necessárias para quem trabalha com aluno surdo e
com DA. É uma maneira de construirmos habilidade, sensibilidade e competência
técnica como conduta necessária para atuar como professor com aluno surdo e com DA.
Apresentamos algumas estratégicas metodológicas para alunos surdos e/ou deficientes
auditivos sugeridas pelo Caderno Pedagógico (UFPR, 2007):
Estratégia da voz e articulação – falar com voz clara e um pouco mais devagar que o
normal usando a articulação normal e não exagerar. Fale próximo ao aluno. É
importante ressaltar que a leitura labial é muito importante ao desenvolvimento da fala
interna. Segundo Capovilla e Raphael (2012, p. 269), “a leitura labial auxilia na
discriminação de sons da fala por ouvintes e a discriminação da articulação da fala do
surdo”.
Estratégias sobre as expressões - deixe o aluno ver seu rosto de frente e que seu rosto
esteja iluminado. Tenha certeza de que a proximidade seja de 50cm a 1m de distância
para que o aluno veja seu rosto. Use expressões faciais e entonações ricas. Use gestos
associada à fala. Deixe os lábios descobertos (homens deve evitar usar barba e bigode
para não dificultar a leitura dos lábios).
Estratégias verbais – Repita a mensagem sempre que perceber que o aluno não
entendeu. Simplifique a mensagem para melhorar a compreensão do aluno. Use
sinônimos para facilitar a mensagem. Utilize palavras-chave e repita relacionando com
significado do tema em estudo. Limite as possibilidades de respostas quando houver
perguntas.
Outras estratégias:
Interação com aluno surdo por meio do intérprete - o professor precisa ser parceiro do
intérprete2 de Libras;
Pedagogia visual - de acordo com Lacerda, Santos e Caetano (2013), “a pedagogia é uma
área do conhecimento que procura acompanhar os avanços tecnológicos e sociais, e
entre eles está atenta às tendências da chamada sociedade da visualidade (p. 186)”. É
relevante pensar em uma pedagogia que atenda à necessidade dos surdos e com DA
que interagem melhor pelo mundo visual, em especial o aluno surdo. Essa pedagogia
visual sugere estratégias como (Lacerda, Santos e Caetano, 2013, p. 188-189):
Segundo Soares (2015), algumas medidas de atenção devem ser observadas durante o
atendimento em sala de aula:
• Não explicar enquanto escreve no quadro, ou seja, não falar de costas para o
estudante;
• Não explicar enquanto escreve no quadro, ou seja, não falar de costas para o
estudante;
O estudante surdo enfrenta dificuldades para compreender a língua oral por utilizar a
língua de sinais. O TILS não é um auxiliar do professor e nem do estudante surdo. Sua
função está na comunicação restrita (SOARES, 2015) e, em função disso, ele tem um
papel importante ao ser tradutor/intérprete dentro e fora da sala de aula intervindo
em diferentes momentos.
É importante que o surdo seja consultado para poder escolher sob qual forma de
avaliação se sentirá melhor, se é a prova escrita ou a prova “oral”, ou seja, se ele fará
prova em LIBRAS, com o registro feito em vídeo com a ajuda do intérprete para dar voz
à sua resposta.
Como sugestão de tempo extra, sugere-se acrescentar 60 minutos para a realização da
atividade, com a opção do estudante escolher se deseja fazer junto com os demais
colegas de turma ou em horário alternativo.
Questões de julgamento: V ou F
É recomendável a elaboração de questões do tipo “analise as afirmativas e julgue com
V (verdadeira) ou F (falsa)”. Recomenda-se que as assertivas a serem julgadas tenham
textos curtos e com termos mais comumente usados. Isso significa que ao invés de
utilizar termos mais rebuscados ou complexos, deve-se priorizar sinônimos mais
comuns.
Exemplo:
São capitais brasileiras: a.
( ) Paris
b. ( ) João Pessoa
c. ( ) Tóquio
d. ( ) São Luís
e. ( ) Porto Alegre
Questões de múltipla escolha
Assim como as questões de julgamento, outra opção bem aceita para a avaliação de
estudantes surdos é o tipo múltipla escolha. Importante observar a elaboração da
questão de forma concisa, com clareza e com o mínimo de possibilidade de dúvidas na
interpretação, dando destaque a termos específicos como forma de auxiliar.
Exemplo:
Assinale a alternativa INCORRETA:
a. ( ) Gelo é a água em estado sólido
b. ( ) Vapor é a água em estado gasoso
c. ( ) A temperatura de ebulição da água é 100°C
d. ( ) A água a 100°C está no estado líquido
e. ( ) A água é inodora, insípida e incolor
Exemplo:
O que é software?
Auxílio do intérprete
O professor da disciplina tem a opção de elaborar a prova e ter o auxílio do intérprete
no momento da aplicação. O papel do intérprete deve ser o de interpretar para o
estudante surdo ou deficiente auditivo as questões da atividade que estão em língua
portuguesa.
Neste caso, o professor deverá, preferencialmente, enviar a atividade/prova com
antecedência para o intérprete compreender as questões e estar à disposição do
estudante no momento da prova, principalmente, quando se tratar de questões
dissertativas.
É importante ressaltar que o papel do intérprete de LIBRAS é restrito a ajudar o
estudante na compreensão da questão e nunca deverá influenciar na resposta a esta.
A resposta à prova deve ser escrita pelo aluno, ainda que não se configure, a priore, a
língua padrão da língua portuguesa. O professor deve considera que a primeira língua
dos surdos é a LIBRAS, sendo o português, na modalidade escrita, considerado a segunda
língua, mesmo que o surdo seja oralizado.
Tendo em vista o processo de escolarização dos surdos ser inadequado o português por
escrito para eles não apresenta conjugações verbais e conectivos como preposições e
conjunções ou quando esses são usados não aparecem na ordem do português padrão.
Por ser a segunda língua, o surdo cria uma interlíngua, ou seja, ao escrever o surdo une
a estrutura sintática da Libras, que é diferente do português, com o léxico (vulgo
palavras) do português. Sendo assim a escrita dos usuários da LIBRAS pode ser
comparada com a escrita de estrangeiros.
No caso do professor ter dúvidas quanto à compreensão da resposta do estudante, este
poderá solicitar ao intérprete que o auxilie.
Uso de imagens
É possível o uso de imagens desde que sejam para ilustrar melhor a questão ou serem
aplicadas para a formulação de uma questão. O uso de imagens deve ser ponderado,
pois depende da disciplina que será utilizada.
Exemplos:
Uso de charge para a reflexão acerca de um tema (Erro! Fonte de referência não
encontrada.):
Figura 1: Imagem de uma charge (Fonte: Google)
Conclusão
As orientações deste documento pretendem auxiliar na elaboração, aplicação e
correção das atividades aplicadas aos estudantes surdos e com deficiência auditiva, de
modo que todos os envolvidos neste processo possam compreender as diferenças de
aprendizado dessas pessoas. O objetivo final é facilitar a compreensão do estudante
acerca do conteúdo abordado, respeitando-se o mérito a ser dado pelo desempenho.
11 - Sinalário em Libras
12 - Estudos de Caso
O estudante admitido no curso técnico subsequente possui laudo que indica “redução
da velocidade de processamento mental, comprometimento da atenção, da fluência
verbal, da memória recente e da capacidade de resolução de problemas”. Fisicamente,
o estudante possui dificuldade de locomoção e faz uso de bicicleta adaptada para se
deslocar na via externa ao Campus, considerando médias distâncias, e utiliza andador
para garantir uma autonomia no interior do Campus. A estrutura física do Campus
mostra algumas barreiras que dificultam a acessibilidade do estudante. O acesso único
da entrada do campus até o bloco de salas de aula impede que o estudante tenha rotas
alternativas mais curtas para chegar às salas e laboratórios. A falta de rampa para acesso
à biblioteca causa transtorno ao estudante, pois sempre tem que buscar ajuda de
terceiros para se deslocar ao piso superior ou deve pedir que busquem para ele o livro
desejado.
Referências
________. Resolução CNE/CEB nº 2/2001. Institui Diretrizes Nacionais para a educação Especial
na Educação Básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf
Acessado em: 23/03/2014.
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em:<https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/Libras/mec_texto3.pdf> Acesso
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Projeto Institucional- Edital nº 015/2010/CAPES/DED. Fomento ao uso de tecnologia e
informação nos cursos de graduação. Natal, 2011.
UFPR. Caderno Pedagógico. Orientações Pedagógicas para professores na inclusão do
aluno com necessidades educativas especiais/deficiência auditiva. Secretaria de
Estado da Educação. Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE. Curitiba:
Universidade Federal do Paraná, 2007.