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Nas últimas três décadas a Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva tem avançado e conquistando marcos importantes para


sua implementação e universalização. Desde a promulgação da Constituição
Federal em 1988, marcos decisivos, internacionais como a declaração de
Salamanca (1994) e nacionais como a alteração do texto da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 9394 de 1996) em 2013 (Lei 12.796
de 2013) e a promulgação de Lei de Inclusão em 2015 (Lei 13.146 de 2015)
(BONFIM, 2022). Tais ferramentas jurídicas dão ao aluno com deficiência um
arcabouço legal que fundamenta seu direito ao acesso ao ensino na educação
regular, onde deve lhe ser ofertada uma proposta pedagógica que considere
suas necessidades e potencialidades de aprendizagem. Além disso, cabe às
redes e estabelecimentos de ensino, ofertar o Atendimento Educacional
Especializado, a fim de suplementar ou complementar essas necessidades
específicas de cada estudante.

No presente estudo de caso, uma escola se depara com a matrícula de


um estudante com diagnóstico de Síndrome de Down, encontrando
dificuldades para incluir o estudante em na dinâmica já estabelecida da escola.
Entende-se a partir da análise das legislações que contemplam a Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que as escolas devem estar
preparadas para atender estudantes com necessidades educacionais especial,
oferecendo acessibilidade aos espaços e ao conhecimento, por meio de
adequações nos espaços e no currículo.

A adequação curricular é fundamental para que se atenda às


necessidades dos estudantes conforme se apresentam no contexto escolar.
Para estudantes com deficiência essas adequações representam um ponto de
tensão a partir do qual pode se definir que a inclusão está acontecendo de
maneira plena na escola. Segundo Silva (2013, p. 81):

Na sociedade brasileira, cuja marca histórica da educação é a


seletividade, adquire relevância um projeto educativo capaz de
assegurar, nos mais variados tempos e espaços, a formação de
homens e mulheres que tenham condições de compreender em
profundidade o mundo em quem vivem e de intervir nele de modo a
transformá-lo, em direção à satisfação plena de suas necessidades.
No contexto apresentado, diante da urgência do caso, uma vez que o
estudante se encontra matriculado e as necessidades educacionais especiais
que apresenta não estão sendo atendida, é necessário que, além de ofertar o
Atendimento Educacional Especializado, se elabore um Planejamento
Educacional individualizado (PEI), construindo um plano de ensino centrado no
estudante com deficiência, levando em consideração as necessidades desse
aluno (MENDES e TANNÚS-VALADÃO, 2018). Nesse sentido, no processo de
elaboração deste plano, deve se levar em consideração adaptações nas
habilidades curriculares correspondentes ao ano de matrícula do estudante e
suas potencialidades evidenciadas em uma avaliação diagnóstica prévia. Deve-
se considerar a necessidade de um profissional de apoio escolar para
acompanhar o estudante na realização das atividades propostas. Deve-se, por
parte dos professores e orientados pela Coordenação Pedagógica, realizar a
adaptação ou flexibilização de atividades sempre que necessário, tendo em
vista o PEI desse estudante. Este plano também deve orientar a equipe sobre a
necessidade de tecnologias assistivas para comunicação alternativa ou
intérpretes. Todas estas questões irão necessariamente se refletir em um
processo avaliativo que considere as necessidades deste estudante. Tendo em
vista questões apresentadas, a escola deve incluir em seu Projeto Político
Pedagógico (SILVA, 2013) orientações a respeito de práticas pedagógicas e
adaptações curriculares que venham a tornar esse ambiente inclusivo,
independente das demandas que se apresentam.

Uma vez que estas adequações estejam sistematizadas em um


documento norteador e sendo colocadas em práticas pelos membros do corpo
docente desta unidade escolar, o quadro apresentado neste estudo de caso
poderá se alterar.

REFERÊNCIAS

BONFIM, Symone Maria (org.). Legislação sobre pessoa com deficiência.


10ª edição. Brasília: Câmara dos Deputados, 2022.
MENDES, Enicéia Gonçalves; TANNÚS-VALADÃO, Gabriela. Inclusão
Escolar e o planejamento educacional individualizado: estudo comparativo
sobre práticas em diferentes países. Revista Brasileira de Educação, v. 23,
2019, 18p.
SILVA, Mônica Ribeiro da. Perspectivas Curriculares Contemporâneas.
Curitiba: Intersaberes, 2012.

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