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MÓDULO 8:

Avaliação Nutricional

INTRODUÇÃO
A avaliação da composição corporal em qualquer indivíduo é
atribuída a necessidade de se compreender e analisar a condição
corpórea em relação à quantidades de massa magra e massa gorda
desse indivíduo, e suas correlações com à saúde e risco de
desenvolvimento de patologias relacionadas ao status nutricional do
mesmo. Além de ser necessária para a determinação do gasto
calórico total diário que cada pessoa tem. O que caracteriza o padrão
individualizado de suas necessidades nutricionais.

No entanto, quando falamos do indivíduo atleta, existe outras


importâncias atribuídas à essa avaliação. A composição corporal
está intimamente relacionada com a performance e o desempenho
esportivo do atleta, auxiliando a determinar os ajustes necessários
para a otimização do indivíduo de acordo com a especificidade do
esporte praticado. Auxilia o profissional da nutrição a escolher
condutas específicas para as metas propostas e direciona a
estratégia de treinamento para uma melhor adequação corporal para
a modalidade escolhida.

O corpo humano pode ser avaliado de forma atômica, sendo


composto principalmente por átomos de HIDROGÊNIO, CARBONO,
OXIGÊNIO, entre outros. De forma molecular, possuindo moléculas
de LIPÍDEO, PROTEÍNAS, ÁGUA, e outros. Pode ser analisado de
forma celular, de forma tecidual – TECIDO ÓSSEO, ADIPOSO,

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MUSCULAR, etc – e de maneira sistêmica, relacionando todos as
classificações anteriores.

Existem diversos parâmetros para essa análise, porém, nem todos


são ferramentas indicadas para esse propósito, visto que não são
específicas ou fiéis à realidade. Por exemplo, o IMC é uma
ferramenta comum para se avaliar o status nutricional de uma pessoa
em desnutrido, eutrófico, sobrepeso ou obesidade. No entanto, é um
parâmetro altamente subjetivo visto que analisa Peso/Estatura², não
levando em consideração a composição desse peso, e dessa forma,
levar a conclusões irreais sobre a porcentagem de gordura e o risco
de saúde desse indivíduo, não sendo um método valido para análise
da composição corporal.

Quando falamos de avaliação da composição corporal, estamos


nos referindo a avaliação da massa livre de gordura e da massa
gorda. A massa gorda diz respeito a todos os lipídeos armazenados
no tecido adiposo – principal local de armazenamento de energia,
encontrado em todo o corpo em diferentes depósitos subcutâneos e
viscerais – e nos demais tecidos do organismo.

O tecido adiposo pode ser classificado em MARROM, BEGE e


BRANCO. O marrom é responsável pelo uso dos ácidos graxos para
produção de calor, a fim de manter a temperatura corporal. O bege
é semelhante ao marrom, porém com expressão basal muito baixa,
mas altamente induzível de UCP1. Já o tecido adiposo branco é
responsável por estocar os ácidos graxos em formato de
triglicerídeos, sendo um orgão endócrino.

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Pela definição expressa para o tecido adiposo se predispõe que
este não é a gordura propriamente dita. A gordura na verdade é a
definição química do lipídeo puro, sendo um componente extraído do
álcool-éter. Já o tecido adiposo é o compilado de algumas moléculas
como: água (15%), lipídeos (83%), proteínas (2%) e eletrólitos.

Portanto, quando falamos de gordura abdominal, na realidade


estamos nos referimos à gordura armazenada de forma subcutânea,
ou seja, no tecido adiposo abaixo da pele, e intrabdominal, aquela
que fica acumulado no tecido adiposo que envolve os órgãos da
cavidade toráxica e abdominal e no seu interior, que pode ser
diferenciado, ainda, em visceral e retroperitoneal.

A massa gorda não é avaliada apenas em sua quantidade e


percentagem. Sua distribuição pelo corpo é um importante parâmetro
de avaliação para risco de saúde associado à obesidade. Existem
dois formatos de distribuição de gordura corpórea muito bem
difundidos na literatura, o corpo ANDRÓIDE – formato de maçã – que
apresenta maior acúmulo de gordura na região central do corpo
(tronco), apresentando maior associação com distúrbios
metabólicos, e o GINÓIDE – formato de pêra – com distribuição de
gordura mais localizada no quadril e membros inferiores, mais
presente em mulheres.

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A massa livre de gordura diz respeito a todos os tecidos e resíduos
livres de lipídios incluindo água, músculo, ossos, tecidos conjuntivos
e órgão internos. Do contrario ao que muitos acreditam, a massa livre
de gordura não é sinónimo de massa magra, onde esta última é
referente a massa livre de gordura + lipídeos essenciais presentes
no tecido.

Um estudo de Singhal et al. (2016) feito com 25 mulheres, sendo


16 atletas, onde 8 tinham oligomenorréia, e 9 não atletas na faixa
etária de 18 a 25 anos. Foi realizado tomografía computadorizada,
DEXA e exames bioquímicos. A pesar de apresentarem significativa
diferença na prática de atividade física, os grupos não apresentaram
diferenças importantes de IMC, mas apresentaram diferenças
significativas nos parámetros de frequência cardíaca, temperatura
corporal, %gordura que foram menores nas atletas, assim como a
%massa magra e massa magra total foram maiores nesse mesmo
grupo. Esperava-se que pelos fatores explicados anteriormente, as
atletas apresentassem maior quantidade de tecido adiposo marrom,
devido sua característica mais termogênica. Porém, devido ao efeito
poupador de energía, que mostra que a maior presença de tecido

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adiposo precisa de maior quantidade energética, foi constatado que
o grupo de não atletas possuiam mais tecido adiposo marrom. Foi,
portanto, estabelecida uma relação negativa entre a presença de
TAM e a duração da amenorréia, ou seja, a presença de
oligomenorréia presente nas atletas influenciou a quantidade de
TAM, pois o fato da menstruação não ocorrer de forma regular faz
que aconteça uma desregulação no nivel de estrogêneo femenino,
impacta na quantidade de TAM. A frequência cardíaca e temperatura
foram padrões que apresentaram correlação positiva com o TAM. Foi
expresso, ainda, uma correlação positiva do TAM com a % gordura
corporal e uma correlação negativa com a quantidade de massa
magra. O tecido adiposo marrom foi também asociado à parâmetros
sanguíneos, mostrando que quanto maior a quantidade de TAM,
maiores os níveis de irisina, T3 e T4. Sugerindo uma associação
positiva entre hormônios da tireoide e o tecido adiposo marrom, pois
a leptina (secretada pelo tecido adiposo) aumenta a produção de T3
e estimula a captação de glicose no tecido adiposo marrom. Por fim,
também se observou que o gasto energético basal (GEB) também é
afetado pela massa magra e pelo volume TAM, de forma que atletas
têm uma proporção mais alta de massa magra, o que deve aumentar
seu GEB.

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DIFERENÇA DE COMPOSIÇÃO CORPORAL ENTRE
GÊNEROS
Em estudo realizado na Universidade do Queens no ano 2000,
com 268 homens e 200 mulheres com idade entre 18 e 88 anos e
IMC entre 16 e 48kg/m², foi feita a avaliação de composição corporal
através de ressonância magnética, a fim de avaliar a influência de
fatores como idade, gênero, peso e altura na composição de massa
muscular e em sua distribuição corporal. Os achados desse estudo
mostraram que o gênero masculino apresenta maior porcentagem de
massa muscular comparado ao gênero feminino, sendo sua
distribuição predominantemente nos membros superiores.
Demonstrou-se, ainda, que indivíduos mais jovens – até 45 anos –
apresentavam maior massa muscular que aqueles acima de 45 anos.

Um artigo recente – 2019 – utilizando como amostra 337 atletas,


de ambos os gêneros (229 homens e 108 mulheres), participantes
das ligas de futebol, luta livre, futebol, hóquei, basquete, golfe, softbol
e vôlei da primeira divisão da NCAA analisou a composição corporal
destes indivíduos. Através do DEXA, foi avaliada a densidade
mineral óssea (DMO),% massa magra,% de gordura e sua
distribuição regional, analisando a influência do sexo e do esporte, e
mostrou que homens possuíam maior % massa magra, além de
maior conteúdo e densidade mineral óssea, enquanto as mulheres
apresentavam maior % massa gorda, sendo as atletas de vôlei as
que apresentaram maior significância. Jogadoras de basquete
apresentaram maior variância de % gordura e nos atletas do sexo
masculino, aqueles participantes das ligas de futebol americanos e

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luta foram os com maiores variâncias na % de gordura entre atletas
do mesmo esporte, sendo mais significante no futebol americano.

O estudo demonstrou ainda que para a densidade mineral óssea


geral, atletas de futebol americano e lutadores apresentavam
quantidades superiores, enquanto a densidade no sexo masculino
era prevalente nos jogadores de futebol americano e de basquete, e
nas mulheres prevalecia nas atletas de vôlei, softball e futebol. Em
relação à distribuição de massa magra, as mulheres apresentaram
predominância na região central (tronco) do corpo, enquanto os
homens demonstraram maior concentração de massa magra nos
braços.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO


CORPORAL:
DIRETO | INDIRETO | DUPLAMENTE INDIRETO
1) Método Direto: Extremamente invasivo e assertivo.
DISSECÇÃO DE CADÁVERES – consiste em análises
anatômica e química dos tecidos corporais.

2) Método Indireto: Formas mais viáveis de se realizar uma


análise de composição corporal fidedigna sem ser
extremamente invasivo. Geralmente utiliza ferramentas mais
caras.
PESAGEM HIDROSTÁTICA - tem como base o princípio de
Arquimedes, consistindo em medir a massa corporal do
indivíduo dentro e fora da água (necessita de imersão total).
Pressupõe que as estruturas corporais possuem densidades
diferentes (massa livre de gordura = 1,1 / tecido adiposo =

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0,9007), considerando que são constantes em todos os
indivíduos.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZDA – é uma técnica assistida
por computador, em que os dados de diferentes perfis são
combinados e calculados para forma imagens fatiadas dos
objetos analisados. O resultado varia em escalas de cinza de
acordo com a quantidade de radiação absorvida, de forma que
quando mais escura a imagem for, maior será a densidade da
região.

Observamos vários estudos comparativos de composição


corporal utilizando esse método por ser mais fiel.

Mirian Bredella em seu estudo sobre diferenças de composição


corporal relacionadas ao sexo do indivíduo demonstra através de
imagens de TC que homem e mulher de idades semelhantes e com
mesmo IMC possuem uma distribuição da massa corporal bem

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distintas (Homem: imagens C e D mostrando composição do
abdomen e da coxa; Mulher: imagens A e B mostrando composição
do abdomen e da coxa). Representando que a mulher apresenta
mais tecido adiposo subcutâneo no abdômen e na coxa, enquanto o
homem tem mais tecido visceral e massa muscular. Esses resultados
condizem com inúmeros achados científicos que apontam para uma
maior quantidade de %gordura em mulheres, comparadas aos
homens, mas que se concentram prioritariamente nos membros
inferiores, atribuindo menor risco de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. Enquanto os homens possuem duas vezes mais
gordura visceral, quando comparados as mulheres, apresentando
maiores riscos de desenvolver DCV.

Um estudo comparativo entre mulheres idosas praticantes e


não praticantes de atividade física (atletas de corrida e ginástica)
mostrou através da Tomografía Computadorizada que a pesar de
possuirem mesma circunferencia de coxa, as mulheres atletas
possuiam maior composição de massa magra.

CORREDORAS NÃO ATLETAS

Outro estudo, comparando atletas sênior de corrida de longa


distância, esqui cross-country, atletismo e ginástica e homens de

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mesma idade não atletas mostrou através da TC que os homens não
treinados têm aumento acentuado no eco refletido do tecido
intramuscular (gordura) e perda praticamente completa do eco
refletido nos septos e no fêmur do tecido conjuntivo, ou seja, atletas
de resistência e força parecem ter "qualidade" muscular melhor que
os homens não treinados. Demonstrando que o exercício a longo
prazo tem efeitos benéficos no funcionamento muscular em idosos.

INDIVÍDUO SEDENTÁRIO INDIVÍDUO ATLETA

Assim como todos os métodos de avaliação, a TC precisa ser


realizada de acordo com protocolos padrões para a obtenção de
resultados eficientes. Foi realizada, então, uma pesquisa para avaliar
se a prática de exercício físico poderia interferir nos dados obtidos
pela tomografia computadorizada. Realizou-se em 17 homens jovens
com idade média de 24 anos uma TC e ultrassonografia para analisar
músculo e tecido adiposo nos braços 24, 48 e 72H após treino de
resistência (unilateral). Como resultado a TC mostrou que houve um
aumento da área de secção transversa e área muscular no braço
treinado nas 24, 48 e 72H após o treinamento. O ultrassom mostrou
que ocorreu aumento da espessura muscular no braço treinado nas
24, 48 e 72H após o treinamento e aumento da intensidade do Echo
somente nas 48 e 72H pós treinamento. Dessa forma, nota-se que o

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exercício resistido (não acostumado) pode causar erros – resultado
do inchaço muscular provavelmente causado pelo fluxo sanguíneo
muscular, fluidos e inflamação – nas estimativas musculares e
adiposas baseadas em tomografia e ultrassonografia por pelo menos
72H.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – é a utilização de pulsos de


radiofrequência direcionados somente ao hidrogênio, elemento
presente em todos os tecidos humanos, permitindo a
quantificação in vivo de tecido adiposo total e seus subprodutos
sem o uso de radiação.

Pontos negativos de seu uso: alto custo do equipamento;


necessidade de mão de obra especializada; não fornece informações
sobre a densidade do tecido, podendo ocorrer erros na segmentação
dos tecidos.

DEXA (Absortometria Radiológica de Dupla Energia) – baseado


na atenuação de feixes de raios X calibrados com energia dupla
de fótons. Tem a medição da composição baseada na
discriminação de três compartimentos: massa gorda, massa
óssea e massa magra. É o novo padrão ouro para avaliação de
composição corporal por apresentar alta precisão, identificar
quantidade e distribuição do tecido adiposo sem ser invasivo, não

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ser influenciado por alterações no estado nutricional e por ser um
subproduto de um método direto. No entanto é uma ferramenta
extremamente cara.

ULTRASSOM – pode mapear a espessura do músculo e da


gordura nas diferentes regiões corporais e quantificar as
mudanças no padrão topográfico da gordura. Seu uso é bastante
difundido no âmbito hospitalar para avaliação do estado nutricional
de pacientes internado. Apesar de sua eficiência apresenta pontos
negativos como o custo e, principalmente, a dificuldade técnica. O
exame só deve ser realizado por pessoa treinada na aferição e
interpretação do exame, pois, devido à presença de fáceas,
principalmente na área abdominal, supra ilíaca e supra espinal, e
em outras áreas é comum ocorrerem erros de leitura e de
execução.

3) Métodos Duplamente Indiretos:


BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA – trata-se da passagem de
corrente elétrica de baixo nível pelo corpo humano, sendo
medida a oposição ao fluxo da corrente, a qual é bem
conduzida por tecidos ricos em água (fortemente associada
com a massa livre de gordura, a qual contem cerca de 73,2%
de água) e eletrólitos, como sangue e músculo, mas que possui
resistência em espaços cheios de gordura, osso e ar.

Para entender o funcionamento da bioimpedência elétrica é


necessário comprender alguns parámetros do corpo humano.
essenciais.

Impedância (Z) é a oposição dependente da frequência do


condutor (ou seja, o corpo) ao fluxo de corrente elétrica.

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Resistência (R) é oposição ao fluxo de corrente ao passar pelo
corpo.
Reactância (Xc) se refere ao atraso na condução causado por
membranas celulares, interfaces de tecidos e substâncias não
iônicas.
Capacitância é a função da reactância que surge quando as
membranas celulares armazenam um parte da corrente por um
breve período.
Ângulo de fase diz respeito ao armazenamento temporário de
carga dentro das membranas celulares criando um
deslocamento de fase.

É necessário, também, comprender que essa ferramenta


pode apresentar erros a depender de fatores de instrumentação – a
utilização de instrumentos diferentes para monitoramento e a
calibração incorreta do aparelho podem acarretar em resultados
diferentes –, das equações de predição – uso de equações
inapropriadas causam erros sistemáticos de predição de massa livre
de gordura, devendo-se escolher de acordo com a idade, sexo, etnia,
nível de atividade física e nível de gordura corporal – além de fatores
relacionados ao sujeito a ser avaliado, sendo necessário que este
siga corretamente as indicações do protocolo para realização da
bioimpedância.

Protocolo: proibido uso de medicamentos diuréticos (7 dias


antes), bebidas alcoólicas (48 horas antes), prática de
atividades físicas (24 horas antes); realizar jejum (pelo menos
4 horas), urinar (pelo menos 30 minutos antes) e permanecer
deitado em decúbito dorsal (pelo menos 5 a 10 minutos).

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DOBRAS CUTÂNEAS – um procedimento não laboratorial
simples capaz de mensurar o tecido adiposo subcutâneo,
permitindo que se prediga a adiposidade corporal com relativa
exatidão. Se baseia no pressuposto de que certa fração da
massa adiposa total está localizada logo abaixo da pele e, se
for possível obter uma amostra representativa desse tecido, a
densidade corporal pode ser indicada.

Para minimizar erros de avaliação com o uso das dobras


cutáneas é necessário realizar corretamente as técnicas de
medição.

PASSO 1: A realização das dobras deve ser sempre no


hemicorpo direito.
PASSO 2: Deve-se identificar e marcar os ponto que irão ser
mensurados.
PASSO 3: A dobra deve ser elevada e destacada (não se deve
pegar o músculo), com o dorso da mão voltado para o
antropometrista.
PASSO 4: O plicômetro deve ser mantido em um ângulo de 90°
em relação ao local da dobra.
PASSO 5: As extremidades das áreas de contato do plicômetro
devem ser colocadas a 1cm do polegar e do indicador.
PASSO 6: A dobra deve ser pressionada pelo polegar e
indicador durante todo o processo de medição, sendo liberada
só após isso. A leitura da dobra debe ser feita dentro de 2
segundos.

PARÂMETROS CORPORAIS

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Massa Corporal

MASSA CORPORAL PESO CORPORAL


Quantidade de matéria que Força que um corpo exerce
compõe o corpo contra a gravidade

Estatura: Refere-se a distância máxima entre a região plantar


(pés) e o vértice coronal (topo da cabeça). É realizada a partir
de estadiometro com o indivíduo descalço, com pés
juntos e ereto, com distribuição de peso por igual no
corpo, formando ângulo reto com a cabeça e olhar
à frente (plano de Frankfurt - alinhamento da
margem inferior da órbita direita com a margem
superior do meato acústico externo direito), e
sempre que possível a cabeça, glúteos, escápula e
calcanhares devem tocar a haste vertical do
estadiômetro.

Índice de Muscularidade: Indicador para determinar se a


extensão do desenvolvimento da massa muscular encontra-se
dentro de limites fisiológicos sem auxílio farmacológico.

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• Parâmetros Masculino:
Valor (kg/m²) Muscularidade

< 18 Baixa

20 Média

22 Nítida

22-25 Atingida com treinamento intenso

>25 Limite superior sem auxílio


farmacológico

• Parâmetros Femininos:
Valor Muscularidade
(kg/m²)

13 Baixa

15 Média

17 Nítida

22 Limite superior sem auxílio farmacológico

Massa Muscular: Baseado nos parâmetros antropométricos foram


pesquisadas e validadas diferentes fórmulas preditivas para se
encontrar a massa muscular corporal de um indivíduo.

Um estudo realizado com 244 indivíduos saudáveis, sendo 135


homens e 109 mulheres, e 80 indivíduos obesos, sendo 39 homens
e 41 mulheres, avaliou a massa muscular total através de modelos

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de fórmulas antropométricas desenvolvidas e validadas tendo como
base uma população heterogênea (africanos, americanos, asiáticos,
brancos e hispânicos).

Foram obtidas através do estudo duas fórmulas preditivas para


obtenção da massa muscular dos indivíduos:

MM (Kg) = Altura (m) x (0.00744 x Circunferência do braço corrigida² +


0.00088 x Circunferência da coxa corrigida² + 0.00441 x Circunferência da

.
panturrilha corrigida² ) + 2.4 x Sexo - 0 048 x idade + etnia + 7.8

▪ Sexo: Homem (1), Mulher (0) / Etnia: Asiático (-2), Africano e


Americano (1,1), Brancos e hispânicos (0)

MM (Kg) = 0.244 x peso + 7.80 x altura + 6.6 x sexo - 0.098 x idade + etnia - 3.3

▪ Sexo: Homem (1), Mulher (0) / Etnia: Asiático (1,2), Africano


e Americano (1,4), Brancos e hispânicos (0)

Compleição: É a medida de dimensões esqueléticas, sendo


um parâmetro para distinguir indivíduos que apresentam diferentes
estruturas ósseas. Cada estrutura possui suas especificidades para
uma aferição adequada.

1) Largura do cotovelo - Flexionar o antebraço até que o mesmo


faça um ângulo de 90° com os dedos para cima e a palma da
mão voltada para o avaliador. Colocar as pinças do paquímetro
nos epicôndilos lateral e media do úmero.

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O resultado da aferição se baseará na tabela a seguir:

O resultado pode ser utilizado para descobrir o índice de estatura,


aplicando na seguinte fórmula:

2) Circunferência do pulso - Medida no pulso direito, com o braço


flexionado no cotovelo e palma da mão voltada para cima,
relaxando os músculos. Posicionar a fita ao redor do pulso,
entre os vincos deste e o processo estiloide do rádio e da ulna.

O resultado deve ser aplicado na seguinte fórmula e avaliado de


acordo com a tabela de compleição:

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Circunferência Muscular do Braço (CMB): avalia a reserva de
tecido muscular no braço, sem correção da área óssea. Obtida
através da fórmula:

CMB(cm) = CB (cm) – (DCT (mm) x 0,314)

CB= circ braço/ DT = dobracutânea triciptal

A partir do resultado do cálculo da CMB, faz-se sua adequação


para avaliação do estado nutricional do indivíduo através da fórmula:

Adequação da CMB (%) :


CMB obtida x 100

CMB percentil 50

Estado nutricional segundo a adequação da CMB

< 70% Desnutrição Grave

70-80% Desnutrição moderada

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80-90% Desnutrição leve

90% Eutrofia

Área Muscular do Braço: Avalia a reserva de tecido muscular,


corrigindo para a área óssea.

AMB(cm²) = [CB (cm) – ( x DCT (mm)  10)]² - 10 ou -6,5


4

- 10 (homens); -6,5 (mulheres)

Área de Gordura do Braço (AGB):

AGB (cm2) = CMB (cm) × [DCT (mm) ÷ 10] – π × [DCT (mm) ÷ 10]²

2 4

Os parâmetros de AMB e AGB serão avaliados de acordo com a


tabela a seguir

Percentil Tecido adiposo Tecido muscular

<5 Magro/baixa reserva Magro/baixa reserva

5 a 15 Abaixo da média/ risco para Abaixo da média/ risco para


déficit déficit

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16 a 85 Média Média

86 a 95 Acima da média Acima da média

≥ 95 Excesso de gordura Boa nutrição

FÓRMULAS DE PREDIÇÃO DE COMPOSIÇÃO


As fórmulas de predição para composição corporal não são
singulares, podendo utilizar diferentes parâmetros antropométricos
para a obtenção de resultados realistas.

Uma revisão realizada em 1966, com base em atletas de


natação, validou a seguinte fórmula preditiva para a %gordura
corporal: %GC = 5,783 + 0,153 (TR + SB + SI + AB). Outro estudo,
já mais recente, utilizando como mostra homens e mulheres
moderadamente sedetários apresentou para a densidade corporal a
fórmula DC= 1,1765 - 0,0744 LOG10 (TR + BI + SE + SI), a qual
utiliza dobras cutâneas tricipital, biciptal, subescapular e suprailíaca
em sua composição.

Jackson e Pollock, um dos autores mais conhecidos na


avaliação de composição corporal, e ainda bastante utilizados nos
dias atuais, publicaram um trabalho em 1978 validando uma equação
generalizada para a obtenção da densidade corporal de homens.

D = 1,10938 – 0,0008267 ( DCT +DCA + DCC) + 0,0000016 (DCT +


DCA + panturrilha medial)² - 0,00041761 (idade em anos)

Já em 1980 os mesmos autores publicaram uma fórmula


generalista para mulheres, mostrada a seguir:

D = 1,0994921 – 0,0009929 (DCT +DCSI + DCC) + 0,0000023 (DCT +DCSI


+ DCC)² - 0,0001392 (idade em anos)
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Tendo em vista a importância da especificidade corporal dentro
de populações distintas, Guedes em 1985 publicou um trabalho
voltado para avaliação da densidade corporal de universitários
homens e mulheres brasileiros, com idade média entre 17 e 27 anos,
demonstrando fórmulas distintas para os sexos.

DH = 1,1714 – 0,0671 log 10 (DCT +DCSI + DCA)

DM = 1,1665 – 0,0706 log 10 (DCC +DCSI + DCSE)

Em 1995 novo estudo com Brasileiros foi publicado, sendo


desta vez referente a uma população mais ampla, alcançando uma
amostra de homens de 18 a 66 anos e mulheres de 18 a 51 anos.
Foram validadas as seguintes fórmulas para densidade corporal de
homens e mulheres, respectivamente:

DH = 1,10726863 – 0,00081201 (DCT + DCSI + DCSE + panturrilha


medial) + 0,00000212 (DCT + DCSI + DCSE + panturrilha medial)² -
0,00041761 (Idade em anos)

DM = 1,1954713 – 0,07513507 log 10 ( axilar média + DCSI + DCC +


panturrilha medial) + 0,00041072 (Idade em anos)

No esporte, encontramos diferentes estímulos de treinamento,


diferentes padrões de distribuição de gordura e massa muscular no
corpo dos atletas. Dessa forma, percebemos que apesar de existirem
formular generalizadas para a predição da composição corporal,
também é de enorme importância que haja especificidade para

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diferentes gêneros e modalidades esportivas. Assim, trouxemos
algumas fórmulas validadas para o cálculo da composição corporal
de atletas.

1) Jacksson et al. (1980) validou uma fórmula de densidade


corporal e % gordura para mulheres atletas, com
especificidade de idade na faixa etária entre 18 e 29 anos.
Utilizou para a composição o somatório de quatro dobras
cutâneas (tríceps, suprailíaca anterior, abdomen e coxa).
D = 1,096095 – 0,0006952 (Σ4 Doc) + 0,0000011 (Σ4 Doc)²
- 0,0000714 (idade).
Para a obtenção da %gordura: % G = [( 5,01 / D) – 4,57 ] x
100.

2) Mayhew et al. (1983) elaborou fórmula preditiva de massa


livre de gordura para mulheres atletas de faixa etária entre
18 e 23 anos, utilizando como parámetros peso corporal e
circunferências de pescoço e coxa.
MLG = 0,757 (PC) + 0,981 (C pescoço) – 0,516 (C coxa) +
0,79.

3) Hergenroeder et al. (1993) utilizou o peso corporal para


estabelecer a massa livre de gordura de bailarinas com
idade entre 11 e 25 anos, através da seguinte fórmula:
MLG = 0,73 (PC) +3,0

4) Durnin e Womersley (1974) analizaram a densidade corporal


(BD) de bailarinas com faixa etária mais ampla, 16 a 68
anos, utilizando quatro dobras cutâneas (tríceps, suprailíaca
anterior, abdomen e coxa).

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BD = (1.1567-0,0717) Log10 (TR + BC + SE + SI)

5) Warner et al. (2004) avaliou a composição corporal de


mulheres jovens adultas (18 a 22 anos) jogadoras de volêi,
validando uma fórmula para massa livre de gordura baseada
no peso e nas dobras cutâneas do abdômen e da coxa.
MLG = 8,51 + (0,809xP) – (0,178xDAbd) – (0,225xDC)

6) Jordan R Moon et al., 2009 comparou fórmulas preditivas


para obtenção da densidade corporal e %gordura de jovens
com idade média de 20 anos, participantes das ligas de
vôlei, softbol e atletismo, concluindo que Jackson et al.
(1980), já exposta anteriormente, teria o cálculo mais
fidedigno para esse público.

7) Lozano et al. (2018) validou a porcentagem de gordura


corporal de mulheres jogadoras de futebol na faixa etária
entre 12 e 14 anos utilizando como parâmetros as dobras
cutâneas tricipital e suprailíaca, além da variável de sexo,
onde mulher = 0.
%BF = 11,115 + [0,775x(DT)] + [0,193x(DSI)] –
[1,606x(sex)]

8) Warner et al. (2004) desenvolveu e validou uma fórmula para


o cálculo da massa livre de gordura e %gordura de mulheres
do atletismo com idade média entre 18 e 22 anos. Utilizou
parâmetros de peso e dobras cutâneas do abdômen e da
coxa.
MLG = 8,51 + (0,809xP) – (0,178xDAbd) – (0,225xDC)
%BF = [(Peso-MLG)/Peso]x100

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9) Evans et al. (2005) desenvolveu e validou duas fórmulas
utilizando dobras cutâneas como parâmetro para obtenção
de % gordura de mulheres e homens, brancos e pretos, com
idade média entre 18 e 23 anos, participantes das ligas de
futebol, basquete, natação, vôlei e atletismo. Uma das
fórmulas conta com o uso de três dobras (abdominal,
tricipital e da coxa) e a segunda com sete dobras cutâneas
(abdominal, tricipital, subescapular, suprailíaca, do tórax,
média axilar e da coxa). Ambas utilizaram a variável sexo,
mulher (0) e homem (0), e a variável raça, branco (0) e preto
(1).
%BF = 8,997 + [0,24658x(Dabd+Dt+Dc)] – [6,343x(sexo)]
– [1,998x(raça)];
%BF = 10,566 +
[0,12077x(Dabd+Dt+Dc+Dse+Dsi+Dtorax+Dm.maxilar)] –
[8,057(sexo)] – [2,545x(raça)].

10) Forsyth & Sinning (1973) formularam cálculos para


densidade corporal e % gordura que foram validados 2000
por Heyward e Stolarczyk em um estudo de 2000,
especificando as fórmulas para homens atletas na faixa
etária de 14 a 19 anos. Utilizaram como parâmetros
antropométricos para os cálculos as dobras cutâneas
tricipital, axilar média, abdominal e subescapular. Para
densidade: D = 1,10647 – 0,00162 (DCSE) – 0,00144 (DCA)
– (0,00077 (DCT) + 0,00071 (DAM);

Para %gordura: (13-16anos)% G = [( 5,07 / D) – 4,64 ] x 100


(17-19anos)% G = [( 4,99 / D) – 4,55 ] x 100

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11) Katch & McArdle (1973) tiveram sua fórmula de
densidade corporal validada com melhor especificidade para
atletas jovens (13 a 18 anos) masculinos de luta no ano 2000
por Heyward e Stolarczyk. Em sua fórmula utilizam como
variáveis as circunferências do braço, do antebraço e do
abdômen médio.
D = 1,12691 – 0,00357 (C braço) – 0,00127 ( C ab) +
0,00524 (C antebraço).
A % gordura pode ser obtida a partir do cálculo da
densidade, aplicando seu resultado na seguinte fórmula:
(13-16anos)% G = [( 5,07 / D) – 4,64 ] x 100
(17-19anos)% G = [( 4,99 / D) – 4,55 ] x 100

12) Lozano et al. (2018) elaborou e validou fórmula preditiva


para cálculo de %gordura corporal em jovens jogadores de
futebol, com idade entre 12 e 14 anos. Utilizou como
variáveis, além do sexo (homem = 1) as dobras cutâneas
tricipital e suprailíaca.
%BF = 11,115 + [0,775x(DT)] + [0,193x(DSI)] –
[1,606x(sex)]

13) Heyward e Stolarczyk (2000) validaram como melhor


alternativa para predição da densidade corporal de homens
jovens atletas a fórmula de Jackson & Pollock (1978), a qual
utiliza o somatório de sete dobras cutâneas (peitoral,
abdômen, coxa, tríceps, subescapular, suprailíaca anterior,
axilar média) como variável, além da idade.
D = 1,112 – 0,00043499 (Σ7 Doc) + 0,00000055 (Σ7 Doc)² -
0,00028826 (idade).

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E para a conversão da densidade em % de gordura: % G =
[( 4,95 / D) – 4,50 ] x 100

14) Munguia-Izquierdo et al. (2018) teve sua fórmula preditiva


de %gordura corporal validada como excelente opção para
o público de jovens espanhóis jogadores de futebol, com
idade entre 16 e 18 anos. Utilizou como variáveis
antropométricos as dobras cutâneas tricipital e
subescapular.
%BF = 3.867 + (0.516 x DSE) + (0.461 x DCT)

15) Heyward e Stolarczyk (2000) validaram como melhor


alternativa para predição da % gordura de homens jovens
americanos, jugadores de futebol a fórmula de Hortobagyi,
Israel, Houmard, O’Brien et al. (1992) que utiliza como
variáveis antropométricas peso e altura.
% G = 55,2 + 0,481 (PC) – 0,468 (AL)

16) Thorland, W. G., Johnson, G. O., & Housh, T. J. (1993).


Fizeram estudo comparativo entre fórmulas preditivas de %
gordura corporal e DEXA para jovens (16 a 18 anos) negros
praticantes de atletismo, obtendo como cálculo mais realista
o obtido pela fórmula de Schutte, J.E. etal. (1984) que usa
como variável a densidade corporal do indivíduo.
% BF= [(437.4 / BD) - 392.81]

17) Heyward e Stolarczyk (2000) também avaliaram a melhor


fórmula preditiva de densidade corporal para lutadores
universitários do sexo masculino. Obtendo como resposta a

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fórmula de Lohman (1981) que utiliza como variáveis o
somatório das dobras cutâneas tricipital, subescapular e do
abdômen.
D = 1,0973 – 0,000815 (Σ3 Doc) + 0,00000084 (Σ3 Doc)²
Para a conversão da densidade em % gordura, aplica-se o
resultado na fórmula:
(17-19 anos)% G = [( 4,99 / D) – 4,55 ] x 100
( ≥ 20 anos)%G = [( 4,95 / D) – 4,50 ] x 100

18) Ainda no mesmo estudo foi validade fórmula para cálculo


mais fidedigno da % gordura de lutadores universitários do
sexo masculino. Foi reconhecida, portanto, o cálculo de
Tipton & Oppliger (1984) que utiliza as dobras cutâneas
peitoral, subescapular, tríceps, suprailíaca, abdominal e da
coxa.
% G = 0,148 (DCP) + 0,075 (DCSE) + 0,077 (DCT) + 0,160
(DCSI) + 0,152 (DCA) + 0,102 (DCC)

19) R. T. Withers, N. P. Craig, P. C. Bourdon, e K. I. Norton


(1987) em estudo comparativo validou duas fórmulas de
predição para densidade corporal de homens praticantes de
vôlei (17 a 24 anos), natação (15 a 18 anos) e ciclismo (18 a
26 anos). A primeira de Jackson & Pollock (1978), utilizando
como variável sete dobras cutâneas (peitoral, abdômen,
coxa, tríceps, subescapular, suprailíaca anterior, axilar
média), demonstrou a seguinte fórmula:
D = 1,112 – 0,00043499 (Σ7 Doc) + 0,00000055 (Σ7 Doc)² -
0,00028826 (idade);
Com conversão de densidade para % gordura através de:
% G = [( 4,95 / D) – 4,50 ] x 100

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A segunda fórmula utiliza como variáveis as circunferências
do braço, antebraço e do abdômen médio, elaborada por
Katch & McArdle (1973).
D = 1,12691 – 0,00357 (C braço) – 0,00127 (C ab) +
0,00524 (C antebraço);
Com conversão de densidade para %gordura através de:
% G (17-19 anos) = [( 4,99 / D) – 4,55 ] x 100

20) EVANS, ELLEN M., et al , 2005 elaborou para homens


jovens, atletas de futebol, basquete, vôlei natação e
atletismo na faixa etária de 18 a 23 anos, duas fórmulas de
predição da %gordura corporal com resultados
significativamente semelhantes aos obtidos pelo exame do
DEXA. As fórmula são conhecidas como 3SKF por contar
com três diferentes dobras cutâneas (abdominal, tricipital e
da coxa) e 7SKF por contar com sete dobras (abdominal,
tricipital, subescapular, suprailíaca, do tórax, média axilar e
da coxa), além da variável sexo (home = 1; mulher = 0) e
raça (preto = 1; branco = 0).
%BF = 8,997 + [0,24658x(Dabd+Dt+Dc)] – [6,343x(sexo)]
– [1,998x(raça)]

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Garret e Kirkendall, de forma resumida apresentam uma
tabela com os perfis de composição corporal ideais para
cada tipo de esporte.

Stewart e Hannan (2000) realizaram um estudo comparando a


capacidade da análise da impedância bioelétrica e da antropometria
para predizer a massa gorda e a massa livre de gordura em uma
amostra de 82 atletas do sexo masculino, praticantes de uma ampla
variedade de esportes, usando a absorptiometria por raios X de dupla
energia (DEXA) como método de referência. A porcentagem de
gordura medida pelo DEXA foi de 10,9 ± 4,9% (média ± s), e a massa

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gorda foi prevista com um erro padrão da estimativa de 1,7 kg para
pregas cutâneas e 2,8 kg para análise de impedância bioelétrica (P
<0,001). A massa isenta de gordura foi prevista com um erro padrão
da estimativa de 1,7 kg para antropometria e 2,6 kg para análise de
impedância bioelétrica (P <0,001). A regressão de várias dobras
cutâneas individuais e de seu somatório, para examinar o efeito das
combinações de seleção de dobras cutâneas por regressão passo a
passo, produziu uma previsão ideal de massa gorda usando as
dobras cutâneas da coxa e do abdômen, e uma previsão ideal de
massa livre de gordura usando as dobras da coxa, abdômen e
suprailíaca. Esses resultados sugerem que a antropometria oferece
uma maneira melhor de avaliar a composição corporal em atletas do
que a análise de impedância bioelétrica. As fórmulas de predição
para o cálculo com variáveis antropométricos utilizados no estudo
foram:

De 20-29 anos (Durnin and Womersley, 1974): BD = 1.1631 -


0.0632log (biceps + triceps + subscapular + suprailiaca);

De 30-39 anos (Durnin and Womersley, 1974): BD = 1.1422 -


0.0544log (biceps + triceps + subscapular + suprailiaca);

Jackson and Pollock, 1978: BD = 1.10938 - 0.0008267 (peitoral +


abdominal + coxa) + 0.0000016 (peitoral + abdominal + coxa)² -
0.0002574 (Idade);

De maneira que Jackson and Pollock (1978) foi o que melhor


descreveu o total de gordura em atletas.

Foi indicada para a obtenção da %gordura o uso da fórmula de Siri


(1956): %G = [(4.95/BD) - 4.5] x 100

Guarrido-Chamorro et alt. (2012) realizou um estudo com 2500


jovens atletas caucasianos, de ambos os sexos, visando apresentar

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valores de referência para as dobras, já que esse parâmetro em
diferentes partes do corpo são ocasionalmente usados nas equações
de previsão para calcular a gordura, além de ser um parâmetro crítico
que condiciona o desempenho esportivo ideal e, até então, não
haverem valores de referência das dobras cutâneas nos principais
atletas. Foram aplicadas seis somas de dobras cutâneas e somas
parciais de diferentes segmentos corporais (superior, tronco e
inferior). Os dados mostram que os maiores valores de dobras
cutâneas foram observados para panturrilha e abdômen, e o menor
valor para subescapular. As mulheres apresentaram maiores dobras
cutâneas que os homens. Quanto às somas parciais, os segmentos
tronco e parte inferior do corpo apresentaram os maiores escores.
Indivíduos praticantes de hóquei, handebol, futebol de salão, remo,
mergulho e tênis de mesa apresentaram os maiores percentuais de
gordura. Em conclusão, o cálculo da massa gordurosa em atletas
deve considerar a soma das seis dobras cutâneas – tricipital,
subescapular, suprailíaca, abdominal, coxa e panturrilha. Além disso,
a gordura corporal tende a ser localizada no tronco e nos segmentos
inferiores do corpo em atletas e varia de acordo com o sexo e a
disciplina esportiva.

Uma revisão do status atual da avaliação da composição


corporal no esporte, realizada em 2012 por Ackland et al. demonstrou
que homens praticantes de corrida de média e longa distância,
ginástica, triatlo, remo (leve intensidade) e salto com vara
apresentaram dobras cutâneas menos expressivas que os
praticantes de orientação (desporto individual ou de duplas que tem
como objetivo percorrer uma determinada distância em terreno
variado e desconhecido, obrigando os atletas a passar por
determinados pontos no terreno e descritos num mapa distribuído a

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cada concorrente), natação, mergulho e ciclismo em pista. Já em
relação as mulheres atletas, foi identificada que as ginastas eram as
que apresentavam menores valores de dobras cutâneas, seguidas
das atletas corredoras de longa distância. Enquanto as ciclistas,
atletas de triatlo e de salto ornamental foram as que apresentaram
dobras cutâneas mais expressivas.

SOMATOTIPOS
O somatotipo é uma técnica usada para avaliar a forma e a
composição corporal ou o físico de indivíduos, sendo o método
Heath-Carter (1990) o mais utilizado. Um somatótipo é expresso em
uma classificação de três números, representando os componentes
endomórficos, mesomórficos e ectomórficos, respectivamente,
sempre na mesma ordem.

O Endomorfo tem predominância relativa de forma


arredondada e de vísceras digestivas grandes. Características
típicas: predominância do abdômen sobre o tórax, ombros altos,
pescoço curto. O cálculo para endomorfia, de acordo com Heath-
Carter (1990), é:

0,1451*(X) – 0,00068*(X)² + 0,0000014*(X)³ - 0,718

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O mesomorfo tem predominância relativa dos tecidos muscular,
ósseo e conjuntivo, sendo a musculatura rígida e proeminente, com
destaque para os músculos deltoide e trapézio. Características
típicas: ossos grandes, ombros largos, cintura esguia, tórax grande,
músculos abdominais proeminentes. O cálculo para mesomorfia, de
acordo com Heath-Carter (1990) é:

(0,858 *U) + (0,601 *F) + (0,188*PcB) + 0,161* PcP) – (0,131*E) + 4,5

Em que: - PcB = PB – (DCT / 10) - PcP = PP – (DCPn / 10)

O ectomorfo é caracterizado pela linearidade e fragilidade, com


uma grande relação entre a área superficial e a massa corporal.
Caraterísticas típicas: ossos de pequeno diâmetro, músculos
delgados, MMSSII são relativamente longos, tórax curto, ombros
estreitos e caídos, sem predominância muscular. O seu índice
ponderal, de acordo com Heath-Carter (1990), é:

Estatura (cm) / 3√𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝐾𝑔)

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Valores de escala do somatotipo de Heath-Carter

Se qualquer componente for


igual a zero ou negativo,
será designado o valor 0,1

Ectomorfo Mesomorfo Endomorfo

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DISTRIBUIÇÃO DE SOMATOTIPOS EM ATLETAS
FEMININAS

O esquema geral de somatotipos de atletas femininas expõe


que a maioria das atletas de categorias distintas de esporte se
enquandram em um perfil mesomorfo, com alguns casos de justa-
posição (endo-mesomorfo e ecto-mesomorfo).

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DISTRIBUIÇÃO DE SOMATOTIPOS EM ATLETAS
MASCULINOS

O esquema geral de somatotipos de atletas masculinos expõe


que a maioria dos atletas de categorias distintas de esporte se
enquadram em um perfil mesomorfo e ecto-mesomorfo.

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VARIAÇÃO DE COMPOSIÇÃO CORPORAL NOS
DIFERENTES ESPORTE

Diferentes esportes exigem treinamentos distintos para um


melhor desempenho do atleta. Ao longo do tempo, percebeu-se que
esportes grupais, com posicionamento variável entre os atletas
exigiam diferentes características desses indivíduos. Assim,
inúmeros estudos foram realizados correlacionando a composição
corporal de atletas de diferentes posições em um mesmo esporte,
diferentes idades e níveis de treinamento.

• FUTEBOL

Foi realizado um estudo de revisão que buscou compreender


os requisitos específicos de gordura corporal de jogadores de futebol
de diferentes níveis competitivos, posições de jogo e categorias de
idade pode fornecer informações detalhadas sobre o que é realmente
necessário para o sucesso competitivo. Como resultado, foi
demonstrado que os goleiros eram os que apresentavam maior %
gordura corporal, seguido dos jugadores de defesa. Os meio
campistas foram os que apresentaram menor % de gordura, junto
aos atacantes. Em comparação ao nível de treinamento dos atletas,
os jogadores de elite apresentaram menor % de gordura corporal,
comparado aos amadores. Quanto à idade não houve significância
nas diferenças de gordura da composição corporal.

• BASQUETE

Um outro estudo avaliou jogadores de basquete para


compreender diferenças antropométricas entre jogadores jovens e de
elite. Demonstrou que os jogadores jovens apresentaram maior

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variabilidade de estatura, mesmo quando ocupavam as mesmas
posições de jogo, quando comparados aos jogadores de elite. Além
disso, ao se analisar a extensão do braço – característica que fornece
maior vantagem de jogo para a seleção dos jogadores – percebeu-
se que ambas as categorias de times apresentavam os jogadores de
centro com a maior extensão de braço. Outro parâmetro avaliado foi
a largura de ombro dos jogadores, que no time jovem apresentou
significância diferença, com os jogadores de centro e ataque
mostrando maior largura do ombro, enquanto não houve diferenças
significantes para os jogadores de elite. Ao realizar os cálculos de
perfil somático, foi demonstrado que enquanto os jogadores jovens
apresentavam um perfil mais mesomorfo e ectomorfo, os atletas de
elite estavam concentrados em um perfil mesomorfo mais
balanceado, mostrando uma maior maturação de sua estrutura
corporal.

• VOLÊI

Em artigo recente foram avaliadas 73 atletas de vôlei com idade


entre 18 e 24 anos para análise da composição corporal entre as
posições das jogadoras de vôlei por Pleitismografia. Os achados
mostraram que jogadoras de defesa e libero apresentavam menor %
gordura corporal e massa corpórea, em relação as jogadoras de meio
e bloqueadoras. Tais respostas condizem com outros estudos e com
as necessidades de estrategia de jogo para cada posição, onde
jogadoras de defesa/libero precisam de ênfase na agilidade,
velocidade e habilidade na organização dos jogos, enquanto
jogadoras de meio/bloqueio precisam de maior arranque, força e
altura, e as levantadoras necessitam de baixo centro de massa para
auxiliar com rapidez o direcionamento da bola para o líbero.

• LUTA

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A composição corporal também passou a ser vista no esporte
como uma estratégia de agrupamento e seletividade de atletas. No
judô, por exemplo, visando um melhor equilibrio entre as categorías
competitivas, iniciou-se uma busca por melhores parâmetros
comparativos entre atletas, para competições mais justas. Nessa
perspectiva, para avaliar a maturação biológica dos atletas de judô,
foi realizado um estudo avaliando seu perfil somático e medidas
antropométricas – características associadas ao crescimento
corporal e a maturação biológica afetando mais significativamente no
desempenho físico –, além de testes de agilidade, desempenho
aeróbico e força muscular. Como resultado, demonstrou-se que as
medidas antropométricas (massa livre de gordura, estatura, extensão
de braço, força de prensão manual e comprimento dos membros
inferiores) estão diretamente relacionadas com o nível de maturação
biológica do individuo, determinando seu melhor ou pior rendimento
no esporte.

Outro estudo, também realizado com atletas de luta (judô, jiu-


jitsu, taekwondo, kickboxing, karatê e luta livre) foi realizado para
avaliar o somatotipo e a antropometría dentro das diferentes
categorias esportivas. Após avaliação de todos os indivíduos, eles
foram classificados em três blocos ( PC1, PC2, PC3) onde:

PC1: indivíduos com maior massa corporal, circunferencia de


peito, quadril braço flexionado/antebraço e máxima da coxa.
Indicando maior tamanho de corpo e da musculatura;

PC2: indivíduos com maior altura e comprimento de


extremidades inferiores, e menor comprimento de extremidade
superior e extensão de braço. Indicando um perfil mais slin nas
extremidades e maior acúmulo de tecido adiposo no tronco;

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PC3: indivíduos com menores valores de dobras subescapular
e de panturrilha, além de menores circunferências de panturrilha e
braço;

O resultado foi expresso, portanto em um gráfico 3D e no


gráfico de somatotipo para o melhor equadramento do perfil corporal
dos atletas em questão. Dessa forma, constatou-se que praticantes
de JUDÔ, JIU-JITSU, e KICKBOXING apresentam perfil mais
mesomorfo/endo-mesomorfo, com maior altura, volume muscular e
força. Já os praticantes de LUTA LIVRE, TAEKWONDO e KARATÊ
possuem um somatotipo mais ectomorfo, apresentando maior
flexibildade, agilidades e coordenação motora.

Em 2019 foi publicado um estudo prospectivo com mulheres


judocas a fim de estabelecer relação entre IDADE, SOMATOTIPO e
ADAPTAÇÕES CORPORAIS. O início da pesquisa ocorreu quando
as atletas tinham em média 16 anos, e estas foram reavaliadas 4
anos depois para comparação dos resultados. Foi demonstrado uma
diferença estatística significativa em relação a massa corporal,
estatura e IMC. Houve aumento significativo da massa livre de
gordura e da gordura em quilogramas e porcentagem e diminuição
da % massa livre de gordura. Além disso, foi notório o aumento de
todas as circunferências e dobras cutâneas, com exceção da do
braço. Conclui-se, portanto, que nos 4 anos de amadurecimento e
crescimento físico, acompanhados de treinamento específico no
judô, houve aumento nos componentes ENDOMORFICOS das
atletas, e manutenção dos componentes ECTOMÓRFICOS.

• CORRIDA

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Foi realizado estudo descritivo com objetivo de documentar os
parâmetros antropométricos de corredores de 10.000 metros e
descobrir a associação entre esses parâmetros e o desempenho dos
atletas. De forma que foi encontrada associação positiva significativa
do peso corporal com o tempo de corrida em ambos os sexos e da
altura com o tempo de corrida para o sexo masculino. Notou-se
também que circunferências menores do braço e da panturrilha têm
um efeito positivo no desempenho de ambos os sexos e que uma
menor circunferência da coxa tem associação positiva com o
desempenho de corrida para o sexo masculino. Assim, os
parâmetros antropométricos mostram-se úteis para seleção,
previsão, melhorando o desempenho da corrida, além de prevenir
lesões e avaliar riscos à saúde.

Outro artigo publicou uma pesquisa com 85 atletas de corrida


de ambos os sexos, com idade média de 28 anos e IMC médio de
24kg/m², os quais foram submetidos a teste em esteira para descobrir
velocidades submáximas. Foram realizadas medições de
antropometria, incluindo comprimentos de segmento, perímetros,
massas e momentos de inércia (MoI) e composição corporal foram
obtidos usando fita medições e DEXA. Ao final da pesquisa se
constatou que nos homens, os parâmetros avaliados mais
significativos foram a %massa óssea e perímetro do quadril no gasto
energético relativo. Já nas mulheres apenas perímetro do antebraço
foi responsável por 33,3% da variância do custo de energia
locomotora relativa, representando a maior significância dentro dos 6
perímetros que apresentaram correlação. Não houve relação entre
estatura e peso com a RELLEc. Houve ainda uma correlação entre a
massa óssea dos indivíduos e a presença de tecido mole, ou seja, da
massa magra e massa gorda, mostrando correlação negativa. Isso

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significa que quanto maior a % massa óssea, menor será a % de
massa magra e gorda no indivíduo, diminuindo a energia locomotora
relativa. Em relação ao custo de energia locomotora absoluto, pôde-
se observar que a massa óssea foi significativa apenas para
mulheres, enquanto o Mol de pé foi significativo apenas para os
homens. Foi demonstrado, ainda, que quanto maior o IMC, maior o
gasto energético por kg de massa em homens, observando-se
tendência similar para as mulheres. Conclui-se, por tanto, que como
esperado, um tamanho corporal absoluto maior mostrou associações
moderadas a fortes com uma economia de corrida absoluta e as
medidas antropométricas indicativas de um corpo esbelto parecem
ser importantes para a economia do custo energético de locomoção
relativo.

Nenhuma das medidas de perímetro específico apresentou


correlações tão altas com o ABSLEc quanto o índice geral, talvez
devido à maior confiabilidade do valor geral ou ao fato de perímetros
maiores de todos os segmentos corporais contribuírem para
aumentar o ABSLEc do corpo inteiro. Assim, com base nos achados
do presente estudo, o físico mais magro dos corredores de elite pode
explicar, pelo menos em parte, sua melhor economia de corrida. Para
um cenário ideal de composição corporal para a melhoria na
economia e no desempenho da corrida é preciso manter a massa
gorda no mínimo necessário para a saúde do atleta e ter a quantidade
mínima de massa muscular necessária para manter uma velocidade
de corrida sem afetar a oferta de oxigênio.

Um estudo bem recente, do presente ano, avaliou 90 homens


jovens (17 a 23 anos) atletas de corrida de média e longa distância,
utilizando variáveis antropométrias, composição corporal e
somatotipo. Foi identificado que corredores de média distância eram

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significativamente mais altos e pesados do que os corredores de
longa distância. Porém, não foram encontradas diferenças
significativas no IMC entre os dois grupos. Também encontrou-se
prevalência de maiores circunferências do braço relaxado e
flexionado dos corredores de média distância, em comparação aos
de longa distância. O somatotipo médio dos indivíduos foi definido
como ecto-mesomorfo, não havendo diferença significativa entre os
grupos.

• CICLISMO

Estudo realizado com 24 ciclistas de níveis nacionais,


internacionais e olímpico, buscou identificar grupos de ciclistas
competitivos com base em sua antropometria individual usando
várias medidas antropométricas e avaliar se atletas com uma
antropometria semelhante também competiam na mesma disciplina
de ciclismo. Além disso, foi avaliado as diferenças no desempenho
de sprint e resistência (endurance) entre os clusters antropométricos.
Foi observado que ciclistas de categoria PERSUIT e ROAD tinham
perfil meso-ectomorfo, sendo aqueles com maior expressividade da
ectomorfia os com maior desempenho de resistência, que em
parâmetros antropométricos apresentavam menor quantidade de
massa gorda e maior de massa muscular, além de menor superfície
corporal. Enquanto isso, os VELOCISTAS apresentaram perfil
mesomorfo, demonstrando maior desempenho de sprint, que em
parâmetros antropométricos representava maiores valores de dobras
cutâneas e circunferência corporal, tendo ênfase na circunferência
do braço.

• NATAÇÃO

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Um estudo avaliou 17 nadadores com idade média de 18 anos
e eutróficos em dois momentos – pré e pós temporada –, quanto a
sua composição corporal (massa gorda e magra), densidade óssea
e peso utilizando ultrassom e DEXA, além de realizar questionário de
saúde. O ultrassom avaliou a área de secção transversal muscular
(relacionada a força muscular) e a intensidade do eco pois uma
menor área e maior o eco tem associação com a presença de mais
gordura intramuscular e tecido conjuntivo. No estudo, a área
transversal do músculo e a intensidade de eco melhoraram da pré
para a pós temporada, de forma que houve aumento de massa magra
total e do braço na pós-temporada nos nadadores do sexo feminino,
mostrando melhora no desempenho de sprint. Já nos nadadores de
longa distância essa melhoria foi associada a alterações no conteúdo
mineral ósseo e massa magra, visto que não apresentaram
alterações significativas na composição de gordura corporal. Nos
mergulhadores também houve melhoria de desempenho, porém,
estes não apresentaram alterações no conteúdo mineral ósseo e
massa muscular do braço e entre massa gorda e massa corporal de
forma significativas. A explicação dos achados é simples, o
treinamento em terra e de natação e mergulho mais intensos antes
da temporada possivelmente são os responsáveis pelas mudanças
ocorridas na composição corporal. A melhoria da massa magra está
relacionada a melhoria do desempenho pois esta variável é um
preditor significativo da força de propulsão, que tem grande impacto
no desempenho do esporte. Já a manutenção da massa gorda é ideal
pois a gordura possui densidade menor que a água, o que faz que
uma maior % de gordura seja benéfico, aumentando a flutuabilidade
do atleta, entretanto é importante se atentar para o coeficiente de
arrasto atrelado a uma porcentagem de gordura muito alta.

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• TRIATLO:

Estudo abrangendo alteração de composição muscular,


retenção hídrica e dano muscular em 18 atletas de triatlo – 3 etapas
(natação, cliclismo e corrida) – sendo uma etapa realizada por dia.
Utilizou parâmetros antropométricos, bioimpedância, status de
hidratação, glicose sanguínea e biomarcadores. Os comparativos
foram feitos pré e pós provas. Os achados mostraram que houve uma
diminuição da massa corporal, massa gorda e percentual de gordura
durante a corrida. O percentual de água total do corpo (TBW) e gravit
específico da urina - USG (usado para avaliar hidratação) também
aumentaram. Mostrando, por tanto, forte associação entre as
alterações na massa corporal e alterações no TBW, MLG e USG.
Houve aumento nos biomarcadores cortisol, CK, PCR e aldosterona,
e diminuição na testosterona e relação testosterona:cortisol (T:C).

A compilação desses achados demonstrou uma correlação


negativa entre alterações no cortisol e MLG e alterações na TBW, e
entre os níveis de aldosterona e a alteração na massa corporal. O
aumento da % TBW está diretamente relacionada a uma maior
retenção hídrica, a qual está fisiologicamente correlacionada ao o
aumento da aldosterona. O fato do %TBW ocorrer junto ao aumento
da USG indica uma combinação entre retenção de líquidos e
desidratação podendo acarretar sérios problemas de saúde, entre
eles o dano muscular, que pode ser observado no presente estudo
através do extremo aumento na CK e na PCR. No decorrer dos días
houve dimiuição de massa gorda e aumento de massa magra,
redução do % gordura, aumento da quantidade total de água no
corpo e a USG aumentou. De forma que do ESTÁGIO 1 para o
ESTÁGIO 2 não houve alteração de massa corporal, % gordura,
Massa gorda e USG e entre ESTÁGIOS 2 e 3 houve aumento da

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massa corporal, TBW e MLG. Em relação a dicotomia sexual apenas
as mulheres apresentaram alteração da massa livre de gordura, e
ambos os sexos apresentaram diminuição da massa gorda e %
gordura.

A redução da massa gorda é um evento já esperado devido a


intensidade da atividade. Já o aumento da massa magra não era
esperado, de forma que pode-se atribuir esse evento ao fato de ter-
se utilizado a bioimpedância para aferição do parâmetro, pois a
alteração dos fluidos corporais pode ocasionar erro de resultado no
exame. O estudo mostra, ainda, um aumento das concentrações de
glicose sanguínea, que ocorre de forma gradual a cada estágio do
teste, isso ocorreu possivelmente pelo aumento significativo da
glicemia pós-prandial, podendo está correlacionado aos danos
musculares intensos, à elevação do cortisol ou pelo aumento dos
ácidos graxos livres circulantes.

O estudo conclui, por tanto, que o triatlo resulta em alterações


drásticas na composição corporal, especificamente, a massa gorda
e a %gordura são reduzidas, a %TBW é aumentada e a MLG e a
TBW absoluta são mantidas. Alterações hormonais e biomarcadores
de danos e inflamações musculares indicam danos graves e
potenciais perdas de massa muscular e/ou qualidade, provavelmente
ocultadas pela retenção de líquidos.

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