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TRABALHO DE CONCLUSÃO

DE CURSO II

MEDIAÇÃO X JUIZ JULGADOR:

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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O QUE É MAIS EFETIVO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES? 1

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TRABALHO DE CONCLUSÃO
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Daniela Sabrina Drescher2

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO; 1 O SENTIDO DE FAMÍLIA A PARTIR DA


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988; 2 A
FAMÍLIA NO PODER JUDICIÁRIO; 3 O INSTITUTO DA MEDIAÇÃO NO BRASIL,
E SUA APLICABILIDADE NAS RELAÇÕES FAMILIARES; CONCLUSÃO;
REFERÊNCIAS.

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RESUMO
O presente artigo pretende verificar a efetividade da mediação na resolução dos conflitos familiares
enquanto instrumento pacificador na continuidade da relação entre os integrantes da família. Deste
modo, a mediação nas relações familiares é um instrumento de efetividade de resolução dos conflitos
proporcionando aos envolvidos maior respeito e dignidade aos mesmos, principalmente aos filhos
quando existem, no processo decisório? Ainda, a mediação consegue restabelecer diálogo e respeito
mútuo aos conflitantes e, por consequência, maior qualidade de vida para os litigantes? Por fim ...
Ainda, o presente projeto ajusta-se à linha de pesquisa “Direitos Humanos e Diversidade Cultural’’ do
Curso de Direito da Faculdade Metodista Centenário - FMC, uma vez que aborda as questões
relativas à mediação, tema diretamente ligado à temática desenvolvida na instituição. Nesse enredo,
a partir ...
Palavras-Chave: conflitos familiares; mediação familiar; modelo de jurisdição;

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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

ABSTRACT
Tradução do resumo para a lingua inglesa.Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto
Texto Texto Texto Texto Texto Texto Texto.
KEY WORDS: Texto; Texto; Texto; Texto; Texto.

1
Artigo realizado como requisito de obtenção parcial de aprovação da disciplina de Trabalho Final de
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INTRODUÇÃO

O instituto da mediação familiar tem como finalidade tornar mais efetiva a


resolução dos conflitos decorrentes das relações familiares, através de uma solução
dialógica, enquanto na atividade jurisdicional tradicional, percebe-se o processo
decisório na figura do juiz apenas como julgador, onde não há oportunidade para as
partes dialogarem e construírem uma solução mais pacífica ao caso concreto.

Graduação II, do Curso de Direito da Faculdade Metodista Centenário – FMC, sob a orientação do
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Desse modo, a implementação da mediação busca que as partes entrem em


consenso sobre a solução de um conflito existente, com a participação ativa das
partes no processo decisório pelo viés do verdadeiro exercício da cidadania. Nos
dias atuais, é perceptível uma crise de jurisdição, principalmente no que tange ao
modelo quantitativo das decisões, pois, o Poder Judiciário, por várias vezes, tem
suas sentenças prolatadas sem alcançarem a efetiva qualidade, não extinguindo
efetivamente o conflito, ou seja, não proporcionando o restabelecimento do respeito
e diálogo entre os litigantes.

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Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem como tema os modelos de


jurisdição na resolução de conflitos familiares, que foi assim delimitado: a superação
do modelo tradicional na figura do Juiz julgador pela utilização da mediação nos
conflitos familiares.
A partir do tema proposto, como metodologia de pesquisa, foi utilizado o
método de procedimento bibliográfico, tendo em questão o estudo específico do
tema, através de pesquisas e doutrinas.

Prof. Dr. Rafael Friedrich.


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Foi traçado como problema de pesquisa: Há efetividade na utilização da


mediação para a resolução de conflitos familiares? E para responder tal problema foi
determinado como objetivo geral desta pesquisa construir subsídios teóricos que
permitam verificar se há efetividade da mediação na resolução dos conflitos
familiares enquanto instrumento pacificador na continuidade da relação entre os
integrantes da família. Para atingir tal objetivo, foi determinado como objetivos
específicos: (a) analisar a mudança das famílias a partir da CRFB/88 e seus
principais princípios norteadores; (b) perscrutar dados acerca da existência de

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conflitos nas relações familiares; (c) estudar o instituto da mediação no Brasil e a


possibilidade de utilização nas relações familiares; (d) responder ao problema de
pesquisa, verificando se há efetividade na utilização da mediação para a resolução
de conflitos familiares.
Nos últimos anos, tem-se acompanhado o uso da mediação como
instrumento para a resolução de conflitos, sendo vital verificar se existem mais
vantagens na utilização dessa forma não adversarial para a resolução dos conflitos

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familiares, com a construção de uma solução menos desgastante para os


integrantes da família, principalmente quando se envolve o interesse de um terceiro
(menor de idade), pois conflitos mexem com a vida/psicológico das pessoas, e
também dos que convivem no ciclo familiar.
Para tanto, é necessário analisar a ascensão dos novos modelos de famílias
que surgiram com o fluir dos tempos, seus princípios norteadores, assim como, a
própria existência de conflitos nas relações familiares, para que seja implementado
cada vez mais o diálogo como instrumento pacificador.

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Diante do exposto, evidencia-se a relevância e atualidade do tema, tanto para


os estudiosos de Direito, como também para a comunidade em geral que tenha
interesse em conhecer e entender melhor o instituto da mediação nas relações
familiares como possibilidade de modelo jurisdicional.

1. O SENTIDO DE FAMÍLIA A PARTIR DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

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Acadêmica do Curso de Direito da FMC. Endereço eletrônico: drescher.dani@hotmail.com.
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O conceito de família teve seu início junto com o surgimento da sociedade,


quando o agrupamento de pessoas se tornou necessário para a melhoria da
qualidade de vida, dando início, então, às primeiras famílias (GONÇALVES, 2017).
Embora outras sete constituições antecedam a vigente Carta Magna, nenhuma

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delas protegeu ou sequer deu direitos à instituição familiar como a Constituição

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Federal de 1988 (CF/88).3


Müller (2017) alega que os princípios constitucionais do Direito de Família
trouxeram consigo uma evolução bastante significativa ao ordenamento jurídico
brasileiro. Desses princípios, pode-se destacar o Princípio da Solidariedade Familiar,
que tem a sua origem pelo vínculo afetivo, onde a solidariedade é o que se deve ao
outro. Assim, os conceitos de reciprocidade e fraternidade são os que sustentam os
laços que constituem a família. Observa-se o caso de crianças e adolescentes, as
responsabilidades que são básicas cabem à família, depois a sociedade e, por fim,

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ao Estado, como dispõe no artigo 227 da Constituição da República Federativa do


Brasil de 1988 (MARTINS, 2017).
Do Princípio da Solidariedade, tem-se o dever de assistência dos pais aos
filhos, conforme dispõe o artigo 229 da CF/88: “Art. 229. Os pais têm o dever de
assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade” (BRASIL, 1988).
Já, o artigo 230 da CF/88 também prevê o amparo a pessoas idosas:

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Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
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Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as


pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988).

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Tartuce (2007) diz que, desse modo, gera-se a solidariedade, assistência


moral, material e o amparo mutuamente entre os membros da família, constituindo-
se responsabilidade entre a família, sociedade e o Estado.
Nessa esteira, destaca-se o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, pois
é também um dos mais importantes princípios do ordenamento jurídico brasileiro,
onde coloca as pessoas no centro da proteção de seus direitos e é atribuído o dever
de se receber proteção, respeito e intocabilidade (GONÇALVES, 2017).

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Conforme Müller (2017), o direito humano está ligado ao direito de família,


baseado na dignidade da pessoa humana, onde todos são tratados igualmente sem
nenhum tipo de distinção dos tipos e formações de constituição de família.
O artigo 1º, inciso III da CF/88 dispõe:

Art. 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração


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III - a dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1988). 4

Cabe à ordem constitucional a proteção para todos, independentemente da


sua origem, assim, se faça que várias entidades familiares tenham mais amor,
união, afeto, confiança e respeito, possibilitando, com isso, o desenvolvimento social
dos mesmos.
Tartuce (2007) destaca outro princípio de suma importância que é o Princípio
de Igualdade entre os filhos. Sabe-se que, nos tempos passados, os filhos havidos
fora do casamento eram tratados com diferença dos legítimos, não havia isonomia
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entre eles. Com a implantação da CF/88 e deste princípio, a falta desta isonomia
veio a cessar-se. O artigo 227, § 6º, da CF/88 dispõe:

“Artigo 227, § 6º: ‘Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou


por adoção terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação’”.5

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Juridicamente, em suma, todos os filhos são iguais, estes havidos ou não na


constância do casamento. Essa igualdade engloba também filhos adotivos, os
havidos por inseminação e os biológicos.
De acordo com Tartuce (2007), a vista disso, não se utiliza mais expressões
discriminatórias como filho incestuoso, bastardo e adulterino, dado que,
juridicamente, todos os filhos são iguais. E não é mais admitida qualquer forma de
distinção jurídica, assim, sob pena da lei.

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Müller (2017) também destaca o Princípio da Proteção Integral às Crianças,


Adolescentes e Idosos, que, como os outros princípios estudados, estabelece o
dever de a família, o Estado e a sociedade assegurar à criança e ao adolescente o
direito à dignidade, vida, segurança, saúde, liberdade, alimentação, respeito e
também convivência familiar e social. Também estabelece o dever de mantê-los a
salvos de todo preconceito, de qualquer tipo de violência, exploração, opressão e
tratamento cruel. Muitas vezes a intervenção do Estado se faz necessária para

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei


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assegurar o bem-estar da criança e do adolescente e também o direito à dignidade e


ao desenvolvimento integral.
Também para Müller (2017), a implementação das garantias mencionadas
consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990). O referido
estatuto é conduzido pelo Princípio da Proteção Integral, paternidade responsável,
assim com o intuito de guiar o menor à maioridade de maneira que seja responsável,
que seja o condutor da sua própria vida e capaz de gozar de seus direitos
fundamentais.

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Ainda sobre princípios constitucionais, é vedada também a discriminação em


razão de idade, como a proteção especial ao idoso. Dessa forma, é atribuído à
família, à sociedade e ao Estado o dever de assegurar ao idoso respectivo cuidado
necessário, bem como bem-estar, garantia à dignidade e principalmente à vida.
Em relação a essas garantias, alude a CF/88 em seu artigo 230:

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Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as


pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988).

Para que essas garantias sejam efetivadas de fato, se faz necessário que o
Estado adote políticas de amparo para idosos, como, por exemplo, atendimento
preferencial nos hospitais e em filas, transporte gratuito acima de 60 anos, assentos

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identificados no transporte coletivo, planos de saúde não podem reajustar o valor por
mudança de faixa etária, entre outros.
Por último, tem-se o Princípio do Pluralismo das Entidades Familiares que,
com a CF/88, começou a considerar-se a possibilidade do pluralismo familiar,
significando que, com o passar dos anos, as famílias passaram a ter diferentes
estruturações. Outrora, apenas o matrimônio era digno da proteção do Estado,

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
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outros vínculos eram totalmente ignorados, assim sendo condenados à


invisibilidade.
Há na atualidade um novo conceito de modelo familiar, baseado no afeto,
onde, independente da forma que é apresentado, este novo conceito abrange a ideia
que famílias se formem a partir do elo da afetividade.
Yassue (2010) adverte que, com o a advento da CF/88 e o passar dos anos, a
família brasileira sofreu grandes transformações na sua formação, vindo a ter
diversos modelos de composição, já que a Família Matrimonial era o único tipo de

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família reconhecido por lei e com proteção jurídica no ordenamento jurídico


brasileiro.
Aos poucos, novos formatos familiares foram surgindo e, necessariamente,
sendo tutelados pelo ordenamento jurídico, passando, assim, a reconhecer a Família
Informal, que é decorrente da União Estável, Família Monoparental, formada apenas
por um dos pais e seu(s) filho(s). Destaca-se que a separação ou a morte são as
principais causas da monoparentalidade.

como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.


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Ainda, há também a família Anaparental que é formada apenas por irmãos.


Chama-se atenção para as famílias reconstruídas, recompostas ou Mosaico, que
são aquelas formadas a partir da união de casais onde um ou dois dos cônjuges
possuem filhos da união anterior.
Já a família Eudemonista, tem como base o afeto recíproco entre seus
membros, dos laços consanguíneos. A doutrina também traz a família unipessoal
independentemente, sendo aquela formada por apenas uma pessoa, ocorre de
pessoas viúvas ou solteiras que moram sozinhas.

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De outro lado, tem-se a família paralela ou simultânea, caracterizada pela


mera sociedade de fato, chamado de concubinato, assegurada nos termos do art.
1.727 do Código Civil.6
Outro formato familiar que surgiu são as famílias homoafetivas, onde foi
julgado pelo Supremo Tribunal Federal a Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental 132 e Ação Direta Inconstitucionalidade 4.277, que, em 2011,
reconheceu como entidade familiar a família homoafetiva, formada por pessoas do

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mesmo sexo, seguida pela Resolução nº 175/2013 Conselho Nacional Justiça, assim
possibilitando o casamento civil, com os mesmos direitos garantidos em casamentos
heterossexuais.
Geralmente, quando é abordado o tema “família”, é pensado o modelo
tradicional, onde homem e mulher são unidos por matrimônio e assim tem o intuito
de gerar filhos. Desse modo, Dias (2017, p. 146) elucida o conceito atual de família:

Conceito atual de família: Difícil encontrar uma definição de família de forma


a dimensionar o que, no contexto dos dias de hoje, se insere nesse
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conceito. Sempre vem à mente a imagem da família patriarcal: o homem


como figura central, tendo a esposa ao lado, rodeado de filhos, genros,
noras e netos. Essa visão hierarquizada da família sofreu enormes
transformações. Além da significativa diminuição do número de seus
componentes, houve verdadeiro embaralhamento de papéis. A
emancipação feminina e o ingresso da mulher no mercado de trabalho a
levaram para fora do lar. Deixou o homem de ser o provedor exclusivo da
família, e foi exigida sua participação nas atividades domésticas.

Desse modo, o autor elucida que atualmente tornou-se difícil definir uma
forma exata de família, pois há muita diversidade em sua formação; porém todas as

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
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famílias têm algo em comum: são nutridas pelo afeto (DIAS, 2017). Nesse aspecto,
observa-se que, a partir da CF/1988, o Brasil migrou para um novo sentido de
família, não mais vinculado aos conceitos tradicionais e sanguíneos, agora superado
por relações de solidariedade e afetividade recíproca entre todos os seus
integrantes, sejam crianças, adultos ou idosos, nos seus mais diversos vínculos.

2. A FAMÍLIA NO PODER JUDICIÁRIO

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É condição natural da vida humana a existência de pensamentos divergentes,


em qualquer tipo de relação que se estabeleça, mesmo que em relações familiares;
na bem da verdade, a convivência próxima e íntima em uma relação familiar propicia
que os diálogos sejam ainda mais francos e, por vezes, conflituosos.
Segundo VASCONCELOS (2008), o conflito decorre de expectativas, valores
e interesses contrariados, algo natural da condição humana, que acaba por colocar
a outra parte em disputa, como se adversário fosse, infiel ou inimigo. Para o autor, é

seus descendentes.
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o estado emocional que estimula a polarização e dificulta a percepção de interesse


comum.
Foi nesse enredo que, antes de verificar as possibilidades promovidas pelo
instituto da mediação familiar, tornou-se imperioso buscar dados que demonstrem
se, de fato, chegam ao poder judiciário pedidos de tutela para litígios familiares. Tal
busca, está enredada na simples necessidade de constatação da utilidade da
medição familiar, pois, se não existirem conflitos, não haverá necessidade de
composição dos mesmos.

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Para tanto, a fim de alcançar os objetivos do presente artigo e responder ao


problema de pesquisa proposto, foram perscrutados dados junto ao site eletrônico
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, relativos aos últimos 05
anos, utilizando-se como filtro de busca as ações distribuídas e julgadas, tendo
como matéria assuntos “família”, “criança e adolescente”, “sucessões” e “união
estável”, pois são as matérias que envolvem o direito de família e permitirão verificar

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a (in)existência de conflitos, o que se demonstrará na forma de percentuais e


gráficos.
Conforme se observa do Gráfico 01, em que pese o sistema judicial e
extrajudicial tenha implementado diversas medidas de resolução pacífica de
conflitos, ainda assim, nos últimos 05 anos, ocorreu significativo crescimento no
número de processos distribuídos, pela jurisdição tradicional, importando em
praticamente a dobra de números, pois no ano de 2015 os processos novos relativos

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as matérias pesquisadas representavam 13% do total de ações, enquanto, no ano


de 2019 representou 24%, veja-se:

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e
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Novos Processos

13% 2019
24%
2018
2017
16% 2016
2015

23%
40
24%
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Gráfico 01
No mesmo ritmo, se depreende do Gráfico 02, que o número de processos
julgados cresceu proporcionalmente, à suba de processos distribuídos.

pela mulher.
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Processos Julgados

14% 2019
24%
2018
2017
16% 2016
2015

23%
42
24%
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Gráfico 02

De forma detalhada, os dados que seguem evidenciam o quanto tem crescido


percentualmente a necessidade de prestação de tutela pelo Estado para atender as
demandas familiares, não estando computadas aqui, as diversas soluções
extrajudiciais que tem sido possibilitadas pela legislação, pelo menos nos últimos 10
anos.

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2019 Novos Julgados

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Família 6,89 6,15


Direito da Criança e do Adolescente 4,24 4,58
Sucessões 1,07 1,01
União Estável 0,73 0,72
TOTAL 12,93 12,46

2018 Novos Julgados


Família 5,71 5,27
Direito da Criança e do Adolescente 5,27 4,98
Sucessões 0,93 0,9
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
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União Estável 0,83 0,8


TOTAL 12,74 11,95

2017 Novos Julgados


Família 5,11 4,84
Direito da Criança e do Adolescente 6,58 6,2
Sucessões 0,77 0,68
União Estável 0,69 0,62
TOTAL 13,15 12,34

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2016 Novos Julgados


Família 3,45 3,26
Direito da Criança e do Adolescente 4,25 3,81
Sucessões 0,62 0,61
União Estável 0,46 0,42
TOTAL 8,78 8,1

2015 Novos Julgados


Família 3,12 3,14
Direito da Criança e do Adolescente 3,03 3,15

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Sucessões 0,61 0,61


União Estável 0,4 0,4
TOTAL 7,16 7,3

Os dados coletados referentes aos últimos 05 anos no Tribunal de Justiça do


Estado do Rio Grande do Sul tornam de claridade solar que as formas tradicionais
de resolução de conflitos não têm sido bem-sucedidas, ao passo que, ainda que
tenha crescido o movimento em direção às medidas extrajudiciais, a tutela judicial
praticamente dobrou no período.
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3. O INSTITUTO DA MEDIAÇÃO NO BRASIL E SUA APLICABILIDADE NAS


RELAÇÕES FAMILIARES

Para VASCONCELOS (2008), o conflito não é algo que deva ser encarado
negativamente, pois, a partir da neutralização do estado emocional, é possível
perceber a existência de interesses comuns, sendo valoroso que cada pessoa seja
dotada de originalidade única, com experiências e circunstâncias existenciais

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o


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TRABALHO DE CONCLUSÃO
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personalíssimas. Assim, é possível que, a partir de uma relação conflituosa,


inicialmente na condição de adversários, se (re)construa uma relação de harmonia e
solidariedade entre as partes, na condição de colaboradores.
Nesse contexto, para além de uma jurisdição tradicional onde uma sentença
diz o direito, elegendo um vencedor e um perdedor – que provavelmente não
estabelecerão mais nenhum tipo de relação de afeto, ainda que integrantes de um
mesmo núcleo familiar, surge a necessidade de uma atuação pacificadora, que

planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
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restabeleça o diálogo positivo e afetuoso, sem vencedores e perdedores, no


procedimento do que se chama “ganha-ganha”.
A mediação tem seu amparo na Lei nº 13.140/2015 e conceitua-se como uma
forma extrajudicial para a solução de conflitos, onde é nomeado um terceiro, este
denominado mediador, para que intervenha e auxilie na resolução do conflito através
da comunicação (BRASIL, 2015). Assim, a mediação vem como o intuito de

e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

converter a cultura do conflito pela cultura do diálogo (DIREITO PROFISSIONAL,


2017).
Conforme ressalta Spengler (2010), com o crescimento das demandas
judiciais, a mediação (através de um terceiro) traz como possibilidade a solução dos
conflitos de uma maneira consensual, sem que necessite a sentença de uma ação
judicial.

oficiais ou privadas.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Nesse contexto, a mediação é considerada atualmente uma maneira


“ecológica de resolução dos conflitos sociais e jurídicos, uma forma na qual
o intuito de satisfação do desejo substitui a aplicação coercitiva de uma
sanção legal”. Diz-se dela uma forma consensuada de tratamento do litígio,
uma vez que o terceiro mediador tem um “poder de decisão limitado ou não
autoritário, e que ajuda as partes envolvidas a chegarem voluntariamente a
um acordo, mutuamente aceitável com relação às questões em disputa”.
Por isso, não se pode perder de vista a importância desta prática em uma
sociedade cada vez mais complexa, plural e multifacetada, produtora de
demandas que a cada dia se superam qualitativamente e quantitativamente
(SPENGLER, 2010, p. 319).

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TRABALHO DE CONCLUSÃO
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A mediação surgiu com o intuito de diminuir as demandas judiciais, visto que,


cada vez mais, o Poder Judiciário está tornando-se lento e incapaz para resolver
suas lides de uma maneira justa. A mediação é utilizada para a solução de
diferentes casos, trazendo vantagens, como a rapidez, e também fazendo com que
as partes entrem em acordo de modo consensual (NASCIMENTO, 2011).
Nesse ínterim, Yarn (1999, p. 87) aclara o conceito de mediação:

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TRABALHO DE CONCLUSÃO
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Um processo autocompositivo segundo o qual as partes em disputa são


auxiliadas por uma terceira parte, neutra ao conflito, ou um painel de
pessoas sem interesse na causa, para auxiliá-las a chegar a uma
composição. Trata-se de uma negociação assistida ou facilitada por um ou
mais terceiros na qual se desenvolve processo composto por vários atos
procedimentais pelos quais o(s) terceiro(s) imparcial (is) facilita(m) a
negociação entre pessoas em conflito, habilitando-as a melhor compreender
suas posições e a encontrar soluções que se compatibilizam aos seus
interesses e necessidades.

O instituto da mediação tem grande notoriedade social, onde busca,


juntamente com o mediador, de modo imparcial, encontrar com as partes a solução
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

para a resolução de conflitos que vem enfrentando. A palavra mediação tem como
significado o procedimento que busca o desenvolvimento de um litígio, através da
utilização de um intermediário entre as partes conflitantes (DICIO, 2020).
Diante do exposto, é compreendido que a mediação é composta pela
resolução de conflitos, onde o mediador auxilia na comunicação entre as partes com
o intuito de cessar a cultura do conflito, fazendo com que a cultura do diálogo seja
inserida e obtendo-se ou não o acordo. Faz-se com que as partes dialoguem de

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

maneira amigável, fazendo com que seus litígios sejam resolvidos, desse modo
analisa-se os seus relevantes princípios. Assim sendo, a jurista Fernanda Marinela
(2012, p. 25) conceitua-os:

Assim, os princípios são mandamentos de otimização, normas que ordenam


a melhor aplicação possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais
existentes, portanto, a sua incidência depende de ponderações a serem
realizadas no momento de sua aplicação. Existindo para o caso concreto
mais de um princípio aplicável, esses não se excluem.

mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações (BRASIL, 1988).


57
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Os seguintes princípios regem a mediação na solução de conflitos. O


Princípio da Busca pelo Consenso é onde a mediação procura a solução de conflitos
apenas no consenso, dado que não há nenhum profissional que possa decidir o
resultado, assim a solução do conflito é o acordo entre as partes envolvidas
(DIREITO PROFISSIONAL, 2019).
O Princípio da Confidencialidade trata do sigilo das informações tratadas na
sessão, e só poderão ser utilizadas com a autorização dos envolvidos. A garantia da
confidencialidade existe para que as partes mostrem seus pontos de vista e as reais

58
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

intenções sem receios, pois este princípio garante que não será usado a seu
desfavor em um futuro. Com isso, pelo Princípio da Confidencialidade, todas as
informações colocadas durante as sessões de mediação são sigilosas, de modo que
não se guarda registro sobre o que foi dito durante as sessões (ROSA, 2012).
O Princípio da Competência diz que qualquer informação das sessões não
poderá ser utilizada em qualquer situação, sequer como provas, caso o conflito
torne-se um processo judicial.

59
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

No Princípio da Decisão Informada, é imprescindível que as partes tenham


conhecimento das regras, dos direitos e também dos deveres que devem ser
respeitados durante as sessões de mediação.
Parte-se para o Princípio da Imparcialidade, onde o mediador tem o dever de
agir de forma totalmente neutra e imparcial, sem dar preferência ou favorecimento
para nenhuma das partes. Caso haja comprovação de imparcialidade, o processo de
mediação será invalidado.

4
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
60
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O Princípio da Isonomia entre as partes é de suma importância na mediação,


onde o mediador deve contribuir para que o desfecho seja harmônico entre as
partes, assim se faz necessário que o tratamento dos envolvidos seja igual,
utilizando os mesmos critérios de participação.
Já o Princípio da Independência e Autonomia diz que só acontecerá o
processo de mediação se houver o consentimento entre as partes.
O Princípio do Respeito à Ordem Pública e às Leis Vigentes diz respeito
sobre o mediador trabalhar com liberdade, sem ser coagido, internamente ou

61
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

externamente, assim podendo suspender ou até mesmo recusar-se a mediar a


sessão caso as condições não sejam adequadas para o prosseguimento.
O Princípio do Empoderamento significa que as partes são as principais
responsáveis pelo andamento da mediação, sendo assim, é necessário que haja um
componente educativo para que as partes tenham autocontrole da situação.

do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:


62
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O Princípio da Validação aborda a humanização no andamento da mediação.


O mediador deve agir com empatia, compreensão e, principalmente, ter a
preocupação pelo conflito e interesse mútuo pelas partes.
O Princípio da Informalidade mostra que não há uma forma exata para
conduzir o processo da mediação, salvo orientações dispostas pela lei. Esse
princípio se mostra fundamental para que as partes tenham a liberdade em definir a
melhor solução para o seu conflito. A ausência dessas diretrizes não retira o caráter
informal da mediação, por isso existem as normas e princípios para serem seguidos.

63
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O Princípio da Oralidade mostra a extrema necessidade do uso da


comunicação entre as partes, desse modo, precisa-se do entendimento do que está
sendo tratado, isto é o que difere de um processo judicial, onde a finalidade da
mediação não é a resposta imediata e sim o diálogo entre as partes para que entrem
em consenso sobre o seu conflito.

64
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O Princípio da Boa-Fé é de grande relevância na mediação, já que se tem a


necessidade da honestidade, sinceridade, lealdade e também da justiça para que
seja justo para as partes.
E, por fim, o Princípio da Simplicidade, onde o mediador deve, com seu
conhecimento e técnicas, facilitar o procedimento para o fácil entendimento das
partes, para que fiquem mais à vontade, permitindo que as mesmas tenham um
comportamento natural e franco, sendo importante para o desfecho positivo do
conflito.

65
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

3.1 DO PROCEDIMENTO DA MEDIAÇÃO

De acordo com a Resolução de nº 125, foi introduzida a mediação e


conciliação no Brasil, atribuindo, dessa maneira, as obrigações e deveres constados
no seu Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais (BRASIL, 2010).
Saliente-se, ainda, que foi apenas com a entrada do Código de Processo Civil em

I - a soberania;
66
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

2016 se trouxe a determinação da realização de sessões de mediação. Conforme o


artigo 1º da Resolução de nº 125:

Artigo 1º - São princípios fundamentais que regem a atuação de


conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade, competência,
imparcialidade, neutralidade, independência e autonomia, respeito à ordem
pública e às leis vigentes (BRASIL, 2010, p. 7).

Sobre os princípios fundamentais dos mediadores, tem-se o da


Confidencialidade, onde se deve manter totalmente em sigilo o que foi discutido na
67
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

sessão, somente diante da autorização das partes poderão ser divulgadas as


informações ou em caso de violação das leis vigentes ou violação à ordem pública.
Desse modo, o mediador não pode atuar como advogado das partes, sequer ser
testemunha do caso.
No que tange à competência do mediador, é necessário que tenha a
qualificação e habilitação para atuar judicialmente, obtendo regularmente
conhecimento atualizado e obrigatório.

68
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Além da qualificação adequada e reconhecida do mediador, também este


deve ser imparcial, ou seja, a imparcialidade é um dos princípios fundamentais, onde
se deve agir sem favoritismo entre as partes, viabilizando, assim, valores e conceitos
pessoais, sem que haja preconceito ou preferência, tampouco aceitar subornos para
favorecimento alheio.
Destaca-se, ainda, a neutralidade, que é respeitar os pontos de vista de
ambas partes, tratando com igualdade seus valores e também mantendo-se neutro e
imparcial.

69
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O mediador possui autonomia para atuar com liberdade, sem quaisquer


coações, tanto internas quanto externas, assim podendo suspender, interromper ou
recusar a sessão caso se façam para ausentes tais condições de extrema
necessidade o bom desenvolvimento da mesma. E também o respeito à ordem
pública e suas leis vigentes, devendo garantir que o eventual acordo entre as partes
não contenha violações à ordem pública ou às leis vigentes.

II - a cidadania;
70
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Art. 2º. As regras que regem o procedimento da conciliação/mediação são


normas de conduta a serem observadas pelos conciliadores/mediadores
para seu bom desenvolvimento, permitindo que haja o engajamento dos
envolvidos, com vistas à sua pacificação e ao comprometimento com
eventual acordo obtido [...] (BRASIL, 2010, p. 8).

Das regras que regem a conciliação e mediação, a informação é onde se


deve clarificar aos envolvidos o método de trabalho que é empregado nas sessões,
de forma clara, assim informando sobre os princípios deontológicos, juntamente com
as regras de conduta necessárias no processo.

71
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

A autonomia da vontade é a incumbência do mediador de respeitar diferentes


pontos de vistas das partes, garantindo que alcancem a decisão totalmente
voluntária e de modo algum coercitiva, dessa forma, tendo a total independência
para tomar as decisões no curso do processo, podendo interrompê-lo a qualquer
instante.

72
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Já a ausência de obrigação de resultado é o dever do mediador de não forçar


acordos e muito menos decidir pelos envolvidos. Pode-se criar opções apenas no
caso da conciliação, que poderão ou não serem acolhidas pelas partes.
A desvinculação da profissão de origem trata-se como o dever do
esclarecimento, onde se explica às partes que o mediador trabalha totalmente
desvinculado da sua profissão de origem, pois, caso seja necessário
aconselhamento ou orientação de qualquer assunto, deve-se convocar para a
sessão um profissional para o respectivo assunto, desde que haja o aval de todos.

73
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

O teste de realidade é o dever de assegurar para os envolvidos que, ao


chegarem a um acordo, entendem perfeitamente suas decisões, que devem ser
executáveis, cumprindo o que for acordado.

Art. 3º. Apenas poderão exercer suas funções perante o Poder Judiciário
conciliadores e mediadores devidamente capacitados e cadastrados pelos
tribunais, aos quais competirá regulamentar o processo de inclusão e
exclusão no respectivo cadastro (BRASIL, 2010, p. 9).

III - a dignidade da pessoa humana;


74
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Nesse contexto, poderão apenas exercer suas funções diante do Poder


Judiciário conciliadores e mediadores capacitados e cadastrados pelos tribunais,
que tocará na regulamentação do processo de inclusão e exclusão de cadastro.

Art. 4º. O conciliador/mediador deve exercer sua função com lisura,


respeitando os princípios e regras deste Código, assinando, para tanto, no
início do exercício, termo de compromisso e submetendo-se às orientações
do juiz coordenador da unidade a que vinculado (BRASIL, 2010, p. 9).

75
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Os Conciliadores e Mediadores devem exercer a sua função com integridade,


respeitando todos princípios e regras do Código de Ética de Conciliadores e
Mediadores Judiciais. Desse modo, se faz necessária, no início de seu exercício, a
assinatura em termo de compromisso, onde submete-se às orientações do juiz
encarregado da unidade que se foi vinculado.

“Art. 5º. Aplicam-se aos conciliadores/mediadores os mesmos motivos de


impedimento e suspeição dos juízes, devendo, quando constatados, serem
informados aos envolvidos, com a interrupção da sessão e sua substituição”

76
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

(BRASIL, 2010, p. 9). É posto aos conciliadores e mediadores os mesmos


impedimentos e suspeição de juízes, que, ao serem constatados, devem
informar às partes, para que se possa ser feita a substituição e, assim, dar-
se seguimento à sessão.

“Art. 6º. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o


conciliador/mediador deverá informar com antecedência ao responsável
para que seja providenciada sua substituição na condução das sessões”
(BRASIL, 2010, p. 9). Deve-se informar com antecedência caso haja
impedimento temporário no exercício da função do conciliador ou mediador,
para que, então, seja providenciada a substituição e dado o seguimento nas
sessões.

77
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

“Art. 7º. O conciliador/mediador fica absolutamente impedido de prestar


serviços profissionais, de qualquer natureza, pelo prazo de dois anos, aos
envolvidos em processo de conciliação/mediação sob sua condução”
(BRASIL, 2010, p. 9). É absolutamente vedado que o conciliador ou
mediador preste serviços profissionais às partes, seja de qualquer natureza,
no prazo de dois anos após encerrado o processo de conciliação ou
mediação sob sua orientação.

Art. 8º. O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos neste


Código, bem como a condenação definitiva em processo criminal, resultará
na exclusão do conciliador/mediador do respectivo cadastro e no
impedimento para atuar nesta função em qualquer outro órgão do Poder
Judiciário nacional.

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 201
78
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Parágrafo único – Qualquer pessoa que venha a ter conhecimento de


conduta inadequada por parte do conciliador/mediador poderá representá-lo
ao Juiz Coordenador a fim de que sejam adotadas as providências cabíveis
(BRASIL, 2010, p. 9).

Caso seja comprovado o descumprimento dos princípios e regras do referido


Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais cabe condenação em
esfera criminal, resultando, dessa forma, na exclusão imediata do referido
conciliador ou mediador do cadastro e ficando vedada a sua atuação nesta função
ou em qualquer outro órgão do Poder Judiciário Nacional. Ressaltando-se que
79
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

qualquer pessoa que tenha conhecimento de condutas impróprias por parte do


conciliador ou mediador pode retratar ao Juiz Coordenador para que sejam tomadas
as devidas providências adequadas.
A mediação extrajudicial é um procedimento que ocorre fora dos tribunais e
necessita que seja procurada de forma espontânea por uma das partes e
devidamente aceita pela outra parte. Nesse modo de mediação, as partes podem
ser assistidas por advogados ou defensores públicos, o objetivo do mediador é

80
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

facilitar a negociação entre as partes com suas técnicas de diálogo (COZENSA,


2018). Diante disso, é escolhido o mediador através de uma lista de nomes
capacitados, e sobre eles recaindo os mesmos impedimentos previstos em lei sobre
os magistrados, no Código de Processo Civil:

Art. 145. Há suspeição do juiz:


I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca

81
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do


litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro
grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das
partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem
necessidade de declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta
aceitação do arguido (BRASIL, 2015a).

V - o pluralismo político.


82
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Do mesmo modo que em processos judiciais, existem prazos a serem


cumpridos, local para a realização da primeira sessão de mediação e também
medidas cabíveis para a parte que não comparecer à sessão. A mediação é voltada
ao diálogo, para que, assim, se chegue a um acordo entre as partes sem a
necessidade de enfrentar o caos judicial (MIGALHAS, 2017).

83
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Com caráter informal, célere e oral, a mediação não tem formação ou regra
rígida que deva ser seguida, tudo depende da necessidade das partes, no entanto é
de suma importância que o mediador defina as etapas claramente.
Existem seis etapas na mediação extrajudicial a serem seguidas, que são: a
pré-mediação, reunião de informações, identificação de questões, interesses e
sentimentos, esclarecimento de controvérsias, resoluções de questões e o registro
das soluções encontradas. Cada etapa tem seu prazo para ser concluída, que são

84
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

de acordo com a situação a ser mediada e também há a importância de ressaltar


que no final da mediação pode ou não haver acordo. Com o acordo efetuado, a
mediação se faz encerrada e assim será constituído um título executivo extrajudicial
(DIREITO PROFISSIONAL, 2018).
Entretanto, na mediação judicial, o mediador será indicado pelo tribunal, este
não sendo de escolha das partes: “Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não
estarão sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o disposto no art. 5º desta
Lei” (BRASIL, 2015b). O prazo para esse procedimento é de, no máximo, sessenta

85
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

dias, estes contados a partir da primeira sessão, podendo ser prorrogado a pedido
das partes e também caso comprovado insuficiência financeira, poderão ser
assegurados pela Defensoria Pública.
Será designada a audiência após o recebimento da petição inicial, para que
haja uma tentativa de solucionar o litígio de forma pré-processual; se assim feito,
será homologado pelo juiz como título executivo judicial. Todavia, caso não haja
acordo, o processo seguirá seu curso judicial.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
86
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Desse modo, Spengler e Spengler Neto (2016, p. 61) esclarece:

A mediação não procura “culpados” nem tão poucos “inocentes”, mas


apenas incentiva as partes a encontrar uma solução consensual, onde
juntas, através do diálogo, solucionem seus conflitos sem precisar ingressar
com um processo judicial.

Destaca-se que, no Brasil, entrou em vigor a Lei de nº 13.140 de 26 de junho


2015 - Lei da Mediação - que disciplina a mediação. No que tange a conflitos

diretamente, nos termos desta Constituição (BRASIL, 1988).


87
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

familiares, é perfeitamente possível sua aplicabilidade, principalmente por se tratar


de relações continuadas e que merecem maior cuidado ao tratar de questões de
guarda, alimentos, visitas, filhos dependem dos pais ou responsáveis para seu pleno
desenvolvimento e, nesses casos, o respeito e o diálogo são a melhor alternativa na
resolução desses litígios.
Nesse sentido, também importante lembrar que a mediação proporciona que
os próprios envolvidos no conflito possam construir soluções, criar e estarem
ativamente presentes no processo decisório.

88
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Posto isto, entende-se que o instituto da mediação pode ser utilizado de forma
alternativa para a resolução de conflitos e também para a diminuição de demandas
judiciais, assim visando o desafogamento do Poder Judiciário. No entanto, conforme
leituras realizadas, esse não é o principal escopo da mediação nos conflitos
familiares. O principal é restabelecer o respeito e o diálogo entre os seus integrantes
(ex-marido, ex-esposa, avós, tios, etc.) para propiciar aos filhos havidos da relação
conjugal uma vida saudável, sem brigas e desentendimentos entre os adultos, visto

89
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

que, para os filhos, o mais importante é que se tenha uma relação baseada no afeto,
respeito, solidariedade e harmonia entre todos.

5
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
90
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

CONCLUSÃO

Desde as primeiras formações, a família sempre teve como fim o agrupamento de pessoas
para a melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, por evidência, não se pode
considerar como natural a existência de conflitos, especialmente, que demandem a
intervenção do Estado, pois tal condição fere de morte o objetivo precípuo, a
melhoria da qualidade de vida.

91
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Em que pese tal expectativa, com o passar dos tempos observou-se uma crescente
no número de processos judicializados envolvendo o direito de família e conflitos
decorrentes de relações familiares, o que acompanha, por coincidência ou não, o
surgimento de novos modelos e formações família.

Falar um pouco, bem pouco, sobre essas novas famílias.

Nessa linha, deveria a tutela estatal buscar um resultado pacificador dessas


relações, de forma atenta e coerente com os princípios norteadores do direito de
família.

jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
92
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Durante a pesquisa, verificou-se que, em sentido contrário, o método tradicional de


tramitação e julgamento dos processos – no qual um Juiz preside a ação e ao final
julga o caso e diz o direito de acordo com suas convicções – não tem sido suficiente
para reduzir o número de demandas judicializadas, tampouco, restaurar os laços
afetivos existem antes do surgimento do conflito.

Tanto é assim que, no Capítulo 2, constatou-se o significativo aumento de ações,


colocar dados.

Por outro lado, falar quando surgiu a mediação, como acontece, que pode judicial ou
extrajudicial, que tem prazos definidos em lei, é mais célere, se utiliza de métodos
93
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

dialógicos e da as partes a liberdade de decisão sobre a sua vida, propiciando, em


grande parte das vezes a reconstrução daquela relação, pois as partes (familiares)
não são colocados na condição de adversários.

Assim, a mediação trata-se de um método de resolução de conflitos


interpessoais, que é intermediada por terceiros, que buscam restaurar o diálogo
entre as partes conflitantes e também buscam soluções pacíficas das divergências
encontradas entre as mesmas, deste modo tornando a resolução da lide de forma

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e


94
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

célere, ajudando no desafogamento do sistema jurídico que com tantas demandas


tornou-se lento.
O conflito em si não é o problema. O problema é a forma de lidar com o
conflito. De uma perspectiva negativa, o conflito é entendido como um mal que
deve ser banido. Consequentemente, a solução para o conflito é vista como um fim
em si mesmo. (SILVA, 2008, p. 20)

comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,


95
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

No que tange a conflitos familiares, é perfeitamente possível sua


aplicabilidade, principalmente por se tratar de relações continuadas e que merecem
maior cuidado ao tratar de questões de guarda, alimentos, visitas, filhos dependem
dos pais ou responsáveis para seu pleno desenvolvimento e, nesses casos, o
respeito e o diálogo são a melhor alternativa na resolução desses litígios.

violência, crueldade e opressão.


96
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

Conclui-se, pois, que, enquanto o método tradicional de jurisdição não tem


se mostrado suficiente para reduzir o número de demandas, tampouco, promover a
chamada paz social entre as partes, a mediação familiar, por outro lado, surge
como possibilidade que, respondendo ao problema de pesquisa, se mostra
vantajosa, pois, além de ter procedimentos mais céleres, propõe a composição
entre as próprias partes, de forma mais pacífica e menos litigiosa.

97
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

REFERÊNCIAS (NEGRITO + MAIÚSCULAS + ALINHADO A ESQUERDA –


TAMANHO 12)

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução de nº 125, de 29 de novembro


de 2010. Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos

98
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.


Brasília: CNJ, 2010. Disponível em:
http://www.crpsp.org.br/interjustica/pdfs/outros/Resolucao-CNJ-125_2010.pdf.
Acesso em: 18 jun. 2020.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de


1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 05 jun.
2020.

99
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário


Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1, 11 jan. 2002. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 18 jun.
2020.

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário


Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 152, n. 51, p. 1, 17 mar. 2015a.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em:
18 jun. 2020.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do
100
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre


particulares como meio de solução de controvérsias e [...]. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, ano 152, n. 121, p. 4, 29 jun. 2015. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm. Acesso
em: 18 jun. 2020.

COZENSA, Paulo. Mediação Extrajudicial: O que é e como funciona? Paulo


Cozensa, Volta Redonda, 19 dez. 2018. Disponível em:
https://paulocosenza.adv.br/mediacao-extrajudicial/. Acesso em: 20 jun. 2020.
101
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2017.

ENTENDA a diferença da Mediação Judicial e Extrajudicial. Migalhas, [S. l.], 19 abr.


2017. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/257520/entenda-a-
diferenca-entre-mediacao-judicial-e-extrajudicial. Acesso em: 20 jun. 2020.

jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e


102
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

GONÇALVES, Jéssica de Almeida. Princípios da mediação de conflitos civis.


Âmbito Jurídico, Rio Grande, ano 20, n. 157, fev. 2017. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/principios-da-
mediacao-de-conflitos-civis/. Acesso em: 19 jun. 2020.

NASCIMENTO, Joelma Gomes do. Mediação: Meio alternativo para solução de


conflitos. Âmbito Jurídico, Rio Grande, n. 84, jan. 2011. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/mediacao-meio-
alternativo-para-solucao-de-conflitos/. Acesso em: 18 jun. 2020.

obedecendo aos seguintes preceitos:


103
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

MARINELA, Fernanda. Direito administrativo. 6. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2012.

MARTINS, Fabiana de Oliveira. Princípios constitucionais de Direito de Família. Jus


Navigandi, [S. l.], dez. 2017. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/63813/principios-constitucionais-de-direito-de-familia.
Acesso em: 06 jun. 2020.

MEDIAÇÃO. In: DICIO - Dicionário Online de Português. [S. l.: s. n.], 2020.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/mediacao/. Acesso em: 12 jun. 2020.
104
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

MEDIAÇÃO de Conflitos – Conheça tudo sobre o tema. Direito Profissional, [S. l.],
04 mai. 2017. Disponível em: https://www.direitoprofissional.com/mediacao/. Acesso
em: 18 jun. 2020.

MÜLLER, Meri. Princípios constitucionais da família. Jus Navigandi, [S. l.], set.
2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/60547/principios-constitucionais-da-
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105
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DE CURSO II

OS PRINCÍPIOS da mediação de conflitos. Direito Profissional, [S. l.], 07 mai.


2019. Disponível em: https://www.direitoprofissional.com/principios-da-mediacao/.
Acesso em: 19 jun. 2020.

QUAIS SÃO as etapas da mediação extrajudicial?. Direito Profissional, [S. l.], 18


jun. 2018. Disponível em: https://www.direitoprofissional.com/etapas-da-mediacao-
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106
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TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II

II -  criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de


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deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
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portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do


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acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as
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formas de discriminação.
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§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de
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fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas


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portadoras de deficiência.
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§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:


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I -  idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
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XXXIII;
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II -  garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;


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III -  garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;


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IV -  garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação
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processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
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específica;
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V -  obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de


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pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;


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DE CURSO II

VI -  estímulo do poder público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos
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DE CURSO II

termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou


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abandonado;
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VII -  programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem


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dependente de entorpecentes e drogas afins.


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§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
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§ 5º A adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições
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de sua efetivação por parte de estrangeiros.


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§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
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qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.


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§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o disposto


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no art. 204.
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§ 8º A lei estabelecerá:


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I -  o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;


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II -  o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do
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poder público para a execução de políticas públicas (BRASIL, 1988).


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Artigo 1.727: As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
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concubinato (BRASIL, 2002).


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