Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
O presente estudo analisará o instituto da mediação e aplicação no âmbito do direito de
família, afim de compreender os motivos que podem fazer desse meio alternativo na
resolução de conflitos familiares de forma extrajudicial. No primeiro capítulo abordará os
meios alternativos de resolução das controvérsias no direito brasileiro. Capítulo seguinte
tratará da mediação no direito brasileiro. O último capitulo apresentará a mediação
extrajudicial aplicado ao direito de família. Trata-se de uma revisão literatura através da
análise de artigos científicos. Sua aplicação tem demonstrado resultados positivos, pois
além de ser uma alternativa produz resultados mediatos e eficientes frente aos conflitos.
ABSTRACT
The present study will analyze the institute of mediation and application in the scope of family
law, in order to understand the reasons that can make of this alternative means in the
resolution of family conflicts in an extrajudicial way. In the first chapter we will discuss
alternative means of resolving disputes in Brazilian law. The next chapter deals with
mediation in Brazilian law. The last chapter will present extrajudicial mediation applied to
family law. It is a literature review through the analysis of scientific articles. Its application has
shown positive results, since in addition to being an alternative produces mediates and
efficient results in front of the conflicts.
INTRODUÇÃO
A maioria dos conflitos, entre particulares, é tratada por meio dos litígios
processuais, sendo a decisão imposta pelo Estado, que é personificado na figura do
juiz. Perante a necessidade de mudança da cultura litigiosa, apresenta-se a
Mediação, como meio alternativo e adequado, para a resolução de conflitos entre
familiares. Dessa forma, ao mediador tem a incumbência a aplicação de algumas
fases e técnicas, as quais possibilitam e facilitam as partes o alcance de uma
solução satisfatória, além de continuarem a relação existente.
A problemática exposta no presente estudo está sob os diversos casos que
hoje tramitam no Judiciário aguardando uma solução podendo ser solucionados de
forma pacífica, sem perdedores nem ganhadores, além da possibilidade de as
2
1.1 O CONFLITO
referida função a própria lei da mediação prevê que ao mediador será observado os
mesmos casos de impedimentos e suspeição dos juízes estipuladas no CPC (art.
5º), informando ainda que este não poderá patrocinar ou assessorar qualquer um
dos demandantes da causa em que atuou como mediador em prazo de 1 (um) ano.
Verifica-se que referidos impedimentos fazem alusão ao princípio da
imparcialidade, uma vez que, se o mediador conhecer uma das partes, certamente
irá gesticular privilégios a esta. Em contrapartida acerca do impedimento para
patrocinar a causa de um dos envolvidos pelo prazo de 1 (um) ano mostra-se
importante para evitar captação de clientes, servindo o prazo como quarentena.
Ressalva-se que a figura do mediador, por consequência lógica, também
não deve ostentar nenhuma das qualidades dos incapazes e relativamente
incapazes previstas no Código Civil.
Assim, observado o procedimento e a figura do mediador, cumpre discorrer
e analisar quais são as características previstas na lei acerca do instituto da
mediação, bem como os princípios que devem ser respeitados durante sua
aplicação.
Existe uma série de direitos que evolvem a seara familiar, como a filiação, o
matrimonio, a união estável, a guarda, os alimentos e partilha de bens por exemplo.
Complementando, Tartuce (2017) preconiza que:
Por esta razão o direito de família é um dos ramos do direito civil de maior
complexidade, pois as causas que o envolvem não se refletem apenas em questões
patrimoniais, mas também extrapatrimoniais. A título exemplificativo pode ser citado
um divórcio litigioso que além de abarcar os direitos patrimoniais (partilha de bens),
pode discutir ainda, o direito do sobrenome, o modo de visita aos filhos, pensão para
ex-cônjuge.
Desta maneira, em um único caso no direito de família, é possível ver se
debatidos inúmeros direitos resistidos entre as partes. Acerca do estágio atual dos
direitos das famílias, digna de reflexão é a sustentação trazida por Tartuce (2017):
discussão diversas normas, inerentes aos direitos mencionados, existe ainda a parte
psicológica e emocional dos envolvidos que de alguma forma, guardam
ressentimento ou outro sentimento similar, não estando dispostos a conversar
individualmente quanto ao direito levado ao judiciário.
Na separação dos cônjuges é inerente que havendo filhos, a convivência
com o ex-companheiro será inevitável, uma vez que ambos são pais da mesma
prole, sendo que todos os acontecimentos da vida deste será de alguma forma
observado por aqueles. Deste modo, mesmo que ao matrimônio tenha sido dado
termo, a relação afetiva de amor ou convivência com os filhos permanecerá e a
convivência com o ex-cônjuge deverá ser tolerada, para o bem-estar da relação
familiar.
No mesmo sentido, na pensão alimentícia, o alimentante, bem como o
alimentado, está a discutir no processo judicial, apenas o alimento e não vinculo de
afeto, motivo pelo qual, relação familiar, se exercida ou não pelo afeto, permanece
entre os sujeitos.
O mesmo ocorre, com o direito de herança, os herdeiros (irmãos) litigam
judicialmente questão de ordem patrimonial, contudo, circunstancias emocionais e
afetivas podem existir mesmo com a demanda em tramite, haja vista, que encontros
e desencontros no seio familiar são inevitáveis.
Assim, o operador do direito (o mediador, o advogado, o MP e o Juiz), nas
relações jurídicas familiares, deve buscar compreender os demandantes, e buscar,
além de zelar pelos interesses materiais dos envolvidos, observar a ética a moral e a
valorização da pessoa humana, dada a peculiaridade das demandas familiares.
deixando para a sentença meritória do juízo a partilha de bens, que não possui
caráter de urgência.
Desta forma, a aplicação da mediação na seara familiar busca a cooperação
entre as partes, com o fito de satisfazer a todos por meio do consenso de forma
célere, objetivando sempre o respeito à dignidade humana, as relações afetivas, e
os direitos materiais dos envolvidos, cujo ambiente harmônico oportunizado pelo
diálogo, acaba por convergir um acordo entre os indivíduos.
A mediação de forma geral aos poucos já está sendo mais bem aceita,
reconhecida e respeitada, contudo, somente a judicial é mais observada atualmente.
Por esta razão, cabe enaltecer que a mediação extrajudicial merece ser mais
incentivada para o alcance de referidos resultados, de forma mais ampla, inclusive
como primeira opção em face da mediação judicial.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
_____. Código Civil. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm. Acesso em: 30 de
janeiro de 2019.
BUENO, C. S. Manual de Direito Processual Civil. Vol. Único. 4ª ed. rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2018.
DIAS, M. B. Manual de Direito das Famílias. 10ª ed. ver. e atual. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2015.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. Vol. 6. 14ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2017.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito de Família. Vol. 5. 12ª ed. ver. e atual. Rio
de Janeiro: Forense, 2017.