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NR 10 - Reciclagem Do Módulo Básico PDF
NR 10 - Reciclagem Do Módulo Básico PDF
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Reciclagem do Módulo Básico
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Norma Regulamentadora No 10
Segurança em instalações e serviços
em eletricidade
Sumário
1 Introdução 3
1.1 NR-10 – Força de lei 3
4 Áreas classificadas 23
5 Autorização do trabalhador 28
5.4 Resumo 33
NR 10
6 Responsabilidades 33
junto ao Ministério da Justiça, tais como a responsabilização civil
1 Introdução
(indenizações), e criminal (prisões) e ações trabalhistas; o Ministério
Público, tais como a paralisação dos serviços e a imposição de pesadas
A Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) compõe o
multas; o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social com as ações
ordenamento jurídico nacional e, dessa forma, tem força de Lei. Ela
regressivas; além, é claro, das ações fiscalizatórias do Ministério do
trata de “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”, e
Trabalho e Emprego, com a imposição de notificações, autuações, os
dispõe sobre as diretrizes básicas para a implementação de medidas
embargos e as interdições (Figura 2).
de controle e sistemas preventivos destinados a garantir a segurança
e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais Constituição Constituição Federal
Art. 7 / Art. 21 / Srt 22
diversos usos e aplicações e quaisquer trabalhos realizados nas
Consolidação das
proximidades das instalações elétricas.
Leis - Decretos leis do Trabalho
Ela é de competência do Ministério do Trabalho e Emprego – CLT
MTE e teve sua revisão dada pela Portaria 598 em 2004. Inicialmente,
Portarias Portarias
foi desenvolvido um texto básico pelos profissionais do MTE, MTE 3.214 / 78
submetido à consulta pública, discutida e finalizada pelo Grupo
Técnico Tripartite da NR-10 – GTT10, organizado de forma tripartite Normas, Instruções
Normas
e Regulamentação
e paritariamente por notáveis profissionais da área de segurança no Regulamentadoras
34 Normas
trabalho com energia elétrica, representantes dos trabalhadores, dos
empresários e do governo, conforme recomenda a OIT (Organização
Internacional do Trabalho). Ao final dos trabalhos, o texto da
Figura 1 – Ordenamento jurídico nacional e as normas regulamentadoras
atualização da NR-10 foi encaminhado ao Ministro do Trabalho e
Emprego que o aprovou, colocando-a em vigor. É muito importante ressaltar que, pelo item 10.13.1 da NR-10,
O conteúdo da NR-10 está composto por 99 itens, três a responsabilidade de seu atendimento é “solidária” a contratantes e
anexos e um glossário, sendo que, em sua Portaria de criação, contratados. Isso significa que a empresa diretamente empregadora,
foi instituída a Comissão Permanente Nacional sobre Segurança empreiteiras, prestadoras de serviços, cooperativas, trabalhos
em Energia Elétrica – CPNSEE, também de formação tripartite e avulsos, em suma, todos os envolvidos, independentemente
paritária ao Governo, Empregados e Empresários, com o objetivo da forma contratual, respondem por eventuais penalizações,
de acompanhar a implementação da NR-10, assumir as demandas indenizações, prisões, etc.
da sociedade e propor as adequações necessárias às dinâmicas
alterações de processos, métodos, materiais e equipamentos, nas
AÇÕES PUNITIVAS
relações de trabalho com o caráter de promover o aperfeiçoamento
contínuo da Norma Regulamentadora Nº 10. Ministério do Trabalho e Emprego
- notificações, multas, embargos ou interdições
trabalho e que, em 1942, instituiu a CLT – Consolidação das Leis do Ministério da Previdência Social
Trabalho, sendo o principal instrumento de regulação das relações - ações regressivas
• diretos
choques elétricos
- parada cardiorrespiratória, fibrilação Riscos ao patrimönio
- queimaduras resistivas e internas
queimaduras por arcos voltaicos (flash) incêndios; explosões; corrosão eletrolítica.
efeitos eletromagnéticos
• indiretos
impactos e quedas
queimaduras por contato
NR 10
N°
ANÁLISE DE RISCOS DE TAREFAS ART
Data
Descrição da atividade / serviço
Sequência das tarefas da atividade Riscos Potenciais Procedimento seguro de EPI - Equipamento de
trabalho recomendado proteção individual
Observações Finais
Aprovação da equipe
OBSERVAÇÕES FINAIS:
APROVAÇÃO DA EQUIPE:
Técnico Segurança EPS Especialista Técnico na Atividade Executante do Serviço Técnico Segurança DATA HORA
TELEFONES ÚTEIS:
Segurança Brigada Emergência XXXXXX Portaria X Meio Ambiente X
Este item determina que o prontuário integre todos os d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação,
procedimentos operacionais, as instruções técnicas e as instruções capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos
administrativas relacionadas aos serviços elétricos, contendo as realizados
medidas implantadas de controle do risco elétrico e que devem ser
de conhecimento e obediência pelos trabalhadores. São as regras Muitas empresas mantêm trabalhadores próprios e também
básicas e fundamentais para a intervenção nas instalações. Os contratam terceirizados que realizam os serviços em eletricidade,
procedimentos mencionados serão objeto de detalhamento no item devendo controlar os certificados das pessoas com qualificação ou
10.11, devendo conter os passos do trabalho, as responsabilidades, produzir os documentos de capacitação formal, conforme prescreve
as observações quanto aos riscos existentes e as medidas de a NR-10.
proteção a serem observadas. Esta alínea “d” estabelece a inclusão no prontuário dos
documentos tratados no tópico 10.8 da NR-10, referente ao processo
NR 10
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção de autorização, devendo constar os documentos de qualificação (da
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos instituição oficial de ensino); da habilitação (do conselho de classe);
da capacitação (da formação e desenvolvimento do trabalhador trabalhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos a adotá-
realizado na própria empresa); dos treinamentos de segurança los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essa medida
básico, complementar e as reciclagens; e da autorização formal é função do risco e das condições do trabalho em áreas externas,
dada pela empresa ao trabalhador (contrato, carteira profissional, sujeitas a diversas variáveis, cujo controle não está totalmente
etc.). nas mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos
em vias públicas, intempéries, ações de pessoas negligentes,
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em sabotagens, bem como os reflexos dessas ocorrências nas áreas
equipamentos de proteção individual e coletiva internas, que determinam a necessidade de serem preestabelecidos
procedimentos genéricos emergenciais.
Determina a organização dos resultados de testes dielétricos
realizados, iniciais e periódicos, nos equipamentos de proteção, • certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual
coletivos (cestos, varas de manobra, etc.) e individuais (calçado,
luvas, etc.), e ferramental (alicates, chaves, etc.) dotados de isolação Os certificados de aprovação – CA dos EPIs conforme
elétrica, conforme regulamentações, quando houver, especificações determina a NR-6 e certificados de equipamentos de proteção
e recomendações. Tais testes são objeto de exigência específica coletiva específicos ao SEP, quando representados por uma peça,
do item desta NR-10, que trata de trabalhos com instalações dispositivo, equipamento ou conjunto, deverão ser organizados e
energizadas. mantidos no prontuário.
Também as empresas que realizam serviços nas proximidades
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas do SEP, assim entendidas as prestadoras de serviços contratadas
classificadas pelas concessionárias de energia elétrica, outras empresas que
compartilham o mesmo posto de trabalho (torres, postes, subestação,
Trata da documentação de certificação dos equipamentos etc.), circunscrito aos limites estabelecidos no anexo II da NR-10,
e dispositivos elétricos utilizados em áreas classificadas, cuja tais como as empresas de telefonia, TV a cabo, iluminação pública,
obrigatoriedade está expressa na Portaria 176 de 17.07.2000, de poda de árvores e suas contratadas, estão obrigadas a constituir
quando o SINMETRO regulamentou a exigência de certificação um prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item
desses equipamentos e materiais. 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.
Respeitando-se a regulamentação, os equipamentos e Especial atenção deve ser dada ao fato de que o prontuário é uma
dispositivos elétricos destinados às áreas classificadas, adquiridos memória documental da realidade (as built), pressupondo-se que
antes da data da publicação dessa portaria, estão isentos de instalações elétricas, serviços, trabalhadores, etc. são dinâmicos.
certificação nos moldes regulamentados. Contudo, deverão Dessa forma, o item 10.2.6 da NR-10 reafirma a responsabilidade
comprovar que são e estão seguros, mediante a apresentação de do empregador quanto à obrigatoriedade de disponibilizar aos
certificados estrangeiros, laudos, declarações ou catálogos dos trabalhadores e de atualização do prontuário de acordo com o
fabricantes ou declarações de profissionais legalmente habilitados dinamismo das mudanças, podendo, a seu critério, delegar tal
juntos ao prontuário. responsabilidade a pessoas designadas formalmente. Contudo, o
empregador deve eleger (selecionar, designar, contratar) para tal
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, atribuição pessoas com habilitação e capacidade técnica específicas.
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” até “f” A obrigação de disponibilizar o prontuário aos trabalhadores
legitima o direito de saber dos envolvidos, e promove melhores
Obriga o estabelecimento a realizar uma auditoria periódica da condições de estudo, análise e conhecimento, evitando que o
condição de segurança das instalações elétricas, devendo resultar em trabalho possa ocorrer sem o pleno domínio do conhecimento e das
um documento “relatório técnico” contendo as não conformidades circunstâncias de sua realização.
com as regulamentações de interesse, as recomendações de Impondo o respeito às atribuições e competências profissionais,
regularização, as propostas de adequação e as melhorias cabíveis. As o item 10.2.7 da NR-10 determina que os documentos técnicos
ações de regularização deverão ser devidamente programadas para integrantes do prontuário sejam elaborados por “profissional
períodos aceitáveis, em cronograma executivo de regularizações. legalmente habilitado”.
Independentemente da carga instalada, essa determinação de Assim, se a qualidade e especificidades dos documentos
organização do “Prontuário das Instalações Elétricas” foi também necessários ao prontuário exigirem as atribuições e competências
direcionada às empresas do sistema elétrico de potência – SEP, item do técnico, do engenheiro eletricista, do engenheiro de segurança,
10.2.5, assim denominadas as empresas de geração, transmissão ou do médico, do advogado, de acordo com as suas atribuições
distribuição, devendo essas empresas do setor elétrico, além dos profissionais regulamentadas e controladas por seu conselho de
documentos acima descritos, possuírem também: classe, então a tarefa deverá ser confiada a esse profissional.
Está subentendido que as pessoas não poderão realizar trabalhos
• descrição dos procedimentos para emergências para os quais não estejam habilitadas, competência que é regulada
NR 10
Low Voltage). Sua aplicação correta exige o atendimento de uma Figura 7 – Cabos isolados são exemplos de medida de proteção por isolação das
série de requisitos específicos, conforme indicado na NBR 5410. partes vivas
sobre os condutores não são considerados como uma isolação
suficiente no elenco da proteção contra os contatos diretos.
b) Invólucros
d) Obstáculos
de um corpo sólido com diâmetro superior a 12 mm (tratado no Da mesma forma como os obstáculos, essa medida só é válida
Anexo B da NBR 5410 – Grau de Proteção IP2X). para os locais onde o acesso é restrito a pessoas BA4 e BA5.
Fusível NH Disjuntor Díspositivo DR Fusível Diazed
Figura 10 – Exemplos de dispositivos para seccionamento automático da alimentação
Outra medida de proteção coletiva fartamente empregada nas b) Proteção por separação elétrica
instalações elétricas e determinada no item 10.2.8.2.1 da NR-10 é o
seccionamento automático de alimentação. Considerada pela NBR 5410 como proteção supletiva
Consiste num princípio de proteção contra curtos-circuitos e (contra contatos indiretos), a proteção por separação elétrica é
sobrecargas elétricas e também para proteção contra choques por aquela em que a origem da instalação, a fonte, é representada
contatos indiretos. O seccionamento automático de alimentação por um transformador de separação de classe II, com relação
é utilizado como proteção para impedir que, na ocorrência de de transformação geralmente 1:1 (Figura 11). Neste sistema,
falta (contato) entre parte viva e massa ou parte viva e o condutor existem limitações para a tensão de operação e para o
de proteção, sejam originadas tensões de contato superiores ao comprimento do circuito. É uma medida de proteção útil em
limite denominado por “máxima tensão de contato permissível” processos críticos, tais como os que ocorrem em salas de
com duração superior a tempos predeterminados estabelecidos cirurgia, que não podem ser interrompidos por conta de um
na NBR 5410. defeito elétrico na primeira falha, de modo que possam continuar
Essa medida de proteção utiliza dispositivos, tais como a operar com segurança até que se realize a regularização dessa
disjuntores, fusíveis, DR, etc., que fazem a abertura de um primeira falta.
circuito elétrico (seccionamento) de forma automática mediante a Outra maneira de fazer a separação elétrica é utilizar
ocorrência de “falta”, interrompendo assim a alimentação elétrica circuitos separados para cada equipamento. O circuito de
do circuito (Figura 10). separação elétrica deve ser alimentado por intermédio de uma
A aplicação do princípio de proteção por “seccionamento fonte de separação, isto é, um transformador de separação
automático da alimentação” e outras medidas de proteção contra ou uma fonte de corrente que assegure um grau de segurança
os choques elétricos por contatos indiretos, chamada de proteção equivalente ao do transformador de separação. Por exemplo,
supletiva, depende da existência de uma infraestrutura de um grupo motor gerador com enrolamentos que forneçam uma
aterramento elétrico eficiente, da forma de equipotencialização separação equivalente.
NR 10
segurança das pessoas, o que exige coordenação com os dispositivos ser protegidos contra os efeitos prejudiciais do calor ou radiação
de proteção instalados e o funcionamento de acordo com o esquema térmica produzida pelos equipamentos elétricos, particularmente
Figura 13 – Aterramento elétrico de proteção
quanto há potencialidade a riscos de queimaduras, prejuízos no instalações, conforme prevêem os itens 10.4.1 e 10.4.4 da NR-10.
funcionamento seguro de componentes da instalação e combustão A proteção contra sobrecorrentes é tratada na NBR 5410 e NBR
ou deterioração de materiais. 14039 no item 5.3.
Considerando que incêndios podem ser o resultado de mau Ainda visando a segurança das pessoas e a preservação dos
funcionamento das instalações elétricas, devem ser observadas as bens, as instalações devem ser protegidas contra as sobretensões
recomendações dos fabricantes e adotadas medidas de instalação devidas às descargas atmosféricas, indução, interferências de
de forma que os componentes cujas superfícies externas possam manobras ou de outros circuitos de tensão mais elevada. A proteção
atingir temperaturas perigosas para o ambiente externo deverão contra sobretensões é tratada na NBR 5410 nos itens 4.1.5 e 5.4 e
ser montados com o uso de suportes resistentes à temperatura ou na NBR 14039 nos itens 4.1.4 e 5.4.
separados por materiais resistentes à temperatura ou de forma a No caso de quedas e faltas de tensão, devem também ser
permitir a dissipação do calor. previstos dispositivos que impeçam que aparelhos ou máquinas que
Quando em funcionamento normal os equipamentos gerarem pararam de operar voltem a funcionar automaticamente no instante
arcos elétricos, deverão ser envolvidos por material resistente, da regularização da alimentação, podendo assim oferecer riscos
separados por material resistente, ou dispor de dispositivo para elétricos ou mecânicos aos trabalhadores. A proteção contra quedas
contenção e/ou extinção dos arcos. e faltas de tensão é tratada na NBR 5410 e NBR 14039 no item 5.5.
Se houver efeito de focalização da radiação emitida pelo
equipamento deverão ser mantidas distâncias seguras, de forma que 3.2 Medidas de proteção individual
a exposição à radiação térmica não implique em um aumento de
temperatura que possa se tornar perigoso. As medidas de proteção individual determinadas no item 2.9
Ainda como resultado do aquecimento em situações normais da NR-10 são providências estratégicas que dizem respeito ao
que ocorre devido à passagem da corrente elétrica, devem ser indivíduo, ou seja, a um trabalhador exposto à condição de risco
consideradas as queimaduras e, para isso, as partes acessíveis de suscetível de ameaçá-lo, de forma a evitar que eventos indesejáveis
equipamentos elétricos que estejam situadas na zona de alcance ofereçam perigo à integridade física e à saúde do indivíduo
normal não devem atingir temperaturas que possam causar trabalhador.
queimaduras em pessoas e devem atender aos limites de temperatura Nas condições de risco elétrico, objeto da NR-10, quando
estabelecidos pelas normas técnicas correspondentes (Tabela 29 da as medidas de proteção coletiva tiverem se esgotado ou forem
NBR 5410 e Tabela 23 da NBR 14039). inviáveis de adoção ou não forem suficientes para a completa
prevenção do risco elétrico e, ainda, para atender às situações de
3.1.5 Proteção contra as sobrecorrentes, sobretensões e faltas emergência, e mediante fundamentação técnica cabível, a NR-10
de tensão indica o uso de equipamento de proteção individual (EPI) para a
segurança e preservação da saúde do trabalhador.
A proteção contra as sobrecargas e contra os curtos-circuitos
é uma exigência básica das instalações. É fundamental que sejam Equipamentos de proteção individual
preservadas as condições de concepção da instalação (projeto) para
que se mantenha a compatibilidade entre condutores e dispositivos Os equipamentos de proteção individual (EPI) devem atender
de proteção (disjuntores e fusíveis), de tal forma que, ao ocorrerem às disposições legais e regulamentares. O item 10.2.9.1 da NR-10
sobrecorrentes, os dispositivos de proteção sejam operados sem remete a responsabilidade de regulamentação do EPI para a NR-6,
NR 10
que os condutores sejam danificados e não sofram aquecimentos que define: “Equipamento de proteção individual é todo dispositivo
ou esforços mecânicos capazes de comprometer a segurança das ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde classes que identificam o grau de proteção em atendimento à tensão
no trabalho”. máxima do serviço a ser executado pelo trabalhador autorizado,
Estão regulamentados para serviços elétricos os seguintes EPIs: conforme a Tabela 1:
capacete, óculos de segurança, calçado, luvas isolantes e roupas.
Tabela 1 – Classe das luvas isolantes (conforme NBR 10622)
A NR-6 regula a responsabilização, comercialização e
certificação dos EPIs, dentre os quais destacam-se os seguintes Classe Tensão Máxima de Trabalho (volt)
itens: 00 500
0 1000
• A especificação, compra, testes e fiscalização do uso dos EPIs 1 7500
são obrigações do empregador com fornecimento gratuito ao 2 17000
trabalhador autorizado; 3 26500
• A implantação dos EPIs deve ser realizada mediante análise de 4 36000
risco das atividades, orientação e treinamento do trabalhador
autorizado sobre o uso adequado, a guarda e a conservação; Em função das peculiaridades dos serviços, podem também ser
• A higienização e a manutenção dos EPIs deverão ser realizados obrigatórios:
em conformidade com procedimentos específicos;
• O trabalhador deve utilizar o EPI apenas para a finalidade a • Capacete de segurança para proteção contra choques elétricos de
que se destina, responsabilizando-se pela guarda e conservação, até 600 volts;
comunicando ao empregador qualquer alteração que o torne • Óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
impróprio para uso; ultravioleta por arcos elétricos;
• Somente poderão ser comercializados, selecionados, adquiridos • Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao fogo por
e utilizados os EPIs que possuírem o Certificado de Aprovação arcos elétricos, de condutibilidade para proteger contra os riscos
(CA) de competência do Ministério do Trabalho e Emprego, que de contato e de proteção contra os efeitos provocados por campos
delegou a certificação ao Sistema Nacional de Certificação sob a eletromagnéticos;
responsabilidade do INMETRO; • Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de
• Os EPIs devem ser selecionados e implantados após uma análise queda em trabalhos em altura a serem dotados de dispositivo trava-
criteriosa realizada por profissionais legalmente habilitados; queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em
• O EPI deverá promover a melhor adaptação ao usuário, visando operações com movimentação vertical ou horizontal;
minimizar o desconforto natural pelo seu uso. • Talabarte contra quedas e para liberar os membros superiores do
trabalhador autorizado;
Outro ponto de obrigatoriedade legal que se deve destacar é • Perneiras e mangas isolantes para trabalhos em linha viva;
que os EPIs, como também os equipamentos de proteção coletiva • Creme protetor solar para proteção das partes expostas quando há
(mantas, calhas e lençóis isolantes, cestos aéreos, varas de exposição solar.
manobra, escadas isolantes), ferramentas isolantes ou equipadas
com materiais isolantes, destinados ao trabalho elétrico, devem Para serviços elétricos em ambientes onde houver a presença
ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório, de outros agentes de risco, não elétricos, denominados na NR-10
periodicamente, obedecendo-se as normas técnicas, quando houver, “riscos adicionais”, deverão ser utilizados equipamentos específicos
as especificações e recomendações do fabricante ou, na ausência de proteção individual apropriadas aos agentes envolvidos, tais
desses, aos procedimentos da empresa. Como exemplos há as luvas como:
isolantes que devem ser testadas em conformidade com a NBR
10622 – Ensaios Elétricos em Luvas Isolantes de Borracha. • Máscaras para proteção das vias respiratórias contra poeiras,
Os resultados obtidos, iniciais e periódicos, devem ser névoas, gases, fumos, etc.;
registrados em documento, identificando o EPI ensaiado, de forma • Protetor auricular para proteção do sistema auditivo, quando o
a permitir o seu rastreamento, assinado por profissional legalmente trabalhador estiver exposto a níveis de pressão sonora superiores
habilitado. Devem ser organizados e mantidos no prontuário das ao estabelecido;
instalações elétricas conforme determina o item 10.2.4 – alínea “e” • Vestimenta adequada a riscos químicos, umidade, calor, frio, etc.,
da NR-10. eventualmente presentes no ambiente;
Os EPIs usualmente utilizados em todos os serviços elétricos • Calçado de segurança para proteção contra umidade;
são os seguintes: • Luvas de proteção aos riscos mecânicos, químicos e biológicos;
• Outros em função da especificidade dos riscos adicionais.
• Calçado de segurança para proteção dos pés contra riscos elétricos,
normalmente fabricados para garantir proteção contra diferenças de Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
potencial de até 1000 volts; e em Medicina do Trabalho (SEESMT), ou à Comissão Interna de
NR 10
• Luva isolante de segurança para proteção das mãos e punhos Prevenção de Acidentes (CIPA), nas empresas desobrigadas de
contra choques elétricos. As luvas isolantes são apresentadas em manter o SEESMT, ou aos profissionais especializados, recomendar
ao empregador o EPI adequado ao risco oferecido por determinada e seus flashs, que podem provocar a ignição das roupas normais.
atividade, conforme determina a NR-6. O arco-elétrico ao atingir um trabalhador caracteriza um acidente,
podendo ser definido como um curto-circuito entre duas ou mais
Vestimentas de trabalho partes “vivas” ou entre uma parte “viva“ e a terra (Figura 15). Ele se
movimenta a uma velocidade de aproximadamente 100 m/s e atinge
A NR-10, em seu item 10.2.9.2, determina a obrigatoriedade da uma elevadíssima temperatura (de até 30.000 ºC) com o potencial
“Vestimenta de trabalho” adequada às atividades, que, no caso em de sublimar metais e liberar gases tóxicos.
análise, é entendida como um equipamento de proteção individual Quando o flash do arco elétrico atinge o trabalhador, podem
destinada à proteção do corpo inteiro (tronco, membros superiores ocorrer queimaduras, quando possuem o potencial de irradiar
e inferiores) contra os diversos riscos elétricos (Figura 14). temperaturas que excedam o limite da pele humana de 1,2 cal/cm2
ou pode ocorrer a ignição das vestimentas do trabalhador.
A vestimenta de proteção resistente à inflamabilidade deve energia térmica capaz de ser gerada pelo arco elétrico ao qual
oferecer proteção contra os efeitos térmicos dos arcos voltaicos poderá estar exposto o autorizado quando da realização dos serviços
envolvendo eletricidade e, portanto, dependerá das variáveis O item 10.3.7 determina ainda que o projeto das instalações
indicadas anteriormente. elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores autorizados,
O Certificado de Aprovação (CA) certifica o EPI e, portanto, das autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela
garante-o como um todo. No caso de vestimentas, o Certificado de empresa e deve ser mantido atualizado. Outro ponto importante
Aprovação deve abranger seus aviamentos (botões, zíperes, fechos, é o item 10.3.8 que impõe que o projetista conheça previamente
etc.), bolsos, adereços de sinalização e identificação do trabalhador, as exigências regulamentares de segurança e saúde para que as
linhas de costura etc. Portanto, não é apenas o tecido que deverá ter aplique, onde couber, nas especificações constantes de seu trabalho
a certificação, mas sim o conjunto da vestimenta integralmente. de elaboração do projeto elétrico.
O uso de roupa comum (interna), ou seja, sob a vestimenta, é Esta exigência presta-se para que o trabalhador, ao fazer
permitida, pois a vestimenta de proteção contra a inflamabilidade alterações, reparos ou ampliações , atue conforme as especificações
(externa) deve ser dimensionada (calculada a espessura e a e limitações determinadas pelas condições iniciais do projeto.
categoria) para proteger, inclusive, a interna. Há interferências de outras normas regulamentadoras, além da
O item 2.9.3 da NR-10 determina, como medida de segurança NR-10, que devem ser consideradas na fase de projeto, tais como
individual, a proibição do uso de adornos pelo trabalhador, aspectos ergonômicos (tratados na NR-17), de sinalização (tratados
assim entendidos os ornamentos ou enfeites. A proibição torna- na NR-26), dentre outras.
se importante, pois impede a exposição do trabalhador aos riscos Em seu item 10.3.9, a NR-10 determina a obrigatoriedade de
característicos e na eventualidade de acidentes com eletricidade, que seja organizado o memorial descritivo do projeto, contendo, no
as lesões poderão ser agravadas pela presença desses objetos, mínimo:
tais como: correntes, cordões, pulseiras, óculos, brincos, relógio,
tiaras, dentre outros. É importante comentar que objetos e • a especificação das características relativas à proteção contra
instrumentos de uso pessoal, tais como relógios, óculos etc., choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais;
requeridos ou indispensáveis à realização das atividades, não • a indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos
podem ser entendidos como adornos, cabendo à organização a elétricos (Verde – “D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado);
responsabilidade da análise, adequação e da liberação para uso de • a descrição do sistema de identificação dos circuitos elétricos
tais objetos. e equipamentos; as recomendações de restrições e advertências
quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações;
Segurança em projetos • as precauções aplicáveis diante das influências externas;
• o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do
O item 10.3 da NR-10 é especialmente dedicado aos aspectos projeto, destinados à segurança das pessoas;
de segurança nos projetos elétricos e indica o entendimento maior • a descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com
de que a segurança nas instalações elétricas começa pelos estudos a instalação elétrica.
e levantamentos iniciais e se concretiza na sua concepção: “o
projeto”. 3.3 Segurança na construção, montagem, operação e
É fundamental que o projeto elétrico especifique equipamentos manutenção das instalações elétricas
e dispositivos que já incorporam ou permitam a aplicação dos
recursos determinados na NR-10, tais como: O item 10.4 da NR-10 traz várias determinações sobre a construção,
montagens, reformas, ampliações, reparos, operação e inspeções,
• Prever bloqueios e travamentos em dispositivos que impeçam de forma a garantir o mínimo de segurança a todos os trabalhadores,
manobras não autorizadas; usuários e pessoas envolvidas nas instalações elétricas. Também
• Prever pontos e dispositivos para a fixação de sinalização e torna obrigatória a supervisão nessas atividades, exercida por
advertências; profissional autorizado, nos termos e condições especificadas no
• Prever dispositivo de seccionamento de ação simultânea em todos item 10.8 da NR-10.
os condutores de um circuito;
• Dotar de ambientes, quadros e dispositivos de manobra com 3.3.1 Riscos adicionais
espaço seguro para o serviço;
• Localizar os componentes de forma a adequar às influências A NR-10 entende que os riscos elétricos são intrínsecos aos
ambientais previstas, físicas e químicas (chuva, poeira, materiais serviços e que, além desses, existem outros “riscos adicionais”,
inflamáveis ou explosivos, substâncias corrosivas, etc.); específicos das atividades, dos ambientes ou dos processos de
• Projetar a separação de circuitos com finalidades diferentes trabalho que, direta ou indiretamente, podem expor a integridade
(telefonia, circuitos de BT, circuitos de AT circuitos de TI, etc.); física e a saúde dos trabalhadores autorizados a serviços com
• Determinar o esquema de aterramento definido de acordo com o energia elétrica.
que estabelece as normas técnicas (TN, TT, IT); O item 10.4.2 determina a obrigatoriedade da adoção de
• Prever dispositivos de seccionamento que incorporem recursos medidas preventivas de controle para tais riscos adicionais, com
NR 10
fixos de equipotencialização e aterramento do circuito seccionado; especial atenção aos riscos gerados por trabalho em alturas, em
• Prever pontos para o aterramento temporário. locais sujeitos a fortes campos eletromagnéticos, em ambientes
confinados, em ambientes com atmosferas explosivas, e onde á obrigação de garantir uma posição de trabalho segura ao
haja a presença de umidade, poeira, fauna e flora, ruído e outros trabalhador com atividades em instalações elétricas, de acordo
agravantes existentes nos processos ou nos ambientes em que são com os serviços desenvolvidos, devendo, cada empresa, em
desenvolvidos os serviços com energia elétrica. Em todos esses atendimento ao item 17.1.2 da NR-17, realizar a “análise
casos, a NR-10 torna obrigatória a sinalização dirigida aos riscos ergonômica”.
adicionais verificados. Note-se que o item determina que o trabalhador disponha
Conforme o item 10.4.3, os equipamentos, dispositivos e dos membros superiores livres para a realização das tarefas,
ferramentas elétricas devem ser compatíveis com a instalação elétrica impondo que o empregador estude o posto de trabalho (poste,
existente nos locais de trabalho (potência, tensão, aterramento, etc.) escada, torre, plataforma, etc.) e promova a possibilidade de
e devem preservar as características dos elementos de proteção que o trabalhador tenha os braços e mãos liberados e dedicados,
implantados na instalação. de forma segura, única e exclusivamente à tarefa.
As ferramentas e dispositivos destinados a serviços elétricos A desenergização, tratada na NR-10, item 10.5, é uma
(Figura 16) devem possuir as partes de manejo (cabos, manoplas) medida de proteção coletiva caracterizada como um conjunto
cobertas (isoladas) com materiais isolantes adequados ao potencial de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas
elétrico, devendo ser conservadas em perfeitas condições de uso. a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou
Além das ferramentas (alicates, chaves de fendas, de boca, etc.), ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob
outros equipamentos e dispositivos devem possuir materiais controle dos trabalhadores envolvidos. Destaque-se que a
isolantes quando aplicados a serviços elétricos. São os casos, por desenergização da instalação elétrica é a medida de segurança
exemplo, de corta-cabos, escadas extensíveis e de abrir; andaimes, prioritária dentre todas.
varas e bastões de manobra, conjuntos de aterramento temporário, É importante entender a diferença entre um circuito
cestos de elevação, instrumentos de medições (amperímetros, simplesmente “desligado” e um circuito “desenergizado”. O
voltímetros, etc.) primeiro caso acontece quando o circuito é interrompido ou
não tem continuidade da energia elétrica. No segundo caso, um
circuito é considerado desenergizado quando nele se processa
uma sequência de ações que garante a ausência completa de
tensão (alimentação, indução, descargas atmosféricas) durante
o tempo controlado pelo(s) trabalhador(es) envolvido(s). A
condição de desenergização é um procedimento de segurança
que libera a realização de serviços em uma instalação, um
equipamento ou um conjunto de equipamentos mediante ações
preestabelecidas.
A sequência correta para a ação de desenergização de
instalações elétricas é composta pelas seguintes etapas:
As condições ergonômicas para a execução de serviços ou automáticos, ou ainda por meio de ferramental apropriado e
estão previstas no item 10.4.5, em que é dada especial atenção segundo procedimentos específicos.
3.4.2 I mpedimento de reenergização 3.4.3 Constatação da ausência de tensão
É a aplicação de condições que impedem, de modo É a verificação da efetiva ausência de qualquer tensão no
garantido, a reversão indesejada do seccionamento efetuado, ponto da execução do serviço elétrico. A verificação deve ser feita
assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento com instrumentos calibrados e testados, podendo ser realizada
efetuado. Na prática, trata-se da aplicação de travamentos por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos
mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos específicos (Figura 18).
auxiliares de travamento nos dispositivos de alimentação
elétrica (chave seccionadora, interruptor, disjuntor, relé, etc.),
ou com sistemas informatizados equivalentes (Figura 17).
Cabe ao trabalhador autorizado a aplicação do sistema
de travamento do dispositivo de seccionamento no quadro,
painel, disjuntor ou caixa de energia elétrica, de modo a
garantir o efetivo impedimento de reenergização involuntário
ou acidental do circuito durante a interrupção de energia até o
encerramento do serviço.
Dessa forma, o circuito somente poderá ser religado
quando o último trabalhador concluir o seu serviço e destravar
a chave, o disjuntor, o quadro, o painel, etc. Após a conclusão
Figura 18 – Constatação da ausência de tensão
dos serviços, deverão ser adotados os procedimentos de
liberação e os circuitos religados depois de haver a certificação
3.4.4 Instalação de aterramento temporário com
de que todos os equipamentos estejam desligados pelos seus
equipotencialização dos condutores dos circuitos
dispositivos de comandos.
Deve ser tomado um cuidado especial para a desenergização
Constatada a inexistência de tensão no circuito, um condutor do
de todos os circuitos, ou até mesmo de apenas um circuito, que
conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado ao condutor de
deve ser sempre programada e amplamente divulgada, de modo
proteção mais próximo e ao condutor neutro do sistema, quando houver,
que o corte repentino da energia elétrica não cause transtornos
e às demais partes condutoras estruturais acessíveis. Na sequência,
e possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser
deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores de
autorizada mediante a divulgação aos envolvidos.
fase, já desligados, obtendo-se assim uma equipotencialização entre
todas as partes condutoras no ponto de trabalho (Figura 19)
locais e características da corrente elétrica, garante a segurança das Faixa de tensão Rr - Raio de Rc - Raio de
nominal da delimitação entre delimitação entre
pessoas contra os efeitos do choque elétrico. Entretanto, especial
instalação zona de risco e zona controlada e
atenção deve ser dada aos trabalhadores que atuam em circuitos elétrica em kV controlada em metros livre em metros
de extra baixa tensão instalados em zonas controladas, e, portanto, <1 0,20 0,70
próximas a outras instalações elétricas de baixa ou média tensão. São ≥1e<3 0,22 1,22
os casos, por exemplo, das instalações de telefonia, sinalização de
≥3e<6 0,25 1,25
trânsito, TV a cabo existentes nas mesmas estruturas utilizadas para
≥ 6 e < 10 0,35 1,35
distribuição de energia elétrica. Também são os casos dos circuitos
≥ 10 e < 15 0,38 1,38
de controle e sinal em tensões de 12 a 48 volts, situados próximos
≥ 15 e < 20 0,40 1,40
de outros circuitos com tensão mais elevada e, ainda, os circuitos
≥ 20 e < 30 0,56 1,56
elétricos em áreas classificadas na presença de atmosferas explosivas,
onde qualquer nível de tensão poderá dar origem a faíscas, criando ≥ 30 e < 36 0,58 1,58
que trata das instalações elétricas de média tensão. No item circunstância em questão e os equipamentos devem atender às
8.1.6, tal norma impõe que qualquer manobra deve ser efetuada disposições legais e regulamentares (ver 3.2 deste guia).
Sistema Brasileiro de Certificação exigida pela Portaria 83 de
4 Áreas classificadas
03/04/2006 do INMETRO/MICT.
De acordo com esta portaria, os equipamentos e dispositivos
Conforme glossário da NR-10, área classificada é um “local
elétricos destinados ao uso em áreas classificadas adquiridos
com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva”. Da
antes da sua publicação estão isentos de certificação, mas deverão
ABNT NBR IEC 60079-14 se extrai que “Atmosfera explosiva:
comprovar que são seguros, mediante a apresentação de certificados
mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias
estrangeiros ou nacionais, declarações, catálogos de fabricantes ou
inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na
declarações de profissionais legalmente habilitados. A certificação
qual após a ignição, a combustão se propaga através da mistura”
ou os laudos devem se unir ao prontuário mencionado no item
(Figura 35).
10.2.4.f da NR-10.
As áreas classificadas, assim como outras com elevado risco de
incêndio, não suportam a ocorrência de situações que são toleráveis
em outras instalações elétricas e, por isso, necessitam de medidas
adicionais de prevenção contra o sobreaquecimento de superfícies,
o surgimento de arco elétrico devido à sobretensão (que pode
ocorrer inclusive durante a operação normal de dispositivos de
manobra e de proteção).
Dessa forma, o item 10.9.4 da NR-10 exige que sejam instalados
dispositivos de proteção destinados ao alarme e seccionamento
automático da alimentação para prevenir sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras
condições anormais de operação, possíveis de ocorrerem nesses
ambientes com potencialidade de atmosferas explosivas ou elevado
risco de incêndio.
A instalação elétrica deve ter, no mínimo, um dispositivo de
seccionamento de emergência, de acordo com 4.5.1 da NBR 5410,
Figura 35 – Área classificada
localizado em uma área não classificada, por meio do qual deverá
ser possível desenergizar os equipamentos elétricos de algum lugar
Nesse tipo de área, que é encontrada em inúmeras instalações
apropriado, se a sua energização contínua determinar algum risco,
(Figura 36), devem ser tomadas precauções especiais para a
tal como sobreaquecimento ou sobrecargas.
construção, montagem, instalação e utilização de instalações e
A equalização de potencial (equipotencialização) é sempre
equipamentos elétricos, uma vez que o aquecimento acima de
necessária para instalações elétricas em áreas classificadas.
certos limites e os eventuais centelhamentos podem ser capazes de
Seu objetivo é evitar o centelhamento perigoso entre as partes
inflamar a atmosfera explosiva. Isso resulta na adoção de medidas
metálicas de estruturas. Todas as partes condutoras usualmente
específicas em relação à possibilidade de contatos com partes
não energizadas e expostas devem ser conectadas à ligação
vivas (energizadas), com a presença de eletricidade estática e com
equipotencial. Este sistema de equipotencialização deve incluir os
os aquecimentos inadequados provocados por equipamentos e
condutores de proteção, os eletrodutos e demais condutos metálicos,
serviços elétricos.
proteções metálicas de cabos, armação metálica e partes metálicas
de estruturas, mas não deve incluir os condutores neutros, quando
existirem. A condutância entre partes metálicas de estruturas deve
corresponder a uma seção mínima de 10 mm2 de cobre.
No projeto do sistema de proteção contra descargas atmosféricas,
devem ser previstos meios que evitem arcos ou centelhas passíveis
de causar a ignição da mistura inflamável.
O item 10.9.5 da NR-10 exige que seja implantado um
procedimento de autorização, conhecido como “permissão
para trabalho (PT)”, para a realização de serviços elétricos em
áreas classificadas. A ‘PT’, obrigatória, deve ser documentada
e formalizada mediante aplicação dos conceitos e princípios de
Figura 36 – Exemplos de instalações que possuem áreas classificadas
desenergização (item 10.5 da NR-10 – ver 3.4 deste guia).
O tema de áreas classificadas é abordado na NR-10 em seus Instalações elétricas precisam ser inspecionadas, testadas,
itens 10.9.2, 10.9.4, e 10.9.5, conforme indicado a seguir. mantidas e, com frequência, é necessário pesquisar defeitos durante
O item 10.9.2 determina que os materiais, peças, as atividades de manutenção corretiva, o que implica a presença de
NR 10
equipamentos e dispositivos elétricos utilizados em áreas circuitos energizados, máquinas e ferramentas que geram faíscas
classificadas têm obrigatoriedade de certificação no âmbito do em condições normais de operação (por exemplo, as escovas de
um motor). Nessas condições, impossibilitada a aplicação da na frequência e duração da ocorrência de uma atmosfera explosiva
desenergização, devem ser adotados procedimentos de supressão provocada por substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor ou
do agente de risco, quer por diluição, quer por eliminação da névoa, ou por atmosfera explosiva na forma de uma nuvem de
presença da substancia inflamável ou explosiva, de modo a garantir poeira ou fibras de combustíveis no ar. O desenvolvimento de um
a segurança da operação. Este procedimento deve ser devidamente trabalho de classificação de áreas de um estabelecimento começa
formalizado por sua respectiva documentação. com a análise da “probabilidade” da existência ou aparição de
É importante destacar que as atividades em áreas classificadas atmosferas explosivas nos diferentes locais da unidade, que serão
exigem treinamento específico (ver item 5 deste guia) e a posteriormente definidas como Zonas 0, 1 ou 2, nos casos de gás,
delimitação da área, conforme tratado no item 16.8 da NR-16. vapor ou névoa ou ainda, zonas 20, 21 e 22 nos casos de poeiras e
fibras combustíveis.
C lassificação da área
NR 10
C O N T R O L E MÉD I C O
AUTORIZAÇÃO
T R E I N A M E N TO
de tal forma que a atmosfera explosiva não possa ser ignitada sob Treinamento
condições de operação ou de instalação; Capacitado
elétricos em áreas classificadas dirigidos à classificação de áreas, Figura 39 – Fundamentos do conceito de “autorização” da NR-10
limites admissíveis de aquecimento, identificações, proteção contra
descargas atmosféricas, equalização de potencial, eletricidade A responsabilização dos contratantes mediante o conceito de
estática, proteção contra centelhamentos, etc. devem ser estudados autorização da NR-10 exige o gerenciamento da mão de obra
na normalização existente no âmbito da Associação Brasileira de contratada (própria ou terceirizada) com a realização de controles na
Normas Técnicas. admissão ou aceitação, e na preparação do trabalhador para realizar
as suas atribuições de natureza elétrica, quer sejam os eletricistas,
E letricidade Estática montadores, instaladores, mantenedores, técnicos, engenheiros, etc.
Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou A responsabilização vai mais além quando associa o conceito de
acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica “proximidade” (ver 3.5.2 deste guia), o qual estende a necessidade
e dispositivos de descarga elétrica, como determina o item 10.9.3 da autorização para os trabalhadores que realizam suas atividades
da NR-10. em proximidade de instalações elétricas, como são os casos de
A eletricidade estática é o fenômeno de acumulação cabeamento telefônico, TV a cabo, sinalização viária, poda de
de cargas elétricas em um material qualquer, ou partes e árvores, iluminação pública, dentre outros.
substâncias (condutor, semicondutor ou isolante), geradas por
fricção (atrito), por indução ou condução. No material isolante, Dessa forma, a “autorização” é um processo administrativo de
este efeito produz um desequilíbrio (eletrização) entre cargas formalização legal do consentimento expresso pela empresa
positivas e negativas. A natureza tende a restabelecer o equilíbrio tomadora do serviço ao trabalhador para a prática de qualquer
entre as cargas, mas isso pode levar algum tempo e, durante esse atividade que implique, direta ou indiretamente, a interação com
intervalo, o material é capaz de atrair ou repelir outros isolantes instalações ou serviços elétricos. É implícito que a autorização
devido à força columbiana. está acompanhada da responsabilidade em autorizar trabalhadores
Nos materiais condutores, o desequilíbrio de cargas altera próprios, terceirizados, avulsos, etc., razão pela qual é de
o potencial elétrico do material, fazendo surgir uma diferença fundamental importância que as empresas adotem critérios bem
de potencial entre o material condutor eletricamente carregado claros para assumir tais responsabilidades perante os recursos
e a terra ou entre materiais. Em consequência dessa diferença de humanos utilizados para intervenções em instalações e serviços
potencial, podem ocorrer descargas elétricas, com possibilidade de elétricos.
causar choques, faíscas, ruídos e outros fenômenos físicos capazes
de provocar acidentes. 5.1 Formação do trabalhador
Em diversos processos industriais, nas áreas com potencial
de incêndio, tais como aquelas onde há fluxo de substâncias em A NR-10 define os conceitos de qualificação, habilitação,
alta velocidade, descarga de caminhões tanque, dentre outras, o capacitação e treinamento dos trabalhadores.
acúmulo de eletricidade estática pode provocar graves acidentes. Conforme item o 10.8.1, um “trabalhador qualificado” é aquele
Dessa forma, essas áreas ou equipamentos devem dispor de que comprova a conclusão de curso específico na área elétrica
NR 10
proteções para evitar o aparecimento das cargas estáticas, ou então reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. Isso abrange as
reduzi-las a níveis seguros. pessoas que receberam instrução específica em cursos reconhecidos
e autorizados pelo Ministério da Educação e Cultura, foram
aprovadas e, por essa razão, receberam um diploma ou certificado. 5.2 Treinamento do trabalhador
na capacitação. É importante ressaltar que a capacitação é válida aquela determinada empresa que o ministrou, conforme determina o
unicamente para a empresa que o capacitou. item 10.8.8.2.a da NR-10.
Os treinamentos não devem ser oferecidos e vendidos 9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.
às empresas de forma simplista, na pretensão apenas de a) instalações desenergizadas;
atendimento formal a uma exigência normativa de instrução b) liberação para serviços;
de trabalhadores, mediante formas, meios e material didático c) sinalização;
genéricos, distantes da realidade de cada situação de trabalho, d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
pois, para as empresas e profissionais que autorizam os
trabalhadores, os riscos e as responsabilidades deste assunto 10. Documentação de instalações elétricas.
são sérios.
Os treinamentos devem atender às cargas horárias e aos 11. Riscos adicionais:
conteúdos programáticos mínimos determinados no Anexo III da a) altura;
NR-10, reproduzidos a seguir. b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
1. CURSO BÁSICO – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E d) umidade;
SERVIÇOS COM ELETRICIDADE e) condições atmosféricas.
6. Técnicas de análise de Risco no S E P.(*) c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de
métodos, processos e organização do trabalho;
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão.(*) O foco da reciclagem está nas mudanças do projeto das instalações,
na inclusão de novos equipamentos e metodologias, assim como as
8. Técnicas de trabalho sob tensão:(*) alterações na organização do trabalho.
a) em linha viva;
b) ao potencial; Contudo, quando a motivação da reciclagem for bienal, então o
c) em áreas internas; foco deverá ser o aprofundamento e direcionamento de temas de acordo
d) trabalho a distância; com as necessidades e a realidade da organização e deverá atender com
e) trabalhos noturnos; e carga horária suficiente para permitir aproveitamento em revisões, nas
f) ambientes subterrâneos. mudanças dos procedimentos, instalações e serviços, de forma a surtir o
efeito desejado na prevenção de acidentes.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, Na reciclagem dos trabalhadores, a NR-10 não determina nenhum
conservação, verificação, ensaios).(*) conteúdo programático ou carga horária, e nem mesmo trata dos recursos
a serem utilizados, porém fica evidente que os assuntos a serem abordados
10. Sistemas de proteção coletiva.(*) deverão ser relativos aos temas de segurança em serviços e instalações
elétricas, com o viés de gerenciamento e responsabilidade que norteia a
11. Equipamentos de proteção individual.(*) NR-10. Fica a critério da empresa estabelecer os currículos e cargas horárias
das reciclagens em função das necessidades da empresa e dos profissionais
12. Posturas e vestuários de trabalho.(*) objeto e, por conseguinte, assumir a responsabilidade pela decisão.
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e 5.2.3 Treinamentos em resgates, primeiros socorros, combate a
incêndios e trabalhos em áreas classificadas
equipamentos.(*)
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho.(*) O item 10.12.2 da NR-10 determina que os trabalhadores autorizados
possuam o domínio das técnicas de socorro, de resgate, de remoção e de
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso. transporte de pessoas acidentadas, assim como o item 10.12.3 exige que
(*) a empresa possua e disponibilize os equipamentos e meios de aplicação
destas técnicas.
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte Dessa forma, é obrigatório e de extrema importância para a vida que
de acidentados.(*) os trabalhadores autorizados sejam treinados e possuam o conhecimento
quanto aos equipamentos, técnicas de regate e primeiros socorros, pois a
17. Acidentes típicos(*) – análise, discussão, medidas de proteção. probabilidade de reanimação da vítima acidentada cai vertiginosamente
com o passar do tempo após a parada cardiorrespiratória. Muitas vezes, a
NR 10
QUALIFICADO
PROFISSÃO ocupaçÃO
capacitaçÃO específica sob
responsabilidade de um
profissional habilitado e
autorizado
registro
capacitado
habilitado
sob responsabilidade
de habilitado e
*autorizado autorizado
NR 10
de um ato ou serviço. Por exemplo, designar ou manter um empregado das ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, com a
não legalmente habilitado ou sem as capacidades ou aptidões requeridas imposição de notificações, autuações, embargos e interdições.
Em relação à responsabilidade civil e criminal, o Código Penal Conforme a NR-10, as seguintes situações são consideradas graves
Brasileiro, que regulamenta os crimes contra a pessoa, contém: e de iminente risco, capazes de promover o embargo ou a interdição:
• Artigo121 – Parágrafo Terceiro: trata do homicídio culposo, com pena
de reclusão de até 30 anos; • Item 10.2.4: os estabelecimentos não constituíram e mantém o
• Artigo 129 – Parágrafo Segundo: trata de lesão corporal de natureza Prontuário de Instalações Elétricas;
grave, com pena de reclusão de até 5 anos; • Item 10.2.8.1: ausência da adoção de medidas de proteção coletiva,
• Artigo 132 – Perigo para a vida ou saúde de outrem, com pena de prioritariamente, a desenergização – invólucro, aterramento, etc.;
reclusão de até um ano. • Item 10.2.9.1: ausência da adoção de EPIs específicos e adequados
às atividades desenvolvidas com instalações elétricas energizadas
No Código Civil Brasileiro, atribui-se a “responsabilidade civil (luvas isolantes, calçados especiais, vestimentas de trabalho adequadas
objetiva” e a “obrigação de indenizar”. Em seu Artigo 927 – Parágrafo à condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas
Único fica estabelecido que “haverá obrigação de reparar o dano, (10.2.9.2), dentre outros);
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando • Itens 10.6.1; 10.6.1.1; 10.7.1; 10.7.2; 10.8.8: atividades em instalação
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por energizada por profissional não autorizado ou não treinado em segurança
sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Desta forma, o Código com instalações e serviços elétricos;
Civil adota critérios de responsabilidade objetiva no âmbito do direito • Item 10.7.3: serviços em instalações elétricas energizadas em alta
privado. Com isso, há um significativo aumento na probabilidade de tensão, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência
responsabilização dos culpados, na medida em que, em certas espécies (SEP), realizadas individualmente;
de atividade (que incluem os serviços elétricos), o responsável está • Item 10.7.7: ausência de desativação (bloqueio) dos conjuntos
sujeito a indenizar por dano ainda que se tenha agido sem culpa, o e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou
que recomendaria a adoção de maior cautela por parte das pessoas ou equipamento;
empresas que atuem em atividade considerada perigosa. Essa teoria da • Item 10.9.5: serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas
responsabilidade objetiva adotada em certos casos não mais se baseia na sem a permissão para o trabalho com liberação formalizada ou supressão
culpa, mas, meramente, na demonstração da existência de nexo causal do agente de risco;
entre o dano e o agente que praticou a conduta lesiva. • Item 10.4.1: falta de supervisão por profissional autorizado, na
construção, montagem, operação, reforma, ampliação, reparo e inspeção.
Direito de recusa
Referências
O exercício do “direito de recusa” é tratado no item 10.14.1 da NR-
10, que determina que os trabalhadores devam interromper suas tarefas • IEC 61010-1 - Safety requirements for electrical equipment for
sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua measurement, control, and laboratory use - Part 1: General requirements
segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente • IEEE 1584 - Guide for Performing Arc Flash Hazard
o fato ao seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis. • NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão
Trata-se de uma ratificação do direito de recusa, previsto no Artigo 13 • NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas
da Convenção 155 da OIT e promulgada pelo Decreto Federal 1.254 • NBR 8674 – Execução de sistemas fixos automáticos de proteção
de 29 de setembro de 1994, com indicações de que essa providência contra incêndio, com água nebulizada para transformadores e reatores
de recusar-se a expor sua saúde e integridade física deva resultar em de potência
medidas corretivas, indicando a responsabilidade dos níveis hierárquicos • NBR 10622 - Luvas isolantes de borracha - Especificação
superiores para as providências necessárias. Ressalte-se que esta atitude • NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV
está associada à obrigação da comunicação imediata conforme estabelece • NBR IEC 60079-14 – Equipamentos elétricos para atmosferas
a NR-10 no item 10.13.4. explosivas
• NBR IEC 60947-1 – Dispositivos de manobra e comando de baixa
Interdição ou embargo tensão
• NFPA 70 – National Electrical Code
Na ocorrência de condição de trabalho com instalações e serviços • NFPA 70E - Standard for Electrical Safety in the Workplace
elétricos que implique grave e iminente risco, tratado no item 10.14.3 • Norma Regulamentadora Nº 6 (NR-6) – Equipamento de proteção
da NR-10 e na NR-3, o Ministério do Trabalho e Emprego deverá adotar individual - EPI
procedimentos de fiscalização com o embargo ou interdição, mediante laudo • Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) - Segurança em Instalações e
técnico emitido. As definições de interdição e embargo são as seguintes: Serviços em Eletricidade
• Norma Regulamentadora Nº 17 (NR-17) – Ergonomia
• Interdição: paralisação total ou parcial do estabelecimento, da frente de • Norma Regulamentadora Nº 26 (NR-26) – Sinalização de segurança
trabalho, do setor de serviço, da máquina ou equipamento. • OSHA / CFR 1910 - Occupational Safety and Health Standards
• Embargo: paralisação total ou parcial da obra de instalação elétrica • The other Electrical Hazard: Electrical Arc Blast Burns”. IEEE
NR 10
(construção, montagem, instalação, manutenção e reforma). Transaction on Industrial Applications, Vol. 1A-18, No 3, p. 246 May/
June 1982. Ralph Lee
Segurança no trabalho
PROTEÇÃO E
COMBATE A INCÊNDIOS
TEORIA BÁSICA DO FOGO
FOGO é uma reação química rápida e consistente,
liberando energia em forma de luz e calor,
resultante da COMBUSTÃO de materiais
combustíveis.
TETRAEDRO DO FOGO
Para que o fogo ocorra são necessários 03
elementos: calor, combustível e comburente. Eles
devem estar em concentrações ideais para manter
a reação em cadeia.
Veja o tetraedro ao lado. (pirâmide com 4 faces).
PONTOS DE TEMPERATURA
51,7 °C 91 °C 329,7 °C
PRODUTOS DA COMBUSTÃO
CALOR LUZ
energia térmica energia
eletromagnética
visível ao olho
humano.
VAPORES FUMAÇA
Prevenção e combate a Incêndio
É o produto da
Assumem a forma do
decomposição de
recipiente em que materiais, composta de
estão contidos. vapores d'água, partículas
sólidas aquecidas e gases
tóxicos.
GASES
MÉTODOS DE EXTINÇÃO
Para extinguir o fogo, basta retirarmos um dos elementos do tetraedro; desta forma cada
método de extinção está diretamente relacionado a um dos elementos do fogo.
Incêndio é o fogo
fora de controle.
Fases do incêndio:
TEMPO
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Momento em que praticamente todos os objetos Em um incêndio as massas se dividem com a parte
atingem seu ponto de ignição. mais quente acima. Com o combate, ocorre uma
rápida expansão do vapor d'água, deixando todo o
ambiente quente.
Prevenção e combate a Incêndio
PROTEÇÃO PASSIVA
Elementos construtivos que procuram impedir ou reduzir a propagação de incêndio, bem como
resistir à sua ação.
CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO
INCOMBUSTÍVEL RESISTENTE AO FOGO
COMPARTIMENTAÇÃO ISOLAMENTO
VERTICAL OU DE RISCO
HORIZONTAL
PROTEÇÃO ATIVA
Prevenção e combate a Incêndio
Elementos complementares da edificação que visam suprimir o incêndio assim que ele ocorra.
EXTINTORES
Verifique se o extintor é compatível Puxe a trava de segurança. aponte para a base do fogo.
com a classe incendiada.
Hidrante
CO2 Pó ABC
Indicado: Classes B e C Indicado: Classes A, B e C
Não indicado: Classe A
Aponte o esguicho para a fumaça Ventile o local para aumentar a Ataque a base do fogo. Se estiver
no teto de modo a resfriar o visibilidade. fora de controle abandone o local
ambiente. e proteja edificações vizinhas.
SAIDAS DE EMERGÊNCIA (NBR 9077)
Saida de emergência é o caminho contínuo protegido, com acesso à via pública.
Faça a revisão
Não permita que
de painéis
crianças brinquem
elétricos
com fósforos e
periodicamente.
isqueiros.
Atendendo NR-10
Instale o botijão
Não sobrecarregue
de gás do lado
o sistema elétrico.
externo.
Permaneça na
cozinha enquanto Não fume quando
houver chamas no estiver na cama.
fogão.
Deixe aquecedores
Armazene produtos
distantes de
inflamáveis em
materiais
locais apropriados.
combustíveis.
PLANO DE FUGA (NBR15219)
Tempo: até 5 minutos para o abandono total da edificação.
PESSOA EM CHAMA
1 2
Prevenção e combate a Incêndio
3 4
PEÇA QUE ROLE NO CHÃO. ABAFE COM COBERTOR E/OU JOGUE ÁGUA.
Não fique parado, aja. Não use o elevador. Verifique se há mais pessoas.
Mantenha a calma.
Informe seu nome e telefone.
Informe o que está acontecendo.
Informe o endereço e como chegar mais rápido.
Passe o máximo de informações para que o socorro mais adequado seja prontamente encaminhado.
Sinalize o local na chegada do socorro.
ANOTAÇÕES
Prevenção e combate a Incêndio
Primeiros socorros
PRIMEIROS SOCORROS
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
AVALIAÇÃO INICIAL
Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma se-
qüência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema
associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-
lo.
Essa seqüência padronizada de procedimentos é conhecida como exame do paciente. Du-
rante o exame, a vítima deve ser atendida e sumariamente examinada para que, com base
nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabele-
cidas. O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, tais como:
• O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de
uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas?
• A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte
do corpo dela.
• As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve ou-
vir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente.
• Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada, mo-
to, bicicleta, andaime e etc. A vítima pode ter sido ferida pelo volante do veículo?
• Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queima-
da? Há sinais de esmagamento de algum membro?
• Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo
convulsões?
• Para que não haja contaminação, antes de iniciar a manipulação da vítima o socor-
rista deverá estar aparamentado com luvas cirúrgicas, avental com mangas longas,
óculos panorâmicos e máscara para respiração artificial ou ambú.
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns se-
gundos, são extremamente valiosas na seqüência do exame, que é subdividido em duas
partes: a análise primária e secundária da vítima.
ANÁLISE PRIMÁRIA
A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente e é ne-
cessária para se detectar as condições que colocam em risco iminente a vida da vítima. Ela
se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:
• determinar inconsciência;
• abrir vias aéreas;
• checar respiração;
• checar circulação; e
• checar grandes hemorragias.
COLAR CERVICAL
Tipos
O colar cervical é encontrado nos tamanhos pequeno, médio e grande e na forma regulável
a qual se ajusta a todo comprimento de pescoço.
Escolha do tamanho
Com o pescoço da vítima em posição anatômica, medir com os dedos da mão, a distância
entre a base do pescoço (músculo trapézio) até a base da mandíbula.
Em seguida comparar a medida obtida com a parte de plástico existente na lateral do colar,
escolhendo assim o tamanho que se adapta ao pescoço da vítima.
Socorrista 1
• Retirar qualquer vestimenta e adorno em torno do pescoço da vítima;
• Examinar o pescoço da vítima antes de colocar o colar;
• Fazer o alinhamento lentamente da cabeça e manter firme com uma leve tração pa-
ra cima;
Socorrista 2
• Escolher o colar cervical apropriado;
• Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
• Colocar a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma
que esteja apoiado firmemente;
• Ajustar o colar e prender o velcro, mantendo uma discreta folga (um dedo) entre o
colar e o pescoço da vítima;
• Manter a imobilização lateral da cabeça até que a mesma seja imobilizada (apoio la-
teral, preso pelas correias da maca).
ANÁLISE SECUNDÁRIA
Conceituação
O transporte de acidentados deve ser feito por equipe especializada em resgate (Corpo de
Bombeiros, Anjos do Asfalto, outros).
O transporte realizado de forma imprópria poderá agravar as lesões, provocando seqüelas
irreversíveis ao acidentado.
A vítima somente deverá ser transportada com técnica e meios próprios, nos casos, onde
não é possível contar com equipes especializadas em resgate.
OBS: É imprescindível a avaliação das condições da vítima para fazer o transporte seguro (número
de pessoas para realizar o transporte).
A remoção ou transporte como indicado abaixo só é possível quando não há suspeita de lesões na
coluna vertebral.
Uma pessoa
a. Nos braços: Passe um dos braços da vítima ao redor do seu pescoço.
b. De apoio: Passe o seu braço em torno da cintura da vítima e o braço da vítima ao redor
de seu pescoço.
c. Nas costas: Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor de seu pescoço,
incline-a para a frente e levante-a.
Duas pessoas
a. Cadeirinha: Faça a cadeirinha conforme abaixo. Passe os braços da vítima ao redor do
seu pescoço e levante a vítima.
b. Segurando pelas extremidades: uma segura a vítima pelas axilas, enquanto a outra,
segura pelas pernas abertas. Ambas devem erguer a vítima simultâneamente.
Três pessoas
Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte superior das coxas. A terceira
segura a parte inferior das coxas e pernas. Os movimentos das três pessoas devem ser
simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna, coxas e pernas.
Quatro pessoas
Semelhante ao de três pessoas. A quarta pessoa imobiliza a cabeça da vítima impedindo
qualquer tipo de deslocamento.
TELEFONES ÚTEIS
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