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Reciclagem do Módulo Básico
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Norma Regulamentadora No 10
Segurança em instalações e serviços
em eletricidade

Sumário

1 Introdução 3
1.1 NR-10 – Força de lei 3

1.2 Aplicação da NR-10 3


1.3 Trabalho em proximidade 4
1.4 Normas regulamentadoras versus NBR 4
2 Medidas de controle dos riscos 5
3 Medidas de segurança elétrica 10
3.1 Medidas de proteção coletiva 10
3.2 Medidas de proteção individual 14

3.3 Segurança na construção, montagem, operação e manutenção das instalações elétricas 17

3.4 Serviços em instalações elétricas desenergizadas 18

3.5 Serviços em instalações elétricas energizadas e trabalhos envolvendo alta tensão 19

4 Áreas classificadas 23

5 Autorização do trabalhador 28

5.1 Formação do trabalhador 28

5.2 Treinamento do trabalhador 29

5.3 Controle médico 32

5.4 Resumo 33
NR 10

6 Responsabilidades 33
junto ao Ministério da Justiça, tais como a responsabilização civil
1 Introdução
(indenizações), e criminal (prisões) e ações trabalhistas; o Ministério
Público, tais como a paralisação dos serviços e a imposição de pesadas
A Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) compõe o
multas; o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social com as ações
ordenamento jurídico nacional e, dessa forma, tem força de Lei. Ela
regressivas; além, é claro, das ações fiscalizatórias do Ministério do
trata de “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”, e
Trabalho e Emprego, com a imposição de notificações, autuações, os
dispõe sobre as diretrizes básicas para a implementação de medidas
embargos e as interdições (Figura 2).
de controle e sistemas preventivos destinados a garantir a segurança
e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais Constituição Constituição Federal
Art. 7 / Art. 21 / Srt 22
diversos usos e aplicações e quaisquer trabalhos realizados nas
Consolidação das
proximidades das instalações elétricas.
Leis - Decretos leis do Trabalho
Ela é de competência do Ministério do Trabalho e Emprego – CLT
MTE e teve sua revisão dada pela Portaria 598 em 2004. Inicialmente,
Portarias Portarias
foi desenvolvido um texto básico pelos profissionais do MTE, MTE 3.214 / 78
submetido à consulta pública, discutida e finalizada pelo Grupo
Técnico Tripartite da NR-10 – GTT10, organizado de forma tripartite Normas, Instruções
Normas
e Regulamentação
e paritariamente por notáveis profissionais da área de segurança no Regulamentadoras
34 Normas
trabalho com energia elétrica, representantes dos trabalhadores, dos
empresários e do governo, conforme recomenda a OIT (Organização
Internacional do Trabalho). Ao final dos trabalhos, o texto da
Figura 1 – Ordenamento jurídico nacional e as normas regulamentadoras
atualização da NR-10 foi encaminhado ao Ministro do Trabalho e
Emprego que o aprovou, colocando-a em vigor. É muito importante ressaltar que, pelo item 10.13.1 da NR-10,
O conteúdo da NR-10 está composto por 99 itens, três a responsabilidade de seu atendimento é “solidária” a contratantes e
anexos e um glossário, sendo que, em sua Portaria de criação, contratados. Isso significa que a empresa diretamente empregadora,
foi instituída a Comissão Permanente Nacional sobre Segurança empreiteiras, prestadoras de serviços, cooperativas, trabalhos
em Energia Elétrica – CPNSEE, também de formação tripartite e avulsos, em suma, todos os envolvidos, independentemente
paritária ao Governo, Empregados e Empresários, com o objetivo da forma contratual, respondem por eventuais penalizações,
de acompanhar a implementação da NR-10, assumir as demandas indenizações, prisões, etc.
da sociedade e propor as adequações necessárias às dinâmicas
alterações de processos, métodos, materiais e equipamentos, nas
AÇÕES PUNITIVAS
relações de trabalho com o caráter de promover o aperfeiçoamento
contínuo da Norma Regulamentadora Nº 10. Ministério do Trabalho e Emprego
- notificações, multas, embargos ou interdições

1.1 NR-10 - Força de lei Ministério da Justiça


- ações trabalhistas, cíveis, criminais

No Brasil, é o Ministério do Trabalho e Emprego o órgão Ministério Público do Trabalho - MPT


federal competente pela regulação das relações entre o capital e o - termos de ajustamento de conduta-TAC, multas vultuosas

trabalho e que, em 1942, instituiu a CLT – Consolidação das Leis do Ministério da Previdência Social
Trabalho, sendo o principal instrumento de regulação das relações - ações regressivas

trabalhistas e de reconhecida importância social. Figura 2 – Algumas consequências do descumprimento da NR-10


Na CLT foi introduzido o Capítulo V, específico sobre a
Segurança e Medicina do Trabalho, acrescentando os artigos
1.2 Aplicação da NR-10
de números 154 a 201. Em 1978, o Ministério do Trabalho, em
complementação ao Capítulo V da CLT, publicou a Portaria 3.214,
Em seu caput introdutório, a NR-10 traz orientações objetivas
contendo 28 NR-10s Regulamentadoras – NR, com o objetivo
quanto às suas finalidades e aplicações, resumindo e condicionando
estabelecer as regulamentações adicionais e específicas em
as disposições regulamentadas. Ela fixa os requisitos e condições
Segurança e Saúde no Trabalho. Posteriormente, foram publicadas
mínimas necessárias ao processo de transformação das condições
mais seis Normas Regulamentadoras, totalizando, em 2011,
e trabalhos com energia elétrica, de forma a torná-las mais seguras
34 Normas Regulamentadoras em vigor, com a força de lei e de
e salubres. Deve-se ter atenção ao termo “condições mínimas” que
cumprimento compulsório.
denota a intenção de regulamentar o menor grau de exigibilidade.
A NR-10 é uma das 34 NRs e se constitui num regulamento
Desta forma, com esse conceito fica claro que há muito mais a ser
que integra o Ordenamento Jurídico Nacional (Figura 1). Portanto,
estudado, desenvolvido e implantado no universo de medidas de
a sua aplicação é passível de auditoria e punibilidade, constituindo-
NR 10

controle e sistemas preventivos possíveis nesse campo de segurança


se em base para as decisões e sentenças que envolvam o assunto
elétrica das pessoas.
A redação estende o conceito de “garantia em segurança e os trabalhadores não ligados às intervenções ou contatos com
saúde” a todos os trabalhadores envolvidos, assegurando-lhes o os sistemas elétricos, mas que, por força de suas atividades, se
direito quando houver intervenções e ações físicas do trabalhador aproximam de partes, conjuntos ou equipamentos energizados,
com interferência direta ou indireta em serviços ou instalações mediante o conceito de “Trabalho em Proximidade”, definido
elétricas. Ressalte-se que “Instalação Elétrica” está definida no como: “trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona
glossário da NR-10 como “conjunto das partes elétricas e não controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com
elétricas associadas e com características coordenadas entre si, extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou
que são necessárias ao funcionamento de uma parte determinada equipamentos que manipule”.
de um sistema elétrico”. Dessa forma, a NR-10 atinge, inclusive, os trabalhadores em
A abrangência da NR-10 é para todos os trabalhadores diretos, ambientes circunvizinhos sujeitos às influências das instalações
objetivamente envolvidos na ação, ou seja: eletricistas, montadores, ou sistemas elétricos, tais como: trabalhadores nas instalações
reparadores, instaladores, mantenedores, técnicos, engenheiros, telefônicas, TV a cabo, iluminação pública, podas da arborização,
etc., bem como aos trabalhadores indiretos, sujeitos à reação, em estruturas de distribuição e transmissão de energia elétrica, ou
irregularidades ou ausência de medidas de controle e sistemas de trabalhadores em geral, que, apesar de não realizarem quaisquer
prevenção, usuários de equipamentos e sistemas elétricos e outras atividades com essas estruturas, equipamentos ou partes elétricas,
pessoas não advertidas, tais como operadores de equipamentos realizam suas atividades e serviços na zona controlada definida no
elétricos em condição de perigo, todos os profissionais de anexo II da NR-10. Ainda amparados por esse conceito estão os
manutenção envolvidos com sistemas elétricos, etc. mecânicos, técnicos de manutenção, pessoas de limpeza em áreas
Deve-se ressaltar que a NR-10, item 10.1.1, não trata de ou ambientes elétricos, pessoas de supervisão e de controle, que,
“empregado”, mas de “trabalhador”, conforme segue: por força de suas atividades, se envolvem com instalações elétricas
(Figura 3). Esse assunto será tratado com mais detalhe adiante.
•Empregado: Pessoa física que presta serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário
(CLT);
•Trabalhador: Pessoa que vende a sua força de trabalho.

Isso resulta na aplicação da NR-10 não somente às categorias


organizadas, tais como os metalúrgicos, os eletricitários, os
trabalhadores da construção civil, os petroquímicos, os têxteis etc.,
mas também e, sobretudo, aos trabalhadores menos organizados Figura 3 – Trabalho em proximidade
por categorias, como os autônomos, avulsos, eventuais,
chapinhas, safreiros, ambulantes; domésticas, homem do campo, 1.4 Normas regulamentadoras versus NBR
etc., independentemente de seus vínculos empregatícios, pois o
cumprimento da NR-10 implica a proteção à vida do cidadão em A NR-10 impõe às pessoas e organizações que se atendam as
seu trabalho, conforme impõe a Constituição Federal – “Art. 7º normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes.
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros Certamente, a aplicabilidade da NR-10 não seria possível com
que visem à melhoria de sua condição social: XXII – redução dos algumas poucas páginas do texto aprovado, cujo objetivo principal
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene é estabelecer as diretrizes de gestão e responsabilidade no trato
e segurança”. das questões de medidas de prevenção e controle para garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que interajam em instalações
1.3 Trabalho em proximidade elétricas e serviços com eletricidade. Dessa forma, a NR-10 se
alicerça nas normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos
No segundo item introdutório “10.1.2”, a NR-10 sujeita todas competentes e, na ausência ou omissão destas, nas normas
as atividades desde a produção ou geração até o consumo final da internacionais aplicáveis.
energia elétrica em suas mais diversas aplicações, abrangendo as A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é
seguintes etapas: uma entidade privada reconhecida pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO e
• Projeto (planejamento, levantamentos, medições, etc.); responsável pela normalização técnica, fornecendo a base necessária
• Construção (preparação, montagens e instalações); para a padronização técnica orientativa no Brasil. A ABNT produz
• Reformas (atualizações, modificações e ampliações); as Normas Brasileiras – NB, desenvolvidas por voluntários.
• Operação (supervisão, controles, ação e acompanhamento); Tais Normas Brasileiras, quando registradas pela ABNT junto
• Manutenção (diagnóstico, reparação, substituição de partes e ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
peças, testes). Industrial – INMETRO, e passam a ser identificadas como Norma
NR 10

Brasileira Registrada – NBR e tornam-se oficiais. No entanto, seu


E, ainda, ela inova no momento em que abrange também uso ou atendimento é de caráter voluntário pela sociedade, salvo
quando explicitado em um instrumento do Poder Público (lei, necessidade de medidas de controle e de responsabilidade nos trabalhos
decreto, portaria, normativa, etc.) ou quando citadas em contratos. de gerenciamento dos riscos elétricos.
Então, as instalações elétricas e serviços com eletricidade devem Os riscos potenciais da energia elétrica são (Figura 4):
atender as prescrições fixadas nas normas técnicas aplicáveis ao
perfeito funcionamento das instalações e à segurança das pessoas • Choque elétrico e queimaduras resistivas e internas;
e, logicamente, dos trabalhadores. • Queimaduras provocadas pela energia térmica do arco elétrico;
Assim, citamos algumas NBRs de interesse do assunto: • Quedas;
NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão; NBR 14039 • Doenças pelos efeitos eletromagnéticos;
– Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV; • Perdas (incêndios, explosões, danos a equipamentos, etc.).
ABNT NBR IEC 60079-14:2006 – Equipamentos elétricos para
atmosferas explosivas; NBR 8674 – Execução de sistemas fixos As medidas de controle determinadas no item 10.2 da NR-10
automáticos de proteção contra incêndio, com água nebulizada são ações estratégicas de prevenção destinadas a eliminar, reduzir
para transformadores e reatores de potência; NBR IEC 60947-1 ou manter sob controle as incertezas e os eventos indesejáveis,
– Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão; e outras que possuam a capacidade potencial para causar lesões ou danos
tantas normas que são aplicáveis às instalações e serviços com à integridade física ou à saúde dos trabalhadores e, até mesmo,
eletricidade. produzir perdas materiais. O estudo, desenvolvimento, implantação
Nesse mesmo item 10.1.2, a NR-10 ainda estabelece que, e acompanhamento das medidas de controle geram a necessidade
em situações onde as normas técnicas nacionais forem omissas de planejamento de um programa de “gerenciamento de riscos”,
ou insuficientes, é passível de aplicação as normas técnicas definido como uma ciência que possibilita às pessoas conviver de
internacionais relativas ao assunto. Pode-se destacar alguns códigos maneira segura com os riscos a que estão expostos e controlar os
ou normas internacionais de reconhecido valor e aplicação, tais perigos que deles possam surgir. Tem a função de administrar as
como IEC – Internacional Electrotecnical Commission; Normas medidas de proteção às pessoas, aos recursos materiais e ao meio
ISO, NFPA 70 – National Electrical Code, etc. ambiente.
A leitura do texto da NR-10 conduzirá o leitor a concluir que se Uma empresa que se propõe ao sucesso deve implantar um
trata de uma Norma de Gestão com caráter legal de responsabilidades programa de gerenciamento de riscos orientado por uma política de
civis e criminais. Dessa forma, o alcance da NR-10 associado à valores capaz de planejar, alocar e gerir recursos, ações, iniciativas,
complexidade dos assuntos tratados não são passíveis de execução princípios e estratégias para eliminar ou mitigar os riscos
com algumas poucas páginas do texto nela publicado, razão pela ocupacionais, controlar e melhorar continuamente a segurança
qual é fundamental para os responsáveis pelo atendimento à NR-10 e saúde dos trabalhadores e, consequentemente, melhorar o
se servirem das especificações e orientações desenvolvidas pelas desempenho nos negócios e estabelecer uma imagem responsável
NBRs, como extensão da Norma Regulamentadora nº 10. Apesar perante o mercado.
da não compulsoriedade das NBRs, é fundamental dedicar total
atenção a elas, pois tais documentos constituem fontes inequívocas Técnicas de análise de riscos
de especificações e orientações aplicáveis ao pleno atendimento da
NR-10. As técnicas de análise de riscos, determinadas no item 10.2.1
da NR-10, constituem-se num instrumento de grande utilidade no
2 Medidas de controle dos riscos gerenciamento e controle do agente de risco “Energia Elétrica”.
Devem identificar a existência do risco elétrico, dimensionar o grau
Quando se trata de eletricidade, fica intrínseca a potencialidade e de exposição do trabalhador e conduzir à seleção de medidas de
a gravidade dos riscos à integridade física das pessoas que interagem controle adequadas à proteção coletiva, à proteção individual, à
direta ou indiretamente com esse tipo de energia, o que gera a proteção do meio ambiente e aos procedimentos de trabalho seguro.

Riscos potenciais da eletricidade

• diretos
choques elétricos
- parada cardiorrespiratória, fibrilação Riscos ao patrimönio
- queimaduras resistivas e internas
queimaduras por arcos voltaicos (flash) incêndios; explosões; corrosão eletrolítica.
efeitos eletromagnéticos

• indiretos
impactos e quedas
queimaduras por contato
NR 10

Figura 4 – Riscos potenciais da eletricidade


Deverá ser aplicada em conformidade com a metodologia de • Controles dos riscos adicionais: trabalho em altura; confinamento,
“análise de riscos” na fase de projeto, planejamento das atividades campos elétricos, etc.;
de construção, ampliação, modificação, manutenção, inspeção e • Aterramento elétrico e equipotencialização;
operação de sistemas, de forma a antecipar todos os possíveis eventos • Equipamentos de Proteção Individual – EPI;
indesejáveis, possibilitando a adoção de medidas preventivas à • Certificações e testes de rigidez dielétrica nos EPI e EPC;
segurança e saúde do trabalhador, do usuário e de terceiros, do meio • Classificação de áreas e certificações de dispositivos e
ambiente e até mesmo evitar danos aos equipamentos e edificações, equipamentos destinados a áreas com atmosferas explosivas;
assim como evitar a interrupção dos processos produtivos. Uma • Controle do trabalho individualizado em serviços com alta tensão
correta aplicação da análise de risco conduzirá ao desenvolvimento e SEP;
de padrões de segurança como os procedimentos de trabalho, check- • Treinamentos de segurança em instalações e serviços com
lists, instruções e treinamentos, etc. eletricidade;
Na prática, as técnicas de análise de riscos devem estar • Controle de qualificação e capacitação dos trabalhadores próprios
baseadas em algumas ferramentas operacionais, tais como: APR e terceirizados;
(Análise Preliminar de Riscos); AMFE (Análise do Modo de Falha • Liberação e administração das autorizações para trabalho com
e Efeitos); HAZOP (Estudo de Operabilidade e Riscos); WIF (What eletricidade;
if/Checklist); ART (Análise de Risco de Tarefa ); APP (Análise • Controles de procedimentos de trabalho e ordens de serviços
Preliminar de Perigo); dentre outras (Figuras 5 e 6). elétricos;
É importante ressaltar que o item 10.2.2 impõe que as medidas • Controles na implementação da NR-10 para prestadores de
adotadas de controle dos riscos elétricos “devem integrar-se” às serviços e empresas contratadas;
demais medidas e iniciativas de preservação da segurança, saúde • Adoção de plano de emergência, métodos e meios de resgate
e do meio ambiente da empresa. Ou seja, as medidas de controle adequados às atividades.
do risco elétrico adotadas pela organização devem integrar um
programa geral de administração dos riscos, o que lhe impõe A seguir são detalhados alguns tópicos mencionados
uma forte característica gerencial e com responsabilidade no anteriormente:
atendimento a alguns tópicos da NR-10, a seguir destacados:
Esquemas elétricos unifilares
• Análise de riscos;
• Esquemas elétricos unifilares; Os esquemas unifilares constituem-se numa exigência bem
• Prontuário das instalações elétricas; elementar de documentar as instalações elétricas e são exigidos no
• Responsabilização técnica pelos serviços elétricos; item 10.2.3 para todos os estabelecimentos, independentemente da
• Relatórios de inspeções técnicas; potência instalada, área do prédio, atividade econômica, número de
• Sistemas e controles de desenergização com o bloqueio de fontes trabalhadores, etc.
elétricas; Estes esquemas, além da representação gráfica dos componentes
• Aplicação de medidas de proteção coletiva (tensão de segurança, elétricos e as suas relações funcionais, devem estar acompanhados
DR, invólucros, etc.); de dados e especificações das medidas de proteção utilizadas em
• Controles nos projetos de instalações elétricas; geral e, especialmente, do sistema de aterramento elétrico. Trata-se


ANÁLISE DE RISCOS DE TAREFAS ART
Data
Descrição da atividade / serviço

Área / Local Preparada por:

Sequência das tarefas da atividade Riscos Potenciais Procedimento seguro de EPI - Equipamento de
trabalho recomendado proteção individual

Recomendações de segurança (gerais e específicas)

Equipamentos de proteção coletiva necessários

Responsáveis pela execução da atividade

Departamento Solicitante Nome Assinatura Cargo RE Telefone

Coordenador do Serviço Nome Assinatura Cargo RE Telefone

Observações Finais

Aprovação da equipe

Técnico Segurança EPS Especialista Técnico Executante do Técnico Data Hora


na Atividade Serviço Segurança
NR 10

Figura 5 – Exemplo de ART



ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS 01/04
Data
SITUAÇÃO:
Parada Programada ( ) Parada de Emergência ( ) Atividade Nova ( ) Melhoria ( ) Obra Nova ( ) (RE) Reforma Especial ( ) (GR) Grande Reparação ( )
DEPARTAMENTO: LOCAL DE TRABALHO: EQUIPAMENTO/MÁQUINA/INSTALAÇÃO: DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

POSSÍVEIS RISCOS DA ATIVIDADE:


( ) Poeira ( ) Queda em mesmo nível ( ) Ação de ser vivo (cobra, etc.) ( ) Ferramenta/Equipamento danificado ( ) Rompimento de corrente
( ) Prensamento entre ( ) Iluminação deficiente ( ) Gases/Vapores ( ) Piso escorregadio/irregular/instável ( ) Rompimento de cabo de aço
( ) Prensamento por ( ) Ruido excessivo ( ) Local úmido ou encharcado ( ) Pressão hiperbárica ( ) Rompimento de corda
( ) Impacto sofrido por ( ) Radiação não ionizante ( ) Movimentação de carga suspensa ( ) Terreno inclinado ( ) Desmoronamento
( ) Impacto contra ( ) Aprisionamento entre ( ) Transitar sob carga suspensa ( ) Produtos inflamáveis ( ) Movimentação ferroviária
( ) Ser atingido por ( ) Atrito, abrasão, perfuração ( ) Projeção de objetos ( ) Produtos tóxicos ( ) Descargas elétricas
( ) Queda de Objeto ( ) Esforço excessivo ( ) Projeção material incandescente ( ) Produtos corrosivos ( ) Trabalho com eletricidade
( ) Queda de escada ( ) Contato com temperatura ( ) Partículas volantes ( ) Presença de água ( ) Patolamento próximo escavações
( ) Queda de altura ( ) Exposição temperatura ( ) Incêndio/Explosão ( ) Trabalho em local confinado ( ) Patolamento parcial
( ) Queda de nível diferente ( ) Radiação ionizante ( ) Ferramenta inadequada ( ) Trabalho em local semi-confinado ( ) Contato com lã de vidro/fibra cerâmica
( ) Contato com óleo/graxa ( ) Escape de barras ( ) Peças em movimento ( ) Projeção de material liquefeito ( ) Trabalho com circuito elétrico energizado
( ) Atropelamento ( ) Lambada por estouro ( ) Peças cortantes/escoriantes ( ) Substância/Material quente ( ) Equipamento/Veículo inadequado

Outros: Especificar no verso se necessário.

ATIVIDADES RISCOS VERIFICADOS AÇÕES OBRIGATÓRIAS DE SEGURANÇA (Gerais e Específicas)

PESSOAS TREINADAS PARA A ATIVIDADE


NOME RE FUNÇÃO ASSINATURA

RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS:


Máquina de Solda ( ) Aparelhos de Oxi-corte ( ) Furadeira ( ) Lixadeira ( ) Talha Catraca ( ) Cabo de Aço ( ) Corda/Corrente ( )
Ferramentas Manuais ( ) Ferramenta Pneumática ( ) Tirfor ( ) Guindaste ( ) Escada ( ) Compressor ( ) Veículo leve/Caminhão ( )
Outros: Especificar no verso se necessário.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA (GERAIS E ESPECÍFICAS):

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E OBRIGATÓRIOS: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA NECESSÁRIOS:

RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DA ATIVIDADE:


Dept° Solicitante NOME: ASSINATURA: CARGO: RE: TELEFONE:

COORDENADOR DO SERVIÇO NOME: ASSINATURA: CARGO: RE: TELEFONE:

OBSERVAÇÕES FINAIS:
APROVAÇÃO DA EQUIPE:

Técnico Segurança EPS Especialista Técnico na Atividade Executante do Serviço Técnico Segurança DATA HORA
TELEFONES ÚTEIS:
Segurança Brigada Emergência XXXXXX Portaria X Meio Ambiente X

Figura 6 – Exemplo de APP

de um elemento de fundamental importância para a segurança de Prontuário de instalações elétricas


trabalhadores, usuários, e dos demais equipamentos e dispositivos
de proteção que integram a instalação elétrica, tais como, fusíveis, Ao regulamentar a obrigatoriedade de documentar a instalação
disjuntores, chaves e outros componentes associados à proteção. elétrica, os itens 10.2.4 e 10.2.5 da NR-10 promoveram a oportunidade
Os esquemas são imprescindíveis à consulta dos trabalhadores de gestão responsável, permitindo assim a disponibilização de
para estudos, modificações, reparos e atualizações. O esquema informações e a realização de planejamento, estudos e pesquisas
unifilar não é senão a expressão mais simples e objetiva da instalação pelos trabalhadores e demais interessados, contribuindo para a
elétrica, mas para o trabalhador autorizado é o documento que promoção de ações de segurança e de auditoria fiscalizadora.
informa, facilita e permite a realização de realizar um trabalho mais A exigência da NR-10 para os estabelecimentos com carga
seguro. Na inexistência ou na desatualização dessas documentações, instalada superior a 75 kW tem o objetivo de produzir, sob a
poder ser originadas as incertezas e surpresas que, invariavelmente, responsabilidade da empresa, uma memória dinâmica da instalação
conduzem a eventos indesejáveis quando da realização de serviços. elétrica, dos procedimentos de trabalho, dos sistemas e medidas
Finalmente, o item estabelece a obrigatoriedade de atualização de proteção, das realizações de treinamentos, capacitações,
contratações, certificações, especificações, testes de rigidez
NR 10

permanente com as alterações ou modificações implantadas ao


longo do tempo na instalação elétrica. dielétrica, enfim, da organização das instalações e serviços elétricos.
Os documentos relativos às instalações elétricas raramente São documentos das avaliações da infraestrutura de
eram conhecidos pelos trabalhadores ou usuários que interagem aterramento elétrico das instalações e do sistema de proteção contra
com as instalações e serviços elétricos, devendo, doravante, ser descargas atmosféricas, bases das medições, seus resultados e não
organizada em um “Prontuário das Instalações Elétricas”, mantido conformidades. A frequência e a natureza das inspeções e medição
pelo empregador ou por pessoa formalmente designada pela de aterramentos são determinadas por norma técnica específica da
empresa, permanecendo à disposição dos trabalhadores e demais ABNT (NBR 5419) e dependem de vários fatores, como a finalidade
interessados envolvidos com instalações e serviços em eletricidade, de uso da edificação, o grau de proteção e o sistema utilizado. As
incluindo-se as autoridades. O Prontuário deve ser revisado e inspeções devem ser de responsabilidade exclusiva de profissionais
atualizado periodicamente. técnicos legalmente habilitados, de acordo com as suas atribuições
Desta forma, a reunião das informações e documentos sobre a profissionais, conforme determina a legislação específica do
instalação elétrica será feita através de um Prontuário, que poderá CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.
ser uma pasta, um manual, um arquivo, um sistema microfilmado,
ou até mesmo um sistema informatizado, ou a combinação destes, c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual
desde que o seu conteúdo seja imediatamente acessível, quando e o ferramental
necessário, respeitadas as limitações de capacidade, autorização e
área de atuação dos envolvidos. Determina-se que sejam incluídos no prontuário: as
Essa exigência destina-se aos estabelecimentos com potência especificações dos equipamentos de proteção coletiva (cestos
instalada superior a 75 kW, que é o limite superior de potência aéreos, varas de manobra, conjuntos de aterramento, sistemas de
determinado para fornecimento pelas concessionárias diretamente em bloqueio, etc.) e de proteção individual (calçado de segurança
baixa tensão, conforme resolução da ANEEL nº 486 de 29/11/2000. elétrica, luvas isolantes, vestimentas de proteção, etc.), assim como
Há exceções à regra (zona rural; distribuição subterrânea), em que o ferramental de uso dos trabalhadores envolvidos com eletricidade.
são adotados outros valores de potência como limites do tipo de Naturalmente, essas especificações devem ser o resultado de
fornecimento. Assim, para efeito da NR-10, foi fixado o valor de 75 um estudo para a correta aplicação e adequação dos equipamentos
kW de potência instalada para o consumidor individual. à realidade da empresa e das instalações, que deverá ser precedido
No caso de fornecimento para prédios e condomínios, que têm pela análise de risco da atividade. Os equipamentos de proteção
como característica a entrada de energia elétrica dita “coletiva”, individual devem possuir o Certificado de Aprovação – CA,
os consumidores deverão ser considerados individualmente. segundo a legislação vigente (NR-6 do MTE).
O consumo das áreas comuns (bombas, elevadores, piscinas, Tratando-se de equipamentos de proteção coletiva, as
escadarias, garagem, etc.) tem medição independente, geralmente especificações devem ser claras quanto ao uso, limitações, e
chamada de “administração”. A partir desse valor de 75 kW de características, com ênfase aos aspectos relacionados à segurança
potência instalada, o fornecimento ao consumidor se dará pela com eletricidade. Níveis de isolamento, capacidade de corrente
concessionária de energia elétrica habitualmente em média/ suportável pelos conjuntos de aterramento temporário, fixação
alta tensão, com uma cabine de transformação, posto blindado, de barreiras, sistemas de bloqueio de fontes, etc., assim como as
transformador montado em poste ou de outra forma segundo a medidas administrativas necessárias a suas corretas aplicações.
padronização da concessionária local. Na listagem das ferramentas, devem ser observadas
As documentações necessárias ao prontuário das instalações fundamentalmente a sua finalidade, descrição das características
elétricas são: e seus limites ao uso em instalações elétricas. Especial atenção
deverá ser dada aos sistemas de bloqueio de fontes e aos aparelhos
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de medição (multímetros) que deverão ser adequados à grandeza
de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR, e a se medir e de categoria apropriada ao tipo e local de utilização,
descrição das medidas de controle existentes conforme a IEC 61010-1.

Este item determina que o prontuário integre todos os d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação,
procedimentos operacionais, as instruções técnicas e as instruções capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos
administrativas relacionadas aos serviços elétricos, contendo as realizados
medidas implantadas de controle do risco elétrico e que devem ser
de conhecimento e obediência pelos trabalhadores. São as regras Muitas empresas mantêm trabalhadores próprios e também
básicas e fundamentais para a intervenção nas instalações. Os contratam terceirizados que realizam os serviços em eletricidade,
procedimentos mencionados serão objeto de detalhamento no item devendo controlar os certificados das pessoas com qualificação ou
10.11, devendo conter os passos do trabalho, as responsabilidades, produzir os documentos de capacitação formal, conforme prescreve
as observações quanto aos riscos existentes e as medidas de a NR-10.
proteção a serem observadas. Esta alínea “d” estabelece a inclusão no prontuário dos
documentos tratados no tópico 10.8 da NR-10, referente ao processo
NR 10

b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção de autorização, devendo constar os documentos de qualificação (da
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos instituição oficial de ensino); da habilitação (do conselho de classe);
da capacitação (da formação e desenvolvimento do trabalhador trabalhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos a adotá-
realizado na própria empresa); dos treinamentos de segurança los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essa medida
básico, complementar e as reciclagens; e da autorização formal é função do risco e das condições do trabalho em áreas externas,
dada pela empresa ao trabalhador (contrato, carteira profissional, sujeitas a diversas variáveis, cujo controle não está totalmente
etc.). nas mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos
em vias públicas, intempéries, ações de pessoas negligentes,
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em sabotagens, bem como os reflexos dessas ocorrências nas áreas
equipamentos de proteção individual e coletiva internas, que determinam a necessidade de serem preestabelecidos
procedimentos genéricos emergenciais.
Determina a organização dos resultados de testes dielétricos
realizados, iniciais e periódicos, nos equipamentos de proteção, • certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual
coletivos (cestos, varas de manobra, etc.) e individuais (calçado,
luvas, etc.), e ferramental (alicates, chaves, etc.) dotados de isolação Os certificados de aprovação – CA dos EPIs conforme
elétrica, conforme regulamentações, quando houver, especificações determina a NR-6 e certificados de equipamentos de proteção
e recomendações. Tais testes são objeto de exigência específica coletiva específicos ao SEP, quando representados por uma peça,
do item desta NR-10, que trata de trabalhos com instalações dispositivo, equipamento ou conjunto, deverão ser organizados e
energizadas. mantidos no prontuário.
Também as empresas que realizam serviços nas proximidades
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas do SEP, assim entendidas as prestadoras de serviços contratadas
classificadas pelas concessionárias de energia elétrica, outras empresas que
compartilham o mesmo posto de trabalho (torres, postes, subestação,
Trata da documentação de certificação dos equipamentos etc.), circunscrito aos limites estabelecidos no anexo II da NR-10,
e dispositivos elétricos utilizados em áreas classificadas, cuja tais como as empresas de telefonia, TV a cabo, iluminação pública,
obrigatoriedade está expressa na Portaria 176 de 17.07.2000, de poda de árvores e suas contratadas, estão obrigadas a constituir
quando o SINMETRO regulamentou a exigência de certificação um prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item
desses equipamentos e materiais. 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.
Respeitando-se a regulamentação, os equipamentos e Especial atenção deve ser dada ao fato de que o prontuário é uma
dispositivos elétricos destinados às áreas classificadas, adquiridos memória documental da realidade (as built), pressupondo-se que
antes da data da publicação dessa portaria, estão isentos de instalações elétricas, serviços, trabalhadores, etc. são dinâmicos.
certificação nos moldes regulamentados. Contudo, deverão Dessa forma, o item 10.2.6 da NR-10 reafirma a responsabilidade
comprovar que são e estão seguros, mediante a apresentação de do empregador quanto à obrigatoriedade de disponibilizar aos
certificados estrangeiros, laudos, declarações ou catálogos dos trabalhadores e de atualização do prontuário de acordo com o
fabricantes ou declarações de profissionais legalmente habilitados dinamismo das mudanças, podendo, a seu critério, delegar tal
juntos ao prontuário. responsabilidade a pessoas designadas formalmente. Contudo, o
empregador deve eleger (selecionar, designar, contratar) para tal
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, atribuição pessoas com habilitação e capacidade técnica específicas.
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” até “f” A obrigação de disponibilizar o prontuário aos trabalhadores
legitima o direito de saber dos envolvidos, e promove melhores
Obriga o estabelecimento a realizar uma auditoria periódica da condições de estudo, análise e conhecimento, evitando que o
condição de segurança das instalações elétricas, devendo resultar em trabalho possa ocorrer sem o pleno domínio do conhecimento e das
um documento “relatório técnico” contendo as não conformidades circunstâncias de sua realização.
com as regulamentações de interesse, as recomendações de Impondo o respeito às atribuições e competências profissionais,
regularização, as propostas de adequação e as melhorias cabíveis. As o item 10.2.7 da NR-10 determina que os documentos técnicos
ações de regularização deverão ser devidamente programadas para integrantes do prontuário sejam elaborados por “profissional
períodos aceitáveis, em cronograma executivo de regularizações. legalmente habilitado”.
Independentemente da carga instalada, essa determinação de Assim, se a qualidade e especificidades dos documentos
organização do “Prontuário das Instalações Elétricas” foi também necessários ao prontuário exigirem as atribuições e competências
direcionada às empresas do sistema elétrico de potência – SEP, item do técnico, do engenheiro eletricista, do engenheiro de segurança,
10.2.5, assim denominadas as empresas de geração, transmissão ou do médico, do advogado, de acordo com as suas atribuições
distribuição, devendo essas empresas do setor elétrico, além dos profissionais regulamentadas e controladas por seu conselho de
documentos acima descritos, possuírem também: classe, então a tarefa deverá ser confiada a esse profissional.
Está subentendido que as pessoas não poderão realizar trabalhos
• descrição dos procedimentos para emergências para os quais não estejam habilitadas, competência que é regulada
NR 10

pelos conselhos profissionais de classe, cabendo ao empregador a


São procedimentos para contingências de ordem geral, que os gestão de tais competências e responsabilidades profissionais.
São vários os exemplos de emprego de EBT nos equipamentos
3 Medidas de Segurança Elétrica
e instalações com que convivemos diariamente. O telefone (48
Vcc), o computador portátil (19,5 Vcc), a iluminação da piscina
Vários itens da NR-10 tratam de medidas de segurança
(12 Vca), instalações hospitalares para controle de pacientes e uma
elétrica para proteção das pessoas, mais especificamente os itens
série de aplicações, priorizando sempre a segurança do homem.
que tratam de medidas de proteção coletiva (10.2.8); medidas de
proteção individual (10.2.9); seguranças na construção, montagem,
3.1.3 Proteção básica e proteção supletiva
operação e manutenção (10.4); segurança em instalações elétricas
desenergizadas (10.5); segurança em instalações elétricas
Há outras medidas de proteção coletiva contra choques elétricos
energizadas (10.6); e trabalhos envolvendo alta tensão (10.7).
chamadas de “básica” e “supletiva”.
A proteção básica (contra contatos diretos) pode compreender:
3.1 Medidas de proteção coletiva
isolação das partes vivas; uso de barreiras ou invólucros de
As medidas de proteção coletivas, na sua grande maioria, proteção; obstáculos; colocação fora do alcance das pessoas; uso de
são inerentes à própria instalação e abrangem o coletivo dos dispositivos de proteção à corrente diferencial–residual; e limitação
trabalhadores, usuários e terceiros expostos à mesma condição, de tensão.
por se servirem da mesma instalação. O objetivo dessas medidas A proteção supletiva (contra contatos indiretos) é prevista por
é eliminar ou reduzir, com controle, eventos indesejáveis, com o meio de medidas que incluem a adoção de equipotencialização e
propósito de preservar a integridade física das pessoas. seccionamento automático da alimentação, o emprego de isolação
O item 10.2.8 da NR-10 estabelece várias formas de proteções suplementar e o uso de separação elétrica individual.
coletivas nas instalações elétricas, não somente regulamentadas Muitas dessas medidas de proteção nos rodeiam e, de tão
para a proteção dos eletricistas, mas sim de todos os trabalhadores familiares, nem as percebemos como tal, já que integram os aparelhos
e pessoas que possam estar, direta ou indiretamente, expostos aos elétricos, as máquinas e as instalações. Estão tão integradas que, às
efeitos da energia elétrica. vezes, a sua função de proteção fica diminuída diante da função
A seguir são indicadas as principais medidas de proteção decorativa que podem representar, tais como as placas (espelhos)
coletiva tratadas na NR-10. comuns dos interruptores e tomadas embutidas nas paredes, assim
como os quadros e painéis elétricos e a isolação dos fios e cabos
3.1.1 Desenergização elétricos que, em conjunto com barreiras, obstáculos e outras
formas de segregar as partes energizadas da instalação elétrica,
A forma mais simples de eliminar totalmente os riscos com estão dispostos no item 10.2.8.2.1 da NR-10 e tem a finalidade de
eletricidade é eliminar a presença dessa energia. Dessa forma, a impedir o acesso ou contato da pessoa (trabalhador) com partes
NR-10 tornou prioritária essa medida de segurança, respeitando vivas (energizadas) da instalação elétrica.
seus limites de aplicação. A eliminação da energia elétrica é
denominada na NR-10 como “desenergização” e está imposta pelo 3.1.3.1 Proteção básica
item 10.2.8.2. Por ser de extrema importância, foi pormenorizada
passo a passo no item 10.5 da NR-10, o qual será discutido mais a) Isolação das partes vivas
adiante.
A isolação das partes vivas consiste na separação das partes
3.1.2 Tensão de segurança energizadas mediante a aplicação de materiais eletricamente
isolantes, de forma a impedir a passagem de corrente elétrica
A medida de proteção prioritariamente subsequente à (tratado no Anexo B da NBR 5410).
desenergização é o uso de tensão de segurança, conforme prevê Um exemplo de isolação das partes vivas são os fios e cabos
o mesmo item 10.2.8.2. A tensão de segurança é uma medida de elétricos nos quais se aplica um material isolante (plásticos,
proteção coletiva que emprega a extrabaixa tensão (EBT) como elastômeros, etc.) sobre os condutores metálicos de forma a impedir
tensão máxima, a qual se pode expor o corpo humano sem a todo contato com o metal energizado (Figura 7). Essa isolação
ocorrência de choque elétrico. Sua especificação está estabelecida deverá ser tal que só possa ser removida através de sua destruição.
conforme a natureza da corrente elétrica (corrente contínua ou As tintas, vernizes, lacas e produtos análogos aplicados diretamente
corrente alternada) e as influências externas (ambientais) que
possam promover a variação da resistência elétrica do corpo
humano e contato com potencial de terra.
A tensão de segurança utiliza o conceito da extrabaixa tensão
como medida de proteção das pessoas contra os choques elétricos
e está tratada na NBR 5410:2004 no item 5.1.2.5 sob o título de
SELV (Separated Extra Low Voltage) e PELV (Protected Extra
NR 10

Low Voltage). Sua aplicação correta exige o atendimento de uma Figura 7 – Cabos isolados são exemplos de medida de proteção por isolação das
série de requisitos específicos, conforme indicado na NBR 5410. partes vivas
sobre os condutores não são considerados como uma isolação
suficiente no elenco da proteção contra os contatos diretos.

b) Invólucros

Os invólucros são considerados como medida de proteção


coletiva básica, que integra o conceito de isolação das partes
vivas, consistindo em dispositivos ou componentes envoltórios
de segregação das partes energizadas com o ambiente, destinados
a impedir qualquer contato com partes internas energizadas. São
exemplos dessa medida de proteção coletiva os quadros, caixas,
gabinetes, painéis, bastidores, etc., assunto tratado no Anexo B da
NBR 5410 (Figura 8).

Figura 9 – Exemplos de barreiras

As barreiras e os invólucros devem ser capazes de resistir às


solicitações mecânicas, elétricas ou térmicas às quais possam ser
submetidos em uso normal e também devem ser fixados de forma
segura, possuindo uma robustez e durabilidade suficientes para
manter os graus de proteção (IP) com a adequada separação das
partes vivas nas condições normais de serviço, levando-se em conta
as condições das influências externas relevantes.

d) Obstáculos

Com algumas restrições, também podem ser consideradas


medidas de proteção coletiva os “obstáculos”. Eles são elementos
que impedem o contato acidental ou a aproximação física não
intencional das partes vivas, porém não impedem o contato por
ação deliberada. São exemplos de obstáculos as correntes, fitas,
cordões, cones, corrimãos, barras, etc.
É importante notar que essa medida de proteção é considerada
parcial, porque não se aplica a toda e qualquer pessoa, mas apenas
a pessoas consideradas advertidas, isto é, pessoas com informações
e conhecimentos suficientes para se prevenirem dos efeitos danosos
da eletricidade, normalmente pessoal de operação, manutenção e
Figura 8 – Invólucros: caixa de passagem, quadro, painel elétrico técnicos de um modo geral, que foram treinados, instruídos e por
isso autorizados (classificados como BA4 e BA5 pela NBR 5410).
c) Barreiras
e) Colocação fora de Alcance
Outra medida de proteção coletiva bastante utilizada são as
barreiras, dispositivos que impedem todo e qualquer contato com as Consiste em manter as partes vivas suficientemente distantes de
partes vivas. As barreiras, para assim se caracterizarem, só podem forma que as pessoas não as alcancem acidentalmente.
ser removíveis com o uso de chaves ou ferramentas (Figura 9). A NBR-5410 determina que a zona de alcance normal
A barreira é associada à “regra do dedo”, que visa impedir que compreende um volume com altura de 2,5 m acima do piso, 1,25 m
as partes energizadas sejam acessadas pelos dedos. Neste sentido, as além do fim do piso, 1,25 m abaixo do piso e 0,75 m por baixo do
barreiras não devem apresentar aberturas que permitam a inserção piso.
NR 10

de um corpo sólido com diâmetro superior a 12 mm (tratado no Da mesma forma como os obstáculos, essa medida só é válida
Anexo B da NBR 5410 – Grau de Proteção IP2X). para os locais onde o acesso é restrito a pessoas BA4 e BA5.
Fusível NH Disjuntor Díspositivo DR Fusível Diazed
Figura 10 – Exemplos de dispositivos para seccionamento automático da alimentação

das massas, ou seja, do esquema de aterramento utilizado, das


3.1.3.2 Proteção supletiva influências externas dominantes (umidade, etc.) e da existência
de proteções adicionais (NBR 5410 – item 5.1.2.2.4), que será
a) Seccionamento automático da alimentação analisado a seguir.

Outra medida de proteção coletiva fartamente empregada nas b) Proteção por separação elétrica
instalações elétricas e determinada no item 10.2.8.2.1 da NR-10 é o
seccionamento automático de alimentação. Considerada pela NBR 5410 como proteção supletiva
Consiste num princípio de proteção contra curtos-circuitos e (contra contatos indiretos), a proteção por separação elétrica é
sobrecargas elétricas e também para proteção contra choques por aquela em que a origem da instalação, a fonte, é representada
contatos indiretos. O seccionamento automático de alimentação por um transformador de separação de classe II, com relação
é utilizado como proteção para impedir que, na ocorrência de de transformação geralmente 1:1 (Figura 11). Neste sistema,
falta (contato) entre parte viva e massa ou parte viva e o condutor existem limitações para a tensão de operação e para o
de proteção, sejam originadas tensões de contato superiores ao comprimento do circuito. É uma medida de proteção útil em
limite denominado por “máxima tensão de contato permissível” processos críticos, tais como os que ocorrem em salas de
com duração superior a tempos predeterminados estabelecidos cirurgia, que não podem ser interrompidos por conta de um
na NBR 5410. defeito elétrico na primeira falha, de modo que possam continuar
Essa medida de proteção utiliza dispositivos, tais como a operar com segurança até que se realize a regularização dessa
disjuntores, fusíveis, DR, etc., que fazem a abertura de um primeira falta.
circuito elétrico (seccionamento) de forma automática mediante a Outra maneira de fazer a separação elétrica é utilizar
ocorrência de “falta”, interrompendo assim a alimentação elétrica circuitos separados para cada equipamento. O circuito de
do circuito (Figura 10). separação elétrica deve ser alimentado por intermédio de uma
A aplicação do princípio de proteção por “seccionamento fonte de separação, isto é, um transformador de separação
automático da alimentação” e outras medidas de proteção contra ou uma fonte de corrente que assegure um grau de segurança
os choques elétricos por contatos indiretos, chamada de proteção equivalente ao do transformador de separação. Por exemplo,
supletiva, depende da existência de uma infraestrutura de um grupo motor gerador com enrolamentos que forneçam uma
aterramento elétrico eficiente, da forma de equipotencialização separação equivalente.

NR 10

Figura 11 – Medida de proteção por separação elétrica utilizando transformador de separação


A proteção por separação elétrica deve ser assegurada por meio
da obediência às seguintes prescrições:

a) Quando um circuito separado só alimentar um aparelho, sua


massa não deve ser ligada intencionalmente a condutores de
proteção, massas de outros circuitos ou a elementos condutores
estranhos à instalação;

b) Se forem adotadas proteções para o circuito secundário contra


danos ou falhas de isola¬mento, uma fonte de separação pode
alimentar vários aparelhos, desde que todas as exigências a seguir
sejam atendidas:

• As massas dos circuitos separados devem ser ligadas entre si por


condutores de equipotencialidade não aterrados. Estes condutores
não devem ser ligados aos condutores de proteção, nem a massas de
outros circuitos, nem a elementos condutores estranhos à instalação; Figura 12 – Exemplo de equipamento com isolação dupla e o respectivo símbolo
• Todas as tomadas de corrente devem possuir um contato exclusivo
para ligação aos condutores de equipotencialidade previstos no de aterramento adotado.
item anterior. Em algumas situações de realização de serviços elétricos,
é obrigatória a adoção de um aterramento elétrico temporário,
c) Isolação suplementar (dupla ou reforçada) que consiste na ligação elétrica efetiva, confiável, adequada e
intencional à terra, destinada a garantir a equipotencialidade. Esse
Também é considerada uma medida de proteção coletiva a aterramento temporário deve ser mantido continuamente durante a
utilização de invólucros de isolação dupla ou reforçada existentes intervenção na instalação elétrica (este item será discutido adiante
em alguns modelos de máquinas e equipamentos eletroportáteis. na parte relativa à segurança em instalações desenergizadas).
Os equipamentos com isolação dupla não possuem condutores de O aterramento temporário também tem o objetivo de promover
proteção e, consequentemente, não têm contatos de aterramento no proteção aos trabalhadores contra descargas atmosféricas e indução
seu plugue. Equipamentos com isolação dupla são identificados elétrica que possam ocorrer ao longo do circuito em que se realiza
com o símbolo indicado na Figura 12. o serviço elétrico.
Para que se atenda a determinação do item 10.2.8.3 o
d) Aterramento e equipotencialização aterramento elétrico de proteção deve ser executado mediante
esquemas adequados e eficientes TN; TT; IT, assunto tratado na
A medida de segurança de suma importância para a proteção NBR 5410 nos itens 4.2.2, 5.1.2 e 6.4 e na NBR 14039 em 4.2.3,
coletiva é o aterramento elétrico de proteção, tratado no item 5.1.2 e 6.4.
10.2.8.3 da NR-10, que se constitui em um sistema muito utilizado na Acompanhando a regulamentação de aterramento da NR-
proteção das pessoas e também é fundamental para o funcionamento 10 de 2004, a Lei Federal Nº 11.337, de 26 de julho de 2006,
adequado das instalações elétricas. Ele consiste numa ligação determina a obrigatoriedade das edificações possuírem sistema de
elétrica de baixa impedância, intencional, confiável e adequada aterramento e instalações elétricas compatíveis com a utilização
com a terra, sendo “terra” entendida como a massa condutora cujo de “condutor terra de proteção”, bem como tornou obrigatória a
potencial elétrico em qualquer ponto é convencionadamente igual a existência de “condutor terra de proteção” nos aparelhos elétricos
zero (Figura 13). comercializados no país.
Em geral, o aterramento elétrico tem as seguintes finalidades:
3.1.4 Proteção contra os efeitos térmicos
• Proporcionar um caminho de retorno das correntes elétricas nas
faltas entre condutores vivos e a terra; A corrente elétrica está sempre associada ao aquecimento de
• Proporcionar um caminho seguro para as descargas atmosféricas; condutores e, portanto, os equipamentos e dispositivos elétricos
• Proporcionar a equipotencialização do sistema; submetidos à passagem da corrente estarão sujeitos a aquecimento,
• Estabelecer uma referência de potencial; aceitável até determinados valores e indesejáveis quando puderem
• Integrar sistemas de proteção. provocar danos às pessoas e ao patrimônio.
A proteção contra efeitos térmicos é tratada na NBR 5410 e na
O aterramento de proteção deve garantir a atuação dos NBR 14039 em 4.1.2 e 5.2. Em linhas gerais, os componentes de
dispositivos de seccionamento automático e, fundamentalmente, a uma instalação elétrica e os materiais fixos adjacentes a ela devem
NR 10

segurança das pessoas, o que exige coordenação com os dispositivos ser protegidos contra os efeitos prejudiciais do calor ou radiação
de proteção instalados e o funcionamento de acordo com o esquema térmica produzida pelos equipamentos elétricos, particularmente
Figura 13 – Aterramento elétrico de proteção

quanto há potencialidade a riscos de queimaduras, prejuízos no instalações, conforme prevêem os itens 10.4.1 e 10.4.4 da NR-10.
funcionamento seguro de componentes da instalação e combustão A proteção contra sobrecorrentes é tratada na NBR 5410 e NBR
ou deterioração de materiais. 14039 no item 5.3.
Considerando que incêndios podem ser o resultado de mau Ainda visando a segurança das pessoas e a preservação dos
funcionamento das instalações elétricas, devem ser observadas as bens, as instalações devem ser protegidas contra as sobretensões
recomendações dos fabricantes e adotadas medidas de instalação devidas às descargas atmosféricas, indução, interferências de
de forma que os componentes cujas superfícies externas possam manobras ou de outros circuitos de tensão mais elevada. A proteção
atingir temperaturas perigosas para o ambiente externo deverão contra sobretensões é tratada na NBR 5410 nos itens 4.1.5 e 5.4 e
ser montados com o uso de suportes resistentes à temperatura ou na NBR 14039 nos itens 4.1.4 e 5.4.
separados por materiais resistentes à temperatura ou de forma a No caso de quedas e faltas de tensão, devem também ser
permitir a dissipação do calor. previstos dispositivos que impeçam que aparelhos ou máquinas que
Quando em funcionamento normal os equipamentos gerarem pararam de operar voltem a funcionar automaticamente no instante
arcos elétricos, deverão ser envolvidos por material resistente, da regularização da alimentação, podendo assim oferecer riscos
separados por material resistente, ou dispor de dispositivo para elétricos ou mecânicos aos trabalhadores. A proteção contra quedas
contenção e/ou extinção dos arcos. e faltas de tensão é tratada na NBR 5410 e NBR 14039 no item 5.5.
Se houver efeito de focalização da radiação emitida pelo
equipamento deverão ser mantidas distâncias seguras, de forma que 3.2 Medidas de proteção individual
a exposição à radiação térmica não implique em um aumento de
temperatura que possa se tornar perigoso. As medidas de proteção individual determinadas no item 2.9
Ainda como resultado do aquecimento em situações normais da NR-10 são providências estratégicas que dizem respeito ao
que ocorre devido à passagem da corrente elétrica, devem ser indivíduo, ou seja, a um trabalhador exposto à condição de risco
consideradas as queimaduras e, para isso, as partes acessíveis de suscetível de ameaçá-lo, de forma a evitar que eventos indesejáveis
equipamentos elétricos que estejam situadas na zona de alcance ofereçam perigo à integridade física e à saúde do indivíduo
normal não devem atingir temperaturas que possam causar trabalhador.
queimaduras em pessoas e devem atender aos limites de temperatura Nas condições de risco elétrico, objeto da NR-10, quando
estabelecidos pelas normas técnicas correspondentes (Tabela 29 da as medidas de proteção coletiva tiverem se esgotado ou forem
NBR 5410 e Tabela 23 da NBR 14039). inviáveis de adoção ou não forem suficientes para a completa
prevenção do risco elétrico e, ainda, para atender às situações de
3.1.5 Proteção contra as sobrecorrentes, sobretensões e faltas emergência, e mediante fundamentação técnica cabível, a NR-10
de tensão indica o uso de equipamento de proteção individual (EPI) para a
segurança e preservação da saúde do trabalhador.
A proteção contra as sobrecargas e contra os curtos-circuitos
é uma exigência básica das instalações. É fundamental que sejam Equipamentos de proteção individual
preservadas as condições de concepção da instalação (projeto) para
que se mantenha a compatibilidade entre condutores e dispositivos Os equipamentos de proteção individual (EPI) devem atender
de proteção (disjuntores e fusíveis), de tal forma que, ao ocorrerem às disposições legais e regulamentares. O item 10.2.9.1 da NR-10
sobrecorrentes, os dispositivos de proteção sejam operados sem remete a responsabilidade de regulamentação do EPI para a NR-6,
NR 10

que os condutores sejam danificados e não sofram aquecimentos que define: “Equipamento de proteção individual é todo dispositivo
ou esforços mecânicos capazes de comprometer a segurança das ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde classes que identificam o grau de proteção em atendimento à tensão
no trabalho”. máxima do serviço a ser executado pelo trabalhador autorizado,
Estão regulamentados para serviços elétricos os seguintes EPIs: conforme a Tabela 1:
capacete, óculos de segurança, calçado, luvas isolantes e roupas.
Tabela 1 – Classe das luvas isolantes (conforme NBR 10622)
A NR-6 regula a responsabilização, comercialização e
certificação dos EPIs, dentre os quais destacam-se os seguintes Classe Tensão Máxima de Trabalho (volt)

itens: 00 500
0 1000
• A especificação, compra, testes e fiscalização do uso dos EPIs 1 7500
são obrigações do empregador com fornecimento gratuito ao 2 17000
trabalhador autorizado; 3 26500
• A implantação dos EPIs deve ser realizada mediante análise de 4 36000
risco das atividades, orientação e treinamento do trabalhador
autorizado sobre o uso adequado, a guarda e a conservação; Em função das peculiaridades dos serviços, podem também ser
• A higienização e a manutenção dos EPIs deverão ser realizados obrigatórios:
em conformidade com procedimentos específicos;
• O trabalhador deve utilizar o EPI apenas para a finalidade a • Capacete de segurança para proteção contra choques elétricos de
que se destina, responsabilizando-se pela guarda e conservação, até 600 volts;
comunicando ao empregador qualquer alteração que o torne • Óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
impróprio para uso; ultravioleta por arcos elétricos;
• Somente poderão ser comercializados, selecionados, adquiridos • Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao fogo por
e utilizados os EPIs que possuírem o Certificado de Aprovação arcos elétricos, de condutibilidade para proteger contra os riscos
(CA) de competência do Ministério do Trabalho e Emprego, que de contato e de proteção contra os efeitos provocados por campos
delegou a certificação ao Sistema Nacional de Certificação sob a eletromagnéticos;
responsabilidade do INMETRO; • Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de
• Os EPIs devem ser selecionados e implantados após uma análise queda em trabalhos em altura a serem dotados de dispositivo trava-
criteriosa realizada por profissionais legalmente habilitados; queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em
• O EPI deverá promover a melhor adaptação ao usuário, visando operações com movimentação vertical ou horizontal;
minimizar o desconforto natural pelo seu uso. • Talabarte contra quedas e para liberar os membros superiores do
trabalhador autorizado;
Outro ponto de obrigatoriedade legal que se deve destacar é • Perneiras e mangas isolantes para trabalhos em linha viva;
que os EPIs, como também os equipamentos de proteção coletiva • Creme protetor solar para proteção das partes expostas quando há
(mantas, calhas e lençóis isolantes, cestos aéreos, varas de exposição solar.
manobra, escadas isolantes), ferramentas isolantes ou equipadas
com materiais isolantes, destinados ao trabalho elétrico, devem Para serviços elétricos em ambientes onde houver a presença
ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório, de outros agentes de risco, não elétricos, denominados na NR-10
periodicamente, obedecendo-se as normas técnicas, quando houver, “riscos adicionais”, deverão ser utilizados equipamentos específicos
as especificações e recomendações do fabricante ou, na ausência de proteção individual apropriadas aos agentes envolvidos, tais
desses, aos procedimentos da empresa. Como exemplos há as luvas como:
isolantes que devem ser testadas em conformidade com a NBR
10622 – Ensaios Elétricos em Luvas Isolantes de Borracha. • Máscaras para proteção das vias respiratórias contra poeiras,
Os resultados obtidos, iniciais e periódicos, devem ser névoas, gases, fumos, etc.;
registrados em documento, identificando o EPI ensaiado, de forma • Protetor auricular para proteção do sistema auditivo, quando o
a permitir o seu rastreamento, assinado por profissional legalmente trabalhador estiver exposto a níveis de pressão sonora superiores
habilitado. Devem ser organizados e mantidos no prontuário das ao estabelecido;
instalações elétricas conforme determina o item 10.2.4 – alínea “e” • Vestimenta adequada a riscos químicos, umidade, calor, frio, etc.,
da NR-10. eventualmente presentes no ambiente;
Os EPIs usualmente utilizados em todos os serviços elétricos • Calçado de segurança para proteção contra umidade;
são os seguintes: • Luvas de proteção aos riscos mecânicos, químicos e biológicos;
• Outros em função da especificidade dos riscos adicionais.
• Calçado de segurança para proteção dos pés contra riscos elétricos,
normalmente fabricados para garantir proteção contra diferenças de Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
potencial de até 1000 volts; e em Medicina do Trabalho (SEESMT), ou à Comissão Interna de
NR 10

• Luva isolante de segurança para proteção das mãos e punhos Prevenção de Acidentes (CIPA), nas empresas desobrigadas de
contra choques elétricos. As luvas isolantes são apresentadas em manter o SEESMT, ou aos profissionais especializados, recomendar
ao empregador o EPI adequado ao risco oferecido por determinada e seus flashs, que podem provocar a ignição das roupas normais.
atividade, conforme determina a NR-6. O arco-elétrico ao atingir um trabalhador caracteriza um acidente,
podendo ser definido como um curto-circuito entre duas ou mais
Vestimentas de trabalho partes “vivas” ou entre uma parte “viva“ e a terra (Figura 15). Ele se
movimenta a uma velocidade de aproximadamente 100 m/s e atinge
A NR-10, em seu item 10.2.9.2, determina a obrigatoriedade da uma elevadíssima temperatura (de até 30.000 ºC) com o potencial
“Vestimenta de trabalho” adequada às atividades, que, no caso em de sublimar metais e liberar gases tóxicos.
análise, é entendida como um equipamento de proteção individual Quando o flash do arco elétrico atinge o trabalhador, podem
destinada à proteção do corpo inteiro (tronco, membros superiores ocorrer queimaduras, quando possuem o potencial de irradiar
e inferiores) contra os diversos riscos elétricos (Figura 14). temperaturas que excedam o limite da pele humana de 1,2 cal/cm2
ou pode ocorrer a ignição das vestimentas do trabalhador.

Figura 15 - Arco elétrico

Dessa forma, para a avaliação da energia incidente, os profissionais


de segurança elétrica devem promover o cálculo da energia
potencial gerada no pior caso de atuação do trabalhador e, se houver
a obrigatoriedade de uso, qual categoria deverá ser selecionada,
dentre as 5 categorias de risco possíveis, baseando-se na
determinação do valor de resistência ao arco elétrico – ATPV (Arc
Figura 14 - Vestimentas Thermal Perfomance Value), que corresponde ao valor máximo de
Considerada como EPI, a vestimenta deverá ser implantada energia incidente suportável por determinada vestimenta indicado
mediante a realização de análise de risco criteriosa e adequada, na norma NFPA 70E.
respeitando-se a intensidade do risco, as peculiaridades de cada Vários organismos internacionais apresentam normas,
atividade profissional e o conforto. metodologias ou orientações sobre os cálculos necessários (NFPA
A vestimenta deve especialmente proteger o trabalhador dos 70; NFPA 70E – Anexo C; OSHA / CFR 1910; IEEE 1584; Ralph
seguintes efeitos: Lee). Em todos os casos, é fundamental o conhecimento das
variáveis que afetam diretamente a energia incidente, conforme a
• Influências eletromagnéticas: para proteger contra os efeitos seguir:
provocados por campos eletromagnéticos com intensidade que
tenha potencial de risco, em certas circunstancias as roupas deverão • Tensão de trabalho;
ser condutivas; • Corrente de curto-circuito;
• Condutibilidade: para proteger contra os riscos de contato elétrico, • Tempo de duração/interrupção;
as vestimentas não deverão possuir elementos condutivos; • Distância do trabalhador;
• Inflamabilidade: para proteger contra os efeitos térmicos dos arcos • Geometria do local em que pode ocorrer o arco (confinado ou
voltaicos e seus flashs que podem provocar a ignição das roupas, as aberto).
vestimentas devem ser inflamáveis;
As exigências normativas para a obtenção do CA das
Salienta-se que a especificação do grau de proteção requerido vestimentas de proteção e acessórios estão descritas nas Portarias
para as vestimentas de proteção contra os arcos voltaicos deve ser do Ministério do Trabalho e Emprego 121/2009 e 184/2010.
compatível com a atividade e com a potência de curto-circuito É importante destacar que não são todos os serviços ou
característica das instalações elétricas que o profissional está atividades elétricas que demandam a obrigatoriedade do uso das
autorizado a intervir. vestimentas pelo autorizado. A obrigatoriedade dependerá da
NR 10

A vestimenta de proteção resistente à inflamabilidade deve energia térmica capaz de ser gerada pelo arco elétrico ao qual
oferecer proteção contra os efeitos térmicos dos arcos voltaicos poderá estar exposto o autorizado quando da realização dos serviços
envolvendo eletricidade e, portanto, dependerá das variáveis O item 10.3.7 determina ainda que o projeto das instalações
indicadas anteriormente. elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores autorizados,
O Certificado de Aprovação (CA) certifica o EPI e, portanto, das autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela
garante-o como um todo. No caso de vestimentas, o Certificado de empresa e deve ser mantido atualizado. Outro ponto importante
Aprovação deve abranger seus aviamentos (botões, zíperes, fechos, é o item 10.3.8 que impõe que o projetista conheça previamente
etc.), bolsos, adereços de sinalização e identificação do trabalhador, as exigências regulamentares de segurança e saúde para que as
linhas de costura etc. Portanto, não é apenas o tecido que deverá ter aplique, onde couber, nas especificações constantes de seu trabalho
a certificação, mas sim o conjunto da vestimenta integralmente. de elaboração do projeto elétrico.
O uso de roupa comum (interna), ou seja, sob a vestimenta, é Esta exigência presta-se para que o trabalhador, ao fazer
permitida, pois a vestimenta de proteção contra a inflamabilidade alterações, reparos ou ampliações , atue conforme as especificações
(externa) deve ser dimensionada (calculada a espessura e a e limitações determinadas pelas condições iniciais do projeto.
categoria) para proteger, inclusive, a interna. Há interferências de outras normas regulamentadoras, além da
O item 2.9.3 da NR-10 determina, como medida de segurança NR-10, que devem ser consideradas na fase de projeto, tais como
individual, a proibição do uso de adornos pelo trabalhador, aspectos ergonômicos (tratados na NR-17), de sinalização (tratados
assim entendidos os ornamentos ou enfeites. A proibição torna- na NR-26), dentre outras.
se importante, pois impede a exposição do trabalhador aos riscos Em seu item 10.3.9, a NR-10 determina a obrigatoriedade de
característicos e na eventualidade de acidentes com eletricidade, que seja organizado o memorial descritivo do projeto, contendo, no
as lesões poderão ser agravadas pela presença desses objetos, mínimo:
tais como: correntes, cordões, pulseiras, óculos, brincos, relógio,
tiaras, dentre outros. É importante comentar que objetos e • a especificação das características relativas à proteção contra
instrumentos de uso pessoal, tais como relógios, óculos etc., choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais;
requeridos ou indispensáveis à realização das atividades, não • a indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos
podem ser entendidos como adornos, cabendo à organização a elétricos (Verde – “D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado);
responsabilidade da análise, adequação e da liberação para uso de • a descrição do sistema de identificação dos circuitos elétricos
tais objetos. e equipamentos; as recomendações de restrições e advertências
quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações;
Segurança em projetos • as precauções aplicáveis diante das influências externas;
• o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do
O item 10.3 da NR-10 é especialmente dedicado aos aspectos projeto, destinados à segurança das pessoas;
de segurança nos projetos elétricos e indica o entendimento maior • a descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com
de que a segurança nas instalações elétricas começa pelos estudos a instalação elétrica.
e levantamentos iniciais e se concretiza na sua concepção: “o
projeto”. 3.3 Segurança na construção, montagem, operação e
É fundamental que o projeto elétrico especifique equipamentos manutenção das instalações elétricas
e dispositivos que já incorporam ou permitam a aplicação dos
recursos determinados na NR-10, tais como: O item 10.4 da NR-10 traz várias determinações sobre a construção,
montagens, reformas, ampliações, reparos, operação e inspeções,
• Prever bloqueios e travamentos em dispositivos que impeçam de forma a garantir o mínimo de segurança a todos os trabalhadores,
manobras não autorizadas; usuários e pessoas envolvidas nas instalações elétricas. Também
• Prever pontos e dispositivos para a fixação de sinalização e torna obrigatória a supervisão nessas atividades, exercida por
advertências; profissional autorizado, nos termos e condições especificadas no
• Prever dispositivo de seccionamento de ação simultânea em todos item 10.8 da NR-10.
os condutores de um circuito;
• Dotar de ambientes, quadros e dispositivos de manobra com 3.3.1 Riscos adicionais
espaço seguro para o serviço;
• Localizar os componentes de forma a adequar às influências A NR-10 entende que os riscos elétricos são intrínsecos aos
ambientais previstas, físicas e químicas (chuva, poeira, materiais serviços e que, além desses, existem outros “riscos adicionais”,
inflamáveis ou explosivos, substâncias corrosivas, etc.); específicos das atividades, dos ambientes ou dos processos de
• Projetar a separação de circuitos com finalidades diferentes trabalho que, direta ou indiretamente, podem expor a integridade
(telefonia, circuitos de BT, circuitos de AT circuitos de TI, etc.); física e a saúde dos trabalhadores autorizados a serviços com
• Determinar o esquema de aterramento definido de acordo com o energia elétrica.
que estabelece as normas técnicas (TN, TT, IT); O item 10.4.2 determina a obrigatoriedade da adoção de
• Prever dispositivos de seccionamento que incorporem recursos medidas preventivas de controle para tais riscos adicionais, com
NR 10

fixos de equipotencialização e aterramento do circuito seccionado; especial atenção aos riscos gerados por trabalho em alturas, em
• Prever pontos para o aterramento temporário. locais sujeitos a fortes campos eletromagnéticos, em ambientes
confinados, em ambientes com atmosferas explosivas, e onde á obrigação de garantir uma posição de trabalho segura ao
haja a presença de umidade, poeira, fauna e flora, ruído e outros trabalhador com atividades em instalações elétricas, de acordo
agravantes existentes nos processos ou nos ambientes em que são com os serviços desenvolvidos, devendo, cada empresa, em
desenvolvidos os serviços com energia elétrica. Em todos esses atendimento ao item 17.1.2 da NR-17, realizar a “análise
casos, a NR-10 torna obrigatória a sinalização dirigida aos riscos ergonômica”.
adicionais verificados. Note-se que o item determina que o trabalhador disponha
Conforme o item 10.4.3, os equipamentos, dispositivos e dos membros superiores livres para a realização das tarefas,
ferramentas elétricas devem ser compatíveis com a instalação elétrica impondo que o empregador estude o posto de trabalho (poste,
existente nos locais de trabalho (potência, tensão, aterramento, etc.) escada, torre, plataforma, etc.) e promova a possibilidade de
e devem preservar as características dos elementos de proteção que o trabalhador tenha os braços e mãos liberados e dedicados,
implantados na instalação. de forma segura, única e exclusivamente à tarefa.

3.3.2 Ferramental de trabalho 3.4 S erviços em instalações elétricas desenergizadas

As ferramentas e dispositivos destinados a serviços elétricos A desenergização, tratada na NR-10, item 10.5, é uma
(Figura 16) devem possuir as partes de manejo (cabos, manoplas) medida de proteção coletiva caracterizada como um conjunto
cobertas (isoladas) com materiais isolantes adequados ao potencial de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas
elétrico, devendo ser conservadas em perfeitas condições de uso. a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou
Além das ferramentas (alicates, chaves de fendas, de boca, etc.), ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob
outros equipamentos e dispositivos devem possuir materiais controle dos trabalhadores envolvidos. Destaque-se que a
isolantes quando aplicados a serviços elétricos. São os casos, por desenergização da instalação elétrica é a medida de segurança
exemplo, de corta-cabos, escadas extensíveis e de abrir; andaimes, prioritária dentre todas.
varas e bastões de manobra, conjuntos de aterramento temporário, É importante entender a diferença entre um circuito
cestos de elevação, instrumentos de medições (amperímetros, simplesmente “desligado” e um circuito “desenergizado”. O
voltímetros, etc.) primeiro caso acontece quando o circuito é interrompido ou
não tem continuidade da energia elétrica. No segundo caso, um
circuito é considerado desenergizado quando nele se processa
uma sequência de ações que garante a ausência completa de
tensão (alimentação, indução, descargas atmosféricas) durante
o tempo controlado pelo(s) trabalhador(es) envolvido(s). A
condição de desenergização é um procedimento de segurança
que libera a realização de serviços em uma instalação, um
equipamento ou um conjunto de equipamentos mediante ações
preestabelecidas.
A sequência correta para a ação de desenergização de
instalações elétricas é composta pelas seguintes etapas:

Figura 16 – Ferramentas destinadas a serviços devem possuir partes de manejo • Seccionamento;


isoladas
• Impedimento de reenergização;
• Comprovação da ausência de tensão elétrica;
3.3.3 O peração e manutenção • Aterramento do circuito ou conjunto elétrico com equipoten­
cialização dos condutores dos circuitos;
O item 10.4.4 impõe a gestão e responsabilidade com as • Proteção dos elementos energizados existentes na zona
instalações elétricas, de forma a mantê-las em perfeito estado controlada (Anexo II);
de conservação, garantindo, especialmente, condições seguras • Sinalização de impedimento de energização.
de funcionamento e para proteger os trabalhadores, os usuários
e as pessoas dos riscos característicos. 3.4.1 S eccionamento
Os sistemas de proteção que integram as instalações
elétricas devem ser submetidos a inspeções e controles É o ato de promover a descontinuidade elétrica total,
regulares e periódicos, em conformidade e atendimento com interrupção adequada da tensão entre um circuito ou
às regulamentações, quando houver, às recomendações dispositivo e outro. O seccionamento é obtido mediante o
determinadas em projeto ou pelas boas técnicas de segurança, acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora,
o que inclui a auditoria prevista no prontuário das instalações. interruptor; disjuntor, relé, etc.), acionado por meios manuais
NR 10

As condições ergonômicas para a execução de serviços ou automáticos, ou ainda por meio de ferramental apropriado e
estão previstas no item 10.4.5, em que é dada especial atenção segundo procedimentos específicos.
3.4.2 I mpedimento de reenergização 3.4.3 Constatação da ausência de tensão

É a aplicação de condições que impedem, de modo É a verificação da efetiva ausência de qualquer tensão no
garantido, a reversão indesejada do seccionamento efetuado, ponto da execução do serviço elétrico. A verificação deve ser feita
assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento com instrumentos calibrados e testados, podendo ser realizada
efetuado. Na prática, trata-se da aplicação de travamentos por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos
mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos específicos (Figura 18).
auxiliares de travamento nos dispositivos de alimentação
elétrica (chave seccionadora, interruptor, disjuntor, relé, etc.),
ou com sistemas informatizados equivalentes (Figura 17).
Cabe ao trabalhador autorizado a aplicação do sistema
de travamento do dispositivo de seccionamento no quadro,
painel, disjuntor ou caixa de energia elétrica, de modo a
garantir o efetivo impedimento de reenergização involuntário
ou acidental do circuito durante a interrupção de energia até o
encerramento do serviço.
Dessa forma, o circuito somente poderá ser religado
quando o último trabalhador concluir o seu serviço e destravar
a chave, o disjuntor, o quadro, o painel, etc. Após a conclusão
Figura 18 – Constatação da ausência de tensão
dos serviços, deverão ser adotados os procedimentos de
liberação e os circuitos religados depois de haver a certificação
3.4.4 Instalação de aterramento temporário com
de que todos os equipamentos estejam desligados pelos seus
equipotencialização dos condutores dos circuitos
dispositivos de comandos.
Deve ser tomado um cuidado especial para a desenergização
Constatada a inexistência de tensão no circuito, um condutor do
de todos os circuitos, ou até mesmo de apenas um circuito, que
conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado ao condutor de
deve ser sempre programada e amplamente divulgada, de modo
proteção mais próximo e ao condutor neutro do sistema, quando houver,
que o corte repentino da energia elétrica não cause transtornos
e às demais partes condutoras estruturais acessíveis. Na sequência,
e possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser
deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores de
autorizada mediante a divulgação aos envolvidos.
fase, já desligados, obtendo-se assim uma equipotencialização entre
todas as partes condutoras no ponto de trabalho (Figura 19)

Figura 19 - Aterramento temporário aplicado em manutenção de cabine primária

3.4.5 Proteção dos elementos energizados existentes na zona


controlada
NR 10

Figura 17 – Exemplos de dispositivos para impedimento de reenergização


Todos os elementos energizados, situados na zona controlada
(definida no Anexo II da NR-10), para que não possam ser origem elétrica. A sinalização pode ser fornecida por sistemas
acidentalmente tocados, deverão receber isolação conveniente luminosos, sonoros ou visuais.
(mantas, calhas, capuz de material isolante, etc.). A explicação de Comumente é utilizado o sistema de sinalização visual com
“zona controlada” é dada em 3.5.1 deste guia. a adoção de símbolos, ícones, caracteres, letreiros e cores de
padronização internacional e nacional, aplicados em etiquetas,
3.4.6 Sinalização de impedimento de energização cartões, placas, avisos, cartazes, fitas de identificação, faixas,
cavaletes, cones, etc. É importante ressaltar que, embora não
Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, explícito na NR-10, os dizeres utilizados na sinalização são
destinada à advertência e à identificação da razão de desenergização obrigatórios em língua portuguesa.
e informações do responsável (Figura 20). A sinalização promove informação, instrução, avisos, alertas
Os cartões, avisos ou etiquetas de sinalização do travamento ou ou advertências de pessoas sobre os riscos ou condições de
bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de perigo existentes no ambiente, no equipamento, no dispositivo,
método alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar em proibições de ingresso ou acesso, impedimentos diversos,
a comunicação da condição impeditiva de energização a todos os direções e cuidados, devendo ser adotada a partir da fase de
possíveis usuários do sistema. projeto das instalações elétricas e constarem do memorial
Somente após a conclusão dos serviços e verificação de descritivo.
ausência de anormalidades, o trabalhador providenciará a retirada Quando se trata de risco com energia elétrica é fundamental
de ferramentas, equipamentos, utensílios e, por fim, do dispositivo a existência de procedimentos de sinalização padronizados,
individual de travamento e etiqueta correspondente. O responsável documentados, divulgados, e que sejam conhecidos por todos
pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de trabalhadores (próprios e prestadores de serviços) e demais
todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciará a remoção pessoas.
dos conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de Na NR-10, a sinalização é requerida no item 10.2.8.2.1 e
liberação do sistema elétrico para operação. detalhada em 10.10 (alíneas “a” até “g”), conforme a seguir.
A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá
ocorrer em ordem inversa à de sua instalação, conforme determina a) Identificação de circuitos elétricos
o item 10.5.2 da NR-10. Consiste em identificar cada circuito elétrico em quadros
e painéis elétricos para indicar os dispositivos de comando
(disjuntores, chaves, interruptores, botões, relés, etc.), podendo
ser aplicada em cabeamentos de eletrocalhas, fiações de
painéis, com uso de anilhas, etiquetas ou outros meios seguros
(Figura 21).

Figura 20 – Exemplos de sinalização de impedimento de energização

A sinalização é uma medida complementar de proteção


coletiva e, dessa forma, necessita da adoção de outras medidas
NR 10

de prevenção para ser eficaz. Contudo, ela pode ser considerada


um procedimento simples e eficiente para prevenir acidentes de Figura 21 – Exemplos de identificação de circuitos elétricos
b) Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de d) Delimitações de áreas
manobra e comando
Trata-se da sinalização dos limites de áreas elétricas (Figura 24).
É a utilização de um sistema que permita de uma forma clara
e objetiva que as pessoas saibam que o dispositivo está bloqueado
(impedido de operação/acionamento), que evite interpretações
dúbias e identifique o autorizado que o travou, o serviço, a hora, a
data e os dados de contato do autorizado (Figura 22).

Figura 24 – Exemplo de delimitação de área

e) Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos


e de movimentação de cargas

Trata-se da sinalização de impedimento de trânsito, circulação


de pessoas, veículos e movimentação de cargas (Figura 25).

Figura 25 – Exemplo de sinalização de área de circulação


Figura 22 – Exemplos de travamentos e bloqueios
f) Sinalização de impedimento de energização
c) Restrições e impedimentos de acesso
Consiste em sinalizar o impedimento de energização no ponto
Trata-se da sinalização que indica os impedimentos e restrições, de operação do equipamento (Figura 25).
a permissão de acesso ou a permanência de pessoas às áreas ou locais
(Figura 23).

Figura 26 – Exemplo de sinalização de impedimento de energização

g) Identificação de equipamento ou circuito impedido


NR 10

Trata-se da colocação de advertências de manobras ou para


Figura 23 – Exemplo de sinalização de restrição de acesso
circuito fora de operação (Figura 27).
realizada em função do distanciamento (‘raio de risco’ – Rr e
‘raio controlada’ – Rc) que circunscreve os espaços aéreos radiais
mínimos de risco e de controle, denominados, respectivamente,
“zona de risco”, “zona controlada” e demais espaços externos a
essas zonas, chamados de “zona livre” (Figura 28).
As dimensões variáveis dos raios, constantes da Tabela 2, são
determinadas em função da tensão nominal do circuito ao qual
pertence o ponto energizado, de forma a criar um volume espacial
no entorno desse ponto, estabelecendo-se, dessa forma, condições
restritivas de acesso, somente permitido aos trabalhadores
“autorizados” e mediante a aplicação de procedimentos específicos.
Figura 27 – Exemplo de identificação de equipamento impedido Por exclusão, também delimita as áreas livres da aplicação dessas
regulamentações.
3.5 Serviços em instalações elétricas energizadas e trabalhos Ainda ficou estabelecido, conforme Figura 29 que o espaço
envolvendo alta tensão volumétrico estabelecido nas zonas poderá ser reduzido mediante
a interposição de superfície de separação física adequada, que
As estatísticas mostram a elevadíssima gravidade e a frequência segregue e confine o perigo e assegure zona livre a partir do exterior
de acidentes elétricos e, portanto, sempre antes de se decidir por da superfície. Essa condição pode ser obtida, por exemplo, com
qualquer trabalho em instalações elétricas energizadas, mesmo a instalação de invólucros (quadros, painéis, caixas com acessos
que sejam serviços simples, corriqueiros ou urgentes, devem ser restritos) e barreiras (portas, paredes, telas apropriadas com acessos
esgotadas todas as possibilidades de desenergização do sistema. restritos).
Caso seja necessário realizar serviços em instalações Qualquer trabalho ou atividade realizado nessas zonas e
energizadas, a NR-10 possui dois tópicos específicos para o assunto: condições, mesmo não envolvendo as instalações elétricas,
o item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas e o seja de natureza mecânica, pintura, inspeção, instrumentação,
item 10.7 – Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT). cabeamento, de informática, controle ou outra qualquer, deverá
É importante esclarecer que estão excluídas dessas prescrições ser executado exclusivamente por trabalhador autorizado e
as instalações elétricas energizadas e alimentadas por Extra Baixa mediante procedimentos de trabalho desenvolvidos e definidos
Tensão – EBT (inferior a 50 volts em corrente alternada, entre fases, especificamente para serviços em instalações elétricas energizadas
entre fase e terra ou 120 volts em corrente contínua), guardadas as e, portanto, assume especial relevância e responsabilidade.
condições ambientais, conforme estabelece o item 10.14.6 da NR-10. Tabela 2 - Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre
Isso é devido ao fato de que o uso de EBT, consideradas as condições (baseada na Tabela do Anexo II da NR-10)

locais e características da corrente elétrica, garante a segurança das Faixa de tensão Rr - Raio de Rc - Raio de
nominal da delimitação entre delimitação entre
pessoas contra os efeitos do choque elétrico. Entretanto, especial
instalação zona de risco e zona controlada e
atenção deve ser dada aos trabalhadores que atuam em circuitos elétrica em kV controlada em metros livre em metros
de extra baixa tensão instalados em zonas controladas, e, portanto, <1 0,20 0,70
próximas a outras instalações elétricas de baixa ou média tensão. São ≥1e<3 0,22 1,22
os casos, por exemplo, das instalações de telefonia, sinalização de
≥3e<6 0,25 1,25
trânsito, TV a cabo existentes nas mesmas estruturas utilizadas para
≥ 6 e < 10 0,35 1,35
distribuição de energia elétrica. Também são os casos dos circuitos
≥ 10 e < 15 0,38 1,38
de controle e sinal em tensões de 12 a 48 volts, situados próximos
≥ 15 e < 20 0,40 1,40
de outros circuitos com tensão mais elevada e, ainda, os circuitos
≥ 20 e < 30 0,56 1,56
elétricos em áreas classificadas na presença de atmosferas explosivas,
onde qualquer nível de tensão poderá dar origem a faíscas, criando ≥ 30 e < 36 0,58 1,58

uma grave condição de perigo. ≥ 36 e < 45 0,63 1,63


Considera-se como serviço em instalações elétricas energizadas ≥ 45 e < 60 0,83 1,83
todo aquele em que a intervenção de trabalho necessitar de ingresso ≥ 60 e < 70 0,90 1,90
na “zona de risco” ou na “zona controlada” definidas no Anexo II ≥ 70 e < 110 1,00 2,00
da NR-10. Incluem-se nessa modalidade quaisquer outros serviços ≥ 110 e < 132 1,10 3,10
realizados nas proximidades das instalações elétricas energizadas ≥ 132 e < 150 1,20 3,20
dentro dos limites estabelecidos no Anexo II (ver item 3.5.1 a ≥ 150 e < 220 1,60 3,60
seguir).
≥ 220 e < 275 1,80 3,80
≥ 275 e < 380 2,50 4,50
3.5.1 Zona controlada, zona de risco e zona livre
≥ 380 e < 480 3,20 5,20
NR 10

≥ 480 e < 700 5,20 7,20


Conforme o Anexo II da NR-10, a delimitação das zonas é
Figura 28 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, Figura 29 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco
controlada e livre. (controlada e livre), com interposição de superfície de separação física adequada.

Legenda para as Figuras 28 e 29:

Rr – Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona de risco


Rc – Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona controlada
ZL – Zona livre
ZR – Zona de risco, restrita a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho
ZC – Zona controlada, restrita a profissionais autorizados
PE – Ponto da instalação energizado
SI – Superfície construída com material resistente e dotada de dispositivos e requisitos de segurança

Dessa forma, a NR-10 se aplica também aos trabalhadores em


3.5.2 Trabalho em proximidade ambientes circunvizinhos sujeitos às influências das instalações
ou sistemas elétricos, tais como: trabalhadores nas instalações
O conceito de “trabalho em proximidade” é definido como telefônicas, TV a cabo, iluminação pública, podas da arborização ou
“trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona trabalhadores em geral que realizam suas atividades e serviços em
controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com equipamentos alimentados por energia elétrica, tais como técnicos
extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou de manutenção (ar-condicionado, eletrodomésticos, máquinas
equipamentos que manipule”. industriais, etc. – Figura 30).
NR 10

Figura 30 – Exemplo de trabalho em proximidade


procedimentos padronizados.
3.5.3 Procedimentos de trabalho
O procedimento de trabalho constitui-se num documento técnico
legal interno, de relevante importância e responsabilidade, que
Serviços em instalações energizadas devem possuir “procedimentos
deve ser organizado e disponibilizado em prontuário (item 10.2)
de trabalho”, conforme determina o item 10.11 da NR-10.
para o trabalhador, auditorias e gestão das instalações elétricas.
A boa prática indica a necessidade de definir procedimento de
Os responsáveis pelos serviços e atividades com eletricidade e o
trabalho com sequência de operações ou atos a serem desenvolvidos
SEESMT, quando existir, devem controlar e auditar a adoção prática
para sua realização, com a inclusão dos meios materiais e humanos,
dos procedimentos padronizados na organização, por parte de todos
instruções e orientações técnicas de segurança, e as possíveis
os trabalhadores envolvidos e seus superiores, lembrando sempre que
circunstâncias que possam potencialmente impedir ou proibir a sua
procedimentos adequados, atualizados, assimilados e praticados são
realização.
uma ótima maneira de garantir o trabalho seguro e saudável.
Esse procedimento “passo a passo com instruções de segurança”
determina uma nova condição para o desenvolvimento dos 3.5.4 Ordem de serviço
procedimentos de trabalho no caso em análise. Nele, toda a sequência
de operações (tarefas), necessárias ao trabalho deve ser descrita com A “ordem de serviço” (OS), tratada nos itens 10.7.4 e 10.11.2 da
detalhamento e descrição das medidas e orientações técnicas de NR-10, é um mandado de responsabilidade da organização e deve
segurança pertinentes. Dessa forma, são atendidos os subitens 10.6.2, preceder a realização do serviço. Trata-se da autorização do trabalhador
10.7.6 e 10.11.3 da NR-10 que tratam especificamente de procedimentos ou da equipe para a execução do serviço e deve conter, no mínimo,
de trabalho, os quais devem ser planejados, programados e realizados a data, o local, o tipo e as referências aos procedimentos de trabalho
considerando-se os seguintes aspectos: a serem adotados. Deve ser aprovada e assinada por um trabalhador
autorizado, que deve ser o superior responsável pela área, conforme
• O procedimento deve conter, no mínimo, título, número de indicado no item 10.8.
controle, departamentos emissor, datas e revisões, objetivo, campo de Em função das distâncias e urgências cotidianas que eventualmente
aplicação, referências normativas, requisitos, base técnica, medidas podem dificultar o trâmite de documentos impressos, a assinatura
de controle, disposições gerais e orientações finais, competências, e da ordem de serviço poderá ser eletrônica dentro dos padrões
responsabilidades; legais instituídos. As organizações poderão ainda adotar soluções
• É importante que o procedimento seja específico e com descrição adequadas à sua realidade desde que atendam o espírito de controle e
detalhada de cada tarefa, incluindo-se as instruções de segurança passo responsabilização do documento.
a passo com a sequência lógica de sua execução;
• A elaboração do procedimento deve ter a participação do SEESMT, 3.5.5 Planejamento dos serviços em instalações elétricas
quando existir;
• Os procedimentos devem ser assinados pelos responsáveis e pelo Antes do início do serviço, os trabalhadores autorizados, em
profissional autorizado. conjunto com os superiores e demais envolvidos, devem desenvolver o
planejamento dos serviços nas instalações elétricas (Figura 31).
No entanto, destaque-se a importância de que todos os O planejamento é a ferramenta para prever, pensar, compreender
procedimentos devem ser obrigatoriamente escritos no idioma as certezas e incertezas dos serviços, considerando as emergências e
português, divulgados, conhecidos, entendidos e cumpridos por contingências, entendendo cada uma das possibilidades de realização,
todos os trabalhadores. Durante a capacitação, e no treinamento de de forma a possibilitar a análise de suas respectivas vantagens e
segurança dos trabalhadores, sejam profissionais ou não, deve ser desvantagens. A partir daí, pode-se organizar estratégias, procedimentos
assegurada a divulgação clara e objetiva e o perfeito entendimento dos ou condições que eliminam ou reduzem as incertezas e transponham as
procedimentos. Para tanto, pode-se utilizar ferramentas didáticas que dificuldades possíveis na obtenção de um resultado esperado dentro de
envolvam a prática, quando viável, com aferição da assimilação dos condições satisfatórias.

Planejamento de serviço eletrico


DEFINIÇÕES APLICAÇÃO
PESSOAL RESPONSÁVEL
administradores/mantenedores
Planejamento
projetista/construtores
operadores/auditores Fatores de risco em
Gestão efetiva de segurança
APR Procedimentos segurança com eletricidade
em serviços elétricos
AMBIENTES (Edificações, lay out, espaços, riscos adicionais...)
ORGANIZAÇÃO (procedimentos, métodos e processos, ritmo de trabalho.
OPERAÇÃO (Ferramentas, equipamentos, reações e perda de controle
Trabalhador (Conhecimento treinamento personalidade atitudes
NR 10

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (calçado, capacete3, luvas...)


Figura 31 – Planejamento do serviço em instalações elétricas
Nessa fase, pressupõe-se que já tenha sido dado o primeiro
passo, ou seja, a análise de risco padronizada na empresa tenha
sido elaborada. Então, em conformidade com o item 10.11.7,
passa-se à avaliação prévia e ao planejamento de ações para
realizar os serviços em instalações elétricas, considerando-se as
seguintes questões:

• Definição clara dos resultados a que se quer chegar contendo


prazos, qualidade dos serviços e meios disponíveis;
• Inspeção no ambiente, diagnosticando-se a realidade no
local do serviço, identificando-se e analisando-se os riscos
envolvidos:
Figura 32 – Exemplo de falta de planejamento
- edificações (invólucros seguros, aterramento elétrico, secciona­
mento automático, uso do DR, etc.); De fato, a falta de planejamento das ações conduz, invariavelmente,
- layout (disposição dos equipamentos, espaços seguros, etc.); às improvisações sistemáticas e indesejáveis que produzem
- riscos adicionais (altura, confinamento, atmosferas explosivas, precariedade e inconsistências, promovendo dificuldades na obtenção
umidade, fauna, flora, etc.). de resultados satisfatórios (Figura 32).
• Organizar e inspecionar os equipamentos, ferramental, compo­
nentes e materiais: 3.5.6 Ensaios e testes dielétricos
- estado de uso;
- testes de isolamento; Os equipamentos, ferramentas, dispositivos de proteção coletiva
- dispositivos que permitam o travamento dos componentes de e os individuais de uso nos serviços elétricos dotados de materiais
manobra. isolantes, tais como mantas, calhas e lençóis isolantes, bastões e varas
• Verificar, reciclar e relembrar: isolantes de manobras, protetores de isoladores, cestos aéreos, escadas,
- normas; andaimes isolados, ferramentas manuais isoladas, etc., assim como os
- projeto; EPIs com isolação elétrica, luvas isolantes, mangas, perneiras, etc., de
- diagramas unifilares; acordo com o item 10.7.8 e 10.4.3.1 da NR-10, devem ser submetidos
- procedimentos e instruções de segurança. a ensaios ou testes dielétricos, destinados à verificação da manutenção
• Conferir nos trabalhadores autorizados: das suas características dielétricas compatíveis com a tensão elétrica da
- conhecimento; instalação objeto do serviço (Figura 33).
- treinamento; Os procedimentos e periodicidade destes ensaios e testes deverão
- personalidade; atender as normas técnicas, quando existirem ou, na falta destas,
- atitudes. às especificações e recomendações dos fabricantes. Na omissão
• Equipamentos de Proteção Coletiva ( EPC) e Equipamentos de de normas técnicas ou instruções dos fabricantes, valerá então o
Proteção Individual (EPI): procedimento elaborado pela empresa usuária. Cabe lembrar que os
- cestos aéreos; ensaios e testes devem ser acompanhados de laudos técnicos com
- varas de manobra; resultados e responsabilização profissional, organizados e mantidos no
- escadas e andaimes isolados; prontuário das instalações elétricas (conforme 10.2.4.e da NR-10).
- calçado de segurança;
- vestimenta de proteção;
- capacete;
- luvas;
- outros equipamentos em função dos riscos adicionais verificados.
• Prever os materiais de sinalização e advertência (cones, cavaletes,
fitas, placas, etiquetas e outros equipamentos de sinalização e de
advertência);
• Prever a necessidade de equipamentos de avaliação (explosímetro,
Figura 33 – Exemplos de materiais que devem ser ensaiados dieletricamente
medidor de umidade, terrômetro e detectores de tensão);
• Coordenar as atividades conjuntas com outras equipes ou
profissionais; 3.5.7 Suspensão do serviço em condição de risco
• Estudar a viabilidade da aplicação das medidas de segurança
recomendadas, quer no procedimento quer na APR; Os serviços em instalações elétricas energizadas devem ser
• Considerar emergências (reações e perda de controle); suspensos sempre que ocorrer situação ou condição de risco não
prevista e cuja eliminação ou neutralização imediata não seja
NR 10

• Analisar o grau de dificuldade para a realização das operações


propostas e sua viabilidade. possível, conforme considerado no item 10.6.3 da NR-10. Esses
podem ser os casos de intempéries da natureza (chuvas, ventos, por, no mínimo, duas pessoas. A determinação do Tribunal
inundações, etc.), manifestações sociais ou descontrole de fatores Regional do Trabalho, em sua decisão judicial favorável
ambientais (vazamentos de gases, temperaturas excessivas, etc.) ao trabalho acompanhado em serviços elétricos, conforme
que possam colocar em risco o serviço. “Acórdão TRT nº 1544/2003-PATR”, foi uma confirmação
A suspensão é de responsabilidade do responsável pela execução desta orientação da NBR 14039.
dos serviços. Fica implícito que, sempre que houver um trabalho É de suma importância entender que o trabalho acompanhado
com instalações elétricas, haverá um responsável, o que também impõe que o(s) acompanhante(s) também deva(m) possuir a
determina o item 10.11.6. Presume-se que esses serviços sejam mesma capacidade do(s) acompanhado(s), ou seja, ser BA4 ou
realizados em equipe e, portanto, que a administração indique um BA5, conforme Tabela 18 da norma ABNT NBR 5410, a saber:
superior para a condução dos trabalhos e que exerça a liderança da • BA4 – Pessoas advertidas: Pessoas suficientemente
equipe no local. informadas ou supervisionadas por pessoas qualificadas, de
tal forma que lhes permite evitar os perigos da eletricidade
(pessoal de manutenção e/ou operação);
• BA5 – Pessoas qualificadas: Pessoas com conhecimento
técnico ou experiência tal que lhes permite evitar os perigos da
eletricidade (engenheiros e técnicos).

Os acompanhantes devem ser entendidos como


trabalhadores que devem atender ao item 10.8 da NR-10 quanto
à “autorização” de pessoas à realização de serviços elétricos.
O processo de autorização da NR-10 implica o controle de três
Figura 34 - Trabalho acompanhado instalações energizadas em AT e no SEP condições dos trabalhadores: a formação na área elétrica, o
treinamento de segurança em serviços elétricos e a avaliação
A proibição para o trabalho individual em serviços com alta médica, conforme é tratado adiante neste guia.
tensão e os realizados no sistema elétrico de potência (SEP) O trabalho acompanhado pode ser considerado uma medida
foi um tema relevante durante o desenvolvimento da NR-10 de proteção coletiva, pois a sinergia de segurança emanada de
por envolver questões políticas, econômicas e judiciais, além, outra(s) pessoa(s) com conhecimento similar envolvida(s) nos
obviamente, de questões técnicas. serviços minimiza a probabilidade de erros humanos e melhora
Os serviços elétricos que envolvem o sistema elétrico a confiabilidade na segurança dos serviços com energia
de potência (geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
elétrica), abrangendo trabalhos em alta e baixa tensão, são Ainda em serviços com instalações elétricas energizadas em
sempre de elevado risco à vida, requerem alto grau de atenção alta tensão (AT) e aqueles executados no Sistema Elétrico de
e um comportamento diferenciado por parte dos trabalhadores Potência – SEP, o item 10.7.9 obriga que seja disponibilizado o
que os realizam. Outro ponto importante a ser considerado equipamento que permita a comunicação de informações entre
nesse assunto é a elevadíssima gravidade dos acidentes nas equipes de trabalho e/ou o centro de operações responsável pelo
atividades com alta tensão e SEP que, em geral, tem como controle da instalação elétrica energizada em AT ou do SEP,
consequência as lesões graves, seqüelas, incapacidade para o objeto do serviço. O equipamento oferecido aos trabalhadores
trabalho e, não raro, a morte. pode ser de qualquer tipo, porém deve permitir a comunicação
Nota-se que, por si só, o elevado grau de risco e a permanente entre os usuários em qualquer local ou distância,
gravidade quando da ocorrência de acidentes com eletricidade de forma a assegurar-lhes boa qualidade e confiabilidade na
justificam a proibição de trabalho individual nas condições comunicação, com procedimentos de uso, treinamentos e
que o item 10.7.3 determina, tornando obrigatório o trabalho conduta ética operacional de comunicação.
acompanhado (Figura 34). Percebe-se que a intenção do
Ministério do Trabalho e Emprego foi prevenir a ocorrência 3.5.8 E quipamentos de proteção individual
do acidente mediante a minimização de possibilidade de erro
humano. Se considerarmos que um trabalhador pode errar 1 Nas condições de realização de serviço com a instalação
vez a cada 100 tarefas executadas (probabilidade individual P1 elétrica energizada (em que a medida prioritária de proteção por
= 1/100), quando o trabalho envolver dois trabalhadores com desenergização não pode ser aplicada) e quando outras medidas
mesma habilidade, a possibilidade de erro será o produto das coletivas se esgotaram ou são inviáveis, fica liberado e torna-se
probabilidades individuais, (P2 = 1/100 x 1/100 = 1/10.000), obrigatório o uso de equipamento de proteção individual (EPI)
ou seja, a probabilidade de erro nessa condição será de 1 vez a para a segurança dos trabalhadores autorizados a realizarem
cada 10.000 tarefas executadas. serviços com instalações energizadas. O uso desses EPIs deve
Essa orientação já está contida na norma ABNT NBR 14039 ser realizado mediante fundamentação técnica cabível na
NR 10

que trata das instalações elétricas de média tensão. No item circunstância em questão e os equipamentos devem atender às
8.1.6, tal norma impõe que qualquer manobra deve ser efetuada disposições legais e regulamentares (ver 3.2 deste guia).
Sistema Brasileiro de Certificação exigida pela Portaria 83 de
4 Áreas classificadas
03/04/2006 do INMETRO/MICT.
De acordo com esta portaria, os equipamentos e dispositivos
Conforme glossário da NR-10, área classificada é um “local
elétricos destinados ao uso em áreas classificadas adquiridos
com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva”. Da
antes da sua publicação estão isentos de certificação, mas deverão
ABNT NBR IEC 60079-14 se extrai que “Atmosfera explosiva:
comprovar que são seguros, mediante a apresentação de certificados
mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias
estrangeiros ou nacionais, declarações, catálogos de fabricantes ou
inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na
declarações de profissionais legalmente habilitados. A certificação
qual após a ignição, a combustão se propaga através da mistura”
ou os laudos devem se unir ao prontuário mencionado no item
(Figura 35).
10.2.4.f da NR-10.
As áreas classificadas, assim como outras com elevado risco de
incêndio, não suportam a ocorrência de situações que são toleráveis
em outras instalações elétricas e, por isso, necessitam de medidas
adicionais de prevenção contra o sobreaquecimento de superfícies,
o surgimento de arco elétrico devido à sobretensão (que pode
ocorrer inclusive durante a operação normal de dispositivos de
manobra e de proteção).
Dessa forma, o item 10.9.4 da NR-10 exige que sejam instalados
dispositivos de proteção destinados ao alarme e seccionamento
automático da alimentação para prevenir sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras
condições anormais de operação, possíveis de ocorrerem nesses
ambientes com potencialidade de atmosferas explosivas ou elevado
risco de incêndio.
A instalação elétrica deve ter, no mínimo, um dispositivo de
seccionamento de emergência, de acordo com 4.5.1 da NBR 5410,
Figura 35 – Área classificada
localizado em uma área não classificada, por meio do qual deverá
ser possível desenergizar os equipamentos elétricos de algum lugar
Nesse tipo de área, que é encontrada em inúmeras instalações
apropriado, se a sua energização contínua determinar algum risco,
(Figura 36), devem ser tomadas precauções especiais para a
tal como sobreaquecimento ou sobrecargas.
construção, montagem, instalação e utilização de instalações e
A equalização de potencial (equipotencialização) é sempre
equipamentos elétricos, uma vez que o aquecimento acima de
necessária para instalações elétricas em áreas classificadas.
certos limites e os eventuais centelhamentos podem ser capazes de
Seu objetivo é evitar o centelhamento perigoso entre as partes
inflamar a atmosfera explosiva. Isso resulta na adoção de medidas
metálicas de estruturas. Todas as partes condutoras usualmente
específicas em relação à possibilidade de contatos com partes
não energizadas e expostas devem ser conectadas à ligação
vivas (energizadas), com a presença de eletricidade estática e com
equipotencial. Este sistema de equipotencialização deve incluir os
os aquecimentos inadequados provocados por equipamentos e
condutores de proteção, os eletrodutos e demais condutos metálicos,
serviços elétricos.
proteções metálicas de cabos, armação metálica e partes metálicas
de estruturas, mas não deve incluir os condutores neutros, quando
existirem. A condutância entre partes metálicas de estruturas deve
corresponder a uma seção mínima de 10 mm2 de cobre.
No projeto do sistema de proteção contra descargas atmosféricas,
devem ser previstos meios que evitem arcos ou centelhas passíveis
de causar a ignição da mistura inflamável.
O item 10.9.5 da NR-10 exige que seja implantado um
procedimento de autorização, conhecido como “permissão
para trabalho (PT)”, para a realização de serviços elétricos em
áreas classificadas. A ‘PT’, obrigatória, deve ser documentada
e formalizada mediante aplicação dos conceitos e princípios de
Figura 36 – Exemplos de instalações que possuem áreas classificadas
desenergização (item 10.5 da NR-10 – ver 3.4 deste guia).
O tema de áreas classificadas é abordado na NR-10 em seus Instalações elétricas precisam ser inspecionadas, testadas,
itens 10.9.2, 10.9.4, e 10.9.5, conforme indicado a seguir. mantidas e, com frequência, é necessário pesquisar defeitos durante
O item 10.9.2 determina que os materiais, peças, as atividades de manutenção corretiva, o que implica a presença de
NR 10

equipamentos e dispositivos elétricos utilizados em áreas circuitos energizados, máquinas e ferramentas que geram faíscas
classificadas têm obrigatoriedade de certificação no âmbito do em condições normais de operação (por exemplo, as escovas de
um motor). Nessas condições, impossibilitada a aplicação da na frequência e duração da ocorrência de uma atmosfera explosiva
desenergização, devem ser adotados procedimentos de supressão provocada por substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor ou
do agente de risco, quer por diluição, quer por eliminação da névoa, ou por atmosfera explosiva na forma de uma nuvem de
presença da substancia inflamável ou explosiva, de modo a garantir poeira ou fibras de combustíveis no ar. O desenvolvimento de um
a segurança da operação. Este procedimento deve ser devidamente trabalho de classificação de áreas de um estabelecimento começa
formalizado por sua respectiva documentação. com a análise da “probabilidade” da existência ou aparição de
É importante destacar que as atividades em áreas classificadas atmosferas explosivas nos diferentes locais da unidade, que serão
exigem treinamento específico (ver item 5 deste guia) e a posteriormente definidas como Zonas 0, 1 ou 2, nos casos de gás,
delimitação da área, conforme tratado no item 16.8 da NR-16. vapor ou névoa ou ainda, zonas 20, 21 e 22 nos casos de poeiras e
fibras combustíveis.
C lassificação da área

• Zona 0: local em que uma atmosfera explosiva consistindo de


A classificação da área é um método de análise e ordenamento uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis na forma de gás,
segundo o risco de ambientes onde uma atmosfera explosiva está vapor ou névoa está presente continuamente, por longos períodos
presente ou pode ser prevista para estar presente, em quantidades tais ou frequentemente;
que requeiram precauções especiais para a construção, instalação e • Zona 1: local em que uma atmosfera explosiva consistindo de
utilização de equipamentos e dispositivos de segurança. uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis na forma de gás,
A classificação de áreas exige, portanto, que no ambiente vapor ou névoa é provável de ocorrer, ocasionalmente, em operação
existam produtos ou condições que gerem essas atmosferas normal;
explosivas, podendo ser gases inflamáveis, líquidos inflamáveis • Zona 2: local em que uma atmosfera explosiva consistindo de
ou ainda poeiras/fibras combustíveis que possam ser liberados uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis na forma de gás,
para o ambiente pelos equipamentos de processo que representam vapor ou névoa não é provável de ocorrer em operação normal e, se
fontes potenciais de áreas classificadas. A delimitação de uma ocorrer, existirá somente por um curto período de tempo;
área classificada se processa mediante “zonas de risco” baseadas • Zona 20: local em que uma atmosfera explosiva na forma de uma

NR 10

Figura 37 – Exemplo de classificação de área em um local de abastecimento de combustível


nuvem de poeira combustível no ar está presente continuamente, de uma mistura explosiva e que evita a transmissão da explosão
por longos períodos ou frequentemente; para a atmosfera explosiva ao redor do invólucro;
• Zona 21: local em que uma atmosfera explosiva na forma de • Segurança aumentada ‘e’: tipo de proteção aplicada aos
uma nuvem de poeira combustível no ar é provável de ocorrer, equipamentos elétricos nos quais medidas adicionais são
ocasionalmente, em operação normal; aplicadas, de forma ao oferecer um aumento de segurança contra
• Zona 22: local em que uma atmosfera explosiva na forma de a possibilidade de temperaturas excessivas e da ocorrência de
uma nuvem de poeira combustível no ar não é provável de ocorrer arcos ou centelhas em regime normal ou sob condições anormais
em operação normal e, se ocorrer, existirá somente por um curto especificadas;
período de tempo. • Segurança intrínseca ‘i’: tipo de proteção baseada na restrição de
energia elétrica envolvendo equipamentos e fiação de interconexão
As Figuras 37 e 38 apresentam exemplos de classificação de expostos a uma atmosfera explosiva com um nível abaixo daquele
áreas. capaz de causar ignição, tanto por centelhas como por efeitos de
As áreas classificadas requerem a instalação de equipamentos aquecimento;
e dispositivos elétricos (interruptores, comandos e controles • Tipo de proteção ‘n’: tipo de proteção aplicada a equipamentos
elétricos, disjuntores, aparelhos e sistemas de iluminação, motores, elétricos que, em operação normal e em certas condições anormais
alarmes, etc.) dotados de invólucros especiais para ambientes com especificadas, não sejam capazes de causar a ignição de uma
atmosferas explosivas e selecionados em conformidade com as atmosfera explosiva ambiente;
zonas de classificação adotadas. • Imersão em óleo ‘o’: tipo de proteção em que o equipamento ou
Os tipos de invólucros para equipamentos elétricos para áreas partes elétricas são imersas em um líquido de proteção de tal forma
classificadas são os seguintes: que uma atmosfera explosiva que possa estar acima do líquido ou
• Invólucro a prova de explosão ‘d’: tipo de proteção em que as do lado externo do invólucro não possa ser ignitada;
partes que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva são • Pressurização ‘p’: técnica de prevenção contra o ingresso de
instaladas dentro de um invólucro que não é hermético, mas que atmosfera externa no interior de um invólucro, por meio da
pode suportar a pressão desenvolvida durante uma explosão interna manutenção de um gás de proteção interno, a uma pressão acima da
NR 10

Figura 38 – Exemplo de classificação de área em uma planta petroquímica


atmosfera externa diluição contínua (vazão) suprimento contínuo de
5 Autorização do trabalhador
um gás de proteção, após a purga, a uma taxa tal que a concentração
da substância inflamável interna ao invólucro pressurizado seja
O item 10.8 da NR-10 estabelece o conceito de “autorização”
mantida em um valor fora dos limites de explosividade para qualquer
alicerçada em três fundamentos: formação na área elétrica,
fonte de ignição potencial (ou seja, fora da área de diluição);
treinamento em segurança e controle médico (Figura 39).
• Imersão em areia ‘q’: tipo de proteção em que partes capazes de
causar a ignição de uma atmosfera explosiva são fixadas em posições Qualificado
e completamente circundadas por um material de enchimento para
Formação Habilitado
evitar a ignição de uma atmosfera explosiva externa;
• Encapsulamento ‘m’: tipo de proteção onde partes que sejam Capacitado

capazes de causar a ignição de uma atmosfera explosiva, seja por

C O N T R O L E MÉD I C O
AUTORIZAÇÃO

centelhamento ou aquecimento, são encapsuladas em um composto


Básico - Complementar - Reciclagem

T R E I N A M E N TO
de tal forma que a atmosfera explosiva não possa ser ignitada sob Treinamento
condições de operação ou de instalação; Capacitado

• Proteção contra a ignição de poeira ‘tD’: tipo de proteção em que


todos os equipamentos elétricos são protegidos por um invólucro
para evitar a ignição de uma camada ou nuvem de poeira.
Exames médicos
f o rmAÇÃO Controle médico
Os detalhamentos técnicos sobre instalações e serviços Acompanhamento médico

elétricos em áreas classificadas dirigidos à classificação de áreas, Figura 39 – Fundamentos do conceito de “autorização” da NR-10
limites admissíveis de aquecimento, identificações, proteção contra
descargas atmosféricas, equalização de potencial, eletricidade A responsabilização dos contratantes mediante o conceito de
estática, proteção contra centelhamentos, etc. devem ser estudados autorização da NR-10 exige o gerenciamento da mão de obra
na normalização existente no âmbito da Associação Brasileira de contratada (própria ou terceirizada) com a realização de controles na
Normas Técnicas. admissão ou aceitação, e na preparação do trabalhador para realizar
as suas atribuições de natureza elétrica, quer sejam os eletricistas,
E letricidade Estática montadores, instaladores, mantenedores, técnicos, engenheiros, etc.

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou A responsabilização vai mais além quando associa o conceito de
acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica “proximidade” (ver 3.5.2 deste guia), o qual estende a necessidade
e dispositivos de descarga elétrica, como determina o item 10.9.3 da autorização para os trabalhadores que realizam suas atividades
da NR-10. em proximidade de instalações elétricas, como são os casos de
A eletricidade estática é o fenômeno de acumulação cabeamento telefônico, TV a cabo, sinalização viária, poda de
de cargas elétricas em um material qualquer, ou partes e árvores, iluminação pública, dentre outros.
substâncias (condutor, semicondutor ou isolante), geradas por
fricção (atrito), por indução ou condução. No material isolante, Dessa forma, a “autorização” é um processo administrativo de
este efeito produz um desequilíbrio (eletrização) entre cargas formalização legal do consentimento expresso pela empresa
positivas e negativas. A natureza tende a restabelecer o equilíbrio tomadora do serviço ao trabalhador para a prática de qualquer
entre as cargas, mas isso pode levar algum tempo e, durante esse atividade que implique, direta ou indiretamente, a interação com
intervalo, o material é capaz de atrair ou repelir outros isolantes instalações ou serviços elétricos. É implícito que a autorização
devido à força columbiana. está acompanhada da responsabilidade em autorizar trabalhadores
Nos materiais condutores, o desequilíbrio de cargas altera próprios, terceirizados, avulsos, etc., razão pela qual é de
o potencial elétrico do material, fazendo surgir uma diferença fundamental importância que as empresas adotem critérios bem
de potencial entre o material condutor eletricamente carregado claros para assumir tais responsabilidades perante os recursos
e a terra ou entre materiais. Em consequência dessa diferença de humanos utilizados para intervenções em instalações e serviços
potencial, podem ocorrer descargas elétricas, com possibilidade de elétricos.
causar choques, faíscas, ruídos e outros fenômenos físicos capazes
de provocar acidentes. 5.1 Formação do trabalhador
Em diversos processos industriais, nas áreas com potencial
de incêndio, tais como aquelas onde há fluxo de substâncias em A NR-10 define os conceitos de qualificação, habilitação,
alta velocidade, descarga de caminhões tanque, dentre outras, o capacitação e treinamento dos trabalhadores.
acúmulo de eletricidade estática pode provocar graves acidentes. Conforme item o 10.8.1, um “trabalhador qualificado” é aquele
Dessa forma, essas áreas ou equipamentos devem dispor de que comprova a conclusão de curso específico na área elétrica
NR 10

proteções para evitar o aparecimento das cargas estáticas, ou então reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. Isso abrange as
reduzi-las a níveis seguros. pessoas que receberam instrução específica em cursos reconhecidos
e autorizados pelo Ministério da Educação e Cultura, foram
aprovadas e, por essa razão, receberam um diploma ou certificado. 5.2 Treinamento do trabalhador

Nesta categoria se encaixam os profissionais de nível superior


(engenheiros eletricistas, etc.), os de nível médio com profissões 5.2.1 G eral
regulamentadas (eletrotécnicos, tecnólogos, etc.) e as pessoas
qualificadas em ocupações profissionais, tais como os eletricistas Adicionalmente ao processo de autorização, está consignado nos
prediais e industriais, eletricistas de manutenção, dentre outros. itens 10.6.1.1, 10.7.2, 10.10.8 e no Anexo III da NR-10 a necessidade
Entre estes trabalhadores qualificados destacam-se os de realização do “treinamento de segurança em instalações e serviços
“profissionais legalmente habilitados”, que são aquelas pessoas com eletricidade”, a ser ministrado em dois módulos.
previamente qualificadas em ensino profissionalizante e que O primeiro módulo, chamado de Treinamento Básico, deve ser
promoveram o registro de seu diploma ou certificado no ministrado para todo e qualquer trabalhador a ser autorizado. O
respectivo conselho de classe, que estabelece as atribuições e segundo módulo, identificado por Treinamento Complementar, tem
responsabilidades de cada qualificação em função dos cursos, o primeiro módulo como pré-requisito e destina-se exclusivamente
cargas horárias e matérias ministradas, conforme definido no item aos trabalhadores envolvidos com o Sistema Elétrico de Potência,
10.8.2 da NR-10. assim entendido a geração, a transmissão e a distribuição de energia
Tendo em vista as limitações e necessidades do país, a NR- elétrica, ou os trabalhadores que atuam nas suas proximidades.
10 em seu item 10.8.3 estabeleceu a definição de “trabalhador O Anexo III da NR-10, “Treinamento”, define o currículo
capacitado”, abrindo para as empresas a oportunidade de do “Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços com
oferecer um caminho positivo para o desenvolvimento dos seus Eletricidade”, cuja carga horária mínima é de 40 horas. O mesmo
recursos humanos. anexo descreve o conteúdo mínimo do “Curso Complementar
Um “trabalhador capacitado” é aquele que, embora não tenha – Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas
frequentado cursos regulares ou reconhecidos pelo sistema oficial proximidades”, com carga horária mínima adicional de 40 horas.
de ensino, tornou-se apto ao exercício de atividades específicas Os treinamentos têm conteúdos de natureza multiprofissional,
mediante a aquisição de conhecimentos e habilidades. Para que podendo ser ministrados por instituição de ensino, outras
um trabalhador seja considerado capacitado, devem ser atendidas organizações ou pela própria empresa, mediante o concurso de
simultaneamente as seguintes condições: profissionais legalmente habilitados por seus conselhos de classe
a prestar ensino. Os profissionais que vão ministrar o treinamento
a) o trabalhador tenha recebido capacitação específica às atividades devem ter concluído curso específico nas áreas de saber envolvidas
que irá executar, sob orientação e responsabilidade de profissional nos treinamentos, ou seja, devem ter conhecimento e experiência
habilitado e autorizado; e na área elétrica, em segurança no trabalho e medicina. Cabe ao
b) o trabalhador trabalhe permanentemente sob a responsabilidade Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
de profissional habilitado e autorizado. (CREA) determinar as atribuições dos profissionais na área de
eletricidade e de segurança no trabalho, ao Conselho Regional
Em ambas os casos, cabe ao profissional legalmente de Medicina (CRM) e ao Conselho Regional de Enfermagem
habilitado e autorizado pela própria empresa a responsabilidade (COREN) as atribuições na área de medicina.
de ministrar conhecimentos para o desenvolvimento das A certificação referente aos treinamentos impõe
capacidades do trabalhador e acompanhá-lo na execução responsabilidades civis e criminais para as entidades emitentes
de tarefas específicas ligadas aos serviços com eletricidade. e para os profissionais que ministram os ensinamentos aos
Compete ainda a esse profissional legalmente habilitado e trabalhadores autorizados. Dessa forma, quando os certificados são
autorizado o estabelecimento das limitações de atividades a emitidos por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da
serem realizadas pelo trabalhador capacitado e fornecer um Educação e Cultura, a responsabilidade está implícita à autorização
documento que ateste a aptidão do capacitado para validação e controlada por aquele Ministério. Para as demais condições, os
responsabilização da capacitação adquirida. certificados deverão ser emitidos sob a responsabilidade das
As atividades de ensino devem constar das atribuições empresas e profissionais habilitados pelos respectivos conselhos de
profissionais do responsável por essa capacitação em seu conselho classe, em obediência ao ordenamento jurídico nacional, o saber e a
de classe. experiência necessária.
O trabalhador capacitado só poderá exercer as atividades Os treinamentos são destinados à promoção e transferência de
sob responsabilidade de um profissional legalmente habilitado conhecimentos em segurança elétrica, segurança do trabalho, de
e autorizado, não sendo necessário que este profissional seja o medicina e resgate (primeiros socorros). Devem considerar a realidade
mesmo que o capacitou. de cada empresa, as situações efetivas de trabalho, de cada ramo de
Fica claro no item 10.8.3.1 da NR-10 que a capacitação não atividade, do padrão de operação, dos procedimentos de trabalho,
confere nenhuma titularidade ao trabalhador válida no território do nível de tensão e de outras peculiaridades. Os treinamentos são
nacional, e somente terá valor para serviços específicos, conferidos específicos para cada empresa e, portanto, somente têm valor para
NR 10

na capacitação. É importante ressaltar que a capacitação é válida aquela determinada empresa que o ministrou, conforme determina o
unicamente para a empresa que o capacitou. item 10.8.8.2.a da NR-10.
Os treinamentos não devem ser oferecidos e vendidos 9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.
às empresas de forma simplista, na pretensão apenas de a) instalações desenergizadas;
atendimento formal a uma exigência normativa de instrução b) liberação para serviços;
de trabalhadores, mediante formas, meios e material didático c) sinalização;
genéricos, distantes da realidade de cada situação de trabalho, d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
pois, para as empresas e profissionais que autorizam os
trabalhadores, os riscos e as responsabilidades deste assunto 10. Documentação de instalações elétricas.
são sérios.
Os treinamentos devem atender às cargas horárias e aos 11. Riscos adicionais:
conteúdos programáticos mínimos determinados no Anexo III da a) altura;
NR-10, reproduzidos a seguir. b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
1. CURSO BÁSICO – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E d) umidade;
SERVIÇOS COM ELETRICIDADE e) condições atmosféricas.

I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária 12. Proteção e combate a incêndios:


mínima – 40 h: a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
Programação Mínima: c) métodos de extinção;
d) prática.
1. Introdução à segurança com eletricidade.
13. Acidentes de origem elétrica:
2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade: a) causas diretas e indiretas;
a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos; b) discussão de casos.
b) arcos elétricos, queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos. 14. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões;
3. Técnicas de análise de risco. b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
4. Medidas de controle do risco elétrico: d) massagem cardíaca;
a) desenergização. e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
b) aterramento funcional (TN / TT / IT), de proteção, temporário; f) práticas.
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação; 15. Responsabilidades.
e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extra baixa tensão; 2. CURSO COMPLEMENTAR – SEGURANÇA NO
g) barreiras e invólucros; SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) E EM SUAS
h) bloqueios e impedimentos; PROXIMIDADES.
i) obstáculos e anteparos;
j) isolamento das partes vivas; É pré-requisito para frequentar este curso complementar, ter
k) isolação dupla ou reforçada; participado, com aproveitamento satisfatório, do curso básico
l) colocação fora de alcance; definido anteriormente.
m) separação elétrica.
Carga horária mínima – 40 h
5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR
14039 e outras; (*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos
especificamente para as condições de trabalho características
6) Regulamentações do MTE: de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de
a) NRs; outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade); de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento
c) qualificação, habilitação, capacitação e autorização. técnico do trabalhador.

7. Equipamentos de proteção coletiva. Programação Mínima:


NR 10

8. Equipamentos de proteção individual. 1. Organização do Sistema Elétrico de Potência – SEP.


2. Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços; 5.2.2 Reciclagem do trabalhador
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações; O treinamento de reciclagem, conforme 10.8.8.2 da NR-10, prevê
d) métodos de trabalho; e a renovação do treinamento a cada dois anos e, adicionalmente, sempre
e) comunicação. que ocorrerem as seguintes situações:

3. Aspectos comportamentais. a) troca de função ou mudança de empresa;


Situação em que o foco da reciclagem deverá ser direcionado à
4. Condições impeditivas para serviços. mudança de empresa e, consequentemente, à alteração do cenário de
desenvolvimento dos trabalhos, das instalações elétricas, da organização
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção(*): do trabalho, dos procedimentos técnicos, etc. A troca de função é
a) proximidade e contatos com partes energizadas; entendida como a alteração em atribuições ou no local de trabalho, que
b) indução; acarreta alterações na exposição a riscos elétricos.
c) descargas atmosféricas;
d) estática; b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade por período
e) campos elétricos e magnéticos; superior a três meses;
f) comunicação e identificação; e O foco da reciclagem será atualizar e renovar os conceitos e práticas
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais. de prevenção nos conteúdos propostos.

6. Técnicas de análise de Risco no S E P.(*) c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de
métodos, processos e organização do trabalho;
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão.(*) O foco da reciclagem está nas mudanças do projeto das instalações,
na inclusão de novos equipamentos e metodologias, assim como as
8. Técnicas de trabalho sob tensão:(*) alterações na organização do trabalho.
a) em linha viva;
b) ao potencial; Contudo, quando a motivação da reciclagem for bienal, então o
c) em áreas internas; foco deverá ser o aprofundamento e direcionamento de temas de acordo
d) trabalho a distância; com as necessidades e a realidade da organização e deverá atender com
e) trabalhos noturnos; e carga horária suficiente para permitir aproveitamento em revisões, nas
f) ambientes subterrâneos. mudanças dos procedimentos, instalações e serviços, de forma a surtir o
efeito desejado na prevenção de acidentes.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, Na reciclagem dos trabalhadores, a NR-10 não determina nenhum
conservação, verificação, ensaios).(*) conteúdo programático ou carga horária, e nem mesmo trata dos recursos
a serem utilizados, porém fica evidente que os assuntos a serem abordados
10. Sistemas de proteção coletiva.(*) deverão ser relativos aos temas de segurança em serviços e instalações
elétricas, com o viés de gerenciamento e responsabilidade que norteia a
11. Equipamentos de proteção individual.(*) NR-10. Fica a critério da empresa estabelecer os currículos e cargas horárias
das reciclagens em função das necessidades da empresa e dos profissionais
12. Posturas e vestuários de trabalho.(*) objeto e, por conseguinte, assumir a responsabilidade pela decisão.

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e 5.2.3 Treinamentos em resgates, primeiros socorros, combate a
incêndios e trabalhos em áreas classificadas
equipamentos.(*)

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho.(*) O item 10.12.2 da NR-10 determina que os trabalhadores autorizados
possuam o domínio das técnicas de socorro, de resgate, de remoção e de
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso. transporte de pessoas acidentadas, assim como o item 10.12.3 exige que
(*) a empresa possua e disponibilize os equipamentos e meios de aplicação
destas técnicas.
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte Dessa forma, é obrigatório e de extrema importância para a vida que
de acidentados.(*) os trabalhadores autorizados sejam treinados e possuam o conhecimento
quanto aos equipamentos, técnicas de regate e primeiros socorros, pois a
17. Acidentes típicos(*) – análise, discussão, medidas de proteção. probabilidade de reanimação da vítima acidentada cai vertiginosamente
com o passar do tempo após a parada cardiorrespiratória. Muitas vezes, a
NR 10

18. Responsabilidades.(*) desobstrução das vias respiratórias, a aplicação de técnicas de reanimação


cardiorrespiratórias e a aplicação de métodos adequados de resgate podem o profissional não domina eletricidade, será então necessário encaminhá-
significar a diferença entre a vida e a morte de um trabalhador na ocorrência lo para escola técnica. Dessa forma, o objetivo dos treinamentos é
de acidentes com eletricidade. Assim, a NR-10 determina a obrigatoriedade desenvolver os mecanismos, as técnicas e a consciência de segurança
de atribuições e treinamentos aos trabalhadores a serem conferidos e e de proteção específicos para os trabalhos com eletricidade, além da
ministrados sob a responsabilidade e custeio dos tomadores de serviço. análise dos riscos elétricos e dos riscos adicionais existentes em serviços
O item 10.12.4, de forma análoga, exige que os trabalhadores com instalações elétricas.
autorizados a realizar serviços em instalações elétricas, que por sua Cabe ressaltar que o treinamento de segurança é obrigatório
própria natureza poderão gerar o início de incêndios, estejam aptos a a toda e qualquer pessoa para que ela seja autorizada pela empresa a
aplicar equipamentos e metodologia adequada para conter esses sinistros realizar intervenções nas instalações elétricas energizadas ou nas suas
em sua fase inicial. O treinamento deve ser dirigido ao uso e identificação proximidades. Essa obrigatoriedade se aplica aos gerentes, supervisores,
de extintores, de hidrantes e a localização dos focos de incêndio, assim engenheiros ou chefes, bem como aos ajudantes, eletricistas,
como as providências complementares para evitar grandes catástrofes e encarregados ou eletrotécnicos, instaladores telefônicos, pessoal de
perdas significativas. ar condicionado, etc. Independente de escolaridade, habilitação ou
O item 10.8.8.4 prevê que os trabalhos em áreas classificadas capacitação técnica, todos devem receber conhecimentos que permitam
devem ser precedidos de treinamento especifico de acordo com o “risco adotar atitudes no sentido de proteger a si e aos demais contra os efeitos
envolvido”. Os trabalhadores liberados para serviços elétricos em nocivos da eletricidade.
áreas classificadas precisam estar cientes que não devem ser utilizados Não está previsto no Ministério do Trabalho e Emprego qualquer tipo de
equipamentos capazes de gerar faíscas, como é o caso de quase todos registro ou de validação dos treinamentos para atendimento da NR-10. No
os eletroportáteis, ou outros dispositivos com motores de escova ou de entanto, os treinamentos certamente serão fiscalizados pelo órgão quanto
partida por enrolamento auxiliar e automático, ou ainda ferramentas de à forma legal, organização curricular, certificação, equipe multidisciplinar
impacto, uma vez que mesmo as pneumáticas podem produzir faíscas em de profissionais habilitados, materiais educacionais, conteúdos, listas de
pedra, ferro ou outros materiais similares, gerando riscos no ambiente. presença, dentre outras evidências positivas de sua efetiva realização.
Finalizando as prescrições sobre treinamento, o item 10.8.9 Todos os contratantes solidariamente assumem as responsabilidades civis
determina que trabalhadores com atividades não relacionadas às e criminais à realização adequada destes treinamentos.
instalações elétricas desenvolvidas em zona livre, mas na vizinhança da
zona controlada (ver 3.5.1 deste guia) devem ser instruídos formalmente 5.3 Controle médico
com conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus possíveis
riscos e adotar as precauções cabíveis. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas
O propósito dos treinamentos não é qualificar ou capacitar os devem ser submetidos a um exame de saúde compatível com as atividades
trabalhadores, não sendo cabível ministrar ensinamentos de técnicas de a serem desenvolvidas, que deve ser realizado em conformidade com a
eletricidade pertinentes à qualificação ou à capacitação do profissional. Se NR-7 e devidamente registrado em seu prontuário médico.

Condições para Autorização de Trabalhadores


NR 10

FORMAÇÃO ( aprendizado técnico)

SISTEMA OFICIAL DE ENSINO NA EMPRESA

QUALIFICADO

PROFISSÃO ocupaçÃO
capacitaçÃO específica sob
responsabilidade de um
profissional habilitado e
autorizado
registro

capacitado
habilitado

treinamento em segurança (mín 40 ou 80 horas)

sob responsabilidade
de habilitado e
*autorizado autorizado
NR 10

* Mediante controle médico


Figura 40 – Condições para autorização de trabalhadores conforme a NR-10
Conforme o item 10.8.7 da NR-10 é obrigatório a realização de para a realização de um determinado serviço. Ou ainda, fundamenta-se
avaliação da saúde física e mental (conceito da OMS) dos trabalhadores na culpa “in vigilando”, que é aquela ocasionada pela falta de diligência,
a serem autorizados a realizar serviços com eletricidade. Essa avaliação atenção, vigilância, fiscalização ou quaisquer outros atos de supervisão
deve ser realizada por médico do trabalho, obedecendo a preceitos éticos do tomador do serviço, no cumprimento do dever, para evitar prejuízo a
estipulados por protocolo específico. Deve considerar que o autorizado, alguém.
além da presença da eletricidade, irá trabalhar com grandezas de risco Esse conceito consta também da Consolidação das Leis do Trabalho
não palpáveis, tais como campos elétricos e magnéticos, condições (CLT), artigo 157 e na NR-1, item 1.7.a , em que está implícita a
posturais mais diversas, riscos ambientais agravantes, áreas confinadas, responsabilidade solidária: “Cabe ao Empregador cumprir e fazer
trabalhos em altura, radiação solar, ruído, calor, dentre outras. Tais riscos cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e
exigem uma consideração especial do profissional médico para avaliar a medicina do trabalho”.
aptidão física e mental dos trabalhadores envolvidos com eletricidade. Mesmo existindo uma relação contratual entre as partes com
cláusulas explícitas de transferência de responsabilidades, o contratante
5.4 Resumo (construtor, incorporador ou empreendedor), idôneo e responsável, que
negligencia a contratação ou a vigilância de prestador de serviços ou
A Figura 40 apresenta um resumo dos assuntos discutidos em 5.1, fornecedor, sempre terá de responder civil e criminalmente, direta ou
5.2 e 5.3 quanto à análise que deve ser realizada em relação às exigências indiretamente, pela má qualidade do produto final, pela ocorrência de
para concessão de autorização aos trabalhadores em instalações e acidentes ou por quaisquer prejuízos a outras pessoas.
serviços elétricos conforme as prescrições da NR-10. Determina a NR-10 no item 10.13.2 que o contratante (tomador de
Concedida a autorização para os trabalhos com eletricidade, a mão de obra) tem o dever de informar e, consequentemente, de garantir
eConcedida a autorização para os trabalhos com eletricidade, a empresa o direito de informação e do saber do trabalhador sobre os riscos e
deverá organizar um sistema de identificação desses trabalhadores, possíveis perigos à segurança e à saúde, elétricos e não elétricos, a
contendo a abrangência e amplitude da autorização, conforme item que serão expostos no desenvolvimento das atividades contratadas ou
10.8.5 da NR-10. A organização de identificação impõe que a empresa designadas. É oportuno lembrar que essa determinação da NR-10 não
mantenha essa condição anotada no registro do trabalhador, conforme está dirigida somente aos trabalhadores que se envolvem diretamente
item 10.8.6. Essa medida possibilita maior controle de acesso às com as instalações e serviços com eletricidade, mas também atinge os
instalações elétricas. trabalhadores em ambientes circunvizinhos sujeitos às influências das
A combinação do processo de autorização com identificação instalações ou execução de serviços elétricos que lhes são próximos,
e anotação na ficha de controle da mão de obra torna evidente a conforme prescrito especificamente no item 10.8.9 da NR-10. Dessa
necessidade de uma ação gerencial sobre os empregados, terceirizados, forma, fica assegurado de forma explicita o direito de saber do
cooperativados ou avulsos quanto ao controle documental de formação, trabalhador preconizado na Convenção 161 da OIT e no Decreto 127 de
treinamentos, exames médicos, EPIs, etc. Pode ser terceirizado o 22/05/1991 – Informar e instruir os trabalhadores sobre os riscos a que
serviço, mas não a responsabilidade, que é solidária mesmo se existirem estão expostos.
cláusulas contratuais em contrário, ficando sob a responsabilidade do O item 10.13.4 da NR-10 indica as responsabilidades do trabalhador
contratante cumprir e fazer cumprir as exigências normativas, conforme autorizado, que deve ter atenção em suas ações ou omissões que
estipulado na CLT, artigo 157, inciso I e no item 10.13.1 da NR-10. impliquem negligência, imprudência ou imperícia, zelando tanto pela
Essa documentação deverá ser organizada no prontuário das instalações sua segurança e saúde como pela de outras pessoas que possam ser
elétricas a ser mantido em cada estabelecimento. afetadas. O trabalhador autorizado deve ter ainda o compromisso de
cumprir as normas e regulamentos estabelecidos, elaborar e manter
6 Responsabilidades os procedimentos, planos e demais medidas internas de segurança e
saúde, além de comunicar de imediato ao responsável pela execução
O item 10.13.1 da NR-10 determina que as responsabilidades sejam do serviço as situações que considerar de risco para a sua segurança e
solidárias a contratantes e contratados, quando se tratar do cumprimento saúde e também a de outras pessoas. Deve-se lembrar que este item está
das regulamentações nela prescritas. Dessa forma, para efeito de aplicação intimamente ligado, sendo o fundamento do direito de recusa tratado no
das normas regulamentadoras, sempre que uma ou mais empresas, item 10.14.1 da NR-10, tratado adiante neste guia.
individuais ou coletivas e com personalidades jurídicas próprias, As responsabilidades de contratantes, contratados (prestadores
estiverem sob o comando ou controle ou ainda prestarem serviços de serviços) e trabalhadores que são tratadas na NR-10 integram o
sob administração ou contrato a outra empresa, serão solidariamente ordenamento jurídico nacional e, portanto, são ferramentas básicas para
responsáveis a empresa principal, ou contratante, e as demais empresas as decisões e sentenças que envolvam o assunto “segurança em serviços
subordinadas (contratadas). Para esta aplicação, os profissionais liberais, e instalações elétricas”. São os casos de ações junto ao Ministério da
os trabalhadores autônomos e avulsos são equiparados à uma empresa. Justiça, tais como a responsabilização civil (indenizações) e criminal
O conceito de responsabilidade solidária fundamenta-se na culpa “in (prisões) e ações trabalhistas; junto ao Ministério Público, como a
eligendo”, proveniente da falta de cautela ou previdência na seleção ou paralisação dos serviços, a imposição de pesadas multas; junto ao INSS -
escolha de profissional, pessoa ou empresa a quem confia a execução Instituto Nacional do Seguro Social com ações regressivas; além, é claro,
NR 10

de um ato ou serviço. Por exemplo, designar ou manter um empregado das ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, com a
não legalmente habilitado ou sem as capacidades ou aptidões requeridas imposição de notificações, autuações, embargos e interdições.
Em relação à responsabilidade civil e criminal, o Código Penal Conforme a NR-10, as seguintes situações são consideradas graves
Brasileiro, que regulamenta os crimes contra a pessoa, contém: e de iminente risco, capazes de promover o embargo ou a interdição:
• Artigo121 – Parágrafo Terceiro: trata do homicídio culposo, com pena
de reclusão de até 30 anos; • Item 10.2.4: os estabelecimentos não constituíram e mantém o
• Artigo 129 – Parágrafo Segundo: trata de lesão corporal de natureza Prontuário de Instalações Elétricas;
grave, com pena de reclusão de até 5 anos; • Item 10.2.8.1: ausência da adoção de medidas de proteção coletiva,
• Artigo 132 – Perigo para a vida ou saúde de outrem, com pena de prioritariamente, a desenergização – invólucro, aterramento, etc.;
reclusão de até um ano. • Item 10.2.9.1: ausência da adoção de EPIs específicos e adequados
às atividades desenvolvidas com instalações elétricas energizadas
No Código Civil Brasileiro, atribui-se a “responsabilidade civil (luvas isolantes, calçados especiais, vestimentas de trabalho adequadas
objetiva” e a “obrigação de indenizar”. Em seu Artigo 927 – Parágrafo à condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas
Único fica estabelecido que “haverá obrigação de reparar o dano, (10.2.9.2), dentre outros);
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando • Itens 10.6.1; 10.6.1.1; 10.7.1; 10.7.2; 10.8.8: atividades em instalação
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por energizada por profissional não autorizado ou não treinado em segurança
sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Desta forma, o Código com instalações e serviços elétricos;
Civil adota critérios de responsabilidade objetiva no âmbito do direito • Item 10.7.3: serviços em instalações elétricas energizadas em alta
privado. Com isso, há um significativo aumento na probabilidade de tensão, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência
responsabilização dos culpados, na medida em que, em certas espécies (SEP), realizadas individualmente;
de atividade (que incluem os serviços elétricos), o responsável está • Item 10.7.7: ausência de desativação (bloqueio) dos conjuntos
sujeito a indenizar por dano ainda que se tenha agido sem culpa, o e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou
que recomendaria a adoção de maior cautela por parte das pessoas ou equipamento;
empresas que atuem em atividade considerada perigosa. Essa teoria da • Item 10.9.5: serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas
responsabilidade objetiva adotada em certos casos não mais se baseia na sem a permissão para o trabalho com liberação formalizada ou supressão
culpa, mas, meramente, na demonstração da existência de nexo causal do agente de risco;
entre o dano e o agente que praticou a conduta lesiva. • Item 10.4.1: falta de supervisão por profissional autorizado, na
construção, montagem, operação, reforma, ampliação, reparo e inspeção.
Direito de recusa
Referências
O exercício do “direito de recusa” é tratado no item 10.14.1 da NR-
10, que determina que os trabalhadores devam interromper suas tarefas • IEC 61010-1 - Safety requirements for electrical equipment for
sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua measurement, control, and laboratory use - Part 1: General requirements
segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente • IEEE 1584 - Guide for Performing Arc Flash Hazard
o fato ao seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis. • NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão
Trata-se de uma ratificação do direito de recusa, previsto no Artigo 13 • NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas
da Convenção 155 da OIT e promulgada pelo Decreto Federal 1.254 • NBR 8674 – Execução de sistemas fixos automáticos de proteção
de 29 de setembro de 1994, com indicações de que essa providência contra incêndio, com água nebulizada para transformadores e reatores
de recusar-se a expor sua saúde e integridade física deva resultar em de potência
medidas corretivas, indicando a responsabilidade dos níveis hierárquicos • NBR 10622 - Luvas isolantes de borracha - Especificação
superiores para as providências necessárias. Ressalte-se que esta atitude • NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV
está associada à obrigação da comunicação imediata conforme estabelece • NBR IEC 60079-14 – Equipamentos elétricos para atmosferas
a NR-10 no item 10.13.4. explosivas
• NBR IEC 60947-1 – Dispositivos de manobra e comando de baixa
Interdição ou embargo tensão
• NFPA 70 – National Electrical Code
Na ocorrência de condição de trabalho com instalações e serviços • NFPA 70E - Standard for Electrical Safety in the Workplace
elétricos que implique grave e iminente risco, tratado no item 10.14.3 • Norma Regulamentadora Nº 6 (NR-6) – Equipamento de proteção
da NR-10 e na NR-3, o Ministério do Trabalho e Emprego deverá adotar individual - EPI
procedimentos de fiscalização com o embargo ou interdição, mediante laudo • Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) - Segurança em Instalações e
técnico emitido. As definições de interdição e embargo são as seguintes: Serviços em Eletricidade
• Norma Regulamentadora Nº 17 (NR-17) – Ergonomia
• Interdição: paralisação total ou parcial do estabelecimento, da frente de • Norma Regulamentadora Nº 26 (NR-26) – Sinalização de segurança
trabalho, do setor de serviço, da máquina ou equipamento. • OSHA / CFR 1910 - Occupational Safety and Health Standards
• Embargo: paralisação total ou parcial da obra de instalação elétrica • The other Electrical Hazard: Electrical Arc Blast Burns”. IEEE
NR 10

(construção, montagem, instalação, manutenção e reforma). Transaction on Industrial Applications, Vol. 1A-18, No 3, p. 246 May/
June 1982. Ralph Lee
Segurança no trabalho
PROTEÇÃO E
COMBATE A INCÊNDIOS
TEORIA BÁSICA DO FOGO
FOGO é uma reação química rápida e consistente,
liberando energia em forma de luz e calor,
resultante da COMBUSTÃO de materiais
combustíveis.

TETRAEDRO DO FOGO
Para que o fogo ocorra são necessários 03
elementos: calor, combustível e comburente. Eles
devem estar em concentrações ideais para manter
a reação em cadeia.
Veja o tetraedro ao lado. (pirâmide com 4 faces).

Combustível: material consumido pelo fogo.

Comburente (oxigênio): elemento que combina


com o combustível para que o fogo ocorra.

Calor: energia necessária para iniciar o fogo.

Reação em cadeia: é o processo químico que


permite a continuidade da combustão.

PONTOS DE TEMPERATURA

51,7 °C 91 °C 329,7 °C

Prevenção e combate a Incêndio

PONTO DE FULGOR PONTO DE COMBUSTÃO PONTO DE IGNIÇÃO

temperatura mínima na temperatura mínima na temperatura mínima


qual o combustível qual o combustível para o combustível
desprende vapores que desprende vapores que inflamar-se sem chama
se inflamam em contato se inflamam em contato direta, bastando o calor
com uma chama, porém com uma chama, e a presença de
sem continuidade. mantendo-se a oxigênio.
combustão.
CLASSIFICAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

Possuem forma definida e, Assumem a forma do Não possuem forma


para ocorrer a queima desse recipiente em que estão nenhuma e tem a
material, é necessário que contidos. Classificados em propriedade de se expandir
suas moléculas passem da Inflamáveis (PF < 70 °C) e indefinidamente. A queima
forma sólida para gasosa em Combustíveis (PF >70 °C). pode ocorrer na forma de
um processo conhecido Queimam em superfície. explosão em concentrações
como pirólise. Queimam em ideais.
superfície e profundidade.

PRODUTOS DA COMBUSTÃO
CALOR LUZ
energia térmica energia
eletromagnética
visível ao olho
humano.

VAPORES FUMAÇA
Prevenção e combate a Incêndio

É o produto da
Assumem a forma do
decomposição de
recipiente em que materiais, composta de
estão contidos. vapores d'água, partículas
sólidas aquecidas e gases
tóxicos.

GASES

Existe uma variedade enorme de gases resultantes da combustão,


mas os mais comuns são Monóxido de Carbono (CO), Dióxido
Carbono (CO2), Ácido Clorídrico (HCl), Ácido Cianídrico (HCN),
Nitrogenados (NO2), Amônia (NH3)
FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO

CONDUÇÃO IRRADIAÇÃO CONVECÇÃO

Transmissão de calor de Transmissão realizada por Essa transmissão ocorre


corpo para corpo, ou dentro meio de ondas caloríficas. através do movimento de
de um mesmo corpo de massas de ar aquecidas
molécula para molécula. para cima.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO
Para extinguir o fogo, basta retirarmos um dos elementos do tetraedro; desta forma cada
método de extinção está diretamente relacionado a um dos elementos do fogo.

Prevenção e combate a Incêndio


RESFRIAMENTO RETIRADA DO COMBUSTÍVEL
Remoção do calor da reação, sendo a forma mais Simples remoção de material combustível, quase
comum, através da absorção do calor com água. sempre da parte que não está queimando ainda.

ABAFAMENTO QUEBRA DA REAÇÃO


Impede que o combustível tenha contato com o Realizada com o auxílio de um agente químico
comburente. Ao tampar uma panela em chamas, capaz de reagir em nível molecular, quebrando a
abafa-se o fogo, retirando o oxigênio. reação em cadeia do fogo. Ex. extintores ABC.
INCÊNDIO Inicial Crescimento
Desencadeamento
Total Decadência

Incêndio é o fogo
fora de controle.

Fases do incêndio:

O estudo das fases do


incêndio é melhor
TEMPERATURA

compreendido numa relação


temperatura X tempo.

TEMPO

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

FLASH OVER EQUILÍBRIO TÉRMICO

Momento em que praticamente todos os objetos Em um incêndio as massas se dividem com a parte
atingem seu ponto de ignição. mais quente acima. Com o combate, ocorre uma
rápida expansão do vapor d'água, deixando todo o
ambiente quente.
Prevenção e combate a Incêndio

BACK DRAFT BLEVE

É uma explosão ambiental. Ocorre em um Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion –


ambiente com alta concentração de fumaça e baixa Explosão de cilindros contendo gases inflamáveis
de oxigênio, ocorrendo uma explosão quando é sob pressão, devido à ação progressiva de um
realizada sua abertura. incêndio.

Derramamento de líquido inflamável do tanque em


BOIL OVER que está contido, devido ao fervilhamento provocado
por um incêndio.
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
São exigências de proteção em uma edificação, que objetivam a não propagação de um incêndio.

PROTEÇÃO PASSIVA
Elementos construtivos que procuram impedir ou reduzir a propagação de incêndio, bem como
resistir à sua ação.

CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO
INCOMBUSTÍVEL RESISTENTE AO FOGO

COMPARTIMENTAÇÃO ISOLAMENTO
VERTICAL OU DE RISCO
HORIZONTAL

PROTEÇÃO ATIVA
Prevenção e combate a Incêndio
Elementos complementares da edificação que visam suprimir o incêndio assim que ele ocorra.

EXTINTORES DETECTORES DE ALARMES DE SPRINKLERS HIDRANTES


DE INCÊNDIO FUMAÇA INCÊNDIO (CHUVEIROS
AUTOMÁTICOS)
CLASSES DE INCÊNDIO

A – Sólidos B – Líquidos inflamáveis C- Equipamentos elétricos energizados

EXTINTORES

Água Espuma Mecânica PQS – Pó BC


Indicado: Classe A Indicado: Classes A e B Indicado: Classes B e C
Proibido: Classes B e C Proibido: Classe C Não indicado: Classe A

COMO UTILIZAR O EXTINTOR E O HIDRANTE


Extintor
Prevenção e combate a Incêndio

Verifique se o extintor é compatível Puxe a trava de segurança. aponte para a base do fogo.
com a classe incendiada.

Hidrante

Desligue a energia Desenrole a mangueira fazendo Engate as conexões da mangueira


elétrica.Verifique se não há grandes curvas no hidrante e no esguicho
incompatibilidade do que está
queimando com a água.
D – Metais combustíveis K – Óleo e gordura em cozinhas

obs: para classe D e K são utilizados extintores de pó especiais.

CO2 Pó ABC
Indicado: Classes B e C Indicado: Classes A, B e C
Não indicado: Classe A

Prevenção e combate a Incêndio


Aperte o gatilho. Efetue movimentos de
varredura com o extintor.

Aponte o esguicho para a fumaça Ventile o local para aumentar a Ataque a base do fogo. Se estiver
no teto de modo a resfriar o visibilidade. fora de controle abandone o local
ambiente. e proteja edificações vizinhas.
SAIDAS DE EMERGÊNCIA (NBR 9077)
Saida de emergência é o caminho contínuo protegido, com acesso à via pública.

ESCADAS CORREDORES RAMPAS

Mínimo 1,10m de largura. Mínimo 1,10m de largura. Obrigatórias em prédios


Corrimãos contínuos em Desimpedidos, sem públicos e hospitais.
ambos os lados. obstáculos. Mínimo de 1,10m de
Piso incombustível e Piso incombustível e largura.
antiderrapante. antiderrapante. Mínimo de 2,20m de
Podem ser do tipo normal, largura em hospitais.
enclausurada e a prova de Inclinação máxima de 10%.
fumaça.

SAIDAS DE EMERGÊNCIA (NBR 9077)


Prevenção e combate a Incêndio

PORTAS ILUMINAÇÃO SINALIZAÇÃO


Abertura no sentido de Iluminar os acessos e Indicam o caminho para a
fuga em locais com corpos das escadas. saída.
capacidade para mais de Um dispositivo a cada 8 Acima das portas de saída.
50 pessoas. metros. Nos corredores de acesso.
Barra antipânico em locais
com capacidade para mais
de 200 pessoas.
Portas corta-fogo em
escadas enclausuradas e a
prova de fumaça.
DICAS DE PREVENÇÃO

Faça a revisão
Não permita que
de painéis
crianças brinquem
elétricos
com fósforos e
periodicamente.
isqueiros.
Atendendo NR-10

Instale o botijão
Não sobrecarregue
de gás do lado
o sistema elétrico.
externo.

Permaneça na
cozinha enquanto Não fume quando
houver chamas no estiver na cama.
fogão.

Prevenção e combate a Incêndio


Realize a
Apague velas
manutenção
quando sair do periódica do
ambiente. aquecedor a gás.

Deixe aquecedores
Armazene produtos
distantes de
inflamáveis em
materiais
locais apropriados.
combustíveis.
PLANO DE FUGA (NBR15219)
Tempo: até 5 minutos para o abandono total da edificação.

Feche as portas que ficaram Conheça as rotas de fuga. Permaneça abaixado.


para trás.

PESSOA EM CHAMA
1 2
Prevenção e combate a Incêndio

DEITE A VÍTIMA NO CHÃO. PEÇA QUE CUBRA O ROSTO.

3 4

PEÇA QUE ROLE NO CHÃO. ABAFE COM COBERTOR E/OU JOGUE ÁGUA.
Não fique parado, aja. Não use o elevador. Verifique se há mais pessoas.

EM CASO DE BLOQUEIO PELO FOGO

Prevenção e combate a Incêndio


Sele o ambiente. Ligue para o serviço de Vá até a janela e acene com
emergência (193) e informe algo claro
sua localização.

Cubra o rosto com um pano Não salte, qualquer salto de


umidecido. plano elevado pode ser fatal.
COMO ACIONAR O CORPO DE BOMBEIROS
Em caso de incêndio ou vazamento de produtos químicos ligue imediatamente para

Mantenha a calma.
Informe seu nome e telefone.
Informe o que está acontecendo.
Informe o endereço e como chegar mais rápido.
Passe o máximo de informações para que o socorro mais adequado seja prontamente encaminhado.
Sinalize o local na chegada do socorro.

ANOTAÇÕES
Prevenção e combate a Incêndio
Primeiros socorros
PRIMEIROS SOCORROS
INTRODUÇÃO

A prestação dos Primeiros Socorros depende de conhecimentos básicos, teóricos e práti-


cos por parte de quem os está aplicando.
O restabelecimento da vítima de um acidente, seja qual for sua natureza, dependerá muito
do preparo psicológico e técnico da pessoa que prestar o atendimento.
O socorrista deve agir com bom senso, tolerância, calma e ter grande capacidade de im-
provisação.
O primeiro atendimento mal sucedido pode levar vítimas de acidentes a seqüelas irreversí-
veis.
Para ser um socorrista é necessário ser um bom samaritano, isto é, aquele que presta so-
corro voluntariamente, por amor ao seu semelhante. Para tanto é necessário três coisas
básicas, mãos para manipular a vítima, boca para acalmá-la, animá-la e solicitar socorro, e
finalmente coração para prestar socorro sem querer receber nada em troca.

OBJETIVO

Os Primeiros Socorros ou socorro básico de urgência são as medidas iniciais e imediatas


dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, executadas por qualquer pessoa, treinada,
para garantir a vida, proporcionar bem-estar e evitar agravamento das lesões existentes.

AVALIAÇÃO INICIAL

Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma se-
qüência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema
associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-
lo.
Essa seqüência padronizada de procedimentos é conhecida como exame do paciente. Du-
rante o exame, a vítima deve ser atendida e sumariamente examinada para que, com base
nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabele-
cidas. O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, tais como:
• O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de
uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas?
• A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte
do corpo dela.
• As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve ou-
vir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente.
• Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada, mo-
to, bicicleta, andaime e etc. A vítima pode ter sido ferida pelo volante do veículo?
• Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queima-
da? Há sinais de esmagamento de algum membro?
• Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo
convulsões?
• Para que não haja contaminação, antes de iniciar a manipulação da vítima o socor-
rista deverá estar aparamentado com luvas cirúrgicas, avental com mangas longas,
óculos panorâmicos e máscara para respiração artificial ou ambú.
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns se-
gundos, são extremamente valiosas na seqüência do exame, que é subdividido em duas
partes: a análise primária e secundária da vítima.

ANÁLISE PRIMÁRIA

A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente e é ne-
cessária para se detectar as condições que colocam em risco iminente a vida da vítima. Ela
se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:
• determinar inconsciência;
• abrir vias aéreas;
• checar respiração;
• checar circulação; e
• checar grandes hemorragias.

COLAR CERVICAL

Tipos
O colar cervical é encontrado nos tamanhos pequeno, médio e grande e na forma regulável
a qual se ajusta a todo comprimento de pescoço.

Escolha do tamanho
Com o pescoço da vítima em posição anatômica, medir com os dedos da mão, a distância
entre a base do pescoço (músculo trapézio) até a base da mandíbula.
Em seguida comparar a medida obtida com a parte de plástico existente na lateral do colar,
escolhendo assim o tamanho que se adapta ao pescoço da vítima.

Colocação do colar cervical (2 socorristas)

Socorrista 1
• Retirar qualquer vestimenta e adorno em torno do pescoço da vítima;
• Examinar o pescoço da vítima antes de colocar o colar;
• Fazer o alinhamento lentamente da cabeça e manter firme com uma leve tração pa-
ra cima;

Socorrista 2
• Escolher o colar cervical apropriado;
• Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
• Colocar a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma
que esteja apoiado firmemente;
• Ajustar o colar e prender o velcro, mantendo uma discreta folga (um dedo) entre o
colar e o pescoço da vítima;
• Manter a imobilização lateral da cabeça até que a mesma seja imobilizada (apoio la-
teral, preso pelas correias da maca).
ANÁLISE SECUNDÁRIA

O principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas diversos que


possam ameaçar a sobrevivência da vítima, se não forem tratados convenientemente. É
um processo sistemático de obter informações e ajudar a tranqüilizar a vítima, seus familia-
res e testemunhas que tenham interesse pelo seu estado, e esclarecer que providências
estão sendo tomadas.
Os elementos que constituem a análise secundária são:
Entrevista Objetiva - conseguir informações através da observação do local e do meca-
nismo da lesão, questionando a vítima, seus parentes e as testemunhas.
• Exame da cabeça aos pés - realizar uma avaliação pormenorizada da vítima, utili-
zando os sentidos do tato, da visão, da audição e do olfato.
• Sintomas - são as impressões transmitidas pela vítima, tais como: tontura, náusea,
dores, etc.
• Sinais vitais - pulso e respiração.
• Outros sinais - Cor e temperatura da pele, diâmetro das pupilas, etc.
TÉCNICAS PARA
REMOÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

Conceituação
O transporte de acidentados deve ser feito por equipe especializada em resgate (Corpo de
Bombeiros, Anjos do Asfalto, outros).
O transporte realizado de forma imprópria poderá agravar as lesões, provocando seqüelas
irreversíveis ao acidentado.
A vítima somente deverá ser transportada com técnica e meios próprios, nos casos, onde
não é possível contar com equipes especializadas em resgate.

OBS: É imprescindível a avaliação das condições da vítima para fazer o transporte seguro (número
de pessoas para realizar o transporte).

A remoção ou transporte como indicado abaixo só é possível quando não há suspeita de lesões na
coluna vertebral.

Uma pessoa
a. Nos braços: Passe um dos braços da vítima ao redor do seu pescoço.

b. De apoio: Passe o seu braço em torno da cintura da vítima e o braço da vítima ao redor
de seu pescoço.
c. Nas costas: Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor de seu pescoço,
incline-a para a frente e levante-a.

Duas pessoas
a. Cadeirinha: Faça a cadeirinha conforme abaixo. Passe os braços da vítima ao redor do
seu pescoço e levante a vítima.

b. Segurando pelas extremidades: uma segura a vítima pelas axilas, enquanto a outra,
segura pelas pernas abertas. Ambas devem erguer a vítima simultâneamente.
Três pessoas
Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte superior das coxas. A terceira
segura a parte inferior das coxas e pernas. Os movimentos das três pessoas devem ser
simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna, coxas e pernas.

Quatro pessoas
Semelhante ao de três pessoas. A quarta pessoa imobiliza a cabeça da vítima impedindo
qualquer tipo de deslocamento.
TELEFONES ÚTEIS

CORPO DE BOMBEIROS (RESGATE) .............................................................................193


AMBULÂNCIA ....................................................................................................................192
POLÍCIA MILITAR...............................................................................................................190
INSTITUTO BUTANTAN (HOSPITAL).............................................................. (11) 37267962
CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES...................... 0800-7713733/(11) 50125311

Cortesia:

COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

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