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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE DIREITO, NEGÓCIOS E COMUNICAÇÃO


NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO
ARTIGO CIENTÍFICO

O HIP HOP E O RAP COMO INSTRUMENTO DISSEMINADOR DE


CONHECIMENTOS CONSTITUCIONAIS DO ARTIGO 5°, INCISO IX e XLI E
ARTIGO 6º PARA AS PESSOAS MARGINALIZADAS

ORIENTANDO: DANILLO DE NERY FERNANDES


ORIENTADOR: PROF. ME. ERNESTO MARTIM S. DUNCK

GOIÂNIA
2022
DANILLO DE NERY FERNANDES

O HIP HOP E O RAP COMO INSTRUMENTO DISSEMINADOR DE


CONHECIMENTOS CONSTITUCIONAIS DO ARTIGO 5°, INCISO IX e XLI E
ARTIGO 6º PARA AS PESSOAS MARGINALIZADAS

Artigo científico apresentado à disciplina de


Trabalho de Curso II da Escola de Direito e
Relações Internacionais, Curso de Direito, da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
(PUC-GOIÁS). Prof. Orientador: Me. Ernesto
Martim S. Dunck.

GOIÂNIA
2022
DANILLO DE NERY FERNANDES

O HIP HOP E O RAP COMO INSTRUMENTO DISSEMINADOR DE


CONHECIMENTOS CONSTITUCIONAIS DO ARTIGO 5°, INCISO IX e XLI E
ARTIGO 6º PARA AS PESSOAS MARGINALIZADAS

Data da Defesa: de de 2022.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Orientador: Prof. Me. Ernesto Martim S. Dunck

____________________________________________________
Examinador Convidado: Enzo de Lisita
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiro a Deus por


ter me dado forças para concluir este curso,
quero agradecer aos meus pais por terem se
esforçado e me apoiado.

Agradeço ao meu orientador Ernesto Martim


S. Dunck pela paciência e ensinamentos, ao
professor Frederico Fleisher também pelo
auxílio e ajuda.

Aos amigos que me ajudaram para a


conclusão deste trabalho, e todas as
pessoas que, de alguma forma, contribuíram
para meu crescimento nesta última etapa de
graduação.
Dedico esse trabalho para meus pais, Viviane Nery e
Josemarcos Fernandes.
“A educação é a arma mais poderosa que
você pode usar para mudar o mundo”
Nelson Mandela
SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... 15

1 DA CULTURA E DO HISTÓRICO DA CULTURA NAS CONSTITUIÇÕES


FEDERAIS ................................................................................................................ 17

2. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HIP HOP E RAP ................................. 18

2.1. SURGIMENTO DO HIP HOP NO MUNDO ..................................................... 18

2.2. O SURGIMENTO DO RAP NO MUNDO......................................................... 19

3 O HIP HOP E O RAP NA SOCIEDADE BRASILEIRA .......................................... 20

4. POSSÍVEL COLABORAÇÃO DO HIP HOP E DO RAP NA DEMOCRATIZAÇÃO


DOS CONHECIMENTOS DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS ................................ 23

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27

ABSTRACT............................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
O HIP HOP E O RAP COMO INSTRUMENTO DISSEMINADOR DE
CONHECIMENTOS CONSTITUCIONAIS DO ARTIGO 5°, INCISO IX e XLI E
ARTIGO 6º PARA AS PESSOAS MARGINALIZADAS

Danillo de Nery Fernandes1

RESUMO

O presente artigo científico tem como objetivo estudar se o gênero musical hip
hop e rap influencia na disseminação de alguns dos conhecimentos
constitucionais do artigo 5° da Constituição Federal sobre a dignidade humana.
Sabe-se que grande parte da população hipossuficiente financeiramente no
Brasil, não tem acesso à educação de qualidade e isso gera o fato de não
desenvolverem senso crítico para questionar seus direitos e deveres. Devido a
este déficit, a chance de se tornarem cidadãos alienados e passivos de
qualquer injustiça social é maior. Pensando neste raciocínio, é possível que as
letras das músicas de grandes nomes do hip hop e rap pode servir de ponte
para esses ensinamentos? É possível que esse gênero musical seja uma
provável ferramenta educacional de conscientização? A resposta que se impõe
é que a cultura informa, se adequando à linguagem do contexto na qual está
inserida e chega a onde o “juridiquês” e o livro da Carta Magna não chega.

Palavras-chave: Cultura; Direito; Direito à Constituição; Hip Hop; Rap.

1
Acadêmico do Curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
danillonery@gmail.com
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo analisar a possível conexão entre o


hip hop/rap nacional e o artigo 5º da Constituição Federal, inciso XI, XLI e artigo 6°
em relação a uma provável contribuição do gênero musical para a sociedade
referente ao conhecimento de seus direitos e garantias fundamentais.
Para elaboração do presente artigo científico, foram utilizadas pesquisas
teóricas a respeito do assunto, visando analisar toda a problemática e gerar uma
discussão acerca do tema em comento, além da pesquisa bibliográfica, bem como
da utilização do método dedutivo nacional.
A música sempre esteve presente na história da humanidade, servindo
para marcar as tradições de tribos ancestrais, formas de rituais de povos antigos e
acontecimentos religiosos. Mais tarde, ela foi se aperfeiçoando e dando mais ênfase
artística, e responsável pela criação das identidades socioculturais de cada região
do mundo. Hoje já se sabe, de forma comprovada, que a música também tem o
poder de evidenciar os costumes daquele determinado grupo social.
Segundo Hans Günther Bastian, Doutor em Pedagogia Musical pela
Universidade de Bonn “a música estimula a competência social. As crianças
aprendem que o ser humano não vive sozinho, mas faz parte da sociedade, com
cujos membros todos têm de relacionar-se. [...]” BASTIAN (2011, p. 115).
Pensando nisso, concluiu-se que a música tem o poder de levar
informações importantes onde muitas vezes os livros não chegam ou se chegam,
não são bem aproveitados (um exemplo seria as populações analfabetas, ou semi
analfabetas) tornando assim, uma grande colaboradora para a propagação do
conhecimento.
Diante disso, o presente artigo será apresentado da seguinte forma: A
primeira seção trata do histórico da cultura nas primeiras constituições federais, bem
como a forma que a valorização cultural nacional aconteceu. A segunda seção trata
sobre o surgimento do hip hop e do rap, bem como sua historicidade e sua evolução
no âmbito internacional. Já a terceira seção aborda especificamente o rap na
sociedade brasileira, como enfoque deste artigo, seus princípios e fundamentos
constitucionais. Como também a problemática dos conteúdos tratados por
autoridades do gênero. Por fim, a quarta seção trata sobre a possível colaboração
do hip hop e do rap na democratização dos conhecimentos de direitos
constitucionais, com músicas, entrevistas e textos que mostram essa possibilidade.
Com a pesquisa deseja-se responder às seguintes perguntas:
O hip hop contribui para a conscientização dos direitos e garantias
fundamentais do artigo 5°? Como é feita essa conscientização?
Como objetivo, buscamos analisar a possível conexão entre o Hip
hop/Rap nacional e o artigo 5º, inciso IX, inciso XLI e o artigo 6° da Constituição
Federal em relação a uma possível contribuição do gênero musical para a sociedade
referente ao conhecimento de seus direitos e garantias fundamentais.

1 DA CULTURA E DO HISTÓRICO DA CULTURA NAS CONSTITUIÇÕES


FEDERAIS

A cultura é intimamente um conceito ligado ao Direito pois sempre foi


baseada nos costumes e na forma que os legisladores enxergavam a sociedade e
como ela se comportava. Com o tempo, os costumes e visões sociológicas foram
mudando, afetando também o conteúdo dos artigos constitucionais. Houve uma
lapidação do conteúdo até chegar em sua atual redação de 1988.

Segundo Meyer-Bisch (2020, p. 28):

Os direitos culturais podem ser definidos como os direitos de uma pessoa,


sozinha ou coletivamente, de exercer livremente atividades culturais para
vivenciar seu processo nunca acabado de identificação, o que implica o
direito de acender aos recursos necessários para isso. São os direitos que
autorizam cada pessoa, sozinha ou coletivamente, a desenvolver a criação
de suas capacidades. Eles permitem a cada um alimentar-se da cultura
como a primeira riqueza social; eles constituem a substância da
comunicação, seja com o outro ou consigo mesmo, por meio das obras.

A Constituição brasileira originária, batizada de Constituição Política do


Império do Brasil, outorgada em 25 de março de 1824, durante o Império, que teve
como foco principal o forte centralismo administrativo e político, não mencionou em
nenhum momento o termo ‘’cultura’’.

Com o passar dos anos, ainda assim, em 1891, foi feita a segunda
constituição do Brasil chamada de Constituição da República dos Estados Unidos do
Brasil, que teve sua permanência até o ano de 1930. Mesmo depois desse tempo,
com algumas reformas, não houve menção da palavra ‘’cultura’’.
Após outras edições constitucionais e reformas que acompanharam os
costumes e pensamentos presidenciais da época, foi que se teve a
redemocratização do Estado brasileiro, que foi promulgada no dia 05 de outubro de
1988, a Constituição da República Federativa do Brasil, inclusive revolucionária para
o campo da cultura. Incentivado pela pressão da classe cultural e das classes
populares, esta edição da Carta Magna procurou assegurar a todos cidadãos o
pleno exercício dos direitos culturais.
De fato, no que tange à cultura este texto constitucional é elogiado em muitos
países pela forma democrática pelo tratamento dado à cultura nacional. Em seu art.
215, caput, expressa visivelmente sua posição: “O Estado garantirá a todos o pleno
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.

Uma grande novidade trazida pela Carta Cidadã de 1988 foi a proteção e
valorização com respaldo legal da cultura indígena e africana até então esquecida e
marginalizada.

Buscou-se diminuir com objetivo de compensar falhas do passado onde


predominava a valorização da cultura europeia. Dessa forma, o parágrafo 1º, do
mesmo art. 215, menciona que: “O Estado protegerá as manifestações das culturas
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do
processo civilizatório nacional.”

2. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HIP HOP E RAP

2.1. SURGIMENTO DO HIP HOP NO MUNDO

Ao contrário do que muitos pensam, o hip hop não é só um estilo musical.


É uma contracultura surgida em meados dos anos de 1970 nas entranhas e guetos
da cidade de Nova York. Além da música, abrange também o grafite e a dança.
No Bronx, bairro de Nova York, esses guetos enfrentavam diversos
problemas de ordem social como pobreza, racismo, tráfico de drogas, carência de
infraestrutura e de educação, além de ausência do Estado para garantir os direitos
básicos da dignidade humana.
O público mais jovem não tinha opções de lazer e, por isso, ficavam à
mercê das ruas e geralmente entravam num sistema de gangues, as quais se
confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial e pontos de drogas.
Com isso, encontraram na arte um refúgio como liberdade de expressão além de
uma forma de grito e protesto para evidenciar a realidade precária em que viviam.
Quem fazia parte de algumas das gangues, ou até mesmo quem estava
de fora, sempre conheciam os territórios e as regras impostas por elas, tendo que
segui-las de forma rígida. As raças responsáveis pelo nascimento do hip hop foram
as de origem africana, caribenha e latina.
O movimento foi criado pelo DJ Afrika Bambaataa e tinha por principal
finalidade dar voz aos jovens e oportunidade de se expressarem artisticamente.
Com isso, tréguas entre gangues e os confrontos violentos que aconteciam naquela
época, foram aos poucos substituídos por música, desafios de dança e rima.
O DJ também deu origem a Instituição Universal Zulu Nation, que
promovia encontros semanais para reunir jovens a fim de se manifestarem
artisticamente. O lema da instituição era “paz, amor, união e diversão” que foi um
forte aliado no crescimento do hip hop. O estilo foi ganhando espaço nas boates,
ruas e bairros e se lapidando até chegar na forma que conhecemos hoje.

2.2. O SURGIMENTO DO RAP NO MUNDO

Do hip hop nasceu o rap que em inglês significa rhythm and poetry, em
tradução livre ritmo e poesia. É possível dizer que o Rap, é a forma encontrada pela
população hipossuficiente para relatar, de forma rítmica ritmada e cantada, o que se
passa no dia-a-dia dos setores com maior déficit financeiro e de menos recursos,
com problemas principalmente estruturais das grandes cidades.
Os problemas que muitas vezes eram pouco falados e questões sociais
que ninguém mais se interessava em abordar, de uma forma direta, com linguagem
acessível e critica, foram tomando forma no rap. Esse pilar do movimento é o da
musicalidade, onde os pretos, pobres e revoltados com a sociedade se expressam
rimando ao som da base do DJ (outro personagem dessa revolução cultural).
As letras possuem o conteúdo de indignação com a realidade vivida pelos
autores fazendo críticas ao sistema. Sua importância na sociedade era transmitir
informação a fim de conscientizar as comunidades periféricas para a luta contra os
preconceitos e as injustiças.
O rap designa, assim, a voz de um grupo que se reconhece
marginalizado e menosprezado pelo sistema, porém luta e tenta de alguma forma
ser notado. Desde aquela época e até hoje, inúmeros artistas se destacaram como
rappers. Muitos nomes são emblemáticos, como NWA, Snoop Dogg, LL Cool J e
Tupac.
No âmbito nacional o rap só vai surgir por volta do ano de 1986, mais
especificamente na cidade de São Paulo. Em meados dos anos 80, o rap não era
bem-vindo aos ouvidos da maioria das pessoas, pois era considerado um estilo
musical muito violento e típico da periferia.
Após 10 anos, na década de 90, que o gênero vai ganhar força e atenção
da mídia e imprensa, com as rádios e a indústria fonográfica, que passa a dar mais
atenção a este novo estilo de música. Os primeiros rappers a terem sucesso foram o
DJ Hum e Thayde. Depois deles vieram nomes como Racionais MCs, Facção
Central, Detentos do Rap, Xis & Dentinho, Gabriel, O Pensador e Sabotage, que até
hoje é uma referência incontestada.

3 O HIP HOP E O RAP NA SOCIEDADE BRASILEIRA

O Brasil é o segundo país que mais consome música no mundo, ficando


atrás apenas do México. Com isso, pode-se deduzir que a música é um meio cultural
importante na vida dos brasileiros, o que torna ainda mais evidente o conhecimento
por músicas e letras preferida dos brasileiros para entretenimento, de acordo com o
site “Diário de uma louca escritora”.
De acordo com os dados de “Engaging With Music” do Representante
Internacional da Indústria Fotográfica (IFPI), mostra que o consumo musical de dois
países latinos, Brasil e México, são os mais expressivos dentre todos os outros do
mundo. Em matéria na Billboard News, a empresa visualiza no relatório uma
diferença drástica entre países latinos e o resto do mundo.
Segundo o relatório, 43 mil pessoas de 21 países tiveram seus hábitos de
consumo musical estudados. Em comparação com o resto do mundo, os países da
América Latina tiveram destaque com grande diferença. O México está a frente
como o país onde as pessoas consomem mais música, contabilizando 25,7 horas
por semana.
A título de informação, a média do resto do mundo contabiliza 18,4 horas.
Em 2º lugar, os consumidores de música no Brasil contabilizam 25,4 horas
semanais. Em 6º lugar, com 22,6 horas, está a Argentina, 3º país latino presente na
lista.
"O que vemos ano após ano é que os países latinos - Brasil, México e
Argentina, onde nos concentramos - são tipicamente os maiores consumidores de
música". Disse David Price, diretor de análise do IFPI, à Billboard. Apud
Leal (2021, p. 2 ) ainda ressalva:

A música desempenha um grande papel na vida das pessoas nestes


países. Ouvem mais música em mais ocasiões e estão envolvidos com
diferentes tipos de música de diferentes maneiras. Quando olhamos para
quais países estão a ouvir mais música, tende a ser os países latinos.

A pesquisa incluiu os Estados Unidos da América, Reino Unido, China e


Índia, países com grande consumo musical.
Outro ponto a se refletir também é que a Lei n° 10.639 de 2008 realizou a
inclusão do artigo 26-A na Lei que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996) no qual diz: “Nos
estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”.
(BRASIL, 2003).
O rap na sociedade brasileira enfatiza os direitos e garantias que as
pessoas, em tese, deveriam ter, mas são carentes de tais direitos. Retratando o
cotidiano dessas pessoas, o estilo também mantém o exercício de liberdade de
expressão garantidos constitucionalmente.
O subgênero é bastante influente na manutenção e educação social
dentro de populações hipossuficientes tornando assim, um atalho para que essa
população mesmo que de forma indireta, tome conhecimento do direito previsto no
artigo 5°, inciso IX da Constituição Federal. Citando a referência mencionando a
dissertação de mestrado do autor Sandro José Celeste (2018), realizada na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que diz:

As letras do gênero musical, frequentemente marcadas por problemáticas


sociais dos centros urbanos, ajudam na discussão de assuntos como
preconceito, racismo, exclusão social, violência policial e empoderamento
negro — e na inclusão de história e cultura afro-brasileira ao currículo
escolar.

O atual colunista da revista ‘Consultor Jurídico’, Vladimir Passos de


Freitas, que também é desembargador federal aposentado do Tribunal Regional
Federal (TRF) 4° Região, onde foi presidente e Prof. Doutor de Direito Ambiental na
Pontifícia Universidade Católica – Paraná, retrata que, ultimamente algumas
músicas no gênero rap ou funk demonstram as novas frentes de conflitos urbanos.
O “Rap das armas”, de Cidinho e Doca, cantado no filme Tropa de Elite,
do ano de 2007, desfia uma sucessão de armas, como AR15, AK47 e granada, que
seriam usadas em conflitos pelo domínio de morros no Rio de Janeiro.
Neste particular cumpre ainda observar que, vez por outra atribuem-se às
letras de músicas o crime previsto no artigo 287 do Código Penal, apologia de fato
criminoso, cuja pena vai de três meses a seis meses de detenção, ou multa.
O fato é comentado, com exemplos, pelo Desembargador e Corregedor
Geral de Justiça do TJ/PB Nilo Luís Ramalho Vieira. Refletindo sobre esse trecho,
percebe-se que a música não só educa como também mostra de forma escancarada
outras realidades de um Brasil paralelo cheio de guerra, onde muitas vezes não se
tem tanta atenção do próprio Estado.
Para Vladimir Passos de Freitas (2011, p. 3) em um artigo publicado pelo
Consultor Jurídico:
Como se vê, a música sempre exteriorizou aspectos ligados ao Direito. E as
referências foram se alterando à medida que o Brasil e o mundo mudavam.
Aprofundar estudos nesta área, através de seminários, artigos ou trabalhos
acadêmicos pode ser um prazer e um meio de enriquecimento da cultura
jurídica.

Igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se


ligam ao direito de igualdade. É o que diz o artigo 5° da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes. [...]
4. POSSÍVEL COLABORAÇÃO DO HIP HOP E DO RAP NA DEMOCRATIZAÇÃO
DOS CONHECIMENTOS DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS

Pode se compreender, com base no texto da Lei, que o caput do artigo 5º


é um resumo de como devem ser garantidos os direitos fundamentais dos indivíduos
no Brasil. Logo, é através dele que os direitos fundamentais encontram meios,
segundo a Constituição, de alcançar os seus objetivos, previstos em seu
próprio artigo 3º.
Michel Dias Costa, popularmente conhecido como Rashid, é rapper,
empresário e produtor brasileiro. O álbum “Crise” foi eleito o 39º melhor disco
brasileiro de 2018 para a revista Rolling Stone Brasil além de um dos 25 melhores
álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2018 pela Associação Paulista de
Críticos de Arte.
Para Rashid, (2020, 01:43 ):

Sem o Rap, acho que nada do que eu vivo, e nada do que eu passei
enquanto ser humano, em relação a transformação de pensamento,
vivência e de postura, nada disso teria acontecido, tá ligado! O Rap mudou
minha visão de mundo, abriu minha cabeça para busca de conhecimento,
para o autoconhecimento. Então, devo muito da minha vida a essa cultura.

Nessa perspectiva, a busca pelo conhecimento e direitos foram


estimulados pelo gênero. O autor Eduardo Taddeo escreveu a letra “Espada do
dragão” e é considerado um dos nomes mais influentes do rap nacional além de
advogado inscrito regularmente na OAB. A letra da música “Espada no Dragão”
apresentas a seguinte frase: “o calcanhar de Aquiles do pobre é a educação,
imagina o mendigo compreendendo a constituição?"
Além disso, cita em outra canção intitulada “Apologia ao Crime” que, "o
sistema tem que chorar, mas não com você matando na rua. O sistema tem que
chorar vendo a tua formatura".
Pensando nisso, há de se analisar uma possível colaboração do rap
nacional na sociedade brasileira no que tange os princípios constitucionais que diz
respeito a prevalência dos direitos humanos, saúde, segurança e direito a educação
de qualidade.

A democratização do direito então começa a criar formas e maneiras de


pulverizar esse conhecimento para a população considerada a margem da
sociedade. Assim, cria-se os seguintes questionamentos: O Direito é para todos?
Ou seria mera utopia?
O artigo quinto da Constituição Federal do Brasil foi criado para assegurar
os direitos fundamentais do cidadão brasileiro. Por isso é de fundamental
importância que o povo brasileiro, em especial os considerados “marginalizados” da
sociedade, estejam a par do que sejam tais direitos.
O rap, por sua vez, tem o papel de desmistificar o “juridiquês” e
informação e transformar em arte, o que torna o direito mais acessível para todos,
como nos versos citados na música “É a guerra neguinho” do MC Marechal, rapper
também de influência notória na cena, no qual diz que:

Os que não sabiam ler me viram, distinguiram o coração/ Mensagem clara


de que a tropa precisa da informação/ Precisa da informação, mais precisa
para que no fim/ Possa provar que as bala vindo não estão tão perdidas
assim.

Esses versos evidenciam uma reflexão por parte do músico que, o estudo
sobre os direitos e antropologia são capazes de gerar um senso crítico necessário
para essa população considerada menos valorizada. Assim, de acordo com
Rodrigues e Grubba (2011, p. 3):

Se tanto o Direito quanto a Música se desenvolvem no mesmo campo, o


campo das relações humanas, podemos dizer que, da mesma forma com
que o Direito influencia o contexto social e, consequentemente, as
manifestações artísticas; a música, de seu turno, enquanto expressão do
corpo individual e social, pode oferecer informações para a compreensão do
Direito ao exprimir uma visão da sociedade, de onde o direito emerge e
onde atua.

Ademais, Freitas apud Varoto,Pessanha e Filho, (2018 p. 1):

A relação entre o Direito e a música é muito rica, contudo, pouco explorada,


fato que aumenta nosso empenho em demonstrar como a música e o
Direito podem criar uma coesão e atuar, quando necessário, em conjunto,
buscando problematizar as desigualdades.
De acordo com pesquisas, também pode-se refletir acerca do gênero
como instrumento didático e educador. Nas palavras de Camargos (2015, p. 51):

O rap foi ativamente incorporado ao expediente cultural brasileiro, e os


sujeitos que a ele se vincularam e se projetam, inclusive por intermédio
dele, em meio aos debates acerca da sociedade de seu tempo, atestaram,
assim, sua participação na vida pública e, em particular, nos meandros da
política. Construíram uma prática cultural que verbalizou as dissonâncias,
assinalou a contestação social no espaço da cidade e alimentou um novo
ambiente de reflexão e denúncia. O rap operou com uma dupla função no
cotidiano de seus produtores e fruidores: a um só tempo foi discurso de
revolta e denúncia da deplorável condição a que um sem-número de
brasileiros é relegado e também veículo de catarse perante situações de
opressão e controle social. Ao aderir a essa prática, homens e mulheres
criaram um espaço no qual puderam reaver e construir sua identidade,
reconfigurar sua autoestima e propagar valores alternativos.

Para sustentar a tese apresentada, foi realizada uma entrevista com Felipe
Moreno, ex fotógrafo do Thaíde, um dos primeiros rappers do Brasil (São Paulo-SP).

Pergunta: Qual a sua história e como foi o início da relação com o Thaíde?

Meu nome é Felipe Moreno, sou nascido e criado no Interior de São Paulo em uma
cidade chamada Bauru (cidade conhecida pelo Sanduíche), nas ido na década de 90
o Hip-hop entrou em minha vida desde que me entendo por gente, a cultura em sua
essência sempre foi um protesto contra a desigualdade social, Racismo e etc.Thaíde
foi um dos primeiros contatos meu que tive com o Rap Nacional, juntamente com ele
NDee Naldinho e Racionais MC. Porém Thaíde foi o precursor de toda a cena do
Rap no Brasil, no estilo Musical do Canto Falado, Thaíde oficialmente foi o Pioneiro
juntamente com seu companheiro na época o DJ Hum. Tudo começou em São
Paulo, Capital, mais especificamente na São Bento, onde pessoas de classe média-
baixa se encontravam para dançar e de certa forma protestar, pois um dos
elementos do Hip-hop é o BreakDance, onde o próprio Thaide tinha uma equipe de
Break denominada "BackSpin", o tempo passou e o nosso grande Thaide começou a
escrever algumas rimas e levar até a São Bento e Alguns Bailes da Região, até que
estourou com a Música "Corpo Fechado".Meu Relacionamento com o Thaide,
passou do profissional para uma breve amizade, fui por três vezes fotógrafo oficial
dessa lenda, convidado pelo próprio Thaide, sempre em conversa com ele, as ideias
eram incríveis, uma mente a frente do tempo realmente. Hoje ele é músico, repórter
e artista em geral.

Pergunta: Você acha que o Hip Hop contribuiu para disseminação de


conhecimento e senso crítico? Porque?
“Sim, tem a minha própria história, sou nascido e crescido no interior de São Paulo
em um bairro periférico, onde tive contato muito cedo com tudo, tráfico, arma, droga,
e assim, no geral o Hip Hop me ajudou pela conscientização, pelas críticas,
principalmente o Thaide onde as músicas dele fala muito desse mundo, uma das
músicas dele que eu gosto muito é MÓ Treta que fala sobre o processo errôneo da
criminalidade do tráfico de drogas, enfim, tive oportunidade de traficar de mexer com
várias coisas, porque o mundo que eu vivia era aquilo ali, e o hip hop me ajudou
muito nessa conscientização. O próprio Thaíde nessa música, relata um episódio em
que ele paga de “malandro demais”, onde ele sai com o irmão dele pra tirar onda e
se vê no meio de um tiroteio, e é ai onde ele aprende que a criminalidade não vale
apena, a música é muito boa, abre muito a consciência. Então o Hip Hop nesse
formato acabou salvando o próprio Thaíde desse mundo da criminalização, e que
infelizmente não salvou seu irmão, pois esse foi assassinado. Agora, se você ouvir o
Hip Hop como um senso crítico, muda a mente demais, pelo menos a minha mente
mudou. Quando se coloca na balança, rola uma crítica social fortíssima, tanto que
eu acho que hoje em dia o hip hop acabou se perdendo um pouco do que era seu
objetivo. O Hip Hop nunca dependeu de governantes, nunca defendeu nenhum lado,
independente de esquerda ou direita, sempre foi o oposto a tudo, o Hip Hop iniciou
assim, livre. Então eu acho que o senso crítico com o hip hop no geral, as músicas,
as danças o grafitte tem uma influência muito grande na mente de cada um. “

Pergunta: Houve alguma atenção diferenciada por parte do Estado, após as


tretas de denúncia social chegarem até eles?

”Sobre a atenção diferenciada por parte do Estado, eu acho muito pouco. O que eu
vi foi um Estado tentando se contornar a isso, o Estado achando alguma vertente
pra minar um pouco isso. Eu acho que o resultado disso hoje é os Treps de hoje que
quase não se fala mais de crítica, virou meio que “vendido” só como treta de fazer
grana. E o Hip Hop nunca foi isso, pelo menos o início do Hip Hop nunca foi pra
fazer grana (dinheiro) a grana sempre foi consequência, o dinheiro sempre vinha
depois, e hoje está sendo o contrário. Eu acho que o Estado achou uma forma de
contornar esse senso crítico, ainda tem as resistências tem os grupos de RAP que
ainda perseguem essa parada, tem a trilha sonora do Pietro Facção Central, o
próprio Racionais, o Thaide que ainda hoje faz som, esses são os remanescentes,
ou seja, os originários do HIP HOP. Então, as letras chegaram sim até o Estado
porém o sistema continua o mesmo, sendo manipulado, continua sendo da mesma
forma senão pior, mas a resistência ainda é o HIP HOP, a mudança de pensamento
de cada um, eu acho que essa é a maior diferença do RAP, o que precisa é a
mudança individual de cada um, mudar o senso crítico de cada um, a forma de
enxergar o próximo também. “
Diante disso, tem-se que o hip hop e o rap segue uma linha de raciocínio
individual, devendo partir do senso crítico exposto para a realização de crítica social
e jurídica.

CONCLUSÃO

Esse estudo buscou abordar os principais pontos de uma possível


contribuição entre os gêneros Hip Hop/Rap e a disseminação dos conhecimentos
constitucionais do artigo 5°, inciso IX e XLI como também o artigo 6º, para pessoas
marginalizadas. Direito é o espelho dos costumes, cultura e experimentos sociais.

Infelizmente, o que se tem no Brasil, é uma grave deficiência educacional


no público marginalizado. Faltam livros, ensino de qualidade e lazer como forma
alternativa de distração por parte do Estado. A dignidade fica precária nesse grupo
de pessoas por causa da hipossuficiência financeira e falta de oportunidades de
adquirir esse conhecimento tão necessário.

Com isso, a falta de informação dos próprios direitos se torna um ponto


de partida para que a passividade à injustiças seja eminente. Observou-se por base
no recorrente relato pessoal e experiências de estudiosos brasileiros do gênero,
trabalhos científicos, pesquisas de sites relacionados ao tema além de depoimentos
de artistas do rap e hip hop nacionais e suas vivências pessoais.

Ao fazer uma observação em letras de música de artistas e presença de


artigo científico, verificou-se as evidências da colaboração cultural e informativa do
gênero musical em questão permitindo assim, que os objetivos propostos fossem
realmente alcançados.

Em suma, é possível crer que os gêneros musicais hip hop e o rap podem
sim servir de ponte para que essas ideias sejam passadas onde a educação e a
constituição muitas vezes não chega ou é precária. O conteúdo de linguagem
simples e cheio de gírias se distancia do juridiquês complexo e se aproxima da
realidade dialogando com um número considerável de ouvintes que muitas vezes,
em sua maioria, são mais leigos fazendo com que assuntos que antes não eram
pensados, hoje são questionados e desenvolvem um senso crítico maior.
Analisando obras, monografias, artigos de opinião e estudiosos da área
da cultura, conclui-se que há indícios da ligação direta e uma colaboração
educacional constitucional entre a sociedade brasileira como parte de raízes
afrodescendentes, populações marginalizadas e a possível ponte para o
conhecimento antropológico democratizado no contexto em questão. O Brasil, como
já discuto acima, é um dos países que mais consomem conteúdo musical do mundo.
Também, por essa informação, vê-se a presença da música na vida dos brasileiros.

Com isso, a educação se torna ainda mais concreta por meio dessa
informação e as letras acompanham a linguagem simplificada e acessível para que
esse grupo de pessoas entendam quais são seus direitos, garantias e os
compromissos que o Estado deveria estar cumprindo. Isso é observado nos
depoimentos de autoridades do gênero, cantores, que relatam nas letras de canções
e documentários, suas experiências pessoais de como esse tipo de música e cultura
abriu a mente e construiu um senso crítico. Por isso, a conscientização é feita
através dessa desconstrução.

ABSTRACT

This scientific article aims to study whether the hip hop and rap music genre
influences the dissemination of some of the constitutional knowledge of article 5 of
the Federal Constitution on human dignity. It is known that a large part of the poor
population in Brazil does not have access to quality education and this generates the
fact that they do not develop a critical sense to question their rights and duties. Due
to this deficit, the chance of becoming alienated citizens and passive of any social
injustice is greater. Thinking about this reasoning, is it possible that the lyrics of the
songs of great names in hip hop and rap can serve as a bridge to these teachings?
The answer that is imposed is that culture informs, adapting to the language of the
context in which it is inserted and reaches where the legalese and the Magna Carta
book do not.
Keywords: Culture; Right; Right to the Constitution; Hip Hop; Rap music.

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