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A Autodeterminação dos Povos Indígenas


1
Solange Aparecida Delfina da Rocha
Deolindo Francisquetti2
3
Vilmar Martins Moura Guarany

RESUMO: Este ensaio teórico teve como objetivo ímpar, dar ênfase na autodeterminação dos povos
indígenas da qual a Constituição Federal de 1988 lhes garante em seu art. 4º, inciso III. Visando sanar as
lacunas do Estatuto do Índio, a Constituição Federal e a Convenção 169, foram instituídas para igualar as
disparidades dessas comunidades, garantindo e/ou promovendo o intercâmbio cultural no território
brasileiro. Neste trabalho, pretende expor a importância da Convenção 169 em defesa dos direitos dos
povos indígenas. Evidencia que, em meio a acalorada discussões, e após ter decorrido vários séculos em
busca pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas e seus territórios, chega-se à conclusão que
para os direitos da pessoa humana serem considerados universais no Estado Democrático de Direito, faz-
se necessário dar efetividade ao princípio da igualdade, ou seja, pugna pelo principio da dignidade da
pessoa humana, sob o qual, abarca a todos independentemente de cor, raça, crença, cabendo a todos as
mesmas condições para expressar e fazer valer seus direitos e deveres. O presente artigo por entender e/ou
defender que os povos originários são titulares desses direitos, colocando-os, estão, em pé de igualdade,
justifica-se, assim, o direito à autodeterminação dos povos indígenas.

PALAVRA CHAVE: Liberdade e Igualdade de Direitos; Efetividade; Autodeterminação dos Povos


Indígenas;

ABSTRAT: This theoretical essay had the odd goal, emphasis on self-determination of indigenous
peoples which the Federal Constitution of 1988 guarantees them in his art. 4, item III. In order to tackle
the shortcomings of the Indian Statute, the Federal Constitution and Convention 169, were instituted to
equalize disparities in these communities, providing and/or promoting cultural exchange in Brazil. This
work is to present the importance of Convention 169 on the rights of indigenous peoples. Shows that, in
the midst of heated discussions, and after several centuries have elapsed in quest for recognition of the
rights of indigenous peoples and their territories, one arrives at the conclusion that the rights of the human
person be considered universal in democratic rule of law, makes If necessary to give effect to the
principle of equality, ie struggle for the principle of human dignity, under which embraces everyone
regardless of color, race, creed, being all the same conditions to express and assert their rights and duties.
This article for understanding and/or defend the indigenous peoples are holders of rights, placing them,
are, on an equal footing, thus it is justified to the right to self-determination of indigenous peoples.

KEYWORDS: Freedom and Equal Rights; effectiveness; Self-Determination of Indigenous Peoples.

SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. A descoberta das terras indígenas: avanço e retrocessos; 3. Houve


contribuição do direito Internacional na luta pela autodeterminação dos povos tradicionais?; 4.
Considerações Finais

1. Introdução

Neste ensaio teórico, insta iniciar este trabalhos indagando sobre a


autodeterminação dos povos indígenas, e com isso, surge outro questionamento, o que é

1
ROCHA, Solange Aparecida Delfina da. Bacharelando em direito, X semestre pela AJES – Faculdade
do Vale do Juruena. solangeadrocha2@hotmail.com
2
FRANCISQUTTI, Deolindo. Bacharelando em direito, X semestre pela AJES – Faculdade do Vale do
Juruena. dfrancisquetti@hotmail.com
3
Professor Titular do Curso de Direito das Faculdades do Vale do Juruena – AJES/MT. Mestre em
Direito Econômico e Socioambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Pertencente ao
Povo indígena Mbya Guarani.
2

autodeterminação? Quais os pontos positivos e negativos da autodeterminação? O que


povos indígenas almejam com a autodeterminação? Questionamentos como este,
poderão auxiliar neste debate e, mais proporcionará uma singela contribuição para as
comunidades indígenas bem como para a comunidade acadêmica.
Assim, as evidencias torna-se cada vez mais clara quanto à formulação de
princípios que dão guarida aos povos indígenas, levando em conta que a Carta Magna é
omissa a esta questão. Hodiernamente, as preocupações e/ou reivindicações por parte
dos povos indígenas intensificaram, ainda mais quando se trata de seus valores e
territórios. Em meio a esta situação delicada, cumpre ressaltar que, o Estado garante
tratamento igualitário a todos, sem distinção de qualquer natureza, isso prova que os
povo os povos indígenas estão inclusos neste patamar de igualdade garantido pela Carta
Magna.
Por outro lado, cumpre salientar que já que o Estatuto do Índio também é omisso
em relação os princípios, talvez esta omissão, tem contribuído nos pontos negativos
para as comunidades indígenas, gerando desvantagem a estes povos.
O direito à autodeterminação foi construído sobre os pilares constitucionais em
especial o princípio da dignidade da pessoa humana e do livre desenvolvimento
humano. Mas, esta sendo de fato cumprido? Existe, portanto, a necessidade de se
promover nas populações indígenas o verdadeiro papel indutivo para garantir neste
cenário brasileiro soluções mais modernas para proteção destes povos. Os povos
indígenas devem instigar o Estado em criar soluções mais amplas, tendo em vista que os
mesmo correm perigo de perder suas culturas e suas identidades.
Sob este ótica, o órgão competente, deve criar melhores condições para que os
povos indígenas façam e/ou dê continuidade em suas tradições/histórias, considerando
que, a própria Constituição e a Convenção 169 lhe garante tal prerrogativa. Não cabe
aos não índios decidirem qual a cultura que eles devem seguir, tampouco como irão
manter suas tradições, esta decisão, cabe somente aos povos indígenas dar continuidade
e fazer perdurar para as próximas gerações.
Partindo dessa premissa, a partir do momento em que eles fazerem valer suas
reivindicações, estarão aptos e capazes de ultrapassar o modelo atual, rompendo os
paradigmas e transformando suas lutas numa práxis libertadora para dar continuidade
em suas tradições.

2. Evolução Histórica do Estado


3

Para melhor compreensão desta vertente, faz-se necessário ressaltar o Estado


desde seu surgimento como organização. Pois o mesmo é um elemento dinâmico por
excelência, e sua evolução reflete na civilização humana. Sua divisão se deu pelo
Estado Antigo; Estado Grego; Estado Romano; Estado Medieval e por fim Estado
Moderno. Mas, antes de adentrar no tema propriamente dito, vale ressaltar que, segundo
Carlos Frederico Marés de Souza Filho “(...) O Estado, ele mesmo, passou a ser
concebido como um indivíduo, uma pessoa de natureza especial, mas singular, mesmo
que encarnasse ou tentasse encarnar a vontade de todos”4. Talvez isso nos auxiliasse
melhor na compreensão do que seja Estado.
Diante disso, trataremos primeiramente do Estado Antigo destaca- se pelo
período da natureza unitarista e religiosidade. Vale ressaltar que neste período, o Estado
Antigo revela traços marcantes, como por exemplo: não admitia qualquer divisão
interior nos territórios. Enquanto que, no fator religioso, este fator teve forte influencia,
tanto para os governantes bem como no comportamento individual da população. Para
Dalmo de Abreu Dallari “A vontade do governante é sempre semelhante à da divindade,
dando-se ao Estado um caráter de objeto, submetido a um poder estranho e superior a
ele (...)”5. O que se observa, porém, é que o Estado desde seu inicio, sempre quis
manter um caráter absoluto em face dos indivíduos.
O Estado Grego ficou marcado pelas suas conquistas bem como a denominação
de outros povos, alargando a expansão territorial. Dalmo de Abreu Dallari, afirma que:
“Há uma elite, que compõe a classe politica, com intensa participação nas decisões do
estado, a respeito dos assuntos de caráter público. Entretanto, nas relações de caráter
privado a autonomia da vontade individual é bastante restrita”6. Percebe-se que neste
período, os cidadãos iniciaram suas participações na tomada de decisão-políticas,
mesmo que, em numero bem restrito.
Paulo Bonavides entende que, para manter a ordem jurídica em face do
indivíduo e: “Com declínio e dissolução do corporativismo medieval e consequente
advento da burguesia, instaura-se no pensamento político do Ocidente, do ponto de vista
histórico e sociólogo, o dualismo sociedade-Estado”7. O se extrai das ponderações do

4
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. O Renascer dos Povos Indígenas para o Direito. 1ª. Ed. 7º
reimpr. Curitiba: Juruá. p62. 2010.
5
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 32. Ed. São Paulo: Saraiva. p.71.
2013.
6
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 32. Ed. São Paulo: Saraiva. p.72.
2013.
7
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 13ª ed. São Paulo: Editora Malheiros. p.63. 2006.
4

autor acima é que, a sociedade clamava por um órgão supremo que visasse garantir e
resolver os conflitos, ou seja, de forma que o poder instalasse numa instituição e não
num homem.
Após a explanação de Bonavides, Hans Kelsen classifica o Direito como uma
categoria científica autônoma:
Para tanto, apõe uma depuração do objeto da ciência jurídica, em especial de
toda ideologia política, moral e dos elementos de ciência natural, ou seja,
uma teoria jurídica pura pautada na neutralidade científica. Assim, alicerça
sua proposição nos ideais de objetividade e especificidade, levados a termo
pelo autor através da definição das normas jurídicas como objeto da ciência
jurídica, sublinhando, ainda, se tratar de ciência jurídica e não política do
Direito8.
Enquanto que no Estado Romano iniciou-se um pequeno agrupamento humano,
visando expandir as formas de governo.
Dalmo Abreu Dallari aduz que:
Um das peculiaridades mais importantes do Estado Romano é a base familiar
da organização, havendo mesmo quem sustente que o primitivo Estado, a
civitas, resultou da união de grupos familiares (as gens), razão pela qual
sempre se concederam privilégios especiais aos membros das famílias
patrícias, compostas pelos descendentes dos fundadores do Estado. Assim
como no Estado Romano, durante muitos séculos, o povo participava
diretamente do governo, mas a noção de povo era muito restrita,
compreendendo apenas uma faixa estrita da população 9.
O que se extrai das ponderações do autor acima mencionado, é que, esta familiar
organizacional era exercida por membros exclusivamente das famílias patrícias. Ou
seja, os governantes exerciam a autoridade suprema, enquanto que o cargo de
magistrados era ocupado apenas por membros das famílias patrícias. Este período durou
até 212, quando o Imperador Caracala conferiu a naturalização a todos os povos do
Império. A evolução foi gradativamente se expandindo, e certos grupos da elite, aos
poucos foram adquirindo e ampliando seus direitos, com isso foram desaparecendo os
cargos que era exercido exclusivamente pela família patriarcal-nobreza. Já no Estado
Medieval, foi marcado pela transição, ou seja, abriu caminhos para que o mundo
atingisse a noção de universo.
Paul E Little entende que:
A renovação da teoria de territorialidade na antropologia tem como ponto de
partida uma abordagem que considera a conduta territorial como parte
integral de todos os grupos humanos. Defino a territorialidade como o
esforço coletivo de um grupo social para ocupar, usar, controlar e se
identificar com uma parcela específica de seu ambiente biofísico,

8
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: WMF Martins
Fontes, p. 79. 2009.
9
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 32. Ed. São Paulo: Saraiva. p.72.
2013.
5

convertendo-a assim em seu “território” ou homeland (...) mostra como a


territorialidade é uma força latente em qualquer grupo, cuja manifestação
explícita depende de contingências históricas10.
Em análise ao posicionamento do autor acima, talvez esta definição de
territorialidade fosse implantada justamente para coibir certos atos do Estado. Carlos
Frederico Marés de Souza Filho “Sob a cultura de que não pode haver nem território,
nem povo, sem Estado, o direito à autodeterminação dos povos passou a ser o direito a
constituir-se em Estado (...)”11. O posicionamento do autor nos remete há uma reflexão
peculiar, quando se trata de autodeterminação dos povos indígenas, ou seja, há respaldo
constitucional, mas quando se trata dos povos indígenas, o governo há um subterfúgio
referente a estes povos. Com o intuito de sanar as disparidades neste cenário que
emerge, a Convenção 169 foi instituída justamente para manter boas regras de
convivência social.

3. A descoberta das terras indígenas: avanço e retrocessos

Um dos passos mais importante de todos os séculos foi à descoberta das terras
indígenas, segundo Bartolomé de Las Casas: “descubriéronse las índias en el año de mil
e cuatrocientos y noventa y dos”12. Com o propósito de assegurar os direitos a
autodeterminação, foi promulgada no Brasil o Decreto nº 19.841/1945, a Carta das
Nações Unidas em seu art. 1º no item 2 e 3. Onde reza que desenvolver relações
amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao principio de igualdade de direitos e
de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento
da paz universal. Percebe-se que o texto tinha uma ideia de cooperação internacional
para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou
humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as
liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Nota-se que desde muitos tempos os direitos pela autodeterminação dos povos
indígenas ou não indígenas, encontram a proteção no ordenamento jurídico brasileiro.
Francisco Rezek entende que: “a sociedade internacional, ao contrário do que sucede

10
LITTLE, Paul E. Territórios Sociais e Povos Tradicionais no Brasil: Por uma Antropologia da
Territorialidade. Disponível em: http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PaulLittle.pdf. Acessado
em: 02/09/2014. p.3. 2002.
11
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. O Renascer dos Povos Indígenas para o Direito. 1ª. Ed. 7º
reimpr. Curitiba: Juruá. p.77. 2010.
12
LAS CASAS, Bartolomé de. Obra Indigenista. Alianza Editorial Madri. p.68. 1985.
6

com as comunidades nacionais organizadas sob a forma de Estados, é ainda hoje


decentralizada, e o será provavelmente por muito tempo adiante de nossa época (...)”13.
A criação das normas no plano internacional veio justamente romper estas
disparidades entre as autoridades superiores, e a população. O direito internacional, tem
como foco ímpar, estabelecer acordos entre os povos. Tem-se que os fundamentos do
direito internacional público, é autônomo, pois o mesmo estabelece as relações entre
Estados soberanos, ou direitos das gentes, no sentido de direitos das nações ou dos
povos, onde neste ultimo repousa um consentimento.
Assim tem-se que a autodeterminação das comunidades indígenas é a regência
do seu próprio destino. Na época, o momento era outro, as comunidades indígenas
organizavam-se independentemente, sobre a coordenação do cacique, mas eram livres e
independentes. Tinham-se um consentimento de normas, mas era da pura razão humana.
Por outro lado, o Brasil avançou, mas também houve retrocesso. Os avanços não
são muitos, digamos que os retrocessos superam os avanços. Mas, há que ressaltar que é
imprescindível que as comunidades indígenas tenham seus direitos e deveres e/ou
mesmo a obrigação de ensinar as culturas de seus ancestrais livremente aos
descendentes, isto prova a necessidade de serem mantidos em seus territórios.
Neste sentido, Lenio Luiz Streck e José Luiz Bolzan de Morais afirmam que:
“(...) desenvolvimento econômico e técnico-científico, viu-se (...) o surgimento do
proletariado urbano, fruto do desenvolvimento industrial e da consequência destruição
de modos de vida antigos e tradicionais”14. Talvez o Estado tenha um pensamento
preconceituoso quando se trata das questões indígenas, pois há necessidade em
compreender e, até que ponto a diversidade cultural pode ser anulada pelo crescimento
populacional? Diante das preocupações Max Weber entende que: “(...) o conflito
presente, como poderei resolvê-lo causando o mínimo dano interior e exterior a todos
(...)”15.
Neste cenário que emerge o ordenamento jurídico brasileiro, mostra, o principio
da pacta sunt servanda, onde o mesmo estipula que o que foi pactuado deve ser
cumprido. Mas na prática isso não esta acontecendo, o Estado vem sempre
extrapolando sua liberdade, pois quando concedeu tal prerrogativa aos povos indígenas,

13
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. 15. Ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva. p.22.
2014.
14
STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria Geral do Estado. 2.ed.
rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado. p.62. 2001.
15
WEBER, Max. Ciência e Política. Duas Vocações. Texto Integral. São Paulo: Editora Martin Claret.
p.18. 2003.
7

de se manterem em seus territórios, hoje, existe certa limitação a esses direitos,


privando-os dentro de suas próprias aldeias, que de certa forma de seus costumes,
tradições, línguas e crenças. Fatores como estes, tende a abolir cada vez mais esta os
povos indígenas e a diversidade cultural no Brasil.
Sem dúvida, vale destacar, por outro lado, certas regras consolidadas no século
XX, tais como o princípio da não intervenção e da autodeterminação. Serviu para
marcar a independência dos países e dos povos. De certa forma, a sociedade
contemporânea mobilizou-se, a exigir práticas mais aguçadas articulando novas
atitudes, ações, valores e consciência sobre suas culturas. Construindo assim,
alternativas para rupturas que outrora aterrorizou as populações indígenas.
Robério Nunes dos Anjos Filho afirma que:
O direito à autodeterminação está consagrado no Direito Internacional e
inserido no sistema internacional de proteção aos direitos humanos.
Conforme a redação dos Pactos Internacionais de Direitos Humanos de 1966
trata-se de um direito em virtude do qual todos os povos determinam
livremente o seu estatuto político e asseguram livremente o seu
desenvolvimento econômico, social e cultural. Essa definição demonstra
claramente a ligação desse direito com os postulados da igualdade e da
liberdade, pois todos os povos são livres para conceber da maneira que
melhor lhes aprouver a sua ordem política, econômica, social e cultural, sem
serem submetidos a formas de colonialismo ou de opressão estatal. Desse
modo, um povo não está submetido à vontade de outro povo, assumindo16.
Esta liberdade e igualdade que o autor faz menção nos, remete ao artigo 5º da
Constituição Federal de 1988, onde garante a todos, a liberdade, à igualdade, à
segurança e a propriedade. Percebe-se que a Carta Magna vai além, garantindo também
o território. Quando a Assembleia Geral das nações Unidas de 1986, iniciou-se seus
trabalhos em defesa ao direito a autodeterminação, ela visa o desenvolvimento humano,
pois ela não se refere exclusivamente aos indivíduos isolados e sim todos.
Carlos Frederico Marés de Souza Filho entende que:
O reconhecimento do poder interno é um tema de difícil aceitação para o
Estado, por um lado, pelo temor de que se transforme em autodeterminação e
busca de construção de um novo Estado nacional, e por outro, pelo antigo
costume das elites de influir nos poderes internos. (...) É claro que essa
manipulação, que é histórica e continua existindo, viola o direito à auto-
organização expresso na Constituição Federal, mas também é evidente que
não é fácil coibi-la, uma vez que faz parte da cultura da elite brasileira e é
utilizada por todos os setores, até mesmo em oposição a essa elite17.

16
ANJOS FILHO, Robério Nunes dos. O Direito à Autodeterminação dos Povos Indígenas. entre a
Sucessão a o Autogoverno. Disponibilizado em:
http://www.editorajuspodivm.com.br/i/f/Direitos%20Humanos%20e%20Direitos%20Fundamentais_Arti
go%20Rob%C3%A9rio.pdf. p.590. Acessado em 25 de agost. de 2014.
17
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. As novas questões jurídicas nas relações dos Estados
nacionais com os índios. Disponibilizado em: http://laced.etc.br/site/arquivos/05-Alem-da-tutela.pdf.
p.58. Acessado em: 06 de setembro de 2014.
8

Conforme as ponderações do autor acima tem-se que, o Estado tem o dever de


garantir o território aos povos indígenas, mas, a autodeterminação e/ou legitimidade
interna são tema que ainda encontra interpretações divergentes conforme o caso
concreto. Considerando que, ao mesmo tempo em que o Estado reconhece
autodeterminação, mas, ao mesmo tempo ele limita esta prerrogativa, devido ao receio
de que os índios irão ser molestados pelos não índios, como aconteceu outrora.

4. Houve contribuição do direito Internacional na luta pela


autodeterminação dos povos tradicionais?

As preocupações intensificaram cada vez mais em relação à proteção do ser


humano. Diante desta constatação o Brasil aderiu as convenções internacionais que
protegem os interesses dos povos indígenas. A primeira delas foi a Declaração dos
Direitos do Homem, de 1948. Na Convenção 107, da Organização Internacional do
Trabalho – OIT, instituída em 1957. O Brasil também aderiu à convenção aprovada pela
ONU, em 1966, onde versava exclusivamente sobre a proteção e integração das
populações tribais. Isso prova que a mudança exige coragem, garra, comprometimento e
determinação, para se alcançar objetivos comuns.
Frutos de movimentos revolucionários norte americanos, iniciou-se ainda no
século XVIII, uma concepção moderna de autodeterminação, pautada pela livre
determinação, pala igualdade e liberdade. Liberdade esta almejada por todos, não
somente pelos povos indígenas. Mas, para alguns, ainda falta certas previsões e/ou
reivindicações no ordenamento pátrio, conferindo aos povos o direito à
autodeterminação, ou seja, garantindo seu exercício e a inalienável de seu direito.
Robério Nunes dos Anjos Filho aduz que:
É no século XX, entretanto, que o tema ganhará tintas fortes. Na primeira
metade do século passado, a autodeterminação chegou a ser defendida tanto
por Vladimir Ilitch Lenin e Josef Stalin, na União Soviética, como por
Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos. O seu apogeu virá após a
II Grande Guerra Mundial, no período compreendido entre 1945 e 1980, no
bojo do processo de descolonização que culminou com a derrocada de
regimes coloniais e o surgimento de novos Estados a partir dos antigos povos
subjugados na África, na Ásia e na Oceania18.
A autodeterminação mesmo surgindo durante este processo de colonização, sua
visão é bem ampla quando se trata do bem estar dos povos, pois os mesmos são titulares

18
ANJOS FILHO, Robério Nunes dos. O Direito à Autodeterminação dos Povos Indígenas. entre a
Sucessão a o Autogoverno. Disponibilizado em:
http://www.editorajuspodivm.com.br/i/f/Direitos%20Humanos%20e%20Direitos%20Fundamentais_Arti
go%20Rob%C3%A9rio.pdf. p.589. Acessado em 25 de agost. de 2014.
9

originários desses direitos. O que se percebe, porém, é que o Direito Internacional com
fito de administrar a sociedade internacional e de certa forma abrir um leque de
oportunidade para que o Estado intervenha, e ao mesmo não ultrapasse seus limites de
mando, visando garantir passíveis soluções entre os povos.
Para Francisco Rezek: “o direito das gentes, direito dos tratados apresentava até
o romper do século XX uma consciência costumeira, assentada, entretanto, sobre certos
princípios gerais, notadamente o pacta sunt servanda e o da boa-fé”19. Mesmo em
tempos remotos, a autodeterminação dos povos dos indígenas e/ou grupos diferenciados
por possuírem suas próprias características, ainda causam espantos nos dias atuais.
Ana Maria Neves de Paiva Navarro:
(...) Como instrumento da cidadania, serve esse direito fundamental à
realização do princípio da dignidade da pessoa humana, como também à
tarefa de contenção de riscos de desvios de finalidade, imparcialidade e não
transparência das deliberações institucionais em tema de captação, tratamento
e comunicação de dados pessoais pelos organismos do Estado 20.
Vale ressaltar que a Convenção nº 169 da OIT visando igualar os direitos dos
índios e não índios, não admite qualquer violação ou espécie de coerção aos direitos e as
liberdades fundamentais dos povos indígenas. Diante disso, subentende que a
autodeterminação dos povos indígenas em hipóteses algumas tende a secessão, pois o
que se almeja, são manter suas tradições, costumes e seus espaços territoriais. Os
obstáculos atravessam fronteiras, mas do ponto de vista de Édis Milaré: “A
sustentabilidade do Planeta está, sem dúvida alguma, nas mãos do homem, o único ser
capaz de, (...) romper o equilíbrio (...) e modificar os mecanismos (...) mantêm ou
renovam os recursos naturais e a vida na Terra21”. Para este autor, é preciso que se
criem condições para manter os primórdios habitantes, pois os mesmos sempre
souberam conduzir os recursos renováveis da melhor maneira possível.
Haja vista que as ponderações do autor acima citado apontam que a população
indígena no Brasil, necessita da proteção do Estado para garantir o patrimônio
ambiental, territorial e cultural dos povos indígenas.
Para tanto, é de extrema importância esclarecer que no o artigo 3º, item 1º e 2º,
da Convenção 169, estabelece que os povos indígenas e tribais deverão gozar

19
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. 15. Ed. ver. atual. São Paulo: Saraiva. p.35.
2014.
20
NAVARRO, Ana Maria Neves de Paiva. O Direito Fundamental à Autodeterminação Informativa.
Disponibilizado em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=86a2f353e1e6692c. p.26. Acessado
em 26 de agost. de 2014.
21
MILARÉ, Édis. Direito Ambiental: a gestão ambiental em foco: doutrina, jurisprudência, glossário. 7º
ed. ver., atual. e reform. Editora Revista dos tribunais. São Paulo. p. 204. 2011.
10

plenamente dos direitos humanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nem


discriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas sem discriminação aos
homens e mulheres desses povos. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força
ou de coerção que viole os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos povos
interessados, inclusive os direitos contidos na presente Convenção. A Convenção é
prova do avanço obtido pelos povos indígenas, mas é preciso de mais.
O que observa, porém, é que as transformações são necessárias para as
comunidades indígenas, mas, há uma deficiência muito grande quando se trata dos
princípios constitucionais em defesa dos direitos indígenas. De um lado a Convenção
169 protege os direitos fundamentais dos índios, mas, a Constituição Federal de 1988 é
omissa quando se trata dos direitos fundamentais dos índios. Ou está implicitamente
inserido no Texto Constitucional?
Indagações como estas são relevantes quando se trata de um tema controvertido,
poderíamos afirmar que os princípios gerais do direito, costumes e jurisprudência são
meios auxiliares para definir as regras jurídicas quando se trata dos direitos
fundamentais dos índios? Para Sílvio Coelho dos Santos “(...) diante do direito interno,
a Convenção 169 não apresentava inovação mais profundas frente ao que está expresso
em favor dos povos indígenas na Constituição Federal”22. A busca incessante por
melhorias em prol dos povos indígenas são urgentes, mesmo com o advento da
Constituição Federal de 1988, prova que ela não estabeleceu princípios norteadores
especialmente aos índios. Ficando a deriva quando tratamos de princípios fundamentais
destes povos.
Tendo em vista que o art. 231, da Carta, estabelece que são reconhecidos aos
índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca-
las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Uma simples leitura deste artigo, prova
que o Estatuto dos Índios necessita de uma reforma urgente, para ampliar os direitos
garantidos pela Constituição Federal.
Para Luiz Fernando Villares: “O direito não é atemporal e universal, mas fruto
de determinada condição histórica e cultural de uma sociedade. (...) A norma só existe

22
SANTOS, Sílvio Coelho dos. Direitos Humanos e os Direitos dos Povos Indígenas no Brasil. Ilha
Revista de Antropologia. Disponibilizado em: <file:///C:/Users/Solange/Downloads/1561-4578-1-
PB.pdf>. p.79. Acessado em 16 de jul. 2014.
11

dada uma determinada realidade”23. Interpretar a norma para beneficiar certos grupos,
há que ser criativo e dinâmico, sempre com o intuito de produzir vários sentidos.
Mesmo contando com falhas no ordenamento jurídico brasileiro, é salutar ao
relembrar os avanços que os direitos indígenas conseguiram alcançar também no âmbito
internacional.
Com bem lembra Mikel Berraondo:
Si las analizamos, comprobaremos que una de las más importantes ha sido su
incidencia en el panorama internacional. Primero lo fue en el ámbito de los
derechos humanos de Naciones Unidas. Luego, de manera paulatina, los
espacios de incidencia se fueron ampliando a otros escenarios que les afectan
en el ejercicio de sus derechos, como por ejemplo, toda la temática
ambiental, y también a otros espacios regionales, entre ellos la Organización
de Estados Americanos. Los pueblos indígenas han conseguido estar
presentes en instancias que hasta hace nada estaban restringidas sólo a los
Estados24.
O autor acima citado nos revela os primeiros passos que os povos indígenas
alcançaram por meio da Declaração dos Direitos Humanos, mas faz-se necessário a
reforma do Estatuto dos Índios. Esta legitimidade influenciou a autodeterminação destes
povos? Neste cenário que emerge a autodeterminação dos povos, objetiva manter as
regras internas de convivência social de suas comunidades, legitimando-os em defesa de
seus direitos. Princípio este esculpido no art. 4º, inciso III, da Constituição Federal,
onde estabelece que: autodeterminação dos povos.
Ana Valéria Araújo afirma que:
Foram os esforços de grupos indígenas em se organizarem para assegurar a
proteção legal ao direito de continuar existindo como comunidades distintas,
dotadas de cultura, instituições políticas e territórios próprios, que lhes
garantiu a mobilização de diversos programas de organismos internacionais
em seu favor. Num apelo à comunidade internacional, os povos indígenas e
algumas organizações de apoio conseguiram ligar esses pleitos a princípios
gerais de direitos humanos, como a autodeterminação e o repúdio a qualquer
tipo de discriminação25.
Talvez este seja o dever ser do Estado, dada à realidade para o qual os povos
indígenas imaginavam. Neste sentido, é digno e merece especial atenção na forma como
deve ser interpretados os princípios em defesa dos direitos dos povos indígenas. Com a
máxima vênia, ao legislador brasileiro, deixou lacunas ou interpretações divergentes

23
VILLARES, Luiz Fernando. Direito e Povos Indígenas. Curitiba: Editora Juruá. p.18. 2009.
24
BERRAONDO, Mikel et al. Los Derechos de los Pueblos Indígenas en el Sistema Internacional de
Naciones Unidas. Instituto Promoción Esdudios Sociales. IPES Disponibilizado em:
http://derechoshumanosycooperacion.org/pdf/dpi-libro-completo.pdf. p.7. Acessado em 27 de agost de
2014.
25
ARAÚJO, Ana Valéria. Direito Internacional e Povos Indígenas. In. Povos Indígenas no Brasil.
1991/1995. São Paulo: Instituto Socioambiental. p.23. 1996.
12

quando se trata de princípios direcionados aos povos indígenas, isso prova que as
comunidades indígenas carecem de uma especial atenção.
Por outro lado, ao fazermos uma interpretação mais profunda do art. 5º da
Constituição Federal, onde garante igualdade de direitos, podemos extrair que estão
implicitamente inclusos os princípios: da dignidade da pessoa humana, prioridade dos
interesses coletivos e solidariedade entre os povos.
O art. 2º, item 1º, da Convenção 169, estabelece que os governos terão a
responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos interessados, uma ação
coordenada e sistemática para proteger seus direitos e garantir respeito à sua
integridade.
2. Essa ação incluirá medidas para:
a) garantir que os membros desses povos se beneficiem, em condições de
igualdade, dos direitos e oportunidades previstos na legislação nacional para os demais
cidadãos;
b) promover a plena realização dos direitos sociais, econômicos e culturais
desses povos, respeitando sua identidade social e cultural, seus costumes e tradições e
suas instituições;
c) ajudar os membros desses povos a eliminar quaisquer disparidades
socioeconômicas entre membros indígenas e demais membros da comunidade nacional
de uma maneira compatível com suas aspirações e estilos de vida.
Thaís Luzia Colaço entende que: “Manter o seu modo de ser representava a
continuidade da antiga e da boa vida desfrutada em liberdade, de acordo com a
experiência coletiva anterior, de seus antepassados”26.
A Convenção 169, objetivando eliminar as lacunas que o Estatuto do Índio e
algumas por ventura também deixada pelo Texto Maior, veio reconhecer as anseios
desses povos em assumir o controle de suas próprias instituições e formas de vida e de
seu desenvolvimento econômico e de manter e fortalecer suas identidades, línguas e
crenças dentro do Estado dos quais fazem parte.

5. Considerações Finais

26
COLAÇO, Thaís Luzia. Incapacidade indígena tutela religiosa e violação do direito guarani nas
missões Jesuítas. 1º ed. 5º reimpr. Curitiba. Editora Juruá. p.193. 2012.
13

Dessa forma, o presente ensaio buscou apresenta-lhes os avanços e retrocessos


em defesa da autodeterminação dos povos indígenas. Bem como expor qual a influencia
do Direito Internacional dos Direitos Humanos, quando se trata das questões indígenas.
No mesmo raciocínio apresentar-lhe qual a Convenção que teve um significado ímpar
em defesa da autodeterminação dos povos indígenas.
Em meio as reivindicações, a Constituição Federal de 1988, instituiu um capítulo
referente aos Direitos dos Povos Indígenas, onde estabelece que: são reconhecidos aos
índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca-
las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. (art. 231).
Por outro lado, após terem essas garantias e/ou reafirmação de seus direitos
através do ordenamento jurídico, podemos extrair que, para manterem a sobrevivência
destes povos, são indispensáveis além da proteção a garantias de suas culturas,
tradições, línguas e crenças. Ou seja, garantindo assim sua existência e o
desenvolvimento das comunidades indígenas. Partindo da premissa, de que todos estão
amparados pelo principio da dignidade da pessoa humana, por tal motivo, a
Constituição Federal de 1988 reconheceu aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam.
Em suma, Sob a égide Constitucional, a autodeterminação também encontra
acostada na Carta Magana, em seu art. 4º, inciso III, como meio de garantia em defesa
dos direitos dos povos indígenas. Neste sentindo, podemos concluir que em um Estado
Democrático de Direito, deve ser possível a autodeterminação aos povos indígenas,
considerando que os mesmos são merecedores de tratamento condizente com a
dignidade da pessoa humana.

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