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Júlia Cristina Menezes de Oliveira Silva Scaravelli, RA.

: 3477879

Disciplina: BENS PÚBLICOS E CONTR. ADMINISTRATIVOS

Atividade Extra

O presente trabalho trata-se de um resumo sobre a palestra com tema "Direitos


Territoriais Indígenas" a qual foi transmitida na Semana Jurídica fornecida pela
faculdade no ano de 2021. O palestrante Julio José Araújo Júnior, Mestre em
Direito Público pela UERJ e Procurador da República no Rio de Janeiro, inicia
falando sobre como começou a se envolver pelo assunto: através da sua
mudança para Amazonas por conta de ser aprovado no concurso de
Procurador da Justiça.

O palestrante dá um ênfase que a Constituição Federal de 1988 repercutiu


muito na realidade dos povos indígenas, de como os direitos dos povos
indígenas estavam sendo atacados, suas dificuldades na política e invasões no
seus territórios, e como ela é contra isso. Então ele traz uma visão histórica,
para entender o porquê falar de matéria indígena é importante, que seria para
entender a formação e ocupação do território do Brasil.

Julio começa a citar memórias que se tem dos povos indígenas ao longo dos
anos, memórias essas que demonstram a falta de conhecimento/interação com
eles. Em ordem ele cita: uma visão de que os povos viviam em um paraíso,
uma visão nacionalista. Segundo: os indígenas se tornando bárbaros que
precisam da colonização para serem dominados; Terceiro: indígenas como
fundadores da nação, em questão da independência do país; Quarto: indígenas
que existem mas que devem viver de forma afastada e longe da civilização.
Percebe-se que sempre olha para essa questão de forma distante e com
preconceitos, onde até 1988 os povos indígenas eram tratados como povos
inferiores, que devem aderir a um comportamento dominante, serem
convertidos a determinadas religiões, vestirem determinadas vestimentas e
liberarem espaço para colonização. Então, por muito tempo a relação do
Estado com os povos Indígenas não foi tranquila, suas interações foram
genocidas, os indígenas precisavam perder sua identidade, abrir mão dela para
se adequar a cultura dos colonizadores.

Havia a separação de índios mansos e índios bravos, também a de senso


comum que para ser índio precisa adotar um determinado modo de vida, mas a
Constituição Federal traz o paradigma da autonomia dos índios. Traz uma
interpretação intercultural, reconhecendo a não hierarquização dos diversos
grupos da sociedade e repudiando o racismo e genocídio. Com isso introduz o
assunto território Indígena e que a noção de território é muito mais forte para os
indígenas, é como se falasse da sua própria existência. E a Carta Magna de
1988 reconhece isso, reconhece as tradições e culturas dos povos indígenas,
seus direitos territoriais e diz que é um direito originário (que precede a própria
propriedade privada).

Não havia afirmação enquanto Indígenas, eles eram obrigados a negar sua
própria cultura. E a Constituição Federal permite que eles se afirmem, que
afirmem seus direitos e seu lugar. Eles começam a demandar política, que
começam a ser implementadas e a marcação de território começa a acontecer.
Então ele explica sobre o processo demarcatório, que a demarcação traz
segurança jurídica.

Termina a palestra informando que a reação contra esses direitos são muito
grandes e que a solução para isso é entender que é certo que o Estado
favoreceu os particulares na posse das terras indígenas e que poderia sim ser
falado em indenização, porque essas pessoas estavam de boa fé, e seria
responsabilidade do Estado. Mas essa discussão não deve ser na parte da
Constituição que determina sobre Direito Territorial Indígena, porque tentar
projetar esse embate indenizatório nesse direito não seria certo, é um debate
que deve acontecer, mas não ligado aos direitos indígenas.

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