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REPÜBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DI'ÃRIO ACIONAL
SEÇÃO I
. ANO XXXVI - N9 096 CAPITAL FEDERAL. QlJINTA"FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 1981

CÂMARA DOS DEPUTADOS

SUMÁRIO
1 - ATA DA 96' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVA DA 46' tuição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislati-
LEGISLATURA EM 26 DE AGOSTO DE 1981. va; e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças, pela
aprovação.
EXTRAORDINÁRIA MATUTINA
Projeto de Lei n 9 3.588-A, de 1980 (do Senado Federal) - Institui o
I - Abertura da Sessão Dia Nacional de Defesa da Fauna; tendo pareceres: da Comissão de Cons-
SESSÃO SOLENE tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislati-
va; e, da Comissão de Agricultura e Política Rural, pela aprovação.
SEMANA DO EXCEPCIONAL
ORADORES - CARLOS SANTOS, SIMÁO SESSIM, DARIO PROJETOS APRESENTADOS
TAVARES. JG DE ARAOJO JORGE; BENEDITO MARCILIO, JOR-
Projeto de Lei n9 5.067, de 1981, (do Sr. Maurício Fruet) - Institui o
GE CURY, RUI CODO.
Programa de Florestamento e Reflorestamento ao longo das Rodovias e
PRESIDENTE - Solidariedade da mesa às homenagens prestadas
Ferrovias.
pela Câmara dos Deputados pela passagem da Semana do Excepcional.
Projeto de Lei n9 5.077, de 1981 (do Senado Federal) - Dispõe sobre
2 -ATA DA 97'SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATiVA DA 46' a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança
LEGISLATURA EM 26 DE AGOSTO DE 1981. do Trabalho, a profissão de Técnico deSegurançá do Trabalho e dá ou-
tras providências.
I- Abertura da Sessão . Projeto de Lei n9 5.078, de 1981 (do Senado Federal) - Autoriza o
li - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior Senhor Presidente da República a conceder pensão especial.
11I - Leitura do Expediente
REQUERIMENTO IV - Pequeno expediente

Do Sr. Carlos Wilson. ERASMO DIAS - Pesmentido de notícia veiculada pela imprensa,
atrihuindo ao orador a indicação do responsável pelo seqilestro do Prof.
COMUNICAÇÜES Dalmo Dallari.
- Do Sr. Carlos Wilson, sobre seu desligamento do Partido Popular, ANTONIO ZACHARIAS - Situação dos representantes comerciais
ao qual havia se filiado; autônomos.
- Dos Srs. Angelino Rosa, Haroldo Sanford, Mauricio Fruet e ACÁCIO PEREIRA - Destaque de parte da arrecadação do Impos-
Ubaldo Barém, comunicando que se ausentarão do País. to de Renda para complementação da receita orçamentária da Previdência
Social.
TELEGRAMA DJALMA MARINHO - Falecimento do Deputado potiguar De-
Do Sr. Moreira Alves, Presidente em exercício do Tribunal Superior mócrito de Souza Paiva.
Eleitoral. IRANILDO PEREIRA - Empréstimo contraído pelo Governo do
Ceará para construção de aeroporto em Juazeiro do Norte.
PROJETOS A IMPRIMIR VICTOR FACCIONI - NeéroIógio do Dr. João Dêntice.
Projeto de Lei n9 760-B, de 1979 (da Comissão de Constituição e Jus- PEDRO'COLLIN - Revisão dos critérios para concessão de bolsas.
tiça) - Redação para 2' discussão do Projeto de Lei n 9 760-A, de 1979, de estudo pelo PEBE aos trabalhadores agrícolas.
que "introduz alterações no Plano Rodoviário Nacional, no que diz res- MANOEL OSEAS - Imposição de multa nos estacionamentos de
peito ao traçado da BR-359". veículos da Câmara dos Deputados..
Projeto de Lei n9 2.355-A, de 1979 (do Sr. Jorge Paulo) - Altera a re- JOSE DE CASTRO COIMBRA - Fechamento de escolas mantidas
dação do art. 39 da Lei n 9 5.869, de I I de dezembro de 1972, para o fim de pelo Serviço Sbcial da Indústria - SESI - no Estado de São Paulo.
garantir ao empregado doméstico o direito à gratificação natalina instituí· DANIEL SILVA - Criaçào de Junta de Conciliação e Julgamento
da pela Lei n9 4.090, de 1962; tendo pareceres: da Comissão de Consti- em Campo Grande, Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.
8430 Quinta-feira 27 DJÁRJO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

ANTONIO FLORENCIO - Atuação do Ministro Jair Soares, da CELSO PEÇANHA - Inauguração, em Brasília, de estação de tele-
Previdência e Assistência Social. visão da Rede Capital de Comunicações. 6' Convenção Nacional do Mi-
RUY CODO - Manutenção do feriado nacional consagrado a Nos- crofilme. .
sa Senhora Aparecida. MAURICIO FRUET - Nova sistemática de pagamento dos benef'í-
HENRIQUE TURNER - Manutenção do feriado nacional consa- cios do PIS-PASEP. '
grado a Nossa Senhora Aparecida. CARDOSO FREGAPANI - Necessidade de expedição de normas
AURÉLIO PERES - Campanha do Movimento Contra a Carestia para aplicação da Portaria n9 2.576, do Ministério da Previdência e Assis-
pelo congelamento dos preços de bens e serviços. tência Social.
TIDEI DE LIMA - Transporte urbano em São Paulo. LUCrA VIVEIROS - Política habitacional brasileira.
PINHEIRO MACHADO - Atuação da Ordem dos Advogados do EDISON KHAIR - Negativa de utilização do Teatro João Caetano
Brasil, Seção do Piauí. pelo Ballet Palestino.
JUAREZ FURTADO - Sindicalização do servidor público. AROLDO MOLETTA - Criação do Programa de Saneamento Ru-
SARAMAGO PINHEIRO - Necessidade de criação de Subdelega- ral, no Estado do Paraná.
cÍa do Ministério do Trabalho em Itaperuna, Estado do Rio de Janeiro. JULIO COSTAMILAN - Extinção dos partidos políticos.
Posicionamento do Diretório Municipal do PDS em Itaperuna em face do JOAO HERCULINO - Inauguração, em Brasília, de estação de te-
Governo Estadual. levisão da Rede Capital de Comunicações.
IGO LOSSO - Abertura dos cassinos no Brasil. OCTÃVIa' TORRECILLA - Obtenção de gás para consumo resi-
ALCIR PIMENTA - Inauguração de Unidade Auxiliar de Cuida- dencial, a partir do aproveitamento do lixo.
dos Primários de Saúde, Santa Margarida, Rio de janeiro, Estado do Rio GERALDO GUEDES (Retirado pelo orador para revisão.) - Abas-
de Janeiro. tecimento de água das cidades ribeirinhas ao rio São Francisco.
JOSE RIBAMAR MACHADO - Memorial do Sindicato Rural de ARTENIR WERNER- Fundação da Associação Nacional dos
Alta Floresta, Mato Grosso, a respeito da incidência de taxa de contri- Ministros, Conselheiros e Auditores dos Tribunais de Contas.
buição sobre a produção de cacau. ALCIDES FRANCISCATO - Depredação de ônibus em Salvador,
JOEL VIVAS - Indefinição da legislação eleitoral. Estado da Bahia.
OCTAClLIO QUEIROZ - Necrológio do Dr. Firmino Aires Leite. SAMIR ACHÇlA - Regulamentação da profissão de Fonoaudiólo-
AUDÁLIO DANTAS - Privatização do ensino. go.
DIOGO NO MURA - Remuneração e carga horária dos cirurgiões- ANTONIO UENO - Incentivos à indústria têxtil paranaense.
dentistas. ATHIE COURY - Administração do Prefeito Paulo Gomes Barbo-
DARCILIO AYRES - Problemática social, urbana e administrativa sa, Santos, Estado de Sào Paulo.
de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro. arOIA JUNIOR - Administração Reinaldo de Barros, Sào Paulo,
JORGE PAULO - Entrevista do 'Secretário-Geral da CEPLAC Estado de São Paulo.
sobre a importância lia cultura cacaueira. PACHECO CHAVES"":'" Reformulações na política saJáriaJ e tribu-
NAVARRO VIEIRA FILHO - Atuação do Ministro Jair Soares, tária.
da Previdência e Assistência Social. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Apelo do Presidente da Re-
ROBERTO FREIRE - Denúncias e reivindicações dos colonos do pública à pacificação política nacional.
Perímetro irrigado Moxotó, em Ibimirim, Estado de Pernambuco. LEo SIMOES - Apelo do Presidente da República à pacificação
CRISTINA TAVARES - Represálias e intimidações contra a popu- política nacional.
lação de Santa Cruz da Baixa Verde, Município de Triunfo, Estado de AIRON RIOS - Ação dos tecnocratas.
Pernambuco. MAC DOWELL LEITE DE CASTRO - Dia do Soldado.
FERNANDO CUNHA - Atraso no pagamento dos professores de V- Grande expediente
Goiás.
MENDONÇA NETO - Desemprego.
ALBERTO GOLDMAN - Ordem do Dia do Ministro do Exército,
CLÃUDIO STRASSBURGER - Vicissitudes e pontecialidades da
por ocasião do transcurso do Dia do Soldado.
agropecuária sul rio-grandense.
JOEL LIMA - Suprçssão das atividades dos cobradores de ônibus.
INOcENCIO OLIVEIRA - Soluções para a crise da Previdência VI - Ordem do Dia
Social. ROQUE ARAS, OLIVIR. GABARDO, AROLDO MOLETTA,
EVANDRO AYRES DE MOURA - Melhor tratamento governa- TELMO KIRST, LEITE SCHMIDT, ÁLVARO DIAS, CARLOS SAN-
mental para o Nordeste. . TOS; ADHEMAR GHISI, JORGE PAULO, CRISTINA TAVARES,
NiLSON GiBSON - Remuneração dos engenheiros-agrônomos do PEIXOTO FILHO, HENRIQUE EDUARDO ALVES, PACHECO
Serviço Público. CHA VES, MAC DOWELL LEITE DE CASTRO, LEo SIMOES, HEN-
SIQUEIRA CAMPOS - Dia do Soldado. RIQUE TURNER - Apresentação de proposições.
JERONIMO SANTANA - Sustação do despejo de posseiros em ALCEU COLLARES - Comunicação, como Líder, sobre a expe-
CacoaI, Rondônia. diçào de nota oficial em que o PDT manifesta solidariedade ao Governo e
ANTONIO RUSSO - Administração da Previdência Social. povo de Angola, em face de invasão desse país pela África do Sul.
PEIXOTO FILHO - Dia do Soldado. PEIXOTO FILHO - Comunicação, como Líder, sobre a disposiçào
OSVALDO MELO - Atividades da União Brasileira de Escoteiros. do Presidente da República de retirar Municípios fluminenses do elenco
-ADHEMAR GHISI - Centenário de fundação de Vargem do Ce- de áreas declaradas de interesse para a segurança nacional.
dro, Município de São Martinho, Estado de Santa Catarina. JORGE VIANNA - Comunicação, como Líder, sobre a insatis-
BENEDITO MARCIUO - Semana do Excepcional. fação popular decorrente do aumento do custo de vida e do desemprego;
OSMAR LEITAo - Regularização da situação empregatícia de ser- tclegrama cm que a Executiva Nacional do PMDB revela suas preocu-
vidores da Previdência SociaLcont~atados pelo regime da CLT e dos em- pações ao Ministro da Justiça em face da anunciada suspensão dos ser-
pregados de empresas prestadoras de serviço. viços de assistência aos agricultores acampados em Ronda Alta, Rio
Grande do Sul.
CARDOSO DE ALMEIDA - Exportação de algodão pelo Brasil.
JG DE ARAOJO JORGE - Comunicação, como Líder, sobre
. JORGE ARBAGE - Escolha do empresário Benedito Mutran Filho eleições na Associação Médica Brasileira - AMB.
para Diretor Regional da Associação dos Empresários da Amazônia. BONIFACIO DE ANDRADA - Comunicação, como Líder, sobre
WALDMIR BELINATI - Concessão do 139 salário ao funcionalis- medidas adotadas pelo Governo da Bahia no interesse da ordem pública;
mo público. afastamento de servidores motivado por dificuldades financeiras da Pre-
JORGE GAMA - Reivindicações de associações de conjuntos hahi- feitura de Juiz de Fora, Minas Gerais.
tacionais do Estado do Rio de Janeiro junto ao BNH. RUBEM DOURADO - Comunicação, como Líder, sobre eleições
DilUO DOS SANTOS - Reivindicações dos moradores da Rua na Associação Médica Brasileira - AMB; relacionamento dos distúrbios
São Carlos, Ri~ de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro. sociais - com dificuldades no processo político.
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8431

BONIFACIO DE ANDRADA _. Comunicação, como Líder, sobre Projeto de Lei n9 204-A, de 1979, que fixa os níveis máximos permissí-
a determinação presidencial de assegurar a normalidade do processo polí- veis de sons e ruídos produzidos por veículos automotores, regúla a fabri-
tico brasileiro. cação e o us!? de acessórios que especifica, e dá outras providências. (Do
RUBEM DOURADO - Questão de ordem sobre divergências de Sr. Salvador Julianelli.) - Adiada a discussão por dez sessões.
opiniões entre o Líder do PDS e o porta-voz da Presidência da República Projeto de Lei n9 1l7-A, de 1979, que concede a toda pessoa I1sica'não
relativamente ao processo político brasileiro. amparada pela Previdência Social o direito de filiar-se ao Instituto Nacio-
BONIFÃCIO DE ANDRADA _. Comunicação, como Líder, sobre nal de Previdência Social como contribuinte facultativo, e dá outras provi-
a condução do processo de abertura democrática. dências. (Do Sr. Victor Faccioni.) - Adiada a discussão por dez sessões.
PAULO LUSTOSA (Como Líder Retirado pelo orador para revisão.) Projeto de Lei n9 134-A, de 1979, que dispõe sobre a não incidência de
- Política econômica e social do Governo. correção monetária nos encargos para aquisição de casa própria, nas con-
MARCELLO CERQUEIRA (Como Líder. Retirado pelo orador.para dições que menciona, e dá outras providências. (Do Sr. Daso Coimbra)-
revisão.) - Reestruturação da ordem política e social do País. Adiada a discussão por dez sessões.
Projeto de Lei n9 :401-A, de 1979, que dispõe sobre o horârio de fun-
JOÃO MENEZES(Como Líder. Retirado pelo orador para revisão.)
cionamento de bibliotecas que recebem recursos da União. (Do Sr. Ulys-
- Contexto econômicô e social do País.
ses Guimarães.) - Rejeitado.
BONIFACIO DE ANDRADA - Comunicação, como Líder, sobre Projeto de Lei n9 2.516-A, de 1979, que dispõe sobre o advogado dati-
o caráter retórico do discurso do Deputado Marcello Cerqueira. vo, modificando artigo do Estatuto da Ordem do Advogados do Brasil,
PAULINO CICERO DE VASCONCELLOS (Como Líder.) - Lei n9 4.215, de 27 de abril de 1963. (Do Sr. Alípio Carvalho.) - Aprova,
Transporte coletivo urbano. do.
FERNANDO COELHO, PAULINO CICERO DE VASCONCE- VII - Designação da ordem do dia
LOS - Encaminhamento de votação do Projeto de Lei n9 2.516-A, de VIII - Encerramento
1979.
Diswrso 'da Deputada Cristina Tavares, no Grande Expediente da
Projeto de Lei n9 4.386-A, de 1981, que acrescenta parágrafos ao art.
sessão de 20-8-81: Desenvolvimento do Vale do rio São Francisco.
134 do Código Civil, instituído pela Lei n9 3.071, de 19 de janeiro de 1916.
Discurso do Deputado Geraldo Guedes, no Pequeno Expediente, da
(Do Senado Federal.) - Adiada a discussão por cinco sessões.
sessão de 21-8-81: Não-inclusão da energia solar e da energia eólica na
Projeto de Lei nl' 1.671-A, de 1975, que estabelece o salário mínimo
Política Nacional de Energia.
profissional dos formados em Ciências Econômicas e Contábeis.-
Discurso do Deputado Geraldo Guedes, no Pequeno Expediente da
Rejeitado.
sessão de 25-8-81: Crise na agroindústria açucareira pernambucana.
Projeto de Lei n9 137-A, de 1979, que altera o art. 29 da Lei n9 6.168,
de 9 de dezembro de 1974, que criou o Fundo de Apoio ao Desenvolvi- 3 - MESA (Relação dos membros)
mento Social- FAS.(Do Sr. Adhemar Ghisi.)-Adiada a discussão por 4 - LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTIDOS (Relação dos
cinco sessões, membros) .
Projeto de Lei n9 180-A, de 1979, que dispõe sobre o exercício dapro- 5 - COMISSOES (Relação dos membros das Comissões Permanen-
fissão de carteiro. (Do Sr. Octávio Torrecilla.) - Rejeitado. tes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA 96~ SESSÃO - PDS; Luiz Rocha - PDS; Marão Filho - PDS; Nàgib Haickel - PDS;
Temístocles Teixeira; Victor Trovão - PDS; Vieira da Silva - PDS.
EM 26 DE AGOSTO DE, 1981
Piauí
EXTRAORDINÁRIA MATUTINA Carlos Augusto - PP; Correia Lima - PDS; Hugo Napoleão - PDS;
Joel Ribeiro - PDS; Ludgero Raulino - PDS; Milton Brandão - PDS;
PRESIDENCIA DO SR.:
Paulo Ferraz - PDS; Pinheiro Machado - PP.
NELSON MARCHEZAN, Presidente.
Às 10:00 horas comparecem os Senhores: Ceará
Adauto Bezerra - PDS; Antônio Morais"- PP; Cesário Barreto -
Nelson Marchezan
PDS; Claudino Sales - PDS; Cláudio Philomeno - PDS; Evandro Ayres de
Haroldo Sanford
Moura - PDS; Flávio Marcílio - PDS; Furtado Leite - PDS; Gomes da
Freitas Nobre
Silva - PDS; Haroldo Sanford - PDS; Iranildo Pereira - PMDB; Leorne
Furtado Leite
Belém -. PDS; Manoel Arruda - PMDB; Manoel Gonçalves - PDS; Mar-
Carlos Wilson
celo Linhares - PDS; Mauro Sampaio - PDS; Ossian Araripe - PDS; Paes
José Camargo
Paes de Andrade de Andrade - PMDB; Paulo Lustosa - PDS; Paulo Studart - PDS.
Simão Sessim Rio Grande do Norte
Joel Ferreira
Antônio Florêncio - PDS; Carlos Alberto - PDS; Djalma Marinho-
Lúcia Viveiros
PDS; Henrique Eduardo Alves - PP; João Faustino - PDS; Pedro Lucena
Jackson Barreto
- PP; Vingt Rosado - PDS; Wanderley Mariz - PDS.
Acre
Paraíha
Aluízio Bezerra - PMDB; Amilcar de Queiroz ...,:·PDS; Nabor Júnior
- PMDB; Nosser Almeida - PDS; Wildy Vianna - PDS. Adernar Pereira - PDS; Ãlvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Gomes-
PDS; Antônio Mariz - PP; Arnaldo Lafayette - PMDB; Carneiro Arnaud
Amazonas
- PP; Ernani Satyro - PDS; Joacil Pereira - PDS; Marcondes Gadelha -
Joel Ferreira - PDS; Josué de Souza - PDS; Mário Frota - PMDB; PMDB; Octacílio Queiroz - PMDB; Wilson Braga - PDS.
Rafael Faraco - PDS; Ubaldino Meirelles - PDS; Vivaldo Frota - PDS.
Pará Pernambuco
Antônio Amaral- PDS; Brabo de Carvalho - PMDB; Carlos Vinagre Airon Rios - PDS; Augusto Lucena - PDS; Carlos Wilson - PP;
- PMDB; João Menezes - PP; Jorge Arbage - PDS; Lúcia Viveiros - PP; Cristina Tavares - PMDB; Fernando Coelhp - PMDB; Fernando Lyra -
Manoel Ribeiro - PDS; Nélio Lobato - PP; Osvaldo Melo - PDS; Sebas- PMDB; Geraldo Guedes - PDS; Inocêncio Oliveira - PDS; João Carlos de
tião Andrade - PDS. Carlí - PDS; Joaquim Guerra - PDS; José Carlos Vasconcelos - PMDB;
José Mendonça Bezerra - PDS; Josias Leite - PDS; Marcus Cunha -
Maranhão PMDB; Milvernes Lima - PDS; Nilson Gibson - PDS; Osvaldo Coelho.,...
Edison Lobão - PDS: Edson Vidigal - PP; Epitácio Cafeteira - PDS; Pedro Corrêa - PDS; Ricardo Fiúza - PDS; Roberto Freire -
PMDB; Freitas Diniz - PT; João Alberto - PDS; José Ribamar Machado PMDB; Sérgio Murilo - PDT; Thales Ramalho - PP.
8432 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

Alagoas PDS; João Arruda --" PDS; João Cunha - PMDB; Jorge Paulo - PDS; José
Albérico Cordeiro - PDS; Antônio Ferreira - PDS; Geraldo Bulhões; Camargo - PDS; José de Castro Coimbra - PDS; Maluly Netto - PDS;
José Alves - PDS; José Costa - PMDB; Mendonça Neto - PMDB; Mu- Mário Hato - PMDB; Natal Gale - PDS; Octacílio Almeida - PMDB;
rillo Mendes - PMDB. Octávio TorrecilJa - PDS; Pacheco Chaves - PMDB; Pedro Carola -
PDS; Ralph Biasi - PMDB; Roberto Carvalho - PDS; Ruy Côdo -
Sergipe PMDB; Ruy Silva - PDS; Salvador Julianelli - PDS; Samir Achôa -
Adroaldo Campos - PDS; Francisco Rollemberg - PDS; Jackson Bar- PMDB; Santilli Sobrinho - PMDB; Tidei de Lima - PMDB; Ulysses Gui-
reto - PMDB; Raymundo Diniz - PDS; Tertuliano Azevedo - PP. marães - PMDB; Valter Garcia - PMDB.
Bahia Goiás
Afrisio Vieira Lima - PDS; Angelo Magalhães - PDS; Carlos Adhemar Santillo - PMDB; Brasília Caiado - PDS; Fernando Cunha
Sant'Anna - PP; Djalma Bessa - PDS; Êlquisson Soares - PMDB; Fer- - PMDB; Francisco 'Castro - PMDB; Genésio de Barros - PMDB; Guido
nando Magalhães - PDS; Francisco Benjamim - PDS; Francisco Pinto - Arantes - PDS; Hélio Levy - PDS; Iram Saraiva - PMD B; Iturival N asci-
PMDB; Henrique Brito - PDS; Hildérico Oliveira - PMDB; Honorato mento - PMDB; José Freire - PMDB; Manoel Oséas - PDS; Paulo Bor-
Vianna - PDS; Horácio Matos - PDS; João Alves - PDS; Jorge Vianna ges - PMDB; Rezende Monteiro - PDS; Siqueira Campos - PDS.
- PMDB; José Amorim - PDS; José Penedo - PDS; Leur Lomanto-
Mato Grosso'
PDS; Manoel Novaes - PDS; Marcelo Cordeiro - PMDB; Menandro Mi-
nahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; Odulfo Domingues - PDS; Prisco Via- Bento Lobo - PP; Carlos Bezerra - PMDB; Corréa da Costa - PDS;
na - PDS; Raymundo Urbano - PMDB; Rogério Rego - PDS; Rômu!o Cristino Cortes - PDS; Gilson-de Barros - PMDB; Júlio Campos - PDS;
Galvão ~ PDS; Roque Aras - PMDB; Ruy Bacelar - PDS; Stoessel Dou- Louremberg Nunes Rocha - PP; Milton Figueiredo - PP.
rado - PDS; Ubaldo Dantas - PP; Vasco Neto - PDS; Wilson Falcão - Mato Grosso do Sul
PDS.
Antônio Carlos de Oliveira - PT; João Câmara - PMDB; Leite Schi-
Espírito Santo midt - PP; Ruben Figueiró - PP; Ubal,!o Barém.- PDS; Walter de Castro.
Christiano Dias Lopes - PDS; Feu Rosa - PDS; Gerson Camata - Paraná
PMDB; Luiz Baptista - PP; Mário Moreira - PMDB; Max Mauro -
Adolpho Franco - PDS; Adriano Valente - PDS; Ãlvaro Dias -
PMDB; Theodorico Ferraço - PDS; Walter de Prá - PDS.
PMDB; Alípio Carvalho - PDS; Amadeu Geara - PMDB; Antônio Anni-
Rio de Janeiro belli - PMDB; Antônio Mazurek - PDS; Ary Kffuri - PDS; Aroldo Mo-
letta - PDS; Borges da Silveira - PP; Braga Ramos - PDS; Ernesto
Alair Ferreira,- PQS; Alcir Pimenta - PP;Ãlvaro Valle -'- PDS; Célio
DaIl'Oglio - PMDB; Euclides Scalco - PMDB; Heitor Alencar Furtado -
Borja - PDS; Celso Peçanha - PMDB; Daniel Silva - PP; Darcílio Ayres
PMDB; Hélio Duque - PMDB; Hermes Macedo - PDS; Igo Losso -
- PDS; Daso Coimbra - PP; Délio dos Santos - PMDB; Edison Khair-
PDS; halo Conti - PDS; Lúcio Cioni - PDS; Mário Stamm - PP; MaurÍ-
PMDB; Felippe Penna - PMDB; Florim Coutinho; Hydekel Freitas -
cio Fruet - PMDE; Nivaldo KrUger - PMDB; Norton Macedo - PDS;
PDS; Joel Lima - PP; Joel Vivas - PP; JG de Araújo Jorge - PDT;)orge
Olivir Gabardo - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; Paulo Marques -
Cury - PTB; Jorge Gama - PMDB; Jorge Moura - PP; José Bruno - PP;
PMDB; Paulo Pimentel - PDS; Pedro Sampaio - PP; Roberto Galvani -
José Frejat - PDT; José Maria de Carvalho - PMDB; José Maurício - PDS; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB; Vilela de Magalhães - PTB;
PDT; José Torres - PDS; Lázaro Carvalho - PP; Léo Simões - PDS; Leô-
Walber Guimarães - PP; Waldmir Belinati - PDS.
nidas Sampaio - PP; Lygia Lessa Bastos - PDS; Mac Dowell Leite de Cas-
tro - PP; Marcello Cerqueira - PMDB; Marcelo Medeiros - PP;Márcio Santa Catarina
Macedo - PP; Miro Teixeira - PP; Modesto da Silveira - PMDB; Osmar Acácio Pcrcira - P~fDB; Adhemar Ghisi - PDS; Angelino Rosa -
Leitão - PDS; Oswaldo Lima - PP; Paulo Rattes - PMDB; Paulo Torres PDS; Arnaldo Schmitt - PP; Artenir Werner - PDS; Ernesto de Marco -
- PP; Pedro Faria - PP; Peixoto Filho - PP; Rubem Dourado - PP; Ru- PMDB' Evaldo Amaral - PDS; Francisco Libardoni - PMDB; João Li-
bem Medina - PDS; Saramago Pinheiro ~ PDS; Simão Sessim - PDS; nhares ~ pp, José Thomé - PMDB' Juarez Furtado - PMDB' Luiz Cechi-
Walter Silva - PMDB. neI - PT; Mendes de Melo - PP; Nelson Morro - PD' Pedro Conin -
Minas Gerais PDS; Victor Fontana - PDS.
Aécio Cunha - PDS; Altair Chagas - l?DS; Antônio Dias - PDS; Ba- Rio Grande do Sul
tista Miranda - PDS; Bento Gonçalves - PP; Bias Fortes - PDS; Bonifá- Alceu Collares - PDT; Aldo Fagundes - PMDB; Alexandre Machado
cio de Andrada - PDS; Carlos Cotta - PP; Castejon Branco - PDS; Chris- - PDS; Ary Alcântara - PDS; Cardoso Fregapani - PMDB; Carlos Chia-
tóvam Chiaradia - PDS; Dado Tavares - PP; Delson Scarano - PDS; Ed- relli - PDS; Carlos Santos - PMDB; Cláudio Strassburger - PDS; Darcy
gard Amorim - PMDB; Edilson Lamartine Mendes - PDS; Fued Dib - Pozza - PDS; Eloar Guazzelli - PMDB; Eloy Lenzi - PDT; Emídio Pe-
PMDB; Genival Tourinho - PDT; Hélio Garcia - PP; Homero Santos - rondi - PDS; Fernando Gonçalves - PDS; Getúlio Dias - PDT; Harry
PDS; Hugo Rodrigues da Cunha - PDS; Humberto Souto - PDS; Jairo Sauer - PMDB; Hugo Mardini - PDS; Jairo Brum - PMDB; João Gilber-
Magalhães - PDS; João Herculino - PMDB; Jorge Ferraz - PP; Jorge to - PMDB; Jorge Uequed -:- PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Lidovi-
Vargas - PP;José Carlos Fagundes - PDS; Juarez Batista - PP; Júnia Ma- no Fanton - PDT; Magnus Guimarães - PDT; Nelson Marchezan- PDS;
rise - PMDB; Leopoldo Bessone - PP; Luiz Baccarini -PP; Luiz Leal- Odacir Klein - PMDB; Pedro Germano - PDS; Rosa Flores - PMDB;
PP; Luiz Vasconcellos - PDS; Magalhães Pinto- PP; Melo Freire - PP; Telmo Kirst - PDS; Túlío Barcellos - PDS; Victor Faccioni - PDS; Wal-
Moacir Lopes - PDS; Navarro Vieira Filho - PDS; 'Newton Cardoso - dir Walter - PMDB.
PP; Paulino Cícero de Vasconcelos - PDS; Pimenta da Veiga - PMDB;
Amapá
Raul Bernardo - PDS; Renato Azeredo - PP; Ronan Tito - PMDB; Ro-
semburgo Romano - PP; Sérgio Ferrara - PP; Sílvio Abreu Jr. - PP; Antônio Pontes - PDS; Paulo Guerra - PDS.
Tarcísio Delgado - PMDB; Telêmaco Pompei - PDS; Vicente Guabiroba Rondônia
- PDS. Isaac Newton - PDS; Jerônimo Santana - PMDB.
São Paulo Roraima
Adalberto Camargo -,- PDS; Airton Sandoval- PMDB; Airton Soares Hélio Campos - PDS; Júlio Martins - PDS.
- PT; Alcides Franciscato - PDS; Alberto Goldman - PMDB; Antônio
U- O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Havendo número re-
Morimoto - PDS; Antônio Russo - PMDB; Antônio Zacharias - PDS;
gimental declaro aberta a Sessão.
Athiê Coury - PDS; Audálio Dantas - PMDB; Aurélio Peres - PMDB;
Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.
Baldacci Filho; Benedito Marcílio - PT; Bezerra de Melo - PDS; Caio
Destina-se a presente Sessão a assinalar a passagem da "Semana Nacio-
Pompeu - PP; Cantídio Sampaio - PDS; Cardoso Alves - PMDB; Cardo-
so de Almeida - PDS; Carlos Nelson - PMDB; Del Bosco Amaral - nal do Excepcional".
Concedo a palavra ao Sr. Carlos Santos, autor do requerimento e que fa-
PMDB; Diogo Nomura - PDS; Erasmo Dias - PDS; Flávio Chaves -
lará em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
PMDB; Francisco Leão - PDS; Francisco Rossi - PDS; Freitas Nobre-
PMDB; Gióia Júnior - PDS; Henrique Turner - PDS; HerbertLevy- PP; O SR. CARLOS SANTOS (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discur-
Horácio Ortiz - PMDB; Israel Dias-Novaes - PMDB; Jayro Maltoni - so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ilustres representações aqui presentes,
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiiu I) ()uinta-feira 27 8433

meus Srs. e minhas Sras., se em si mesma a Semana Nacional do Excepcional, classificou a todos de excepcionais: deficientes físicos, auditivos, sensoriais,
que transcorre de 21 a 28 de agosto, é um momento que se renova a cada ano mentais e os superdotados fugindo, todos, aos padrões de normalidade acei-
na evocação emotiva da~ forças sensoriais da nossa gente em favor daqúeles tos pela sociedade.
que são diferentes de nós, porque são excepcionais, neste anos de 81, encrava- Ademais, avulta, sempre, a completa ausência de consciência em relação
da dentro do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, seu significado au- ao conjunto de necessidades e de direitos inerentcs aos excepcionais, porque
menta e se agiganta no aceno aos nossos irm'ãos que nasceram para o mundo entre as suas principais casualidades - acidentes de trânsito, acidentes vascu-
já marcados com o aguilhão angustiante da excepcionalidade. O evento não lares cerebrais, paralisia infantil e acidentes de parto - geralmente se ignora
pede ncm cxigc tão só celebrações mais ou mcnos ruidosas, oratória eivada de' a desnutrição infantil, determinante da deficiência mental, a qual se associa à
pieguice ou postura caritativa diante da desgraça alheia. pobreza e à miséria do nosso povo.
O que se impõe é aguardar e viver a Semana Nacional do Excepcional Vejamos. por exemplo, a relação que cxiste entre pobreza e excepcionali-
como uma advertência periódica em torno do que foi feito, ou poderá se fazer dade, expressa numericamente: enquanto existem no Brasil cerca de 30 mi-
em prol da integração, de fato, do excepcional no grêmio social. mercê do lhões de menores cmentes, há outros 30 milhões de excepcionais, dos quais
aproveitamento de suas facuidades disponíveis e restantes, dentro do realis- mais de um milhão usam muletas; cerca de 160 mil usam braços ou pernas ar-
mo malsào da excepcionalidade. Depois da mulher e da criança, chegou final- tificiais; 4 milhões são dcficientes cardíacos; e 20 milhões possuem lcsões pcr-
mente a vez da pessoa deficiente ter o seu Ano Internacional, instituído pela manentes que afetam o seu sistema muscular e órgãos sensoriais.
ONU. Agora, quc já varou o meio de ano, pode-se afirmar que estão plena- Ternos, portanto, um indice verdadeiramente alarmcnte de brasileiros
mente confirmados os nossos receios de que, a exemplo do ocorrido com que integram o, dramático exército dc 500 milhões de "anormais" ou "dife-
aquelas outras duas instituições, nada se fez em nosso País, de forma efetiva, rentes" espalhados pelo mundo, segundo estatísticas oficiais da ONU, o que
para minorar o angustiante problema dos !!ossos irmãos excepcionais. Já dá a desditosa média de aproximadamente 10 por cento de toda a população
agora, em termos de expectativa, nos é permitido falar em meio Ano Interna- existente no globo terrestre.
cional das Pessoas Deficientes. Seguramente que essc número é bem maior, tendo em vista o mascara-
Houve em verdade, muitos discursos, muitas reuniões, inúmeras provi- mento da rcalidade do excepcional no mundo, e a prova maior de que essa ex-
dências de cunho burocrático; muito espaço consumido pela imprensa e pelos ccpcionalidade está associada à pobreza e à miséria é o fato de que a imensa
meios de comunicaçào de massa, porém a prova maior da timidez com qué o maioria dos excepcionais se concentra nos países do chamado Terceiro Mun-
problema do excepcional é tratado no Brasil está no fato de que as próprias do.
entidades assistenciais, que recebem auxílios financeiros da Previdência So- Ao lado de providências oficiais para melhorar s condições físicas,
dal,tivcram a sua ajuda reduzida substancialmente. psíquicas e sociais do excepcional, através dc um conjunto de iniciativas espe-
Dcrloroso exemplo - além daqueles que aqui mesmo perto de nós con- ciais de natureza médico-psicossocial, defendemos um programa nacional de
frangem - é o da Escola Colibri, de alfabetização de crianças mongolóides, atividades laborativas para os que se encontram naquela situação dc excep-
em Fonte da Saudade, no Rio, com seus professores, psicólogos e diretora cionalidade, visto que o trabalho, além de representar uma terapia ocupacio-
postados na estrada a implorar, à guisa de pedágio, recursos financeiros para nal, possibilita a sua integração no ambiente social e realização econômica.
evitar a falência da Escola, cujo déficit mensal sobe a Cr$ 250.000,00.
Certo é, porém, que o desfraldar desta bandeira se dá num quadro de ex-
Devemos louvar, porém, e até mesmo por um dever de consciência, a vi- , trema competividade, em que a colocação dos considerados "normais" pela
toriosa promoção da TV Globo em todo o território brasileiro em favor dc sociedade já se afigura como difícil e complicada, c onde o furor consumerista
emprego para deficientes físicos e doação de córneas para o transplante de da industrialização pôs-guerra exige dos trabalhadores clevados índices de
olhos; e os csforços no âmbito do nosso poder, através da criação de Comis- produtividade.
são Especial destinada a examinar todos os projetos de lei sobre os excepcio-
De fato, esse quadro de alta compctição se acentua principalmente no
nais em tramitação no Congresso Nacional, apresentados nos últimos dez
momento em que verificamos, como ocorre presentemente, a demissão, de
anos.
uma só vez, de cinco mil trabalhadores na área do ABC paulista, representan-
O levantamento já realizado pela Comissão permittiu indicar a existência
do, do ponto de vista social o agravamento da situação doméstico-familiar de
de 126 proposições apresentadas, no referido período, sendo 9 projetos de lei
mais de trinta e cinco mil pessoas, demissõcs essas que se vão somar ao núme-
do Senado, entrando a Câmara Federal com as seguintes proposições: 2
ro conhecido de mais de um milhão de desempregados, principalmente num
Emendas Constitucionais; 4 Projetos de Lei Complementar e 111 Projetos de
Lci. ' país onde não existe o seguro-desemprego.
Sc um dos grandes direitos da vida é o direito ao trabalho, através do
Destas proposições, 16 são de nossa autoria, o que dá a média de 12 por
qual o cidadão contribui para a sociedade como elemento útil e capaz dc ob-
cento do total de proposiçõcs apresentadas sobre o assunto no congresso Na-
cional, relativamente à situação s6cio-econâmica das pessoas excepcienais. ter a sua independência econômica; trabalhar deveria ser condição essencial
na sociedade em que vivemos, mas condições para todos, inclusive para o ex-
E aqui não poderíamos deixar de fazer novo registro sobre a dificuldade cepcional, que realiza o seu processo educativo qu,mdo se acha apto a ser in-
com que luta o legislador brasileiro para que possa cumprir a sua obrigação
corporado à força de trabalho na comunidade em que vive.
parlamentar, porque em meio a mais de uma centena de proposições apresen-
tadas no Congresso Nacional sobre este assunto, só a Emenda Constitucional Um dos requisitos fundamentais para a intcgração sócio-econômica do
n 9 12, de autoria do ilustre Deputado Thales Ramalho, logrou a aprovação. excepcional é o do desenvolvimento de seus atributos vocacionais, e onde es-
O resto tem ~do fulminado no setor do Legislativo no crivo de'inconstitucio- . tudos numerosos e pesquisas mostram a perspectiva de preparar a pessoa
nalidade po.r falta de competência do Poder. para o mundo produtivo do trabalho. Este requisito induz a que, no campo
Realmcnte, Sr. Presidente, tamanha é a dificuldade para encaminhar, no da educação dos cxcepcionais, a sua preparação para uma vida útil na comu-
Brasil, a solução da problemática do excepcional, que a criação literária chc- nidade dcve ser o objetivo prioritário nos programas de atendimento ao ex-
ga ao ponto de conceber uma história, de autoria de Marcos Rey, publicada cepcional.
no Folhetim, de 25 de janeiro deste ano, a qual, melhor do que tudo, espelha Sabe-se que pelo menos a décima parte de todas as crianças nascem com
bem a situação dos deficientes e dos superdotados. - ou adquirem - impedimentos de ordem física, mental, sensorial ou auditi-
Nessa historieta, Gino, um paraplégico, depois de muita indagação e va, ou ainda se constituem nos superdotados. A nào ser que Ihcs seja prestada
consultas, chega, finalmente, a uma conclusão sobre a profissão ideal para assistência c atenções especiais, essas excepcionalidades atuarão de forma a
uma pessoa que, como ele, apresenta uma deficiência física: Presidente da Re- interferir no seu desenvolvimento normal.
pública. Isto porque, segundo explica, "existe uma rampa no Palácio do Pla- Esses dados, obtidos em muitos países ou regiões, podem ser quantifica'-
nalto..." E o saber anedótico da referência nos traz à lembrança a grave ad- dos mais além - entre 15 ou 20 por cento de todas as crianças, dependendo
vertência do Tigre Imortal da Abolição: "somos um povo que ri quando de- das condições consideradas, definições qe deficiência utilizada, idade da po-
via chorar!" , pulação infantil cstudada c outros fatores.
Mas, se o problema do deficiente físico se apresenta com esta caracterís- A Organização Pan-Americana de Saúde procedeu, recentemente; a um
tica denunciada pelo escritor Marcos Rey - afinal, esta deficiência é de natu- trabalho estimativo da incidéncia, sob várias formas, dc dcficiências da popu-
reza objetiva - o que não dizer, então, do deficiente mental, que apresenta lação ger~l da América Latina, onde os pesos maiores encontrados estavam,
uma característica de natureza subjetiva. justamente, em problemas de locomoção e amputados, de um lado, e retarda-
Isto para não falar dos superdotados, que nem citados são embora, em do men'tal, d~ outro, seguindo-se, pela ordcm de peso, a cegueira, a surdez e o
verdade, seja impossível, a priori, estabelecer qual aquela categoria que se mutismo. a deficiência mental e, finalmente, a paralisia cerebral.
compõe de pessoas mais infelizes, resultando, portanto, mais uma vez, a ne- São, portanto, estes números, obtidos em fonte oficial c insuspeita, que
cessidade do reconhecimento ao mérito à Professare Helena Antipoff, que os autorizam a classificá-los todos sob uma única denominação: excepcional,
8434 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

não sendo possível requerer-se um grau de prioridade em relação a um dos ti- O excepcional esmagado pelo espetáculo da sua incapacidade - corno
pos que caracterizam a' excepcionalidade, mas antes, inevitam um tratamen- diria Wagner. "exerce uma função do mais alto valor; a sua fraqueza é urna
to/atendimento global. força de que os fortes carecem".
Assim, porém, o problema não vem sendo encarado em nosso país, por- Aqueles a quem uma anomalia física ou mental grave excluiu da ação so-
que existe a tendência, consciente ou não, deliberada ou não, de exarcebar a cial ordinária - diz ainda e pensador - "não está por isso excluido da hu-
problemática do deficiente físico, quase sempre em detrimento das pessoas manidadc".
portadoras dos outro~ tipos de excepcionalidade, e onde configuração maior É a verdade!
se dá em denominar-se, erroneamente, o Ano Internacional das Pessoas Defi- O excepcional é o "eterno e tocante protesto no coraçào da humanidade,
cientes, como "Ano Internacional do Deficiente Físico". contra o direito do mais forte".
Aliás, caso o Brasil tivesse o privilégio de sugerir uma denominação para Dentro da carência instituicional de suas atribuições, o Poder Legislati-
esse gigantesco esforço que está sendo feito, este ano, pela Organização das vo, esta Casa, tem feito O que lhe cabe, e é possível, desde que escancarando
Nações Unidas em favor das pessoas "diferentes", certamcnte que teria ofere- de par em par as suas portas, deixou ressoar aqui dentro o brado de alerta, o
cido a sugestão de Ano Internacional do Excepcional, porque esta definição apelo de compreensào da turba desolada dos excepcionais.
inclui o superdotado, que 'não pode ser considerado um deficiente. Corno se disse, mais de 120 projetos de leis abordando em vários prismas
Agora mesmo uma empresa portuária do Rio de Janeiro fez uma pro- o problema dos carenciados físicos e mentais, tramitam pelas nossas comis-
moção com a colaboração do DETRAN daquele Estado, cobrando de todos sões Permanentes e Técnicas; e o nobre Presidente da Câmara dos Deputa-
os motoristas que trafegaram pela Rua do Acre num determinado dia de se- dos, nosso eminente Colega Nelson Marchezan constituiu uma Comissào Es-
mana uma taxa de pedágio em favor dos deficientés físicos, cuja arrecadação pecial para ativar o andamento de todo aquele expediente, ainda dentro do
total foi entregue ao Clube dos Paraplégicos. Ano Internacional das Pessoas Deficientes.
E o apelo que estava sendo dirigido aos mqtoristas diziam textualmente O que é mistcr, o que se impõe, o que é imprescindível, é algo de objcti-
o seguinte: vo, concreto e determinante, em favor da execução, mais do que .palavras,
atos positivos e convincentes: A tentar recursos materiais nas fontes vivas
"Os promotorcs da cobrança de taxa de pedágio, o DETRAN e
onde se encontram, que afinal representam recursos do próprio Povo a res-
o Clube dos Paraplégicos pedem a todos os motoristas q1,1e não se
paldar de fato a ação assistencial de que tanto necessitam os que compõem a
neguem a pagar os Cr$ 50,(10, porque irão ajudar muito nesse Ano
grei excepcional.
Internacional do Deficiente Físico."
Insistindo, ruma santificante obstinação, na sugestão de medidas em fa-
Tudo, portanto, se resumiria numa escala de prioridades cm relação às vor do excepcional e de sua família, na sessão ordinária de hoje à tarde aprc-
pessoas excepcionais, mesmo contrariando os defensores de que no Brasil já sentarei mais uma proposição, desta vez destinando a renda líquida de um
vem sendo impossível ao Poder Público realizar o ortodoxo, porque aí equi- teste da Loteria Esportiva Federal à .Federação Nacional das APAEs.
vale a aceitar a tcsc de que primeir.o precisamos transformar o nosso país No momento em que já nos encontramos a quatro meses de encerramen-
numa nação desenvolvida para depois oferecer solução aos seus problemas to de 1981, declarado pela Organização das Nações Unidas, "Ano Interna-
sociais mais urgentes. cional da Pessoa Deficiente", constatamos, com o maior pesar, que nada de
Esta tese se nos afigura como sendo o carro-chefe dos que têm como úni- efetivo foi feito em nosso País que pudesse justificar, perante aquele organis-
co objetivo a obtenção de vantagens com a doença mental, porque a psiquia- mo internacional, a instituição de tão generoso celebração.
tria'em nosso país, como é sabido, constitui uma das indústrias mais lucrati- Loteria Esportiva Federal!
vas na área da saúde. Sei que vou tocar num tabú... mas ê bom que se declare não haver novi-
Aliás, assiste-se no momento a uma situação que melhor do que as pala- dade alguma na medida proposta; como poderá parecer a alguns apressados,
vras exemplificam o quc estamos afirmando:' cogita-se de efetuar cortes nos não se trata de iniciativa inédita nem privilegiante, eis qu~ existem três insti-
serviços previdenciários, especialmente no âmbito do INAMPS, da LBA, da tuições a que se destinam, por lei aprovada pelo Congresso Nacional, os re-
FUNABEM e de outras entidades assistenciais que têm uma gama muito cursos totais da renda líquida de um teste da Loteria Esportiva Federal, a sa-
grande de responsabilidade no atendimento do excepcional, tudo não passan- ber: a) - a Confederação Brasileira de Futebol, quando a Seleção vai partici-
do, portanto, do estabelecimento de prioridades. par na disputa de uma Copa do Mundo; b) - O Comitê Olimpíco Brasileiro,
a
Recorde-se que com implantação do Sistema Nacional de Previdência quandó o nosso País vai disputar as Olimpíadas; c) - a Cruz Vermelha Brasi-
e Assistência Social. o Programa de Assistência ao Excepcional -:- termo ofi- leira, que recebe o auxílio uma vez por ano. Acresce a circunstância, toda es-
cialmente adotado pcla Previdência Social - ficou sob a responsabilidade da pecial, de que o Decreto-lei n9 594, de 27-5-1969, que instituiu a Loteria Es-
LBA, porém sem modificação do seu objetivo fundamental:-melhorar as con- portiva Federal, já destina parte da renda .líquida dos testes para programas
dições físicas, psíquicas e sociais do excepcional, através de um conjunto de de assisténcia à família, à infância e a adolescência; para os programas de
mcdidas especiais de natureza médico-psicos-socia1. educação física e atividades esportivas; e para programa de alfabetização.
Ai está, pois, um lembrete, uma sugestão, um alvitre!
Caso, como se cogita, venham a ser efetuados cortes orçamentários na
área da Previdência Social - atingindo, portanto, a própria LBA de forma O que não podemos, em hipótcsc alguma, até mesmo por um princípio
de pátrio pundonor, é aceitar que no Brasil do fim do Séc. XX a mentalidade
inexorável- os programas de assistência ao excepcional no Brasil estarão ir-
dominante seja à mesma que imperava em Esparta, que tinha um enfoque
remediavelmente comprometidos, agravando ainda mais o dramático quadro
eminentemente eugênio e, por lei, interessava-se pela criança mesmo antes de
de atendimento sócio-econômico às pessoas portadoras de alguma excepcio-
seu nascimento.
nalidade.
Quando este nascimento ocorria, os pais ou responsáveis eram obrigados
Tais cortes - caso venham a ser efetivados - se afigurariam para o nos-
a levara criança ao Lisqueu, perante uma Comissão de Anciões, que dicidiria
so país como uma medida destinada a ter profundas repercussões negativas
o seu destino: ao belo, ao forte, ao bem formado e robusto, toda a proteção
junto aos organismus internacionais que se ocupam da problemática do ex-
cepcional, visto que eles viriam exatamente no Ano dedicado pela ONU aos do Estado; aos disformes e anormais, os monturos dos penhascos nos Apôpe-
deficientes, e quando as nossas autoridades se dizem empenhadas em procu- tas. Ou então, que regridamos aos tempos em que os excepcionais, à falta de
terminologia científica mais adequada, eram chamados de anormais, e agora
rar providências que possam ir ao encontro de minorar os problemas dos ex-
sem maior preocupação com um atendimento espedal, se não estão sendo
cepcionais.
lançados ao montLlro dos penhascos, continuam a ser depositados nos hospí-
É o drama da multidão de milhões e milhões de irmãos nossos queo des-
cios, onde os aguardam a morte precoce e desumana ou a promiscuidade avi-
tino impiedos11mente mutilou, física ou mentalmente.
lante.
É o saldo tenebroso da indiferença que angustia, do descaso que aflige, É por isso quc achamos mais atuais do que nunca as palavras iluminadas
do abondono que massacra e contra o que, todos nós, Povo e Governo, de- de Rui em sua "Oraçào aos Moços":
veríamos e precisamos reagir.
A idéia da nossa importância, da nossa inutilidade diante do Mal, deve- "A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desi-
ria atiçar e'm nós o espírito de rebeldia que o filósofo chamou dc·"mais alta gualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta
disciplina de caráter que fortalece a fé". desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que.se
Rebeldia contra os comodismos, a quietude a cumpliciadora, a insensibi- acha a verdadeira lei da igualdade. Tratar com desigualdade e
lidade mórbida diante da desgraça cxtrema; contra a protelação que se nutrc iguais. ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrantc e
nos escaninhos da tecnocracia. não ígualdade real".
Ágll!lto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8435

Da mesma forma - afirmamos nós - tratar com desigualdade aos ex- E não são poucos os casos em que, na condição de empregados, ficam
cepcionais seria não só desigualdade flagrante, mas inominável injustiça so- eles sujeitos a verdadeiros processos de exploração salarial, que os humilha,
cial. diminui e os impede de se rcalizarem profissionalmente, obrigando-os a pre-
Ao encerrarmos, cabe aqui uma palavra de louvor e exaltação a quantos ferirem outras situações, aparentemente cômodas, porém extremamente m'ais
encontram nos arraiais sem sol da excepcionalidade, o aceno mais vivo aos penosas e desagradáveis, tudo por culpa não só das empresas e dos emprega-
seus anelos de amor ao próximo, solidariedade cristã e vocação samaritana. dores, como da própria sociedade, que entende a presença do deficiente físico
São criaturas eleitas pela benquerença divina, para levarem ao império não basicamente como uma pessoa com possibilidades de uma produção nor-
da Dor o refrigério da compreensão e da grandeza humana dos Cirineus de mal, de acordo com as circunstâncias e com suas melhores aptidões, como,
todos os tempos, ajudando aos que mergulhados se encontram no oceano dos aliás, ocorre com qualquer outro indivíduo. Porque, a rigor, Sr. Presidente,
sofrimentos, da angústia e desespero, a levarem a cruz da Vida ao Gólgota da para apenas exemplificar, em atividades que requerem maior raciocínio, seja
SU\i desventura. na realização de cálculos, seja na preparação de outros trabalhos de natureza
Entre,eles, os Pais e Amigos dos excepcionais, congregados na beneme-
intelectual, a aptidão é exclusivamente de ordem mental, e nunca de habilida-
rência infindável das APAEs, e os d'enodados apóstolos do Bem Servir, agru-
de física.
pados sob a bandeira ampla das instituições Pestalozzi, e as beneméritas insti-
Pois. para esses casos, a decisão que se con,figura como unilateral
tuições reunidas sob a bandeira da Federação Brasileira das instituições Ex-
mostra-se desumana, cruel, insensível e pouco inteligente, porque se o defi-
cepcionais.
ciente não tem a capacidade ou a condição de ser um eclético, possui a incrí-
E aqui presente nas galerias vemos uma banda marcial formada por jo-
vel força de se especializar em determinada atividade, conseguindo com isso
vens surdo-mudos, que se guiam apenas pela vibração, provando como é
ótimos níveis de desempenho e de produtividade.
possível com paciência, com amor ao próximo, com espírito de solidariedade
E - é forçoso admitir - até mesmo a administração pública no País,
humana, trazer o excepcional também para o grêmio da sociedade, porque
através de certos órgãos, impõe, em algumas vezes e ao arrepio da lei, abusi-
nele, mais do que tudo, vibra e revibra a alma humana.
vas restrições para a admissão de deficientes, mesmo para cargos compatí-
No transcurso da Semana Nacional dos Excepcionais de 1981, a eles o
veis, o que, por sinal, motivou a mim apresentar Projeto de Lei que "proíbe
preito do·nosso respeito e da nossa comovida homenagem, o que faço, por ex-
qualquer restrição à nomeação ou admissão de portadores 'de deficiências físi-
pressa e honrosa delegação do eminente Líder da minha Bancada - e em
cas para cargos oufunções públicas compatíveis da Administração Federal".
nome dela - da Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
Nesse sentido, são perfeitamente válidas todas as iniciativas parlamenta-
(Palmas. O orador é cumprimentado.)"
res que intentem propor benefícios diretamente aos grupos dc deficientes e ex-
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a palavra ao Sr. cepcionais e àquelas pessoas e instituições que se dedicam ou que estão res-
Simão Sessim, que falará em nome do Partido Democrático Social. ponsáveis por sua formação e sobrevivência. até determinados limites de ida-
O SR. SIMÃO SESSIM (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)- de. Como também devem ser louvadas as iniciativas c decisões de órgãos e en-
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Convidados, o Ano Internacional das tidades que procurem desenvolver programas de atendimento e recuperação
Pessoas Deficientes tem ensejado uma refleJlão bastante profunda sobre todas das pessoas com deficiências físicas.
as implicações que lhes dizem respeito, fazendo com que os mais diferentes As campanhas de esclarecimento e conscientização como a que realiza
setores da sociedade brasileira compreendam melhor que o indispensável neste ano a Rede Globo de Televisão; por exemplo, assumem enorme impor-
para os deficientes físicos não é a ajuda paternalista, mas, ao contrário, a bus- tância pela amplitude de sua abrangência e pela maneira séria com que abor-
ca de igualdade de condições, no relacionamento com todos os outros grupos dam o assunto e algumas particularidades do seu equacionamento,
sociais. Há efetivamente sobre a matéria, Srs. Deputados, os mais diversos proje-
Realmente, o problema dos possuidores de deficiências físicas começa a tos de lei em tramitação no Congresso Nacional, alguns deles cuidando de
encontrar, por parte da sociedade brasileira, um tratamento novo, diferente, ampliar os abatimentos no imposto de renda para dependentes excepcionais
que resulta de uma concepção mais consciente e aberta com que instituições, - mesmo para os que não freqüentam escolas - sob a válida justificativa de
entidades, associações de classe, os poderes públicos, enfim, as próprias co- que essas pessoas acarretam cuidados e despesas especiais aos seus responsá-
munidades, passaram a encarar e reconhecer os direitos que possuem esses veis. Há outros que objetivam estabelecer a obrigatoriedade de as empresas
grupos de significativa percentagem em nossa população. reservarem, em seus quadros de empregados, parcelas de vagas para paraplé-
Trata-se, Sr. Presidente, de uma visão mais ampla e sistêmica de toda a gicos, hemiplégicos, e outros classificados como deficientes, desde que, obvia-
questão, a envolver não somente a adoção de medidas imediatas e diretas mente, se encontrem com inteira lucidez e capacidade intelectual. E há ainda
para facilitar a vida dos deficientes físicos, mas, principalmente, a experimen- outros que visam a determinar a obrigatoriedade do ensino-a níveis de 19 e 29
tar uma verdadeira política com princípios básicos a serem observados, de graus para as, pessoas deficientes.
forma a que nrlO se raciocine em tern'ios assistenciais, mas cm providências de A área da formação profissional também vem merecendo propostas, que
preservação dos mais profundos anseios que cada deficiente carrega como ci- agora tramitam nesta Casa, dispondo sobre a criação de Centros de F or-
dadão e como integrante de nossa sociedade. mação Profissional para as pessoas portadoras de deficiência, no âmbito do
A construção de rampas nos mais diversos locais públicos, por exemplo, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Serviço Nacio-
a elaboração de projetos para facilitar o uso dos transportes coletivos, espe- nal de Aprendizagem Industrial (SENAI), para prestarem um serviço, quase
cialmente nas grandes cidades, assim como de outros indispensáveis serviços individualizado. dirigido à adaptação ou readaptação dos deficientes, em
públicos, como o telefone e os serviços bancários, têm representado, pois, de- conformidade com' os cursos de especialização técnica que essas instituições
cisões importantes para a vida dos que de alguma forma diferem das pessoas há muito vêm oferecendo na formação c preparação de mão-de-obra para o
fisicamente normais, razão por que o seu incentivo deve estar presente nas comércio. a indústria e o setor de serviços de nossa economia.
manifestações de nossas autoridades e órgãos públicos. A propósito, quero neste instante fazer um apelo às nossas autoridades
Esse, entretanto, é tão-somente um enfoque do problema. Significativo, do Poder Executivo, para que em todas as nossas escolas públicas sejam ins-
é verdade, mas seguramente não o mais importante, porque, acima de tudo, taladas salas especiais para a aprendizagem de alunos excepcionais, de modo
persistem determinados preconceitos que precisam ser abolidos, os quais, que as crianças que não possam freqüentar uma escola especializada, por fal-
normalmente, se transformam em barreiras quase intransponíveis para o ta de recursos financeiros ou por inexisténcia de estabelecimento do gênero
exercício dos mais elementares direitos da criatura humana, independente- em sua localidade, encontrem na rede escolar pública essa indispensável
mente dela possuir ou não qualquer deficiência de natureza física. oportunidade na sua formação e 110 seu desenvolvimento.
A mais eloqüente dessas barreiras, Sr. Presidente, tem sido indubitavel- Representam, na verdade, todos esses projetos, bem como tantos outros
mente a preterição dos deficientes no mercado de trabalho, em que se verifica, semelhantes, a materializàção do que preceitua a Constituição Federal, em
com algumas exceções, uma absurda não aceitação da mão-de-obra. que, cuja Emenda de n 9 12. de \978, explicita ser assegurado aos deficientes a me-
mesmo qualificada, apresenta deficiências em relação às pessoas basicamente lhoria de SlIa condição social e econômica; especialmente mediante a edu-
normais. A preterição é tanto ma.is absurda quando se sabe perfeitamente que cação especial e gratuita, a assistência, reabilitação e reinserção na vida eco-
além da enorme influência negativa que exerce sobre os deficientes, sob o nômica e social do País. a proiQ,ição dc discriminação, inclusive quanto à ad-
ponto de vista moral, também objetivamente ela os marginaliza, à medida em missão ao trabalho ou ao serviço público e a salários, e, finalmente, a possibi-
que não lhes permite contar com outra alternativa senão a do subemprego, lidade de acesso a edifícios e logradouros públicos.
não raramente na condição de vendedores ambulantes de pequenas mercado- Tudo isso, Srs. Deputados, nos deve significar um indicador bastante
rias, a ensejar sentimentos que mais atrasam e dificultam a integração dos de- claro de que estamos todos, integrantes' do Congresso Nacional, movidos
ficientes no seio da sua comunidade. pela preocupação de, pelo menos, darmos início a obras e realizações que eli-
8436 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção [) Agosto de 1981

minem barreiras e empecilhos hoje ainda muito comuns, tanto no plano ma- mentais, disposição de criar ou aumentar a débil infra·estrutura de prevenção
terial como sob os aspectos legal e comportamental, às pessoas portadoras de e atendimento à clientela em causa, figuram entre as metas por excelência a
deficiências físicas, porque, na realidade, sabemos que as soluções definitivas serem atingidas pela iniciativa.
do problema demandarão tempo e recursos financeiros e técnicos que agora . A coordenação dos trabalhos pertinentes à matéria, aqui no Brasil, está a
não podem ser de todo utilizados. cargo da Comissão Nacional do Ano Internacional da Pessoa Deficiente, pre,.
E deve constituir, também, o início do que acredito possa vir em futuro sidida pela Doutora Maria Helena Bandeira de Figueiredo, cujos esforços vi-
breve concretizar-se em um verdadeiro plano nacional de apoio ao deficiente sam, especialmente, a carrear o apoio e a beneficiar-se da experiência dos or-
físico no Brasil, para que possamos não apenas reduzir a quantidade de pes- ganismos internacionais, nesse campo onde a pesquisa e a investigação cientí-
soas com problemas dessa natureza, pela atenuação ou mesmo eliminação fica estão apontando caminhos para uma futura solução a nível técnico,
das respectivl!s seqüelas, como principalmente pelo oferecimento de oportu- científico e social.
nidades mais compativeis com as aspirações e necessidades dessas pessoas e Claro que não se resolverá de uma vez, por um passe de mágica, o drama
com os propósitos de erradicação completa das injustiças impostas pela dis- pungente que vem castigando tantos seres humanos, há tanto tempo; todavia,
criminação que ainda hoje perdura. todo esse trabalho já terá um saldo positivo se conseguir tocar em cada alma
Daí a profunda preocupação que enseja a crítica situação financeira das a corda sensível em relação ao problema; se neste Ano Internacional da Pes-
APAEs, algumas ameaçadas de paralisação das atividades por carência de re- soa Deficiente todas as pessoas normais demonstrarem sua sensibilídade e
cursos, enquanto outras, também funcionando de maneira precária, aguar· sua vontade de ajudar, vendo no ser deficiente alguém igual a si próprio, na
dam a manifestação de apoio e ajuda da sociedade, para continuarem preso slÍa ânsia de ser feliz, no seu ideal de se realizar afetiva e profissionalmente,
tando os mesmos relevantes serviços às pessoas excepcionais. pois nesse aspecto todos os homens se assemelham, diferindo apenas em espé-
Sinto-me particularmente satisfeito em integrar a Comissão Especial que cie e grau. Ganhar o sustento desempenhando modesto oficio, .conseguir
a Câmara dos Deputados constitui há poucos meses, para analisar e avaliar comunicar-se com amigos, família, colegas, poder ouví-los, entendê-los, falar
as proposiçõ!"s que aqui tramitam, relativamente à pessoa deficiente, sobretu- . com eles, representarão para um retardado mental ou deficiente físico vit6ria5
do porque se trata de'um trabalho visando a acelerar a discussão e aprovação tão almejadas e alegrias tão inefáveis como as obtidas pelas pessoas normais e
das alternativas mais eficazes para a melhoria das condições de milhões de inteligentes que vencem na vida como empresários, profissionais liberais,
brasileiros deficientes, o que representa sempre um motivo de elevada signifi- conquistando poder ecónômico e saber científico e tecnológico.
cação na vida de todo Parlamentar e de todo democrata. Precisamos transformar mentalidades ainda retrógradas, personalidades
E notadamente porque, dessa maneira, Sr. Presidente, estamos todos mutiladas por aversões e receios ao excepcional, posições injustificáveis e
ajudando a construir uma Nação democrática, na plena acepção do seu ter- anti-sociais. Precisamos contar, para tanto com o interesse e a boa vontade
mo, onde todos possam desfrutar das mesmas possibilidades para uma vida dos responsáveis pelos meios de comunicação de massa - rádios, televisões,
.digna e decente, encontrem-se na cidade ou no campo, nas regiões mais de· jornais; divulgando matéria esclareéedora, publicando artigos científicos e
senvolvidas ou nas áreas mais carentes, ou sejam elas pessoas normais ou pos- histórias de interesse humano sobre portadores de deficiências, poderão abrir
suidoras de alguma deficiência física. mentes e corações, incutindo no povo o respeito e a solidariedade merecidos
Orgulho-me igualmente por falar, nesta sessão especial ao Ano Interna- pelo ser que nasceu marcado pela excepcionalidade ou que se tornou deficien-
cional da Pessoa Deficiente e à Semana do Excepcional, em nome do Partido te por circunstâncias ulteriores ao nascimento, vítimas quase todas da defi·
Democrático Social, que tem expresso em seu Programa e em seu ideário o ciência sociaL
compromisso permanente de fazer cumprir e de preservar os preceitos demo- Assinalemos, a propósito, que a rejeição ao doente, ao defeituoso, ao
cráticos fundamentais, os quais se alicerçam evidentemente no sentido da aleijado, procede de épocas recuadas da História Universal. Já na Esparta da
participação coletiva, como condição e pressuposto ao espírito de união nà· antigüidade clássica eliminavam-se sumariamente os fracos e os malforma-
cional indispensável para a realização dos grandes empreendimentos que ob- dos, em nome do interesse pelo aperfeiçoamento físico do povo,.do empenho
jetivam a solução dos graves problemas atuais. . em torná-lo hígido e portanto apto para a luta e'para o esporte. Mesmo hoje,
Sob esse espirito que conclamo, em nome do PDS, a que continuemos tribos indígenas agem de modo semelbantc, a fim de preservar os rudimenta-
todos a expressar cada vez mais esses sentimentos de solidariedade, de amor, res valores de uma cultura parada no tempo. Na verdade, selecionar os mais
que tanto identificam as manifestações mais espontâneas da gente brasileira, fortes, matando os portadores de lesões ou defeitos incapacítantes ou então
cujas tradições nos privilegiam como um povo que tem oferecido os mais be- deixando-os à mercê de condições adversas, que acabam por aniquilá-los, faz
los e extraordinários exemplos de senso humanitário e de comportamentos parte de. filosofia de vida de certos povos primitivos, a qual sintoniza com a
solidários. tese darwiniana sobre a evolução das espécies.
Sim, Sr. Presidente, porque qualquer ação, iniciativa ou decisão, que Sabemos, por outro lado, que os oligofrênicos (pessoas pouco inteligen-
c6nsiga diminuir as dificuldades que cercam a vida dos deficientes físicos e tes) já foram tidos como demoníacos, receptáculos dos maus espíritos e por
'do~ excepcionais, não reflete apenas um dever legal de todos quantos possa~ isso foram muitas vczcs sacrificados a fogo, ferro ou água:
ser responsáveis pelos destinos de pessoas ou comunidades, mas resulta prin- Felizmente, alguns séculos nos separam, no tempo, e marcadas dife-
cipalmente de uma obrigação de ordem moral, que se coaduna perfeitamente renças culturais, no espaço, de tão impiedosa e desumana conduta para com
com a formação cristã do povo brasileiro. . nossos irmãos desafortunados. Aos poucos, a sociedade começou a ver com
E resulta, acima de tudo, da mais pura expressão de amor que se traduz outros olhos o ser "diferente", procurando criar para ele melhores condições
em atos de solidariedade humana. de vida. Foi na França que surgiram as primeiras preocupações com o assun-
Era o que tinha a dizer. (Palmas. O orador é cumprimentado.) to; foi lá que se fur;daram os estabelecimentos pioneiros para abrigar os ex-
cepcionais, inicialmente apenas com o intuito de permitir sua sobrevivência,
o SR. PRESIDENTE (Nelson Marehezan) - Concedo a palavra ao SI. segregando-'os para protegê-los da hostilidade dos "normais". Mais tarde, em
Dario Tavares, que falará em nome do Partido Popular. 1909, foi ainda na França que se deu o primeiro passo para a recuperação de
O SR. DARIO TA VARES (PP - MG. Pronnn.cia o seguinte discurso.) crianças infradotadas, com a fundaçao de uma Escola de Aperfeiçoamento,
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Representantes das entidades sociais onde uma Comissão Médico-Pedagógica prestava a assistência requerida
presentes, aqui estamos para manifestar a esperança de que!J Ano Internacio- pelo tipo de anormalidade apresentada.
nal da Pessoa Deficiente, polarizando o interesse de instituiçõcs públicas c Dêcroly, na França, e Montessori, na Itália, foram autores de métodos
privadas, em todo o mundo, obtenha o êxito esperado pela ONU, quando de reeducação e ensino para os deficientes. O interesse pelo difícil campo de
instituiu esse movimento de caráter eminentemente humano e social, no de- estudos foi se irradiando para os demais países desenvolvidos, induzindo à
curso da sua 21- Reunião, realizada em Belgrado, de 23 de setembro a 28 de realização de pesquisas nas Ciências 'Mêdicas e Sociais, cujos resultados ense-
outubro de 1980, atribuindo à UNESCO a tarefa de promover e sugerir medi- jaram notáveis modificações no modo de ver e conduzir o deficiente atravês
das eficazes, dentro de sua área de competência. do emaranhado de obstáculos e dificuldades opostos à sua integração como
N o Brasil, vemos repercutir intensamente a proposta no meio social, sus- ser útil a si próprio e aos que O rodeiam.
citando múltiplos debates nas Casas Legislativas das tres órbitas da Fede- No Brasil, as abordagens mais sérias do problema datam de 1945 e parti-
raçào, incentivando autoridades executivas a atacar com mais ênfase a ques- ram de uma educadora russa, Helena Antipoff, que em 1929 emigrou da
tão, c semeando no seio do povo brasileiro idéias e concepções modernas e Suíça, onde era assistente do famoso pedagogo Édouard Claparede, e veio or-
adequadas, que poderão frutificar em uma mais nítida c profunda compreen- ganizar a educação primária no Estado de Minas Gerais. O termo "excepcio-
são do problema, ainda hoje visto pelo prisma do preconceito e da discrimi- nal" foi cunhado por essa dedicada pioneira na ârea da educação especial no
nação. Proposições de legislação específica em favor dos deficientes físicos e Brasil. Foi o modo carinhoso que encontrou para despir da habitual cono-
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8437

tação pejorativa a condição de doente incapacitado física ou mentalmente. Conhecida pesquisa revela-nos, entretanto, que 60% dos retardados
Desde então, algumas instituições públicas e privadas vêm atuando com mais mentais são recuperáveis, podendo tornar-se auto-suficientes; 35% deles são
ou menos êxito nesse campo minado de dificuldades. O Instituto Pestalozzi e treináveis, capazes de se tornarem semidependentes, e somente 5% são retar-
as APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, realizam o traba- dados profundos, permanecendo dependentes a vida inteira. Percebe-se, pois,
lho de maior envergadura, juntamente com o Instituto Benjamin Constant, que é uma questão pendente do interesse e dos recursos governamentais nela
no Rio de Janeiro, e o Instituto de Surdos-Mudos, no atendimento a deficiên- investidos.
cias visuais e auditivas. O trabalho dc tais entidades não se restringe aos limi- Inúmeros são os instrumentos a serem utilizados em programas especifi-
tes do estabelecimento, pois colaboram grandemente na divulgação a nível fa- camente voltados para a recuperação do deficiente, incluindo sua colocação
miliar e comunitário de conceitos e enfoques mais lúcidos, capazes de apro- ou recolocação no mercado de trabalho, evitando-se, desse modo, a sua
fundar a compreensão da pessoa comum, do leigo, sobre a questão, o que se contínua marginalidade sócio-econômica. Identificaram-se 300 espécies de ta-.
reveste da maior importância, porquanto estas pesso'lS é que formam o meio, refas que o deficiente mental ou físico aprende e realiza com êxito, se receber
o ambiente familiar e social em que se insere o deficiente. treinamento adequado em oficinas protegidas de trabalho, sob condições es-
No quc conccrne ao aspecto legal, constata-se que a Constituição Brasi- peciais. Mudança de currículos, professores especialmente treinádos, cons-
leira, no seu art. 175, § 4~, reconhece a responsabilidade estatal em relação .à trução de escolas especiais, transporte especial, condições para acesso a edifí-
desditosa clientela, determinando que "lei especial disporá sobre a assistência cios e logradouros públicos, aconselhamento e orientação familiar,
à maternida'de, à infância e à adolescência e sobre a educação de excepcio- constituem-se em meios eficazes de promover a integração, que se faz absolu-
nais". Dando cumprimento aos propósitos expressos na Lei Magna, a Emen- tamente necessária, do deficiente na sociedade de que ele faz parte inaliená-
da Constitucional [\~ 12, de 1978, explicita a natureza da proteção a ser conce- vel.
dida aos deficientes, assegurando aos mesmos, em seu art. úniéo, "a melhoria Sr. Presidente, sem pretender identificar as causas fundamentais da exis-
de sua condição social e econômica, especialmente mediante: tência de enorme contingente de pessoas deficientes, em nosso País, de vez
"I - educação especial e gratuita; que tais' causas se inter-relacionam e se entrelaçam, quero contudo chamar a
II - assistência, reabilitação e rcintegração na vida econômica atenção para o papel relevante - na sua lamentável nocividade - exercido
e social do País; pela infra-estrutura econômica precária da Nação, que rouba à grande maio-
ria dos nossos 120 milhões de habitantes o direito a usufruir dos bens c ser-
III - proibição de discriminação, inclusive quanto à admissão
ao trabalho Oli ao serviço público e salários; viços essenciais à sobrevivência dentro de um padrão mínimo de bem-estar.
IV - possibilidade de acesso 'a edifícios e logradouros públi- Uma solução preventiva da incidéncia e proliferação do nascimento de pes-
cos." soas deficientes incluiria obrigatoriamente a criação e manutenção de uma
infra-estrutura pelo menos capaz de oferecer moradia, alimentação boa em
Percebe-se, à primeira vista, quão distanciados estamos dos objetivos ex- qualidade e quantidade, educação, transporte, lazer, a níveis adequados à
pressos de maneira genérica pela lei. De concreto, temos no âmbito oficial, preservação da saúde física c mental da família. Os cuidados materno-
com maior empreendimento, o Centro Nacional de Educação Especial - infantis, acompanhando o crescimento sadio da mulher até o final da idade
CENESP, ao qual incumbiria a promoção e implantação de programas es- fértil - 40 a 42 anos - tornam-se indispensáveis à profilaxia da gravidez e
pecificos, balizados pelos principios doutrinários preconizados pelas Leis nQs conseqUentemente à gestação de crianças normais e saudáveis,
4.024/61 e 5.692/71, ambas fixao;io diretrizes e bascs para a educação nacio- Chega-se à conclusão inevitável de que somente o próprio desenvolvi-
nal. Criado pelo Decreto n~ 72.425, de 3 de julho de 1973, o CENESP surgiu mento do País oportunizará a profilaxia ou prevenção de incidência da excep-
para implantar uma ação homogênea e coesa dos vários setores públicos e cionalidade.
particulares ~nvolvidos nos programas de recuperação ou prevenção da área. Sr, Prcsidente, o fato - doloroso. contritador - é que há 12 milhões de
Coordenando projetos e celebrando convênios visando ao planejamento e à pessoas deficientes no Brasil. E aqui não estão incluídos os milhares de brasi-
implantação da estratégia de crradicação do mal, grande impulso. poderia leiros que a cada ano vêm se somar a esta legião de deficientes vitimas de aci-
esse órgão trazer à área em questão. Mas os progra.mas governamentais em dentes do trabalho, de acidentes de trànsito, quando a irresponsabilidade é
curso, podados nas suas metas, cerceados na sua expansão, por falta dos in- condicionante maior de todos os tipos de mutilações. E também não incluí-
dispensáveis recursos, não lograram sequer afastar o pessimismo ou vencer a mos os· deficientes vítimas de processos degenerativos a que está sujeito o ho-
descrença na'ação do Governo. Não basta sentimentalismo, frases impressio- mem devido a maus hábitos alimentares, ao tabagismo, e ao desgate natural
nantes, promessas, palavras - o que o defidente precisa mesmo é de ação em imposto pela vida moderna.
seu favor, promoções, iniciativas reais para assisti-lo, reabilitá-lo, integrá-lo à Tromboses cerebrais com paralisias, oclusão arterial dos membros com
sociedade; e isto custa dinheiro, Srs. Deputados; requer verbas, necessita amputações, trombose corolária com infarte incapacitantes elevam a milhões
atenção permanente e trabalho eficaz respaldados em recursos específicos. outros tantos milhões as cifras anunciadas. Sabe-se que não é um estigma
Esta rápida análise em torno do assunto que me trouxe à tribuna, na pre- nosso: 3% da população .mundial apresenta alguma espécie de retardo mental
sente oportunidade, tem em mira situar a pessoa deficiente no contcxto his- ou malformação física. Mas somente os países de economia fraca ou incipien-
tórico dos países mais desenvolvidos e do Brasil. O que foi dito, não obstante, te deixaram o mal crescer a níveis assustadores; continuam tateando, perple-
está longe de abranger a matéria na sua globalidade e assume modesto signifi- xos ante o desafio representado por todas essas pessoas carentes, parcial ou
cado diante da extensão e gravidade do problema do deficiente, face ao gran- totalmente desvalidas, gente que é ou se tornará um peso morto para a socie-
de desafio que ele representa para autoridades, comunidade, família, profes- dade, se os seus próprios integrántes não implantarem uma" nova ordem, um
sores, cientistas, os quais, somando seus esforços, não conseguiram até agora novo pacto social, capaz de garantir um sistema de convivência consensual
mais do que aflorar o fenômeno, intrigante na sua complexidade, chocante em que todos os segmentos da comunidade visem ao atendimento das necessi-
nos seus efeitos sobre a constituição de uma Sociedade mais humana, sadia e dades básicas da população. A partir de um pacto social dessa natureza, po-
feliz. Pois a dura verdadc é que as soluções ora oferecidas não passam de me- demos pensar em atingir padrõcs mais elevados de vida.
ros paliativos, com abrangência reduzidíssima em relação ao índice de inci- Trata-se, portanto, de uma questão de filosofia do desenvolvimento, o
dência. qual pode ser feito à custa do sacrifício de valores humanos e sociais ou, o que
Não é de estranhar o lento progresso obtido desde que se despertou no seria ideal, compatibilizando as metas econômicas e financeiras com a pro-
Brasil para a necessidade de combate ao mal, pois não são pOucas as impli- moção e a valorização do homem, seja ele superdotado, normal, ou deficien-
cações, que ele mahtém, com fatores de ordem política e econômica, nem se te. Assim, proponho neste Ano Internacional da Pessoa Deficiente a adoção
pode desprezar a íntima conexão, que guarda, com acidentes de natureza ge- de uma filosofia política calcada em um humanismo moderno, lúcido no seu
nética e outros similares, corno traumas de parto e degenerações oriundas de objetivO final de fazer do homem o heaeficiário supremo do desenvolvimen-
uma gestação perturbada física ou emocionalmente. É estarrecedor verificar- to, dotado de grandeza bastante para colocar esse ideal humanístico acima
mos que a deficiência física ou mental estigmati7.ll 10% da.população do País, das ~etas pragmáticas de um capitalismo exacerbado na busca ·do lucro.
incluindo-se surdos, mudos, cegos, dislálicos (deficientes da fala), além de Era o que tin.ha a dizer. (Palmas. O orador é cumprimentado.)
portadores de lesões cerebrais causadoras de paralisias, retardos mentais ou
perturbações de comportamento motivadas por fatores emocionais e sociais. o SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) ~ Concedo a palavra ao Sr.
Vale salientar que a grande maioria de pessoas deficientes, contudo, con- JG de Araújo Jorge, que falará em nome do Partido Democrático Trabalhis-
siste de retardados mentais, em maior ou menor grau, ou seja, os educáveis- ta.
débeis mentais: os adestráveis - imbecis; e os retardados mentais absolutos o SR. ,IG DE ARAO,JO ,JORGE (PDT - RJ. Sem revisão do orador.)
idiotas. - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Partido Democrático Trabalhista não
8438 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) 4.gosto de 1981

poderia faltar aS homenagens e comemorações que esta Casa prest~, no Ano res mais importantes da República, o Legislativo e o Judiciáriú, vão receber
Internacional das Pess02s Deficientes, à Semana do Excepcional. em 1981. E não sabemos onde esse dinheiro todo está sendo glostO pela LBA,
As homenagens que aqui se prestam foram solicitadas pelo cc mpanh :iro essa é que é li verdade. Onde estão as obras assistenciais da Legião Brasileira
do Rio Grande do Sul, Deputado Carlos Santos, uma das personal1dade3do de Assistência') Nós a's encontramos por aí! Eu não as vejo.
Poder Legislativo que mais se dedicam ao problema da Educação e, em espe- Mas não me quero antecipar às informações que deverão ser prestadas e
cial, ao 'menor abandono, ao deficiente físico e ao excepcional. ao convite que naturalmente vamos fazer. Porque, independente da Legião
O pronunciamento feito por S. Ex~, ao iniciar-se esta sessão, nos forne- Brasileira de Assistência, o Conselho Nacional de Desportos e o MOBRAL
ceu subsídios importantes para uma visão clara desse problema, que não é recebem igllalmente porcentagens da Loteria Esportiva. É uma fábula o que a
apenas nacional, mas também mundial. Dados evidentemente alarmantes. CI- Loteria Esportiva arrecada, mais do que os recursos de que dispõem muitos
tados aqui pelo Deputado Carlos Santos, nos dão conta de que há no Brasil Estados brasileiros. Então, há dinheiro no Brasil. Um velho político paraiba-
cerca de 30 milhões de excepcionais e um milhão de deficientes físicos que no desaparecido, o meu velho amigo José América, já dizia que sabia onde es-
usam muletas e. no mundo, cerca de 500 milhões de excepcionais. tava o dinhciro. E nós, aqui do Parlamento, também sabemos, porque recebe-
Carlos Santos presidiu, nesta Casa, á Comissão Parlamentar de Inquéri- mos o Orçamento da República, que ê um retrato da infra-estrutura financei-
to que estudou e analisou em profundidade o problema do menor abandona- ra e econômica do País. Mas os recursos não são apolicados evidentemente
do. Esta Comissão - se não me engano, requerida pelo atual Presidente des- nas áreas prioritárias. Agricultura, Minas e Energia e Sasúde vão ficando
ta Casa. Deputado Nelson Marchezan - na realidade, deu continuidade a cóm verbinhas. O INAMPS, a Previdência Social estão em crise, e estàe ~m
uma outra, especial. que, no ano anterior, instituída por minha iniciativa, foi crise porque no Brasil acontecem essas coisas. A Previdência Social tem duas
encarregada de equacionar o problema do menor abandonado e que, em vir- contas separadas nos bancos, a receita e a despesa. Entra mais dinheiro na re-
tude de ter adoecido o seu Relator, o eminente Deputado Manoel de Almei, ceita do que s;li na despesa, mas as contas não se vinculam. Então, as despe-
da. não póde chegar às conclusões necessárias em sua pesquisa sobre este im- sas são feitas sem se considerar os recursos que estão na receita. Pede-se di-
portante problema no Brasil. ' nheiro emprestado aos bancos para pagar o que se gasta, quando existe di-
Mas a CPI que funcionou no. ano subseqüente, da qual fui Vice- nheiro na receita. E gera-se, então, esse quiproquó fabuloso. E querem au-
Presidente e da qual era Presidente o eminente Deputado Carlos Santos, con- mentar agora os descontos daqueles que já são descontados, até indevida-
cluiu seu trabalho por um relatório a respeito do problema do menor abando- mente, e a mais, para a fábula que a Previdência Social arrecada no Brasil.
nado. Foi enviado a todas as autoridades -ligadas à problemática - Juízes de Porque a Previdência Social no Brasil, por exemplo, no que diz respeito ao
Menores, Curadores, presidentes, diretores de entidades assistenciais - um INAMPS, tem quatro vezes mais recursos do que o Ministério da Saúde.
questionário, que estudamos e fizemos com o maior cuidado, para o levanta- Quase que se poderia dizer que hoje a Previdência é que é o Ministério da
mento de subsídios e para uma visão do problema do menor abandonado. E Saúde, e o Ministério da Saúde é um apêndice daquele, e que cogita, também,
os resultados, encaminhados ao PRODASEN, nos deram estes dados que são da saúde no Brasil.
citados, hoje, à boca pequena, por todos: há, n o Brasil, cerca de 25 milhões de Mas estamos aqui nos referindo ao problema do excepcional, e quere-
.menores carentes, dos quais 13 milhões abandonados. mos lembrar, por exemplo, a contribuição particular. Já foi citado aqui o es-
Este estudo. realizado durante praticamente dois anos pelo Poder Legis- forço, inclusive, da Televisão Globo. E lembro-me de um programa recente
lativo, chegou a uma conclusão - sugeriu, com o levantamento inclusive de do humorista Renato Aragão, que, durante um dia inteiro, através da TV
verbas orçamentárias, a criação do Projeto Dom Bosco, que equacionaria o Globo, arrecadou recursos e procurou estimular o comércio e a indústria a
problema do' menor abandonado no Brasil. A sugestão, encaminhada ao Po- empregarem deficientes físicos. F oi criado até um banco de córneas, para que
der Executivo na época do Presidente Geisel, chegou às mãos do então Chefe deficientes visuais possam submeter-se a operações de implante para poderem
da Casa Civil, da Presidência da República, General Golbery do Couto e Sil- enxergar. E parece, pelas informações e pelos noticiários, que muitas doações
va, que enviou os resultados do trabalho do Poder Legislativo ao então Mi- têm sido feitas. Foi uma campanha bonita, e que, pelos resultados apresenta-
nistro Reis Velaso, que, por sua vez, os encaminhou ao Secretário, que, por dos, mereceria ser estimulada e feita em outros setores.
sua vez, os encaminhou a outro funcionário, que, por sua vez, arquivou o Mas o que é óbvio, evidentemente, é que há necessidade de recursos, e
processo. Depois o atua~ Presidente da República e outros dizem que o Poder isso cabe ao Poder Executivo. O Poder Legislativo tem-se preocupado com
Legislativo não trabalha, que só critica e não dá sugestões. Este é o instru- esse problema. A informação dada por dois Deputados, que aqui falaram em
mento hábil do poder político para encaminhar sllgestões e soluções para os nome do PMDB e do PDS, é a de que circulam na Câmara cerca de 120 proje-
grandes problemas brasileiros. Infelizmente, não somos ouvidos. Quando um tos a respeito dessa matéria e de outra, correlata, ligada aos problemas dos
trabalho é feito e encaminhado à autoridade competente, é sumariafpente ai- deficientes físicos, mentais e dos excepcionais, de maneira geral, incluindo en-
quivado. Os técnicos e tecnocratas vivem dando lustro em seus fundilhos nas tre os excepcionais, os bem dotados e os superdotados a que se referiu o De-
poltronas dos gasbinetes com ar refrigerado. lidando com estatísticas ao invés putado Carlos Santos. Mas o trabalho do Legislativo é muito pouco conside-
de se ligarem à realidade nacional, como nós políticos, e encaminham para os rado. Os projetos aqui passam por verdadeiras corridas de obstáculos. En-
arquivos as decisões e as soluções aqui apresentadas. quanto se encontrava na Casa Civil da Presidência da República, o General
Reporto-me ao fato no momento em que aqui se fala na Semana Nacio- Golbery do Couto e Silva requisitava esses projetos, que ficavam engavetados
nal do Excepcional, porque acho que a excepcionalidade é física, é mental, é na Casa Civil e não eram aprovados enquanto o Palácio do Planalto não dava
biológica. é fisiológica. Pode-se acrescentar que no Brasil há uma outra ex- o sinal verde. Era uma interferência indébita do Executivo no Legislativo.
cepcionalidade, a excepcionalidade social, material. Os 25 milhões de meno- Não sei se essa situação ainda perdura. Sabemos, inclusive, que muitos com-
res carenciados sofrem de excepcionalidade material e social, e não podem panheiros' do Governo recebem os pareceres a respeito dos projetos, assina- .
evidentemente integrar-se na sociedade brasileira. Então, esse problema é dos pelas Assessorias Parlamentares dos Ministérios. O Poder Legislativo
muito mais amplo se o projetamos, se o ampliamos para a'área social que é a precisa livrar-se dessa intromissão indébita do Executivo. Precisamos ter a
problemática brasileira. dignidade de legislar por conta própria, não admitindo essa interferência e
Meu companheiro Carlos Santos, que aqui se encontra, analisando o libertando-nos disso em caráter definitivo. Não sei se com a presença do Mi-
problema do menor, do excepcional, defendeu a necessidade de recursos, de nistro Leitão de Abreu na Casa Civil essa intromissão indébita cessará.
verbas. Isto é básico, é fundamental. Mas no Brasil nunca há recursos; verbas Existem, repito, em tramitação no Congresso Nacional cerca de 120 pro-
para solucionar os grandes problemas. Entretanto, se consultarmos o Orça-o jetos a respeito da matéria, que tem sido muito estudada. Mas não chegar.1 a
mento da República, veremos que se gasta uma fábula com segurança. E ser encaminhados à sanção presidencial. Eles vão tropeçando nas Comissões,
quanto mais se gasta com segurança, mais inseguro está o povo. Não há re- chegam ao plenário e são aqui. derrubados no "senta-levanta", pois nesta
. cursos para a educação. Ele reclamou que os recursos destinados a entidades Casa ainda ocorre isto. Acontecem aqui coisas paradoxais! Eujá tive um pro-
assistenciais são até reduzidos, mas há algumas que dispõem de recursos fa- jeto aprovado por cinco Comissões Técnicas, por unanimidade, mas quando
bulosos, e não sabemos onde os empregam. Por exemplo, a Legião Brasileira chegou ao plenário foi derrubado pelo "senta-levanta", fato absolutamente
de Assistência. Encaminhei ao Presidente da Caixa Económica um requeri- ' incompreensível. Então, para que existem as Comissões Técnicas?
menta - e aguardo resposta de S. S~ - com várias indagações a respeito da O Partido Democrático Trabalhista associa-se, portanto, nesta sessão, às
aplicação dos 30% dos recursos da Loteria Esportiva dados à LBA. Pretendo, homenagens prestadas aos 30 milhões de excepcionais existentes no Brasil,
depois da res'posta do Presidente da Caixa Econômica, convidar a Sra. Léa como aqui referiu o Depoutado Carlos Santos. Estamos fazendo votos para
Leal a vir a esta Casa prestar informações a respeito_dos recursos que recebe, que os projetos que se encontram em tramitação nesta Casa sejam objetivos e
porque ela afirmou recentemente à imprensa que a verba da LBA para o pró- possam ser aproveitados, a fim de que esse problema seja solucionado e as en·
ximo ano é de 16 bilbões de cruzeiros, quantia superior ao que os dois Pode- tidades assistenciais. como a Sociedade Pestalozzi, que há anos se dedica à
Agosto de 19S1 DIÁRIO DO CONGRESSO l'AClOi"AI. ,Seçàol) ()uinta-feira Z7 XH9

questão, e outras que não tenham especificamente esse objetivo, mas que têm Além disso, os graves problemas de desnutrição e de falta de assistência
recursos de sobra, como é o caso da Legião Brasileita dc Assistência, médica que herdamos de nosso passado colonial e que se desdobram hoje em
apliquem,nos em assistência aos excepcionais. O Governo deve ter essa in- nosso presente. dependente e subdesenvolvido, gerou e continua a gerar urna
cumbência. Não cahe à Oposição levar soluções ao Governo e não temos a multidào de deficientes físicos, que a discriminação hierárquica de nossa so-
obrigaçllo de apresentar programas de Governo, porque somos Oposição. ciedade só tem feito agravar.
Cabe a-o Governo dar solução a essa problemática. Se examinarmos o Orça- Nossas estatísticas sobre o número de deficientes físicos não são confiá-
mento da República. verificaremos que há dinheiro neste País; o problema é veis. Segundo os padrões oficiais estima-se em 12 milhões (10% da população)
que ele é mal distribuído. E com os recursos que existem no orçamento e em o número de pessoas' deficientes no Brasil. Obviamente, este número não se
outras entidades, como no caso da Legião Brasileira de Assistência, o proble- baseia em nenhuma pesquisa séria a respeito do problema.
ma dos excepcionais. dos deficientes físicos deve ser realmente encarado com Grande parte de nossos deficientes mentais são lançados em hospitais
seriedade, porque se trata de uma parcela da população brasileira capaz dc psiquiátricos, onde domina um conceito de doença mcntalmedieval e onde a
trabalhar, de incorporar-se à sociedade, desde que lhe dêem condições de de- violência é o principa'l remêdio para ajustar o pretenso desajustamento à or-
sempenhar atividades profissionais que se coadunem coI):! a situação em que dem de dominação autoritária e discriminadora.
se encontram. Ao lado dos recursos materiais indispensáveis à solução do Todos reconhecem que o problema do excepcional cstaria em grande
problema, é mister que haja um quadro humano de técnicos, especialistas, parte resolvido se conseguíssemos climinar o preconc,ito c a discriminação.
professores, sociólogos, médicos e estudiosos da matéria, a fim de que esses Em nosso País, entretanto, corno acabamos de cíemonstrar este precon-
brasileiros se incorporem definitivamente ao trabalho social, possam sentir-se ceito e esta discriminação se enraízam em nossa formação,histórica e são per-
em igualdade de condições com os demais compatriotas e disputem o lugar a manentemente reforçados pelos aparelhos oficiais de repressão e por insti-
que têm direito em nossa sociedade. (Palmas. O orador é cumprimcntado.) tuições sociais (corno a escola, o hospital e a prisão) espalhadas por toda a so-
ciedade.
Como vemos, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o problema da pessoa defi-
o SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a palavra ao Sr. ciente ou excepcional é um problema acima de tudo político.
Benedito Marcílio, que falará em nome do Partido dos Trflbalhadores.
É um verdadeiro estigma que só scrá resolvido através de profundas
O SR. BENEDITO MARCfLiO (PT - SP. Pronuncia o seguinte discur- transformações sociais, capazes de eliminar o preconceito e a discriminação
50.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, designado para representar o mcu par- existente, tanto nas relações de produção, como em todas as demais relações
tido, o partido dos Trábalhadores, nesta sessão solene especial, comemorati- pessoais e sociais.
va da Semana Nacional do Excepcional, gostaria de tecer algumas conside- Os mais autorizados especialistas em pessoas deficientes são unânimes
rações que considero importantes na caracterização do que se costuma cha- em identificar na sociedade a principal responsável pelos problemas por eles
mar o problema da pessoa deficiente. enfrentados.
Num regime e numa sociedade autoritária e discriminadora corno a bra- O esquema de funcionamento da sociedade reforça o processo de sçpa-
sileira,·o problema do excepcional tendc a adquirir enorme importância e gra- ração, isolamento e discriminação. O peso dos costumes e das opiniões pré-
vidade. estabelecidas colocam a pessoa considerada deficiente numa situação de infe-
Nossa formação colonial e as relações de trabalbo e dominação dela de- rioridade social tornando-a vítima de preconceitos.
corrcntes, dividiram nossa sociedade em pelo menos duas nações, ou dois A socied~de, ao. lhe apontar um lugar inferior reproduz a ordem de do-
Brasís. O Brasil vivido pelas elites dominantes, alienadas na imitação do minação e opressão, reforça seu conceito de normalidade, que se torna mais
modo de vida da metrópole colonizadora, e o Brasil dos escravos dos índios e forte c convincente, peÍas evidências de contrastes físicos ou de comporta-
dos imigrantes que aqui chegaram na condição de dominantcs e que aqui vie- mento do que é considerado normal e o que é considerado anormal.
ram para se imcorporar como força de trabalho do capitalismo nascente. O trabalhador brasileiro. que faz parte do conjunto das classes e cama-
O Brasil das elites tentava por todos os meios impor sua forma de domi- das sociais dominadas da sociedade brasileira. é profundamente solidário
nação, sufocando culturalmente o outro Brasil que lutava de todas as formas com a pessoa deficiente. já que é vítima de discriminações semelhantes.
ao seu alcance para sobreviver. Ora, Srs. Deputados, não é segredo para ninguém que as nossas elites e
O sistema de dominação era tão forte e os mundos em que viviam os dois classes dominantes sempre considerem os trabalhadores corno seres inferiores
Brasís eram tão distantes que a sobrevivência de nos~;a sociedade se deu atra- c incapazes, c, portanto, deficientes.
vés dc um violento doloroso e demorado processo de ajustamento. Este conceito, impregnado no sistema de crenças dos que mandam neste
Assim nasceu, e ainda está em constante processo de transformação e País é que faz coin que se ache normal a instituição de tutelas sobre a classe
aprimoramento, nossa sociedade autoritária, dominada pelo artificialismo de trabalhadora brasileira. Os trabalhadores são considerados incapazes e, por-
urna elite sem raízes próprias e preocupada apenas em manter seu sistemahie- tanto, deficientes, para assumir por si mesmos 'a condução de seus destinos.
rárquico de dominação.
Segundo esta concepção, o trabalhador é incapaz de exercer atividades
Assim nasceu nossa sociedade -que s\;..preocupa fundamentalmente em
políticas, cahendo-Ihe apenas um papel passivo, quando alguém se arvora no
manter a ordem dominante, isto é, em afastar, por todos os meios possíveis, a
direito de representá-lo e de fazer p",lítica em seu nome. As funçôes de mando
possibilidade de acesso dos dominados aos benefícíos e privilégios das cama-
e direção não cstão destinadas para serem exercidas pelos que estào coloca-
das e classes dominantes.
dos na base da pirâmide social.
Basta lembrar, Srs. Deputados, que até inícios deste século, o trabalho
Este conjunto de crenças reflete urna ordem hierárquica, onde cada um
era considerado uma atividade indigna e própria de escravos. As indústrias
tem o seu lugar numa relação de mando-obediência. Desrespeitar esta ordem
que aqui se instalaram em fins do século passado e princípios deste, foram
é cair na anormalidade, no desvio que deve ser corrigido.
obrigadas a estimular a imigração, porque a mão-de-obra disponível no Bra-
sil se envergonhava de exercer algum trabalho prático. O nosso deficiente mental ou físico é produto de nossa formação social
O negro e o índio, habituados a resistir a séculos de violência.escravocra- autoritária, baseada na exploração do trabalho e na injustiça social. Estas re-
ta, não se ajustavam facilmenle ao aparentemente livre sistema de trabalho lações de opressão e exploração são dominantes, hoje, em quase todos os paí-
fabril. ses do mundo. Entretanto, em todos os países estão colocadas as lutas dos
Violentos processos de dominação foram utilizados para controlar uma trabalhadores e de todas as camadas oprimidas da população contra estc sis-
população que crescia num país que rapidamente se industrializava, ao sabor tema e pela construção de urna sociedade justa, livre e verdadeiramente de-
das crises e dos sucessos do mercado mundial capitalista. As revoltas espontâ- mocrática e socialista.
neas se espalharam e correram todo o território brasileiro nas primeiras déca- Nestes últimos três anos, foram apresentados nesta Casa mais de 100
das do século. São exemplos a revolta de Canudos, o tcnentismo, a Coluna (cem) projetos de lei beneficiando a pessoa deficiente; apenas um foi transfor-
Prestes, o cangaço no Nordeste e várias outras manifestações de inconformis- mado em lei, e mais da metade já foram rejeitados ou arquivados. Os restan-
mo que, às vezes, assumiam formas religiosas. tes estão tramitando nas comissões especializadas:
Todo este doloroso e violento processo marcou profundamente a fisio- Nesta hOJ!1enagem que prestamos ao excepcional, o Partido dos Traba-
nomia de nossa sociedade, cheia de preconceitos e de padrões discrimina- lhadores se coloca ao lado destes milhões de brasileiros discriminados e mar-
tórios de comportamento. A necessidade de sobreviver e de se afirmar social- ginalizados. ;\ classe trabalhadora em seu desejo de Justiça e de vencer o ó-
mente numa estrutura social hierarquizada, provocou profundos processos dio, a discriminação, a injustiça e a exploração, une sua voz ao clamor daque-
de desajustes, de desvios e de rebeldias que a repressão Oficial violentamente les que nossa sociedade considera urna pessoa deficiente.
reprimia e sufocava. . Era o que tinha a dizer.
8440 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sc~ào I) Agosto de 1981

o SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a palavra ao Sr. Sr. Presidente, Srs. Deputados, em apoio à causa comum contra si-
Jorge Cury, Líder do Partido Trabalhista Brasileiro. tuações injustas de desigualdade e de menosprezo aos superiores ideais da
O SR. JORGE ClIRY (PTB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. dignidade humana, a Assembléia Geral das Nações Unidas, através da Reso-
Presidente, Srs. Deputados, realiza-se entre nós a Semana Nacional do Ex- lução n9 31/123, decidiu proclamar 1981 como o Ano Internacional das Pes-
cepcional, proporcionando aos ilustres membros desta Casa a oportunidade soas Deficientes, objetivando, com a medida, assegurar a todos os indivíduos
de focalizar esse magno problema, que está a exigir de todos nós permanente de capacidade reduzida os direitos e as oportunidades necessários à sua plena
parcela de colaboração e, sobretudo, muita compreensão. participação e integração na sociedade.
Hoje, aqui nos encontramos reunidos em sessão solene comemorativa, Creio qUI: estaria sendo correto se qualificasse de histórica a decisão da
em homenagem às Pessoas Deficientes, alvo de preocupação da Organização ONU no sentido de procurar corrigir a marginalização e a discriminação que
das Nações Unidas. Vê-se, pois, que o. assunto estâ po.larizando as atenções ainda pesam sobre os minusválidos.
de autoridades c da sociedade em geral, tendo em vista uma solução abran- A iniciativa, que caprichou por albergar valores humanos e éticos in-
gente para o problema, de vez que são inúmeros os ângulos a serem conside- questionáveis, sc procura, por um lado, conscientizar o cidadão comum sobre
a parecia de responsabilidade que lhe cabe na inserção dos deficientes nos di-
rados.
versos processos da vida social, busca, por outro, conseguir dos Governos a.
Em que pese não serem muito precisos os dados estatísticos sobre excep-
adoçào de políticas eficazes que reconheçam "os valores e a capacidade des-
cionais entre nós, fala-se atê na existência de 20 milhões de deficientes, con-
sas pessoas e seu inerente direito a uma vida produtiva e a um trabalho remu-
tingente essc quc reccbe um acréscimo anual da ordem de 3%, incidência que nerado".
resulta, geralmente, de doenças infecto-contagiosas durantl: o período de ges- Seja-me permitido destacar, ademais, conforme jâ salientado alhures, o
tação, bem como de subnutrição no primeiro ano de vida, donde se depreen- elevado conteúdo democrático da referida promoção, cujo tema central _
de ser o mal, em grande parte, õriundo do baixo poder aquisitivo das popu- Participação e Integração Plenas - equivale implicitamente ao reconheci-
lações. mento e à proclamação de que "uma nação é constituída de todos os seus
Mas, o quc vem a ser excepcionalidade? Deixemos que a Professora He- membros, em todas as suas condições".
lena Antipoff, essa abnegada criatura que a Suíça nos enviou, em 1929, res- Julgo relevante explicitar que, abrangendo foros e estados, raças e conti-
ponda, com a força de sua autoridade. Excepcional, para ela, "é todo aquele nentes, a comemoração em tela vem encontrando, junlo à comunidade inter-
mentalmente deficiente, fisicamente prejudicado, bem como os superdotados, nacional, um clima positivo de colaboração e apoio, impondo-se pela quali-
ou seja, todos os que requerem considerações especiais no lar, na escola e na dade e j usliça de sua substáncia.
sociedade" . Sr. Presidente, Srs. Deputados, emhora não tenhamos, de forma clara e
Tão logo chegou ao Brasil, Helena Antipoff deu início ao seu trabalho de coerente, uma política efetiva em favor do deficiente físico, é certo entretan-
catequese, ao qual dedicou tempo integral enquanto viveu, sendo que três to, que a linha 'de comportamento preconizada pela ONU é a que :nelhor re-
anos após, isto é, em 1932, fundava em Minas Gerais a primeira Sociedade flete a índole c a vocação do povo brasileiro, o que explica a mobilização de
Pestalozzi, que mais tarde se r~mificaria por outros Estados. Relevantes ser- expressivos setores da sociedade para afirmar, por ações concretas, a adesão
.viços à causa do excepcional também são prestados pelas Associações de Pais do povo aos princípios que visam à melhoria das condições de vida das pes-
c Amigos dos Excepcionais - APAEs. soas incapacitadas.
Outras entidades para defesa dos seus interesses estão surgindo, feliz- Não poderia o País, efetivamente, pelo próprio espírito que anima a na-
mente, em todo o País, sendo que no Estado de São Paulo já existem 13, con- cionalidade, ficar alheio a esses propósitos aÍ! deixar de afirmar a sua solida-
soante reportagem 'publicada na revista Visão, de 8 de junho pretérito. Essas riedade com tais aspirações, em virtude mesmo do permanente repúdio que o
entidades congregam-se no Movimento dos Direitos das Pessoas Deficientes povo brasileiro vota a todas as formas de desrespeito à dignidade e aos direi-
- MDPD, que luta por conquistar, em igualdade de condições com as de- tos da pessoa humana.
mais pessoas, o direito de seus integrantes concorrerem ao mercado de traba- Estamos conscientes de que as atuais vicissitudes da vida nacional não
lho. nos podem ou nos devem afastar da solidariedade mais alta para os nossos ir-
Precisamos nos libertar, SI. Presidente e Srs. Deputados, o quanto antes, mãos incapacitados., pois isto representa caminho seguro em direção da jus-
déssa mentalidade discriminatória ou de indiferença para com os deficientes, tiça social.
proporcionandó-Ihes, ao mesmo tempo, condições satisfatórias, tanto no que Um contingente superior a onze milhões de pessoas deficientes, ancora-
tange ao mercado de trabalho, quanto às adaptações urbanas e arquitetóni- do à fatalidade de sua condição, atingido pela agressão onimoda das res-
caso Não necessitam eles de piedade, mas de que sejam reconhecidos como trições e dos preconceitos, estâ a exigir de nós o compromisso impostergável
criaturas que podem e devem contribuir, efetivamente, com seu trabalho, - que, com a graça de Deus, será por nós cumprido - de traçar o rumo cer-
para o desenvolvimento do nosso País, Exigem eles que sejam respeitadas as to para a transformação de estruturas ohsoletas e injustas, que negam aos in-
prerrogativas que lhes são asseguradas em lei, re,sultante da Proposta de capacitados a segurança de bem-estar, ignoram suas necessidades especiais,
Emenda Constitucional n9 12/78, de autoria do nobre Deputado Thales Ra- lhes sonegam o lazer, impedem-lhes o acesso ao mercado de trabalho, alimen-
malho, quais sejam: educação especial e gratuita, assistência, reabilitação, in- tam frustrações e geram ressentimentos.
tegração ou reintegração na vida econômica e social do País, ausência de dis- Estamos todos conscientes do indeclinável dever, da tarefa indispensável
criminação no que concerne ao salário, à admissão ao trabalho, seja na em- de eliminar as barreiras e os obstáculos que procuram minimizar as potencia-
presa privada, seja no serviço público, possibilidade de acesso a edifícios e lo- lidades dos deficientes. convencidos, como estamos, de que não pode haver
gradouros públicos etc. valores maiores que os que se contêm nos direitos da pessoa humana.
Esperamos, por isso, que as reivindicações formuladas neste Ano Inter- Valha a verdade ressaltar que a missão que propusemos à nossa vontade
nacional das Pessoas. Deficientes não venham cair no esquecimento, por parte e à nossa inteligéncia parece avançar com demasiada lentidão para a nossa
das autoridades competentes, mas, ao contrário, haja pelo menos boa vonta- . impaciência, mas seria injusto - e sobretudo um erro - não reconhecer que
de em atendê-las. O' esforço despendido já começa a apresentar seus frutos, respondendo nosso
Para encerrar, Sr. Presidente, congratulamo-nos eom os deficientes de povo, individual e coletivamente, de maneira generosa e ampla, com seu fir-
todo o mundo e com os que lutam no sentido de garantir-lhes os direitos que me e decidido apoio, quer no sentido da integração do deficiente no seio da
lhe são inerentes, muito embora nem sempre reconhecidos. Afirmamos, nesta soçiedade, quer no combate às práticas que ainda teimam em discriminar os
, oportunidade, que o Partido Trabalhista Brasileiro, fiel aos seus princípios, incapacitados.
será sentinela indormida na defesa desses direitos, ao lado das demais agre- Programas e medidas, de natureza legislativa, institucional e particular,
miações partidárias, uma vez que se trata de aspiração nacional. estão sendo postos em prática, contemplando o desenvolvimento de ações
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a palavra ao Sr. destinadas não só a oferecer aos individuos de capacigade limitada oportuni·
Ruy Côdo. . dades reais de reahilitação social e profissional, mas sobretudo a reconhecer-
O SR. RUY CÔDO (PMDB - SP. Sem revisão do orador,) - Sr. Presi- lhes os méri.tos e as potencialidades, o que parece conforme com a penetração
dente, Srs. Deputados, como autor, também, de um requerimento, no mês de do Iilósofo alemão Kayserlink, quando apostrofou a fecundidade da insufi-
março, para que fosse realizada uma sessão solene em homenagem ao Ano ciência, .
Internacional d~s Pessoas Deficientes, e quando nesta Semana do Excepcio- Dentro dessa moldura, desejo ressaltar que numerosas propostas foram
nal o nobre colega Deputado Carlos Santos requer a realização desta sessão, e estão sendo submetidas à apreciação desta Casa, com o objetivo maior de
aproveito a oportunidade para cumprimentar S. Ex' pela feliz iniciativa. colocar na devida perspectiva a problemática do incapacitado.
Igualmente, cumprimento estes jovens da fanfarra de surdos c mudos que Dentre essas, julgo oportuno mencionar, à guisa de ilustração, a Emenda
aqui se apresentam. Constitucional nq 12, de 17 de outubro de 1978, que teve como primeiro sig-
A'O.to de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8441

natârio O ilustre Deputado Thales Ramalho e visa a assegurar aos deficientes Ninguém desconhece o trabalho hercúleo descnvolvido pelas APAEs em
a melhoria das condições sociais e econômicas, garantindo-lhes: todo o Brasil e principalmente em São Paulo, onde a instituição fundada em
1961, hoje sob o comando do Dr. Antônio dos Santos Clemente Filho, possUi
,,' - educação especial e gratuita;
II Unidades de atendimento e 3 Centros de Reabilitação, escolas, oficinas de
11 - assistência;reabjlitação e reinserção na vida econômica e
trabalho, setor de estimulação precoce, laboratório, 6 núcleos de aprendiza-
social do País;
gem e I residência.
!lI - pr-oibição de discriminação, inclusive quanto à admissão
E o trabalho da APAE, desenvolvido por seus especialistas e pelas ban-
ao trabalho ou ao serviço público ou a salários;
deirantes da assistência social, que são as mulheres voluntárias que prestam
IV - possibilidade de acesso a edifícios e logradouros públi-
cos." . serviços 2 dias por semana, em 'suas várias unidades e setores de atendimento,
colaborando para a plena integração do deficiente na comunidade. Ressalto a
Quer-me parecer oportuno, outrossim, uma referência ao Projeto de Lei Presidenta das Feiras da Bondade de São Paulo, D. Jô Clemente, que não tem
n9 3.571/80, de minha autoria; ora em exame pelos órgãos técnicos desta Ca- medido esforços no sentido de atender a essas crianças excepcionais.
sa, pelo qual ficam os estabelecimentos bancários obrigados a reservar 5% de Quero me referir aqui ao trabalho da Associação Brasileira dos Deficien-
seu quadro de pessoal aos deficientes físicos. tes Físicos, presidida pelo incansável trabalhador em prol dcsta causa, David
Visa o mencionado projeto a aumentar,o mercado de trabalho em favor Pinto Bastos, que diariamente circula pelos mais variados setores governa-
do deficiente físico, já que, consoante explicitado em sua Justificação, mentais e da sociedade, procurando soluções para os problemas que afligem
"nas empresas em que o provimento de vagas é,feito pela livre esco- milhares de deficientes, esperançosos de terem o reconhecimento de sua utili-
lha dos dirigentes, o deficiente físico tem sido por estes sistematica- dade para o desenvolvimento nacional.
mente preterido..." Citar e reconhecer o trabalho desenvolvido por outras en'tidades, entre as
"Ante tal situação, que apresenta conotações de profundo sig- quais estão a Associação de Assistência à Criança Defeituosa - AACD, co-
nificado humanístico, consideramos nosso dever de homem público mandada por D. Maria do Carmo de Abreu Sodré, a Sociedade Pestalozzi, a
assumir a iniciativa no sentido de amenizar, de alguma forma, um Fundação Para o Livro do Cego no Brasil, o Instituto Padre Chico, seria per-
problema que além de grande, tende a aumentar cada vez mais." manecer aqui durante várias horas destacando o incansável trabalho por elas
desenvolvido em prol dos deficientes. Destacam-se as entidades de surdos e
Vale ressaltar que a proposta, embora dirigida especificamente ao setor
mudos. que não mcdem esforços em prol desses deficientes.
. bancário, tendo em vista sua grande rede de agências por todo o'País, admite
É necessário que o Governo adote medidas urgentes para realmente so-
que a medida venha a ser estendida a outras atividades e estabelecimentos,
lucionar o problema das instituições que cuidam dos deficientes, pois não
fato que, se concretizado, enriquecerá sobremaneira o direito do trabalho no
basta falarmos dos problemas dos deficientes e dos excepcionais apenas neste
Brasil.
ano, é preciso que propugnemos pela adoção de medidas reais, como a retira-
Nesta oportunidade, quero fazer um apelo ao Governo Federal e aos
da das contribuições previdenciárias pagas por estas entidades, o aumento
Governos Estaduais para que, através dos órgãos normativos da Receita Fe-
das contribuições leito-dia pagas por órgãos governamentais, senão, muito
deral e das Secretarias Estaduais da Fazenda, estudem junto ao CONFAZ
breve; teremos a maioria destas instituições fcchando suas portas por falta de
providências urgentes no sentido de que sejam retirados o IPI e o ICM inci-
condições para continuar atendendo os seus assistidos.
dentes sobre cadeiras de rodas e outros aparelhos que beneficiem os deficien-
tes. Quer me parecer oportuno destacar ainda o programa que vem sendo
Sr. Presidente, Srs. Deputados, sob o estímulo dos dois grandes desafios executado sob a égide da Comissão Nacional da UNESCO no Brasil, as cam-
morais do nosso tempo - a aplicação da justiça social e a participação cres- panhas promovidas pelas emissoras de rádio e televisão, o trabalho desempe-
cente e ampliada de todos os cidadãos na grande obra de construção de uma nhado pelos diversos órgãos da imprensa, procurando esclarecer e sensibili-
Pátria feliz e generosa - um grande número de entidades vem emprestando zar a opinião pública e os setores oficiais competentes para indispensável ta-
sua nobre e decidida colaboração à causa do deficiente, através de um traba- refa de plena integração do deficiente - vetor seguro e condição básica para
lho de conscientização da comunidade para com os problemas dos inválidos, o convívio fraterno e o desenvolvimento harmônico de nossa sociedade.
da prevenção das deficiências físicas e mentais, da assistência às pessoas de Destaco, finalmente, por justo e oportuno, a generosa acolhida que teve,
capacidade limitáda, da execução de programas de reabilitação social ou pro- nesta Casa, o requerimento do nobre Deputado Carlos Santos referente à Se-
nfsional, da realização de atividades educativas c de lazer. mana do Excepcional, incansável batalhador em prol das causas do deficien-
Relanceando o olhar em torno, seja-me permitido mencionar, a respeito te, do menor abandonado e das pessoas carentes, ao qual somamos nossos es-
a grande e benemérita obra cometida pelas associações estaduais de assistên- forços .. para a realização desta sessão comemorativa, o que bem demonstra
cia a deficientes mentais como as Casas André Luiz, entidade religiosa situa- que se refletirá necessariamente, de maneira positiva ou negativa, sobre o fu-
da em Guarulhos, no meu Estado, que através de um eficiente trabalho de- turo do Pais e do nosso povo.
senvolvido por abnegados Médicos, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Não tendo ilusões, Sr. Presidente, Srs. Deputados, dada a magnitude do
Ocupacionais, Assistentes Sociais, Pedagogos e Professores de Educação Físi- desafio, que seja fácil o caminho a percorrer, inclusive porque, muitas vezes,
ca, assim como por voluntários, atende mais de 1.000 crianças internas, com conceitos que são aceitos como tal não conseguem encontrar com presteza o
deficiências mentais e físicas, procurando minorar os seus sofrimentos. rumo da concretização.
As Casas Andrê Luiz, hoje comandada pelo Dr. Uno Lecioni, foi funda- Mas não podemos tergiversar na defesa dos direitos da pessoa dificiente.
da em 28 de janeiro de 1,949 e durante estes 32 anos de trabalho incessante, Empenhemo-nos, por todos os meios, destruindo entraves e desfazendo bar-
dentro de suas possibilidades, nunca deixou de atender além de seus internos, reiras, no sentido de buscar formas de assegurar a plena e legítima integração
_a comunidade paulista e deficientes de vários Estados brasileiros que para lá de tão grande contingente populacional no universo da vida brasileira.
acorrem e são atendidos em serviços ambulatoriais e de orientação, por clíni· Sabemos que essa conquista não se fará sem' sacrifício, sem energia, sem
cos gerais, neurologistas e outros especialistas, num trabalho constante, du- a mobilização integral da consciência popular, a utilização ótima do nosso
rante as 24 horas. potencial de ação.
É de se lembrar aqui o esforço de Marlene Simone So~res e José Soa~es, A justeza dos nossos propósitos, a eficácia de nossa solidariedade, os va-
que tendo o infortúnio de gerarem 'um filho excepcional, que faleceu aos 2 lores espirituais, éticos e culturais que constituem os alicerces de nossa maneio
anos de idade, resolveram transformar o seu lar no lar de todos os excepcio- ra de ser, não nos deixarão abandonar, ao longo de todas as etapas desse lon-
nais que pudessem atender, e no dia 25 de maio de 1962 fundaram a Casa de go e fascinante percurso, a tarefa em que estamos empenhados: a partici-
David, pois David era filho do casal, 'entidade beneficente que hoje mantém pação completa dos deficieQtes na construção do destino nacional.
ccrca de 500 crianças excepcionais, prestando-lhes a necessária assistência Que nos seja permitido rever, em futuro muito próximo, as realizações
para uma vida mais humana. do País nesse sentido, os frutos do nosso esforço no Ano Internacional' das
A Casa de David, presta relevantes serviços de atendimento ao deficiente Pessoas Deficientes. '
mental, contando com uma equipe valorosa de médicos especialistas em neu- E que nos seja permitido então concluir que jàmais poderíamos ter alme-
rologia e reabilitação, jado menos, e que em momento algum nós poderíamos ter-nos esforçado
A solidariedade fraterna, a partilha da esperança, a ajuda desinteressada mais.
de tantas outras entidades que trabalham neste campo e que, aproximadas na O deficiente não deseja piedade, não quer ajuda caritativa e não quer es-
conformidade de intuitos, prestam, mais à Pátria do que aos beneficiários di- tendera mão à caridade pública; ele tão-somente pede Justiça, porque quer
retos, a sua fundamental colaboração. participar e se integrar na sociedade. (Palmas. O orador é cumprimentado.)
8442 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

o SR. PRESIDENTE (Nélson Marchezan) - Srs. Deputados, D. Geral- Carlos Wilson


do D' Ã vila, Ministro Vidal Fontoura, autoridades presentes e representadas: Paes de Andrade
A presidência da Casa se associa às manifestações consignadas nesta Sessão Simão Sessim
Especial, ao ensejo da passagem do Ano Internacional das Pessoas Deficien- Joel Ferreira
tes e da Semana do Excepcional ora em curso. L úcia viveiros
E o faz com a absoluta convicção de que temos oferecido nosso contribu- Jaekson Barreto.
to, através da discussão e desenvolvimento de uma série de ações que lhes tor- Aere
nem, aos deficientes, menos difícil e mais ameno o dia-a-diâ.
Sobretudo porque o mundo moderno, marcado pelo avanço das ciências Nabor Júnior - PMDB; Nosser Almeida - PDS; Wildy Vianna -
ffiS. .
e da tecnologia, tem-se tornado muitas vezes hostil e proibido para essas peF
soas, com as dificuldades que entravam a sua sobrevivência autônoma e 'para Amazonas
sua participação na própria vida da comunidade. Josué de Souza - PDS; Ubaldino Meirelles - PDS;
Assim, são inúmeras as proposições que aqui têm sido apresentadas,
procurando definir novas medidas que determinem um compromisso mais es- Pará
treito de toda a sociedade para com os deficientes ou configurando situações Jorge Arbage - PDS; Nélio Lobato - PP; Osvaldo Melo - PDS;
concretas, nos mais diferentes setores, que lhes facilitem um viver mais agra- Maranhão
dável e com maior bem-estar, sem, contudo, a elas atribuir-se conotação que
Edison Lobão - PDS; Epitácio Cafeteira - PMDB; Freitas Diniz -
caracterize procedimentos puramente paternalistas.
Pl'; Marão Filho - PDS;
Aliás, a mobilização a que se propôs a Câmara dos Deputados, bem
como a de outras importantes instituições do País, é no sentido de que o pró- Piauí
prio indivíduo atingido por essa carência se sinta como cidadão participante e Hugo Napoleão - PDS; Milton Brandão - PDS; Paulo Ferraz- PDS;
consciente de seus direitos, e sobremodo que sua família e a sociedade não Pinheiro Machado - pp,
adotem comportamentos que segreguem, ignorem ou superprojetem os que
Ceará
possuem características diferentes da maioria das pessoas.
Reveste-se, por isso, de singular significação o trabalho que realiza a Co'- Claudino Sales - PDS; Evandro Ayres de Moura - PDS; Gomes da
missão Especial, instalada na Câmara. dos Deputados no último mês de ju- Silva - PDS; Manoel Arruda - PMDB; Marcelo Linhares - PDS; Paulo
nho, com o propósito de sistematizar, reunir c examinar matérias que objeti- ,Lustosa - PDS;
vem, assim, a elaboração e aprovação de uma legislação consolidada exclusi- Rio Grande do Norte
vamente em defesa dos interesses dos deficientes e excepcionais. Antônio Florêncio - PDS; Carlos Alberto - PDS; Djalma Marinho-
Congratulo-me, portanto, com todos os membros desta Casa que, nesta PDS:
sessão, através dos Deputados Carlos Santos, Simão Sessim, Dario Tavares,
JG de Araújo Jorge, Benedito Marcílio, Jorge Cury e Ruy Côdo, representan- Paraíba
do todos os partidos políticos, expressaram o desejo de que possamos ofere- Antônio Mariz - PP; Carneiro Arnaud - PP; Ernani Satyro - PDS;
cer ao País, muito breve, nova e exemplar contribuição que enseje apoio e me- Joacil Pereira - PDS; Marcondes Gadelha - PMDB;
didas práticas para a solução dos muitos e graves problemas que ainda afli-
Pernambuco
gem os excepcionais e os impedem de uma participação adequada na socieda-
de brasileira. Cristina Tavares - PMDB; Geraldo Guer!cs - !lDS; Inocêncio Olivcira
- PDS; Josias Lcite - PDS; Milvcrnes Lima - PDS; Nilson Gibson -
o SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Nada mais bavendo a tra- PDS; Ricardo Fiuza - PDS; Sérgio Murilo - PDT; Thales Ramalho - PP.
tar, vou levantar a sessào.
Alagoas
Deixam de comparecer os Senhores:
Albérico Cordeiro - PDS; José Costa - PMDB; Mendonça Neto -
Acre PMDB; Murillo Mendes - PMDB.
Geraldo Fleming - PMDB. Sergipe
Sergipe Adroaldo Campos - PDS; Raymundo Diniz - PDS;
Cclso Carvalho - PP.
Bahia
Rio de Janeiro
Afrísio Vieira Lima - PDS; Angelo Magalhães - PDS; Carlos
Péricles Gonçalves - PP. Sant'Anna - PP; Francisco Benjamim'- PDS; Francisco Pinto - PMDB;
Sãõ Paulo Honorato Vianna - PDS; Joào Alves - PDS; Manoel Novaes - PDS;
Adbemar de Barros Filho - PDS. Odulfo Domingues - PDS; Prisco Viana - PDS; Rogério Rego - PDS;
Stoessel Dourado - PDS; Vasco Ncto - PDS;
Paraná
Antônio Ueno - PDS. Espírito Santo
Rio Grande do Sul Christiano Dias Lopes - PDS; Feu Rosa - PDS; Theodorieo Ferraço
- PDS;
Alcebíades de Oliveira - PDS; Aluízio Paraguassu - PDT.
III - Levanta-se a sessào às 12 horas e 05 minutos. Rio de Janeiro
Alcir Pimenta - PP; Alvaro ValIe - PDS; Célio Borja - PDS; Celso
Peçanha - PMDB; Daniel Silva - PP; Darcílio Ayres - PDS; Daso
ATA DA 97~ SESSÃO Coimbra - PP; Felippe Penna - PMDB; Joel Vivas - PP; JG de Araújo
EM 26 DE AGOSTO DE 1981 Jorge - PDT; Jorge Cury - PTB; José Frejat - PDT; José Maurício -
PDT; Marcello Cerqueira - PMDB; Miro Teixeira - PP; Paulo Rat!es -
PR~SIDENCIA DOS SRS.:
PMDB; Peixoto Filho - PP; Saramago Pinheiro - PDS; Walter Silva -
NELSON MARCHEZAN, PRESIDENTE; PMDB.
CARLOS WILSON, 2~-SECRETÃRIO; Minas Gerais
SIMÃO SESSIM, SUPLENTE DE SECRETÃRIO, E
Aécio Cunha - PDS; Bento Gonçalves - PP; Bonifácio de Andrada-
JOEL FERREIRA, SUPLENTE DE SECRETÃRIO.
PDS; Carlos Colta - PP; Darío Tavares - PP; Delson Scarano - PDS;
I - As 13 :30 horas comparecem os Senhores: Fued Dib - PMDB;Genival Tourinho - PDT; Humberto Souto - PDS;
Nelson Marchezan Jorgc Ferraz - PP; Jorge Vargas - PP; Juarez Batista...:... PP; Magalhães
Haroldo Sanford Pinto - PP; Melo Freire - PP; Moacir Lopes':- PDS; Pimenta da Veiga-'
Freitas Nobre PMDB; Raul Bernardo - PDS; Renato Azeredo - PP; Ronan Tito -
Furtado Leite PMDB; Tarcísio Delgado - PMDB;
Agosto de 1981 DlÁRIO DO CONGRESSO NAnONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8443

São Paulo 2. Que, ao mesmo tempo, o Requerente pediu à direção daquele Parti-
do o cancelamento de sua assinatura, no Livro de Fundadores;
Adalberto Camargo - PDS; Airton Soares - ' PT; Alcides Franciscato 3. Que, em face do exposto, requer a Vossa &celência o recebimento
- PDS; Antônio Russo - PMDB; Aurélio Peres - PMDB; Baldacci Filho;
deste, para todos os efeitos legais, solicitando seja anexado, no tempo pró·
Benedito Marcílio - PT; Cardoso Alves - PMQB; Cardoso de Almeida -
prio. ao processo do pedido de registro definitivo do Partido Popular.
PDS;' Del Bosco Amaral - PMDB; Francisco Leão - PDS; Israel Dias-
Nestes Termos
Novaes - PMDB; JayroMaltoni - PDS; João Cunha - PMDB; Maluly
Pede e Espera Deferimento.
Netto - PDS; Pacheco Chaves - PMDB;Ruy Côdo - PMDB; Tidei de
Brasília, 25 de agosto de 1981. - Deputado Carlos WIIS()n.
Lima - PMDB; Ulysses Guimarites - PMD3;
COMUNICAÇOES
Goiás
Exm Q Sr. Deputado Nelson Marchezan
Adhemar Santillo -'- PMDB; Brasilio Caiado - PDS; Genésio de Bar- DD. Presidente da Câmara dos Deputados
ros - PMDB; Iram Saraiva - PMDB; Manoel Obéa" - PDS; Rezende
Pelo presente, comunico a V. Ex' o meu desligamento do Bloco Parla-
Monteiro - PDS; Siqucira Campos - PDS.
mentar do Partido Popular, e requeiro que sejam adotadas as providências re-
Mato Grosso gimentais pertinentes.
Corrêa da Costa - PDS; Louremberg Nunes Rocha - PP; Milton Fi- Comunico ainda a V. Ex' que cópia da presente comunicação está sendo
gueiredo - PP. encaminhada ao Exm 9 Sr. Deputado Thales Ramalho, Líder do PP nesta
Mato GrosS() do Sul Casa do Congresso Nacional.
Pelo que
Antônio Carlos de Oliveira - PT; Leite Schimidt - PP; Ubaldo Barém Pede Deferimento.
- PDS; Walter de Castro. Brasília, 25 de agosto de 198 I. .- Carlos WIIS()n.
ParanlÍ Exm Q Sr.
Adolpho Franco - PDS; Ãlvaro Dias -'- PMDB; Amadeu Geara - Deputado Thales Ramalho
PMDB; Antônio Mazurek - PDS; Aroldo Moletta - PDS; Borges da Sil- DD. Líder do Partido Popular
veira - PP; Hélio Duque -'- PMDB; Mário Stamm - PP; Maurício Fruet- na Câmara dos Deputados
PMDB; Nivaldo Kruger - PMDB; Paulo Marques - PMDB; Roberto Gal-
Senhor Líder:
vani - PDS; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB; Walber Guimarães-
Dirijo-me a Vossa Ex' para comunicar-lhe que, nesta data, desliguei~me
PP; do Bloco Parlamentar do Partido Popular nesta Casa do Congresso Nacio-
Santa Catarina nal, solicitando-lhe sejam tomadas as providências necessárias junto a essa
Acácio Pereira - PMDB; Adhemar Ghisi - PDS; Artenir Werner - Liderança.
PDS; João Linhares - PP; Juarez Furtado - PMDB; Luiz Cechinel- PT; Agradeço a V. Ex' as atenções recebidas li reitero os protestos de minha es-
Mendes de Melo - PP;Nelson Morro - PDS; tima e admiração.
Cordialmente. - Carlos Wilson.
Rio Grande do Sul
Alceu ColIares - PDT; Aldo Fagundes - PMDB; Alexandre Machado
xxx
Senhor Presidente:
- PDS; Carlos Santos - PMDB; Cláudio Strassburger - PDS; Emídio Pe-
Para fins regimentais, tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência
rondi - PDS; Getúlio Dias - PDT; Hugo Mardini - PDS"; João Gilberto
- PMDB; Jorge Uequed - PMDB; Lidovino Fanton - PDT; Rosa Flores que me ausentarei do País, no día 21 do corrente, a fim de participar, como
Observador Parlamentar à X Sessão Reconvocada da lU Conferência das
- PMDB; Waldir Walter - PMDB.
Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a realizar-se em Genebra.
Amapá Brasília, 20 de agosto de 1981. - Angelino Rosa.
Antônio Pontes - PDS;
xxx
Rondônia
Gabinete da Primeira-Vice-Presidência'
Isaac Newton - PDS; Jerônimo Santana - PMDB.
Brasília, 24 de agosto de 1981.
Roraima
Of. n9 226/81
Júlio Martins -PDS.
Senhor Presidente:
O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - A lista de presença acusa o Em observáncia a preceito regimental, levo ao·conhecimento de V. Ex'
comparecimento de 182 Senhores Deputados. que, por motivo de viagem ao exterior, estarej ausente do País, a partir do dia
"Está aberta a ·sessão. 26 do corrente mês.
Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos. Certo de contar com sua costumeira atenção para as medidas cabíveis,
O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. aproveito o ensejo para reiterar protestos de elevada estima e consideração.
- Haroldo Sanford, I Q. Vice-Presidente
11 - O SR. ANTONIO ZACHARIAS, servindo como 2Q-Secretário,
procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, as- xxx
sinada.
Senhor Presidente:
o SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Passa-se à leitura do expedien- Comunico a V. Ex', para os devidos fins, que me ausentarei do País nos
te. dias 29 e 30 do corrente mês.
O SR. JOEL FERREIRA, Suplente de Secretário, servindo como IQ- SS. 26 de agosto de 1981. - Mauricio Fruet.
Secretário, procede à leitura do seguinte xxx
1II - EXPEDIENTE Senhor Presidente:
Comunico a V. Ex', para os devidos fins, que a partir do próximo dia 28
me ausentaréi do País, em viagem ao exterior.
REQUERIMENTO
SS. 26 de agosto de 1981. - .Ubaldo Barem.
Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do
Egrégio Tribunal Superior Eleitoral TELEGRAMA
Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos, brasileiro, casado, no exercí- Comunico Vossência que Tribunal Superior Eleitoral, em sessão de 1·7-
cio do mandato de Deputado Federal pelo Estado de Pernambuco, pede vê- 81, apreciando processo n9 37, da classe sétima, autorizou o funcionamento
nia a Vossa Excelência para dizer e requerer o seguinte: do Partido Democrático Social, requerido nos termos do parágrafo segundo
I. Que, conforme comunicação constante nos documentos que esta do artigo 14 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos.
acompanham por cópia, nesta data o requerente se desligou do Bloco Parla- Cordiais saudações.
mentar do Partido Popular, na Câmara dos Deputados; Moreira Alves, presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral.
8444 Quinta.feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçào I) Agosto de 1981

Exm o Sr. ll: verdade que ela se exerce paulatina e gradativamente, ao


Deputado Nelson Marchezan sabor do interesse coletivo, que deVe prevalecer sobre os interesses
grupais, tendo em vista o ajustamento de novas garantias à con-
DD. Presidente da Câmara dos Deputados juntura sócio-econômica vigorante.
Brasília - DF.
Dentre nós inicialmente se cogitou de proteger o trabalhador
Comunico Vossência que Tribunal Superior Eleitoral, em sessão de 18-8- urbano, ou melhor dizendo, aquele que presta serviço à empresa
81, apreciando processo nQ 38, da. classe sétima, autorizou o funcionamento comercial ou industrial, ein relação ao qual se reconheceu o estado
do Partido do Movimento Democrâtico Brasileiro, requerido nos termos do mais avançfl!do de dependência econômica ou de hipossuficiência,
parágrafo segundo do artigo 14 da Lei Orgânica dos Partídos Políticos. a par de se admitir a viabilidade de suporte por ;parte do destina-
tário do õnus social.
Cordiais Saudações , Depois, voltaram-se as preocupações para o trabalhador rural
Moreira Alves, presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral. que, finalmente, obteve o seu estatuto e, através dele, as suas ga-
rantias básicas, se bem que mais modestas.
Em 1972 tratou o legislador de dar o primeiro passo em favor
P)lOJETO DE LEI NQ 760-8, DE 1979 do trabalhador doméstico, Veio à luz, então, a Lei n Q 5.859, de 11
(Da Comissão de Constituição e Justiça) de dezembro de 1972, que dispôs sobre. o empregado doméstico,
fazendo, contudo,' parcas concessões, eis que limitou os seus direitos
Remição para 2. a Discussão do Projeto de Lei n.o 760-A, ao asseguramento de férias anuais e de benefícios previdenciários.
de 1979, qUe "introduz alterações no Plano Rodo\7iário Na-
cional, no que diz respeito ao traçado da BR-359". Hoje, cremos, a categoria dos empregados domésticos já apre-
O Congresso Nacional decreta: senta aquelas mesmas condições de oportunidade que justificaram
a destinação de garantias mais amplas aos industriários ou aos
AI't. 1.0 A Relação Descritiva das. Rodovias do Sistema Rodo- comerciários e até aos .trabalhadores rurais.
viário N3JCional constante do Plano Naciona: de Viação, aprovado Por isto que num, digamos, segundo passo, propomos a con-
pela Lei n.o 5.917, de 10 de setembro de 1973, passa a vigBr com a cessão, aos trabalhadores domésticos, do direito ao recebimento da
seguinte alteração: gratificação natalina da 'Lei nQ 4.090, de 1962 <l3Q salário, como é
"2.2. Relação Descritiva da·s Rodovias do Sistema Ro- conhecida). Tendo mais que até mesmo os funcionários públicos
doviário Federal já estão prestes a consegui-Ia (em alguns Estados, como São Paulo,
já a conseguiram).
Rodovias Diagonais Sala das sessões, - Jorge Paulo.

BR-359: Corumbá-Coxim.....:.Mineiros-CeI'es-..... "


Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. LEGlSLAÇJAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇJAO
revogadas as disposições em contrário. DAS COMISSõES PERMANENTES
Sala da Comissão, 5 de agosto de 1981 - Antônio Dias, Vice- LEI NQ 4.090, DE 13 DE JULHO DE 1962
Presidente no exercício da Pres'dência - Games da Silva. Relator.
Institui a gratificaçãa de Natal para os trabalhadores.
Parecer da Comissão O Presidente da República
A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur- Faço saber que o Congresso Na'Cional decreta e eu sandono a
ma "A", aprovou, por unanimidade. a Redação para Segunda Dis- seguinte Lei:
cussão ao Projeto de Lei n.o 760-A/79, apresentada pelo Relator.
Art. 1Q No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Antônio Dias, Vi- será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, i,ndepen-
ce-P1'esidente, no exercício da Presidência; GOmes da Silva, Rela- de.ntemente da remuneração a que fizer jus.
tor; Antônio Russo, Brabo de Carvalho, Djalma Marinho, Joaci!
Pereira, João GLberto, Jorg€ Arbage. Luiz LeaL Marcello Cerqueira. § 11' A gratificação corresponderá a 1112 avos da remunera-
Nilson Gibson, Osvaldo Melo. Pimenta da Veiga e Ta'rrísio Delgado. ção devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspon-
dente.
Sala da. Comissão 5 de agosto de 1931. - Antônio Dias, Vice-
Presi,dente, no €xercício da Presidência - Gomes da Silva, Relator. § 21' A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de traba-
lho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo
anterior.
PROJETO DE LEI N0 2.355-A, DE 1979 Art. 29 As faltas legais e justificadas ao serviço não serão
,deduzidas para os fins previstos no § 19, do art. 19 desta lei.
(Do Sr. Jorge Paulo)
Art. 39 Ocol"rendo rescisão, sem justa causa, do contrato de
Altera a redação do art. 39 da Lei n9 5.869, de 11 de trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos
dezembro de 1972, para o fim de garantir ao empregadg dos §§ lI' e 2Q, do art. lQ desta lei, calculada sobre a remuneração
domésticu o direito à gratificação natalina instituída pela do mês da l'escisão.
Lei nQ 4.090, de 1962: tendo pareceres: da Comissáa de
Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridici. Art. 49 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
dade e técnica legislativa; e, das Comissões de Trabalho e revogadas as disposições em contrário.
Legislação Sacial e de Finanças, pela apl'OVai;ão.
(Projeto de Lei n Q 2.355, de 1979, a que se referem os LEI NQ 5.859; DE 11 DE DEZEMBRO DE 1972
pareceres.)
Dispõe sobre a profissão de empregado doméstico e dá.
O Congresso Nacional decreta: outras providências. '
Art. lI' O liIXt. 31' da Lei nl' 5.859, de 11 de d.ezembro de 1972, O Presidente da República:
passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 3.° O empregado doméstico terá direito a:
. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1Q Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que
I - férias anuais remuneradas de 20 <vinte) dia.s úte1s, presta serviços de natureza continua e de finalidade não lucrativa
após cada período de 12 (doze) meses de trabalho à mesma à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas aplica-se o
pessoa ou família; disposto nesta lei. '
II - gratificação natalina, na forma da Lei n,o 4.000, de Art. 29 Para admissão ao emprego deverá o empregado do-
13 de julho de 1962." méstico apresentar:
Art. 2Q Esta Lei entrará em vigor na {lata de suQ. publteação. I - Carteira de Trabalho e Previdência Social'
I '
Art. 31' Revogam-se as disposições em contrário. II - Atestado de boa conduta:
Justificaçã.o III - Atestado de saúde a critério do empregador.
A tendência do Direito Social é cada vez mais estender sua pro- Art. 39 O empregado doméstico te,rá direito a férias anuais
teção às camadas populalCionais em que o traba.lhQ ;representa meio remuneradas de 20 (vint2) dias úteis, após cada período de 12
de sobrevivência. (doze) meses de trabalho, prestado à mesma pessoa ou família,
Agosto de 1981 DIÁRIO 00 CONGRESSO NAnONA L ~Seçãul) Quinta-feira 27 8445

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUS~çÀ e de finalidade não lucrativa à. pessoa ou à família, no âmbito resi-
dencial destas". .
I - Relatório É, assim, um caso muito especial, dentro do mercado de traba-
A Lei n9 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dispõe sObre a lho: "Formalmente trata-se de assalariados mas que não se subor-
profissão de empregado doméstico, prevê no art. 39: 'dinam a um capital senão que prestam serviços a uma unidade não-
econômica, como a família".
"O empregado doméstico terá direito a férias anuais Em termos de mercado de trabalho, não se pode falar, com
remuneradas de vinte dias úteis, após cada período de doze ·presteza, que seja competitivo e onde suas fQrças PQssam por si
meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família." estabe~ecer uma taxa de salários. A forte influência das relações
Com a presente iniciativa, o nobre Deputado Jorge Paulo in- pes.soals en~re empregador e empregado ~az com que haja dispari-
tenta aditar a esse artigo o direito do empregado domésticO, tani- .dade.s salarIais, bem como slstemas varIados de cumprimento de
bém, à gratificação natalina, na forma da Lei '0.9 4.090, de 13 de ~.
~ulho de 1962. . . Q empregado doméstico é, normalmente, oriundo do meio rural
Ao justificar a medi~, ressaltou o Autor: e de lá emigrou dwdas as baixas condições de sobrevivência. Depen-
"Hoje, cremos, a categoria dos empregados domésticos dendo da situação de desestruturação da. economia rural, notamos
uma maior ou menor oferta desta mão-de-obra. E a abundância
já apresenta aquelas condições de oportunidade que justi- ou esca.ssez desta forÇa de trabalho é que determinará o nivel sala-
ficaram a destinação de garantias mais :amplas aos indus- rIal a .!ler pago pelos empregadores.
triários ou aos eomerciários, e até aos trabalhadores rurais.
Por isto que num, digamos, segundo paaao, propomos a Dada, porém, a fragilidade nas negociações salariais, onde os
cO%Wessáo aos trabalhadores domésticos, do direito ao rooe- empregadores assumem oomportamento típico de uma lógica em-
bimento da gratificação natalina da ~i n 9 4.090, de 1962 presarial, necessário se faz que >dispositivos legais protejam este
(139 saIáX1o, como é conhecida). Tendo mais que até mes- segmento da sociedade, plasmando melhores condições de vida e de
mo os funcionários públicotl já estão prestes a consegul.-la distribuição de renda.
(em alguns Estados, ooma em Bão Paulo, já a consegui- Até ·a promulgação da Lei n.O 5.859, de 11 de dezembro de 1972
r:a.m). " o empregado poderia rontribuir para a Previdência Bocial com~
segurado :facultativo. Com o 'advento 'deste cIiBPooitivo legal, passou
Foi submetida a proposição a esta e às Comissões de Trabalho à categoria de segurado obrigatório.
e Legis.laç.ão Bocl.al, e de FinançlUl.
Neste órgão técnico distrlbulda ao nobre De9utado Roque Aras; O cálculo .da contribuição incidia sobre um .salári·o mínimo
e a nós, em seguida, :foi redLstribuída. regional, sendo este teto elevado para três, conforme disposto na
Lei n. a 6.887,' de 10 de dezembro de 1980.
É o relatório.
Não restam dúvidas que estes dispositivos legais vieram. efe-
n - Voto do Relator ti-vamente, proteger o empregado doméstico. A relação de empr·ego
A Lei n Q 4.090, de 13 de julho de 1962, instituiu a gratificação contratado é agora anotada na carteira de trabalho. A debilidade
de Natal para os ,trabalhadores. E esta~lece seu aort. 19 que é a da organização dos empregados domésticos começou a ser supe-
"todo empregado". rada, por um l~do peloa:poio destes mecanismos legais e, por outro
lado, pela maIor coIlBcientizaçáo -deste contingente significativo
A Lei alteranda - n Q 5.859, de 11 de dezembro de 1972 - quan- de torça de trabalho.
do disciplinou a profissão de· empregado doméstico, omitiu-se a
respeito do assunto. . Neste sentido assume -vital importância a transformação deste
Projeto em Lei, porque a concessão da gratificação natalina signi-
O projeto, como se verifica, trata de matéria do trlJ.,halho, figu- fica um acréscimo real nos salários, contribuindo para evitar uma
lrando, portanto, entre aquelas cuja iniciativa está constitucional- maior deterioração dos ocupados, principalmente ne3tes setores não
«mente assegurada ao parlamentar. tipicamente capitalistas de organização.
Não incide, também, em nenhuma outra infringência, quanto
aos .aspectos que nos incumbe reginlentalmente sua análire. Dados os elevados objetivos desta Proposta, opinamos pela sua
Conseqüentemente, por sua constitucionalidade, legalidade, ju- aprovação.
ridicidade e técnica legislati-va é o nosso -voto. . Sala da Comissão, de de 1981. - Francisco
sala da CO:mlssão, 4 de dezembro de 1980. - Nelson Morro, RoIlemberg, Relator.
Relator.
III - Parecer da Comissão
A COmissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma III - Parecer da Comissão
"A", opinou, unanimemente, pela oonstitucionalidade, juridicidade •. A GomisJão de Trabalho e Legislação Social, em reunião urdi-
e boa técnica legislativa do Projeto n.O 2.355/79, nos termos do narIa de .sua Turma "B", realizada em 4-6-81 opinouunanime-'
parecer do Relator. mente, pela aprovação do Projeto de Lei n.O 2'.355/79, 'nos termos
Estiveram presente6 os 8enhoreg Deputados: GOmes da Silva, do parecer do Relator.
Vice-Presidente, no exercício 'da presidência; Nelson Morro, Relator; Estiveram presentes os Srs. Deputados: Osmar Leitão. Presi-
Bonifácio de Andrada, Brabo de Carvalho, Edgard Amorim, Jairo dente; Fra~cisco Rollemberg, Relator; VI-valdo Frota, Amadeu
Magalhães, Joaeíl Pereira, João Gllberto, Lázaro Carvalho, Nilson Geara, Alldalio Dantas. Benedito Marcílio Pe'~ro Carolo EctO'al'd
Gibson, Osvaldo Melo, Tarcísio Delgado. A~orim. EçIson ,vidigal, Peixoto Filho, Joel Lima' e Rezende Mon-
Saia da CODÚssão, 4 de dezembro de 1980. - Goores da Silva, teIrO.
V1ce-Presidente, no exercicio da Presidência - Nelson Morro, Re-
lator. Sala d9. Comissão. 4 de junho de 1981. -- Osmar Leitão, Pre-
sidente - Francisco Rollemberg, Relator.
.PARECER DA ÇOMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAO SOCIAL
I. - 'Relatório
O Projeto de Le1n. a 2.355, de 1979, de autoria 'do Deputado PAREOER DA COMISSAO DE FINANÇAS
Jorge Paulo, objetiva estender ao empregado doméstico a ooncessão I - Relatório
da gratiflcação natalina, nos termos da Lei n,o 4.090, de 13 de julho
de 1962. A Ui n.O 5.859, de 11-12-72,' que dispõe sobre a profissão de
lJJlm. ma. jMtl.t1cação,.o autor afirma que a Lei n.o.5.859, de 11 de empregado doméstico, determina no art. 3.°:
dne1nbro de 1972, fez parcas concessões, limitando os direitos do "O empregado doméstico terá direito a férias anuais
empregado doméstico à. concessão de férilUl anuais e à extensão dos remuneradas de 20 dias úteis, após cllJda perlodo de 12
benéfíclOl e serviços da Lei Orgânica; da Previdência Soelal. meses de trabalho, prestado à mesma pessoá ou familía."
Apóa análl.8e das prellminaresde oonstitucionalidade, juridici- Com a presente iniciativa, propõe o Deputado Jorge Paulo im-
dade e técnica legislativa pela Comissão de Constituição e Justiça, primir a esse artigo a seguinte redação:
cabe a esta Comissão examinar o projeto: noo termos do artigo "Art. 3.0' O empregado doméstico terá direito a:
28, § 16, do Regimento Interno 'da Câmara .elos Deputados.
I - .férias anuais remuneradas de vinte dias úteis, após
cada per1Odo de doze meses de trabalho à mesma pessoa ou
n- Voto fui Bela.tor f·amilla;
A Lei a Q 5.859, de 11 de dezembro de 1972, define (} empregado 11 - 'gratificação natalina, na forma da Lei n.O 4.090,
dOméstico como "aquele que presta lI&Vir:os de natureza contínua de 13 de julho de 1962."
8446 Quinta-feira ·27 DIA RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secào I) Agosto de 1981

Ao justificar a ampliação dos benefícios ao trabalhador do- Em 1.0 -8-80, foram lidos os ·seguIntes Pareceres:
méstico, enfatiza o 'Autor: N.o 573/80, da CDmi.ssão de Constituição e Justiça, relatado
"A tendência do Direito Social é cada vez mais esten- pelo senhor Senador RaIDlundo Parente, pela constitucionalidade
der sua proteção à.'l camadas pGpulacionais em que o tra- e juridicidade do Projeto.
balho representa meio de sobrevivência. N.o 574/80, da Comissão de Agricultura, relatado pelo Senhor
É veroadeque' ela 00 exerce paulatina e gJ:adativarnen- Sell;ador Pedro Pedrossian, pela aprovação do Projeto.
te, 'ao sabor do interesse coletivo, que deve prevalecer sobre N.o 575/80, da Comissão de Educação -e Cultura, relatado pelo
os interesses grupais, tendo em viSta o ajustamento de Senhor Senador Adalberto Sena, pela aprovação do Projeto.
novas garantias à conjuntura Sl'rcio-econôm!ca vigorante.
Em 22-8-80, é incluído' em Ordem do Dia.
Hoje, cremos, a categoria dos empregados domésticos Em 25-8-80, é aprovado em Primeiro Turno.
já apresenta aquelas mesmas condições de oportunidade
que justificaram a destinação de garant.las mais amplas Em 27-8-80, é incluído em Ordem do Dia.
aos industriários ou aos comerciárias e até ,aos trabalha- . Em 28-8-80, é aprovado em 2.0 turno. ,
dores rurais."
Em 1.0 -9-80, é lido o Parecer n. O 626/80, da Oomissão de Re-
VIu-se distribuída a proposição às Comissões de Justiça, de dação, relatado pelo Senhor Senador Mendes Canale, oferecendo
Trabalho e Legislação Social, e de Finanças, tendo a primeira a redação final da matéria.
opinado, unanimemente, por sua constitucionalidade, juridicidade
e técnic,a legislativa, nos termos do parecer do Relator, Deputado Em 2-9-80, é incluido em Ordem do Dia.
Nelson Morro. Em 4-9-80, é aprovada a Redação Final.
A CTLS, também à unanimida'de, se manifestou pela aprova- A Câmara dos Deputados com o Ofício n.O SM/45S, de 8-9-80.
ção do projeto, acatando o parecer .do Relator, Deputado Fran-
cisco Rollemberg. PARECER. DA COM1SSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA
É o relatório.
I - Relatório
11 - Voto do Relator
O senado Federal submete à revisão desta Oasa do Congresso
Além de procedente, a extensão de direitos trabalhistas ao Nacional, conforme dispõe o art. 58 da Constituição· Federal o
empregador doméstioo não virá provocar qualquer reflexo negativo
nas finanças pátrlas. Projeto de Lei n. O 29B, de 1979, que declara o dia 22 de setembro
como o Dia Nacional de Defesa da Fauna.
Esse convencimento nos leV'a a opinar, também, pela aprova-
ção do' proj eto sob análise. Essa proposta teve a iniciativa da ilustre Senadora Eolnice
Michiles que a justifica a;pontando a oportunidade de esclareci-
Sala da Comissão, 12 de agosto de 1981. Athiê Coury, mento sobre a importância' da fauna para todos os brasileiros e
Relator. para a humanidade. Esclarece a Autora que o motivo da escolha
m - Parecer da' Comissão da data se prende ·ao fato de o dia 21 daquele mês ser dedicado
à flora. . ..
A Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada no
dia 20 'de agosto de 1981, opinou, unanimemente, pela aprovação Todos os órgãos técnicos da Câmara Alta aprovaram a matéria.
do Projeto de Lei n. o 2.355179 - do Sr. Jorge Paulo - nos termos
do parecer do relator, Deputado Athiê Coury. De c<Jnformidade com o art. 28, § 4.0 , do Regimento Interno
Estiveram presentes os Senhores Deputados Lulz Baccarini, da Câmara dos Deputados, cabe a esta Comissão opinar sobre a
Presidente; Olivir Gabardo e Vicente Guabiroba, Vice-Presidentes; constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposição.
Athiê Coury, João Cunha, Fernando Magalhães, Airon Rios, José Sob esses aspectos, nada temos a opor ao seu andamento. Ela
iCarlos' Fagundes, Christóvam Chiaradia, Carlos Vinagre, Hélio está conIorme os prindpios constitucionais e jurídicos e lavrada
Garcia, Marão Filho, Leorne Belém, Honorato Vianna, HildérÍC,o em boa técnica legislativa.
Oliveira e José Mendonça Bezerra.
Sala da Comissão, 20 de agosto de 1981. - Luiz Baccarini, Pre- n - Voto do Relator
sidente - Atbiê Coury, Relator. . [Pelas razões expendidas, somos pela constitucIonalidade juri-
dicidade e técnica legislativa do Projeto de Lei n.o 3.588, de 1980.
PROJETO DE LEI N9 3.588-A, DE 1980 Sala da ,Comissão, 27 de' novembro de 1980. - l'heodorico
Ferraço, Relator.
(Do Senado Federal)
III - Parecer da Comissão
Institui o Dia Nacional de Defesa da Fauna; tendo A Comissão. de Constituição e Justiça, em reumao de sua
pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pell\ Turma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juri-
cOllBtitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, dicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei n.o 3.588/80,
da Comissão de Agricultura e Política Rural, pela apro- nos termos. do parecer do Relator.
vação. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Lázaro Carvalho.
(Projeto de Lei n. o 3.588, de 1980, a que se referem Presidente em exercício (art. 76 do RI); Theodorico Ferraço,
Relator; Afrisio Vieira Lima, Antônio Mariz, Elquisson Soares,
os pareceres.) Christiano Dias Lopes, Gumes da Silva, Jairo Magalhã·es, Natal
O Congresso Nacional decreta: Gale, Nelson Morro', Paulo Pimentel e Tarcísio Delgado.
Art. 1.0 É instituído o Dia Nadonal de Defesa da Fauna, a Sala da Comissão, 27 de novembro de 1980. - Lázaro CarValho,
ser comemorado anualmente a 22 de setembro em todo o terrI- Pnosidente, em exercício _. Theodorico Ferraço, Rel"ator.
tório ;!Jrasileiro.
PARECER DA COMISSÃO DE AGRICULTURA E
Art. 2. 0 Esta Leí entra em vigor na data de sua publicação. POLíTICA RURAL
Art. 3. 0 Revogam-se as dIsposições em contrário. I - Relatório
Senado Federal, 8 de setembro de 1980. - senador Luiz Viana, O projeto de lei acima ementado, de autoria da ilustre Sena-
Presidente. dora Eunice Michiles, institui o dia 22 de setembro como o "Dia
Nacional de Defesa da Fauna".
SINOPSE A proposição é justificada pelo fato que, embora a preserva-
ção da Natureza seja um dever de todos, a ação predatória do
PROJEI'O DE LEI DO SElNA[)Q N.o 296, DE 1979 homem tem deixado marcas de destruição não só na flora mas
Institui o Dia Nacional de Defesa da Fauna. também na fauna. "Assim, afirma a autora, temos várias espé-
cies em franca extinção, como (lertoa tipos de baleia o próprio
Apresentado' pela Senhora Senadora Eunice Michiles. pel:Ke-boi da Amazônia, o lobo~gual'á do Planalto Central brasi-
Lido no expediente da sessão de 3-10-79, e publicado no DCN leiro, o pirarucu, a ariranha, o jacaré, além de inúmeras espécies
(Seção II) de 4-10-79. de pássaros que estão em franco desaparecimento".
Distrlbuído às Comissões de Constituição e Justiça, de Agri- . Sugere a ilustre Senadora, em sua justificação, que sejam pro-
cultura e de Educação e Cultura. movidas amplas campanhas de esclarecimento junto aos estabe-
Agosto de 1981 • DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) (luiuta-feira 27 8447

lecimentos de ensino, aos setores voltados para a preservação contra a Natureza e o meio-ambiente. determinando a parcial
do meio ambiente, em defesa da fauna brasileira.. destruição da flora e da. fauna, decorrente do desmatamento
O dia 21 de setembro já é dedicado à flora. sendo por esse indiscriÍninado e da caça pr-edatória. a poluição ambiental, a con-
motivo escolhido o dia 22 do mesmo mês para as comemorações taminação irreversível do solo, o esgotamento dos recursos natu-
do Dia da Fauna, para que deste modo se pudes.s-e promover uma rais. que estão se exaurindo, além de outras conseqüências, que
"semana ecológica". ameaçam a sobrevivência do Homem.
O projeto foi aprovado nas Comissões técnicas do Senado Em oposição a essa situação_ vem surgindo. no, País. uma
autêntica consciência ecológica. que tem por escopo por cobro aos
J!1ederal onde tramitou e na de Constituição e Justiça da Câmara atentados a que nos ref.erimos. visando harmonizar o Homem com
dos Deputados. a natureza, buscando a volta ao fundamental equiJibrio ecológico,
A proposta é, no nOS,'30 entender, de grande valia para a indispensável a todas as formas de vida. animal e vegetal.
conscientização do povo quanto à importância da preservação A esta altura, é de as.sinalar-se que se torna necessário o
dos recursos naturais da Terra, atendendo, assim, a uma das r-eflorestall1ento das áreas devastadas pelo desmatamento, assim
r-ecomendações da "Declaração de PrincipJos" estabelecida na como o florestamento das outras desprovidas de vegetação.
Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente (junho de 1972):
Pois hem ~omo é de conhecimento geral, as rodovias e ferro-
"19. li: indispensável um trabalho de educação em vias existentes no Pais determinaram, para a sua construção. uma
questões ambientais, dirigido tanto às gerações jovens derrubada qu,:se que total das matas existentes às suas margens.
quanto aos adultos, e que preste a devida a:Vmção ao provocando colossais danos à flora e à fauna. ocasionando. ainda,
setor da população menois privilegiado, para ampliar as sJteraçôes meteorDlógicas e uma apr2ciável diminuição na forma-
bases de uma opiniíJ,o pública bem informada e de uma ção de oxigênio.
comluta dos: indivíduos, das empresas e das coletividades Cremos Q1ue éess,encial, por conseguinte, que sejam planta-
inspirada no sentido de sua res.ponsabilidade q:ul,nto _à das úrvore5 ao longo das rodovias -2 ferrovias, preferencialm2nte
proteção e melhoria do meio em toda a sua dlm,msao com e.spécies nativas e outras que se adaptem ao ecossistema
humana." regional, a fim de j}wpiciar boas condições para o desenvolvimento
11 - Voto. do Relator
de todas as formas de vida.
Ante o exposto_ votamos pela aprovação do Projeto de Lei Aliás em outr-os paises como. por exemplo, na Alemanha Fe-
'n.o 3.588, de. 1980. deral. é obrigatório o florestamento e reflorestamento às margens
Sala da Comissão, 20 de agosto de 1981. - Delson Scarano, das rodovias e ferrovias.
Relator. Assim, preconiza a proposição a instituição do Programa de
TIl - Parecer da Comissão Florestamento ·e Reflorestamento ao longo das Rodovias e Ferro-
vias, a cargo do mDF que, em sua execução, poderá celebrar
A Comissão de Agricultura e Po-litica Rural, em reunião ordi- convêníos com os -Estados e Municípios, assim como com institui-
nária do dia 20 de agosto de 1981, opinou unanimemente pela ções públicas e plivadas, nacionai.s e estrangeiras.
aprovação do Projeto de Lei n.o 3.588/80, do Senado Federal,
nos termos do Parecer do Relator, Deputado Delson Scarano. Dentre outras medid8s, prevê, ainda. o j}rojetado. que à.s
pessoas fisicas e jurídicas que fizerem aplicações no Programa.
Estiveranl presentes os Senhores Deputados Marcus Cunha, são estendidos os Incentivos fiscais concedidos a empreendimentos
Presidente; Delson Scarano, Relator; Carlos Bezerra, Pacheco florestais, ·na forma da Lei n. O 5.106, de 2 de setembro de 1966.
Chaves, Cardoso Alves, Pedro Germano, Iturival Nascimento, Te-
lêmaco Pompei, Pedro Corrêa, Victor Fontana, José Amorim, Freitas Em se tratando de iniciativa de interesse do Pais, esperamos
Diniz, Hugo Rodrigues da Cunha, Antônio Mazur-ek, Edilson La- que merecerá a aprovação dos ilustres membros desta Casa.
martina Mendes, Adolpho Franco, João Carlos de Carli, Bebas,tláo Sala das Sessôes, 19 de agos'to de 1981. ~ iHaurício Fruet.
Andrade, Eimídio Perondi, Ronan Tito e OardGso de Almeida.
Sala da ComissãG, 20 de agosto de 1981. - Marcus Cunha,
Presidente - Delson Scarano, Relator. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAO
DAS COMISSõES PERMANENTES
PROJETO DE LEI Ne 5.067, DE 1981 LEI N9 5.106, DE 2 DE SETE:MBRO DE 1966
(Do Sr. Mauricio Fruet) Dispõe sobre os incentivos fiscaÍs concedidos a empre-
endimentos florestais.
Institui o Program~ de Florestamento e Refloresta- O Presidente da República
mento ao longo das Rodovias e Ferrovias. Faço saber que o Oongresso Nacional decreta e eu sanciono a
(Anexe-se ao Projeto de Lei n.o 1.234, de 1979, nos seguinte lei:
termos do art. 71 do Regimento Interno.) Art. 19 As importâncias empregadas em f1onistamento e re-
O Congresso Nacional decreta:. florestamento- poderão ser abatidas ou des'Contadas nas declara-
ções de rendimento das pe-ssoas físicas e jurídicas. residentes ou
Art. 1.0 É instituido o prog,.ama de Florestamento e Reflo- domiciliadas no Brasil, atendidas as condições 'Elstahelecidas na
restamento ao longo das Rodovias -e Ferrovias, a c-argo do Insti- presente lei.
tuto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF. § 19 As pessoas físicas poderão abater da renda bruta as im-
Art. 2.0 O Programa consistirá no plantio de árvores às mar- portâncias comprovadamente aplicadas em flor-estamento 0"\1 reflo-
gens de to:las as rodovias e ferrovias exi.stentes no País, numa restamento e relativas ao ano-base doexercicio financeiro em que
faixa de, pejo menos, 30 (trinta) metros. o imposto for devido, observado o -disposto no art. 99 ,da Lei n9
4.506, de 30 de novembro de 1964.
Parágrafo único. Sempre que possivel, serão uti1i~adaiJ, pre-
fel'encialmente, espécies nativas -e outras que se adaptem ao ecos- § 29 No cálculo do rendimento tributável previsto no art. 53
sistema regional. da Lei n 9 4.504, de 30 de novembro de 1964, não se computará o va-
lor das reservas flürestais, não exploradas ou em formação.
ArL 3.° Na execução -dos serviços decorrentes desta Lei, o
IDDF poderá celebrar convênios com os Estadoo e Municípios, § 39 As pessoas juridicas poderão descontar do Imposto de
assim como -com instituições pl/blicas e privadas_ nacionais e es- Renda que devam pagar, até 50% (cinqüenta por -cento) do valor
trangeiras. do imposto, as importâncias 'Comprovadamente apUcadas em flo-
restamento ou reflorestamento. que poderá ser f'eitocom essências
Art. 4. 0 Aplicam-s-e os incentivos fiscai,;; concedidos a em- florestais, árvores frutíferas, árvores de grande porte e relativas ao
preendimentos florestais, na forma da Lei n.o 5.106, de 2 de setem- ano-base do exercício financeiro em que o imposto for devido.
bro de 1006, às pessoas físicas ou juridlcas que aplicarem impor-
tâncias no Programa previsto nesta Lei. § 49 O estímulo fiscal prevísto no parágrafo anterior poderá
ser concedido, cumulativamente, com os de que tratam as Leis
Art. 5.0 O Poder Executivo, ouvido o Instituto Brasileiro de n.OS 4_216, de 6 de maio de 1963. e 4.869, de 1.0 de dezembro de 1965,
Desenvolvimento Florestal, regulamentará esta Lei no prazo de desde que não ultrapasse em conjunto, o limite -de 50% (cinqüenta
60 (sessenta) dias. por -cento) do Imposto de Renda devido.
Art. 6.0 Esta Lei entra em vigor na data cJ.e sua publicação. Art. 29 As pessoas físicas ou jurídicas só terão direito ao aba-
Art. 7. 0 Revogam-se as disposições em contrálio. timento ou desconto de que trata este artigo desde que:
a) realizem o florestamento ou reflorestamento em terras de
Justificação que ,tenham justa posse, a título de proprietário. usufrutuários ou
O desordenado processo de desenvolvimento econômico brasi- detentores do domínio útil ou de que, de outra forma, tenham o
leiro tem ensejado uma permanente prática de brutais atentados u,~o, inclusive como locatálios ou comodatários;
844S Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

b) tenham seu projeto previamente aprovado pelo Ministério até' o dia 31 de dezembro do ano seguinte ao exercício da decla-
da Agricultura, compreendendo um programa de plantio anual mí- ração de rendimentos.
nimo de 10.000 (dez mil) árvores;
Parágrafo único. Decorrido o prazo previsto neste artIgo, sem
c) o !lorestamento ou reflorestamento projetados possam, a a indicação, pela pessoa jurídica depositante, de projeto para
juízo do Ministério da Agricultura, servir de base à exploraçãio eco- aplicação dos recursos descontados, serão estes convertidos em
nômica ou à conservação do solo e dos regimes das águas.. renda.
Art. 39 Os dispêndios correspondentes às quantias abatidas ou Art. 8.° O d,esconto autorizado pe'o art. 1.0 estará sujeito, a
descontadas pelas pessoas físicas ou jurídicas, na forma do art. 19 partir do exercicio financeiro de 1971 e até o exercício de 1974.
desta lei, serão comprovados junto ao Ministro da Agricultura, de inclusive, ·ao disposto no art. 5.° do Decreto-lei n.o 1.106, de 16 de
cujo reconhec1mento depende a sua regulalização, sem prejuízo da junho de 1970.
fiSl'.a!ização específica do ImpostO' de Renda.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste· artigo os
Art. 49 Para os fins da presente lei, entende-se como despesas investimentos realizados até 31 de dezembro de 1970 e decorrentes
de f1orestamento e reflorestamento aquelas que forem aplicadas de projetos aprovados. submetidos ao Instituto Brasileiro de De-
dl.retamente pelo contribuinte ou mediante a contratacao de servi': senvolvimento Florestal - mDF - até 15 de outubro de 1970.
ços de terceiros na elaboração de projeto técnico, nô preparo de
terras, na aquisição de sementes, ílO plantio, na proteção, na vigi- Art. 9.0 O Instituto BrasileIro de Desenvolvimento Florestal
lância, na administração de viveiros e flores e na abertura e con- ~ IBDF estabelecerá normas para a aprovação de projetos rela-
servação de caminhos de servIços. tivos à aplícaGão de recursos descontados ou abatidos do imposto
Art. 59 Ficam revogados o art. 38 e seus §§ 19 e 29 da Lei de renda, dispondo sobre a localização e o tamanho mínimo das
n 9 4.771, de 15 de setembro de 1965 e o art. 40 e seus §§ 19 e 29 da areas florestáveís, o valor mínimo dos projetos e dos tipos de
Lei;n9 4.862, de 20 de novembro de 1965. ebSências florestais apropriadas.
Art. 69 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, Art. 10. Continuam ·em vigor as normas da LeI n. o 5.106, de 2
revogadas as disposições em contrário. de setembro de 1966, observado o disposto no artigo anterior.
.Art. 11. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua
DECRE:CG-lJEI. N.O 1.134, DE 16 DE NOVEMBRO DE 1970 publicação, revogadas as disposições em contrário.
Altera sistemática. de incentivos fisca.is COncedidos a
empreendimentos florestais.
PROJETO DE LEI N0 5.077, DE'1981
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe con-
fere o art. 55, item Ir, da COnstituição, decreta: (Do Senado Federal)
Art. 1.0 A partir do exercício' de 1971, as pessoas jurídicas po-
derão descontar até 50% (cinqüenta por cento) do valor do imposto Dispõe sobre a espeeializaçã,o de Engenheiros e Ar-
de renda devido na declaração de rendimentos, para aplicação em quitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a pro-
empl'eendimentos florestais, cujos projetos tenham sido aprovados fissão de Técnico de Segurança. dI} Trabalho e dá outras
pelo Instituto Brasileiro de nasenvolvimento Floresta!. providências.
§ 1.0 As importâncias descontadas poderão ser aplicadas em (As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação e
projetos de desenvolvimento florestal, opcionalmente sob a for- Cultura e de Trabalho e Legislação SociaL)
ma de: O Congresso Nacional decreta:
I - Participação societária acionária; Art. 1° O exercício da especialização de Engenheiro de Se-
Ir -..:... PartiCipação societária não acionárla em projeto de p:uri- gurança do Trabalho será permitido, exclusivamente:
participação.
§ 2.0 O desconto autorizado neste artigo não se aplica aos
I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de cNtificado de
adicionais restituíveis aos impostos devidos por lançamentos "ex conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança
officio" ou suplementár e aos contribuintes que estiverem em dé- do Trabalho. a ser ministrado no Pais, em nível de p,?s-graduação;
bito para com o imposto de renda e adicionais, ressalv,ados os rI - ao portador d,e eertificado de curso de especialização em
débitos pendentes de decisão administrativa ou judicial. Engenharia de Segurança no Trabalho, realizado em caráter prio-
Art. 2. 0 Os titulos de qualquer natureza, representativos das ritário, pelo Ministério do Trabalho;
apUcações de que trata este Decreto-lei, terão sempr,e a forma lU - ao possuidor de regIstro de Engenheiro de Segurança do
nominatjvp. ,e não poderão ser transf.eridos durante o prazo de 5 Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho, até a data !ixada
(cinco) anos, a partir da data em que, a juizo do IBDF, o empreen- na regulamentação desta Lei.
dimento florestal previsto houver sido executado.
Art. 3.° A pessoa jurídica qu.e optar pelo desconto previsto no Parágrafo único. O curso previsto 'no inciso I terá o.currículo
fixado pelo Conselho Federal de Educaçâo, por proposta do Minis-
art. 1.0 deverá depositar, no mesmo prazo das cotas do imposto, tério do Trabalho e s·eu funcionamento determinará a extinção
no Banco do Brasil Sociedade Anônima, as importâncias desconta- dos cursos de que' trata o Inciso rI, na forma da regulamentação
das, em conta bloqueada, sem juros, que somente poderá ser mo- a ser expedida.
vimentada após aprovação de projeto específico, na forma da legis-
lação pertinente. . Art. 2.° O exercícío da profissão de Técnico de Segurança do
Traba.ho será permitido, exclusivamente:
Parágrafo único. O atraso no recolhImento de duas cotas con-
secutivas do imposto ou da importâncía descl}ntada implicará na I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Téc-
perda .automática do 1J.enefício fiscal relativo ao ano base da decla- nico de sagurança do Trabalho, a ser ministrado no Pais em
ração de rendimentos, acarretando a conversão em renda dos depó- .estabeiecimentos de ensino de 2.° grau;
sitos já efetuados e a cobrança do imposto de renda ainda devido.
Art 4.° No processo de subscrição do capital de empresas n - ao portador de certificado de conclusão de curso de 8'J-
beneficiárias dos recursos financeiros de Que trata o Inciso I do pervisor de Segurança do Trabalho. realizado em carát,er priori-
§ 1.0 do artigo 1.0 aplicar-se-á O disposto no § 9.°, incisos I e li, tário pelo Ministério do Trabalho;
do art 2.0. e no art. 19 do Decreto-lei n.O 756, de 11 de agosto de III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do
1900. Trabalho, expedido pelo MinistÉrio do Tra:balho. até a data fixada
Art. 5.0 Somente será concedido {) benefício previsto neste na regulamentação desta Lei.
Decreto-lei, na forma do inciso I do § 1.0 do art. 1.0, se a pessoa
jurídica depositante ou a empresa beneficiária da aplica;ção, satis- Parágrafo único. O curso previ.sto no inciso I terá o currículo
,feitas as demais exigências do Regulamento a ser baIxado pelo fixado pelo Ministério da Educação, por proposta do Ministério do
Poder Executivo, concorrer, efetivamente, para o financiamento Traba'ho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos
das inversões totais do projeto com recursos próprios, nunca infe- de que tra1a o inciso n, na forma da regulamentação a ser expe-
rIor-es a uma terça parte dQ montante dos rccurSQS desconta,dos do dida.
imposto de renda, aplicados ou reinvestidos do projeto. .
Art. 3.° O exercício da ativIdade de Engenheiros e Arquitetos
Art. 6.° O benefício pr€visto neste Decreto-leI é cumulativo na especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho d·e-
com os demais incentivos fiscais existentes, até o limite de 00% penderá de registro em Conselho Regional de Engenh:cria. Arqui-
(cinqüenta por cento) do imposto devído, sem prejuízo do disposto tetura e Agronomia, após a regulamentação desta Lei, e o de
no art. 7.° do Decreto-lei n.O 770, de 19 de agosto de 1969. Técnico de Segurança do Trabalho. após o registro no Minist~rio
Art. 7.° Para aplicar os' recursos descontados do imposto de do Trabalho.
renda, a pessoa jurídica depositante deverá indicar projeto já Art. 4.° O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
aprovado pelo Instituto Brasileiro de Des,envolvimento Floresta!. de 120 (cento e vinte I dias contados de ma publicaç~o..
AgMto de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8449

Art. 5.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. pelo tempo, carta à imprensa, publicada em parte e mesmo na íntegra por al-
Art. 6.0 Revogam-se as disposições ·em contrário. guns jornais, não publicada por outros, que passo a ler, para que conste nos
Senado Federal, 20 de agosto de 1981. - Senador Jarbas Pas-
m~~~~~ .
sarinho, Presidente. São Paulo, 21 de agosto de 1981.
Senhor Redator:
PROJETO DE LEI N9 5,078, DE 1981 Como membro da CPI do Terror no Congresso Nacional, par-
ticipamos, ontem, dos debates quando dos depoimentos do Prof.
(Do Senado Federal)
Dalmo Dallari e do Delegado Romeu Tuma.
Autoriza o Senhor Presidente da República a conceder Fomos, hoje, surpreendido com manchetes e noticiários envol-
pensão especial. vendo nosso nome com afirmações que em absoluto não correspon-
(As Comissões de Constituição e Justiça e de Finanças.) dem à verdade. Avocamos as numerosas testemunhas presentes e
O Congresso Nacional de ereta: mesmo a gravação que será prova do que aqui afirmamos.
Das nossas intervenções durante os debates, houve por parte de
Art. 1.0 l!J o Senhor Presidente da República autorizado a con-
ceder ao editor José Olympio Pereira Filho uma pensão especial certos jornalistas interpretações e conotações diversas, tudo indica
equivalente a dez salários minimos, no maior valor vigente no com o intuito deliberado do sensacionalismo mal intencionado, em
Pais. nos indispor com o empresariado e com nossos chefes militares, in-
Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. clusive nos atribuindo a vilania e covardia de tentar manchar a hon-
Art. 3,° Revogam-sa as disposições em contrário. ra e a memória do chefe não mais presente.
Lamento profundamente que mais uma vez tenhamos, na nossa
Senado Federal, '24 de agosto de 1981. - Senacior Jarbas Pas- humildade, sinceridade e boa fé, servido de respaldo a nossos inimi-
sarinho, Presidente.
gos que maquiavelicamente não tergirversaram em nos lançar lama
O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Está finda a leitura do expe- e nos denegrir, chegando às raias da calúnia e da infâmia.
diente. Em momento algum afirmamos qualquer tipo de responsabili-
dade do Comandante do II Exército, muito menos citamo-lo nomi-
IV - Pas8II-se ao Pequeno Expediente. nalmente, com a detenção ou com o seqüestro do Sr. Dallari!
Tem a palavra o Sr. Erasmo Dias. Dissertamos teoricamente dentro do conceito de segurança na-
O SR. ERASMO DIAS (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - cional e segurança interna, da responsabilidade dos Comandantes
Sr. Presidente, Srs. Deputados, respeitamos o papel da imprensa livre na sua de áreas e dos organismos tipo DOI-CODI no campo das infor-
missão fundamental de informar e formar a opinião pública, iogicamente, mações e das operações.
dentro dos padrões éticos e morais que devem alicerçar sua conduta. Enten- Dissertamos sobre a dinâmica das informações, de sua busca,
demos d9 seu dever e obrigação, à luz dos fatos, analisá-los e interpretá-los de sua rede, onde incluímos genericamente como exemplo empre-
sempre dentro dos mesmos princípios. Entretanto, o que não podemos acei- sários conhecedores do ramo em que são responsáveis! Fato, no
tar é a deturpação dos fatos e a sua interpretação ao sabor de outras tantas nosso entender, de uma clareza meridiana: a informação é básica em
ilações e conotações que possam servir a determinados interesses, isso tudo à qualquer tipo de atividade.
custa de nós outros, os homens públicos. Em absoluto afirmamos de empresários informantes em tempo
Do que falamos, do que dissemos, vez por outra, surgem os noticiários de greve, como se pretendêssemos indispor patrão e empregado ou
distorcidos e inverídicos, retratando situações e posições falsas, não raro atin- colocar o empresário como "dedo duro" ou alcagüete.
gindo às raias da infâmia e da calúnia. Envolvem-se homens e instituições, Dissertamos da necessidade dos Comandantes de áreas - e ci-
ignorando-se o que tais notícias possam representar para a opinião pública e tamos o Comando do II Exército, genericamente, como exemplo, e
as próprias instituições, sem se levar em conta os reflexos e conseqüências mesmo a greve do ABC paulista, devido a nossa íntima ligação com
morais nos atingidos. o problema quando Secretário de Segurança em São Paulo - em
Tais considerações estamos fazendo a propósito de certos noticiários e acompanhar a dinámica social, tendo em vista sua responsabilidade
manchetes constantes da imprensa no último dia 21, a respeito da reunião ha- de intervir em certos casos de conformidade com o texto Constituo.
vida na CPI do Terror na véspera, dia 20. cional das atribuições das Forças Armadas no campo da segurança
O primeiro noticiário distorcido que nos chamou a atenção foi o do Cor- interna. Colocação que nos parece legal e normal e que não deve fi-
reio Brllziliense daquela data, que nos atribuiu afirmações do seguinte teor: car à margem do conhecimento público. Até hoje lamentamos que a
opinião pública não conheça a realidade do trabalho magnânimo e
"Empresários paulistas também fazem parte, como informan- grandiloqüentc dos DOI/CODI no combate ao terrorismo comu-
tes do Conselho de Defesa Interna (CODI), ajudando as Forças Ar- .nista! Apenas a literatura comunista dos assassinos anistiados canta
madas e órgãos de segurança a ela vinculados no controle à infil- em prosa e verso a "heroicidade" dos comunistas de triste memória.
tração comunista nos movimentos operários." Nos atribuir afirmações de que o Gerr. Milton Tavares tenha
E mais, após triste manchete "Erasmo: Tavares orientou o seqüestro de sido o responsável pelo episódio Dallari é calúnia e infâmia e mes-
Dalmo Dallari", o seguinte: . mo vilania e covardia em não respeitando sua ausência. Nos atribuir
"Reconheceu também Erasmo Dias que o seqüestro do jurista afirmações de aliciar empresários contra empregados, cm atitude
Dalmo Dallari, que ontem depôs na CPI do Terror - durante a vi- menos digna, da mesma forma é fantasia e falsa imaginação.
sita do Papa João Paulo II no Brasil, no ano passado - foi por mo- Esperamos que, a bem da verdade, sejam publicados estes es-
tivos políticos e seus autores foram grupos orientados pelo ex- clarecimentos pelo respeito que nos merece a sadia imprensa, nosso
Comandante do II Exército, Mílton Tavares." empresariado e nosso Exército.
Cordialmente. - Deputado Erasmo Dias."
Noticiãrio tendencioso e malicioso, concluindo por afirmações que em
absoluto fizemos, no sentido claro de nos indispor com Q empresariado e com Era o que tinha a dizer.
o Exército! De imediato, pelo respeito que temos àque1as instituições, não O SR. ANTÚNIO ZACHARIAS (PDS - SP. Pronuncia o seguinte dis-
tanto· por aqueles que nos conhecem após 60 anos de vida, de 35 anos de curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, infelizmente, ainda existem no Bra-
Exército e de 5 anos de Polícia, quanto a nosso caráter, nossa formação, nos- sil várias classes profissionais às quais não foram reconhecidos direitos e van-
sa ideologia, que são de sobejo conhecidos e não mereceriam ser reafirmados, tagens legalmente atribuídos a outras, muito embora as condições de vida e
porém, os inimigos, os falsos amigos, sempre carentes da sordidez, da mes- trabalho que enfrentam sejam semelhantes c, por vezes, mais árduas a batalha
quinharia, da vilania, na tentativa de nos destruir, nos obrigam a esta satis- pela sobrevivência.
fação à opinião pública, que mesmo a contragosto se impõe, para que fique Gostaria, hoje, de me reportar de maneira especial à situação dos repre-
registrada nos Anais da Casa. sentantes comerciais autônomos, que, malgnido sua importância para a vida
Tomando conhecimento no mesmo dia, em São Paulo, de notícias seme- econ'ômica das empresas, vêm sendo tratados pela legislação trabalhista
lhantes em maior ou menor amplitude, de imediato redigimos dois telegramas como as grandes esquecidas das disposições legais.
de repúdio a tal nqticiário ao Exm 9 Sr. Ministro do Exército, General Walter Existe, Srs. Deputados, toda uma série de injustiças de que esses profis-
Pires, e Eulálio Bueno Vidigal, Presidente da FIESP, Iídimos representantes e sionais vêm sendo alvo, quero crer que a maioria por simples displicência dos
chefes do empresariado e do Exército. Ao mesmo tempo redigimos, premidos legisladores e cuja solução ê das mais simples.
8450 Quinta-feira 27 DIÃRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 19!1I

Sendo os representantes comerciais profissionais autônonos, estão eles E evidente que os administradores da Previdência Social precisam pro-
sujeitos a encargos e ônus de registro, recolhimento de taxas e imposto, sindi- var cabalmente que a atual crise não é proveniente de seu péssimo trabalho
calização, obrigatória etc, sem, .no entanto, mereéerem da lei que rege o ou da malversação dos dinheiros dos associados ou; ainda, do desvio deso-
exercício de atividades autônomas a mesma atenção que outras categorias nesto, corrupto e criminoso destes mesmos dinheiros em decorrência de tan-
profissionais semelhantes. tos desfalques que se verificam de Norte a Sul, em quase todas as agências do
Apenas para citar algumas dessas discrepâncias, quero lembrar que os INPS e que, de tempos para cá, têm sido encobertos ao conhecimento públi-
representantes comerciais não têm direito a férias remuneradas, nem a 139 sa- co.
lário, nem a Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, muito embora sejam Como já disse, na atual crise preeisam ser tomadas medidas emergen-
obrigados a se vincular à empresa para a qual trabalham por contrato de ex- ciais, que não os simples aumentos de contribuição, tal qual se faz na PE-
clusividade. TROBRÁS, onde o alto custo administrativo, as despesas supérfluas e, tal-
Ora, se esse contrato não tem força nem validade de vínculo empregatí- vez, muitos rombos, são facilmente cobertos em constantes aumentos no
cio, que dê ao contratado a condição de empregado, permitindo-lhe auferir os preço do petróleo.
benefícios da legislação trabalhista, por que atribuir-lhe apenas os ônus e E preciso que se racionalize à administração do INPS, sem se pensar em
obrigações inerentes ao vínculo contratual? Por que o profissional de vendas, cortes na prestação d'e serviços previdenciários. É preciso que as despesas se-
sendo autônomo, deve sujeitar-se à exigência de exclusividade? jam reduzidas ao extritamente necessário. É preciso que não se façam investi-
Além do mais, benefícios e facilidades concedidos a outras categorias mentos faraônicos, desprezando-se a suntuosidade, de forma que desapareça
profissionais e que poderiam e deveriam ser estendidos aos representantes co- a disparidade existente entre os próprios do Instituto, tão luxuosos, e a pre-
merciais não estão a seu alcance, como é o caso do financiamento, em 36 me- cária assistência que se dá ao beneficiário.
ses e juros especiais, de carros a álcool, autorizado para motoristas de táxis, Seria mil vezes preferível dar-se assistência perfeita em instalações mo-
mas de que os representantes autônomos não se podem beneficiar, embora se- destas. Aquela é a finalidade precípua da organização, e só depois dela ser
jam obrigados pelo exercício de sua função a rodar mais quilômetros do que cumprida devem vir a sofisticação, a materialidade.
muitos motoristas profissionais. Isto feito, aí sim teremos condição de saber o que realmente falta em ter-
Que dizer então da discriminação promovida pelo Imposto' de Renda, mos de recursos financeiros, para cumprir o orçamento.
que concede aos caixeiros-viajantes que possuam vínculo empregatício o be- Iremos buscar, então, as suplementações necessárias, onde elas sacrifi-
nefício da dedução de 30% do rendimento, independente de comprovação, quem menos o associado e onde elas influam em menor intensidade no au-
aumentando esse valor para 40% no caso de prestadores de serviço partiular mento do custo de vida, já tão acelerado e incrivelmente assustador.
de transporte de passageiros, enquanto o representante comercial autônomo Vi desfilar pelas tribunas desta Casa, principalmente - mas não com ex-
só pode descontar 20% da sua renda bruta? clusividade - pelas vozes da Oposição, tantas sugestões sensatas, que, bem
São, Sr. Presidente, Srs. Deputados, injustiças sobre injustiças que se co- . aplicadas, debelariam a crise da Previdência Social, soergueriam a capacidade
metem constantemente contra essa classe que é, por si só, bastante sacrificada do órgão e recuperariam a sua credibilidade perante a opinião pública nacio-
pelas próprias condições de desempenho de suas atividades, que impõem nal.
enormes sacrifícios, desgastes e riscos, sem que as autoridades se lembrem, E muito !:ioa a idéia de uma tributaçào extra sobre o fumo, a bebida al-
por um momento sequer, de apoiar e amparar, dentro dos mais comezinhos coólica e as atividades poluentes, de vez que elas, efetivamente, promovem o
princípios de justiça e eqüidade, os representantes comerciais autônomos. aparecimento de doenças várias e o enfraquecimento do cidadão, e assim,
Desejo, portanto, neste momento, hipotecar minha solidariedade a esses sobrecarregam a assistência médico-social prestada pelo Instituto.
profissionais, ao mesmo tempo em que chamo a atenção dos órgãos governa- Não menos importante é a sugestão para arrecadar recursos sobre o fa-
mentais competentes para a premente necessidade de se procurar estender os turamento das empresas, de vez que, desta forma, também aquelas aziendas
benefícios que a leijá conferiu a outras categorias também aos representantes mais mecanizadas e, inclusive, eleteronizadas, que dispensaram o uso da
comerciais. força humana, igualmente contribuirão para o bem social, o que é de justiça.
Era o que tinha a dizer. Importantes, também, foram as diversas sugestões no sentido de se
O SR. ACÁCIO PEREIRA (PMDB - Se. Pronuncia o seguinte discur- transferir para o lucro líquido, o ônus de complementar recursos ao INPS,
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, embora já bastante analisada, critica- com a fácil arrecadação porinterrnédio do Imposto de Renda.
da pela grande maioria dos Srs. Deputados e defendida por alguns poucos do A todas estas propostas juntamos, com modéstia, a nossa, que é o fruto
PDS, a Previdência Social é, efetivamente, um foco concentrador das preocu- da vivência profissional entre empregadores e empregados.
pações nacionais. . Em nosso entender. não se deve sobrecarregar empregados, nem empre-
Do humilde operário, ameaçado de mais um duro golpe em suajá fraca .gadorcs,. quer por contribuições diretas sobre salários e folhas de pagamento,
capacidade de promover a manutenção dos seus, passando pelos empresários quer tributando o montante dos faturamentos e quer, ainda, pela criação
das mais variadas categorias, que igualmente se preocupam com um 'possível pura e simples de taxas sobre lucros líquidos ou sobretaxas ao Imposto de
substancial acréscimo ao preço final do produto ou da mercadoria de seu co- Renda.
mércio, até aos legislativos dos vários níveis, alcançando, inclusive, o próprio Consideramos que o Imposto de Renda, pelo fato de tributar aqueles
Poder Executivo, lodos estào assustados com a forma simplista com que o que realmente tiveram rendimentos, é dentre eles o mais justo.
Governo quer debelar a crise da Previdência Social. Considerando que as alíquotas cobradas a título de Imposto de Renda
Assacar contra os contribuintes, empregados, empregadores e autôno- estão, no momento, muito elevadas e que a finalidade deste tributo é social,
mos, exigindo-lhes mais 2% sobre os vencimentos dos primeiros, também 2% afirmamos que dele deverá ser destacada a parte necessária para complemen-
sobre o total dos salários e ordenados pagos pelos segundos e, conseqüente- tar a receita (lrçamentária da Previdência Social.
mente, 4% sobre os ganhos dos terceiros, positivamente, não é a medida me- E justificamos: a estimativa de arrecadação deste tributo, para 1981, é de
lhor aconselhável e mais justa. Por esta razão, devemos combate-Ia e, efetiva- 492 bilhões de cruzeiros diante do que podemos deduzir que apenas I ou 2%
mente, rejeitá-la, nesta Casa. de seu montante são suficientes para recuperar a situação financeira do INPS.
Sabido está que os empregados sentirào duplamente o golpe do aumento E tem mais: o destaque de uma percentagem em favor do INPS não pre-
das quotas da Previdência, de vez que, aos empregadores caberá o recurso de cisaria ser propriamente uma participação do Governo em sÍ.
computar sua contribuição, no preço de venda de sua produção ou serviços, o O Imposto de Renda, pessoa jurídica, é parcialmente restituído ao con-
que, em última análise, quer dizer: repassam esta despesa ao consumidor, que tribuinte, na forma de vários incentivos fiscais, num montante de mais ou me-
outro não é senão a pessoa física já atingida pelo deséonto sobre seus venci- nos 25%.
mentos. Por seu turno, do Imposto de Renda, pessoa trsica, reverte ao contri-
O meu" partido, o PMDB, fez constar de seu Programa, uma reformu- buinte uma parte de seu montante, também como incentivo, para aplicação
lação total na legislação social, de modo a não agredir a força salarial brasi- em fundo de investimento, os chamados Fundos 157, decorrentes da lei do
leira, eis que prega a arrecadação de re.cursos para o INPS, diretamente sobre mesmo número.
faturamento das empresas., sem, desta forma, reduzir o ganho liquido e já Este último, aplicado mais convenientemente, ainda apresenta algum re-
minguado, na sua grande maioria, do nosso trabalhador. sultado em favor do contribuinte, embora sua evolução não chegue a acom-
E, entretanto, impossível sua aplicação a curto prazo, e a situação do ór- panhar a inflação e a desvalorização da nossa moeda.
gão previdencial hrasileiro é dificílima, requerendo prontas e imediatas medi- O primeiro, entretanto, que se de5dobra em vários programas como
das de caráter emergencial, de modo a evitar sua falência. Há, portanto, a ne- FISET-Pesca, FISET-Turismo, FINAM, FINaR, EMBRAER etc., se cons-
cessidade premente de se injetar recursos vu1tuosos afim de evitar a perda to- titui numa triste história dentro da contabilidade e em termos de valores reais
tal de sua credibilidade e da capacidade plena da realização de seus fins. em favor das empresas aplicadoras.
Agosto de 19111 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 7.7 8451

Depois de um, dois ou mais anos, tais aplicações ficam valendo no co- gua, falta calçamento, falta habitação, falta energia em tantos bairros, e na
mércio de valores, melhor dizendo, nas bolsas, 20, 30 e dificilmente 40% de qual a água podre corre nas ruas por falta de esgotos, o Governo decida endi·
s.eu valor nominal, quando, por lei, seus portadores devem corrigí-Ios mone- v}dar ainda mais o Estado, para construir uma obra,,cuja prioridade só pode
tariamente e, sobre a valorização contábil v-erificada, pagam Imposto de Ren- existir na cabeça de um Governador biônico.
da na base de 35%. O que se vai gastar neste aeroporto, s6 para que se possa comparar, daria
Pagam, portanto, mais imposto do que efetivamente valem os títulos que para construir 600 casas populares, ou seja, ti dobro do que o BNH edificou
dormem inoperosos em seus cofres. naquele Município durante toda a sua existência. Daria para instalar 3 fábri-
Embora estes incentivos possam promover o desenvolvimento de ativi- cas de médio porte pani oferecer trabalho a mais de 1.000 operários. Daria
dades preferenciais e áreas carentes, isto também não vem ocorrendo na prá- para construir 178 km de rede secundáiia de água, ou 1 milhão e 700 mil me·
tica, porque, se tal ocorresse, seus títulos representativos não estavam valen- tros quadrados de pavimento de pedra, o que corresponde a 142 km de ruas
do tão pouco no mercado competente. calçadas, ou ainda, 1.152 km de rede de baixa tensão. Daria para edificar e
Sr. Presidente, Srs. Deputados, se consultarmos os investidores incenti- equipar 10 colégios, atendendo 15 mil estudantes. E, para um Município que
vados pelo Imposto de Renda se a sua preferência, no caso da Previdência So- ainda paga por mês CrS 1.000,00 a uma professora primária, o dinheiro que
cial, será por uma nova tributação sobre salário, sobre vendas de bens e ser- se vai gastar no aeroporto daria para pagar 5.000 professores durante 5 anos.
viços ou mesmo sobre lucros, ou se a eles interessa renunciar parte dos men- Daria, finalmente, para servir, e muito, ao povo...
cionados incentivos em favor desta causa, temos certeza que a grande maioria A notícia desta infame decisão foi destaque na edição do Jornal O Povo
optará pela segunda fórmula. do dia 18 deste mês. A mensagem do Governador à Assembléia Legislativa,
Por outro lado, a dedução de um a dois por cento do percentual dos in- que recebeu o n9 5.336, deverá tramitar em regime de urgência, considerada
centivos fiscais em favor de uma causa tão humana e tão nobre, temos tam- que foi pelo Governo de grande importância para o interesse do Estado.
bêm a certeza, não afetará expressivamente qualquer das áreas ou empreendi- Esquece-se o Governador Virgílio Távora - que não foi eleito pelo povo
mentos ora favorecidos. - dos projetos prioritários que o Estado está a reclamar do seu Governo.
Eis, pois, uma solução emergencial que julgamos oportuna e que, praze- Esquece-se o Governador que, mais importante do que um aeroporto para o
rosamcnte, oferecemos a aqueles que, no exercício de suas funções executivas, Cariri, é dotar a CAGECE de recursos suficientes, a fim de poder atender às
têm o direito e o dever de promover a recuperação da credibilidade e da esta- neccssidades de água das cidades dessa região. como Crato, Juazeiro e Barba-
bilidade da Previdência Social brasileira, mergulhada em aflitiva crise. lha, além de outras tantas do interior cearense. Só para citar uma prioridade.
O SR. DJALMAMARINHO (PDS - RN. Sem revisão do orador.)- Desafiei o Sr. Governador Virgílio Távora, num ato de democracia, à
Sr. Presideote; Srs. Deputados, lameoto comunicar à Câmara o desapareci- qual não está habituado, convocar o povo de Juazeiro para a praça pública e
mento de um jovem político do Rio Grande do Norte, num desastre de auto- colocar em votação a escolha entre o aeroporto e a água, entre o aeroporto e
móvel, nas imediações da Capital. Refiro-me a Demócrito de Souza Paiva, o esgoto, entre o aeroporto e a luz, e a escola, as estradas, as casas, os hospi-
cuja morte escasseia a participação política dos homens jovens de meu Estado tais, entre o aeroporto e as fábricas. Certamente a maioria esmagadora levan-
com responsabilidade eleitoral. Era um dinâmico homem público, apesar da taria os braços exigindo água, esgoto, luz, escolas, estradas, casas, hospitais e,
idade. Tinha sustentado o bastão da representação política na cidade de Ale- principalmente, fábricas para poder trabalhar e terra para plantar. .
xandria, que, por seu avô e por seu pai, lhe chegara às mãos. Esse rapaz decio Sr. Presidente, Srs. Dcputados, vivemos a era da inversão dos valores.
dido,. democrata, leal e correto, desaparece tão jovem. Por isso, como repre· Foi mais importante para o Governador Virgílio Távora iluminar a estrada
sentante do Rio Grande do Norte, nesta ligeira intervenção, qucro prantear o Crato-Juazeiro, para clarear o "nada", enquanto, ao lado da mesma estrada
seu desaparecimento. Entendo que nas minhas expressões está contido todo o iluminada, vive uma população de mais de 4.000 pessoas, num bairro onde
sentimento de pesar dos Deputados do Rio Grande do Norte. não há água, esgoto, calçamento, escola e onde, por incrível que pareça, não
existe luz.
O SR. IRANILDO PEREIRA (PMDB - CE. Pronuncia o seguinte dis- O que está ffcontecendo no Juazeiro e, de resto, no Ceará, é, sob o ponto
curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa.dos, mais uma vez ocupo esta tribuna de vista social e humano, umka distorção dos verdadeiros objetivos de uma
para denunciar à Nação a irresponsabilidade dos governantes do meu Estado administração pública. E uma aberração que se projeta sobre o homem sofri-
- o Ceará. do, trazendo-lhe a humilhação e a desesperança.
Sabem os Srs. Deputados da crise pela qual atravessa a Nação, e, dentro Sr. Presidente, para finalizar, quero, desta tribuna, conclamar os Depu-
deste País em crise, a situação do Nordeste é da maior gravidade. Sofrido por tados Estaduais da Assembléia Legislativa do Ceará, para que repudiem com
uma seca que se prolonga por 3 anos, o povo nordestino vive momentos de veemência, como representantes que são, como eu, desse povo trabalhador e
dramática expectativa. Dentro dcste quadro, o Ceará se destaca como um dos sofrido, essa mensagem governamental, para que não se comprometam e ao
Estados de ma;or miséria. Enquanto o povo morre de fome nas cidades e vi- povo, com um projeto que, por todos os fatos aqui expostos, é inoportuno,
las, enquanto o camponês, sem assistência, espera pela emergência que só ser- inconsistcnte, inviável, além de ridículo. Qualquer outraatitude será uma
viu para a politicagem do PDS, o Governo do Estado, insensível aos reclamos traição contra o povo cearense, que terá de pagar, com seu trabalho e com sa-
do povo, preocupa-se em construir estádios monumentais e hotéis para turis- crifício, por cssa aberração inqualificável.
mo em todas as cidades do interior. Ao lado disto, o povo não tem água, não
tem energia, não tem esgoto. E, o mais grave, não tem o que comer. A seca O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS. Pronuncia o seguinte discur-
não deixou o feijão nem para "mear" a panela do pohre. As demissões se su- so.) - Sr. Presidcnte, Srs. Deputados, cumpro, neste momento, o indecliná-
cedem não só na Capital, mas também no interior. vel dever de comunicar à Casa o desaparecimento do ilustre homem público
Diante deste quadro, que sensibiliza os corações mais duros, o Governo' rio-grandense, Dr. João Dêntice, ontem falecido em Porto Alegre. Desse de-
do Estado, numa atitude quoe chega a ser um atentado à dignidade bumana, ver, como Deputado pelo Rio Grande do Sul, me incumbe minha consciência
decide, incentivado pela mania de grandeza característica deste sistema, con· cívica. Estou certo de que interpreto a unanimidade da opinião pública rio-
trair empréstimo de 3 milhões de dólares, cerca de 300 bilhões de cruzeiros ve- grandense e do mundo político gaúcho independentemente de cores parti-
lhos, para construir numa·cidade do interior - Juazeiro do Norte, que já tem dárias - os quais se vêm manifestando desde ontem, através dos veículos de
campo de pouso asfaltado - um novo aeroporto com capacidade para pou- comunicação de meu Estado e por outras formas, para render homenagens à-
sar Boeings 737. quele que foi em vida um exemplo de conduta política, uma figura humana
Para que os Senhores possam avaliar a nossa denúricia, é bom que se invulgar, um apaixonado pela causa pública, um rio-grandense e um brasilei-
afirme que a cidade de Juazeiro do Norte fica distante, mais ou menos, 600 ro de escol. Acima de tudo, um patriota, que procurou servir a seu Estado e
km de todas as capitais nordestinas, sendo entroncamento rodoviário dos ao seu País, sem nunca servir da coisa pública nem para si, nem para seus
mais importantes e, por isso mesmo, é servidas por ônibus de todas as catego- amigos e correligionários. Foi um homem íntegro, probo, honesto e, ao mes-
rias. Em Juazeiro hoje, em qualquer dia da semana, se toma um ónibus-Ieito à mo tempo, batalhador, atuante, dinâmico e intimorato, com coragem e desas-
noitc - se quiser, com ar condicionado - e se amanhece nas principais capi- sombro invulgares.
tais do Nordcsdte. E Juazeiro já foi servida por linha aérea: a REAL, depois a Há longos anos conheci João Dêntice, convivi com ele no mesmo parti-
VARIG, e por últimoa TRAN8BRASIL. E por todas o trãfego foi suspenso, do, a ARENA, do qual ele fora um dos fundadores. Pude acompanhar de
porque a linha era totalmente antieconômica. Diante destes fatos, eu observo: perto a sua vida pública nestes dezessete anos, aprendendo a compreendê-lo,
se uma linha servida por aviões Bandeirantes não foi viável, imagine com os admirá-lo e respeitá-lo. Homem de idéias e ideiais, soube permear com o seu
Boeings! idealismo a atividade política, figurando com destaque na paisagem humana
Sr. Presidente, uma decisão destas é mais do 4ue uma insensatez, é uma da gente gaúcha e brasileira.
estupidez. E somos obrigados a acreditar que, por trás desta decisão, existem . Ocupou diversos cargos públicos municipais, tendo sido Prefeito de San-
outros objetivos. Pois não se pode conceber que, numa cidade na qual falta á- ta Vitória do Palmar - sua terra natal - de Bento Gonçalves e Secretário da
8452 Quinta-feira 27 OlÂRIO DO CONGRESSO NAC'IONAL (Seçàn I) Agosto de 1981

Prefeitura de Garibaldi. Exerceu importantes funções no primeiro escalão go- - que o PEBE faça convênios, também, com escolas técnicas situadas
vernamental, até chega, à Chefia da Casa Civil do governo do Cc!. Wálter Pc- no interior;
racchi Barcellos, em cuja função tive a honra de sucedê-lo no período gover- - q).leseja também contemplado com bolsa de estudo do PEBE o estu-
namental seguinte, sob o governo de Euclides Triches. dante de grau universitário; e, finalmente,
Liberal por excelência, não faltou com seu dever na Revolução de Março - que o PEBE também atenda aos sindicatos não reconhecidos pelo Mi-
de 1964, cujo idealismo libertário e democrático o fez perfilar-se entre os mais nistro do Trabalho, através das respectivas federações.
destacados líderes gaúchos daquele movimento. - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apelo para o Ministro Murilo Macedo,
João Dêntice foi sempre, no Rio Grande do Sul, o mais acendrado revo- para que S. Ex' mande rever os critérios operacionais do PEBE, em benefício
lucionário, lúcido, profundo e mais valente idcólogo gaúcho do Movimento dos trabalhadores na agricultura de todo o Brasil.
Revolucionário de 31 de Março de 1964, convicto de que a Revolução foi fci-
O SR. MANOEL OSÉAS (PDS-- GO' Pronuncia o seguinte discurso.)
ta para instalar a plenâ dcmocracia no Brasil.
_- Sr. Presidente, Srs. Deputados, os estacionamentos desta casa, como está
Há poucos dias, quando João Dêntice estava hospitalizado, visitei-o no
sobejamente comprovado, não possuem suficiente capacidade para acolher
hospital e encontrei-o, como sempre, cheio de entusiasmo e expectativa pelo
os veículos dos nossos funcionários. Por isso mesmo, as entradas têm de ser
desenrolar do revigoramento político que a abertura democrática enseja.
permanentemente fiscalizadas, a fim de que só tenham acesso aqueles que têm
A convivência política com a participação de João Dêntíce era mais am-
direito ao estacionamento, o que é muito lógico e justo.
pla, mais facilitada, mais lúcida mesmo em condições diferentes. Depois do
N o entanto, uma vasta gama de servidores, cujos cargos não dão direito
surgimento dos novos partidos, João Dêntice optou pelo PP; no entanto, pela
a tal regalia, perdem um tempo enorme na tentativa de encontrar uma vaga
sua postura, pela sua integridade c pelo seu ideal democrático, não era um ad-
nos espaços disponíveis nos arredores da Casa, que também são pequenos e
versário. Era antes um paradigma, um modelo de homem público, um políti-
insuficientes. O mesmo ocorre com quem quer que precise vir resolver algum
co exemplar. Embora não pertencendo ao PDS, João Dêntice deixa entre os
assunto aqui.
integrantes de seus quadros partidários muitos de seus veihos companheiros Até bem pouco, era facultado o estacionamento ao longo do meio fio,
de lutas e ideais democráticos. nas imediações dos Anexos 11, m e IV. Não se sabe por que razão, o DE-
Deixa também o pesar, ti saudade e uma lacuna -difícil de ser preenchida
TRAN achou por bem proibir tal prátíca, colocando placas de estacionamen-
na paisagem polítíca gaúcha e brasileira. Foi um dos primeiros, no Brasil, a
to proibido em todas essas áreas.
proclamar a necessidade do fim dos atos institucionaís, a pregar a criação de
Todavia, nenhum desses lugares oferece riscos extraordinários ou graves
novos partidos, a preconizar a anistia e outras medidas, ainda quando inte-
problemas à circulação de veículos ou pessoas, tendo sido o meio-fio da Via
grava o Diretório Regional da ARENA, do qual foi Presídente Regional,e o S2, ao longo dos Anexos' 11 e lU, usado por bastante tempo, em fila dupla,
fez no momento exato, no preâmbulo das ações com as quais o então Presi- por taxis, sem que o DETRAN se tivesse manifestado.
dente Geisel começava a ensaiar a abertura "lenta, gradual e ~egura;'. De repente, são afixados as placas proibitivas e os carros que, ocasional-
Político que viveu a arte e a ciência política em todas as suas nuanças, mente, estacionam nesses locais, até mesmo induzidos pelo pessoal da Segu-
sempre fiel aos ideais de civilidade, patriotismo e democracia, nunca esmore- rança da Casa, são sumariamente multados, como ocorreu há bem pouco
ceu ou recuou de suas convicções.
tempo.
Uma de suas frases prediletas era a seguinte: "A política é para mim Durante as obras recentemente efetuadas no Estacionamento do Anexo
como oxigênio, se me tirarem o oxigênio, eu morro." E, assim, faleceu João /I, vários dos nossos funcionários com direito a parquear sellS carros naquela
Dêntice, sacérdote da política, vocação de homem público, brasileiro exem- área foram aconselhados pelos guardas de Segurança da Casa a que os dei-
plar, ao qual, hoje, o Rio Grande do Sul rende suas últimas homenagens, as xassem ao longo do meio-fio, pois tinha havido uma solicitação da Chefia do
quais desejo registrar nesta Casa. Serviço de Segurança ao DETRAN para que fosse permitido, a título pre-
O SR. PEDRO COLlN (PDS - Se. Pronuncia o seguinte discurso.)- cário, naquele dia, o estacionamento naquele local.
Sr. Presidente, Srs. Deputados,já havíamos tratado, desta tribuna, do proble- Qual não foi a surpresa de todos eles ao encontrarem afixados, em seus_
ma referente à distribuição peJo PEBE de bolsas de estudos aos trabalhado- carros, o adesivo indicador de infração. Ao procurarem esclarecimentos jun- .
res rurais sindicalizados, quando recebemos, em recente data, comunicação to à Chefia da Segurança, foram informados de que nada havia sido combi-
da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina nado com o DETRAN. Portanto, os guardas tomaram a iniciativa de tal in-
(FETAE -- SC), dizendo que o assunto "permanece inalterado e sem so- formação por conta própria, prejudicando um bom número de funcionários
lução, preocupando seriamente toda a classe trabalhadora brasileira". que se viram obrigados a pagar a multa, com seu competente registro etn seus
Em resumo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, os pontos básicos em dis- prontuários, sem que, de fato, pudessem ser acusados de terem agido com má
cussão se referem à negativa do PEBE em conceder habilitações ou inscrições fé.
de novos estudantes e ao irrisório valor da bolsa de estudo, no momento, fi- Para evitar a repetição desses fatos e facilitar a vida dos que trabalham
xada em um mil cruzeiros por ano, eem dois. pagamentos parcelados. aqui, sobretudo a dos que não têm direito a estacionamento privativo, solici-
O Programa Especial de Bolsas de Estudo (PEBE) baixou resolução nor- tamos que o Sr. Presidente da Casa interfira junto ao DETRAN, solicitando
mativa, em 5 de dezembro de 1980, que aprova as instruções e normas para a que os referidos locais não sejam considerados proibidos, mesmo porque não
distribuição das bolsas neste exercício. se trata de .estacionamento em cima de calçadas ou jardins.
Em 1981 não poderão habilitar-se novos estudantes; e continuam apenas O SR. JOst DE CASTRO COIMBRA (PDS - SP. Prouuncia o se-
os estudantes de 1980, sem repetência. Por conseqüência, não se preenchem, j<uínte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a imprensa noticia a dis-
sequer, as quotas antigas, e as concedidas do saldo remanescente obrigam ao posição do SESI de fechar centenas de escolas. Só no Vale do Paraíba, a me-
sistema de "contrapartida", na verdade, custeio parcial do benefício, que de- dida atingiria cinco escolas nas cidades de Jacareí, Taubaté Tremembé, São
veria estar coberto pela arrecadação da contrib'uição sindical. Luiz do Paraitinga e Ubatuba, onde mais de dois mil alunos em princípio fi-
Sendo assim e de acordo com as conclusões apontadas e aprovadas pelo cariam sem possibilidades de continuar o seu curso de \9 ou 29 Grau.
JlI Congresso Nacional dos Trabalhadores, realizado no período de 21 a 25 Justiticadamente, as autoridades e a população destas cidades vêm-se
de maio de 1979, resolvemos reivindicar aos órgãos competentes o seguinte: mobilizando no sentido de que se encontre uma solução mais inteligente para
I) que a União aumente consideravelmente as verbas destinadas à Edu- o problema.
cação; De acordo com a informação do Presidente da FIESP, Dr. Luiz Eulália
2) que haja as seguintes modificações nos critérios adotados pelo PEBE Bueno Vidigal Filho, a médida visaria à diminuição das despesas da entidade.
para a distribuição de bolsas de estudo: Realmente é muito dificil entender diminuições de despesas as custas de fe-
- a eliminação da contrapartida por parte dos sindicatos, visando ao chamento de escolas num país que aposta no futuro.
aumento de quota de bolsas de estudo; É importante assinalar. no entanto, a grande sensibilidade do Presidente
- ampliação das quotas para permitir a distribuição de bólsas de estudo da FIESP, no sentido de se encontrar uma solução que atenda o interesse do
para todos os estudantes da unidade familiar do trabalhador rural, levando- SESI e da população.
se em conta o aumento anual dos associados admitidos no ano anterior; Faço neste momento um apelo ao Ministro Delfim Netto, para que to-
- que o valor da bolsa de estudo seja igual ao do maior salário mínimo dos os esforços sejam realizados sem o sacrifício do escolar.
vigente no País e pago em duas parcelas, sendo a primeira a 30 de julho e a se- . Já entrei em contato com o Governador de São Paulo, Engenheiro Paulo
gunda a 30 de janeiro, através de qualquer agência bancária existente no Mu- Salin Maluf, e com o Secretário de Educação, e estas autoridades asseguram
nicípio. Quanto ao valor, somente no exercício de 1980, esteve defasado em quc todas as providências serão tomadas pelo Estado na hipótese de se con-
torno de 110%: cretizar a ameaça de desativação proposta pelo SESI.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8453
" . . . . . J9iSl

A nossa esperança, no entanto, ê de que não haja modificação alguma, e O SR. ANTÔNIO FLORf:NCIO (PDS - RN. Pronuncia o seguinte dis-
que o SESI continue a prestar os excelentes serviços que hâ muitos aos vem curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, dever de gratidão e dever de amiza-
prestando na área de Educação. 'de, dever de solidariedade humana e dever de ofício, por todos os títulos dig-
Era o que tinha a dizer. nificantes para mim, é o que me faz comparecer a esta tribuna para, em meu
nome e no dos humildes da minha terra, desagravar o nome honrado de um
O SR. DANIEL SILVA (PP - RJ. Pronuncia o seguinte diKurso.) - Sr. dos mais eminentes homens públicos deste País.
Presidente, Srs. Deputados, no momento em que se tomam duas providências Confesso a V. Ex's quejá não suporto mais ouvir, diariamente, o rosário
de âmbito oficial, relativamente à criação e ao funcionamento de Juntas de de ataques e diatribes assacadas, por pessoas menos avisadas, ao cidadão pro-
Concílíação e Julgamento no território Nacional, não poderia deixar de tra- bo e digno que vem dando às populações pobres desta Nação uma assistência
zer o meu apelo ao Governo e ao Exmv Sr. Presidente do Tribunal Superior médica condigna e racional. à altura de suas necessidadcs. Se erros cometeu,
do Trabalho, no sentido de que Campo Grande venha a ser beneficiada com a fê-lo animado do propósito de melhor servir à família previdenciária.
descentralização da Justiça do Trabalho. . Trata-se, todos já o entenderam, do Ministro Jair Soares, a quem rendo
A primeira diz respeito à Mensagem Presidencial n 9 72/SI, que eneami- nesta hora o preito de minha admiração e apreço pelo muito que já rcalizou
nha o Projeto de Lei n 9 20/81, estabelecendo normas para a criação e funcio- em benefício das sofridas legiões de necessitados do interior deste País.
namento de Juntas de Conciliação e Julgamento no País, o qual brevemente
Oriundo dQ Rio Grande do Sul, tendo ocupado a Secretaria de Saúde
será transformado em lei. .
daquele Estado, durante oito anos, o Ministro Jair Soares trouxe para a Pasta
A segunda providência oficial se refere aos entedimentos que vêm sendo
que ocupa invejável Know-how em matêria de previdência e assistência social.
mantidos pelo Tribunal Superior do Trabalho junto à Secretaria de Planeja-
Tão logo assumiu aquele Ministério, preocupou-se S. Ex~ em dar ênfase
mento da Presidência da República, com vistas à liberação de recursos para
ao sctor de saúde, face a impossibilidade material de poder imprimir ritmo
aquisição de um prédio no Rio de Janeiro, a fim de que nele sejam instaladas
mais acelerado ao setor de previdênci(i, jungido como se encontrava à legis-
as sedes das Juntas de Conciliação e Julgamento daquela região.
lação existente, que consideramos quase perfeita, exceto no que respeita aos
Não vejo, portanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, melhor oportunida-
limites de contribuições e aposentadorias. .
de do que esta para que seja atendida uma antiga e justa -reivindicação da po-
Abrindo um parênteses,. devo dizer que sou de opinião que as contri-
pulação e de todas as entidades representativas da Zona Oeste.
buições deveriam acompanhar os salários, como acontece na maioria das em-
De fato, Campo Grande está localizada num ponto de convergência de
presas estatais. ~través de entidades de séguros sociais, criadas por essas em-
toda 'a Zona Oeste do Rio de Janeiro, contando, hoje, com população total
presas, advindo, em conseqüência, uma classe de trabalhadores privilegiados,
superior a mais de um milhão de habitantes e em constante crescimento, por
em contraposição à igual categoria dos que trabalham na iniciativa privada;
causa da existência, na região, de um enorme parque industrial em expansão.
estes terã{) que complementar seus salários, quando aposentados, através dc
É preciso considerar, também, que na região se concentram mais de 200 uma dessas empresas de pecúlio, a custos elevados e sujeitos, constantemente,
mil empregados nos diferentes setores de atividade - industrial, comércio, a cair numa arapuca.
bancos e serviços - fato que atende plenamente a uma das exigências ~ásicas A partir dó momento que pôde contar com li colaboração do Ministério
para a criação de novas Juntas de concílíação e Julgamento contidas naquele da Saúde, iniciou S. Ex! um trabalho conjunto, que iria revolucionar a assis-
Projeto governamental, cujo artigo primeiro declara, textualmente, o seguin- tência médica como um todo, com a participação do MPAS, do Ministêrio da
te: Saúde, além dos estados e municípios, com vistas a um atendimento maisba-
rato e com serviços bem eficientes, evitando abusos e, em alguns casos, deso-
"A criação de Junta de Conciliação e Julgamento está condi·
nestidades cometidas pela rede hospitalar, contratada ou crédenciada para
donada à existência, na base territorial prevista para sua jurisdição,
prestar esses serviços.
de mais de 24 mil empregados ou ao ajuizamento de média igualou
Sinto-me à vontade para falar deste assunto, porque represento, nesta
superior no último triênio, dé pelo menos 240 reclamações anuais."
Casa, o Rio Grande do Norte, onde este serviço está sendo implantado pelo
É oportuno ressaltar que em Campo Grande já se encontra em funciona- Governo do Estado com o apoio dos Ministérios da Saúde e da Previdência, a
mento um Fórum que abriga Varas Cíveis e Criminais, representando, por- custos irrisórios, se comparados com os benefícios que estão recebendo as
tanto, efetiva descentralização da Justiça, o que, por si só, significa o reconhe- nossas populações mais pobres, notadamente da zona rural c da periferia das
cimento da existência de condições que exigiram a sua instalação naquela po- cidades maiores, onde elas se mostram predominantes.
Este trabalho muito se assemelha ao do PREV-SAÚDE, pelo qual tanto
pulosa cidade.
tem lutado os Ministros Jair Soares e Waldir Arcoverde.
Portanto, nada pode justificar mais o adiamento dessa decisão, visto que. Hoje, o Rio Grande do Norte é o 29 Estado; depois do Rio Grande do
à descentralização da Justiça Cível e Criminal há-de seguir, necessariamente, Sul, a dispor de um médico residente em cada município, prestando assistên-
a descentralização da Justiça do Trabalho, como imperativo maior para que a cia médica gratuitamente, 24 horas por dia, a toda a população.
distribuição da justiça se faça sem entraves burocráticos ou administrativos. Uma rede padronizada de postos de saúdc nas sedes dos municípios e
Tenho certeza, Sr. Presidente, de que esta antiga reivindicação do povo minipostos nos povoados' está sendo implantada, para assistência preventiva,
de Campo Grande será brevemente atendida, porque, além de ser justa e ne- evitando 70 a SO% das hospitalizações, que ocorriam anteriormente, com des-
cessária, é urgente e não composta mais adiamentos. pesas,fabulosas aos cofres da Previdência, sem se falar nos gastos com trans-
Aliás, Sr. Presidente e Srg.. Deputados, não posso deixar de registrar, portes de doentes para cidlldes distantes e dias de trabalho perdidos, afora o
também, neste pronunciamento, os apelos que tenho recebido da Ordem dos desajustamento que causava o afastamento desses doentes do convívio de
Advogados do Brasil, Subseção da Zona Oeste, com sede em Campo Grande, suas famílias. É bom lembrar que muitas vezes uma dessas intervenções cus-
a qual vê na instalação dessa Junta um fator de grande importância para a tava mais do que o correspondente ao salário do médico e dos atendentes. du-
distribuição da Justiça Trabalhista em nosso Estado, segundo palavras do seu rante mais de um mês.
Presidente. Dr. Antônio Peixoto, que nessa questão tcm sido realmente in- Considero um desastre, melhor diria, um desscrviço à Nação, se este tra-
cansável. balho for interrompido, antes do tempo suficiente para se avaliar os seus re·
.Igualmente interessada tem sido a participação dos membros da Asso- sultados, em termos de custo para a Previdência e para o País.
ciação Comercial e Industrial de Campo Grande, os quais têm mantido Ele consiste na construção, pelo Governo do Estado, em cada município,
vários' encontros comigo para tratar, de forma específica, da instalação de desses postos e minipostos de saúde, e contrataçào de médico, com o auxílio
uma Junta do Trabalho quc possa atender às ações trabalhistas que, em gran- dos Ministérios da Saúde e da Previdência.
de maioria, não precisarão ser resolvidas no centro da cidade; com economia O Governador Lavoisier Maia tem procurado tornar o Plano o mais ba-
de tempo e combustível. rato possível: depois de mandar fazer um levantamento pela Superirttendên-
Finalmente, devo manifestar o meu reconhecimento ao interesse demo- cia de Obras do Estado, do custo da construção, em cada região, repassa os
crático pelo Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Dr. Flávio Costa recursos ao Prefeito, através de convênio assinado. responsabilizando-se o
e Silva, de que esta justa aspiração da Zona Oeste do nosso Estado venha a se mesmo pelo custo da construção, dentro do padrão e recursos fornecidos.
tornar uma realidade. Tanto isto é verdade que, na próxima segunda-feira, Cada prefeito faz doação de terreno para a edificação do posto. Mesmo
dia 31, terei uma reunião, no Rio de Janeiro, com o Dr. Flávio, a fim de estu- que os custos ultrapassem os recursos recebidos, ninguém reclama.
darmos os caminhos a serem seguidos para que seja possível mais este grande No convênio está previsto que 2 atendentes serão designados para os
Irenefício para a nossa região. . postos c I para os mini postos, contratados pelo Estado. Em sua quase totali-
Era oquc tinha a dizer. dade, são moças recrutadas no local e treinadas pela Secretaria de Saúde do
8454 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

Estado, durante 120 dias, em seus hospitais e centros de treinamentos, apren- Por tudo quanto aqui explicitei, é meu dever desagravar o nome honrado
dendo desde o cadastramento do paciente até os pequenos socorros e manejo daquele eminente homem público, vítima das incompreensões de alguns desa-
da aplicação dos diversos tipos de vacinas. Todos os postos e minipostos são visados, hipotecando-lhe minha irrestrita solidariedade, traduzida no agrade-
dotados de geladeira e equipamentos mínimos necessários ao seu bom desem- cimento dessa legião interminável de irmãos sofridos do interior, para quem o
penho. O Estado, em convênio com os Ministérios da Previdência e da Saúde, Ministro Jair Soares se transformou na imagem do amigo certo das horas
paga aos médicos e fornece as vacinas e os medicamentos esscnciais doados difíceis.
pela Central de Medicamentos (CEM E). O Prefeito responsabiliza-se por Aproveito esta oportunidade para sugerir ao preelaro Presidente Figuei-
uma casa para residéncia do médico. redo, em forma de apelo, autorize a correção da injustiça que sofremos, em
Este sistema é de importância para a comunidade. A médica do Municí- forma de discriminação, desses dois tipos de àposentadorias: uma integral,
pio de Espírito Santo, casada com o médico.de Várzea utiliza-o, sendo de oito para os trabalhadores das empresas estatais, com base no seu último salário, e
quilômetros a distância que separa a sede dos dois municípios. Contudo, nem outra, para os trabalhadores de iniciativa privada, com Iímites de contri-
o Prefeito Manoel Gomes Teixeira, de Espírito Santo dispensa a residência da buições e média dos 36 últimos meses, obrigando-os, quando aposentados, a
médica, em sua cidade, ncm o Prefeito Severino Florêncio Sobrinho, de Vár- reduzir' o seu padrão de vida, ou a procurar novo emprego, numa concorrên-
zea, abre mão do domicílio do médico. cia injustificável em relação aos jovens que estão ingressando no mercado de
Quanto ao pequeno Município de Dr. Severiano, encravado no centro de trabalho e que necessitam desses mesmos empregos.
uma cadeia de montanhas, de difícil acesso até o ano passadQ, quando o De- o SR. RUY CÜDO (PMDB - SP.·Sem revisíio do orador.) - Sr. Presi-
partamento Estadual de Estradas começou a construção de uma nova estra- dente, Srs. Deputados, além dos telefonemas, recebi também ofício da Câma-
da, o caso é diferente. Aqui, o único médico existente é suficiente para aten- ra Municipal da Cidade de São José dos Campos, assinado peló seu Presiden-
der às necessidades locais. Acontece que este profissional é casado com uma te José Luiz Carvalho de Almeida, vazado nos seguintes termos:
médica, lecionando, ambos, na escola de 29 grau criada no ano passado em
"Excelentíssimo Senhor:
convênio com o Governo do Estado para atender 43 estudantes que termina-
Conforme determina o Regimento Interno desta Edilidade,
ram o 19 grau. Se esta esco1a não tivesse sido criada, estes estudantes teriam
cumpre-me passar às mãos de Vossa Excelência cópia do Requeri-
interrompido seus estudos, ou, talvez, alguns se deslocassem para outras cida-
mento n9 914, de autoria do Vereador Cyrillo Gonçalves Paes Filho,
des onde pudessem prossegui-los.
aprovado em Sessão Ordinária realízada dia 4 do corrente.
Atendendo ao desejo manifestado pelos pais desses colegiais, de ver Valho-me da oportunidade para renovar protestos da mais alta
prosseguir a educação de seus filhos, para cujo objetivo, em muitos casos, sa- estima e apreço."
crificam o orçamento familiar, o Prefeito Dezílio Fernandes não tergiversou
em criar a escola, contando, para tanto, com a colaboração indispensável do REQUERIMENTO N9 914
casal de médicos, agora integrantes do quadro de professores do 29 grau da- Solicita ao Congresso NacionaI a rejeição do Projeto de Lei
quele Município. que revoga o feriado nacional de 12 de outubro, do Deputado Gio-
Aliás, os mêdicos contratados são recrutados entre jovens de ótima for- 'ía Júnior.
mação, sempre dispostos, quer seja médico, quer seja médica, a colaborar em Senhor Presidente:
qualquer empreendimento comLtnitârio. É o que se observa, freqüentemente, Requeiro, na forma regimental, seja enviado um ofício aos líde-
em todos os municípios. res de bancada e a todos os representantes de São Paulo no Senado e
Os resultados são surpreendentes. Tive oportunidade de acompanhar o na Câmara dos Deputados, solicitando-lhes, em nome desta Câma-
Governador Lavoisier Maia a vários municípios onde o serviço já está funcio- ra Municipal, que rejeitem o Projeto de Lei do Deputado Gióia Jú-
nando em toda sua plenitude. No seu estilo simples, mas eficaz, o Governa; nior, que revoga o feriado nacional do dia 12 de outubro, festa de
dor promove uma reunião pública, em local amplo, em cada município, a que Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil.
comparece. Nestas reuniões, dialoga com o Prefeito, dando um balanço do É lamentável, e até revoltante que, após uma luta intensa para
que foi feito naquela comunidade e o que falta realizar, permitindo aos pre- se conseguir implantar o feriado nacional do dia 12 de outubro, fes-'
sentes oferecerem reclamações e sugestões. O ponto alto dessas reuniões ta de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, surja
acontece no momento em que é mencionado o nome do médico residente, agora, por iniciativa de um Deputado por São Paulo, a idéia de se
presente àquele encontro a convite do Governador, que aproveita a ocasião revogar aquele feriado.
para expor as vantagens e excelências do Plano idealizado pelos Ministros da Qualo argumento utilizado por aquele Deputado para tal revo-
Previdência e da Saúde, passando, em seguida, a anuncíar a 2~ fase do Plano, gação? "Discriminação religiosa" diz ele.
que é a implantação de uma minimaternidade, unidade de emergéncia que Que argumento mais pífio, mais estapafúrdio, mais pueril e in-
atende aos casos de parto e de pediatria, em cada município, onde ainda não sano, que só poderia sair da cabeça de alguém que deseja ver im-
exista um hospital ou uma maternidade. O Governador interpela, de público, plantada no Brasil uma outra Irlanda do Norte.
o Prefeito, se a municipalidade tem condições de liberar uma casa que possa O Brasil é a terra do ecumenismo, é a terra do sincretismo reli-
ser adaptada e aparelhada para funcionar, no prazo de 120 dias, com o pes- gioso, é a terra da tolerância religiosa e ideológica e este feriado do
soal dc apoio já existentc. dia 12 de outubro em homenagem à Rainha e'Padroeira do Brasil é
A resposta é invariavelmente positiva. E, na maioria dos casos, o Secre- acima de tudo, um feriado patriótico, um feriado nacionalista, mais
tário de Saúde, Dr. Leônidas Ferreira, executor desse Programa, um abnega- cívico do que .religioso, pois, não estamos homenageando apenas
o do sertanejo que cuida desse problema coma alegria e o entusiasmo de quem Nossa Senhora, Mãe de Jesus Cristo, mas, aliado à sua importância
tem certeza que este! prestando um grande serviço aos seus irmãos sofrcdores de Mãe de Deus, a outra importância cívica: Rainba do Brasil.
do sertão nordestino, tem oportunidade de examinar o imóvel indicado pelo Se a Nossa Rainha fosse uma respeitosa senhora sem nenhuma
Prefeito. A adaptação dessa casa consiste em azulejar até a altura de 1,50m religiosidade, mesmo assim nós a deveríamos respeitar e
um ou dois quartos para a colocação de duas ou quatro camas, uma sala de homenageá-la, como respeitamos e homenageamos um Tiradentes,
parto com os equipamentos e materiais necessá,rios. mártir da nossa Independência, um D. Pedro I, proclamador de
Aí está uma pequena amostragem do trabalho idealizado e programado nossa Independência, um Caxias, pacificador e unificador de nossa
pelos Ministros Jair Soares e Waldir Arcoverde, em benefício das populações Pátria, do mesmo modo homenageamos Nossa Senhora Aparecida,
mais carentes deste País, a custos irrisórios, se comparados com os atuais. Raínha do Brasil.
Mas mesmo que esses argumentos cívicos, patrióticos não te-
Se os deinais governadores se dispuserem a trabalhar com afinco, neste nham valor perante o Deputado Gióia Júnior, existe um argumento'
setor, à semelhança do que vem acontecendo no meu Estado, encontrarão, es- mais forte: na Democracia quem manda é a maioria. E a maioria ca-
tou certo, a imediata receptividade dos prefeitos, uma vez que às municipali- tólica do povo brasileiro não vai admitir que uma minoria fanática,
dades custa menos sua colaboração neste setor do que o transporte perma- que sempre tentou destruir os valores religiosos do nosso povo, mas
nente dos doentes para outras cidades, além do prazer íntimo de ver sua co- nunca conseguiu, vá agora acabar com o feriado nacional em home:
munidade assistida e satisfeita. nagem a uma festa religiosa de nosso povo.
As injustiças que são lançadas contra o Ministro Jair Soares dão bem a Somos gratos ao Estado do Pará, que, através do Deputado
imagem de sua graf\dcza. Sobrepairando acima dessas fraquezas humanas, Jorge Arbage"llOmenageou Nossa Senhora Aparecida com o seu fe-
ele vai equacionando, com proficiência e acendrado.amor ao próximo, todos riado nacional de 12 de outubro, com o apoio firme do Presidente
estes problemas até então insolúveis. João .Baptista Figueiredo e a maioria absoluta da votação do Con-
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II Quinta-feira 27 8455

gresso Nacional, justamente na ocasião em que o Papa João Paulo o SR. HENRIQUE TURNER (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discur-
II visitava o Brasil. so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Brasil, que ao ser descoberto teve a
Agora, Deputado Gióia Júnior, todos os Deputados católicos, protegê-lo a Cruz de Cristo, sempre se orgulhou de ser um País cristão, e não
liderados pelos deputados paulistas, vão 'impedir 'que seu projeto apenas cristão, mas católico, apostólíco, romano. E uma verdade indiscutível,
seja aprovado. como demonstram todos os recenseamentos: a imensa maioria dos brasileiros
E este o apelo da maioria absoluta do povo brasileiro, que não é católica.
vai admitir a implantação de uma luta religiosa em nossa Pátria en- Haverá quem possa duvidar da declaração espontânea e livre daqueles
tre protestantes e católicos, como vem' acontecendo na Irlanda do que dizem professar esta ou aquela religião?
Norte, em que diariamente assistimos tiroteios e mortes pela televi- Ninguém é obrigado a declarar aquilo que não é.
,;io, como conseqüência do fanatismo religioso. Os seguidores, os adeptos, os participantes, os integrantes de uma reli·
O povo católico, que é a maioria absoluta no Brasil, quer conti- gião jamais deixam de dar o testemunho da fé. E este testemunho não se con·
nuar homenageando Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira funde com o pressuposto pueril de que os brasileiros se declaram católicos
do Brasil, com feriado nacional no dia 12 de outubro. para não serem discriminados nas sociedade - como dizem os não católicos.
Em vista do exposto, requeiro, ouvido o Egrégio Plenário, seja O testemunho de uma fé não se encerra, não se mede e não se limita por atos
enviado ofício ao Presidente do Senado e da Cámara dos Deputados de exteriorização, mas, ao contrârio, pela interioridade inconfundivel que nos
e aos líderes da bancada das duas Câmaras altas do nosso País, une à verdade revelada e cujos efeitos se manifestam na conduta e no compor-
solicitando-lhes que, através de seus liderados, mais 'patriotas do tamento da pessoa humana.
que religiosos, pois todos devem ser patriotas mesmo que não sejam Poderá alguém afirmar que não somos um País essencialmente católico?
religiosos, garantam com o seu voto soberano a rejeição do projeto Não se trata, Sr. Presidente e Srs. Deputados, de polemizar sobre o ób-
de lei que tenta revogar o feriado nacional do dia 12 de outubro. vio, mas apenas de reafirmar o que todos sabem: somos uma Nação católica,
Que deste requerimento seja enviada uma cópia ao infeliz De- uma Nação católica onde, entretanto, todas as religiões, e todos os credos
putado Gióia Júnior, autor do projeto, protestando contra sua ati- têm a livre manifestação de culto garantida por preceito constitucional. A
tude impatriótica e antidemocrática, e como companheiro de parti- norma constitucional, contudo, por sua inspiração e por seu conteúdo demo-
do (PDS), solicitando-lhe que tenha a humildade de retirar o seu crático, não é impeditiva m:m conflitante.com a livre e soberana vontade da
projeto de lei, para não ser fragorosamente derrotado pois apesar de esmagadora maioria do povo brasileiro, expressa por este Congresso Nacio-
praticarmos religiões diferentes (eu católico e ele protestante), poli. nal que declarou o dia 12 de outubro, consagrado a Nossa Senhora Apareci-
ticamente estamos no mesmo barco, e ambos lutamos por um Brasil da, Padroeira do Brasil, como feriado nacional, nos termos da Lei n 9 6.802,
democrático, em que a maioria comanda os rumos da Pátria. de 30 de junho de 1980, sancionada pelo Sr. Presidente da República.
Que sejam enviadas cópias também a todos os Deputados fede- Pretende-se agora, através do Projeto de Lei n9 3.995, de 1980 - subscri-
rais por São Paulo, solicitando a todos eles para que, não só votem to, em primeiro lugar, pelo Deputado Gióia Júnior, aguardando parecer da
contra, mas concitem seus companheiros dos outros Estados, inde- douta Comissão de Constituição e Justiça - revogar aquele diploma legal
pendentemente do Partido Político em que estão inscritos, lutem por considerá-lo "inconstitucional", conforme consta de sua Justificação.
pela rejeição unânime do Projeto. Falam os seus autores não somente em inconstitucionalidade, mas, tam·
Solicito ainda, que sejam enviadas cópias deste Requerimento hém, em "atentado à liberdade religiosa" e que o culto a Nossa Senhora Apa-
aos Presidentes e lideres de bancada das Assembléias de todos os Es- recida, Padroeira do Brasil, "deve ser extirpado de nosso ordenamento
tados do Brasil, das Câmaras Municipais do Vale do Paraíba e Lito- jurídico-lega!". Desconhecem - como acentuou Paulo VI na Mensagem aos
ral Norte e das sedes regionais do Estado de São Paulo, solicitando- Sardas, no dia 24 de abril de 1970 - "que o pensamento que atormenta o ho-
lhes que façam proposituras, semelhantes a esse nosso requerimen- mem moderno, ê o do Cristo: quem é Ele, como veio atê nós, qual a sua mis-
to, apoiando a rejeição do infeliz projeto do Deputado Gióia Ju- são, a sua doutrina, o seu ser divino, o seu ser humano, a sua inserção na hu-
nior. manidade, a sua relação com os destinos humanos e a importância relativa
Solicit0 ainda, o envio de cópia deste Requerimento à Rádio aos mesmos. Cristo domina o pensamento, domina a História, domina a con-
Aparecida, à Rádio Monumental, Rádio Jovem Pan, Rádio Re- cepção do homem, domina a questão capital da salvação bumana".
cord, Rádio Globo, Rádio Capital, TV Globo, TV Record em N otí-
O próprio Paulo V[ interroga: como é que Cristo veio até nós? Veio por
eias (TV Record), TV Gazeta, Tele jornalismo da TV Bandeirantes,
Si? Veio sem qualquer relação conosco, sem nenhuma cooperação da huma-
TV Cultura, Rádios de todo O Vale do Paraíba e de São José dos
nidade? Pode Ele ser conhecido, compreendido; considerado, prescindido das
Campos, especialmente a Rádio Clube, Piratininga e demais emisso-
suas relações reais, históricas e existenciais, que a sua aparição no mundo ne-
ras FM da cidade, assim como os jornais Santuário de Aparecida,
cessariamente comporta? E claro que não. O mistério de Cristo está inserido
Lar Católico. O Lábaro, Valeparaibano e grande imprensa de São
num desígnio divino de participação humana. Ele veio até nós por meio da
Paulo, solicitando-lhes que encetem uma campanha pedindo ao
povo brasileiro que envie telegrama aos Deputados em que cada um geração humana. Quis ter Mãe; quis encarnar-se, mediante a participação vi-
votou, pedindo-lhes que rejeitem o infeliz projeto de Gióia Júnior. tal de uma Mulher, da Mulher bendita entre todas. Diz o Apóstolo, quando
traçou a estrutura teológica fundamental do cristianismo: "Ao chegar à pleni-
Que sejam enviadas cópias tambêm ao Presidente da CNBB, ao tude dos tempos, enviou Deus o seu filho, nascido duma Mulher" (GáI4,4).
Senhor Núncio Apostólico, aos cardeais brasileiros, aos bispos da E, recorda-nos o recente Concílio; "Maria não foi instrumento meramente
nossa provínvia Eclesiástica, isto é, Aparecida, Lorena, Taubaté e passivo nas mãos de Deus; mas cooperou na salvação do homem com fé livre
São José dos Campos, assim como os vigários das Paróquias de e com obediência" (Cons. La Ulen Gentium, n" 56).
Taubaté e de São José dos Campos, sugerindo-lhes que falem em
Qualquer um que professe os ensinamentos de Cristo, independentemen-
suas homilias aos fiéis, a respeito do assunto e pedindo-lhes que en-
te de crença ou seita. nào pode negar - como afirmou o Cardeal Newman na
viem telegramas aos seus respectivos deputados votados pelos fiéis,
sua conferência "Da Conveniência das Glórias de Maria" - "que Maria é a
pois agora é hora de cobrar-lhes o apoio dado a eles através do voto,
Mãe de Deus. Não apenas Mãe da humanidade de Cristo ou s6 do-Seu corpo,
pois essa campanha de Gióia Júnior é nitidamente ligada ao fato re-
mas Màe do próprio Verbo, do Verbo Encarnado. Deus, na Pessoa do Verbo,
ligioso de se homenagear a Padroeira do Brasil.
a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, humilhou-se ao ponto de se tornar
Sala das Sessões, 30 de julho de 1981. -Cyrillo Paes, Vereador seu Filho".
- PDS." Assim, desta que "deu à luz o Criador", que "não foi um simples instru-
mento dos desígnios de Deus", que "não passou apenas por Sua Mãe", Cris-
Sr. Presidente, não vou entrar no mérito do problema religioso - isso é to "herdou os seus traços e as suas feições, a sua aparência e o seu caráter e
preocupação da Câmara Municipal de São José dos Campos. Quero, todavia, assim foi que se manifestou ao mundo, como assevera o Cardeal Newman.
fazer um apelo a S. Ex<, o Sr. Deputado Gióia Júnior, para que retire seu pro- Por isso a Sua Mãe ê maior do que todos os Profetas, porque dela veio o Ver-
jeto. Não nos interessa a religião que professa esse ou aquele Deputado, já bo Corporal; ela é O único oráculo da verdade, posto que o Caminho, a Ver-
que todos nós temos liberdade de adotar o credo religioso que melhor atend.a dade, e 'a Vida condescendeu em ser seu Filho; Ela é, pois, o molde em que
à nossa espiritualidade. Ocorre que o Dia de Nossa Senhora Aparecida já está misteriosamente se vazou a Sabedoria de Deus".
consagrado nacionalmente. On de, portanto, a inconstitucionalidade de se homenagear, de se cultuar
Este é o apelo que faço, em nome da Câmara Municipal de São José dos Aquela que, por "sua conceição imaculada" ultrapassou todos os Santos,
Campos e de milhares de brasilei~os, para que a data seja mantida. "quer no tempo, quer na plenitude da sua santificação"? Valho-me, ainda, do
8456 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio I) AlIosto de 1981

Cardeal Newman para lembrar os méritos e as glórias de Maria, ao afirmar: 81, se os preços de apenas 8 dós 16 itens referidos estivessem congelados, o
"quando eu digo que Maria mereceu ser a Mãe de Deus, refiro-me ao que é custo de vida teria baixado de cerca de 101% para cerca de 62%.
natural e conveniente, a saber, que Deus, sendo Deus, havia de conceder-lhe Mas o regime militar nem quer saber da opinião dos trabalhadores,
uma perfeição superior ainda à dos Anjos, aquela que por Sua graça havia achando conveniente ouvir apenas os banqueiros, as multinacionais, a bur-
merecido". guesia monopolista e o latifúndio.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, desnecessário seria alongar-me sobre o Enquanto os detentores do poder tomam medidas que agravam a fome
culto a Maria no Brasil, de modo especial no Vale do Paraíba, mais precisa- do povo brasileiro, dão polpudas ajudas às multinacionais.
mente na Cidade de Aparecida, fonte e luz dos brasileiros, para onde, diutur- O reajuste do salário mínimo das regiões Sul e Sudeste ficou abaixo dos
namente, dirigem-se os romeiros de todos os rincões deste nosso imenso Bra- indices estabelecidos pela própria lei de reajustes salariais. Desde julho próxi-
sil, como um testemunho vivo quesó se chega ao Seu amantíssimo Filho por mo houve reajustes dos aluguéis e prestação da casa própria em 72,4%.
seu intermédio. Enquanto isso ocorre o Governo dá subsídios e isenta de impostos a
A Lei n 9 6.802, de 30 de junho de 1980, ao declarar feriado nacional o dia grande burguesia e as multinacionais, como está ocorrendo no Projeto Gran-
12 de outubro, consagrado a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, de Carajãs. Diante dessa situação é absolutamente justo e necessário que os
nada mais fez do que ordenar legalmente a vontade, o desejo, o querer mani- trabalhadores e donas-de·casa tenham lançado uma ampla campanha nacio-
festado através do sentimento religioso da incontestável maioria dos brasilei- nal pelo congelamento dos gêneros e serviços de primeira necessidade.
ros, desde a nossa Descoberta, reconhecendo Nela não-somente a Mãe de Esse regime antipopular e antinacional só ouvirá as reivindicações popu-
Deus,-vivo, mas a "Mãe de todos os vivos". lares, se elas ganharem força e amplitude. Por isso é dever de todo democrata
Repetindo, pois, culto a Maria é o culto à Vida, ao Caminho, à Verdade, e defensor dos interesses populares apoiar esse movimento. .
além dc scr a forma mais sutil de rendermos graças àquele que é o Salvador, o Manifesto, desta tribuna, a minha adesão à campanha e faço um apelo
Redentor do mundo e do Qual orgulhamo-nos de dizer seguidores Dele, Da- aos meus colegas parlamentares para que se integrem a essa luta. Vivemos
quele que é. uma séria crise econômica. E a tendência natural do regime é jogar o peso da
O SR. AURtLIO PERES (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discur- crise sobre os trabalhadores, o que já vem ocorrendo. Para enfrentar essa si-
so.) -: Sr. Presidente, Srs. Deputados, o fim do ano se aproxima e constata- tuação torna-se indispensável a formação de uma frente política que lute no
mos quc o Governo continua incapaz de conter os niveis astronômicos da in- sentido oposto.
flação. O pior é que são os trabalhadores assalariados quem mais estão arcan- Quem deve arcar com o ônus da crise não são os trabalhadores e peque-
do com os prejuízos que ela provoca. nos proprietários, mas a grande burguesia e o latifúndio, que se beneficiaram
com o chamado "milagre econômico". A campanha pelo congelamento de
As conseqüências da inflação repercutem sobre os trabalhadores de dife-
rentes formas. Dentre elas está o fato de que entre um e outro reajuste salarial preço dos gêneros de primeira necessidade se transformará num importante
o custo de vida continua aumentando, e O salário permanece estacionário. instrumento de luta contra a politica econômica do regime.
Além disso, quando há aumento do custo de vida, o INPC (lndice Nacional O SR. TIDEI DE LIMA (PMDB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
de Preços ao Consumidor), adotado pelo Governo como critério para o rea- Presidente, Srs. Deputados, os jornais O Estado de S. Paulo e a Folha de São
juste salarial, é sempre inferior ao indice do custo de vida. Isso significa que Paulo publicaram hoje que o grupo de assessoria do Prefeito e da Prefeitura
tudo fica mais caro e o salário cada vez mais barato, deteriorando o poder de de São Paulo descobriu a grande fórmula para resolver o problema do trans-
compra dos trabalhadores e fazendo com que os assalariados tenham que tra- porte urbano ali. Resume-se na retirada dos bancos dos ônibus urbanos. A
balhar mais para comprar a mesma quantidade de alimentos. população que utiliza esse meio de transporte viajaria de pé, não teria os ban-
A afirmação de que o INPC fica sempre abaixo do custo de vida, causan- cos para se acomodar.
do prejuízos aos trabalhadores, é de fácil comprovação. De janeiro a maio Certamente o que pretende S. Ex', Dr. Reinaldo de Barros, que se diz
deste ano, enquanto o índice do custo de vida da cidade do Rio de Janeiro su- candidato ao Governo de São Paulo, é a oficialização do transporte de gado
biu 37,7%, segundo a Fundação Getúlio Vargas, o INPC subiu 33,7%, ou se- . para o povo em São Paub. Quem é transportado em pé, Sr. Presidente, ê o
ja, 4% a menos do que o indice do custo de vida. Enquanto o INPC, nos qua- boi, é o gado. E um tratamento que ofende a população paulistana, Sr. Presi-
tros primeiros meses do ano, variou 24,6%, no mesmo período os preços ao dente - ainda mais partindo de alguém que se diz especialista em problemas
consumidor subiram. conforme a Fundação, Instituto de Pesquisa Econômi- técnicos, um engenheiro, um Prefeito da Cidade de São Paulo, que se diz
ca para São Paulo, 30,8% no Rio de Jan«iro, 31,1 % em Belo Horizonte, 31,5% preocupado com os problemas do povo.
em Porto Alegre e 26,2% em São Paulo. a que S. Ex' deve melhorar é a qualidade de sua assessoria, uma vez que
Os trabalhadores exigem a mudança dessa situação. Exigem que o com- esta sugere que se retirem os bancos dos ônibus. Ora, os ônibus já têm, na
bate à alta dos preços não se faça às custas de seus magros salários. Exigem fábrica, especificado o número de pessoas que vão transportar, ou seja, a ca-
uma reforma agrária que dê terra a quem nela trabalha. Exigem que se dêem pacidade de um ônibus normal é para 76 passageiros; normalmente 30 senta-
estímulos à produção dos gêneros de primeira necessidade. É sabido que, en- dos e 46 em pé, num total de 4.500 a 5 mil quilos. Normalmente, os ônibus
tre 1970 a 1980, tendo havido um grande crescimento da população, a pro- trafegam superJotados, no horário pico, com 120a 130 passageiros. O povo já
dução de feijão, arroz e trigo permaneceu praticamente estacionária, tendo é transportado como sardinha em lata. Agora, querem transformar sardinha
decrescido alguns anos, em decorrência da irresponsável e antipopular políti- em gado, transportado em pé.
ca agrícola voltada para os produtos de exportação. O resultado dessa crimi- Dias passados, súrgiu uma "grande idéia": S. Ex', o Ministro Eliseu Re-
nosa politica é a importação do arroz, feijão, trigo, milho e outros produtos sende, veio dizer que a eliminação do cobrador seria a solução para diminuir
agricolas. E o crescimento galopante dos preços de primeira necessidade. em 10% o custo da passagem. Desafio S. Ex', o Ministro Eliseu Resende, a
Para remediar suas duras condições de vida, ao lado de lutarem por me- provar que o custo do salário de um cobrador incide em 10% sobre a passa-
lhores salários, pela estabilidade e pelo seguro-desemprego, os trabalhadores gem. A ser esse um dado real, já o do motorista deveria incidir em 20. E aí nós
e as donas-de-casa, através do Movimento Contra a Carestia, lançaram uma teríamos 30% do custo da passagem correspondentes aos salários pagos aos
campanha nacional pelos congelamentos dos preços de alguns bens e ser- funcionários do ônibus. Ê uma inverdade, Sr. Presidente.
viços. Aliada a esta proposição, que vem do seio do sistema, do próprio Minis-
A campanha do MCC preconiza, pelo prazo de um ano, o congélamento tro dos Transportes, não se poderia esperar outra coisa, em termos de suges-
dos preços dos seguintes gêneros e serviços: arroz, feijão, carne, óleo, café, tão, do grupo de assessoria qo Prefeito Reinaldo de Barros, de São Paulo.
açúcar, pão, leite, ovos, farinha, transportes coletivos, luz, água, gás, aluguéis Fica aqui o nosso protesto veemente, Sr. Presidente, diante da conside-
e medicamentos básicos. ração quc um candidato ao Governo do Estado de São Paulo tem para com a
Por que esses dezesseis itens? Porque, de acordo com os pesos dos índices populaçào paulistana, querendo que essa população possa ser, porventura,
do custo de vida calculado pcla Fundação Getúlio Vargas, e.sses dezesseis transportada como gado, sinal de que S. Ex' está muito distante do povo e
itens eram rcsponsáveis por 50% dos gastos das famílias que ganhavam de I a não tem condições de pleitear o cargo de Governador de São Paulo. (Multo
5 salários mínimos, à época e'm que a Fundação realizou a pesquisa para es- bem!)
truturar o cálculo do seu índice em 1973. Hoje, tendo em vista a disparada O SR. PINHEIRO MACHADO (PP - PIo Pronuncia o seguinte discur-
dos preços, pode-se dizer, sem risco de erro, que o peso desses itens nos orça- so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o aprimoramento da sociedade é o re-
mentos das familias trabalhadQras é muito maior. sultado dos ideais e das lutas, da abnegação e do sacrifício de cada individuo
Segundo pesquisas preliminares do Movimento Contra a Carestia, ou de cada organismo que'a compõe. Se as forças Nivas de uma comunidade
tomando-se como base os pesos de cada item, de acordo com a Fundação Ge- se aperfeiçoam e se engrandecem, aperfeiçoa-se e se engrandece toda a comu-
túlio Vargas, c o seu respectivo aumento no período de abril de 80 a março de nidade.
Agosto de 1981 DlÁnlO DO CONGRESSO NACioNAL (Se,ão I) Quintu-reira 27 8457

Este conceito ocorre-me ao ler o jornal "O Advogado", editado pelá Or- leira, deve assegurar a derrota patronal e o estabelecimento do equilíbrio a
dem dos Advogados do Brasil-Secção do Piaul. Órgão de divulgação da clas- que deve obedecer a relação de e'mprego mais justa.
se, em um Estado reconhecidamente pobre, "O Advogado" reflete bem o es- Era o que tinha a dizer.
forço dos que o fazem, os seus Diretores, à frente o seu dedicado Presidente, O SR. SARAMAGO PINHEIRO (PDS - RJ. Pronuncia o seguiute dis-
Dr. Reginaldo Santos Furtado, auxiliado pelos Doutores Deusdedit Souza, curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o O Município de Itaperuna é um
João Borges Caminha, Francisco Borges Sobrinho, Zilnéia Gomes Barbosa e dos mais importantes do norte fluminense. Aliás, do seu antigo território sur-
do Conselheiro Nicanor Barreto. giram os Municípios que o cercam e cujas economias estão estreitamente a ele
Atravessando uma fase de evidente dinamismo a OAB-Piauí prossegue vinculadas.
corajosamente na construção de sua sede pr6pria, já em adiantado estado. Administrativamente, por exemplo, quanto à Previdência. Social, a
Promovendo seminários e conferências sobre a atualidade jurídica, de- Agência de Itaperuna supervisiona os trabalhos na região compreendida por
fendendo a efetividade dos direitos humanos e a liberdade de atuação de pro- Itaperuna, Natividade, Porciúncula, Laje de Muriaé, Cambuci e Italva. Se
fissionais prejudicados no desempenho de suas funções precípuas, velando essa divisão administrativa comprovou o acerto de sua criação, urge que o
pela. ética e pelo conceito da classe, divulgando fatos de interesse cívico e pa- Governo Federal, no que tange ao Ministério do Trabalho, também contem-
triótico, a OAB-Piauí se faz credora do aplauso de quantos aspiram, não ape- ple Itapcruna como sede de uma Subdelegacia que abranja Itaperuna, Bom
nas o progresso niaterial do Estado mas, e sobretudo, o aprimoramento de Jesus, Natividade, Porciúncula, Laje de Muriaé, Miracema, Pádua e Cambu-
suas instituições, dos órgãos representativos de sua cultura, de tudo enfim ci.
que represente o bem-estar social de sua gente. Reitero ao Ministro Murilo Macedo o apelo que já lhe fiz pessoalmente
Na brevidade deste registro queremos deixar aqui o nosso aplauso e a em atenção a pedido a mim transmitido pelo Dr. Atair Gouvêa, Presidente do
nossa solidariedade aos vontadosos advogados piauienses irmanados, todos Diretório Municipal do PDS de Itaperuna. Na semana passada compareci a
eles, no ideal da ordem, da liberdade e da Justiça que é o fanal da Ordem dos uma reunião do Partido em Itaperuna e senti que a criação da Subdelegacia
Advogados do Brasil. do Ministêrio do Trabalho em ltaperuna é um anseio de toda a comunidade
O SR. JUAREZ FURTADO (PMDB-SC. Pronuncia o seguínte discur- do norte fluminense.
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, as mais caras e legítimas reivindicações Ontem, Sr. Presidente, ao analisar o problema político de Angra dos
do servidor público permanecem desatendidas. Qualquer pleito, mesmo re- Reis, onde um Prefeito em área de Segurança Nacional se permite atuação
vestido dos mais sólidos argumentos, esbarra nos intermináveis estudos de ferrenhamente partidária contra o PDS, comentei a perplexidade dos nossos
viabilidade do DASP, quando não é/de imediato, fulminado pela Secretaria companheiros do interior do Estado, perseguidos pelo Dr. Chagas Freitas,
de Planejamento, à conta da falência de recursos do Tesouro Nacional, quan- que tem exonerado por motivos políticos competentes diretoras de escolas es-
do se trata de retribuir direitos e vantagens daqueles que movimentam a má- taduais e que estranham permita o Governo Federal a permanência na Prefei-
quina administrativa. tura de Angra dos Reis de um notório adversário dos pedessistas.
Assim tem sido ao longo dos últimos anos, quando o Governo decidiu O Diretório do PDS de Itaperuna reúne-se semanalmente e debate
discriminar a Classe que o serve com dedicação e eficiência, nada concedendo problemas de interesse municipal, estadual e nacional. E na reunião a que es-"
que possa ao menos minorar uma situação existencial que beira à miséria. Há tive presente o assunto Angra dos Reis foi debatido. O que aconteceu em Ita-
tempos o funcionalismo público não recebe quiçá a efetiva correção de seus pemna verifica-se em todo o Estado. Os pedessistas fluminenses querem que
salários, devorados pelo altíssimo custo de vida, mantidos ainda à margem o Governo Federal trate o Dr. Chagas Freitas, que os persegue e comhate,
dos direitos concedidos às demais categorias profissionais. como adversário político. Não terão entusiasmo para as campanhas de Go-
Um deles, o de sindicalização, que contempla todas as profissões, até vernador, Senador, Deputado'Federal e Estadual, se não se sentirem presti-
hoje é negado ao funcionário do Estado, temeroso da pressão de força orga- giados.
nizada dentro das repartições, fazendo valer os seus direitos relegados sempre Concluo parabenizando o Dr. Alair Gouvêa e nossos companheiros do
a plano secundário. , Diretório Municipal do PDS por seu espírito partidário. Suas reuniões estão
Este ê um instituto assegurado à categoria pela Constituinte de 46, igno- atraindo até pedessistas de Municípios próximos, desejosos de notícias sobre
rado pela Ditadura que (} incluiü no rol das proib.ições da Consolidação das os lances da política nacional e estad\lal.
Leis do Trabalho, no seu arl. 566, pois não interessa ao poder público Era o que tinha a dizer.
sensibilizar-sé com o afastamento do servidor da realidade social, onde o de- O SR. IGO LOSSO (PDS - PRo Pronuncill o seguínte discurso.) - Sr.
seja na condição de escravo econômico e pária nacional. • Presidente, Srs. Deputados, volta-se a falar, com insidiosa e alarmante insis-
Não convém, outrossim, aos que hoje exercem o Governo a conscienti- tência, na possibilidade da reabertura dos cassinos do Brasil. A imprensa, de
zação da classe que emprega, considerando preferível à sindicalização a au- um modo geral, vem dedicando tempo e espaços consideráveis à divulgação
sência de objetividade na reivindicação de suas necessidades. E preciso sufo- de opiniões contrárias e favoráveis à matéria - o que, por si só, já é um as-
car o servidor público com uma legislação inconstitucional que lhe restrinja sustador indício da existência de formidável jogo de pressões, visando a in-
os direitos, que tornem confusos os seus postulados e inalcançáveis as con- fluenciar favoravelmente as autoridades e a opinião pública nesse sentido.
quistas sociais a outros deferidas. E lamentável que os interessados na abertura do jogo estejam tentando
A sindicalização ensejaria, além do mais, um permanente contato com as usar até mesmo certos setores desta imprensa para os seus propósitos, eis que,
lideranças pollticas de todos os nívéis e a valorização profissional capaz de es- constantemente, lemos longos artigos defendendo a reabertura de cassinos,
tabelecer a desejável correspondência entre a força laborativa e o poder do como uma necessidade social para o Brasil.
Estado-patrÃÍ5, que por isso mesmo não a admite. Interessa-lhe tão-somente Tais posições, na verdade, representam a defesa de interesses estrangei-
manter o servidor distanciado de seus direitos, temendo reivindicá-los ante a ros, para os quais, a oficialização do jogo no Brasil, em detrimento e prejuízo
constante ameaça de repressão. unicamente do nosso País e de sua população, viria trazerpolpudos e incalcu-
E. o cerceamento da liberdade desse contingente de trabalhadores, impe- láveis lucros.
dido de reunir-se sob uma única bandeira sindical, símbolo da defesa perma- O mesmo se dá com aqueles que daí não tirariam qualquer vantagem
nente de seus interesses maiores. E a anulação de sua própria identidade, a particular, mas, com ingênua euforia, defendem a nociva medida, ignorando,
pulverização de sua unidade, o rompimento de sua grandeza como força assa- talvez, as perigosas e daninhas conseqüências que fatalmente viriam em seu
lariada. E a negação do direito de sindicalização do 'servidor público, reco- bojo.
nhecido pela Organização Internacional do Trabalho - OIT, através da Uma das principais alegações dos defensores da perniciosa idéia é a de
Convenção n 9 151, de 1978. que a reabertura dos cassinos incentivada o turismo em nosso País. A justifi-
Para a ratificação dessa Convenção pelo Governo brasileiro, ato legal cativa não poderia ser mais pueril, pois o jogo, por si só, jamais atrairia hor-
que permitiria a extensão do direito de sindicalização ao empregado público, das de turistas a parte alguma, mormente quando inexiste infra-estrutura ne-
toda a classe está sendo nacionalmente mobilizada. Na persecução desse ob- cessária para tal tipo de coisa, o que é o nosso caso. O turismo poderia ser in-
jetivo primordial convocaram-se as representações de entida~es municipais e centivado, ao nosso ver, através de medidas visando a oferect;r mais conforto
estaduais representativas do funcionalismo, para junto aos órgãos centrais a preços mais 'Competitivos. Aí, sim, teríamos um estímulo ao turismo sadio,
pressionarem as duas Casas do Congresso Nacional no sentido de que este pelo qual todos os países vêm lutando.
apresse a ratificação do Acordo internacionaL Ao invés de se oficiaiizar o jogo para atrair um turismo nem sempre qua-
. Até lá continuaremos assistindo a esse mesmo quadro de desinteresse do lificado, que se procure melhorar a infra-estrutura hoteleira, baratear as pas-
Governo pela sorte de seus empregados, que são obrigados ao pagamento do sagens aêreas, ferroviárias e rodoviârias, como aliás agora o próprio Governo
Imposto Sindical, sem ter direito à sindicalização. A união da classe em torno vem fazendo, para o setor aéreo, ao instalar o sistema de "viagens familia-
dessa finalidade básica, desde logo solidamente apoiada pela Oposição brasi- res", com bons descontos. E isto, que se faça não só para os estrangeiros, mas
8458 Quinta-feino 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçilo I) Agosto de 1981

para o próprio brasileiro, cuja grande parte nem sequer conhece esta nossa ratiba o privilégio de receber mais uma, a construir-se no Jardim Maravilha,
grande Nação. nos próximos meses.
Os males provenientes da oficialização do jogo são por demais conheci- Congratulo-me, pois, não só coin o Prefeito Júlio Coutinho, mas tam-
dos, mas não custa repeti-los, mormente numa ocasião como esta, em que a bém com toda a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, realçando o patrio-
consciência de muitos brasileiros se mostra obnubilada pela antevisão de um tismo e a proficiência com que se entregam todos ao trabalho.
lucro que, embora aparentemente fácil, implica em altíssimo custo social, pe- .
O SR. JOSÉ RIBAMAR MACHADO (PDS:" MA. Pronuncia0 se-
los males que se infiltrariam em nossa sociedade.
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, recebemos do Sindicato
Em todos os paises onde o jogo é permitido perceheu-se imediato cresci-
Rural de Alta Floresta, na amazônia mato-grossense, um memorial a respeito
mento da prostituição e do consumo e tráfico de tóxicos e, conseqüentemen-
do Projeto de Lei nQ 178/81, do Senador Luís Viana Filho, determinando que
te, da violência que sempre acompanha o desenvolvimento dessas atividades
"nenhuma taxa ou cota de contribuição recairá sobre o cacau produzido no
marginais e anti-sociais. Pari Passu, a corrupçã.o, em todos os níveis, é esti-
mulada a um ponto que se torna simplesmente incontrolável pela máquina Pais (cacau em bagas e derivados, massa de manteiga, torta e pó), quer se des-
policial, já impotente para atender as atuais necessidades comunitárias. tine à importação, quer à industrialização".
Dizem os dirigentes daquela entidade que a proposição do ilustre repre-
N enhum benefício social decorrerá da reabertura dos cassinos, inclusive
sentante baiano tem propósitos imediatistas, "esquecendo o que a manu-
porque cassino é lugar que somente os ricos podem freqüentar. O brasileiro já
tenção da taxa representou, representa e representará para a cacauicultura do
possui uma série de jogos, ditos de azar, como a Loteria Esportiva, as Lote-
País", quando, hoje, "somos detentores da tecnologia mais avançada no se-
rias Federal, Estadual e Municipal, a Loto sem falar no jogo-da-bicho, que
tor, graças à CEPLAC, que tem sua manutenção assegurada por aquela ta-
continua em. plena e franca atividade, nas barbas da pollcia e ao arrepio das xa~'.
leis, e nos inúmeros cassinos clandestinos que funcionám impunemente, que
Prosseguindo, salienta o memorial:
já carreiam os seus parcos recursos para bolsos ávidos e indiferentes à súa
sorte, para que se concretize mais esse crime contra a consciência nacional. A "Seria inverossímil querer-se superar uma crise, alijando um
abertura dos cassinos promoveria mais uma descapitalização do nosso povo, órgão criado justamente para solucionar outras crises. Seria substi-
que já luta com dificuldades. até para se alimentar. tuir uma crise temporária por outra permanente. Seria negar um
Sob esse aspecto, são dignas de louvor as posições manifestadas pelo Mi- trabalho conhecido como sério e eficaz."
nistro da Justiça, Sr. Abi-Ackel, pelo Ministro da Indústria e do Comércio, Sustenta ainda o Sindicato Rural de Alta Floresta que a alegação de es-
Sr. Camilo Penna, pelo Presidente da EMBRATUR, Sr. Miguel Colassuano, tar protegendo o capital da lavoura tradicional contraria a própria essência
e pelo Secretário-Geral da CNBB, D. Luciano Mendes de Almeida. Todos do projeto, bastando atentar-se ao seguinte parágrafo da justificativa:
são unânimes em condenar a medida, partindo dos principias de que o jogo.
"O projeto ora apresentado destina-se a preservar a economia
"é moralmente injustificado,por ferir a consciência nacional", ou de que "o
de todas as áreas produtivas de cacau no Brasil."
Brasil não necessita de recorrer ao jogo para gerar divisas e empregos, mas
sim desenvolver a indústria do turismo" ou que "em vez de recorrer ao jogo Adverte o memorial que, nesse passo, o autor se esqueceu dc "que há ca-
para atrair turistas, o Brasil pode explorar outros recursos". cau produzido' na Amazônia em algumas áreas, há mais tempo que nas re-
Não há dúvida, Sr. Presidente, quanto à veracidade dessas declarações, giões tradicionais" e indaga:
merecedoras dos nossos maiores aplausos. "Ou será que o projeto preservativo apenas visa a uma deter-
Além destes aspectos, temos que considetrar os morais e espirituais, que minada região? Nesse. caso, a proposta é inóqua e infundada."
serão agredidos ainda mais.
Ademais, o financiamento das produções com recursos do POLAMA-
Por todas essas razões, queremos registrar de público o mais veemente
ZONIA e PROTERRA, com linhas especiais de crédito do BASA e Banco do
repúdio à perniciosa e traiçoeira tentativa que ora se faz neste País, no sentido
Brasil, além da assistência' técnica da CEPLAC, fornece sementes para o cul-
de que sejam reabertos os cassinos, em boa hora fechados pelo saudoso Presi-
dente Eurico Dutra, ao tempo em que conclamamos os homens de bem desta tivo de cacau, havendo, portanto, uma colaboração do País inteiro na exe-
N ação a estarem atentos e a tomarem posição contrária à ameaçadora inicia- cução do Plano. Esposando esses motivos justos, Sr. Presidente, solidários
tiva, fruto de pressões escusas de jogadores e empresários estrangeiros, em com o Sindicato Rural de Alta Floresta, não poderemos concordar, como do
franca e repulsiva tentativa de ingerência nos nossos negócios e nas nossas nosso desejo, corno o projeto do ilustre Senador baiano.
consciências. Era o que tinha a dizer.
Era o que tinha a dizer. Ü SR. JüEL VIVAS (PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.
Presidente e Srs. Deputados, ê grande a expectativa dos políticos brasileiros
O SR. ALeIR PIMENTA (PP - RJ. Ptonuncia o seguinte discurso. ) - quanto à nova ou à enxertada legislação eleitoral. .
Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Prefeito Júlio Coutinho e o Secretário M u- Quando os políticos procuram as suas bases eleitorais, a todo momento
nicipal de Saúde, Dr. Raimundo Moreira, inauguram, no próximo dia 29, no a pergunta é sempre a mesma: "Como vamos votar'?"
bairro Santa Margarida, na zona oeste do Rio de Janeiro, a terceira Unidade Como não poderia deixar de ser, não conseguimos responder, pois acho
Auxiliar de Cuidados Primários de Saúde, a instalar-se naquela comunidade, que Deputado nenhum sabe como será a legislação eleitoral:
nos últimos três meses, por solicitação da bancada do Partido Popular daque- I - Voto do analfabcto?
la região. 2 - Voto em qualquer candidato ou o candidato de minha escolha?
Tal fato, Sr. Presidente, além de atestar a eficiência da equipe da Secreta- 3 - Voto somente em Vereador e Prefeito?
ria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, sob o comando do competente mé- 4 - Voto só para Governador e Senador?
dico Dr. Raimundo Moreira de Oliveira, revela, ainda, o perfeito entrosa- 5 - Voto só com Deputado Federal e Estadual'?
mento entre a classe política e o Poder Executivo, do que resultam incontá- São essas as perguntas, e é por isso que gostaria que o partido do Gover-
veis benefícios para a população carioca, especialmente na zona oeste, onde a no e o próprio Governo resolvessem o mais rápido possivel o problema da le-
presença do Governo se faz sentir, de forma palpável, materializando as mais gislação eleitoral, com coligação ou sem coligação.
sentidas aspirações do povo, levadas ao Poder Executivo através da bancada
do PP. O SR. OCTAC(LlO QUEIROZ (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte
A nova Unidade Auxiliar de Cuidados Primários de Saúde compõe-se de discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, falecu, às sete horas de hoje, em
três consultórios, uma sala de curativos, uma sala de vacinas e uma sala de re- João Pessoa, Paraíba, o Dr. Firmino Aires Leite, nome do mais alto conceito·
gistro e documentação, devendo funcionar de segunda a sexta-feira, das 7 às no meio paraibano, médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,
19 horas, com 7 médicos, uma enfermeira, 6 atendentes e dois auxiliares de político, ex-Prefeito da cidade de Patos - PB, conhecedor profundo do fol-
enfermagem. ' clore sertanejo e intelectual dos mais destacados naquele Estado:
Fica, portanto, o bairro de Santa Margarida satisfatoriamente atendido, Irmão, por parte de mãe, da Senhora Capitulina Aires Satyro e Sousa, já
no campo da saúde, uma vez que ali já funciona o Centro Social Urbano San- falecida, era o Dr. Firmino Leite irmão, também pelo lado materno, do De-
ta Margarida, o qual, além da assistência médica e social, promove, sistemati- putado Ernany Satyro, nome por demais conhecido nos círculos politieos na-
camente, a integração da comunidade, assistindo-a em todos os sentidos, con- cionais e com desempenho atual nesta Câmara dos Deputados.
correndo, assim, para que se cumpram os objetivos do Governo do Estado Casado com a Senhora Áurea Sá Leite, deixou o Dr. Firmino Leite cinco
quanto à melhoria do padrão de vida das comunidades menos favorecidas. filhos e genros com atuação destacada no meio paraibano, quer em importan-
Brevemente, outras quinze unidades médicas do mesmo portc serão ins- tes funções privadas ou em setores públicos, inclusive na Universidade Fede-
taladas na zona oeste e em outros pOT).tos do Rio de Janeiro, cabendo a Gua- ral da Paraíba. '
Ae-to de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8459

Seu falecimento consternou considerâvel parcela da sociedade pessoense, as condições para deflagração de greve dos estudantes das eseolas particula-
de Patos e de outras cidades dali, onde era grandemente estimado e exaltado res.
por suas qualidades morais, intelectuais ou profissionais. Os Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs) se mobilizam, repudiando
Assim, Sr. Presidente, por motivo desse lutuoso acontecimento, requeiro mais essa medida de desrespeito e exploração. O DCE da Pontifícia Universi-
de V. Ex' que seja consignado em Ata desta sessão um voto de. profundo pe- dade Católica de Campinas (PUCAMP) realiza; hoje, dia 26 de agosto, uma
sar pelo desaparecimento do Dr. Firmino Aires Leite. (O orador é cumpri- manifestação em frente ao prédio da Delegacia do Ministério da Educação e
mentado.) Cultura,em São Paulo, pretendendo salvar a universidade da crise financeira
O SR. AUDÁLIO DANTAS (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discúr- em que se encontra, dando sua parcela de contribuição. Uma audiência com a
!lO.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados; tenho manifestado sempre nesta tribu- Delegada do MEC, Dalva Souto Maior, significaria, também, uma tentativa
na o meu repúdio às medidas adotadas pelo Governo e pelas classes domi- de expor os motivos da indignação dos alunos ante as conseqüências do rea-
nantes, sobretudo em relação àquelas que ferem os direitos fundamentais da juste. Entretanto, pela sua declaração nos jornais de ontem, dia 25, ela não
população brasileira. pretende receber a comissão de estudantes, alegando que o "deslocamento de
Dentre estes direitos estâ a educação. A política de ensino em nosso País estudantes, em caravana, a esta Delegacia, é inteiramente desnecessário, con-
se caracteriza hoje, basicamente, por sua total elitização. As conseqüências de .siderando que ambos os assuntos a serem tratados independem de interve-
tudo isso são a descrençà e as frustrações dos estudantes, aliadas à não for- niência deste órgão".
mação de mão-de-obra realmente capacitada de que o País necessita. O Go- Os estudantes da PUCAMP defendem a idéia de que o MEC, através de
verno, através de sua máquina de propaganda, divulga a mensagem de que, subsídios para as universidades, poderia resolver o impasse em que se encon-
estudando, os jovens trabálhadores começarão a "subir na vida". E exalta os tram. Numa reunião que o DCE teve com a Reitoria daquela universidade,
exemplos individuais (cada vez mais raros) daqueles que conseguiram fazê-lo. no entanto, licou bastante claro que não há nenhuma possibilidade de reduzir
Falar em ascensão social no Brasil é um absurdo. Ela não existe. E, se esse índice.
examinarmos historicamente esta questão em nosso País, teremos dados sufi- Alguns Estados do País, entretanto, já usam a greve como forma de luta
cientes para demonstrar o que afirmamos, especialmente em se tratando das para conseguir o atendimento a essas reivindicações e outras pertinentes aos
c1ass~s oprimidas.
seus interesses, como Minas Gerais, por exemplo, onde cerca de dois mil estu-
As famílias pobres o estudo é praticamente inacessível. Recebendo um dantes de escolas superiores particulares já paralisaram as atividades estudan-
salário mísero e indigno, o trabalhador, na maioria das vezes, não realiza os tis, conforme noticiam os jornais.
seus sonhos de ver os filhos na escola. Imagina que, se tal ocorresse, eles não Sr. Presidente, Srs. Deputados, faço aqui um apelo ao Ministro da Edu-
teriam o .mesmo destino que o seu: tornar-se cada vez mais pobre. Que as cação para que receba a comissão de estudantes e atenda as suas reivindi-
opções, dentro do sistema em que vivemos, apesar do desemprego, seriam, cações, para que se resolva pacificamente o problema. Caso não o faça, estará
quem sabe, maiores. Mas o brasileiro não tem direito nem de sonhar. A reali- contribuindo para o aumento do caos nas universidades particulares e, sobre-
dade o traz de volta à dureza da vida. Às escolas particulares não têm accsso tudo, para que milhares de estudantes parem os seus estudos, já tão sacrifica-
os pobres. Como pagar as mensalidades? Nas escolas públicas das cidades dos pelas dificuldades da vida cotidiana.
nem sempre há vagas. E no interior, em quantas e quantas localidades nem Minha solidariedade aos estudantes nesta questão e pela melhoria das
existe uma escola? condições de ensino.
Quase sempre, quando conseguem matricular os seus filhos, 'estes cursam
apenas o 1q grau. Logo são forçados a se lançar "no mercado de trabalho para O SR. mOGO NOMURA (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)
ajudarem ao sustento da casa, assim que atingem idade suficiente. - Sr. Presidcnte, Srs. Deputados, no panorama das profissões liberáis em
Quanto à universidade o drama é o mesmo. O ensino gratuito é cada vez nosso País. graças à elevação do padrão e nível do ensino universitário, a
mais escasso. Poucos têm acesso às universidades e escolas federais. Existe a Odontologia constitui talvez o setor que maior desenvolvimento alcançou,
barreira do vestibular. A maioria dos estudantes, hoje, trabalha durante todo destacando-se hodiernamente o papel e a atuação do cirurgião-dentista na
o dia e estuda no período noturno para garantir a sobrevivência. Não sobra vanguarda em defesa da saúde, ao lado do médico, do farmacêutico e das de-
nem tranqüilidade nem tempo para ampliarem os seus conhecimentos.. Mui- mais profissõcs vinculadas ou paramédicas.
tos não conseguem pagar os valores absurdos dos cursos preparatórios, ver· A cárie dentária é indubitavclmente a doença mais comum, a mais disse-
dadeiras empresas. Aí não têm condições de concorrer com os filhos das minada, refletindo em todo o País a precariedade das condições alimentares,
famílias das classes média e rica. Estes, desde o pré-primário, já começam a de higiene e educação sanitária do nosso povo, que, em sua csmagadora
ser preparados para entrar na universidade. E, se passam, como trabalhar maioria, é subnutrido, apresentando índices alarmantes da incidência das
para sobreviver e estudar durante o dia? doenças da boca, com as suas repercussões orgânicas.
Todos quercm, contudo, estudar. E o' que fazem os nossos governantes O cirurgiàocdentista é o profissional que pode detectar inclusive outros
para solução do problema? O modelo político implantado pelos Governos desvios do equilíbrio da saúde, eis que é procurado periodicamente, encami-
pós-64 não combateu nem combate a privatização cada vez mais acentuada nhando muitos pacientcs aos médicos, já nas primeiras scssões dc tratamento,
do ensino no Brasil. A distribuição das verbas é falha e, inequivocamente, fato que não é do conhecimento geral, mas que, Sr. Presidentc, posso assegu-
desvirtuada dos grandes interesses da população. rar, na qualidadc de odontólogo que exerceu o mister quase vinte anos, é co-
Os que ainda conseguem estudar se revoltam com o valor absurdo dos mum, como, por ,:,xemplo, no caso dos pacientes portadores de blastomicosc'
reajustes nas mensalidades das escolas pagas. Nesse segundo semcstre, ele é bucal, mormente em regiões pastoris, de cardiopatias, de câncer bucal, de dia-
de 50,9% e foi autorizado pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC. A bete e, embora raramente, de tétano cefálico, além de outros casos, já que o
indignação se faz crescente e os estudantes começam a se manifestar. Cirurgião-Dentista, como um profissional da saúde, adquire ao longo dos
Dia 24. no meu Estado, a União Nacional dos Estudantes se reuniu com anos de constante atividade o chamado olho clínico.
delegações de rcpresentantcs de diversos Estados pa.ra avaliar e definir as for- Ao contrário do conccito popular, a grande maioria dos cirurgiões-
mas de encaminhamento da luta contra esse reajuste. Melhor dizendo, da dentistas, sofrendo desgaste físico e mental pela natureza especialíssima da
continuidade dessa Juta, pois, na verdade, a mobilização do movimento estu- sua atividade, não tem o nível econômico e financeiro que merece, atendendo
dantil em relação ao ensino .pago não vem de agora. à faixa majoritária da nossa população desprovidaale recursos, principalmen-
A cobrança desse reajuste, a partir de 19 de julho, já teve e continuará . te nas clínicas estatais escolares, dos centros dc saúde ou através do
tendo efeitos graves. Aumentará a elitizaçâo do ensino. A UNE estimou em INAMPS, cujo atendimento avulta dia a dia.
eerca de 300 mil os universitários que deixarào os estudos por impossibilidadc Neste passo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, acolhendo o manifcsto do
de pagar as mensalidades. Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo, trago ao conhecimcn-
. Na reunião do dia 24 de agosto, promovida pelos estudantes através dc to desta Casa a situação dos odontólogos que prestam serviços à Previdência
sua entidade máxima, decidiu-se que uma comissão de representantes de enti- Social, admitidos na referência 37, com carga horária dc 40 horas semanais,
dades estudantis (Diretórios Centrais de Estudantes) solicitará uma audiência percebendo um salário de Cr$ 42.998,00, em flagrante disparidade com o mé-
ao Ministro da Educação como uma tentativa pacifica de resolver o impasse, dico, que é admitido na referência 36, com carga horâria de 20 horas sema-
em que se encontram. Caso não consigam os seus objetivos - revogação do nais, percebendo Cr$ 40.942,00, o que, na verdade, ainda é pouco para proí1s-
aumento. de 50,9% e mais verbas para as univcrsidades públicas - serão enca- sionais com tanta responsabilidade. .
minhadas outras propostas de luta no próximo dia 12 de setembro, quando Não estou aqui, Sr. Presidente, procurando estabelecer COmparações,
será realizado em São Paulo o 3q Conselho Nacional de Entidades Gerai~ - mas apenas para dizer que são duas nobres profissões que se equiparam, de-
CONEB. Dentre essas propostas, a que teria maior respaldo seria a já encá- vendo haver paridade salarial, em função das suas CÇlrgas horárias, mas tam-
minhada no 29 CONEB, realizado em Campinas no inicio do mês, de analisar bém afirmar que o médico, como o cirurgião-dentista, recebem salários iní-
l!46O Quinta-feira 2.7 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de Inl

quos, humilhantes, pois qualquer técnico de computação ganha, merecida- Impõe-se, portanto, Sr. Diretor, a correção dessa distorção, tanto sala-
mente; aliãs, embora com cursos e currículos menores, cinco vezes mais. rial como de carga horária.
Formulo, pois, Sr. Presidente, desta tribuna, o meu apelo ao Sr. Ministro As entidades representativas da Odontologia paulista, abaixo subscritas,
José Carlos Freire, Diretor-Geral do DASP, ao Ministro Jair Soares, da Pre-: vêm através deste instrumento reivindicar e postular a Vossa Senhoria, que se
vidência e Assistência Social,.nosso eminente colega, que é, para orgulho da faça justiça ao nosso cirurgião-dentista, na rede do INAMPS, a nível de sa-
classe odontológica, um cirurgião-dentista especialista em Odontopediatria, lãrio, com relação ao excedente das horas semanais trabalhadas em dobro aos
conhecedor profundo dos problemas da nossa classe, para que, de comum da classe médica.
acordo, estudem e determinem uma medida justa: paridade salarial e carga Sendo o que se apresenta, juntamos nossos protestos da mais alta estima
horâria dos cirurgiões-dentistas e médicos que trabalham na rede assistencial e distinta consideração.
do INAMPS, bem como a elevação dos vencimentos, compatíveis com a dig- Respeitosamente. - Dr. Henrique Motilinsky, Presidente do Sindicato
nidade e o nível universitário das duas nobres profissões, das quais dependem dos Odontologistas do Estado de São Paulo - Dr. Nicolau Tortamano, Presi-
o bem-estar, a saúde e, em última análise, o desenvolvimento nacional. dente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - Dr. Jairo Corrêa,
Sr. Presidente, peço a V. Ex' que se digne autorizar a publicação na ínte- Presidente da Comissão de Defesa de Classe da APCD - Dr. Fausto Baddini,
gra do oficio que recebi do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.
Paulo, subscrito 'pelo Dr. Henrique Motilinsky, Presidente, e pelo Dr. Oswal-
do Moutinho de Abreu, Secretário-Geral, bem como do manifesto enviad9 O SR. DARCluo AYRES (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)
pelo referido órgão ao Ministro José Carlos Freire, do DASP, subscrito tam- - Sr. Presidente, Srs. Deputados, publicou o Jornal do Brasil, em sua edição
bém pelo Dr. Jairo Corrêa, Presidente da Comissão de defesa da classe da de domingo último, não sei se na condição de entrevista ou eomo matéria pa-
APCD, pelo Dr. Nicolau Tortamano, Presidente da Associação Paulista de ga, conceitos atribuídos ao velho companheiro de'lutas políticas Deputado
Cirurgiões-Dentistas, e pelo Dr. Fausto Baddini, também da APCD, onde a Estadual João Batista Lubanco, hoje abrigado sob nova legenda partidária,
reivindicação classista está exposta com meridiana clareza. pclos quais o representante fluminense, referindo-se à existência de movimen-
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. . tos comunitários em Nova Iguaçu, abordou problemas relativos fi situação
social e urbana daquele Município.
DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. DEPUTADO A matéria jornalística em questão, não obstante pretender tratar apenas
DIOGO NOMURA: do surgimento do Movimento de Amigos de Bairro e do Centro de Mobili-
zação Comunitária, discorreu também sobre as condições de vida naquela
or. nQ 6.414-0577/81 São Paulo, 6 de agosto de 1981
área, num enfoque nitidamente político do assunto, enfoque que, pelas verda-
Excelentíssimo Senhor
des e meias-verdades que encerra, está' a merecer alguns reparos de nossa par-
Dr. Diogo Nomura
te.
DD. Deputado Federal
Realmente, Sr. Presidente, o Município de Nova Iguaçu, um dos maiores
Nobre Deputado: do País, na atualidade, com cerca de um milhão e quinhentos mil habitantes,
O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo, entidade repre- necessita, para a solução de seus numerosos e intrincados problemas, da libe-
sentativa da categoria junto ao Ministério do Trabalho, serve-se do presente ração de recursos financeiros de grande monta por parte dos Governos fede-
instrumento para fazer chegar às mãos de Vossa Excelência, xerox da repre- ral e estadual.
sentação encaminhada por este Sindicato e subscrita pela Associação Paulista As receitas advindas dos impostos municipais não são suficientes para o
de Cirurgiões-Dentistas, Comissão de Defesa de Classe e Associação Paulista atendimento satisfatório das justas e legítimas reivindicações de sua popu-
de Odontopediatria, ao DASP, reivindicando paridade salarial e carga ho- lação - na sua maior parte reconhecidamente pobre.
rária dos cirurgiões-dentistas em relação aos médicos na rede do INAMPS. O Sr. Deputado João Lubanco, aliás, não pode ignorar a crise financeira
O Profissional de Odontologia tem carga horária dobrada em relação a em que se debatem os Municípios do Estado do Rio de Janeiro, inclusive par-
dos Médicos, e percebe ql)ase que o mesmo salário. que, como se sabe, o ilustre homem público já foi interventor - não digo
Isto posto, vem o Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo "biônico", porque o termo somente agora é usado - em São João de Meriti,
reivindicar que se corrija esta distorção e se faça justiça ao cirurgião-dentista assim como Vice-Prefeito, exercendo o mandato de Prefeito por aproximada-
na rede do INAMPS. mente dois anos, no Município de Nova Iguaçu, contando com o apoio irres-
Ao ensejo em que conclamamos Vossa Excelência a cerrar fileiras em trito do então· Governo do Estado.
torno de mais esta campanha de justa causa, solicitamos divulgação da ma- A sua palavra, pois, deve ser a de quem conhece perfeitamente as dificul-
téria em anex.o, renovando os protestos da mais alta estima li distinta conside- dades financeiras, se não de todas, pelo menos .das duas prefeituras mencio-
raçilo. nadas: a dc São João de Meriti e a de Nova Iguaçu. E nessas condições não
Atenciosamente. - Dr. Henrique Motilinsky, Presidente - Dr. Oswaldo pode atribuir ao atual Governo iguaçuano a culpa de todos os males da cida-
Montinho de Abreu, Secretârio-Geral. . de.
Por outro lado, estou persuadido, Sr.. Presidente, de que a idéia da
Of. n~ 6.414-0376/81 São Paulo, 6 de julho de 1981 criaçãb de movimentos de bairros ou centros comunitários naquela região co-
Ilustríssimo Senhor meçou realmente ao tempo em que o Deputado João Lubanco ex.ercia o man-
Dr. José Carlos Freire dato de Prefeito de Nova Iguaçu. Resta esclarecer, contudo, que essa idéia
DO. Diretor-Geral do DASP frutificou e foi abraçada pela Igreja local, indiscutivelmente infiltrada por ci-
Senhor Diretor: dadãos de convicções políticas não declaradas, mas de nítido {;onteúdo radi-
O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo, entidade repre- cal, que não aceitam, na prática, a plenitude do regime democrático. Seus
sentativa da categoria junto ao Ministério do Trabalho, serve-se do presente chefes são, em sua quase totalidade, meros contestadores que fazem política,
instrumento para, juntamente com as demais Entidades da Odontologia Pau- e política de oposição, no sentido mais vulgar do termo, defendendo doutri-
lista, vir respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, trazer algumas consi- nas que não se coadunam com a formação e o espírito do povo brasileiro.
derações: . Se o Deputado Estadual João Lubanco, que ê um político militante, vê
I - que o ciruÍ'gião-déntista, profissional da saiíde, exerce um trabalho' hoje diferenças entre o MAB, criádo sob a égide da Igreja de Nova Iguaçu, e
altamente cansativo e desgastante, cuja periculosidade é, inclusive, reconheci- o CMC, que ele teria organizado, ninguém de boa fé poderá sentir essas dife-
da pela própria Previdência Social ao conceder aposentadoria aos 25 anos de renças, já que ambos os núcleos possuem objetivos políticos indisfarçáveis,
tempo de serviço. dos quais me reservo o direito de discordar, pelo menos no que se refere a má-
2 - que o cirurgião-dentista é admitido no INAMPS, na referência 37, todos de ação e agressivídade.
com carga horária de 40 horas semanais, percebendo um Salário de Cr$ Disse o Deputado João Lubanco' - e cç>m ele concordo - que "as asso-
42.998,00. Já o médico, é admitido na referência 36, com carga horária de 20 ciações de moradores e as comunidadses não podem exceder seus limites. A
horas semanais, percebendo Cr$ 40.942,00; comunidade não pode querer substituir os políticos". O pressuposto dos regi-
3 - considerando-se que as atividades profissionais de saúde exercida mes democráticos, com efeito, confere ao povo o direito de fazer-se represen-
pejo cirurgião-dentista e pelo médico se equiválem cada um em seu campo, tar por aqueles a quem outorgou mandato: no âmbito municipal, pelos Ve-
tanto em desgaste pessoal como no atendimento das necessidades mórbidas readores; na esfera estadual, pelos Deputados Estaduais; no plano federal,
acumuladas dos segurados da Previdência Social, nada mais justo que se pro- pelos Senadores e Deputados Federais.
ceda um tratamento retribuitórioequitativo e proporcional à carga horária Assim, o encaminhamento das pretensões coletivas, o próprio exercício
atribuída ao profissional da Odontologia, equivalente a dos colegas médicos. da pressão, de que fala o Deputado João Lubanco, devem ser praticados
Agosto de 1981 OIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8461

sobre os represcntantesdo povo que forem eleitos, escolhidos pela coletivi- garantindo-lhes, inclusive, preços os mais justos nos mercados mundiais e,
dadse, e nunca a eles usurpados por representações ou agremiações nascidas também, assegurando, sobretudo ao sul da Bahia e ao norte do Espírito San-
não sabemos se democraticamente ou se oferecidas ou induzidas por homens to, a diversificação de cultivos e o fortalecimento da infraestrutura regional.
alijados da vida pública. Profundamente interessado por todo o vasto quadro da economia brasi·
Com referência, ainda, à matéria publicada pelo mencionado órgão de leira, Sr. Presidente, sinto-me no dever patriótico, como conseqüência do
imprensa, julgO de meu dever tecer algumas considerações sobre a atuação do meu mandato popular, de trazer para este forum de debates, que é a Câmara
Prefeito de Nova Iguaçu e o encaminhamento das solicitações dos habitantes dos Deputados, pelo menos um resumo da longa sabatina a que se submeteu
do Município. o ilustre Sr. José Haroldo Castro Vieira, Secretário-Geral da CEPLAC, e um
Não posso, em primeiro lugar, concordar com as maldosas, e diria levia- dos mais cotados peritos mundiais naq)lela especialidade, cuja vivência, longa.
nas, acusações feitas ao dinâmico Chefe do Executivo municipal em seu de- e profícua, nos temas que versa é admirada e respeitada.
sempenho segundo as quais "os moradores não podem contar com o Prefeito Antes mesmo de reproduzir alguns trechos básicos de suas respostas,
Ruy Queiroz". num belíssimo trabalho jornalístico devido à competência e ao oportunismo
O que poderia ter sido enfatizado, em nome da verdade, com relação aos do Diário deltabuna, um grande jornal da pátria do cacau, quero requerer de
problemas urbanos daquela área, seria a insuficiência dos recursos munici- V. EX~LSr. Presidente, a transcrição em nossos Anais da famosa entrevista, na
pais para atender aos reclamos da população, fato sobre o qual ninguém du- sua íntegra, anexando exemplar daquele citado jornal a este meu discurso.
vida. Na entrevista a que aludo, sobre o cacau, o Superintendente da CE-
Não posso concordar, ademais, com o entrevistado, quando, tratando de PLAC "analisa de maneira detalhada todos os ângulos da questão, colocan-
reivindicações relativas ao abastecimento de água e à pavimentação de vias do a entidade que dirige não apenas como gerador de tecnologia agrícola
públicas, afirma buscar os rccursos pertinentes junto ao Governo do Estado. para o cacau, mas como uma agência de desenvolvimento integrado das duas
A realização da obra de abastecimento de água para a cidade e para a re- regiões produtoras tradicionais". E aduz, com segurança, "que a taxa de re-
gião contou com a decidida participação do Governo Federal, que liberou tenção é o cerne de uma geração circular de recursos e benefícios no sul da
com esta finalidade a vultosa soma de um bilhão de cruzeiros, numa decisão Bahia; é, na verdade, uma poupança compulsória que retoma aos produto-
pessoal do Prcsidente João Figueiredo, membro do PDS, como nós. res, via CEPLAC, atuando corno alavanca do' desenvolvimento que tem mu-
O problema do abastecimento de água na Baixada Fluminense será final- dado para melhor o sistema de vida do homem sulbaiano."
mente resolvido graças aos recursos cuja liberação muito defendemos junto Quando - quem sabe?! - interesses políticos de campanário buscam
ao Governo Federal e, por i.sso mesmo, esperamos contar com a presença do subverter a ordcm das coisas, praticamente extinguindo a CEPLAC c passan-
Presidente João Figueiredo quando da inauguração da obra, ocasião em que do para o já assoberbado Ministério da Agricultura também os problemas do
o povo do meu Estado, o sofrido povo de Nova Iguaçu, terá a feliz oportuni- cacau, é necessário que alguém traga para o grande pulmão da Nação - que
dade de demonstrar ao Chefe do Executivo nacional o seu agradecimento é este Plenário - este assunto de tamanha importância para a economia bra-
pela ajuda que os poderes públicos da União vêm prestando no sentido do de- sileira.
senvolvimento social daquela região. Assim, Sr. Presidente, Srs. Deputados, ponho em destaque algumas das
No que tange à pavimentação de ruas e logradouros, que estaria sendo perguntas feitas pela Imprensa ao Sr. José Haroldo Castro Vieira e as suas
executada pelo Governo Estadual, lícito me seja manifestar a opinião de que competentíssimas respostas.
tais obras contam, outrossim, com a decidida ajuda do Governo Federal, Pergunta o jornalista e responde o técnico:
através do Ministério dos Transportes e da EBTU. Embora não disponha, em "José Haroldo - A cota de eontribuição cambial, também co-
mãos, de dados sobre o assunto, voltarei a esta tribuna, logo que possível, nhecida como taxa de retenção, incidente sobre as exportações de
para esclarecer a questão. cacau, é uma poupança compulsória, proporcional à produção de
Finalmente, Sr. Presidente, quero deixar registrado que, se o Governo do cada cacauicultor reinvestida pela CEPLAC, em favor da economia
Estado do Rio de Janeiro pretende, a partir de agora, lembrar-se da popu- do produto e das suas regiões. Ela é o cerne de uma geração circular
lação iguaçuana, é tão-somente como desgastada estratégia eleitoreira. O Pre- de recursos e benefícios que, até agora, tem propiciado lucros aos
feito Ruy Queiroz, tantas vezes criticado injustamente, teve o mérito de su- cacauicultores, à Nação, aos Estados e Municípios produtores, aos
portar, durante cinco anos, o descaso do Governador Chagas Freitas pelo comerciantes e indutriais do cacau, onde todos os que trabalham,
Município, lutando, com denodo, para dar a Nova Iguaçu a infra-estrutura com base no aumento da produção, têm elevado as suas rendas.
necessária e condizente com as aspirações de sua gente. Portanto é um investimento que traz benefícios comuns e não um ó-
Vim a esta tribuna, Sr. Presidente, mostrar que o ~unieípio de Nova nus ou uma despesa. Poder-se-ia argumentar que isso não é correto
Iguaçu, o sexto mais populoso do País, tem seus problemas, que são muitos, que alguns fazendeiros estão de. caixa baixa. Mas não se deve con-
problemas que poderão contudo, ser resolvidos se todos os que têm um míni- fundir situação financeira com patrimonial, e, as vezes, na consti-
mo de 'responsabilidade se unirem, num trabalho fecundo, visando unicamen- tuição e elevação do patrimônio, se aplicaram as receitas antes gera-
te ao bem estar coletivo. das e auferidas. Até mesmo os investimentos na própria lavoura, as
Nessas condições, é com bastante pesar que vemos os políticos da região novas plantações, são patrimônios acrescidos."
levarem o Município a uma publicidade negativa, que nada constrói, nem O Diário de Itabuna quer saber o que acontecerá se a cota de retenção do
mesmo li notoriedade pessoal que buscam seus detratores. cacau for extinta, e o Sr. José Haroldo replica:
Era o que tinha a diur.
"José Haroldo - A eliminação da cota ea conseqüênCia lógica
O SR. JORGE PAULO (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)- da incorporação dos custos da CEPLAC ao orçamento do Minis-
Sr. Presidente, Srs. Deputados, seria até ofensivo aos foros de cultura desta tério da Agricultura, obviamente acarretará problemas financeiros
Casa que eu me dispusesse a vir pô; em relevo a importância da cultura ca- difíceis de serem contornados e implicará fatalmente no esfacela-
caueira nacional, muito especificamente naquilo que ela representa para o Es- mento do mqd~lo integrado de atividades. Isso porque a permissão
tado da Bahia, em primeiríssimo lugar, bem como para o Espírito Santo. E eu legal para que a CEPLAC aplique recursos em infra-estrutura nas
poderia acrescentar, sem receio, para as válidas experiências que vão tendo regiões cacaueiras da Bahia e Espirito Santo, está condicionada à
curso em São Paulo e para os novos investimentos que têm por palco a Ama- origem das receitas geradas pela própria economia. Não sendo essa
zônia. e outras ativida&s, hoje desenvolvida pela CEPLAC, próprias do
Bastaria, acaso fosse preciso um dado objetivo, recordar que o Brasil, Ministério da Agricultura, elas tenderão a desaparecer com a elimi-
nos dias de hoje, representa dezoito por cento de toda a produção mundial do naçào dos convênios com o Estado, municípios e entidades, com
precioso alimento, sendo, individualmente, o maior produtor e produtor de' graves prejuízos, portanto, para aquelas regiões. Reduzindo-se as
uma mercadoria tida e havida como de excepcional qualidade. atividades da CEPLAC exclusivamente à assistência agrícola, pes-
Nos dias de hoje - e é inegável o fato - estamos vivendo uma conjuntu- quisa e extensão - únicas que exercita o Ministério, o encaminha~
ra de dificuldades, mas dificuldades que nem são insolúveis nem são perma- menta natural seria o seu desaparecimento, entregando as suas uni-
nentes, e que tào-somentc decorreram do fracasso nas negociações do Acordo dades e patrimônio aos órgãos específicos do Ministério, no caso a
Internacional do Cacau e, também, da situação interna do Brasil. EMBRAPA e a EMBRATER, e estas, em razão de suas responsabi-
Porque surgiu uma crise circunstancial, houve quem se animasse a pro- lidades nacionais, não poderiam oferecer à cacauicultura uma assis-
por a extinçào da taxa cambial que incide sobre o cacau exportado, o que re- téncia com a ênfase e o nível que a CEPLAC oferece, e não por dc-
presenta, em outras palavras, a extinção da CEPLAC, organismo que tantos méritos, mas pela insuficiéncia de recursos disponíveis naquelas en-
e tão meritórios serviços tem prestado aos cacauicultores brasileiros, tidades. Por outro lado, as Escolas Médias de Agropecuária da CE-
8462 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

P~AC (EMARCs) seriam devolvidas ao Estado da Bahia; ~ Univer- observava-se a inexistência de tratos culturais na grande maioria das fazen-
sidade de Santa Cruz seria entregue à sua nrórri~ sNte, das; notava-se a completa ausência de programas de pesquisas e de experi-
desmoronando-se toda uma estrutura de trabalho, poi~ tem ela mentação; os órgãos assistenciais do cacau mostravam-se inoperantes; a ten-
como base para sua abrangência, integração e permanente progres- dência, a longo prazo, da receita cambial do cacau era cadente; as eventuais
so o volume e o fluxo contínuo dos recursos que a cota de contri- " poupanças geradas pelo cacau eram investidas em outras atividades; não exis-
buição incidente sobre as exportações permite. A organização dos tia nenhum sistema de crédito orientado para o cacau, nem serviço de exten-
produtores também seria esfacelada, com o enfraquecimento dJS são rural; a infra-estrutura das regiões produtoras era das mais precárias; a
sindicatos e do CCPC que recebem recursos da CEPLAC e que c ,r- região não possuía um porto capaz de operar economicamente; a eletrificação
támente o Ministério da Agricultura não iria manter. Assim, as con- rural era absolutamente nula; as plantações existentes foram iniciadas com,
seqüências a curto e médio prazos da extinção da cota iria do esva- material de baixa qualidade botânica; apesar da Bahia ser o maior Estado I
ziamento ao desaparecimento da CEPLAC e do CCpc. produtor de cacau do mundo, não contava com a mínima coleção de variedaf
Muito naturalmente o repórter quer conhecer a reação dos interessados des genéticas para se começar um trabalho de melhoramento e de produção
sobre a prete"ndida extinção da cota de retenção e até mesmo o pensamento de sementes selecionadas, era absoluta a ausênc'ia de dados sobre solos, fertI.
do Governo Federat" E as informações são estas: lizantcs e clima; havia despreparo de mão-de-obra, baixa condição de vida
humana e desvalorização do trabalhador rural; o sistema cooperativista na.
".José Haroldo - A notícia, ao que sabemos, repercutiu negati-
comercialização do cacau ap~esentava sintomas de total descapitalização; era
vamente no seio dos cacauicultores, habitantes e entidades de todas
comum a venda antecipada da produção; nenhum órgão público ou comércio
as regiões produtoras do País, notadamente no sul da Bahia, e que
local oferecia aos produtores os insumos necessários; o Governo aplicava o
certamente reflete o grau de conscientização, acompanhamento dos
confisco cambial sem nada devolver à economia; os produtores não se con-
trabalhos e sensibilidade por parte dos .beneficiários dos resultados
gregavam através de seus órgãos de classe, nas esferas federais, IJ cacau era
que junto à CEPLAC têm alcançado.'
considerado um produto-problema, superado e sem futuro; constatava-se
com amargor, no sul da Bahia, um desânimo total e absoluto entre os produ-
José Haroldo - A unanimidade nunca se alcançará. Se existis- tores."
se seria até para se desconfiar. Assim, tem-se que admitir o exercício Acreditamos ser desnecessário o uso de lentes de aU!Tlento p:ira compa-
democrático de discordar. Com naturalidade, portanto, aceita-se rar cada uma dessas situações com a sua correspondente na época atual, para
que alguns, isolados, com menor sentimento para o efeito das ações sentir a transformação e reconhecer que, em todas elas, esteve presente a CE-
sociais desenvolvidas pelo órgão e com uma visão predominante- PLAC através da sua mensagem inovadora, seus recursos humanos e finan-
mente financeira c pessoal, coloquem-se em divergência à maciça ceiros. A extinção de todos os níveis da cota de contribuição, a mesma taxa
corrente de opiniões de toda a população e entidades do sul-baiano que possibilitou ao Brasil superar - a partir de 1962, quando os ditos recur-
e das demais regiões cacaueiras do País. sos foram dirigidos para a CEPLAC (de 1957 a 1961 a CEPLAC teve apenas
José Haroldo - O que sabemos ê que o Presidente da Repúbli- um milhão de cruzeiros retirados do antigo Fundo dos Ágios, único recurso
ca, em 6 de julho último, através do Decreto n 9 86.179, que institui que a cacauicultura auferiu da cobrança indireta que lhe era feita sem que
um Fundo Especial de natureza contábil na CEPLAC e dá outras nada existisse em seu favor dircto) - a grande crise surgida no setor, esta sim
providências, para efeito de maior autonomia financeira da CE- realmente seria, por ser de ordem estrutural e não extemporânea. A extinção
PLAC, demonstra um novo reconhecimento oficial ao trabalho da da cota resultaria na redução a quase zero da capacidade de ação da CE-
instituição e busca fornecer-lhe meios e elementos para a manu- PLAC. A probabilidade do orçamento do Ministério assumi-Ia em toda a sua
tenção da sua eficiência." abrangência, como já dito, é remota em razão não apenas da limitação dos re-
A indagação que a todos ocorre é sobre se existe, ou não, grave crise na cursos necessários, como a própria natureza de atividades. Assim, uma so-
lavoura cacaueira.. A esta indagação, esclarece o dirigente da CEPLAC: lução imediatista para uma dificuldade passageira, causaria um mal perma-
nente a uma estrutura hoje solidificada, credenciada e reconhecida. Até mes-
"José Haroldo - De fato, o setor, depois de um excelente mo o pressuposto de que a eliminação da cota aumentaria a receita do produ-
período altamente produtivo e rentável, de 1974 a 1978, passou a en- tor não se reveste de um caráter de certeza, pois o cacau é produto de expor-
frentar dificuldades a partir de 1979, decorrentes da conjugação de tação e o mercado internacional, ou mesmo nacional, pode rapidamente,
fatores negativos, como a redução dos preços internacionais, a ele- atravês dos preços, absorver em seu favor essa diferença de r.eceita, como se
vação dos custos de exploração, a escassez de financiamentos e a fal- observa comumeniç nos sistemas de tarifas protecionistas à importação ou
ta de correção dos empréstimos de investimentos em lavouras subsídios estimuladores à exportação. Parece-nos, ao contrário, que, elimina-
rec€:m-implantadas. Essa situação decorreu principalmente do fra- da a cota, ficariam os produtores e o País, sem a vantagem nos preços e sem a
casso" nas negociações sobre a renovação do Acordo Internacional CEPLAC, transferindo gratuitamente esses recursos ao comprador interna-
do Cacau e da situação econômica interna do País (inflação, mu-
cional. Pode-se exemplificar com o recente caso de aplicação e posterior eli-
dança de políticas etc.), que fogem ao controle e ao alcance da CE- minação do imposto de exportação sobre o cacau que revela bem isso. A sua
PLAC. Esta, pelo contrário, tem ajudado a minimizar o periodo ad- eliminação não fez aumentar rapidamente a renda do produtor. O mercado
verso, estimulando os produtores para o aumento da produção, da internacional, através do preço externo, absorveu a modificação em seu be-
produtividade e da redução dos custos, o que se tem obtido."
nefício. Não sc pode pensar, entretanto, que qualquer taxa ou imposto na ex-
Não se trata ao nosso ver de uma grave crise, e sim de uma conjuntura de portação seja em benefício aos produtores, mas no caso da que aplica à CE-"
dificuldades qu~ não são insolúveis, nem p~rmanentes. Até mesmo o preço do PLAC, aquela que volta, que é reprodutiva ê diferente.
cacau, devido à recente negociação do acordo, em fins de junho, já apresenta Não posso, Sr. Presidente, sem exceder o tempo regimental de que dispo-
sintomas de recuperação, tendo evoluído nos últimos 30 dias de 62 centavos nho, reproduzir todo o teor da entrevista concedida pelo SI. José Haroldo.
de dólar americano por libra-peso, para 87/87 centavos, Q que significou in- Mas ainda devo oferecer a resposta dada à pergunta: "O Governo considera-
ternamente, no preço livre ao produtor, uma elevação de 1.400 cruzeiros por va o cacau um produto-problema"? - e que é esta:
arroba, para 2.100 cruzeiros. Crise verdadeira era a situação da cacauieultura
"José Haroldo - Não existem excessos de recursos. A sua ne-
brasileira em 1957 quando a lavoura experimentou um estado de decadência
cessidade está em função da demanda. E hoje a CEPLAC, relativa-
de tal ordem, que poucas, ou nenhuma, eram as perspectivas de soerguimen-
mente dispõe de menos recursos que em anos passados. Se a taxa é
to, fazendo o Estado da Bahia apelar para o Governo Federal, que aí criou a
ad-valorem. os recursos da CEPLAC estão inteiramente ligados à
CEPLAC para solucioná-Ia. Mas antes de 1961 não havia cota de contri-
evolução dos recursos em mãos dos produtores. Se a CEPLAC está
buição como da forma atual. Nem por isso o cacau deixava de ser onerado
bem, é porque fez a economia crescer; seria incoerente pensar que os
pelo confisco cambial através da política de dólares diferenciados e não rein-
produtores estivessem em situação diferente. Na alta ou na baixa,
vestidos, como agora, nas áreas geradoras de recursos.
proporcionalmente sempre, as receitas estão interrelacionadas. To-
Para caracterizar uma crise de fato, vale a pena transcrever o elenco de das as atividades da CEPLAC estão previstas nos objetivos citados
situações encontrado pela CEPLAC quando da sua criação de 1957, citado no Decreto n 9 73.960 e nos seus orçamentos-programas anuais,
em nosso livro "CEPLAC - Uma Experiência Nova da Agricultura Brasilei- aprovados pelo Conselho Deliberativo. São legais, portanto, e fa-
"ra", onde se verifica que: "a economia cacaueira estava mergulhada em pro- zem parte das suas responsabilidade. A CEPLAC não se estendeu
funda crise; mais de 60 por cento das plantações encontravam-se em franco de mola proprio. por diletantismo, megalomania ou outra qualquer
envelhecimento; pragas e doenças nas plantações não eram combatidas, razão. Atividades alheias ao cacau são obras de infra-estrutura (49
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8463

objetivo da CEPLAC), iniciadas a partir de 1968 a pedido do Esta- deixar bem clara a satisfação do povo de Minas Gerais pela atuação do Mi-
do da Bahia, e a diversificação de cultivo (3 9 objetivo da CEPLAC), nistro Jair Soares.
programas esses desenvolvidos somente na região sul-baiana e no Era o que tinha a dizer.
norte do Espírito Santo (neste último apenas infra-estrutura). Tais O SR. ROBERTO FREIRE (PMDB - PE. Pronuncia o seguinte discur-
programas, nada mais são do que os frutos gratuitos obtidos pela so.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, os colonos do Perímetro Irrigado Mo-
regiào nos períodos de melhores preços e receitas. Busca-se a admi- xotó. no Município de Ibimirim, em nosso Estado de Pernambuco. fazem
nistração correta dos recursos, visando a melhoria de condições bá- graves denúncias sobre a atuaçào dos órgãos públicos na área - DNOCS e
sicas, de forma a propiciar ;.lOS produtores e às populações das áreas INCRA - e da cooperativa naquele perímetro existente e, ao mesmo tempo,
facilidades e oportunidades em seu trabalho. É o bônus da própria reivindicam várias medidas, dentre as quais convém ressaltar a que exige a
lavoura. E esta tem compreendido isso, pois é quem mais reivindica efetiva participação dos colonos na administração do Perímetro Irrigado e na
recursos para infra-estrutura. Quando à uma suposta superpro- gestào da Cooperativa.
dução, devemos levar em conta que nunca. na história da eacauicul- Tendo recebido o élocumento de denúncias e de reivindicações dessas 176
tura, deixou-se de colocar uma semente sequer. Superprodução rião famílias de colonos do Vale do Moxotó, quero trazê-lo ao conhecimento da
existe, pois as áreas implantadas e renovadas, em todo o território Casa, em todos os seus termos, para que as autoridades que têm responsabili-
nacional, ainda nào produzem o suficiente para ser considerado dades na área também tomem conhecimento e não continuem na sua política
como tal. de omissão, traço marcante em todos esses casos. .
A previsão do crescimento da produção brasileira está relacio- Leio o documento:
nada ao crescimento da demanda mundial, à ocupação de espaços
vazios pelo declínio da produção de alguns países produtores e ou- "Nós, trabalhadores rurais, 176 famílias de colonos do Períme-
tros fatores estudados. jamais significará, em termos de estatística tro Irrigado Moxotó, no Município de Ibimirim - Pernambuco, re-
global, volume que ocasione superprodução mundial. Ressalvam-se presentados pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Federação
períodos de desajustes conjunturais entre produção e consumo, o dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco -
que acontece desde o iníeio do século, mas não atribuído só a pro- FETAPE, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado
dução brasileira, como também a produção de outros países, a res- da Bahia - FETAG (BA) e Confederação Nacional dos Trabalha-
posta do consumo etc. dores na Agricultura - CONTAG, dentro da programação integra-
Quanto às aplicações de recursos oriundos da região tradicio- da do Movimento Sindical para o Vale do Moxotó, denunciamos a
nal, os produtores das áreas novas da Amazônia têm consciência de situação de injustiça a que estamos submetidos e exigimos do De-
que a Bahia, através da CEPLAC, os tem ajudado. Mas há de se ra- partamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, do Ins-
ciocinar em termos de Brasil, e sabe e quer o produtor da Amazô- tituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA e de-
nia, também que o investimento ora feito pela Bahia terá seus retor- mais órgàos competentes do Governo o atendimento às nossas rei-
nos, quando a lavoura do norte começar a dar os seus frutos. vindicações.
Vele ressaltar, finalmente, que dos 10% da cota, antes que seja Denúucias
ela entregue à CEPLAC, havia a subtração, desde 1972, dos recur- A Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes do Vale do Mo-
sos para a participação brasileira no Estoque Regulador do Acordo xotó LIda., tal como é administrada não defende os nossos interes-
Internacional do Cacau, o quc significa que ela não pode, para a ses. Antes da Cooperativa recebíamos, quinzenalmente, uma cota
CEPLAC, ser registrada como rigorosamente em 10%." de dinheiro para ser utilizada no trabalho agrícola e outra cota para
Assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados, creio ter cumprido o meu dever o sustento da família. Atualmente esfa última cota, do sustento fa-
de Deputado do Brasil verificando tão importante assunto nesta Casa. miliar, foi cortada e da parte destinada ao trabalho agrícola, apesar
de não ser suficiente para a manutenção dos lotes, pagar os traba-
o SR. NAVARRO VIEIRA FILHO (PDS - MG. Pronuncia o seguinte lhaqores etc., tem que dar também para o sustento da família, isto é,
discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, muito se tem debatido, nestes úl- para feira, roupa, calçado, escola etc.
timos dias, a respeito da situação da Previdência Social em nosso País. E, in- Quando se leva a produção para a Cooperativa a demora no re-
justamente, têm sido assacadas muitas inverdades a respeito da atuação do cebimento deteriora os produtos, o que tem trazido grandes prejuí-
Ministro J aír Soares. zos para os colonos. A balança da Cooperativa pesa menos: uma
Não conheci S. Ex~ anteriormente; agora, todavia, desejo dar o meu tes- caixa de tomate 35 kg, na Cooperativa pesa 28 kg e até menos. A
temunho pessoal de sua conduta honesta, voltada para os superiores interes- Cooperativa tem-se negado até de adiantar os 40% do valor da mer-
ses da Pátria, e, sobretudo, de sua vontade férrea de moralizar a Previdência cadoria entregue. Entretanto, se o colono entregar a sua produção
Social. Talvez. mesmo, aí resida uma das causas dos ataques a S. Ex', articu- . fora é eliminado da associação, conforme determina o Estatuto da
lados por aqueles que são devedores relapsos do lAPAS. Cooperativa. Dois companheiros nossos encontram-se expulsos do
Falou-se, em mais de uma oportunidade, que o Ministro estaria promo- quadro social por terem entregue fora parte da produção. Por outro
vendo uma orgia de gastos e despesas supérfluas para atender à sua vaidade lado, quando a Cooperativa está sem dinheiro para fornecer aos co-
de candidatar-se ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Por isso mes- lonos, entrega a cada um, em vez do dinheiro, lima autorização para
mo, desejo trazer ao conhecimento da Casa o testemunho da população mi- o supermercado "Pague Menos" fornecer mantimentos. Os preços
neira. são muito caros e o supermercado não devolve troco: o colono tem
Durante o recesso, de modo mais intenso, mantive contato com a popu- que comprar o total autorizado peja Cooperativa.
lação do sul de Minas Gerais, em especial. E todos reconhecem o Ministro As indústrias, da mesma forma que a Cooperativa, demoram
Jair Soares como o mais atuante, o mais realizador, o mais benquisto dentre no recebimento dos produtos, causando deterioração em boa parte,
toda a equipe presidencial. O povo, Sr. Presidente, principalmente o povo o que acarreta prejuízos de atê mais de 50% para o colono. Em 1980,
mais humilde, reconhece o esforço desenvolvido pelo Ministro. As filas dos os colonos arcm:am com um prejuízo dc 56 toneladas dos produtos
locais de atendimento têm diminuído; os convênios têm sido alargados; novos fornecidos às Indústrias Peixe. Os colonos não participam direta-
médicos têm sido credenciados; novos hospitais passaram a atender os segu- mente dos contratos de fornecimento de produtos celebrados entre a
rados; os benefícios são pagos mais prontamente... Cooperativa e as Indústrias. Os preços que as indústrias pagam no
Isto não quer dizer que não existam, ainda, pontos de estrangulamento recebimento dos produtos estão completamente desvalorizados,
ou de decepções. Mas o que importa é a visão global da Previdência brasilei- porque o contrato é feito no início do ano e os preços não são rea-
ra. Em Minas Gerais, Srs. Deputados, a Previdência atua a contento. justados. Por outro lado, em prejuízo do comércio local e regional,
Por isso mesmo, nesta hora difícil, em que se pretende dotar o SINPAS o fornecimento dos produtos é exclusivo das indústrias (Cica, Peixe,
de infra-estrutura financeira suficiente e capaz para quc a Previdência atue Rosa, Palmeiron etc.)
plenamente, não poderia deixar de registrar o meu testemunho favoravelmen- O Plano de Exploração é elaborado e aprovado sem a menor
te à atuação do Ministro Jair Soares à. frente do Ministério d'! Prcvidência e participação dos colonos, que somos os executores do Plano. Os ju-
Assistência Social. ros bancários, segundo informação da Cooperativa, são de 350/0 a.a ..
Reconheço que o momento atual é delicado e difícil. Todavia, 'não o SU" segundo o banco, são 19% a.a. Os colonos não têm acesso ao.banco,
peraremos a não ser com uma análise real e verdadeira dos fatos, de suas cau- tudo é feito pela Cooperativa com o banco sem participação alguma
sas e das medidas a serem adotadas. Por isso mesmo, Srs. Deputados, desejo do colono. No encerramento do exercício financeiro de 1979, ocor-
84Ií4 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO COJNGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

reu o fato de colonos receberem da Cooper'ativa dinheiro de saldo para aquele distrito, quando, na realidade, a obra se resumia a uma caixa de
positivo, enquanto que os mesmos verificaram postcriormente ha- água e um escritório de cobrança.
ver débitos grandes em seus nomes no banco. A Cooperativa não fez O sertancjo de Triunfo não se conformou com a farsa. Espontaneamen-
ainda o cadastro de todos os colonos. Alguns se utilizam do cadas- te, homens, mulheres, e até crianças portavam faixas e cartazes em protesto
tro de outros, trazendo prejuízo a estes que têm cadastro. contra essa promoção pessoal realizada às custas do erário público.
O fornecimento d'água não é satisfatório às necessidades do A manifestação da população irritou a sensibilidade do Governador
plantio, a água é pouca e a taxa muito cara. Além disso, a água não Marco Maciel, acostumado ao elogio fácil e no mais das vezes comprado. Ein
presta para o uso doméstico pela falta de limpeza nos canais; lixo e conseqüência disto, a população está sendo vítima de perseguições de elemen-
até animais mortos são depositados nos canais, poluindo a água e tos do partido do Governo, entre os quais o Prefeito local, Sr. Júlio Ram~s.
colocando em perigo a saúde das famílias dos colonos. A assistência As denúncias vindas de Santa Cruz da Baixa Verde também nominam o Sr.
técnica não é adequada aos interesses dos colonos. Artur Patu como autor de intimidações e represálias contra a população.
Há poucos dias, um companheiro nosso encontrou um talão de Ao fazer o registro deste fato, adianto que espetáculos como este caracte-
notas fiscais no lixo, perto do cemitério. Neste talão havia o registro rizam o despreparo das administrações do PDS e a sua insensibilidade para
dos produtos entregues pelos colonos à Cooperativa, porém não com a questão social.
constava o nome do colono e nem quem havia recebido. O talão A reação da brava população de Santa Cruz da Baixa Verde é, por sua
encontrava-se em perfeito estado de conservação; dele haviam sido vez, a resposta que Pernambuco dará nas eleições de 1982.
destacadas à mão, apenas algumas folhas. Este talão foi entregue ao
INCRA, cujos representantes se encontravam, no momento, na
o SR. FERNANDO CUNHA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte dis-
curso.) - Sr. Presidentc c Srs. Deputados, é pública e notória a crise perma-
Cooperativa, conforme comprovam vários colonos que presencia-
nente de ensino no meu Estado, gerada pelo tratamento dado pelo Governo
ram a entrega.
goiano aos professorcs. Partem sempre de uma premissa absolutamente falsa,
Por fim, denunciamos o fato de o atual presidente da Coopera-
qual seja: sendo os professores o maior número de funcionários de uma clas-
tiva e engenheiros do DNOCS estarem proibindo os colonos de par-
se,- no Estado, qualquer aumento, qualquer melhoria significa um grande de·
ticiparem de reuniões promovidas pelo Sindicato e de se associarem
sembolso e, conseqüentemente, não é dado.
no seu órgão de classe. Até ameaças têm sido feitas aos companhei-
Depois de greves e com ameaças de toda ordem, punições de todo o tipo,
ros colonos, quando o direito de associação no Sindicato é livre e
finalmente, foi feito um acordo não cumprido pelo Governo, e os professores
garantido pela Constituição Federal do BraslI e pela CLT.
voltaram às suas aulas, no ano passado.
Reivindicações Os problemas continuaram os mesmos. Os professores continuam sem a
I. Participação na elaboração do Plano de Exportação. Que menor condição de trabalho,e o seu salário o mais aviltante possível.
os produtos a serem plantados sejam escolhidos pelos colonos e em Agora nos chcga a notícia de que na vizinha cidade de Formosa nada
seguida o Plano seja submetido à aprovação em assembléia. menos que trinta professoras do Primeiro Grau estão sem receber há seis me-
2. Participação direta dos colonos nos contratos de forneci- ses, ganhando salário inferior ao salário mínimo. Essas professoras foram ad-
mento celebrados com as indústrias; que estes contratos constem os mitidas em fevereiro deste ano. Começaram a lecionar no início do ano letivo,.
prazos de recebimento dos produtos e que cada colono receba uma conforme autorização da.Secretaria de Educação, e somente depois de muita
via do contrato. luta 2S delas receberam seu contrato dc trabalho. As outras S ainda estão na
expectativa.
3. Reajuste de preços: que os preços dos produtos estabeleci-
dos nos contratos de fornecimento às indústrias sejam reajustados O contrato, porém, fixando o início do trabalho a partir de 9 de fevereiro
no ato do pagamento. de 1981, somente foi lavrado em junho deste ano. E ninguém até agora rece- .
4. Livre comércio: que uma parte da produção seja destinada beu coisa alguma.
ao abastecimento do comércio local e regional. E o mais grave é que, além de não receberem, o salário é de - pasmem
5. Juros legais: que os empréstimos repassados aos colonos os Srs. Deputados - 6.255 cruzeiros. Por incrível que pareça, em meu Esta-
pela Cooperativa sejam feitos com os juros legais. do, a lei não significa nada, foi feita para não ser respeitada e, assim, nem o
6. A viso de Crédito: que a Cooperativa forneça a cada colono dispositivo constitucional de que todo o indivíduo tem direito a perceber o sa-
no ato da entrega dos produtos, um aviso de crédito em formulário lário mínimo é cumprido. Antes, é ignorado.
oficial da Coopcrativa constando o nome do colono, discriminando Em meu Estado, Sr. Presidente, existe um rcgime escravocrata com re-
os produtos entregues, valor, taxas correspondentes, destinação, lação aos professores de maneira geral. Pior que isso, uma vez que os escravos
etc. antigamente tinham direito a habitação e alimentação, por pior que fossem. E
o salário mínimo e o salário dos professores em Goiás, menor que o salário
7. Crédito suficiente: que possibilite o cultivo de cada lote 3
vezes ao ano. mínimo, não permitem alimentação e habitação dignas para família alguma.
Mas, enquanto tudo isso acontece, as autoridades educacionais do Esta-
8. Fornecimento d'água: que a água seja fornecida regular-
do simplesmente dizem que não há verba para O pagamento. Como não há
mente de modo a atender às necessidades do plantio e a preços ra-
verba, se a pessoa foi contratada, se foi autorizad,! a trabalhar? Se não há ver-
zoáveis. Que seja construído em cada vila um poço artesiano.
ba, há, então, muita irresponsabilidade.
9. Assistência técnica: que a assistência técnica seja adequada
Por isso queremos deixar aqui o nosso protesto contra esta situação lesi-
aos interesses dos colonos.
va a que o Governo de mel! Estado submeteu o professorado goiano, notada-
10. Cadastro na Cooperativa: que todos os colonos tenham mente com relação a essas trinta professoras de Formosa, com o miserável sa-
cada um o seu cadastro na Cooperativa. lário de 6.255 cruzeiros que não recebem 'há seis meses.
11. Cadastro no banco: que cada colono possa ter seus negó- O Governo do Estado, que é pródigo na compra de adversários políticos,
cios diretamente no banco: cadastro, contas de depósito, emprésti- que não explicou até 'agora os prejuízos do Banco do Estado de Goiás ou os
mos, etc. Sem prejuízo do movimento da Cooperativa. investimentos no Projeto Rio Formoso, gasta bilhões na ociosidade e mordo-
12. Reintegração no quadro social dos companheiros elimina- mia acumulada com a corrupção desenfreada, mas não tem uns míseros seis
dos injustamente. mil cruzeiros para pagar uma profe.ssora.
13. Funcionamento da Cooperativa: que o funcionamento da
Cooperativa seja no sentido de defender os interesses dos colonos, O SR. ALBERTO GOLDMAN (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte dis-
com maior participação de todos os associados. curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, as Forças Armadas nacionais não
Ibimirim (PE), 22 de fevereiro de 1981." são as tutoras da Nação. O seu papel constitucional é definido pela nossa
constituição e por nossas leis. Não podem nem dcvem exercer o papel que
A SRA. CRISTINA TAVARES (PMDB - PE. Pronuncia o seguinte dis- cabe à sociedade civil na direção do Estado e na organização da Nação.
curso.I- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos chegando a um mo- Quando o Ministro Walter Pires afirma a responsabilidade de ações pre-
mento curioso das administrações estaduais. Particularmente em Pernambu- vcntivas das Forças Armadas no campo político, econômico e social, S. Ex'
co, o Governo tenta manipular informações, dados; números no afã de escon- subverte os princípios que norteiam a organização democrática de uma socie-
dcr sua incúria por trás da própria propaganda. Cito uma inauguração fan- dade.
tasma ocorrida no distrito de Santa Cruz da Baixa Verde, Município de Nem têm poder, nem têm competência as Forças Armadas para opinar
Triunfo. O Governador Marco Maciel foi inaugurar o abastecimento de água ou intervir nas questões políticas que devem ser conduzidas pelos partidos
ÁIOlto de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAl. (Seção I) Quinta-feira 27 8465

políticos, pelo Co.ngresso e pel(ls forças representativas de segmentos da po- Segundo algumas informações, já estão definidas algumas mudanças:
pulação, muito menos para encaminhar a solução da nossa crise econômica I') retirada do aumento de 10% sobre o INPC para os inativos de até 3
ou resolver a grave crise social que se aguça. salários mínimos;
A intervenção das Forças Armadas nas questões nacionais já é um fato 2') atualização do teto de contribuição, de 20 salários-referência para o
notório de 1964 para cá. Ainda assim o que se verificou foi o agravamento da equivalente a 20 salários mínimos;
situação econômica, a desnacionalização de nossa economia, o crescimento 3') intensificação da fiscalização e controle com mais rigor no cumpri-
de nossa dívida externa, a inflação galopante e, agora, a recessão com o de- mento dos prazos e procedimentos jurídicos das dívidas das empresas com o
semprego que dramatiza a situação de centen3$ de milhllres de trabalhadores. lAPAS, inclusive inscrevendo na dívida ativa os débitos para com o órgão,
No campo social como imaginar a intervenção preventiva das Forças Arma- cujos prazos tenham expirado.
das na reação popular aos aumentos de tarifas dos transportes, ou nas lutas Verifica-se que, com algumas medidas que serão tomadas e outras que
pela terra dos camponeses pobres ou ainda nos descalabros da Previdência ainda virão, haveremos de solucionar racionalmente os problemas da Previ-
Social, as Forças Armadas nestes últimos anos se comprometem com as ma- dência e Assistência Social em nosso País, sem necessidade de grandes alte-
zelas existentes em nosso País, e perderam a credibilidade que lhes ê impres- rações, inclusive aumento de alíquotas ou de idade-limite para aposentadoria,
cindível para poderem exercer os seus verdadeiros deveres constitucionais. numa demonstração de que o Ministro Jair Soares vem conduzindo a insti-
tuição corri zelo, equilíbrio, honestidade, dinamismo e eficiência.
Ao invés de afirmar esse papel preventivo das Forças Armadas, o Minis-
Era o que tinha a dizer.
tro Walter Pires deveria constatar a realidade dos desejos nacionais que é de
devolver à sociedade o poder de decisão sobre seus destinos. A Nação brasi~ O SR. EVANDRO AYRES DE MOURA (PDS - CE. Pronuncia o se-
(eira não tem tutores e não aceita que ninguém se arvore em padrinho e prote- guinte discurso) ~ Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho feito pronunciamen-
tor de seU povo. Cada qual em seu· lugar, cada um cumprindo o seu papel de tos, desta tribuna, contra as elevadas taxas de juros, insuportáveis nas ativi-
cidadão e de brasileiro, havemos de encontrar as saídas para as nossas dificul- dades rurais e mais ainda no comércio e indústria do Nordeste. Cheguei a
dades e o caminho para a concretização dos anseios de milhões. afirmar, depois de um levantamento das taxas reais cobradas em diversas li-
nhas de c"rédito ao comércio e à indústria, que - o banqueiro perca o sono-
O SR. ;JOEL LIMA (PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. somente três segmentos da economia nordestina poderiam tomar dinheiro à-
Presidente, Srs. Deputados, o Governo, a cada dia, acrescenta aos insatisfei- quele preço: o tóxico, o contrabando e os motéis (sinônimos de lenocínio).
tos um número maior de brasileiros. Hoje, venho.maisuma vez reclamar contra a tecnocracia que, onisciente,
Colaborando com estc processo, comparece, mais recentemente, aos jor- dita normas iguais para situações totalmente desiguais; emitem instruções
nais e televisões o Sr. Ministro dos Transportes, Eliseu Resende, com a notí- para o Brasil, como um todo quando todos sabem que somos4 ou 5 grandes
cia de seu projeto de desempregar todos os cobradores de ônibus urbanos, su- regiões, com problemas e interesses totalmente diversos, nas mais diversas
burbanos e de linhas mais exterisas. Quer aquel~inistro desempregar ho- condições econômicas.
mens e empregar máquinas. Por exemplo, anunciaram as autoridades monetárias que fora~ libera-
, Este fato lembra o folclore, as expressões populares de nossa gente sofri- dos os empréstimos de custeio, atendendo o Banco do Brasil até 4.000 MVR
da: "Quem não tem o que fazer, não o faça aqui". Se pretende a autoridade (Cr$ 16 milhões), ficando os Bancos particulares responsáveis por valores su-
do setor dos transportes levar o desespera e a angústia a milhares de lares bra- periores, ou sejam, operações maiores de Cr$ 16 milhões. Realmente, no
:sileiros, bem procede o Ministro dos Transportes em fazer sugestões que não Centro-Sul e Oeste brasileiros é época de serem realizadas operações de cus-
'condizem com a sua inteligência. Se pretende, entretanto, satisfazer grupos teio. Mas, no Nordeste, todos sabemos que nessa época, de julho até no-
econômicos, fabricantes de máquinas a cobrar, bem age aquele Ministro em vembro, são contratadas as operações de investimento para a construção de
apoiar os que fabricam o desemprego na ânsia de maiores lucros para si mes- açudes, barreiros, desmatamento e outras obras de infra-estrutura nos imó-
mos. veis rurais. E, neste momento, mais do que nunca, os recursos para investi-
Ás reações de todos os setores da vida econômica do País contra aquelas mentos, necessários à formação de reservas d'água e àqueles para formação
afirmações do Sr. Eliseu Resende informam do desacerto de suas expressões. de reservas alimentícias para os animais, como silos trincheira e capinheiras,
Eis por que, Sr. Presidente, quero apelar para o Ministro dos Transportes, no semi-árido, no Polígono das Secas, deviam estar' sendo oferecidos, por
para que seja mais comedido em suas falas públicas. Jã chegam os aumentos dois motivos: a) - para manter nos imáveis a mão-de-obra ociosa e faminta;
b) - para criar condições de convivência, em anos futuros de estiagens, com
nos pedágios, que encarecem a vida nas estradas. Já chegam os aumentos que
o fenômeno secular da seca. E assim quase inócua a medida.
o Govern'o permite no preço das passagens. Chega de sacrificár o povo,
Por isso, defensor que tenho sido nesta Casa da mudança de tratamento
tirando-lhe o dinheiro através da manutenção de um processo inflacionário
para com a região, começo a desacreditar que as coisas começaram a mudar.
de todo criminoso. E ainda querem provocar o desemprego. É demasiada-
Quando vemos todas as obras e providências nas regiões mais ricas e olhamos
mente forte esta dosagem para o sofrido povo brasileiro.
para o Nordeste, somente a desilusão vai conosco à frente, porque os desen-
É melhor que o Ministro deixe aos poetas a arte de fazer poesia. Neces- ganos estão à nossa vista. Enchem-se as mançhetes de todos os jornais com o
sário se faz que aquela autoridade silencie sua fala, para que todos tenhamos desemprego de 5.000 empregados, em uma fábrica do ABC, mas não falam
mais tranqüilidade e vivamos menos apavorados. esses mesmos jornais no desemprego de mais de 2.000.000 de nordestinos, no
Por isso, Sr. Presidente, solidário com a classe trabalhadora, à qual per- interior do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, com os fi-
tenço desde os dias de minha primeira mocidade, lanço o meu protesto contra lhos desnutridos, as mulheres famintas, em uma última imprecação de deses-
o plano diabólico do Sr. Eliseu Resende, que quer desempregar todos os pero, vivendo outra metade de sua população de salário desemprego, na
cobradores de ônibus, que transportam os brasileiros menos favorecidos, na emergência.
ida ao trabalho e no retorno ao lar. Enquanto isso, contestando com esse tratamento, em uma geada - que
Era o que tinha a dizer. se transforma na indústria mais florescente do Centro-Sul - são gastos bi-
O SR. INOCeNCIO OLIVEIRA (PDS - PE. Pronuncia ~ seguinte dis- lhões com indenização de um prejuízo calculado sobre as previsões otimistas
curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a crise na Previdência Social brasi- das supersafras, muitas vezes maiores do que aqueles enviados para socorrer
leira encaminha-se para uma solução. As sugestões encaminhadas pelos Mi- 35 milhões de nordestinos.
nistros Jair Soares (Ministério da Previdência e Assistência Social), Delfim E preciso que acordem, porque os nordestinos estão acordando para a
Netto (Planejamento) e Hélio Beltrão (Desburocratização) estão sendo devi- realidade, por suas lideranças, sem distinçào de partido. Peço que mostrem-
damente ~studadas pelo Presidente da República João Figueiredo, para urna lima grande obra, de repercussão econômica, realizada nos últimos 20 anos,
decisão. O Chefe do Executivo já manifestou que deseja urna solução social e ou seja, depois do Presidente Juscelino, nos Estados citados. Apontarão cer-
política para o problema, ao invés de estritamente econômica. tamente conjuntos habitacionais. Nào considero obra de Governo, no senti-
Segundo consta, os estudos realizados até o momento já indicam a possi- do estrito, porque repassadas por empréstimos aos mutuários a custos eleva-
bilidadse de se encontrar uma solução para a crise na Previdência Social, sem dos, hoje chamados de "Bomba de Neutron", porque dentro de pouco tempo
aumento das aliquotas. Apesar da cautela em se prenunciar uma decisão, há somente os prédios existirão, pois seus habitantes terão sido expulsos pela im-
cerca de 90% de possibilidade de se resolver o problema sem onerar emprega- possibilidade de pagamento das prestações, corrigidas a taxas de agiotas. E,
dos e empregadores. se consideradas, pior ainda, pois enquanto no Centro-Sul são construídas
Outra medida, já definitivamente afastada, seria o aumento da idade- grandes obras com recursos do Tesouro, na nossa região o são para pagamen-
limite para 60 anos, para efeito de aposentadoria, ficando mesmo os 35 anos to direto pelo usuário.
de serviço ininterrupto e contribuição para a Previdência Social, independen- Por isso, apelo para o Sr. Presidente da República, para os Ministros
te da idade do segurado. Delfim Netto e Mário Andreazza, para o Presidente do Banco Central do
8466 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) . Agosto de 1981

Brasil, no sentido de que dêem tratamento desigual para o Nordeste, não o conforto e descontentamento generalizados, mormente no que se relaciona
colocando nas restrições de crédito; não reduzindo os recursOs para seu já com a carreira de médico-veterinário, 11 qual até então engenheiros-
exaurido meio rural, principalmente os necessários para investimentos, que agrônomos estavam equiparados.
são mais necessários do que os próprios recursos de emergência, para manter Não podemos, como não pode ninguém em sã consciência, considerar
os rur1colas, no seguro desemprego. uma profissão mais ou menos importante em relação às outras, uma vez que
E nosso desalento, diante do tratamento que nos é dado, é maior ainda toda atividade produtiva ou criadora é absolutamente imprescindível para o
quando v~mos agora, com a rapidez jamais vista, serem desviados recursos, a desenvolvimento integrado do País, e uma vez que todos desempenham
fundo perdido, para uma emergência que não sabemos qual, destinados a funções necessárias ao atendimento global da comunidade. Não são as profis-
manter os trabalhadores da região do café, no Paraná, porque ali houve uma sões que fazem as pessoas; pelo contrário, são as pessoas, pelO"Seu saber, sua
geada. Ora, se os proprietários vão receber do PROAGRO e do Governo a cultura, capacidade, devotamento e dignidade que a projetam e valorizam.
indenização, que sustentem seus empregados, e não se mandar Cr$ 8 bilhões, E por isso que não podem os engenheiros-agrônomos aceitar as dis-
numa primeira parcela, a fundo perdido, para se criarem frentes de emergên- torções salariais e os tratamentos díspares a eles dispensados em comparação
cia ou outra coisa que se queira denominar na próspera indústria da geada. a outras classes profissionais de igual nivel, motivo pelo qual reivindicam,
Desafio, como fiz, no mício deste pronunciamento, que diante de Haipu, neste momento em que se cogita do aperfeiçoamento do diploma legal que
dos metrôs, do Carajás - Tucuruí, da Ferrovia do Aço e da Soja, das Usinas rege as atividades do funcionários públicos federais, uma equiparação, em
Nucleares, que se mostre dentro do território do Nordeste seco (um milhão termos especialmente de condições de trabalho e de vantagens salariais, à
de quilômetros quadrados) uma obra, realizada ou em realização, nos últi- classe dos médicos-veterinários.
mos vinte anos, que corresponda a 10% do valor de uma daquelas. Pisam e repisam os engenheiros-agrônomos na reivindicação de terem
Diante disso, com a responsasbilidade de representante do povo sofrido tratamento paritário ao dos médicos-veterinários, principalmente embasados
e humilde do Ceará, lançamos mais uma vez nosso protesto contra situação a no fato de lutarem eles, lado a lado, pelo progresso e desenvolviménto da
que estão levando a região nordestina, cuja paciência está se esgotando. agropecuária, em atividades interdependentes, subordinados aos mesmos ór-
Aproveitamos, também, a oportunidade para nos posicionarmos contra gãos e ao mesmo Ministério.
a proposta do Ministro Eliseu Resende, de retirar ou suprimir dos coletivos Mas, apesar de tudo, as disparidades aviltantes e humilhantes se repetem
os trocadores, medida desumana e anti-social que levaria ao desemprego mais e, com o Decreto-lei n9 1.874, de maio deste ano, agravou-se ainda mais o des-
de 150 mil humildes profissionais, todos de menos de dois salários. Que as compasso entre as duas carreiras, pois a citada legislação dispõe que, enquan-
empresas e o Governo estudem outros meios para redução dos custos, jamais to o cngenheiro-agrônomo, para atingko final da carreira, terá que percorrer
com a solução proposta, em má e impensada hora. quatro classes e 21 referências, o médico-veterinário terá que percorrer as
O SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) mesmas 4 classes, mas apenas 15 referências. Cumpre acrescentar'aindà que
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, estando em fase de elaboração e estudos o foi injustamente assegurada apenas ao médico-veterinário a Gratificação de
novo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, houve por bem o Interiorização, quando as condições de trabalho dos profissionais de agrono-
Diretor-Geral do DASP, convocar, através da imprensa, os órgãos represen- mia são as mesmas.
tativos de classe para que apresentassem suas reivindicações, a fim de que as Evidcntemente, não pretendem os engenheiros-agrônomos desmerecer
mesmas se consubstanciassem em susídios para o novo diploma legal. seus colegas, dignos que são das melhorias e vantagens que lhes foram conce-
Essa atitude do Sr. Ministro, evidentemente, teve a melhor das repercus- didas por lei, mas o que realmente desejam é que os valores sejam devidamen-
sões, e todos quantos poderão, de alguma forma, scr atingidos pela regula- te reconhecidos c hierarquizados.
mentação do exercício do servidor na função pública a nível de Governo Fe- Ressaltemos, ainda uma vez, as contribuições que o engenheiro-
deral certamente se sentiram gratificados e esperançosos, bem como no direi- agrônomo tem dado ao Brasil e ao mundo. São eles os responsáveis, direta ou
to de apresentar suas reivindicações. indiretamcnte, através de sua luta constante, sem barreiras e sem tréguas, pela
•. A Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Pernambuco sempre este- viabilidade da ampliação das fronteiras agrícolas nacionais, que, incorporan-
ve e está convicta de suas reais responsabilidades e do dever de lutar por essa do ao sistema produtivo terras antes inagricultáveis, como os cerrados do
classe que é, sem favor algum, a responsável maior pela produção e suprimen- Centro-Oeste, estão 'proporcionando o incremento dessa faixa da economia
to quantitativo e qualitativo dos alimentos que asseguram a sobrevivência da nacional. Também e ele se deve a melhoria zootécnica dos rebanhos brasilei-
população. . ros; o melhoramento das plar]las e a criação de novas cultivares e mais um
Entretanto, embora se constituam no sustentáculo de considerável par- sem-número de realizações.
cela do setor primário da nossa economia, os engenheiros-agrônomos, espe- As tabelas abaixo corrobaram à sociedade e ilustram de maneira insofis-
cialmente os integrantes do serviço público federal, têm sido deixados 11 mar- mável o que acabo de dizer. Seu exame dá aos argumentos aqui expedidos
gem de medidas tendentes à valorização da classe e melhoria de suas con- maior peso e clareza. E, diante da força dos números, espero que as autorida-
dições .de trabalho. des competentes se sensibilizem com a situaçào dos engenheiros-agrônomos c
Assim, especialmente a partir de lO de dezembro de 1970, com o advento não deixem para nunca o que pode e deve ser feito agora: oferecer-lhes me-
da Lei n9 5..645, que instituiu o Plano de Classificação de Cargos, iniciou-se lhores condições de trabalho e de salário.
um ciclo de tratamentos discriminatórios que criaram uma situação de des- Leio as tabelas, para que constem dos Anais da Casa:

I - POSIÇÃO 00 ENGENHEIRO AGRCNOMO E DO Ht:DICO VETERINÂRIO ANTERIORMENTE A LEI N9 5.645/70

ENGENHEIRO AGRONO~O ~t:DICO VETERINÂRIO


(Estatutário ou Celetista) (Estatutário ou Celetista)
N ! V E I S JORNADA DE TRABALHO/DIA JOR~ADA DE TRABALHO/DIA

08 Horas 06 Horas 08 Horas


, 06 Horas
I
20 2.592,00 1.440,00 2.592,00 1.440,00

21 2.818,00 1.566,00 2;818,00 1.566,00


22 ~.157,OO 1.754,00 3.157,00 1.754,00

OBSERVAÇ~ES: Para a jornada de trabalho de 08 (oito) horas/dia, os salários base eram a


prescidos em 80%, sob o tItulo de Gratificação de Tempo Inteoral.
Agosto de 1981 DIÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAL ISeçào I) Quinta-feira 27 8467

LI - FúiIdIo SALl\RIl\L CO ENGENHEIro l\GRi)V'J[) E CO MBDIOJ ~1UO A PARl'IR I:l'\ LBI ~';>
5.645/70 E SUA LEGISl.A~J\O O::NPrn~R, Al.'lI'ERIOR AO DECRE.'ID LEI N;> 1.873 nr,: 27.05.81

E:i'J:all1Em:J N.;PDNYO - JORNi\DI\, 08 HS ./DIA 4f:DIOJ VEIl'2I"l'IRIO - JOI1Nl\Jl1\ 06 HS ./DIA Ml!DIQ) VEIERINl'iRIO - JORN1\nl\ 04 HS. /DIA

In-f • i S ,:_, C $1 Gratificação Total


'::::I'~ erenç ai a=lO r I A:.l vidade '20%

4-A/33 2B.777, 28.777, ~


34 30.954 30.954, ~
35 32.499, 32.499, 64.998
36 34.119, 34.119, 68.238
4-A/3' 35.832, 7.166, 42.192, 37 35.8~2, 35.832, 71. 664
3ô 37.612, 7.522, 45.134, 38 37.612, 37.612, 75.224
3) 39.497,' 7.399, 47.396, 6-B/39 39.497, 39.497, 78.994
4-"' 41.468, 8.293, 49.761, 40 41. 468, 41.46B, 82.936
fj ~ 43.06B. 8.6l:~, 51.f181, 41 43.068, 43.068, 86.136
t, :~ 45.1.19. 9 .043, 54.262, 42 45.219, 45.219, 90.438
',. ·j6 .951, 9.390, 55.3H, 4-A/43 45.951, 34.119, eI:"õ'?Q," 43 46.951, 46.951, 93.902
. -:~/', '~9. 311 9.862, 59.173, 44 49.311, 35.B32, 85.T43;'" 7-C/44 49.311, 49.311 98.622
51.186, 10.237. 61.423, 45 51.136, 37.612, RS.798, 45 51.186, 51.186, 102.372
53.746, ~O. 749, 6'1.495, 46 53.746, 39.497, 93.243, 46 53.746, 53.746, 107.492
"" 51j .122, lL224, 67.346, 47 56.122, 41.468, 97.590, 47 56.122, 56.122, Lll.L44 .
'1-" 58.596 , "L 719, 70.315, 48 58.596, 43.068, 101. 664,
7-C/4j 61.172, 12.234, 73.406, 49 61.172, 45.219, 106.391,
5') 64.226, 12.845, 77.071, 6-B/50 64.226, 46.951, 111.177,
5~ 67.438, :3.487; 80.925. 51 67.438, 49.311, 116,749,
5"' 70.817 , \~ .16 3, 8,1. 980, 52 70.817, 51.186, 122 .003,
5.1 74.351, l4.870, 89.221, 7-C/53 74.351, 53.746 128.097,
;l,l.l-S·~ 78.076, 15.615, 93.691,
55 81. 970, 16.394, 98.364,
5G 86.067, 17 .213 103.280,
57 90.375, 18.075 i lOB.450,

111 - POSIÇÃO SALARIAL DO ENGENHEIRO AGRONOMO E DO MEDICO VETERINÁRIO A PARTIR DO DECRETO LEI N? 1.81,1~81 DE 0~. o'

~l];';oIQ) VETSRIW'VUO - JORN;\D,,\ 04 H5/DIA

Classe Classe I Salário Totd


Referência Referência I Cr$

lI/NS-04 34.119, 34,119, 13.647, Bl..P. .


A/N5-05 35.832, 7.166, 42:998, NS-05 35.832, 35.832, 14.332, ~-

N5-06 37.612, 7.522, 45.134, I,S-05 37.512, 37.6,2, 15.0~'1, 90.2"


N5-07 39.497, 7.899, 47.396, B/KS-0739.497, 39.4'17, 15.798, 94.7'..
NS-D8 41.468, 8.293, 49.761, NS-D8 41.468, 41,4GB, 16.587, 99.52 "
NS-09 43.068, 8.613, 51.681, NS-09 43.058, 43.008, 17.227, 103.3(,
Ns-I0 45.219 9.043, 54.262, NS-I0 45.219, 45.2\9, 18.087, 10B,52'
NS-l.l 46.951, 9.390, 56.341, AlNs-l.l 46.951, 34.119, 16.214, 97.284, r-:S-11 46.951, 46.951, 18.780, 112.6f.
B;NS-12 49.311, 9.862, 59.173, NS-12 49.311, 35.832, 17.02B, 102.];11, C/NS-12 49.311, 49.311., 19.724, 118,3.;'
NS-13 51.186, 10.237, 61.423, NS-1.3 51.186, 37.612, .17.759, 106.557, NS-13 51.186, 51.136, 20.474, 122.8,;
r{3-14 53.746, 10.749, 64.495, Ns-14 53.746, 39.497, 18.648, 111.891, r-:S-1453.746, 53.7.16, 21.498, 128. O"
NS-\5 56.122, 11. 224, 67.346, B/I'IS-1556.122, 41.46B, 19.518, 117.108, NS-15 56.122, 56.122, 22.448, 134,(,0'
115-16 58.596, 11'.719, 70.315, NS-16 58.596, 43.06B, 20.332, 121.996,Esçecla1/1'S-1658.596, 58.5%, 23.438, 140." ]
C;NS-17 61.172, 12.234, 73.406, NS-17 61.172, 45.219, 21.278, 127.669, ~'S-17 61,172, 61.172, 24.468, 146.8~ .
NS-18 64.226, 12.845, 77.071, C;NS-18 64.226, 46.951, 22.235, 133.412, NS-18 64.226, 64.226, 25.690, 154.5·:
NS-19 67.438, 13.487 80.925, NS-19 67.438, 49.31.1, 23.349, 140.098, NS-19 67.08, .67.438, 26.975, ~
NS-20 70.817, 14.163, 84.980, Ns-20 70.817, 51.liI5, 24.400, 146.403,
r{3-21 74.351, 14.870 89.221, Ns-21 74.351, 53.745, 25.619, "53.715,
.spxial/1'LS-22 78.076, \5.615, 93.691,Espocial/NS-22 7B.076 56.122, 26.839, 161,037,
Ns-23 81.970, 16.394, 98.354, NS-23 81.970, 58.596, 28.113, 168.679,
NS-24 86.067, 17.213, 103.280, NS-24 86.067, 61.172, 29.447, 176.686,
IIS-25 90.375, 18.075, 108.450, N.'i-25 90.375, 64.226, 30.920, 185.52\,

OPSER'iAÇÃO: Mantidos os atuais crité.ríos de progressão vertiml (C€creto N9 8t1.669, de 29.r14.eO e Instrução Normativa DASP N9 120 d'
07.04.81.) o Engenreiro Aqrôoorro (jomada de 08 horas) qt:e a oartir desta data ingressasse no Serviço Públioo Federal, neo- ~
sitaria de no rninirro de 21 anos (prorro::ões anuais) e no máxino 31 anos e 06 meses (praroção de 18 em 18 !Teses) para atl..ngl;-
o final de c.rrreira. Nas rresmas eOndi?X:s, o "'édió:'. Veter.i,mrio (jorro-da de 06 e ou 04 horas), ne~ssitaria de apenas de Ir,
anos e 22anos e 06 rreses, e de 16 e de 24 anos resrectivarrente. .

Era O que tinha a dizer. É esse Exército brasileiro que mostra, na bravura de Osório, o destemor
O SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - GO. Pronuncia o seguinte discur- da sua Cavalaria; na visão tátiea de Lima e Silva a força da sua organização;
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o dia de ontem foi dedicado, pelo nos- na estratégia de Mallet o vigor da brava artilharia e em tantos nomllS ilustres,
so calendário cívico, ao Exército brasileiro, instituição que nasceu, realmente, principalmente no desbravamento das fronteiras do Oeste, a intrepidez da
antes da Independência, já no Séc. XVII quando, na Guerra da Restauração nossa Engenharia.
Pernambucana, brancos, negros e mamelucos, comandados por André Vidal Muitos povos precisaram criar mitos, para simbolizar os seus heróis.
de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, depois de trinta anos de luta, Não há traço histórico de Rômulo e Remo, fundadores de Roma; nem se
expulssaram do Nordeste o invasor flamengo . pode tomar' como fato histórico a vida de Guilherme TeU. Nós não precisa-
. Aquele exércíto nacional, aprestado para as guerrilhas, defendendo as mos recorrer à ficção, para enfeitar o nosso Pancton, desde a Guerra Holan·
nossas fronteiras marítimas, na fímbria do Equador, seria o mesmo que, duo desa, 'há mais de trezentos anos, até os recentes episódios da Guerra Mundial,
rante o Império, sob a direção vigilante de Caxias, eliminaria as lutas intesti- quando o sangue brasileiro tingiu os gelados Apeninos, e, antes disso, quan-
nas e os pruridos separatistas, sustentando a unidade nacional nas mais am- do. no Corredor da Vitória, as tropas do Exército vigiavam o solo pátrio, en-
plas fronteiras da América do Sul. quanto alçavam vóo os condores da nossa Aeronáutica, comandados por
8468 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

Eduardo Gomes, que iniciou sua carreira como aspirante do Exército brasi- 2. Inconformada, a atentante, em desrespeito às regras pro-
leiro. .. cessuais que ela mesma buscou, houve por bem satisfazer a sua pre-
Talhado não apenas para as missões guerreiras, para a defesa da integri- tensão por intermédio do direito da força. Nesse sentido, envolven-
dade territorial e resguardo das nossas instituições, o Exército também deu do órgãos de Segurança Pública, inclusive Polícia Federal, procedeu
grandes figuras à política brasileira, desde o Duque de Caxias, Ministro e Se- ao despejo truculento dos requerentes e demais colonos da área,
nador do Império, até Deodoro, Floriano, Hermes da Fonseca, Eurico Gas- cuja pessoa encontra-se sub judice.
par Dutra, CastelJo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici e João Baptista 3. Secundado, pois, por força policial que se aparelhou espe-
Figueiredo. tacularmente, partiram para a execução de seu intuito atentatório;
Tivemos, também, nas pastas civis, ilustres membros do Exército Nacio- despejando sumariamente os intimidados e indefesos colonos. De
nal, como no Governo dos Estados, na Academia Brasileira de Letras, nos nada valeram os reclamos dos despejandos, a cobrar dos represen-
institutos científicos, nas mais diversas atividades da vida pública e nos come- tantes da FUNAI e dos policiais, na linguagem cabocla, "Cadê a or-
timentos da inteligência, comprovando que aquela instituição não é apenas dem do Juiz?". A resposta só vinha em forma de ameaças, cuja con·
um ninho de heróis, mas uma respeitável escola de homens públicos. cretização evidentemente era muito certa, pois já ocorreram prisões
N esta data, quero levar ao glorioso Exército brasileiro as nossas efusivas maciças em oportunidades anteriores, conforme relato do Presiden-
congratulações, com o mais amplo voto de confiança em sua integridade, em te do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de CacoaI.
seu descortínio, em sua éompetência e no seu patriotismo. 4. Por conseguinte, os requerentes não tiveram outra alterna-
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. tiva a não ser sujeitarem-se à violência e ilegalidade dos atentantes, e
a área litigiosa foi palco de cenas incompatíveis com as mínimas exi-
O SR. JERÔNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte gências não somente dos princípios de justiça, bem como o mais ru-
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, formulo veemente apelo ao Sr. dimentar censo de humanidade. Famílias sendo desalojadas de seus
Presidente da República para que determine a sustação do despejo arbitrário lares e de suas propriedades, fruto dos trabalhos e das penúrias de
e violento que a Polícia de Rondônia vem promovendo contra os posseiros da longos anos, sendo obrigadas a abandonarem suas lavouras, sem
área Suruí, em Cacoai, Rondônia. Esse despejo torna-se cada vez mais arbi- qualquer proposta de indenização, para serem jogadas ao relento e
trário e violento quando se sabe que é feito à revelia da Justiça. ao desamparo.
Existe uma ação na Justiça de Porto Velho a respeito do problema dos 5. O ato inovatório da atentante ocasionou, pois, graves da-
posseiros em Cacoal. Esta Ação encontra-se ainda na fase da citação inicial, nos aos requerentes, que, colhidos de surpresa, foram obrigados a
talvez nem tenha chegado ao despacho saneador - uma ação em rito ordi- abandonar safras pendentes, por vezes animais, além de todas as
nário, pois que contestada. benfeitorias que com muito suor foram feitas nos respectivos lotes.
O maior escândalo do arbítrio do Governo de Rondônia colocand~ a 6. Indubitavelmente ficou evidenciado o atentado nos mol-
sua polícia contra mais de 220 famílias de posseiros é o fato de se tratar de des previstos pelo artigo 809 do Código de Processo Civil. Sempre se
áreas devolutas Federais que não foram sequer arrecadadas pela União e entendeu, no direito judiciário brasileiro, que "desde que se mova
muito menos registradas em nome da FUNAI. demanda em juízo, ambas as partes devem esperar a decisão, não
podendo praticar ato algum que inove a questão, devendo respeitar
O Advogado Tadeu Fernandes, contestando a Ação de Manutenção de
o estado de causa ao tempo em que a demanda foi proposta". Se a
Possé da.FUNAI perante a Justiça de Porto Velho, em nome de Egídio Cha-
parte transgride o preceito, como adverte Costa Manso, "não é
ves e outros, provou que pelo menos 2/3 da área em questão ficam situados
possível dispensar o processo incidente para a volta da coisa à si-
fora dos limites do Decreto que fixou a área indígena ou reserva dos Suruís.
tuação primitiva".
O Judiciário de Rondônia, talvez por pressão do Governo, se omitiu até
Por isso, os requerentes pedem a V. Ex' que, recebida a pres!o:n-
aqui na questão Suruí, que se encontra sob jurisdição, pois há ações judiciais
te, se digne mandar citar a ré para contestar o pedido no prazo de 5
e Ação de Atentado requeridas pelo Sr. José Jerônimo da Silva e outros. Ain-
(cinco) dia~, e que, provado o alegado, seja ela compelida a restabe-
da tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal mandado de segurança
COl :tra decisão do DI. 'Juiz de Direito de Porto Velho.
lecer o estado de fato da lide, sob pena de não falar nos autos da
ação princíPlll, enquanto o não fizer.
Do Poder Judiciário espera-se uma decisão sobre a questão dos colonos
Requer ainda seja a ré condenada nas custas deste processo e
de Cacoal, vítimas do maior despejo arbitrário e violento, onde a polícia do
honorários advocatícios sem prejuízo das perdas e dano~ em decor-
Território vem cometendo atos de barbarismo, tirando de suas casas mulhe-
rência do atentado.
res de resgu'ardo com três dias de parto, para desalojá-Ias de seus toscos bar-
Arrolando desde já as seguintes testemunhas Alceu Veras,
racões, além de atearem fogo nas benfeitorias dos colonos.
João Pereira Mendes, Odilon de Almeida, Pedro Pereira, Antônio
Atentatória contra os direitos humanos vem sendo a ação do Governo
Caetano de Andrade, Antônio José de Paula, José Tibúrcio, todos
de Rondônia contra uma comunidade inteira de posseiros em Cacoa!.
Tanto o Governo do Território como o INCRA·e a FUNAI deverão res- brasileiros, casados, residentes em Cacoal, Rondônia, os quais com-
parecerão, se necessário, independentemente de intimação. Outros-
ponder perante algum Tribunal sobre esses atos de terrorismo e barbarismo
sim, protestam, por prova pericial caso necessário."
que estão praticando contra os posseiros de Cacoal. Se a Justiça de Rondônia
e de Brasília continuarem a omitir-se diante dos desmandos do Governo de Acreditamos e todos esperamos que o Tribunal de Justiça do Distrito
Rondônia, seria o caso de se1evar a questão para a ONU ou o Tribunal Rus- Federal fará Justiça aos posseiros de Caeoal, apreciando o Mandado de Segu-
seU, tais as atrocidades que estão cometendo contra uma comunidade de pací- rança sob sua apreciação e fazendo com que sejam apreciadas as inúmeras pe-
ficos agricultores. tições que as vítimas já dirigiram à Justiça. O povo pede justiça com urgência.
Os agricultores ocuparam aquelas terras de boa fé e por iniciativa do IN-
CRA. O INCRA é, pois, um dos responsáveis pelo massacre contra os possei- O SR. ANTÔNIO RUSSO (PMDB - 8P. Pronuncia o seguinte discur-
ros de Cacoa!. so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a crise em que mergulhou a Previdên-
O Governo de Rondônia, pela ação arbitrária de sua polícia, deverá res- cia Social é essencialmente resultado da péssima administração das suas
ponder civilmente perante a Justiça. A Ação de Atentado requerida pclos várias instituições e do total desinteresse, do revoltante desinteresse dos seus
posseiros em Porto Velho denuncia os fatos. dirigentes pela preservação e eficiente gestão do próprio patrimônio.
Ainda na sessão de 14 do corrente - DCN, do dia 15 - denunciamos o No Município de Mauá o INPS é proprietário de uma área com mais de
escandaloso despejo dos posseiros de Cacoa!. um milhão de metros quadrados, localizada em ponto central, valendo, para
Os termos da Petição da Ação de Atentado servem para justificar nosso transações entre particulares, mais de Cr$ 10.000,00 por metro quadrado.
apelo ao Tribunal e Justiça do Distrito Federal para que faça valcr os cri- Por absoluta desídia, por total e completo relaxamento da superinten-
térios de Justiça contra o arbítrio que ainda prevalece na qucstão dos possei- dência de São Paulo, esse valioso terreno foi invadido e transformado numa
ros de Cacoal, verbis: enorme favela, abrigando hoje mais de 3.000 barracos.
"I. A requerida interpôs ação de manutenção de posse sob ng Importante notar é que não ocorreu uma invasão efetivada de surpresa
11.786/80, pleitetindo concessão initio litis que foi indeferida pelo por· orlas de desesperados. As pessoas foram se localizando na gleba paulati-
prudente arbítrio dcsse Douto Juízo, dado o descabimento do pedi- namente. A ocupação se efetivou ao longo de alguns anos, durante os quais o
do, uma vez que não lhe põderia ser concedida a "manutenção" de INPS dormia, como ainda dorme, o sono dos inconseqüentes.
uma posse jamais havida, como se demonstrou na contestação pro- Mais importante é verificar que nem sempre os esbulhadores são os mo-
duzida nos referidos autos. radores dos barracos.
Agoslo de 1.,81 DIÁRIO DO CONGRESSO NA("JONAL (Seção I) ()uiola-feira 27 8469

Muita gente, certa da impunidade, conhecendo aineficiência, a desídia e dios se iden'tificam com as aspirações de fraternidade universal comuns a qua-
a incompetência de quem dirige o Instituto, tranqüilamente se apossou de se todos os povos.
grandes porções da terra, construiu numerosos barracos e deles passou a ex- .A União dos Escoteiros do Brasil participa ativamente das realizações e
trair rendas, locando-os aos sem teto. iniciativas promovidas pela agremiação, acompanhando os programas desen-
No início de 1980, acompanhados de uma caravana de Vereadores de volvidos em outros países, com as adaptações requeridas pelas peculiaridades
Mauá, estivemos com os Ministros do Interior e da Previdência, tratando do da nossa terra e da nossa gente.
assunto. A proposta levada aos Ministros era no sentido da pronta utilização Tratando-se de um movimento de caráter educativo, visando à formação
da gleba com a edificação de um conjunto residencial. A Prefeitura Municipal de adultos maduros e bem formados moral e fisicamente, busca aliciar para a
dispunha-se a participar do projeto dotando o local de completa infra- causa crianças de 6 ou 7 anos - os lobinhos, os quais gradativamente ascen-
estrutura urbana, promovendo a abertura de ruas, instalação de redes de á- dem à categoria de escoteiros, sêniores e finalmente chefes de grupo. A filoso-
gua e esgoto e iluminação. Deveria o INPS fornecer o terreno a preço razoá- fia. ww;acional do Escotismo é das mais modernas e dinâmicas, pois preconi-
vel e o Ministério do Interior autorizar, através do BNH, o financiamento das za o "aprender fazendo", já consagrado por mestres da pedagogia científica,
construções e posterior financiamento para os adquirentes finais das unida- como Dewey e Aguayo. Incentivando o espírito de iniciativa, é natural que
des construídas, garantida preferência aos ocupantes dos barracos, então destes grupos surjam os futuros líderes das respectivas comunidades. Pensar e
muito menos numerosos do que agora. Deveria o INPS comprometer-se a fis- agir - binômio preconizado pelos escoteiros, contém ensinamento de grande
calizar o seu imóvel, não permitindo novas invasões. Objetivava-se acabar utilidade em um país como o nosso, onde há tanto ainda por fazer.
com uma favela situada no ponto mais nobre e central do Município de Auxiliar e respeitar o próximo, principalmente os 'mais fracos - velhos e
Mauá; dar moradia higiência aos ocupantes da gleba e transformar, para o doentes - é lema difundido entre os integrantes da União dos Escoteiros do
INPS, um patrimônio, já perdido, em razoável quantia de dinheiro. Na falta Brasil, entidade cujo inter-relacionamento com as de outros países vem pro-
de resposta, houve recusa tácita dos Ministros ao desenvolvimento do plano e duzindo os melhores frutos, porquanto visa à preservação dos princípios fun-
o imóvel continuou, sem fiscalização, a ser retalhado entre os numerosos in- damentais do movimento, sem comprometer a flexibilidade que permite fazer
vasores. Só esse terreno, cujo valor total, se loteado e vendido, poderia al- do Escotismo uma aventura fascinante, uma incursão inefável pelos cami-
cançar cerca de 10 bilhões de cruzeiros, representa 5% de todo o déficit da nhos que leyam ao aperfeiçoamento espiritual sem desprezar as realizações
Previdência. materiais.
Somem-se os atos de insensata administração, semelhantes a este prati- O Relatório de 1980, que me foi enviado pela União Brasileira de Esco-
cados em todo o Brasil e, desde logo, estará formado o quadro dentro do qual teiros, reflete o intens.o trabalho desenvolvido nos vários níveis, incluindo
eclodiu e se desenvolveu a crise. adestramento de Crianças, jovens e adultos filiados a esse movimento por to-
Bastaria à Previdência administrar bem seu patrimônio e gastar bem seus dos os títulos merecedor do apoio e do aplauso do povo e das autoridades
recursos pílra debelar a crise e recuperar sua antiga solidez. brasileiras.
Era o que tinha a dizer_
O SR. PEIXOTO FILHO (PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso)- O SR. ADHEMAR GHlSI (PDS - Se. Pronuncia o seguinte discurso.)
Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem o glorioso Exército Brasileiro come- - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Vargem do Cedro, localidade do Municí-
morou o "Dia do Soldado", simbolizado na figura do seu patrono, o Mare- pio de Sào Martinho, no sul de Santa Catarina, atualmente com 100 famílias,
chal Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, assinalando o transcurso todas ajudando no progresso da região e do Estado, celebrou, nos dias 25 e 26
do 1789 aniversário de nascimento do imortal chefe militar. de julho, seu primeiro centenário.
A data magna da Força Terrestre foi festejada em todos os rincões do Fundaram-na quatro alemães, enfrentando muitas dificuldades e peri-
País, com atos cívicos militares 'alusivos ao auspicioso evento, destacando-se gos, e Vargem do Cedro, hoje sede de Distrito, guarda, em seu relicário his-
a solenidade no Museu Histórico de Duque de Caxias e desfile militar e cole- tórico, a memória dos heróis: Antônio Effting, José Rech, Paulo Stupp e
gial na cidade berço do Pacificador, que orgulhosamente represento no Con- Henrique Hellmann.
gresso Nacional. O nome da localidade nasceu da beleza que a paisagem apresentava: ter-
. Na oportunidade foram inaugurados o Complexo Viário Brigadeiro ra plana, onde crescia uma exuberante floresta de cedros.
Eduardo Gomes, com homenagem a um soldado da Pátria da extirpe de Ca- O primeiro sacerdote da nova colônia foi o Padre Antônio Eising e os
xias e várias escolas estaduais. primeiros professores os Srs. Gründling e João Breech, e as irmãs Madalena e
A todos esses atos estiveram presentes'o Governador Chagas Freitas, o Margarida, todos alemães.
Prefeito Municipal, Coronel Américo de Barros, o Ministro Eliseu Resende, A primeira escola em língua portuguesa começou a funcionar em 1930.
os Generais Gentil Marcondes Filho e Euclides de Figueiredo Filho, Coman- Vários governadores visitaram Vargem do Cedro, a começar por Adolfo
dantes do I Exército e da Vila Militar do Rio de Janeiro, o Bispo Mauro Mo- Kouder e prosseguindo com Jorge Lacerda, Ivo Silveira, Colombo Salles e
reli, deputados, vereadores e uma entusiástica multidão de mais de 100 mil Antônio Carlos Konder Reis, quase sempre para inaugurar obras, tais como
duquecaxienses. a Agência dos Correios, o Grupo Escolar, a Estrada São Luiz - Santa Ma-
Sr.Pre~idente, ao registrar nos Anais da Câmara dos Deputados as co- , ria, o Ginásio local, a Rede de Energia Elétrica e o Posto de Saúde.
memorações do "Dia do Soldado" no Município fluminense de Duque de Não poucos são os filhos de Vargem do Cedro que exercem importantes
Caxias, impõe-se-me o dever de destacar ainda a sessão solene da Câmara cargos no Estado ou fora dele, elevando-se a mais de 30 o número de sacerdo-
Municipal, a brilhante exibição do Coral do Colégio Estadual Duque de Ca- tes dali saídos. Hoje essa terra abençoada e querida é o maior celeiro sacerdo-
xias e dos demais colégios oficiais e da rede particular de ensino, durante o tal de Santa Catarina.
aplaudido desfile e a fecunda obra administrativa do Governador Chagas O Coral de Meninos Cantores é conhecido em várias partes do Brasil,
Freitas e do Prefeito Américo de Barros, sempre voltada para o desenvolvi- onde representou, sempre com mérito, o Estado de Santa Catarina, tendo à
mento sócio-econômico da bela e progressista çidade-lider da Baixada Flumi- sua frente o dinâmico e dedicado Padre José Mülhoff, atual vigário da Paró-
nense e a honrosa presença do Ministro dos Transportes, dos oficiais superio- quia.
res e das garbosas tropas do glorioso Exército Brasileiro.
Finalmente, feliz a Nação que não precisa inventar os seus heróis nem A programação das festividades do 19 Centenário de Vargem do Cedro,
apelar para os mitos, porque tem entre os seus próprios homens figuras como nos dias 25 e 26 de julho, que teve como Coordenador-Geral o Sr. José Feu-
a do Duque de Caxias, exemplo vivo de politico, de soldado, da criatura hu- ser, ex-vereador e Presidente do Partido Democrático Social do Município de
mana, da glória das Forças Armadas e, por isso mesmo, de todo o povo brasi- São Martinho, foi bastante significativa e atesta o entusiasmo com que seus
leiro. habitantes comemoraram o evento, a que demos presença com grande honra,
Salíl das Sessões, 26 de agosto de 1981. - Peixoto Filho. satisfação e alegria, na condição de profundo admirador da comunidade seu e
representante nesta Casa.
O SR. .()SVALDO MELO (PDS-- PA. Pronuncia o seguinte discurso.) Abrindo as festividades, que foram marcadas por grande brilhantismo o
- Sr. Presidente, Srs_ Deputados, nos dias de hoje, em que a competitividade Exm 9 Sr. Bispo de Tubarão, D. Anselmo Pietrulla, celebrou missa solene, às 9
aCirrada no mercado de trabalho e noutros setores de atuação .comunitária horas do dia 25, seguindo-se a'execução do Hino do Centenário, de autoria
chega a sé tornar fator de conflito e mal estar social, movimentos como o Es- do Professor João Wclter Júnior; uma pequena apresentação do Coral "Rou-
cotismo devem ser apoiados e estimulados. Criado por Baden Powell, na In- xinóis de Nossa Senhora" da localidade e recepção ao Sr. Governador Jorge
glaterra, com o objetivo de fomentar o espírito de equipe e valorizar o senti- Konder Bornhausen, na pessoa do Vice-Governador Henrique Córdova, seu
mento de solidariedade humana entre os jovens e destes para com os mais ve- representante, autoridades federais, estaduais e municipais, com a inaugu-
lhos, adquiriu adeptos em todo o mundo, já que seus postulados simples e sa- ração da Praçà da Matriz. às 12 horas, banquete às autoridades e churrasco
8470 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

para o povo cm geral. Às 15 horas, apresentação de danças folclóricas, e às 21 Pois é para esses milhões de "excepcionais invisíveis" que cu gostaria
horas, o grande baile centenário. nesta sessão de chamar a atenção de todos. Isto porque é sabido que a imensa
No dia 26 de julho, encerrando-se as festividades, às 9 horas, missa sole- maioria dos "diferentes" se recolhem ao lar, escondidos que são pelos pró-
ne, celebrada pelo Padre Adelinus Effting, neto do fundador de Vargem do prios pais ou resporrsáveis, que sentem vergonha de exibi-los aos vizinhos.
Cedro, e cantada pelos Meninos Cantores. Às 17 horas, "tarde dançante e bai- É para os "excepcionais anônimos" que se volta o meu pensamento neste
le do encerramento dos festejos do centenário. momento, porque estes estão rigorosamente fora de qualquer atendimento,
Aproveitando a passagem dessa grata efeméride do 19 Centenário de de qualquer atenção médica, educativa ou profissional, que pudesse
Vargem do Cedro, desejaria apelar para o Sr. Ministro das Comunicações, o representar-lhes a esperança de um dia vir a ser reintegrados na vida das pes-
Coronel Haroldo Corrêa de Mattos, no sentido de que determine a insta- soas ditas "normais".
lação, ali, do Sistema de Telefonia Rural. Ao Governo Federal aproveito a - Mas não ê só a "vergonha" dos pais ou responsáveis que faz com que a
oportunidade para solicitar ajuda, ainda através do órgão competente, para a existência destes excepcionais passe inteiramente despercebida pela nossa so-
construção do novo Salão Comunitário Familiar. Finalmente, ao Governa- ciedade. Outro fator de peso maior ou tão importante quanto aquele é o da
dor do Estado, Dr. Jorge Bornhausen, meu apelo é feito para que determine a pobreza absoluta a que estão condenadas legiões de brasileiros.
estadualização da Estrada São Luiz - Santa Maria, através da sua inclusão Esta é uma verdade que não pode ser negada porque o excepcional, para
no Plano Rodoviário Estadual, velha, justa e sentida aspiração da gente da- ter qualquer espécie de atendimento, precisa ser levado aos locais onde essa
quelas exemplares comunidades. assistência é prestada, seja através de entidades particulares, seja por meio de
Os melhoramentos e obras ora solicitadas com todo empenho são aguar- órgãos públicos.
dados, há longo tempo, pelos habitantes daquela região e, certamente, não E aí entram os dois maiores elementos impeditivos, que são a dificuldade
haverá melhor oportunidade para o seu pleito do que no momento em que as- ou mesmo impossibilidade de locomoção, e a falta de recursos financeiros
sinalamos datas, efemérides e acontecimentos tão relevantes e de tanta reper- que possibilitem a despesa diária com passagem e outros gastos.
cussão na grande região salina do meu Estado. Para estes, portanto, só o Poder Público, através de um trabalho de aten-
Meus parabéns aos habitantes de Vargem do Cedro e às suas autoridades dimento a domicílio, representa ainda alguma esperança para excepcionais
municipais e distritais pelo trabalho ali desenvolvido e pelo muito que ainda' que têm o seu problema agravado por aqueles dois fatores.
deverão fazer pelo seu engrandecimento. Para que esse atendimento fosse feito, porém, seriam necessários, além
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados. da destinação de maiores recursos públicos para o setor de assistência aos ex-
cepcionais, que se conhecesse o número real de deficientes e superdotados
O SR. BENEDITO MARCtLIO (PT - SP. Pronuncia o seguinte discur- existentes em nosso País, além de onde eles se encontram.
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta sessão quero falar sobre a Sema- Esse levantamento, contudo, somente seria possível através da inclusão
na do Excepcional. Se outro mérito não tivesse, abriga a grande virtude de de um item especifico nos recenseamentos gerais realizados pelo IBGE, mas,
permitir o debate da questão maior do nosso País, que é sem dúvida a questão aqui, certamente, .cabe esta pergunta: interessa ao Governo conhecer, em
social. toda a sua realidade, o problema das pessoas excepcionais, e, mais do que is-
É impossível desvincular o drama de milhões de brasileiros deficientes so, dar a esses resultados divulgação pública'!
físicos, deficientes mentais ou mesmo os superdotados .do problema maior do A coisa me púece bastante clara. A inclusâo de um item nos censos de-
nosso País, hoje, que é o problema da marginalização crescente de um núme- mográficos de nosso País permitiria levantar todos os elementos necessários a
ro cada vez maior de pessoas. uma assistência adequadamente planejada aos excepcionais, tais como:
Para nós é inaceitável que o Brasil, um País pobre, destine vultosos re- u)Número total dos excepcionais;
cursos para a construção de obras faraônicas e adiáveis, enquanto existirem, b) Sexo dessas pessoas excepcionais;
como registram as estatísticas oficiais, mais de trinta milhões de menores ca- c) Tipo de excepcionalidade, ou seja, mental, física, sensorial, auditiva
rentes no País. ou sllperdotado;
Aos menores marginalizados devem ser somados cerca de trinta milhões d) Qual o tipo de assistência oferecida - pública ou privada?
de excepcionais, totalízando, portanto, um número que representa exatamen- e) A condição sócio-económica dos pais ou responsáveis;
te a metade da população do nosso País. Estes brasileiros integram o exército f) O número de pessoas excepcionais numa mesma família;
de aproximadamente 500 milhões de pessoas excepcionais, segundo estatísti- g) Se o excepcional exerce alguma atividade econômica;
cas da Organização das Nações Unidas, representando, portanto, essa média, h) Se a excepcionalidade é congênita ou adquirida.
cerca de dez por cento de toda a população existente na face da terra.
É certo que a resposta a estes itens - e a outros que viessem a ser estabe-
Se atentarmos para o fato de que o excepcional é todo aquele que deve
lecidos - levaria a uma conclusão forçosa de ser feita: a grande maioria dos
merecer atenção especial por parte dos Poderes Públicos, fácil é unir as suas
casos se liga à miséria e à pobreza. E, sendo assim, só acabando, ou diminuin-
carências ao crescente processo de empobrecimento da população, principal-
do, estes dois graves sintomas das nossas mazelas sociais, seria possível pen-
mente num país onde o trabalho não tem mais qualquer valor.
sar em reduzir os índices atuais de excepcionalidade, que, mesmo para um
A miséria e a pobreza se associam para deixar no seu rastro a marca
'pais pobre como o Brasil, são considerados elevadíssimos. Não é possível, po-
maior da dor e do desespero de um pai e de uma mãe, que é um filho inválido
rém, acabar com a miséria, com a pobreza e com os crescentes níveis de mar·
físico ou mental, porque esta tnlgédia os perseguirá pelo resto da vida, e só os
ginalização social, quando existem vários milhões de brasileiros desemprega-
mais fortes conseguem carregar esta cruz até o seu final.
dos, subempregados ou sub-remunerados, ou seja, enquanto prevalecerem as
Sabemos que pelo menos a décima parte de todos os nascimentos em
flagrantes injustiças nas relações entre patrões c empregados.
nosso país incluem crianças que já vêm ao mundo, ou os adquirem em vida,
com deficiências dc ordem física, mental, sensorial ou auditiva. E, a menos Agora mesmo o Governo federal, pela voz do seu Ministro dos Trans-
que a sociedade lhes ofereça uma atenção especial, o seu desenvolvimento es- portes, está estimulando os poderosos'donos de empresas de ônibus a demiti·
tar seriamente comprometido. rem, em todo o País, cerca de 600 mil cobradores,lançando na miséria, por-
Na maioria dos casos, porém, os pais ou responsáveis não dispõem de tanto, mais de 3 milhões de pessoas.
condições sociais para poder atender adequadamente aos que apresentam es- Aqui se comete um crime ainda maior, porque o cobrador de ônibus é
tas deficiências. Por isso esse atendimento passa à responsabilidade do Poder trabalhador de salábo mínimo, enquanto a empresa de ónibus é seguramente
Público; vale dizer, dos governos. um dos negócios mais lucrativos deste País eu pelo menos nunca vi uma em-
Os programas assistenciais dos governos, porém, são o que todos nós sa- presa de ónibus ir à falência.
bemos, bastando lembrar que agora mesmo. estamos assistindo a uma crise É preciso considerar, portanto, os vários fatores relacionados ao proble-
fantástica na Previdência Social quc, através da Legião Brasileira de Assistên- ma do excepcional, porque, na medida em que se desemprega trabalhador
cia, é o setor responsável pelo atendimento das pessoas excepcionais. . neste País, se retira dos chefes de família a possibilidade de provar ao seu sus-
Por força dessa descabida situação, inúmeras entidades que de forma ab- tento e de sua família.
negada procuram ocupar o espaço que de direito deveria ser preenchido pelos
Por exemplo: na hora de demitir trabalhador, o patrão não quer saber se
governos, e que prestam assistência aos excepcionais, encontram-se em dra-
ele tem um filho excepcional.
mática situação financeira, e a maioria está, mesmo, na iminência de fechar as
portas. Em países socialmente mais vançados há plena consciência do problema
Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, sc nós temos aqui no Brasil um nú- dos excepcionais, existindo programas de reabilitação em que o ponto básico
mero tão elevado de pessoas excepcionais, onde eles se encontram, já que não é a vigência de uma Carta Magna para deficientes, principalmente para os
sào visíveis em números assim tão elevados? que apresentam defeitos graves.
Alollto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8471

Entre as conquistas principais dos defeituosos está o direito ao trabalha- No segundo, relacionam-se os que vêm prestando colaboração à Previ-
dor, porque os patrões são obrigados a dar trabalho aos que têm deficiências dência, sob promessa legal de acesso à Tabela Especial do Quadro, na mesma
graves. A legislação lhes assegura, ainda, o direito a auxílios no emprego, condição de precariedade. Em ambos os casos, face a dispositivo contratual,
aprimoramento profissional, férias suplementares e estabilidade. há compromisso de o empregado submeter-se a concurso, condição já satis-
Os deficientes contam com um representante junto à direção das empre- feita pela maioria e de que resultou apreciável número de aprovados.
sas, havendo, ainda, um programa especial para os que, sendo defeituosos, Essa seleção teria como principal finalidade atender às exigências da Ex-
encontrem-se em qualquer tempo desempregados. posição de Motivos n9 54, de I3 de setembro de 1974, autorizativa da contra·
Cumpre-me, desde logo, esclarecer que nem s6 razões de ordem legal ou tação de pessoal para as atividades do INPS, na ocasião em sérias dificulda-
constitucional têm orientado a nós, parlamentares, com relação a tentativas des para recrutar servidores com a mesma velocidade da demanda dos traba-
para modificar a nossa legislação, introduzindo aqui alguns dos avanços já lhos.
conseguidos pelos excepcionais em outros palses. Os funcionários assim admitidos, e que permanecem nos respectivos em-
Ocorre que aqui em nosso País o trabalhador ê um elemento inteiramen- pregos, não tiveram, até hoje, sua situação regularizada, não obstante cum-
te desprotegido, sem qualquer poder junto ao patrão. E há a certeza de que, prirem a exigência da habilitação no concurso e demonstrarem, ao longo de
na medida em que se aumentem os beneficios aos excepcionais em seus em- mais de 5 anos de efetivo exerCício, completa capacitação profissional para a
pregos, eles encontrarão maior dificuldade para obter trabalho. função que exercem.
As empresas, de modo geral, preferem empregar mão-de-obra que lhes Não se pode argumentar com a escassez de recursos para promover a re-
deixe maiores lucros, e essa é uma verdade que também se aplica aos traba- gularização da vida funcional desse contingente de servidores, porquanto não
lhadores excepcionais. há qualquer acréscimo na despesa atual, realizada com empregos efetivamen-
Mas não fica só nisso. Nesses países em que há maior consciência social te ocupados. Assim, perpetuando-se por parte do empregador o desinteresse
em relação ao trabalhador excepcional, há serviços públicos de fomento pr9- na solução do problema, depois de ver cumpridas todas as suas exigências,
fissional, além da possibilidade de moradia em internatos e uma atenção toda configura-se um quadro de injusto tratamento para esse grupo de funcio-
especial - atenção essa que começa no pr6prio leito do hospital. nários.
Existem ainda centros de formação profissional para jovens defeituosos; Prestando a contento os mesmos serviços dos colegas efetivos, não têm
centros de formação e readaptação profissional para excepcionais; garantia acesso aos direitos e benefícios a eles assegurados, uma vez que obstados no
'de educação para estudant$ls defeituosos, e um programa de segurança finan- seu ingresso à sistemática introduzida pela Lei n g 5.645, de 10 de dezembro de
ceira durante o período ,em que o trabalhador excepcional esteja sendo sub- 1970, que fixou diretrizes para a classificação de cargos c empregos do Ser-
metido a um processo de reabilitação. viço Civil da União e das autarquias federais.
Nesses países existem oficinas especiais para deficientes; centros de en- O Governo já expediu determinação no sentido de extinguir a contra-
contro e de tempo livre; jardins de infância especiais; centros de tratamento e tação de serviços através das empresas fornecedoras de mão-de-obra, sem de-
de identificação precoces, bem como a eliminação total de obstáculos técni- finir a situação futura daqueles que já obtiveram aprovação em concurso, res-
cos c de construção arqúitetônica. tando insolúvel o problema dos que foram recrutados a título provisório e
Há o reconhecimento de uma política social em termos qualitativos só que também lograram aprovação no concorrido teste de seleção.
pode ser avaliada, de forma objetiva, pelas realizações que a sociedade ofere- Inexistindo, como demonstrado, óbices de qualquer natureza, a provi-
ce aos deficientes. E por isso vai longe, lá, o tempo em que os excepcionais de- dência requerida circunscreve-se tão-somente à regulariza"ção da situação em-
pendiam exclusivamente de ajudas isoladas, do auxílio de igrejas ou de orga- pregatícia desses funcionários, promovendo-se-Ihes a nomeação em carâter
nizações filantrópicas. efetivo, tendo em conta a aprovação no concurso e independentemente da
J á um programa realizado pela Organizaçào dos Estados Americanos classificação respectiva.
junto ao Brasil, Paraguai e Uruguai, no ano de 1977, conseguiu levantar cerca É a reivindicação que desejo transmitir ao Sr. Ministro Jair Soares, certo
de 100 profissões compatíveis com as qualificações dos deficientes auditivos. de que s. Ex~, atento aos mínimos detalhes da estrutura e do funcionamento
A maioria dessas ocupações do deficiente treinamento profissional era de sua Pasta, não permitirá que a solução reclamada experimente nova demo-
feita no pr6prio serviço ou em cursos de formação rápida, variando o nível de ra, em l1agrante injustiça e substancial prejuízo para um grupo de servidores
escolaridade desde o analfabeto até a quarta séria do 19 grau, enquanto ocu- que com ele vem colaborando firme e denodadamente para a otimização dos
pações mais complexas precisavam de formação profissional mais sistemáti- serviços previdenciários.
ca, cujo treinamento era feito em cursos de aprendizagem profissional.
O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (PDS - SP. Pronuncia o seguinte
N o setor da deficiência física foram relacionadas cerca de 30 profissões
em diferentes campos da indtistria, do comércio e de serviços diversos, mas discúrso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho, desta tribuna, mais uma
aqui o levantamento foi feito pela Associação da Assistência à Criança Defei- vez, alertar o Governo Federal para o problema do algodão no Brasil.
tuosa, de Sào Paulo. Nossa participaçào no mercado externo já foi tão expressiva que chega-
Creio ser oportuno lembrar uma declaração feita em 1978 pelo Sr. Mi- mos a ser o segundo exportador mundial, e as divisas obtidas colocavam o al-
nistro da Saúde da época, Dr. Almeida Machado, que condenou severamente godão como segundo produto na exportação nacionaL
as normas de exame médico para a contratação profissional de incapacitados, A produtividade do algodào no Sul do Brasil aumentou extraordinaria-
as qu~is, no seu entender, "seguem padrões medievais, selecionando homens mente, devido aos trabalhos do Instituto Agronômico de Campinas. Conse-
com critérios zootécnicos: um homem que perdeu o pé, em certos locais, nào guiram elevar nossa produtividade à mais alta do mundo em algodão não irri-
é contratado como datilógrafo". gado.
Por essa visão, todos nós seríamos também deficientes, já que o profis- Os Estados do Nordeste necessitam de incremento na produção algo-
sional, sem o auxílio de sua ferramenta de trabalho, não é capaz de realizar o doeira, pois o algodão é o produto que mais resiste a secas.
seu trabalho: o marceneiro, sem o formão, estaria, por assim dizer, no "mato Ora, o fracasso da produção algodoeira tem sido de tal ordem que, nes-
sem cachorro". ses últimos anos, os Estados Unidos aumentaram de 3 milhões de fardos de
As pessoas excepcionais não devem ser encaradas C0l)10 seres dignos ape- exportação de algodão para 9 milhões no ano de 1980; a URSS está exportan-
nas de piedade, porque elas podem e querem ser úteis aos seus semelhantes, do quase 4 milhões de fardos, enquanto o Brasil, que exportava I milhão e
deixando, como na maioria dos casos, de ser um peso para a sociedade. Mas meio de fardos há 8 anos, exportou, em 1980, apenas 1.000 fardos, o que cor-
para que os excepCionais nos possam ajudar com a sua participação politica, responde a apenas 10 caminhões do produto.
econômica e social, é preciso que recebam de nós mais do que compreensão
. _Diante desse fato estou sugerindo aos Deputados desta Casa a consti.
- necessário se faz que nós reconheçamos os seus direitos como seres huma-
tUlçao de.uma CPI p.ara estudar as causas do desaparecimento da exportação
nos.
de algodao no BraSIl. Quem sabe se assim teremos a palavra do Governo
Os excepcionais não nos pedem muito. Só pedem esse reconhecimento. E sobre o assunto.
isso nós jamais poderemos negar-lhes!
O SR. OSMAR LEITÃO (PDS- RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - O SR . .JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronuncia o segninte discurso.)
Sr. Presidente, Srs. Deputados, remanescem desatendidas duas das principais - Sr. Presidente, Srs. Deputados, acabo de receber expediente da Associação
reivindicações dos servidores da Previdência Social: dos admitidos pelo regi- dos Empresarios da Amazônia, com sede no Estado de São Paulo dando-me
me da Consolidação das Leis do Trabalho, contratados com a cláusula de conhecimento da escolha do nome do empresário Benedito M~tran Filho
provisórios, e dos empregados de empresas prestadoras de serviços. No pri- para Diretor Regional da Entidade em Belém. Capital do Estado do Pará.
meiro caso incluem-se, em grande número, funcionários burocratas, médicos, que tenho a honra de representar, por duas legislaturas, no congresso Nacio-
oclont61ogos etc., com mais de 6 anos de trabalho. nal.
8472 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Agosto de 1981

A decisão da Associação dos Empresários da amazônia, na escolha do que se processem alterações que há muito poderiam ser adotadas, no sentido
empresário Benedito Mutran Filho, não teda maior relevo e significação, de humanizar sua aplicação e torná-lo viâvel principalmente para os morado-
caso esse jovem homem de negócios, no meu Estado, tivesse ausente o seu res de baixa renda.
nome na galeria de tantos bravos que o Pará gerou na sua economia, e que No Estado do Rio de Janeiro, a luta iniciou-se no Município de Nova
hoje representam o cerne do nosso desenvolvimento e a razão de ser do status Iguaçu, em 1978, dentro desta nova ótica, isto é, com a participação do povo.
que conquistamos entre os demais congêneres da Federação. Reunidos inicialmente em Comissões de Conjuntos e hoje em associações de
Herdeiro de um exemplo empresarial legado pelo pai Benedito Mutran, moradores, eles têm discutido o problema da casa própria e têm procurado
que o modelou no rígido ensinamento trazido dos ancestrais do legendário sua solução junto às autoridades do Banco Nacional da Habitação.
Líbano de mil fascínios, Benedito Mutran Filho é, entre os muitos exportado- Depois de milhares de despejos realizados, os moradores de conjuntos
res da sua geração, um pioneiro na projeção da castanha do Brasil no merca- habitacionais passaram a compreender a necessidade de se organizar para a
do internacional, e que hoje figura como o terceiro produto na pauta da eco- defesa de seus direitos.
nomia regional, portanto gerador de divisas que o Brasil por demais necessita Para que este estágio pudesse ser alcançado em nosso Município, conta-
para alcançar o equilíbrio da sua balança de pagamentos. , mos sempre com a participação e o apoio da Comissão Justiça e Paz de Nova
Diria, pois, Sr. Presidente, que a escolha do Dr. Benedito Mutran Filho Iguaçu, presidida por Dom Adriano Hipólito, assim como do advogado Pau-
para representar a Diretoria Regional de Belém, da Associação dos Empre- lo Amaral, de Movimento Amigos de Bairro e do Deputado Estadual Fran-
sários da Amazônia, foi um ato de justiça aos méritos desse jovem empre- cisco Amaral.
sário, e mais que isto, merecida homenagem ao Estado do Parã, pelos valores
que tem produzido nos diversificados setores das atividades pública e priva- Hoje, depois de significativas vitórias alcançadas ao longo destes anos,
da. quero registrar o último documento enviado ao Presidente do BNH, em au-
Registro aqui minhas congratulações à Associação dos Empresários da diência realizada com a participação da FAMERJ e de dezenas de asso-
amazónia, pela feliz escolha de s'eu mais novo Diretor na Capital do meu Es- ciações de conjuntos habitacionais do Rio de Janeiro no més de julho, con-
tado. tendo diversas sugestões, tais como: exclusão dos agentes financeiros nos fi-
nanciamentos até 1.350 UPCs; a limitação da correção monetária em 30%
O SR. WALDMIR BRUNATI (PDS -'- PRo Pronuncia o seguinte discur-
nos financiamentos até 1.350 UPCs; a revogação da execução extrajudicial; a
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, logo que foi aprovado o projeto de lei
indicação do nome da seguradora nos contratos de financiamento; a suspen-
do então Deputado Aarão Steinbruch, instituindo a gratificação natalina
são dos despejos nos conjuntos de baixa renda; e, além de outras, que'o BNH
para os trabalhadores, há mais de vinte anos, o funcionalismo público civil da
p~sse a atuar como banco de primeira linha em financiamentos até 1.350
União iniciou uma campanha reivindicatória, alegando que, se o Poder
Público podia impor essa obrigação aos particulares, estava no dever moral
upes.
O citado documento é o resultado de uma permanente discussão dos
de conferi-la, igualmente, aos seus servidores.
membros das associações de moradores de conjuntos e reflete o amadureci-
Maior razão tiveram nessa reivindicação, a partir do Decreto-Lei nQ 200,
mento de tais organizações.
de 1967, que permitia a contratação, para a administração direta, de servido-
Estamos aguardando uma palavra da direção do BNH, pois sabemos
res pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, recebendo, portanto,
que os mutúários não poderão suportar este aumento acima de 70%, especial-
o 139 salário.
mente os mutuários de baixa renda.
Depois de longa luta, o Diretor-Geral do DASP veio a público dizer que,
Era o que tinha a dizer.
no plano de reestruturaçào, que vem sendo estudado por aquele órgào, para
uniformizar o pessoal da administração civil da União, consta a concessão dó
139 salário. Mas logo veio a público o Ministro Delfim Netto, para dizer que o SR. DÉLIO DOS SANTOS (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte dis-
ela não seria paga este ano, não esclarecendo, por outro lado, a partir de , curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o desrespeito da Prefeitura do Mu-
quando seria adjudicada ao funcionalismo. nicípio do Rio de Janeiro com a população carioca aumenta a cada dia. n
Ora, a concessão do 139 salário ao funcionalismo público federal é uma descaso em atender às reivindicações da!> comunidades é a tônica da adminis-
promessa feita pelo Presidente João Figueireiilo, em outubro de 1978, quando tração municipal.
ainda era candidato, por isso mesmo o Presidente da Confederação dos Servi- Passo a relatar a situação dos moradores da rua São Carlos, comCl;ando
dores Públicos disse, em Belo Horizonte, após uma reunião do Conselho de por reproduzir, nos Anais desta Casa"o abaixo-assinado enderCl;ado ao Pre-
Representantes da entidade, que vai cobrá-la, assim como reagirá contra as feito do Município do Rio de Janeirc:
medidas preconizadas pelo Sr. Delfim Netto, de aumentar em vinte e cinco '"Manoel Rodrigues Paulino, residente à Rua São Carlos nQ
por cento a contribuição previdenciária, ampliar para sessenta anos a aposen- 936, nesta cidade, e demais moradores da Rua São Carlos, abaixo-
tadoria e para trinta e cinco anos de serviço a inatividade voluntária. assinados, vêm dizer a V. Ex' o seguinte:
Além da entrevista do Sr. Archimedes Pedreira Franco, Presidente da- I - Os trechos da Rua ande residem os autores deste requeri-
quela entidade, os representantes de 25 entidades de servidores públicos do mento estão completamente esburacados e intransitáveis, muito em-
Pais divulgaram documento em que afirmam ter recebido "com profunda re- bora o inicio e o final da Rua foram calçados pela Prefeitura.
volta as declarações de proeminentes figuras do Governo Federal" contrárias 2 - Ocorre que todos são proprietários das casas em que mo-
à concessão do 139 salári.o. ram, pagando imposto predial, taxas de água, lixo, incêndio e de ou-
Alegam os scrvidores que a negativa ocorreu "no mesmo instante em que tros serviços públicos.
o Governo submetia ao Congresso a redistribuição de quatrocentos e trinta 3 ~ Por serem contribuintes do Município e do Estado, tem
bilhões de cruzeiros, provenientes do excesso de arrecadação tributária, das que haver uma contraprestação por parte do Município.
qltais poderiam ser retirados os recursos para o pagamento do 139 salário do 4 - Acontece que há mais de 20 anos estão esperando pelo
funcionalismo, calculados em aproximadamcnte doze bilhões de cruzeiros, calçamento dos trechos onde residcm e inúmeras promessas' foram
ainda este ano". Solidários com os funcionários e trabalhadores, esperamos feitas, infelizmente até hoje não cumpridas.
que o Governo atenda às suas lídimas reivindicações. 5 - Desse modo, dirigem-se a V. Ex' solicitando o calçamento
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. dos trechos referidos, por ser um ato de justiça.
O SR. JORGE GAMA (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)- Rio de Janeiro, 22 de julho de 1981."
SI. Presidente, Srs. Deputados, iniciamos por afirmar que o Sistema Finan- São 74 proprietários de imóveis, que pagam todos os tributos e não são
ceiro de Habitaçào tem merecido, ao longo de sua existência, uma série de atendidos na justa reivindicação de calçamento de rua, que assinaram o
questionamentos, que vão desde os constantes pronunciamentos dos Deputa- abaixo-assinado referido.
dos e Senadores, passando por uma série de projetos em andamento tanto na Em assembléia-geral 'foi eleita uma comissão de moradores, composta de
Cámara dos Deputados como no Senado e, ainda, por uma Comissão Parla- 5 membros, que até hoje não conseguiu ser recebida pelo Prefeito, que se re-
mentar de Inquérito, concluída em 1976, nesta Casa. cusa a conceder audiéncia a estes contribuintes.
Até entào, todas estas manifestações ficavam, e ainda ficam, praticamen- Há mais de 6 anos venho prestando apoio aos moradores da rua São
te scm o poder de promover maiores modificações nesse Sistema, embora se Carlos. scm alimentar ilusões dc que eu conseguiria resolver o problema, pois
saiba que muitas delas, se aprovadas, poderiam proporcionar seu melhor d,,- é justamente a união dos moradores a arma capaz de dobrar a insensibilidade
sempenho, e a intransigência do Prefeito.
Todavia. hojc, vem ocorrendo uma nova forma de questionamento, O Tal é o estado de angústia e desespero, que os moradores estão dispostos
próprio povo passa, de forma organizada, a procurar os meios de influir para a acampar no Palácio da Prefeitura,
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClONA L (Seçàol) Quinta-feira 27 8473

Este movimento é pacífico e não é político, visando unicamente a conse- De fato, se os saltirios forem majorados na proporção de quarenta por
guir o calçamento da rua. A posição elitista e o despreso do Governo é que cento em cada semestre, teremos:
leva os moradores a adotarem formas de pressão para conquistarem o seu ob- - maio/81 , 8 mil 464
jetivo. - novembro/81 II mil 850
Continuo apoiando, integralmente, estes moradores em sua luta, pois - maio/82 16 mil 590
como Deputado federal eleito pelo povo do Estado do Rio de Janeiro, resi- - novembro/82 23 mil 226
dindo em bairro próximo dos signatários do memorial, conhecendo de perto
os seus problemas, tenho o dever de ficar ao lado destes irmãos. O pagamento do abono, na hipótese acima, ficaria assim:
Lamento, Sr. Presidente, trazer este assunto à Câmara dos Deputados,
em Brasília, mas a falta de atenção do Prefeito de minha cidade obriga-me a Nascidos em: 1981 1982
este gesto. Pode ser que após este pronunciamento aquela autoridade resolva Janeiro Ii mil 850
sair da sua torre de marfim e ouvir os moradores. Fevereiro Ii mil 850
Era o que eu tinha a dizer. Março Ii mil 850
Ahril li mil 850
o SR. CELSO PEÇANHA (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discur- Maio 16 mil 590
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero saudar, com todo entusiasmo, o Junho 16 mil 590
Professor Edvaldo Alves da Silva, Diretor-Presidente da Rede Capital, e to- Julho 8 mil 464 16 mil 590
dos os que trabalham e integram a equipe daquele sistema de comunicação Agosto 8 mil 464 16mil590
pela inauguração, hoje, em Brasília, da Televisão que se incorporará à vasta Setembro 8 mil 464 16 mil 590
Rede que se estende por todo o Brasil. Outubro 8 mil 464 16 mil 590
Diariamente, a partir das 6:30 horas, começo a ouvir noticiário completo Novembro II mil 850 23 mil 226
de todas as Capitais e de centenas de cidades, através da Rede Capital, pelo Dezembrq II mil 850 23 mil 226
Programa 360 Graus. Desde cedo, tomo conhecimento das atividades nacio-
nais de quase todos os Estados, em todos os setores das atividades humanas, e Esses cálculos demonstram, à saciedade, a discriminação de que são víti-
ainda me coloco inteiramente a par do que se passa em todo o Mundo. Ouço mas os ·participantes do PIS-PASEP nascidos no primeiro se~estre, pois,
crônicas lapidares, da lavra de jornalistas cultos, e me coloco inteiramente a dentro do mesmo período, receberão menos do que os que vieram ao mundo
par do que vai pelo País. na segunda metade do ano.
Agora, o criador daquela Rede vai inaugurar em Brasília uma Televisão. Temos para nós que o abono aos nascidos·entre os meses de janeiro aju-
Já estou certo do êxito que alcançará e envio-lhe felicitações pelo evento. nho deveria ser pago até 20 de julho, evitando a discriminação vigerite.
Aproveito a oportunidade para focalizar outro assunto. Por esse motivo, solicitamos aos responsáveis pela nova sistemática de
Sr. Presidente, Srs. Deputados, instalou-se em São Paulo a 6- Convenção pagamento do 14" salário, particularmente à direção da Caixa Econômica Fe-
Nacional do Microfilme, sobre o patrocínio da Associação Nacional do Mi- deral, que as tabelas sejam revistas, a fim de que não sejam prejudicados os
crofilme. Neste conclave, rcúnem-se representantes de 19 Estados, de Empre- participantes nascidos no primeiro semestre de cada ano.
sas públicas e privadas e de Entidades dos Governos Federal, Estaduais e
Municipais. Todos eles cstão com o pensamento voltado para os problemas O SR. CARDOSO FREGAPANI (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte
da Microfilmagem e cstão debatendo todos os assuntos ligados ao tcma cen- discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a minha íntervenção, no dia de
tral, para, ao final, apresentarem conclusões, quc serão levadas ao Governo, hoje, na tribuna desta Casa é para registrar a apreensão e a angústia dos Srs.
e, possivelmente, serão apresentadas nesta Casa para conhecimento 1I0s Con- Abílio Aloysio Kuhn e José Nélson Beppler, respectivamente Presidentes do
gressistas. Sindicato dos Trabalhadores Rurais das cidades de Cruzeiro do Sul e Bom
Estou certo de que nosso País, neste setor, já utiliza as modernas técnicas Retiro do Sul, no meu Estado, o Rio Grande do Sul, diante do impasse criado
de armazenamento e informações de dados, através da Microfilmagem. pela falta de normas necessárias para pôr em prática as mcdidas determina-
A solenidàde de abertura do Congresso foi presidida pelo DL Josué AI.' das pela Portaria n Q 2.576, de 22 dejulho de 1981, expedida pclo Ministério
ves Ribeiro Chagas, Presidente da Associação Nacional do Microfilme, tendo da Previdência e Assistência Social, que revogou a Resolução F /CD n9 14, de
os convencionais sido saudados pelo Dr.Antônio Paulo de Andrade e Silva, 29-11-74. do ex-FUNRURAL.
Presidente para a América Latina do IMe. Ora. Sr. Presidente e Srs. Deputados, essa demora é injustificável, visto
Regozijo-me, pois, em nome da Câmara, com este evento e espero que que no item 4 da referida Portaria consta o seguinte: "A presente Portaria en-
ele obtenha resultados excelentes no campo científieo e da especialidade. Do trará em vigor a partir de 19 de agosto do corrente ano (1981), revogadas as
congraçamento dos técnicos de todo o País, em torno de objetivos comuns da disposições em contrário." Ass.: Jair Soares.
micografia nacional, hão de surgir novas idéias que colocarão nosso País em Com muita razão, os dirigentes sindicais dos trabalhadores rurais estão
posição de destaque. desorientados e apreensivos, pois não sabem qual a orientação a ser dada aos
Com estas palavras saúdo todos que se dedicam à microfilmagem no associados.
Brasil.
Sem qualquer sombra de dúvidas, essa portaria foi uma das grandes con-
quistas e vitórias conseguidas pela classe dos trabalhadores rurais do País, eis
o SR. MAURICIO FRUET (PMDB - PRo Pronuncia o seguintediscur- que a mesma faz justiça ao isentar toda e qualquer participação do trabalha-
50.) - Sr. Presdente, Srs. Deputados, num país onde mais da metade da po- dor rural na assistência médico.-hospitalar, quando em segundá classe.
puiação economicamente ativa percebe remuneração mensal equivalente ao Outra preocupação também lembrada pelos ilustres Srs. Presidentes dos
salário mínimo, enfrentando, por conseguinte, toda sorte de dificuldades para Sindicatos dos Trabalhadores Rurais das cidades de Cruzeiro do Sul e Bom
sobreviver, é inegável a importância do denominado 149 salário, concedido Retiro do Sul, importantíssima, é o fato de que, com urgência, deve o
aos trabalhadores de baixa renda através do PISePASEP, na forma da Lei INAMPS orientar os hospitais e seus profissionais de como será suprida a ar-
Complementqr n" 26, de li de setembro de 1957, e legislação subseqüente. recadação que advinha da taxa de participação do trabalhador rural produtor
Ocorre, no entanto, que recentemente a Caixa Econômica Federal alte- no custeio da prestação de assisténcia médico-hospitalar, determinada pela
rou o sistema de pagamento do referido abono, prejudicando substancial- Resolução F /CD n" 14, de 29-11-74, agora revogada pela Portaria Ministerial
mente parcela ponderável dos participantes nascidos entre os meses de janei- n° 2.576. de 22-7-81.
ro a junho. Essa demora de orientação, indubitavelmente, acarretará a falta de re-
E que, pelo novo sistema de pagamento, esses participantes somente per- cursos financeiros aos hospitais credenciados, impossibilitando os mesmos de
ceberão o 149 salário em 1982, o que se nos afigura inadmissível, não receben- dar continuidade ao atendimento médico-hospitalar, podendo inclusive acar-
do o abono referente ao exercício de 1981. retar uma renúncia geral dos convênios existentes.
Em verdade, criou-se uma odiosa discriminação aos nascidos no primei- Encerro, Sr. Presidente e Srs. Deputados, diante dcssa realidade irrefutá-
ro semestre de cada ano, como se culpa tivessem por não terem sido concebi- vel, reivindicando do Sr. Ministro da Previdência e Assistência Social que de-
dos em época que permitisse seu nascimento na segunda metade do ano ... termine, com a máxima urgéncia, sejam cxpedidas as necessárias medidas
Aliás, mesmo que o salário tenha sido reajustado em 1981, esses traba- para que lielmente sejam cumpridas as normas estabelecidas pela Portaria
lhadores licarão em situaçãó de inferioridade com r.elação aos nascidos no se- Ministerialn Q" 2.576. de 22-7-8 I, de sua Pasta, aliás, determinaçào essa cons-
gundo semestre. tante do item 3 da mesma.
8474 Quinta-feira 27 ÓIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

Lamentavelmente, essa demora, injustificada e inexplicável, eis que a público, que só tem um reajuste anual, esse mesmo muito inferior ao aumento
mesma passou a vigorar a partir de 19 de agosto do corrente ano, não pode real do custo de vida?
perdurar mais, pois já está trazendo muita apreensão, angústia e total deso- Além disso, esse propalado aumento semestral é ilegal, pois o contrato
rientação aos dirigentes dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Estado de aquisição da casa própria através do BNH não contém cláusula alguma
do Rio Grande do Sul, bem como aos seus associados. prevendo aumento semestral.
E chegada a hora de se ter maiores ,esponsabilidades com a classe traba- Nobres Colegas, o BNH, que na idéia original deveria aplicar sem in-
lhadora brasileira, que, lamentavelmente, ao longo desses 17 anos de ditadura tenção de retorno, terminou, em poucos anos, tornando-se a segunda insti-
e obscurantismo, foi por demais espezinhada e maltratada, encontrando-se tuição financeira do País. Com o último reajuste, ficou ainda mais nítida a
hoje desestimulada, descrente e desesperançada. farsa: o Banco perdeu as suas finalidades sociais e tornou-se uma instituição
Portanto, essa demora, motivada pela falta da el\pedição das necessárias meramente comercial. Seu dinheiro foi utilizado, através dos anos, para as
medidas para o fiel cumprimento das normas estabelecidas pela Portaria n 9 mais diversas finalidades, desde empréstimos jamais saldados para Municí-
2.576, do Ministério da Previdência e Assistência Social, que veio ao encontro pios dominados pelo partido do Governo, até, e principalmente, para a cons-
dos mais lídimos anseios da classe trabalhadora rural, que sanou uma dis- trução de prédios de alto luxo.
torção de Lei, injustificada e desumana, traz à referida classe profunda angús- Se o G.overno não tomar providências em defesa do povo brasileiro, re-
tia e inquietude. duzindo o iníquo índice de aumento das prestações, além de prejudicar seria-
Era o que tinha a dizer. mente sua política antiinflacionária, estará decretando a insolvência das clas-
A SRA. LÚCIA VIVEIROS (PP - PA. Pronuncia o seguinte discurso.) ses média e pobre, que serão obrigadas a devolver os imóveis que, com enor-
_ Sr. Presidente, Srs. Deputados, registro para os Anais desta Casa o meu me sacrifício, tentavam adquirir para suas: famílias.
protesto contra a farsa que é o BNH, que perdeu as suas finalidades sociais. O SR. EDISON KHAIR (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte dIscurso.)
Na avalancha dos desenfreados aumentos do custo de vida que se abate - Sr. Presidente, Srs. Deputados, lamentamos a atitude do Governo Chagas
indiscriminadamente sobre todos os brasileiros, ressalta-se a crueldade atroz Freitas, negando, através de sua administração no Teatro João Caetano, as
com que são majorados os preços dos itens indispensáveis à sobrevivência, dependências do Teatro para a apresentação do Ballet Palestino.
com especial destaqlle para todo e qualquer serviço fornecido pelo Governo, A negativa constitui medida obscurantista, discriminatória, contra um
ou bem adquirido através de sua intermediação. . povo que, despejado de suas terras e propriedades, contudo não perdeu sua
Numa clara demonstração da mais fria e total indiferença com relação à identidade nacional, sua cultura, suas tradições. Pelo contrário, a cultura Pa-
sorte do nosso povo, as autoridades determinam aumentos arbitrários e ex- lestina é das mais ricas do Oriente Médio e afirma a perenidade daquele povo.
torsivos nas tarifas de fornecimento de energia, dos telefones, da água, dos E lamentável que o Governador Chagas Freitas use a Administração
transportes, dando a nitida impressão de que as empresas fornecedoras de para perseguir uma manifestação de cultura, como é o Banet Palestino. Tal
tais serviços não passam de órgãos cuja principal destinação é a voraz procu- atitude tem inspiração fascista e só favorece os escusos interesses sionistas,
ra por lucros rápidos. que, não satisfeitos em executar uma política de usurpação no Oriente Médio,
Nesse diabólico cenário, onde a vítima impotente é sempre a mesma, isto ainda procuram - e o que é pior, conseguem - aliados aqui no Brasil, no
é, o povo, salienta-se o papel do BNH, que acaba de lançar a última pá de c~l Rio de Janeiro.
no sonho de praticamente todos os brasileiros de atenderem a uma das maIS Odiosa, sob todos os aspectos, a negativa, motivada por pressões es-
básicas necessidades inerentes ao ser humano, ou seja, a do abrigo. Com o au- púrias, do teatro da Administração Estadual, pois já havia sido cedido ante-
mento de 72,84 por cento decretado para o ajuste das prestações da casa pró- riormente. (Muito bem!) .
pria, acabou-se esse sonho.
O SR. AROLDO MOLEITA (PDS - PRo Pronuncia o seguinte discur-
Já em agosto do ano passado, quando as prestações do BNH aumenta- so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apenas 10% das propriedades agrícolas
ram 55,06 por cento, o número de inadimplentes subiu a 20 por cento entre os existentes no Estado desfrutam dos benefícios gerados por sistemas adequa-
mutuários. Hoje este percentual subiu para 25 por cento, conforme reconhece dos de abastecimento de água.
o próprio Ministro do Interior, Sr. Mário Andreazza. Com vistas a alterar essa realidade e consciente da essencialidade da área
Em dezembro daquele ano, o Presidente da Confederação do Comércio de saúde pública para o inremento e difusão do bem-estar social, O' governo
em Minas alertava que a elevação exagerada das prestações levaria. os mu- do Paraná vem concentrando esforços e recursos para ampliar de modo apre-
tuários a venderem suas casas ou devolvê-Ias aos agentes financeiros. ciável a oferta dos serviços de saneamento requeridos pela população rural.
Apesar disso, vem o Presidente da ABECIP, Sr. Alfredo Stockler, e de- Com a expansão dos serviçso de água tratada, pretende-se reduzir, no
clara, há bem pouco tempo, que os agentes financeiros não querem tirar a meio rural, o índice de doenças infecciosas provocadas pelo consumo de água
casa de ninguém. Talvez o ilustre cidadão ignore que os pedidos de rescisão contaminada e proveniente de fontes desprovidas de condições suficiente-
de contrato cstào crescendo assustadoramente,. pois, segundo o juiz Nílton mente seguras para garantir níveis aceitáveis de saúde à população do campo.
Mondego, da 14' Vara Civil, a Justiça vive atualmente em função de Melhorar as condições de vida do meio rural com serviços de saneamen-
cobrança de débhos. to, significa, também, contribuir para provocar um processo reversivo no fe-
As medidas anunciadas pelo BNH para amenizar o impacto da correção nômeno do êxodo rural, que cresceu assutadoramente nos últimos 30 anos,
monetária não tem outra finalidade a não ser impressionar os mutuários de acarretando uma acentuada disparidade entre o crescimento demográfico dos
boa fé. A adoção da 13' prestação, por exemplo, não passa de um logro, caso setores urbano e rural. .
seja adotada. Feitas as contas, é fácil de se constatar que as prestações não Portanto, propiciando a descontaminação de poços freáticos e minas
baixariam quase nada, deixando dc representar qualquer benefício para o d'água, realizando obras de proteção de manancias e promovendo a correta
mutuário. Por exemplo: uma prestação mensal de 10 mil cruzeiros cairia para disposição dos esgotos sanitários, estaremos contribuindo para reduzir a inci-
9 mil e 166 cruzeiros e 70 centavos. No mês de dezembro, o mutuário, ao in- dência de doenças infecto-contagiosas e o coeficiente. de mortalidade no meio
vés de pagar urna, pagaria duas prestações nesse mesmo valor. A diferença, rural, simultâneamente criando condições adequadas à fixação do homem ao
na mensalidade, seria de apenas 833 cruzeiros e 30 centavos, em nada alivian- seu meio de origem, com a conseqüente desobstrução da infra-estrutura urba-
do suas despesas. na, saturada pelo imenso contingente de imigrantes rurais que vem às cidades
em buscá de melhores condições de vida.
Por outro lado, se o comprador perder seu emprego no meio do ano, Diga-se de passagem que consumir água potável e dispor de meios para
quem lhe garantirá o 13" salário para pagar a 13' prestação? cultivar hábitos de higiene são requisitos mínimos para uma existência digna
A outra idéia de se dilatar os prazos do financiamento também não po- e saudável, direito inalienável de todo ser humano.
dia ser mais desastrosa. A hipótese de se refazer contratos, ampliando em até Todos esses fatores, acrescidos da expressividade do setor primário para-
5 anos o prazo dos financiamentos, é uma solução de curto prazo; pode servir naense, que contribui com mais de 10% da produção agropecuária nacional e
ao BNH, mas não aos mutuários, que terão, no futuro, mais 5 anos de pres- com cerca de 30% das exportações agrícolas do País, fazem com que a criação
tações a pagar com os juros correspondentes. Na verdade, serviria para resol- de um programa de saneamento rural seja uma prioridade inconteste.
ver, segundo o jornalista Fábio Pahim Jr., "um problema que poderá ser, an- Por isso, o Governo do Estado do Paraná criou o "Programa do Sanea-
tes de tudo, do próprio sistema de financiamento, que apresentou uma imper- mento Rural", que, no período de 1981/85, levará os benefícios da água tra-
feição, pois não continha um antídoto para uma correção monetária atualiza- tada e do sistema de esgoto sanitário às populações agrícolas d" Estado.
da, próxima de uma inflação ao nível de 100 ou mais por cento". Beneficiando diretamente ao agricultor, bem como a associações do tipo
Como se não fosse pouco, o Bancl) anuncia a passagem de anual para se- cooperativista rural, o Programa pretende implantar sistemas de abasteci-
mestral do reajuste das prestações do imóvel financiado. Como poderá o mento de água e de disposição correta de dejetos em fazendas localizadas em
comprador enfrentar tamanho acréscimo de despesas? E o funcionalismo todos os municípios onde a SANEPAR mantém escritórios,
Agosto de 1981 DIÃRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8475

É um programa parcimonioso, porque apresenta a vantagem da econo- cional, fundamentalmente, para a realização das reformas· estruturais que se
mia de escala, uma vez que os materiais necessários poderão ser adquiridos fazem necessárias. para colocar o Brasil na senda do progresso e do desenvol-
em grandes lotes para todo o Estado, já que se trata de material padronizado vimento, sem os imensos sacrifícios hoje impostos a toda a Nação. Antes de
e também em uso pela própria SANEPAR,. pensar em extinguir partidos, lutemos todos pelo seu fortalecimento e conso-
Saliente-se que a SANEPAR já vem elaborando uma série de projetos lidação, porque com partidos fortes teremos condiçõe~ melhores de construir
modulares para aproveitamento de mananciais superficiais e subterrâneos, a democracia que queremos.
surgentes ou não, bem como de módulos de recalque e bombeamento, reser-
O SR. JOÃO HERCULINO (PMDB - MG. Pronuncia o seguinte dis-
vatório, armazenamento, de linhas de distribuição e de disposição de ef1uen-
curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Brasília recebe, hoje, no seu sistema
tes, e outros, para que cada proprietário rural possa escolher aquele projeto
de rádio e televisão, um extraordinário impulso.
que melhor se adapte à sua realidade.
E que se in~ugura, às 18: 15 horas, TV Capital, Canal 8 de Brasília.
A idéia central do Programa é propiciar ao agricultor fácil acesso a um
A solenidade, que contará com a presença das mais altas autoridades do
sistema de saneamento rural eficiente, higiênico e econômico, atendendo a
País, a partir do Sr. Presidente da República, é um fato auspicioso, pois, onde
cerca de 490 mil propriedades da zona rural, cuja população é responsável,
quer que se instala a Rede Capital de Comunicação, é ela, sempre, fator de
em grande parte, pelo bom desempenho agrícola que o Paraná vem apresen-
maior desenvolvimento cultural.
tando ao longo dos últimos anos.
Como SP. pode perceber, todas as condições são favoráveis ao sucesso Isto decorre da filosofia estabelecida por seu fundador e presidente, o
brilhante e dinâmico professor Edevaldo Alves da Silva.
desse programa de grande alcance social, estando sua execução na dependên-
cia exclusiva da liberação dos recursos necessários. Dominou o seu pensamento, naquele instante, o desejo de criar uma po-
derosa rede de rádio e televisão, que cobrisse todo o territôrio nacional, e
Por isso, fazemos um apelo ao Ministro Andreazza, no sentido de que se-
transformá-Ia no prolongamento de sua cátedra universitária e o território
jam liberados, com a urgência imposta pela relevância social da medida, os
nacional, numa imensa universidade de educação, de cultura e de civismo.
recursos reivindicados pelo Estado do Paraná para a execução do Programa
E hoje, graças a Deus, dizemos todos nós, este sonho já é realidade.
de Saneamento Rural, no montante de Cr$ 3,5 bilhões.
A Rede Capital de Comunicação, cobre todo o território nacional, de
Senhores! Se o Governo não for ao encontro do homem do campo,
Roraima ao Rio Grande do Sul, portadora permanente de uma mensagem de
levando-lhe os beneficios do desenvolvimento, ele virá buscá-lo na cidade, au-
mentando a demanda desses serviços públicos nas áreas urbanas, o que é so- paz e de otimismo para o povo brasileiro.
cialmente in desejável. Brasiliense da primeira hora, junto minha voz à de todas as classes so-
Cremos poder contar com a compreensão do Ministro do Interior, no . ciais da Capital da República, para aplaudir a Rede Capital de Comunicações
, atendimento à presente reivindicação, porquanto o programa ao qual nos re- e o Professor Edevaldo Alves da Silva, agradecendo-lhes mais esta contri-
ferimos, além de ter alto sentido social, enquadra-se perfeitamente nos objeti- buição inestimável para o progresso e a divulgação de nossa encantadora Ca-
vos e metas preconizadas pelo Governo Federal, de levar ao homem do cam- pital. (Muito bem!)'
po melhores condições de saúde e conforto, de modo a elevar sua renda pes- OSR. OCTÁVIO TORRECILLA (PDS - SP. Pronuncia o seguinte dis-
soal, e, dessa forma, propiciar uma conseqüente melhoria da qualidade de curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta tribuna, voltamos a focalizar
vida das populações rurais brasileiras. (Muito bem!) um assunto objeto de pronunciamentos que já fizemos, ou seja, o uso do bio-
gás.
O SR. JÚLIO COSTAMILAN (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte dis-
Assim é que o jornal Folha de S. Paulo. edição de 23-8-81, página 29,3 9
cnrso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, assunto que nos últimos dias vem
caderno, seção interior (recorte anexo), destacou os planos da CORAB-
ocupando as atenções de setores políticos da Nação é o da proposta formula-
Bauru c da Prefeitura de Americana, tratando, respectivamente, do desenvol-
da pelo Deputado Magalhães Pinto de extinção dos partidos. A posição do
vimento de projetos para o uso do biogás e da energia solar e do aproveita-
ilustre parlamentar surpreendeu-nos, eis' que nos encontramos todos empe-
mento do gás obtido a partir do lixo, para consumo residencial.
nhados na organização e consolidação das novas entidades partidárias, con-
Focalizando o primeiro caso, esclarecemos que conhecemos pessoalmen-
seqílência da deliberação do próprio Parlamento quanto à iniciativa do Exe-
te o Dr. Vanderlei José Francisco, jovem e dinâmico presidente da CORAB-
cutivo, que, a pretexto de acabar com o bipartidarismo, extinguiu os partidos
Bauru. Acreditamos no sucesso do seu empreendimento, pois cQmpetência
então existentes, ARENA e MDB. E a tarefa de constituir novos organismos também é atributo do professor Paulo Razuk, Diretor da Faculdade de Tec-
partidários não tem sido fácil, principalmente em virtude da legislação vigen-
nologia Educacional de Bauru, a quem os projetos foram confiados.
te, que faz uma série de exigências para o registro respectivo, sujeitando-os
Basicamente, a pretensão é. dotar as casas populares que a empresa está
ainda ao crivo da manifestação popular no pleito· de 1982, para que lhes seja
construindo de sistemas acessíveis de energia. O sistema de captação de ener-
permitido o funcionamento definitivo. Basta que se diga de que apenas dois
gia solar, inclusive, já tem estudos (e implantação) desenvolvidos no Brasil.
partidos, até agora, conseguiram ver deferidos seus pedidos de registro junto
Ao que parece, seu custo é o maior obstâculo para uma adoção em grande es-
ao Tribunal Superior Eleitoral, enquanto outros se encontram em vias de al-
cala, a curto prazo. Quanto ao biogás, entendemos que é um sistema perfeita-
cançar igual objetivo.
mente aplicável de imediato.
E verdade que, ao longo deste trabalho, de organização e estruturação
partidária, surgem propostas do Gove~no incompatíveis com a existéncia do Aliás, é de nossa autoria o Projeto de Lei n 9 4.544/81, o qual dispõe
pluripartidarismo, como é o caso da sublegenda para as eleições de governa- sobre a instalação de biodigestores nos terrenos de loteamentos, introduzindo
dores e outras iniciativas que estão tomando curso neste Parlamento, de cu- dispositivo na Lei n9 6.766 de 19 de dezembro de 1979. Em sua essência. esse
nho casuístico e que visam ao favorecimento unilateral do partido do próprio projeto de lei visa o harateamento do custo da energia utilizada, principal-
Governo. mente, pelas camadas mais carentes da população. Ê um objetivo que vem de
A proposta de extinção dos atuais partidos tem seu fundamento, confor- encontro ao propósito social do Presidente da COHAB-Bauru, Dr. Vanderlei
me sustenta seu autor, no fato de que "a legislação partidária e eleitoral deve José Francisco.
anteceder à formação dos partidos, de sorte a permitir-lhes adequada estrutu- Por outro lado, louvamos e aplaudimos a decisão da Prefeitura Munici-
ração em termos de maior.sintonia com as variáveis doutrinárias e ideológi- pal de Americana, a qual, segundo o Diretor do Departamento de Obras e
cas da sociedade política". Aqui se coloca a nossa estranheza com a proposta Serviços Urbanos (DOSU), Eng9 Belquior da Silva, está convocando empre-
do Sr. Magalhães Pinto, quando é sabido o esforço dedicado pelo mesmo ho- sas a apresentar propostas para solucionar o problema da destinação do lixo
mem público na constituição, organização e finalmente no encaminhamento daquela cidade. Trata-se da execução de um projeto para aproveitamento de
do pedido de registro do partido que hoje integra, o Partido Popular. gás obtido a partir do lixo, para consumo residencial. Diversas vezes, neste
Não queremos acreditar que dificuldades setoriais surgidas para o Sr. plenário, já debatemos e expusemos medidas relativas à implantação de siste- '
Magalhães Pinto estejam a determinar um posicionamento que possa servir, mas desse tipo, especialmente porque poderão favorecer o estudo do uso do
uma vez concretizado no seu objetivo, à inviabilização das eleições em 1982. GLP., um gás nobre, para outro fim, ou seja, como combustível de veículos, ,
A extinção dos partidos agora, a nosso ver, se constituiria no grande pretexto, após, é claro, uma regulamentação técnica e criteriosa do Conselho Nacional
que desde já repudiamos, de adiamento do pleito do próximo ano; pode inte- do Petrôleo. Aliás, comente-se de passagem que o uso indiscriminado e nem
ressar a alguns a sua não realização, mas contraria o interesse de todo um po- sempre cuidadoso do GLP como combustível automotriz está a merecer -
vo, que está desejoso de pelas urnas mudar todo este estado de coisas. assim pensamos - uma régulamentação que, eliminando a atual proibição,
Discordamos totalmente da extinção dos partidos políticos. Defende- facultaria aos interessados executarem perfeitas conversões dos seus veículos,
mos, isto sim. sejam facilitadas as exigências para a constituição dos mesmos, acabando, assim, com os riscos de vida a que se expõem e aos seus semelhan-
para que melhor possam preparar-se para as eleições de 1982, quando, ê cer- tes. Afinal, se diversos países usam o GLP como combustível para seus veícu-
to, as oposições deste País haverão de conseguir maioria no Congresso Na- los, o Brasil também tem condições de adotá-lo legalmente.
8476 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NA('(ONAL (Seção I) ,\gos!o de 1981

Desta forma, reconhe"cendo e incentivando a COHAB-Bauru e a Prefei- Da direita ou da esquerda, são inimigos da democracia, adversários do
tura de Americana a levarem a bom termo seus propósitos, de natureza alta- povo, sequazes da agitação, que não olham o bem comum, mas seus próprios
mente social, tomamos a' liberdade de sugerir que as mencionadas entidade~ interesses grupais, que não coincidem, de nenhum modo, com os da democra-
procurem o apoio e colaboração da Secretaria de Estado dos Negócios da In- cia representativa. -
dústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, que desen- O povo conscientizado sabe que sua única arma é o voto. Se está satisfei-
volve estudos sobre a matéria, Seu titular, o Dr. Osvaldo Palma, tem muito to com os govcrnos, aplaude-os; sc insatisfeito, guarda-se para as eleições,
estudo e experiência sobre as alternativas energéticas e seu empenho nesse quando os substituirá pelo voto livre, seu poder supremo, seu instrumento
sentido tem sido digno de elogios, cívico, sua arma de bom combate, porque "todo o poder emana do povo e em
Acreditamos que os projetos aqui abordados alcançarão sucesso e servi- seu nome é exercido".
rào de exemplo para outras comunidades, Decerto está de pêsames a família baiana, por essa arrancada das forças
Era o que tínhamos a dizer. (Muito bem!) do mal, aliciando a multidão inocente, alimentando-lhe a revolta, a ponto de
levá-la a uma espécie de suicídio econômico, depredando seus próprios bens.
O SR. GERALDO GUEDES PRONUNCIA DISCURSO
Reiterando nosso apoio ao ilustre Governador Antônio Carlos Maga-
QUE, ENTREGUE A REVISAO DO ORADOR, SERA PUBLI-
lhães, fazemos votos para que essas tropelias não se repitam, porque na
CADO POSTERIORMENTE.
Bahia, desde Castro Alves, "a praça é do povo", para os comícios cívicos,
O SR. ANTENIR WERNER (PDS ~ SC. Pronuncia o seguinte discur- não para a baderna.
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, constituída por ocasião do XI Con-
gresso dos Tribunais de Contas do Brasil, em 3 de abril último, e já com seu o SR. SAMIR ACHOA (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)
registro devidamente efetivado, a Associação Nacional dos Ministros; Conse- - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em correspondência recentemente recebi-
lheiros e Auditores dos Tribunais de Contas se constitui numa magnífica rea- da, a Associaçào Brasileira de Fonoaudiologia, sediada em São Paulo, solici-
lidade a serviço do estreitamento dos laços de amizade entre seus integrantes, ta meu apoio para a aprovação do regulamento da profissão de Fonoaudiólo-
em tqrno dos interesses comuns de fortalecimento e maior união de toda a go, tendo em vista os benefícios que da medida advirão não apenas para a ca-
classe. tegoria, mas também e sobretudo para a população, seja a diretamente assis-
Com sede na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, e devendo, tida, seja aquela indiretamente envolvida, que somos todos nós.
paulatinamente, estabelecer dependências nas capitais dos demais Estados Sensibilizaram-me, de maneira profunda, o apelo e a confiança em mim
brasileiros, a Associação Nacional dos Ministros, Conselheiros e Auditores depositada, muito embora possa afirmar, coin sinceridade, que minha po-
dos Tribunais de Contas é uma associação civil, sem fins lucrativos, organica- sição favorável ao projeto independe de tais fatos, por isso que também me
mente dirigida para o revigoramcnto do espírito de classe entre seus associa- tenho preocupado - e muito -, homem de comunicação que sou, com o
dos, contando, para isso, com o concurso da Assembléia-Geral, órgão máxi- problema que aflige um número cada vez maior de brasileiros, em todos os
mo da Associação; do Conselho de Representantes, integrado por 25 recantos do País. .
membros, com mandato de 2 anos, e com uma Superintendência, a quem ca- A importância da Fonoaudiologia está patente, ainda que outras razões
bem as tarefas do âmbito administrativo. não a identificassem, o fato de ser a profissão de Fonoaudiólogo regulamen-
Cumpre registrar, Sr. Presidente, que, na oportunidade histórica em que tada e reconhecida como de utilidade pública em 20 países, onde, há vários
vemos nascer, com intensa vitalidade, mais um importante órgão de represen- anos, é manifesto o interesse pelo problema, que não é somente de uns pou-
tação que validamente se vem incorporar à luta em favor de antigos interesses cos, mas da própria sociedade.
da classe, nos é possibilitado reconhecer e afirmar que a proflcua reunião em Entre nós, os profissionais da atividade vêm sofrendo a concorrência de
um só órgào de tão beneméritas autoridades do País concorrerá, seguramen- pessoal inabilitado, além do aviltamento da remuneração, incompatível com
te, também para o exame e o debate de relevantes temas que compõem o· ce· a realidade.
nário da vida pública nacional. Trata-se - e isso já foi dito aqui e está consignado no próprio projeto de
Ao manifestarmos desta tribuna nossa admiração e respeito aos vitorio- lei a que reitero meu total, meu irrestrito apoio - de profissional universi-
sos idealizadores da Associação nacional dos Ministros, Conselheiros e Audi- tário, que atua na área da comunicação oral, escrita e auditiva, desde a ava-
tores dos Tribunais de Contas do Brasil, desejo igualmente cumprimentar, em liação e o tratamento da deficiência, até a prevenção, a pesquisa e o aper-
nome desta Casa e no meu próprio, a pessoa de seu ilustre Presidente, DI. feiçoamento dos padrões da fala e da audição.
Wilmar DalIanhol, e todos os demais membros da I' Diretoria eleita, ao mes- E a oportunidade para a aprovaçào do projeto nào pode ser mais apro-
mo tempo em que auguramos os mais sinceros votos de sucesso e intensas priada, porquanto vivemos o Ano Internacional das Pessoas Deficientes.
realizações, para a nova entidade. (Muito bem!) Destarte, Sr. Presidente, Srs, Deputlldos, aO hipotecar meu apoio ao pro-
jeto em tramitação, com a redação aprovada pela Comissão de Trabalho e
O SR. ALCIDES FRANCISCATO (PDS - SP. Prouncia o seguinte dis- Legislação Social, apeJo para todos os membros desta Casa, para que, inde-
curso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ninguém nega que estamos enfren- pendentemente do Partido a que pertençam, aprovem a matéria e garantam,
tando uma das maiores crises econômico-financeiras da nossa· história, maiO! assim, a atividade de uma categoria, cuja importância não pode e não deve
do que aquela que nos afligiu de 1930 a 1935, porque, também, o País cresceu ser negada, ou, mesmo, diminuída.
muito, de pouco mais de trinta milhões para cento e vinte milhões de habitan-
tes, com um apreciável desenvolvimento industrial, chegando pelo menos a o SR. ANTONIO UENO (PDS - PRo Pronuncia o seguinte discurso.)
dez milhões de pessoas as que dependem diretamente de uma ou outra ativi- - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ocupando pouco mais' de 2,3% do terri-
dade fabril. tório nacional e possuindo apenas 6,4% da população do País, o Estado dn
Naquela época, mais de três quartos da nossa população se encontrava, Paraná contribui de forma significativa para a solução dos problemas nacio-
na lavoura, consumindo o que produzia, o café em crise, mas o algodão inva- nais de abastecimento de gêneros alimentícios, além de responder por grande
dindo São Paulo e alimentando a nossa indústria têxtil, ali, no Rio de Janeiro, parte das exportações agrícolas do País, participando, dessa forma, nos es-
em Pernambuco e MilÍ,,; Gerais. Cidades como o Recife e Salvador não ti- forços para reduzir as tensões inflacionárias e para minimizar pressões adicio-
nham mais de cem mil habitantes e hoje superam a casa do milhão. nais ao balanço de pagamentos, oriundas da importação de produtos alimen-
Pois é justamente de Salvador que nos chega a notícia de um "quebra- tares.
quebra", de uma v,erdadeira insurreição popular, na depredação de ônibus e Também no campo industrial poderá ser intensa a participação do Para-
bens públicos, como protesto ao aumento dos preços de passagens. ná no esforço nacional de desenvolvimento, tanto em função da abundância
Nesta oportunidade, SI. Presidente, quero hipotecar minha solidarieda- de matéria-prima, como em decorrência da disponibilidade de mão-de-obra,
de ao Governador Antônio Carlos Magalhães, que se houve com serenidade, das potencialidades do mercado local e da infra-estrutura existente.
sofrendo os arruaceiros, na ocasião das tropelias, o mínimo de violências, E uma opção lógica e natural a complementação da atividade agrícola
mantida a' ordem, a muito custo, pela polícia civil e militar. com a implantação de unidades fabris que, absorvendo a matéria-prima local
O povo deve capacitar-se, de uma vez por todas, de que o Governo não e estimulando atividades subsidiárias ou correlatas, dinamizem o aparelho
gera reCursos, apenas distribui, pelas obras e serviços públicos, o que arreca- produtivo do Estado, gerando novos empregos e trazendo níveis mais eleva-
da do próprio povo. Então, quando este, enfurecido, depreda o patrimônio dos de bem-estar à população.
público, está cortando na própria carne; destruindo seus próprios bens, que Neste contexto, a indústria têxtil é uma alternativa que encontra, no Pa-
serão, amanhã, restituídos às custas dos contribuintes. raná, todas as condições de viabilidade necessárias ao sucesso do empreendi-
No meio dessa baderna, no fulcro dessas desordens, encontram-se algu- mento. Este ramo, além de permitir o desenvolvimento de atividades em ca-
mas dezenas de agitadores profissionais, desdenhosos radicais, desejosos em deia, abrangendo o beneficiamento primário, fiação, tecelagem, tingimento e
tumultuar o mais possível a vida nacional. confecção, gerando alto valor agregado, abre a perspectiva da criação de inú-
Aao-t0 de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8477

meros novos empregos e, portanto, vem ao encontro das expectativas do meu modo de trabalhar essas atitudes de agravo a quem quer que seja. Nestes
povo paranaense. longos anos de efetivQ trabalho, como representante de uma laboriosa gente
A posição ocupada pelo Paraná, de maior produtor de algodão do País, que me vem renovando sua confiança, nada mais fiz senão procurar corres-
com uma participação de aproximadamente 31% da produção nacional, con- ponder a essa confiança, oferecendo à comunidade da Baixada tudo que poS'-
fere ao Estado condições favoráveis à expansão da indústria têxtil, suo de melhor cm dedicação e labor, atcnto aos seus problemas e soluções
permitindo-lhe oferecer manufaturas têxteis a um custo relativamente baixo. possíveis.
Entretanto, apesar de o Paraná ser o maior produtor de algodão do Bra- Várias administrações de nossa cidade mereceram todo o meu apoio,
sil - tanto in natura, como beneficiado - apresenta a insignificante partici· pois sempre visei aos interesses do povo e não à cor partidária dos que esta-
pação de 2% na indústria têxtil brasileira, se considerarmos apenas as proces- vam no comando.
sa(Joras de algodão. Para isto, não preciso de provas.
Perguntamos, então: por que um Estado que tem condições para um am- Não vejo necessidade de discutir o óbvio. Estão aí as classes trabalhado-
plo desenvolvimento da indústria têxtil apresenta baixa ponderação nesse se- res, sindicatos, federações, ilustres pares da Câmara Municipal" e todos os
tor industrial? executivos que comandaram os destinos de Santos nestes últimos trinta anos.
A resposta a esta questão encontramos no excesso de incentivos federais
Também não estou nesta tribuna para defender o Dr. Paulo Gomes Bar-
dirigidos para a Região Nordeste, os quais resultam numa soma de vantagens
bosa, pois, a meu ver, ele nada tem para se defender. Inclusive, pessoalmente,
que, não apenas favorecem o desenvolvimento da indústria têxtil naquela re-
considerei acertada sua atitude, não comparecendo ao debate público a que
gião, mas tamb6m, na prática - e aqui está o foco da questão- impossibili-
foi convidado pelo Deputado Del Bosco. Debate que possivelmente seria iní-
ta que a mesma possa ·ser implantada e/ou ampliada em outros locais, sob
cio de uma seqüência inoportuna.
pena de não poder competir, interna ou externamente.
Seria perda de tempo levar assuntos pessoais à praça pública e espetácu-
Visando desenvolver um programa de industrialização para o Nordeste,
lo muito desagradável para o vjsual e scnsibilidade deum povo essencialmen-
incluindo entre sua prioridades a indústria têxtil, o Governo Federal reduziu
te bom, laborioso e ordeiro. Tempo é algo muito precioso e um administra-
e/ou suspendeu os incentivos às indústrias têxteis em qualquer outra região
dor dele carece para programar e organizar suas metas. Discutir com sua
do Brasil através de um conjunto de instrumentos legais superpostos.
A situação, portanto, é constrangedora para os demais Estados da Fede- equipe de auxiliares. Buscar recursos para concretização dessas metas etc.
ração, porque qualquer empresa que pretenda implantar, ampliar, moderni- Portanto, seria um desperdício dessa preciosidade.
zar ou mesmo relocalizar uma fábrica fora do Nordeste, fatalmente irá depa- O povo irá julgar o Dr. Paúlo Gomes Barbosa ao fim do seu Governo.
rar com a barreira legal protecionista, que tornará seus custos bem mais ele- Pouco importa o apelido que lhe dêem - nomeado, alcaide, burgo-mestre
vados que os obtidos pela indústria têxtil nordestina, o que elimina sua com- etc. O fato é que não foi ele o inovador desse tipo de administração. E o fato
petitividade e inviabiliza sua'participação no mercado, tanto nacional, como, verdadeiro e real é que o Dr. Paulo Gomes Barbosa é cidadão trabalhador e
e principalmente, internacional. muito tem feito pela cidade. Que deseja ainda realizar grandes objetivos e a
Entendemos que a concentração de esforços em medidas de apoio à ace- isso se dedica tenazmente, com entusiasmo e dinamismo. Confio nele, confio
leração do processo de desenvolvimento em regiões mais carentes é absoluta- na indicação do Govcrnador Paulo Maluf e na alta decisão do Governo Fe-
mente necessária ao crescimento harmonioso do País e à difusão equitativa deral que referendou essa nomeação, e ao término de seu Governo pretendo
dos benefícios do progresso. Porém, não podemos concordar com o fato de as juntar-me ao povo santista e aplaudi-lo.
demais regiõcs do País serem excluídas da política federal de incentivos à in- Como a todos os outros Prefeitos, eleitos QU nomeados, lhe darei todo o
dústria têxtil, principalmente no caso de regiões, como o Paraná, que apre- apoio possível. E junto ao futuro Prefeito (que espero seja eleito pelo povo),
sentam excepcionais condições para o desenvolvimento desse ramo fabril. se Deus me conservar a vida e a saúde, continuarei este mesmo trabalho, ob-
Além disso. as éaracterísticas do algodão paranaense são as fibras mê- jetivando tào-somente o progresso e o desenvolvimento da cidade de Santos é
. dias e curtas, enquanto que o Nordeste opera na faixa de fibras longas, volta- o bem-estar de sua gente.
das para fios de titulação mais fina, destinados a tecidos mais nobres. Dessa Cada cidadão é livre para recorrer às medidas que lhe apraz para se sen-
forma, os têxteis paranaenses não apresentariam qualquer ameaça de concor- tir em paz consigo mesmo. Assim, o nobre colega Del Bosco pode recorrer à
rência para o produto nordestino. Justiça e requerer a devassa pretendida. É um direito que lhe assiste.
O Estado do Paraná já não pode mais ater-se exclusivamente à atividade Um apelo ao meu amigo, Prefeito nomeado de Santos,. Dr. Paulo Gomes
de produtor e repassador de matêrias-primas. O momento atual requer o es- Barbosa: aproveite o seu tcmpo; use-o na medida certa para as coisas certas, e
tabelecimento de um parque industrial forte e competitivo, que além de pro- vá em frente. Não receie as críticas e possíveis ofensas. Elas fazem parte, inde-
piciar progresso à Nação brasileira, contribuapara solucionar o problema da fective1mente, da análise de qualquer administrador. Ninguém neste planeta
absorção da crescente oferta de mão-de-obra. que, hoje, exige do Estado a consegue atender a todos os anseios; ninguém consegue agradar a todos. Nem
criação de mais de 150 mil novos empregos anuais. Para isso muito poderá o próprio Cristo foi exceção.
contribuir o fomento à indústria têxtil paranaense.
Acontede, porém, que qualquer pretensão nesse sentido é obstaculizada O SR. GIÚIA JÚNIOR (PDS - SP; Pronuncia o seguinte discurso.)-
pela legislação vigente, constituída por atos isolados, válidos para situações e Sr. Presidente, Srs. Deputados, sempre reputei tarefa sobremodo difícil a· di-
ocasiões específicas, mas que acabou formando um elenco negativo para a reção dos negócios públicos da matróp<ile paulista, pois a verdade é que a ca-
atual conjuntura. pital do meu São Paulo é Ul)1 estado dentro do Estado. Nem exagero afirman-
Para solucionar esse problema, não bastam os esforços desenvolvidos no do que administrar a cidade de São Paulo é serviço mais áspero e complexo,
âmbito nacional. Ê necessário que o Governo Federal tome providências no mais duro e mais absorvénte do que conduzir algumas das Províncias que
sentido de complementar, com medidas de sua alçada, os esforços a nível de constitucm a grande pátria comum.
~~ . A capital bandeirante tem todos os problemas que o comum dos Estados
têm, e muitos outros mais, a começar por sua extraordinária concentração
Por isso, fazemos um apelo às autoridades responsáveis pela área econô-
populacional, população imensa, multivária, amplamente necessitada de cui-
mica do País, no sentido de que sejam eliminados os mecanismos inibitivos à
dados e carinhos diuturnos.
implantação de nCOlvas indústrias têxteis no Paraná, bem como aqueles que
Governar a cidade de São Paulo, comandando-a bem, atendendo-lhe os
~restringem a expansão das unidades já instaladas no Estado.
urgentes reclamos, dando-lhes as soluções quc ele precisa e cuidando miuda-
Acreditamos que os ilustres mandatários aos quais nos dirigimos, preo-
mente de suas amplas necessidades - governá-la assim é um êxito que consa-
cupados que estão em promover a justiça entre as unidades da federação, to-
gra um administrador.
marão as necessárias providências para corrigir as distorções que acabamos
Manda a justiça se diga que o Prefeito Reinaldo de Barros, em momento
de apontar, atendendo a esta justa reivindic~ção do povo paranaense.
difícil convocado para as eminentíssimas funções pelo descortino do Gover-
O SR. ATHUt COURY (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)- nador Paulo Maluf; manda a justiça se diga e se repita que o Prefeito Reinal-
Sr. Presidente, Srs. Deputados, precisamente no dia treze de agosto do cor- do de Barros vem se constituindo numa autêntica revelação de administrador
rente, o nobre colega Del Bosco do Amaral - meu amigo - usou desta tri- e de político, servindo amplamente a sua cidade como seu extraordinário ge-
buna, com o objetivo de criticar o Prefeito de Santos, Dr. Paulo Gomes Bar- rente e conciliando as divergências políticas com o seu tino de verdadciro ho-
bosa, c a este Parlamentar que lhes fala, considerando "infelicidade" o fato mem de Estado.
de haver apoiado nosso jovem executivo. Toda a Nação brasileira - e, de resto, o fenômeno é mundial - vive ho-
Não estou aqui para revidar as palavras do ardoroso orador santista, ras de dificuldades, sobretudo e acima de tudo no campo financeiro. Os Mu-
pois são já reconhecidas suas posições de sitemática oposição. Não consta do nicípios, os Estados e o País - todos o sabemos - se debatem na crista do
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agitado mar das ondas inflacionárias. E a administração da coisa pública, Ora, a crise - por mais atraentes que sejam outras desculpas - decor-
como da coisa particular, sofre as doridas conseqüências do fato. . reu, na verdade, da situação calamitosa em que, por defeitos de adminis-
Pois ainda mesmo assim, com uma argúcia e uma vigilância inexcedíveis; tração, se encontra a Previdência Social. Enquanto os Ministros Jair Soares e
com uma preocupação constante pelo bem-comum e cumprindo horários de Delfim Netto aparentemente se entendiam, numa solução monetarista, que
trabalho que extrapolam, de muito, das horas legais; com desdobrado zelo e implicava em maiores sacrifícios para os trabalhadores, parece que o General
com planejamento minucioso, o Prefeito Reinaldo de Barros vem colhendo Golbery do Couto c Silva percebeu, desde logo, que o pretendido aumento de
resultados magníficos na solução dos muitos problemas que gravam a vida contribuição apenas uniria patrões e operários cOntra a solução.
paulistana com tantas dificuldades. Hoje só resta ao Governo, se deseja aprovada sua proposição, aumen-
A capital paulista é, hoje, um canteiro de trabalho, uma forja onde a ati- tando em vinte e cinco por cento as contribuições, apelar para o decurso de
vidade criadora e realizadora não descansam. Os dinheiros públicos são apli- praw, porque os representantes governistas decerto evitarão apoiar medida
cados com extraordinário equilíbrio c visão das necessidades coletivas, dentro de tal ordem antipopular. .
de um clima de paz política que enobrece a atividade realizadora do Prefeito Na verdade, os empresários já advertiram que repassarão o aumento
Reinaldo de Barros. para os preços das mercadorias, como um imposto geral lançado à popu-
A Prefeitura de São Paulo, historicamente, tem sido um celeiro de notá- lação, pago por todos os contribuintes da Previdência Social.
veis administradores. Nas muitas repúblicas que temos tido, batidos, aqui e Depois disso, como pensar em vitória nas eleições do próximo ano?
ali, pelo fragor de movimentos populares, sempre conseguiram se notabilizar, Paralelamente, virão novos aumentos dos preços de combustíveis; serão
em São Paulo e no Brasil, alguns dos nomes a quem o destino incumbiu de di- retirados todos os subsídios para o consumo: o crescimento da oferta de gêne-
rigir a grande metrópole. ros de primeira necessidade dependerá de maior auxílio creditício e garantia
O Pref~ito Reinaldo de Barros inscreve, brilhantemente, o seu nome de de preços mínimos à lavoura.
renomado técnico como exímio administrador e atuante político no extenso Em suma, não se enxergam, nos horizontes econômicos, perspectivas de
rol daqueles que passaram pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. E o menos melhoria, a menos que se corrija o modelo econômico monetarista, enquanto
que o observador justo 'dos fatos pode dizer é que o governante da Paulicéia o ônus tributário seja distribuído mais fortemente pelos que ganham mais,
já apresenta todas as credenciais para novos e mais importantes trabalhos e como sucede com os banqueiros que, no primeiro semestre do ano, consegui-
funções dentro da vida pública de São Paulo e do Brasil. ram ganhar quatrocentos por cento, havendo casos de bancos que, em sete
meses, reproduziram o próprio capital.
o SR. PACHECO CHAVES (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte dis- No Ministério a aparente unificação em torno do Sr. Delfim Netto é um
curso. ) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Presidente da Federação do Co- mito, porque ao seu lado apenas estão os Titulares da Fazenda e, com algu-
mércio do Estado de São Paulo, José Papa Júnior, porpôs aos Ministérios do mas discordáncias, da Agricultura.
Trabalho, Plancjamento e Fazenda, reformulações na política salarial e tribu- Quanto ao povo, não confia em nenhum deles, talvez com exceção do Sr.
tária, com o objetivo de "preservar o poder de compra dos assalariados e a Hélio Beltrão, na sua constante luta contra os moinhos de vento da burocra-
saúde financeira das micro, pequenas c médias empresas", quando se vê a cia nacional. Positivamente, sem urna reforma ministerial não há como se
classe média perdendo gradativamente poder econômico e político. pensar em política de mão estendida!
A proposta defende os reajustes semestrais de salários, mas pede o índice Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.
único para todas as faixas de renda, com base num índice regional de preços
ao consumidor. o SR. LÉO SIMOES (PDS - RJ. Prouuncia o seguinte discurso.) - Sr.
Considera-se desaconselhável a utilização da política salarial como ins- Presidente, Srs. Deputados, mais uma vez, desta feita em Bagé, no Rio Gran-
trumento de reposição de renda, dado que "o seu objetivo é a pura e simples de do Sul, o Presidente da República fez um apelo à pacificação política na-
reposição do poder de compra dos salários, ficando sua elevação real por cional, oferecendo a mão estendida aos seus adversários. Não é a primeira vez
c'onta da promoção individual e da produtividade". que S. Ex~ repete esse gesto generoso, em nome da conciliação geral, que só
Na verdade, todas as faixas devem ser defendidas contra a inflação, pode ser benéfica ao País, principalmente numa grave conjuntura econômico-
veriricando-se que o reajustamento do INPC mais dez por cento para os sa- financeira.
lários mais baixos provocaram "um estímulo à ineficiência e uma queda gra- Em muito melhor situação vivíamos, sem dívida internacional, com
dativa do salitrio médio desses grupos, ao contrário do que se pretendia, na grandes créditos na Inglaterra, estável a moeda, quando o Marechal Dutra
medida em que a rotatividade aumentou pela retração do mercado". fez, com o líder da UDN Otávio Mangabeira, um Governo de coalízão, de
Indicando uma comp.:nsação por medidas nas áreas tributárias e da Pre- que resultou um dos mais profícuos qüinqüênios administrativos no País,
vidéncia Social, o Sr. Papa Júnior sugere a aplicação de uma tabela progressi- com grande paz social, apesar de colocado o Partido Comunista na ilegalida-
va para a contribuição ao INPS, partindo a alíquota dos atuais oito por cen- de. . '
to, até um teto de contribuição, crescendo conforme o salário. Tivemos a rodovia Presidente Dutra, ainda hoje a mais importante ar-
Aliás, o assunto será decidido finalmente pelo Congresso Nacional, en- téria do País, do ponto de vista econômico; construímos Paulo Afonso, fazen-
quanto a fixação de urna sobretaxa para as grandes empresas, discutida na do da CHESF o maior empreendimento hidrelétrico do continente, a obra
Secretaria de Planejamento, sofreu restrições, sob a alegação de que seria difi- que mais serviu ao Nordeste para evitar a completa estagnação econômica. A
cultada a fiscalização, além de atingida~ diretamente as empresas paraesta- ordem pública foi inteiramente assegurada, processaram-se eleições livres e
tais. nunca tivemos uma dívida social nem externa da ordem que estamos enfren-
De qualquer forma, o aumento puro e simples é absurdo, não sendo ad- tando.
missível a oneração dos empregados e, quanto às empre~sâs, necessário um es-
Alguns adversários acham, no entanto, que o Governo estende a mão:
tudo mais detido da proposta apresentada pelo Sr. Papa Júnior, como suges-
sem nenhuma oferta de co-participação administrativa. Ora, isso seria colo-
tão da cI asse interessada.
car o carro adiante dos bois. Nunca o Presidente da República procurou de-
Outra sugestão é a cobrança do Imposto de Renda em bases correntes,
monstrar que o seu Ministério é insubstituível. Tanto assim que, em dois
acabandOoSe com a devolução do excedente, para amenizar a situação da
anos, nada menos de nove ministros foram substituídos. •
maioria dos assalariados. Em dois anos a taxa de crescimento do Imposto de
Renda foi de 3.800%, enquanto as majorações salariais só chegaram a A mão estendida significa o início do entendimento mais amplo, o esque-
520,8%. Eis as duas soluções: reduza-se a ganância do fisco e estabeleça-se o cimento de qualquer espécie de ressentimento dos adversârios. Sob esse as-
IN PC fixo para todos. pecto, ninguém mais confiável que o Presidente Figueiredo, um homem que
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. não guarda rancores, justamente porque não esconde suas inténções, mas as
declara sempre com segurança e clareza, sem atentar à possível repercussão
O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES (PP - RN. Pronuncia o se- desfavorável de algumas delas, como quando, por exemplo, pede mais sacrifí-
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, bem que os partidos da cios do povo, em nome da rápida construção deste País.
Oposição desejariam atender ao apelo do Presidente João Baptista Figueire-
do, recentemente, no Rio Grande do Sul, aceitando a oferta da mão estendida Se os partidos da Oposição atenderem ao gesto de conciliação, dentro
como um convite à coalizão nacional. em pouco tempo diminuirão as dificuldades administrativas, econômicas e
Mas a patética sugestão ocorre justamente quando uma crise no Gover- políticas. Assim, será possível descobrir novas e melhores vocações para o
no afasta o mais eminente conselheiro de S. Ex' agora já plenamente na ini- trato da coisa pública, dando ensejo - evidentemente se comprovada sua in-
ciativa privada, de onde saíra há menos de dez anos, tendo lá colhido os substituíveÍ necessidade - a uma reforma mais ampla dos quadros governa-
maiores sucessos. ~entais e até mesmo .da política econômica.
Agosto de 198i DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào [) Quinta-feira 27 8479

Já a recusa ao gesto, que seria a melhor comprovação da abertura pre- Mas Caxias foi também um político e, como o pai, o Brigadeiro Lima e
tendida, só dificultaria ao País a vitória sobre seus problemas, entre os quais a Silva, ocupou um lugar no Senado, além de ter servido como Ministro do Im-
inflação e a ameaça de estagnação. ' pêrio, notando-se, sobretudo, pela fidelidade ao Imperador, pelo acendrado
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. amor à Pátria, pelo descortino de estadista, pela firmeza da sua fé cristã, pela
conduta com que sempre tratou os adversários.
o SR. AIRON RIOS (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. A Cidade de .Caxias se orgulha de ter, como seu patrono, o mesmo Pa-
Presidente e Srs, Deputados, os tecnocratas estão criando no País aquele im- trono do Exêrcito, líder civil e militar de excelsas virtudes. E só espera, para
passe da famigerada formiga saúva: acabamos com eles ou eles acabam com li comemorar mais dignamente esse evento, quando, no próximo ano, recon-
Brasil. PJr sua vez, a conduta irritante e presunçosa deles assume também pe- quistada sua autonomia, eleger seu próprio Prefeito, como acentecia, no Se-
culiar característica da violência com muitas faces. Esta tragédia, por sua di- gundo Rcinado. no tempo de Caxias, em todos os Municípios brasileiros.
versidad-:, evoca a cabeça de Juno da mitologia grega.
Aos parlamentares, que se empenham no difícil ofício de servir ao seu v - O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Passa-se ao Grande Expe-
Estado c à Nação, resta, algumas vezes, o desabafo quase lírico do protesto. É diente.
disso que cuida a cópia do telex que vai anexada a este pronunciamento: Tem a palavra o Sr. Mendonça Neto.
"Destinatário: Ministro Amaury Stabile O SR. MENDONÇA NETO (PMDB - AL. Sem revisão do orador,)-
Endereço: Ministério da Agricultura Sr. Presidente, Srs. Deputados, nestes tempos de turbulência política, econô-
Esplanada dos Ministérios-BSB-DF mica e social em que vivemos, é preciso reconhecer que a palavra não morreu,
seja a de denúncia, seja a de crítica aos erros que se vêm avolumando nestas
Data: 26-8-81
duas últimas décadas, seja aquela outra palavra falaciosa, enganosa, que a
Causame estranheza assuntos tratados Vossa Excelencia pes- qualquer custo não deseja que saia o negativo do grande retrato social deste
soalmente ct quc mereceram sua educada et explicita atenção não País. Na verdade, estamos na ante-sala de um conflito, por isso as forças po-
tenha obtido a seqüência que me cabia admitir pt Apesar presença pulares e democráticas têm a obrigação de indagar, muito embora as forças
doutor EmiliÇl Carazai audiencia vg por Vossa Excelência convoca- antid.emocráticas, aquelas que querem manter o Brasil sob tutela, pretendam
do et de quem ficaria pendente a continuidade dos problemas que estimular esse processo de retrocesso político, para fazer com que o Brasil
expus vg até hoje nenhuma satisfação me foi dada por esse seu auxi- continue a ser nominalmente um regime democrático, mas, de fato, colonial.
liar pt Havendo tentado contato por telefone sem nenhum êxito vg Sr. Presidente, hoje vou falar sobre o desemprego. O Governo declara
pois sequcr ele foi localizado pt Este pretensioso desapreço não me que as taxas inflacionárias são suportáveis para a economia nacional. No en-
atinge pessoalmente pois encontrome muito acima dos eventuais ca- tanto, sabemos nós - quando digo nós, quero abranger todo o universo bra-
prichos dos tecnocratas que atrapalham a vida da Nação Brasileira sileiro - e qualquer cidadão medianamente inteligente e letrado não desco-
pt Acresce que a reivindicação do Sindicato dos Empregados Rurais nhece que este País está engolfado numa crise, que não é apenas da Previdên-
de Canhotinho em Pernambuco vg cujo projeto técnico foi elabora- cia Social, não é apenas da'reabertura do processo do Riocentro, não ê uma
do pelos assessores da Delegacia Regional daquele Estado nordesti- crise circunscrita ao desemprego. É uma crise da estrutura completamente fa-
no et que deixei em mão.; de Vossa Excelência vg tem sido objeto da lida do regime. Não há patriotismo para reconhecer os erros que se vem avo-
atenção et atendimento desse Ministério vg conforme publicações lumando em nossa Nação, não apenas de parte da oligarquia militar, à revelia
rotinciras no Diário Oficial da União tp Estou certo que Vossa Exe- do cstamento militar, mas também de parcelas ponderáveis da classe política
eeléneia ignora esse descompasso entre os parlamentares et determi- jungidas e submetidas ao sistema. Nota-se a absoluta incapacidade de indig-
nados auxiliares de Vossa Excelência vg pois pessoalmente a sua nação que tomou conta dos setoresque comandam a vida nacional no campo
cordialidadc não tem sofrido descontinuidade pt Não solicitei favo- político, econômico e militar, a absoluta incapacidade de indignação que to-
res pessoais ou especiais porque em verdade coubeme o prazer enca- mou conta do cerne' do homem brasileiro. Talvez o maior crime praticado
minhar justo preito que se engaja na elevada política desse Minis- contra esta Nação, nos últimos 18 anos de regime autoritário, seja este de
tério vg ePl favor das organizações classistas responsáveis pelo pro- procurar dcformar sociologicamente o brasileiro, para que ele deixe de ser um
cesso da produção economica nacional no que se inclui vg evidente- homem que tenha como herança ancestral essa capacidade de indignaçào,
mente vg o Estado de Pernambuco pt Cordialmente Airon Rios De- para tornar-se alguém dôcil, servil, de espinha dorsal flexível, capaz de expli-
putado Federal por Pernambuco." car o inexplicável, capaz de colorir qualquer coisa que aconteça neste País,
capaz de Jazcr uma política externa dita nacionalista, quando neste País, in-
Era o que tinha a dizer.
ternamente, impera um colonialismo massacrante e terrível.
Dou o aparte ao Deputado Bonifácio de Andrada.
o SR. MAC DOWELL LEITE DE CASTRO - (PP - RJ. Pronuncia o
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. D'eputados, O Dia do Soldado, que O Sr. Bonifácio de Andrada - Nobre Deputado, a retórica radical, enér-
o calendário militar fez incidir sohre a data aniversária do Duque de Caxias, gica, ultra-oposicionista de V. Ex. por certo marca seu pronunciamento nesta
tem, todos os anos. ~anifestação condigna, nos mais brilhantes festejos CÍvi- tardc. No entanto, as suas palavras, embora revelem estes aspectos menciona-
cos e militarcs. na cidade fluminense dc Duque de Caxias, batizada com o dos, não trouxeram, de fanTI a alguma, nenhum dado prático, ncnhum fato
nome augusto desse guardião das nossas fronteiras e da segurança interna do para justificar as premissas postas por V. Ex. V. Ex' pratica uma grande in-
País. espada sempre pronta a extinguir as rebeliões internas, sem, jamais, tri- justiça não apenas quando critica as lideranças militares, mas também quan-
pudiar sobre o udversúrio vencido, nem o brasíleiro das revoluções separatis- do se coloca contra a política externa brasileira.
tas, nem os paraguaios que derrotou numa das mais sangrentas guerras da O SR. MENDONÇA NETO - Eu 'não disse isso.
América do Sul.
Os festejos se iniciaram dia 24, às dez horas, com uma solenidade cívico- O Sr. Bonifácio de Andnlda - V. Ex' é a favor da política externa brasi-
militar, no Museu Histórico de Duque de Caxias, em Taquara Imbariê, leira?
inaugurando-se. às 17 horas, a I' Feira Municipal de Artesanato de Duque de O SR. MENDONÇA NETO - Critiquei a ambivalência política do Go-
Caxias, na Av. Brigadeiro Lima e Silva, 1576. verno brasileiro, qu?ndo prega no exterior o que combate no País.
No dia 25, ontem, aniversário da cidade e do seu êmulo inolvidável, hou- O Sr. Bonifácio de Andrada - Não, Deputado. Há inteira coerência tan-
ve desfile militar e colegial, às oito horas, com um concurso de bandas mar- to da política externa quanto da interna.
ciais, na Av. Dr. Manuel Reis; às 12 horas, foi inaugurado o Complexo
O SR. MENDONÇA NETO - Há contradição. V. Ex. não entendeu
Viário Brigadeiro Eduardo Gomes, na Vila Centenário: às 17 horas, tivcmos
bem.
uma sessão solene no Plenário da Câmara Municipal e, às 18 horas, um
"show" popular. com artistas do Sistema Globo de Rádio, à Av. Dr. Manuel O Sr. Bonifácio de Andrada - O que V. Ex' de fato revela é uma posição
Reis. de completa animosidade contra a Revolução de 1964. Aliás, os termos em-
Toda a população caxiense, nesses dois dias, esteve vibrando não apenas pregados por V. Ex' demonstram claramente essa orientação. Mas devo dizer
pela data aniversária da cidade, mas, sobretudo, lembrando o nome do Patro- a V. Ex' que julgo ser esta a Casa do debate. E quando um jovem e vibrante
no do Exército Nacional. o mais ilustre dos fluminenses, cuja espada invicta Deputado vem à tribuna, por certo é para contribuir para a vida parlamentar.
foi. no Segundo Reinado, penhor da segurança nacional e da unidade pátria e O SR. MENDONÇA NETO - O Deputado Bonifácio de Andrada,
cujo peito se transformou num escudo inexpugnável contra as sortidas dos uma das figuras mais habilidosas, politicamente falando, que esta Casa pos-
inimigos externos. sui, declara que não houve nenhum fato que pudesse justificar o que chama
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de animosidade contra o regime. Animosidade propriamente não, Deputado, O SR. MENDONÇA NETO"':" ;São espectros humanos, esses a que V.
eu tenho repulsa. Ex' se refere. A opulência que V. Ex' representa nesta Casa contrasta com a
O Sr. Bonifácio de Andrada - Falei pouco. visão fantasmagórica de pobreza, misêria e fome de uma região espoliada por
esse modelo econômico que V. Ex' risonhamente defer.de.
O SR. MENDONÇA NETO - Falou pouco. Deve considerar V. Ex'
que, desde 1964 para cá, todas as instituições nacionais foram degringoladas, O Sr. Bonifácio de Andrada - Não. Espoliada pelos Governos anterio-
mercê da política de segurança nacional que esses Governos vêm praticando res, que V. Ex' defendia.
ao longo do tempo, para transformar o Pais em um campo de manobra, que, O SR. MENDONÇA NETO - Deputado João Herculino, V. Ex' tem o
na verdade, só serve aos interesses alienígenas. Aqueles que defendem esse aparte.
modelo implantadó, que V. Ex' chama de Revolução e eu chamo de golpe de O Sr. João Herculino - Deputado Mendonça Neto, V. Ex' estâ pronun-
)3stado, estão a favor, por exemplo - vou citar um dado,já que V. Ex' apre- ciando um substancial discurso nesta tarde. Realmente, não me causa admi-
cia a matemática e quer.números - do seguinte quadro: ... ração que meu querido coestaduano Bonifácio de Andrada veja as coisas cor-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Números, não, fatos. Aprecio a História. de-rosa. Na condição de filho de Barbacena, belíssima e encantadora cidade
O SR. MENDONÇA NETO - ... a pápulação ativa do Brasil é de 40 que produz rosas para o mundo inteiro, S. Ex' só vê mesmo as coisas cor-de-
milhões - o que significa um terço da população total- e a metade está de- rosa. É que S. Ex' não subiu ao cume das moníanhas de Barbacena para
sempregada, ou seja, 20 milhões de brasileiros. Para V. Ex' isso significa ani- olhar o mundo. S. Ex' olha as planícies, as grotas daquela serra, para não ver
mosidade contra o sistema político vigente; para mim significa um dado pro- a realidade deste País, a desgraça que existe no Brasil, que estâ representada
fundo, relevante e inquietador, que 20 milhões de famílias brasileiras estejàm pela fome e pela miséria do Nordeste.
desamparadas, à mercê deste vendaval de desemprego no País. Considero um O Sr. Bonifácio de Andrada· Ou as que Y. Ex' esqueceu.
dever do Parlamentar vir à tribuna para denunciar esses fatos, seja ele jovem
ou não, no Nordeste ou não, empregue uma linguagem candente ou não. Seja O Sr. João HereuHoo - V. Ex' tem razão: esse quadro não chega aos
qual for a retórica usada, ela terá de ser uma retórica de indignação. Se for de olhos de um representante da minha querida Barbacena. S. Ex' s6 vê rosas;
conformação, como é a de V. Ex', é porque algo está errado. não vê miséria, não vê desgraça. V. Ex' falava sobre petr6leo, e ainda ontem
pronunciei um discurso, no Pequeno Expediente, sobre o âlcool. Não interes-
O Sr. Bonifácio de Andrada - A retórica é racional. Defendo a retórica sa·à PETROBRÁS a solução do problema energético brasileiro através do âl-
racional. cool. Por quê? Dizem aí que se paga a comissão de I dólar por barril importa-
O SR. MENDONÇA NETO - Ou a visão que tenho dos problemas na- do por este País. Alguém está "comendo grosso" neste País à custa da impor-
cionais, da realidade nacional, ou o que leio, ou o que vejo estampado em fa- tação de petróleo. O álcool jamais será a solução, enquanto estiver no poder
ces sociológicas, econômicas e políticas deste País está errado, ou é V. Ex' que quem se apoderou da nossa Nação para sacrificar o povo brasileiro.
está errado. Por exemplo, citarei um dado. O Sr. Bonifácio de Andrada - Permite-me V. Ex' um aparte? Olho Mi-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Vinte milhões de famílias não é possível. nas Gerais através das Sete Lagoas, que o Deputado João Herculino abando-
Este número está em contradição com o que V. Ex' assevérou anteriormente. nou.
Vinte milhões de familias correspondem a mais de 100 milhões de habitantes.
O SR. MENDONÇA NETO - Gostaria de responder ao aparte do De-
O SR. MENDONÇA NETO - Refiro-me à população ativa, Deputado putado João Herculino.
Bonifácio de Andrada, que é de 40 milhões de brasileiros dos 120 ou 130 mi- Sr. Presidente, quando me refiro a desemprego, vejo a televisão e leio nos
lhões existentes. jornais a resposta do Governo e dos empresários - assunto a que pretendia
O Sr. Bonifácio de Andrada - V. Ex' falou em 20 milhões de famílias. referir-me no inicio do meu discurso para a solução do desemprego. Depois
O SR. MENDONÇA NETO - Sim, claro, porque a população a que de um diálogo que tiveram com os trabalhadores, sugeriram três medidas
me reEro... . ' para o reaquecimento da economia: a extinção da hora extra, a redução da
jornada de trabalho e a el<tmção da estabilidade. O Papa, que não é econo-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Mas 20 milhões de familias correspondem mista, mas um homem altamente sensível e bem informado sobre a realidade'
a mais de 100 milhões de habitantes.
do mundo, disse o seguinte: "esperar a solução do problema crucial do em-
O SR. MENDONÇA NETO - Necessariamente não, Deputado. V. Ex' prego como resultado de uma mais ou menos automática w<lem àe desenvol-
está partindo da premissa de que deva haver um número estratificado de vimento econômico, qualquer que seja, na qual o emprego lrece como uma
famílias, quando, na verdade, não acontece isso. conseqüência secundária, não é realista, portanto, inadmissivel". O Deputa-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Por isso mesmo. do João Herculino tem razão, porque poderia citar aqui o artigo "O Desem-
pregado e Mu1tinacionais", de Eduardo Suplicy, em "A Folha de S. Paulo",
O SR. MENDONÇA NETO - Vou citar números. Em 1970, pagava-se onde ele diz "que a recessão tem como um dos seus objetivos minar a vontade
por um litro de gasolina 41 centavos. do trabalhador e, ao mesmo tempo, fazer com que eles não lutem pelos sa-
O Sr. Bonifácio de Andrada - E a culpa é do Governo brasileiro? lários, fazer com que eles desistam com medo do desemprego".
O SR. MENDONÇA NETO - Hoje p.?gamos 75 cruzeiros. E quero di- Lembro, também, que as empresas multinacionais estão interessadas di-
zer a V. Ex' que o álcol hidratado - saindo um pouco do tema desemprego, retamente em que o País pague as suas dividas no exterior, que ele produza
já que V. Ex' preferiu não esperar o desenrolar do meu discurso e me apar- mais e exporte mais, para que elas possam ter a garanti& de remeter os seus lu-
teou logo no inicio - que era a solução nacionalista para o problema do cros e seus royalties para o exterior. O que preocupa os empresários das mul-
com bustíveI, vem sendo sabotado e não vem correspondendo à grande expec- tinacionais não é o desemprego, mas, sim, a dívida externa. Eles querem que
tativa que se criou para que o País não ficasse jungido à política do petróleo o Brasil pague suas dívidas, para que possam ter mais crédito no exterior,
internacional. Tanto isso é verdadeiro que o último aumento que houve dos para conseguir mais empréstimos e, assim, beneficiar o modelo concentrador
preços dos derivados de petróleo não ocorreu simultaneamente com o au- e alienigena da economia. brasileira.
me'nto do preço do petróleo. Houve uma majoração unilateral, causada pela O Sr. Adhemar Santillo - Deputado Mendonça Neto, V. Ex' faz uma
inflação, segundo palavras do General Ozie! de Almeida, Presidente do Con- radiografia real do que acontece no Brasil neste momento. Indiscutivelmente,
selho Nacional do Petróleo. Pois bem, ontem era o petróleo que causava a in- estamos diante de dois pólos distintos: de um lado, os grandes grupos econô-
flação; hoje é a inflação que provoca aumento no preço da gasolina. Estes, micos, quase todos com capital alienígena, multinacionais que têm toda a co-
Deputado Bonifácio de Andrada, são números e fatos que estão aí a provar bertura do Governo, de outro lado, a população indefesa, principalmente a
que a realidade nacional é trágica. V. Ex', com esses óculos panglossianos que grande massa trabalhadora. V. Ex' tem razão. Realmente, o desemprego não
ostenta hoje no plenário, quer ver um país cor-de-rosa, a não ser que seja a preocupa o Governo nem as multinacionais, que estão aqui em busca de lu-
cor das rosas de Barbacena, cidade que V. Ex' tão bem representa nesta Casa. cros, que são cada vez maiores, à medida que o Governo sacrifica toda a clas-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Prefiro as rosas de Barbacena aos fantas- se assalariada com a recessão. No interior do Estado de São Paulo, por exem-
mas do Nordeste. plo, quando uma indústria dispensa um trabalhador qualificado e a outra dis-
pensa também um trabalhador da mesma categoria, há rotatividade de mão-
O SR. MENDONÇA NETO - V. Ex' tem razão, Deputado Bonifácio de-obra, porque o que sai de uma empresa é admitido pela outra com o sa-
de Andrada. São fantasmas de fome, são hordas de nordestinos que vagueiam lário menor. Na busca desesperada do emprego, vendem o seu trabalho por
pelos campos e pelo sertão como verdadeiros fantasmas. um preço inferior ao do dia anterior. Na verdade, tudo isso faz parte de um
O Sr. Bonifácio de Andrada - Esses fantasmas existem em Minas Gerais esquema do qual o Governo não abre mão. Estamos entregando toda a nossa
também. economia e agora, mais do que nunca, o suor do trabalhador brasileiro, como.
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seç:lo I) Quinta~feira 27 8481

moratória para pagamento da nossa dívida externa. Estamos adotando a porquc os operários, certos da recessão e do desemprego, tentam conseguir
política do Fundo Monetário Internacional sem a nccessidade de, obrigato- alguma coisa das empresas, porque sabem que poderão ser demitidos no dia
riamente, afirmar que estamos atendendo às pretensões daquele órgão, que seguinte. confesso que não sou especialista em legislação do trabalho, mas
não tem nenhum compromisso com o povo, mas, sim, com os países estran- não conheço nenhum país que tenha resolvido o problema do desemprego pa-
geiros, que buscam aqui os seus recursos. O Brasil não sabe como saldar as gando 3 meses de salário adiantadamente ao empregado para que ele se demi-
suas dívidas, a não ser através da entrega da sua economia e do suor do seu ta c depoiscontrate novos, com salários mais baixos. Isso é a desvalorização
trabalhador. Precisamos reagir contra esse estado de coisas. O trabalhador do trabalho e a maxivalorização do capital. Não podemos aceitar continue a
está sendo amedrontado, assustado. O fantasma do desemprego está fazendo migração que há neste País e a liquidl;lÇão da agricultura - que o Presidente
com que ele se entregue à sanha do lucro dos grupos multinacionais, e sempre dizia ser sua meta prioritária - para formar cinturões de fome nas grandes
com a cobertura do Governo. Lamcntavelmente, quem devcria proteger a cidades. A permanecer isso, prosseguirão fenômenos como os ocorridos hoje
parte mais fraca, aquela que é genuinamente nacional, que é o trabalhador _ as prisões que continuam a ser feitas em Salvador - porque o povo não
brasileiro, deixa-o entregue à sua própria sorte e vai sempre beneficiando. aceitou o aumento das tarifas de ônibus e foi incitado ao protesto. Não se
através de leis inócuas, é bem verdade, o capital multinacional. sabe por quem... Diz-se que talvez pelo próprio Governo, que está à cata de
um pretexto para o fechamento institucional, porque se vê a braços com o
O SR. MENDONÇA NETO - Agradeço a V. Ex' o aparte. Esse mode- problema de fazer eleições e perdê-Ias. O desemprego, à recessão, a crise e o
lo direcionado para os intcrcsses estrangeiros esmaga, por exemplo, o funcio- quebra-quebra não interessam à Oposição, interessam ao Governo, que quer
nário público, que não tem o 139 salário, e seus vencimentos não são reajusta- encontrar uma escapatória golpista para não fazer eleições.
dos duas vezes por ano. Esta é uma conquistado trabalhador celetista, embo-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Permite V. Ex' um aparte?
ra absorvida pelo custo de vida. Mas o custo de vida já foi reciclado em
função do aumento dos celetistas. E preciso saber que, para manter essa segu- O SR. MENDONÇA NETO - As mesmas denúncias que fazem os De-
rança, tentam envolver o segmento que, constitucionalmente, deveria ser putados do PDS, de que p.rorrogação é imoralidade, foram feitas ontem na
mantenedor da soberania e da segurança nacional, não desta soberania nacio- prorrogação dos· mandatos municipais. A mesma prática, de retirar assinatu-
nal pregada na doutrina da Escola Superior de Guerra, mas da verdadeira so- , ras de projetos ou de emendas, aconselhados - entre aspas - pelo Governo,
berania nacional depositada na segurança do homem brasileiro. E por isso ou pelo Gabinete Civil da Presidência da República, continua a ser adotada.
que os militares se aposentam aos 20 anos; é por isso que, recentemente, tive- Não há, sequer, para o Parlamento do PDS, a liberdade de manter sua pala-
ram um aumento superior ao do civil; é por isso que o funcionário civil des- vra, assinada no papel.
pendeu, em 1980, 56 bilhões para seu pagamento, e o pessoal mílítar 66 bi- O Sr. Bonifáci~ de Andrada - Não apoiado! Não apoiado!
lhões. Temos um efetivo, somente no Exército, de 180 mil homens. Pergunto O SR. MENDONÇA NETO - Portanto, o que há, neste País, é uma ca-
à Nação e aos nosdestinos, que o ilustre Deputado Bonifácio de Andrada in- rência de indignação nacional, uma carência de indignação nacional que ex-
quinou como fantasmas... trapola do verbo, deste tribuna. E eu disse no início: "A palavra não mor-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Não. reu." E graças a ela, palavra, não estar morta, é que o Governo ainda está vi-
vo, porque se este Parlamento for fechado, se as instituições vierem a
O SR. MENDONÇA NETO - .. , nesta procissão de miserável em que
degringolar-se, ninguém poderá garantir a tranqüilidade social desta Nação.
se transformou o assalariado brasileiro: para que o nordestino se engaja nas
Tem V. Ex' o aparte.
Forças Armadas? Será, por acaso, por idiossincrasia ao golpe de 64? Será por
O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Lembro a V. Ex', nobre Depu-
idiossincrasia à Revolução? Não é para servir à Nação; é porque, talvez, lá te·
tado, que dispõe somente de um minuto.
nha escola gratuita, talvez ganhe para trabalhar, talvez aposente-se m~is ce·
do. Entretanto, muitos haverão de concordar comigo que estão prestando um O Sr. Bonifácio de Andrada - A Mesa está com um Presidente liberal,
desserviço à Nação, fazendo com que a política do emprego não seja levada a. eminente Deputado.
sério, como, por exemplo, a Lei n~ 4.923/65, que estabelecia o seguro- O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Mas o Deputado que vai substi-
desemprego. E ouvi aqui argumentos expendidos por Deputados do PDS, se- tuir o nobre orador na tribuna não o é.
gundo os quais em vários países industrializados, como, por exemplo, nos Es- O Sr. Bonifácio de Andrada ~ Em primeiro lugar, quero esclarecer que
tados Unidos, onde o índice de desemprego tamb~m ~ grande, a lei que esta- quando falamos em fantasmas referimo-nos aos fantasmas do Nordeste, onde
belecia o seguro-desemprego, até hoje, é daquelas leis que, como se diz popu- o Govern6·sempre tem ganho, sempre tem saído vitorioso nas eleições. O
larmente, não pegaram, que não são cumpridas, s-ão letras mortas. E é por povo do Nordeste, em termos político-partidários, é um povo que apóia o
isso que há tantos fantasmas percorrendo as estradas nordestinas, para gáu- Governo, apóia a Revolução. Sempre ganhamos ali. A Oposição é que é fan-
dio daqueles que se comprazem em vê-los trôpegos, caindo de fome de jus- tasma no Nordeste. Essa é a correlação que fiz, e sobre a qual V. Ex', afinal,
tiça, de paz e de alimentos neste País. provocou, digamos assim, uma certa confusão, e com ímpetos de indignação.
Concedo o aparte ao Deputado Audálio Dantas e em seguida ao Depu- Mas o sentido era este - apenas uma forma literária de criticar a Oposição
tado Bonifácio de Andrada. nordestina, que tem perdido as eleições. E devo dizer ainda a V. Ex' que, de
O Sr. Audálio Dantas - Nobre Deputado Mendonça Neto, a questão do fato, ninguém pode negar que este País hoje vive as maiores dificuldades com
desemprego que V. Ex' aborda deve-nos trazer algumas reflexões, entre elas os desafios que os própriós Ministros de Estado têm, de público, apontaélo.
a de que neste momento aqueles que estão montados 1)a estrutura da cor- Muitos esforços da política governamental não têm tido êxito, não têm al-
rupção que domina a administração pública estão jogando no golpe, inclusive cançado os Seus objetivos, e Ministros de Estado chegam à televisão, chegam
com a autorização da crise do desemprego. Se observarmos o fenômeno, para às rádios e asseguram isto. Ninguém aqui está para sustentar que os homens
o qual o Governo se mostra totalmente impotente para resolver, teremos, que governam este País sejam santos, sábios ou mágicos. Não. São homens de
além dos que foram sumariamente desempregados, principalmente na con· carne e osso, com suas falhas e seus defeitos. Devo ainda dizer que concordo
centração operárià do ABC paulista, os que foram induzidos a pedir demis- com V. Ex' a respeito do poder das mu1tinacionais. Mas o que nós aqui sus-
são pelas multinacionais e o caso da empresa que fechou as portas dando dois tentamos é que há, por parte do Governo, um esforço para extrair das multi-
meses de salários de indenização. Que estará para ocorrer neste País no mo- nacionais aquilo com que elas podem contribuir para o nosso País. No entan-
mento em que o dinheiro dessas indenizações acabar e não houver dinheiro to, às vezes - concordo com V. Ex' também - as multinacionais conseguem
para o supermercado e para o pagamento das prestações? Evidentemente, escapar da ação fiscalizadora do Governo. E, finalmente, Deputado, cumpre·
essa legião de trabalhadores irá procurar meios de se defender para manter 'me dizer que quando V. Ex' investe contra a doutrina da segurança nacional,
sua família. E aí os corvos do fechamento contam com a possibilidade de re- coloca mal suas críticas, porque a doutrina de segurança nacional tem como
voltas populares que poderão efetivamente ocorrer. Mas, nobre Deputado, um dos seus objetivos maiores a democracia, o regime democrático. E, final-
apenas concluindo, eu chamaria a atenção de V. Ex' para casos como o da mente, as palavras implícitas de acusação ao Governador Antônio Carlos,
Previdência Social em que servidores públicQS de carreira longa de muitos ilustre dirigente da Bahia, também não têm procedência. Aquele governante
anos estão sendo passados para trás pelos aventureiros protegidos pela má- vem esforçando-se para realizar ali uma atuação democrática em favor do
quina que está montada dentro daquele Minist~rio. Tudo isso faz parte de progresso do povo da Bahia, e se comportou democraticamente frente às de-
uma política que tem como sentido maior, neste momento, a corrupção admi- sordens havidas na Capital daquele Estado.
nistrativa, que colabora para o aumento do desemprego, não toma nenhuma O SR. MENDONÇA NETO - Vou concluir, Sr. Presidente, pedindo
medida para sanar o problema e ainda faz o que está fazendo com os traba- apenas permissão para responder ao aparte rapidamente.
lhadores do Serviço Público, como acontece com a Previdência Social. Estranhei, realmente, Deputado Bonifácio de Andrada, que V. Ex', ho-
O SR. MENDONÇA NETO - Diz V. Ex' que as empresas estrangeiras mem quc, com a sua mineiridade, está mais à ironia de Maupassant do que à
estão levando os trabalhadores a renunciar a seus empregos. Isso acontece de Bocage - e. nem a de Bocage era tão trágica
8482 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981
I ~

o Sr. B~ifíclo de Andrada - E um bom literato. Trata-se de mais uma Exposição Internacional de Animais - EXPOIN-
O SR. MENDONÇA NETO - ...viesse acoimar os nordestinos de fan- TER - reunindo no Parque de Exposições Internacionais"Assis Brasil". de
tasmas. Seria demais para o nosso sofrimento. Mas devo dizer que se V. Ex' Esteio, Rio Grande do Sul. criadores de várias nacionalidades, verificando
confessa, como Líder do Governo, que o Governo é incompetente, ou seja, em todo o seu esplendor o' avanço tecnológico registrado na pecuária gaúcha
que não tem competência para governar.... nos últimos anos, a despeito de todas as dificuldades enfrentadas.
As interrogações da pecuária e da agricultura são muitas, Sr. Presidente
O Sr. Bonifácio de Andrada - Não, não é isso.
e Srs. Deputados. E isso parece de todo paradoxal uma vez que o mundo ca-
O SR. MENDONÇA NETO ":'-••• a única solução que existe para isso... rece de alimentos ao mesmo tempo em que a energia cada vez mais escassa di-
O Sr. Bonif.cio de Andrada - Eu disse que é um Governo de carne e os- reciona saídas por intermédio dos recursos naturais renováveis, enquanto que
so. no Brasil temos a nosso favor a abundância de terras, o desejo de milhões de
O SR. MENDONÇA NETO - •••é a que nós pregamos diariamente das brasileiros de encontrar no solo generoso a fonte indispensável de'suprimen-
tribunas deste País, a alternância no poder. Só a alternância no poder poderá tos individual e coletivo.
livrar a Nação destes incompetentes que aí estão - conforme V. Ex' concor- O momento, portanto, é de desafios!
dou comigo e disse que eram homens falíveis. E eu, de minha parte, concurso As soluções para agricultura e pecuária brasileiras estão no bojo do
com V. Ex' quanto à falibilidade desses homens. Por isso é preciso substituí- diálogo entre o governo e empresários. Para o Rio Grande do Sul, Estado
los e colocar outros que, com os seus acertos e com os seus erros eventuais, agropastoril pelas suas prôprias características históricas, as alternativas que
possam vir a melhorar. aqui ou ali, a situação nacional. forem direcionadas para o setor primário devem levar em conta as modifi-
O Sr. Bonifácio de Andrada - Nós não tememos a alternância. cações profundas em seu quadro econômico.
Na verdade, agricultura e pecuária no Rio Grande do Sul sempre estive-
O SR. MENDONÇA NETO - Portanto, se a palavra da Liderança do ram vinculadas a crises históricas, seja pelo avanço do setor agrícola sobre as
Governo é de que o.Governo é incompetente para resolver problemas como o áreas pastoris, seja pela atratividade dos preços de alguns cereais nos merca-
do desemprego, o da fome, o da alimentação, a grande crise que o País atra- dos externos. É notória também a penalização do setor primário no processo
vessa, ...
de desenvolvimento econômico.
O Sr. Bonifácio de Andrada - V. E)(' ouviu mal. As respostas que conduzem a soluções na agricultura e na pecuária vêm
O SR. MENDONÇA NETO - ...conforta-me saber, Sr. Presidente, que sendo procuradas desde o tempo do Império, pois as lutas empreendidas pe-
já estamos começando a convencer aqueles empedernidos, já estamos co- los rio-grandenses no passado decorreram quase sempre da necessidade de
meçando a convencer aqueles de coração de pedra. Estão, pelo menos agora, manter incôlume o território, de buscar soluções para os desequilíbrios entre
passando a raciocinar com a inteligência característica, por exemplo, dos An- um Estado agropastoril próspero e uma capital imperial ávida por produtos
dradas, eis que um deles vem à tribuna para reconhecer que o seu próprio Go- conseguidos a baixo custo nas províncias.
verno é incompetente e precisa m'udar. (Palmas.) Este quadro de contradições gerou o espírito ferrenho do gaúcho na dc-
fesa de seus interesses, de suas tradições, firmando-se na economia primâria e
Durante o discurso do Sr. Mendonça Neto o Sr. Simão Sessim.
tentando, com isso, atingir mercados mais distantes, a par do abastecimento
Suplente de Secretário. deixa a cadeira da presidência, que é ocupada
pelo Sr. Joel Ferreira. Suplente de Secretário. interno.
O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Tem a palavra o Sr. Cláudio Mas é preciso encontrar soluções, nos dias de transformações em que vi-
Strassburger. vemos, para os problemas da agricultura e da pecuária. Soluções coerentes,
O SR. CLÁUDIO STRASSBURGER (PDS - RS. Pronuncia o seguinte pois, do contrário, veremos o empobrecimento gradual e contínuo do Rio
discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a agricultur.a e a pecuária preci- Grande do Sul. Na verdade, a busca de novas alternativas para o seu desen-
sam contar com o indispensável apoio governamental para continuarem cres- volvimento esbarra na ausência de recursos. na falta de investidores interessa-
cendo. Representam no conjunto de suas atividades um dos maiores fatores dos em aplicar no Estado. em eleger projetos prioritários c, com isso, colabo-
de desenvolvimento do Pais. rar na mudança do perfil produtivo rio-grandense.
Devem diante disso Governo e empresários atribuir maior importância Tenho em vista a anormalidade das safras agrícolas dos últimos dois
ao fato de que unido ao melhor desemprenho da agricultura e da pecuâria es- anos, uma avaliação do desempenho da agropecuária gaúcha em 1980 deve
tá o maior patrimônio de que dispomos, ou seja, mão-de-obra abundante levar em conta, em termos comparativos, um período que alcance o ano mais
que, se administrada de forma adequada, evitará, através de seu aproveita- recente no qual o setor apresentou comportamento satisfatório. Assim ébom
mento racional, os múltiplos problemas de desequilíbrio ainda flagrantes rio considerar o ano-base de 1977, quando o setor acusou resultados positivos,
Brasil dos dias atuais. mesmo que já houvesse evidências quanto ao ritmo de desaceleração da ex-
Terá o setor primário fôlego suficiente para enfrentar o desafio de priori- pansão registrada no decênio de 60.
dades nos planos governamentais? Resistirá este setor aos crescentes cortes
orçamentários? Às constantes manipulações de rubricas a nível dos 'organis- Segundo a Coordenadoria Estadual de Planejamento Agrícola - CEPA
mós técnicos no sentido de diminuir cada vez mais os recursos para investi- - "o fato mais destacado do desempenho do setor agrícola em 1980 é o resta-
mentos neste setor? belecimento dos niveis de produção física de 1977 revelando a capacidade de
Pecuaristas e agricultores já enfrentam dificuldades para conseguir re- recuperação dos produtos gaúchos diante dos reveses sofridos em dois anos
cursos financeiros necessários ao custeio de seus esforços produtivos, consecutivos de frustração". É ainda a CEPA que destaca, em função da di-
prevendo-se maiores entraves ainda para canalização de financiamento dirigi- versidade de comportamento com alguns produtos reagindo favoravelmente,
dos a investimentos fixos. que a lavoura gaúcha recuperou em 1980 os níveis de produção fisica de 1977,
Agricultura sem investimentos é uma agricultura estagnada, paralisada ficando 3% abaixo do valor da produção daquele ano.
pela exaustão financeira. Pecuária sem recursos é uma pecuária reprimida, N as culturas ditas empresariais, a produção física ultrapassou em 7% os
decadente, sem possibilidades de melhoria dos plantéis, relegada ao empiris- níveis de 1977, embora o principal produto, à soja, tivesse crescido 14%.
mo e jogada aos métodos artesanais do passado. Ocorre que o,trigo teve um crescimento de 53% em relação àqucle ano, quan-
Não podemos pois, Sr. Presidente e Srs. Deputados, considerar agricul- do e~t~ culturá sofreu uma forte frustração com rendimentos muito baixos.
tura e pecuária como os "primCls pobres" da economia brasileira. Ao mesmo tempo o arroz, crescendo 9%, volta para uma tendência de expan-
Nos últimos 30 anos, com todas as vicissitudes, a agricultura manteve são lenta, porém, segura. Em valor da produção, as chamadas culturas em-
um crescimento entre 4,6 e 4,7 ao ano. Mesmo assim, diante do modelo de presariais perderam 5%, apesar do acréscimo de 59% no arroz e 11% no trigo,
crescimento adotado pelo País, cuja economia apresenta red,uzido grau de isso em função da'perda de 22% no valor da soja.
abertura com relação ao mercado externo, repassando-se à sociedade, assim, É oportuno mostrar aqui também os efeitos das culturas típicas de pe-
custos em segmentos importantes de atividades, foram impostas penalizações quenas propriedades que deveriam representar na malha produtiva do Estado
no setor agrícola, freqüentemente acusado de ineficiente. o efeito de distribuição do crescimento econômico. Essas pequenas proprie-
Essa ineficiência, no entanto, em função das prioridades escolhidas, foi dades, mesmo com o fracasso da produção da batata-inglesa e do feijão, além
originada pelo processo de sUQstituição de importação adotado para ampliar da redução intencional do cultivo de mandioca d.ecorrente da queda de 16%
as taxas de creôcimento do produto industrial. na produção física agregada desse estrato de produtores, obtiveram um au-
Nada mais oportuno do que abordar os problemas do setor primário rio- mento de 2% sobre o valor real da produção comparando-se 1980 com o ano
grandense, pois começa a se desenrolar a mais expressiva mostra internacio- de 1977, mostrando tais informações que houve claramente uma re"uperação
nal de animais realizada no País. após dois anos de dificuldades.
ÀCOIto de 1981 DIÁRIO DO CONGRES!5º NACIONAL (Seção [) Quinta-feira 27 8483

Esta recuperação da pequena propriedade, no entanto, pelo seu caráter Vale destacar inclusive que os problemas enfrentados atualmente pela la-
percentual ainda baixo, não está conseguindo fixar o homem à terra, já que as voura e pela pecuária decorrem da aceleração do progresso. Mesmo o serviço
migrações do meio rural para as metrópoles continua intensa, adicionando público não consegue acompanhar as mudanças, as transformações que as
uma gama de problemas aos já conturbados setores urbanos. atividades privadas desenvolvem nos meios agricola e pastoril.
Nás culturas criticas, sazonais, sujeitas às leis climáticas e de mercado, os A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), em do-
produtores enfrentam riscos muito maiores: O trigo, por exemplo, teve as cumento apresentado ao Presidente da República no início deste ano, já cha-
áreas de plantio reduziadas em virtude dos preços minimos pouco remunera- mava a atenção para alguns aspectos que preocupavam os ruralistas gaúchos.
·dores. A frustrada safra de 1979 foi estopim que desencadeou o pessimismo Entre outras questões, arrolavam os pecuaristas:
entre os produtores, seguindo-se o mesmo clima em 1980 e neste ano. Isso
I. Ausência de controle de preços dos insumos, máquinas e implementos,
transformou nosso Pais num grande importador deste produto. E não faz
ensejando altas repetidas e injustificáveis. Apresentaram para comparação,
muito tempo que os trigais coloriam a paisagem do Rio Grande do Sul possi-
bilitando o pleno atendimento às necessidade do mercado interno. ao Governo Federal, os custos de carrapaticidas, herbicidas, adubo 4-30-18,
Por outro lado, enquanto o trigo perde terreno, a soja aumenta sua área vermifugo tetramizole, trator de 60 H.P. e óleo diesel.
2. Inexistência de fiscalização da qualidade dos produtos consumidos
cultivada, sendo que em 1980 chegou, no Estado, à cerca de q.uatro milhões
com conseqüente ausência ou diminuição da quantidade dos princípios ativos
de hectares plantados, contra 3,85 milhões no ano de 1979.
constantes das fórmulas. A maioria está sob controle das multinacionais, o
A preocupação dos produtores ê quanto à produtividade, que poderá
que compromete a produtividade, revoltando o agropecuarista.
cair em função da redução do uso de insumos, esses atingidos a preços cada
3. Injustificada generalização na exigência de projetos técnicos para ob-
vez mais assustadores e de molde a provocar reajustes nas lavouras gaúchas.
tenção de financiamentos. Mera e cara formalidade que não sai do papel sem
Em contrapartida, os preços mínimos estabelecidos pelo Governo Federal
acompanhamento de prestação de assistência técnica.
(especialmente os Valores Básicos de Custeio) não propiciam a estabilidade
4. Centralização da polftica econômico-financeira para o setor agrope-
necessária para manter a produção em fase expansiva.
cuário.
Enquanto isso o arroz e o milho, que enfrentam o mesmo problema dos
A ausência de medidas adequadas e até certo ponto contraditórias é uma
preços minimos pouco compensadores, sofrem o custo direto dos aumentos
decorrência da excessiva centralização da politica econômico-financeira. Essa
de combustíveis. Como se trata de uma lavoura moderna, irrigada, preparada
situação está inclusive comprometendo a correta fixação de diretrizes para a
de acordo com métodos avançados de produção, o arroz é a cultura que
produção agropecuária, como está ocorrendo com a suinocultura e a ovino-
acrescenta maior consumo de combustivel no Brasil.
cultura.
Poderia enumerar nesta oportunidade outros exemplos, como o do feijão
S. Absoluta necessidade da participação direta da classe nas decisões do
que desapareceu das prateleiras não só pelas condições climáticas adversas,
Governo.
mas, principalmente, pela falta de sementes de boa qualidade que pudessem
Outro aspecto que deve merecer especial atenção das autoridades econô-
provocar melhoria genética e ampliassem a produtividade desse produto.
micas refere-se à politica adotada na última década com relação à concessão
Ouço o nobre Deputado Jorge Vianna. . de subsídios para a atividade agropecuária.
O Sr. Jorge'Vianna - Nobre Deputado Clãudio Strassburger, veja para De acordo com as informações obtidas junto ao Banco Central do Bra-
onde levou o País este Governo, que se dizia ser o Governo da agricultura, sil, o aporte de recursos destinados ao subsídio em 1980 representava 77,8%
voltado para o homem do campo. V. Ex' acaba de mencionar que os juros do Produto Interno Bruto, dos quais três quartas partes foram destinadas à
para os produtores agricolas são de 4S%, e cita especialmente o problema dos agricultura.
rizicultores. Sabemos que o Governo decidiu subsidiar a exportação de carros Tendo deixado esta rubrica atingir patamar tão. elevado. o Governo não
Volkswagen, fabricados por trabalhadores brasileiros - que estão sendo poderá adotar uma política simplista de corte total aos financiamentos, sob
agora despedidos - para trocá-los por arroz da Tailândia, pagando 2.400 pena de inibir a atividade agropastoril, principalmente aqueles empresários
cruzeiros a saca, quando, internamente, estabelecia o preço minimo de 1.400 de porte pequeno e médio. .
cruzeiros. Este Governo é eternamente padrasto para com os brasileiros. V. Concedo o aparte ao Deputado cardo Alves.
Ex' descreve muito bem o drama do Rio Grande do Sul, que é o mesmo em
todo o Brasil. O problema do Rio Grande do Sul ê também o da minha O Sr. Cardoso Alves - Ouço com grande atenção o discurso de V. Ex',
Bahia, onde os financiamentos para o cacau não são suficientes para o seu que traduz, na realidade. criticas seguras e objetivas à polftica do Governo
plantio. E aquele que quiser plantar cacau vai entrar fatalmente numa si- com relação à agricultura. Eu não teria dúvidas em afirmar, neste instante,
tuação muito dificil, porque terá de entregar.todo o fruto do seu trabalho ao que V. Ex~ - não obstante a cordialidade com que enfoca o tema e, até mes-
Governo, que vai confiscá-lo, seguramente. Estamos diante de um Governo mo, a linguagem um pouco formalizada com que o versa, na condição de ho-
que cobra 60% de juros para financiar a compra de um boi, que quer 7S% de mem vinculado ao Partido do Governo - profere um discurso igual àqueles
juros para financiar um trator, mas cobra 12% de juros, ou seja, 1% ao més de que constantemente são feitos pelos Deputados da Oposição. E isto faz con-
quem quiser comprar um avião. Este é o retrato do Brasil que o atual Gover- cluir que tanto o PDS como os partidos oposicionistas se encontram na mes-
no, com seu modelo econômico, está traçando, ocasionando essas mazelas ma trincheira quando examinam a política agropecuária seguida neste Pais.
.que V; Ex' tão bem descreve nesta tarde. Ainda hoje, presentes à Comissão de Agricultura e Polftica Rural o Ministro
O SR. CLÁUDIO STRASSBURGER - Continuo, Sr. Presidente. Hélio BeItrão e o Dr. Kleber Leite de Castro, Diretor de Crédito Rural do
A verdade diante de tudo isso é que o complexo agropecuário no Pais, Banco do Brasil, fazia esta observação. Agora V. Ex' nos traz uma obser-
assim como o entendemos, apresenta dicotomia que o coloca em plano de ins- vação idêntica, endossando-a de uma entidade de classe do Rio Grande do
tabilidade: a agricultura vive ao sabor das intempéries, enquanto, por exem- Sul válida para todo o País: enquanto o Governo contém os preçosdos pro-
plo, não temos instrumentos adequados a nível agroindustrial (ai envolvendo dutos agropecuários, libera, às escâncaras, os preços dos seus componentes; e
todo úm processo de transformação, desde as primeiras manipulações no todos esses componentes - desde as máquinas e equipamentos agrícolas até
campo até a técnica industrial) para transformar SOO dólares de carne em os insumos mais sofisticados, passando mesmo pelo arame, fabricado por so-
2.500 dólares de produtos embutidos. Isto quer dizer, em outras palavras, que ciedade de economia mista do Brasil como a Belga-Mineira - todos eles
indústria e setor primário são linhas paralelas que não se encontram. En- atingiram, de 3 a 4 anos a esta data, preços absolutamente dispares à luz da
quanto que na carne o fluxo de produção é ciclico. em decorrência das fases inflação. No entanto a agricultura e a agropecuária compõem um processo de
de matança, a agricultura não aceita saltos, pois o desenvolvimento agrlcola é contenção inflacionária e hoje se pratica no mercado tanto na pecuária quan-
baseado nos seguintes fatores: to na agricultura preços ligeiramente superiores ou, muitas vezes .,.--- como é o
I. Mercado. caso do café, do milho, do arroz e'de outros produtos - inferiores aos do ano
2. Tecnologia. passado. A isso se acresce a taxa escorchante de juros que o Governo deso-
3. Insumos. nestamente tenta afirmar subsidiados, quando na realidade subsidiados não
4. Capital. são. São se examinarmos a inflação na sua média geral, mas quando encon-
S. Transporte. tramos os preços contidos e subinflacionados, a agricultura não tem juros
Esses cinco fatores devem funcionar harmoniosamente para que a lavou- subsidiados, mas escorchantes. E a prova disto é que, neste momento, não há
ra empresarial alcance, efetivamente, resultados compatíveis com o grau de ampliação da área agricultável e não há investimento no setor agropecuário.
investimentos envolvidos. Na medida em que isso ocorrer. os próprios mini- Portanto, merece V. E~' os nossos cumprimentos pela objetividade e indepen-
fúndios serão contemplados, pois terão acesso mediante rateio aos beneficios dência com que critica o assunto.
das modernas técnicas agricolas. O SR. CLÁUDIO STRASSBURGER - Continuo, SI. Presidente.
8484 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

Est;:l distorção no Orçamento da União deve ser corrigida de forma gra· em expandir suas exportações tradicionais para pagar as importações neces-
dual e equilibrada num espaço temporal capaz de reverter parte da receita ob· sárias para o seu crescimento. A política pesadamente protecionista pode ta·
tida para capitalização do homem do campo. xar indiretametne os insumos das indústrias exportadoras de forma tão seve-
ra que iniba o seu desenvolvimento".
E a fórmula de transição que mais convém aos produtores reside na com· E continua o técnico dos Estados Unidos centrando sua análise:
pensação de preços de garantia mais elevados, cuja resposta: em termos de vo-
lume físico de produção será a geração de .um diferencial capaz de cobrir ;'Desde que o crescimento da produtividade agrícola está dire-
eventuais perdas decorrentes de adversidades climáticas. Assim os produtores tamente ligado ao aumento na utilização de insumos de manufatu-
serão estimulados a cumprir a meta governamental de aumento de produtivi- rados (máquinas, fertilizantes e outros) a tarifação desses insumos
dade capaz de suprir as necessidades internas de abastecimento e gerar exce- desestimula a sua utilização e, neste caso, a proteção destrói o pro-
dentes exportáveis para amenizar nossas dificuldades com a balança comer- gresso da agricultura. A proteção pode na verdade produzir um
cial. circulo vicioso de medidas político-econômicas autojustificáveis em
São estrangulamentos básicos com os quais a' economia gaúcha vem con- que os planejadores partem da crença de que a agricultura é um se-
vivendo há decênios. As inudanças de enfoque não ensejam conseqüentemen- tor incorrigivelmente retardado e sugerir como contra-ataque, a
te uma reorientação dos fatos econômicos de molâe a atender às prioridades adoção de uma política de industrialização baseada em pesado pro-
doEstado. Enquanto há carência de empregqs para absorver os contingentes tecionismo, visando à promoção do desenvolvimento geral e, com
populacionais que anualmente são agregados ao mercado de trabalho, isso, barrar o desenvolvimento agrícola, gerando dessa forma as evi·
utiliza·se nos meios produtivos a técnica do capital intensivo mediante a
dências que aumentam hipótese segundo a qual o setor agrícola é
adoção de tecnologias sofisticadas, enquanto o modelo'de crescimento deve· irremediavelemente atrasado, fato através do que derivam sua fé na
ria ajustar-se 'à abundância de mão-de-obra, fenômeno que gera conseqüên- industrialização."
cias sociais e efeitos nocivos em face da excessiva metropolização de nossas Isso nos leva a pensar objetivamente nos problemas vinculados às ino-
cidades. vações tecnológicas exigidas para garantir uma elevação da produtividade
É por isso que as ponderações da classe ruralista do Rio Grande do Sul, por trabalhador empregado na agricultura. Se o País procura a rota de elevar
levadas ao Governo Federal no início deste ano, ainda espelham com bastan· a produtividade de mão-de-obra agrícola através de um incremento da pro·
te realidade o quadro da agropecuária rio-grandense. E muito se espera da dutividade por hectare cultivado, necessita de um tipo de capital (variedades
agricultura e pecuária neste ano de 198 J. Pelo lado do Governo Federal des- de fertilizantes, defensivos é outros), e se tiver abundância relativa de terra e
ponta como a pedra de toque para salvar o balanço de pagamentos, contri- escassez de mão-de-obra pode conduzir seu progresso tecnológico, elevando a
buindo para igualmente resolver os problemas ddnflação e de energia com os extensão da área cultivada por trabalhador, utilizando sistemas mecanizados.
quais se defronta amargamente. Em ambos os casos a inovação demanda custos, necessidades financeiras.
Para evitar as distorções deste importante rimo da economia brasileira é Este é o drama em que vive o homem do campo no Rio Grande do Sul.
preciso maior" consciência por parte do GovernO, para cornos problemas do Os desvios do sistema econômico, as penalizações, os confiscos para regular
setor. Tonia-se necessário apostar nesses produ'tores, considerá-los empre- preços e mercados unem-se aos insumos com custos elevados relativamente
sários como efetivamente são, além de entendê·los perfeitamente integrados aos mercados internacionais. A proteção efetiva dada à agricultura tradicio-
nos objetivos nacionais no sentido de levar o País pelo caminho do desenvol· nal, que se utiliza de técnicas que poupam insumos modernos, fica assim ele-
vimento harmônico. Não bastará apenas comprar parte da carne nos perío- vada relativamente ao grau de proteção dada à agricultura moderna, uma vez
dos de dificuldades. Urgem soluções mais profundas que modifiquem a pró- que a modernização está penalizada pelas elevações relativas nos custos dos
pria infra-estrutura do campo. Necessário sé torna o estabelecimento de me- insumos.
canismos agéis de apoio ao produtor, dinamização no processo comercial e Não poderia deixar de citar estes aspectos de ordem geral, Sr. Presidente
ajustamento db produto a nível interno para que possa amanhã disputar os e Srs. Deputados. pois entendo que a política comercial protecionista gera
mercados compradores, no exterior, mesmo que para isso o governo se veja uma tendência, bastante forte em manter a agricultura produzindo dentro de
forçado a incentivar a venda, pois dificilmente um setor poderá ampliar seus padrões tradicionais condicionada a um crescimento meramente extensivo,
negócios de exportação se não contar, em contrapartida, com o sólido apoio sem que possa inovar em sua tecnologia para contribuir de modo mais dinâ-
governamental. mico para o desenvolvimento da Nação.
Estão aí as cooperativas dando um profícuo exemplo de como se podem A questão torna-se mais dramática para o Rio Grande do Sul quando se
extrair soluções criativas dos momentos de dificuldades. Estão aí as entidades observa que o modelo extensivo-ocupacional no Estado está na sua última
de classe comoa FARSUL a FECOCARNE e outras articulando-se no senti- fronteira. A agricultura estende-se cada vez mais sobre áreas tradicionalmen-
do de sensibilizar o Governo e os próprios produtores. te ocupadas pela pecuária. E o próprio Governo Estadual procurou, há bem
O Rio Grande do Sul, assim, Sr. Presidente e Srs. Deputado~, tem procu- pouco tempo, promover a integração entre um e outro segmento direcionan-
rado, através da criação de pólos catalisadores da atividade pecuária em cen- do as atividades para um ritmo mais empresarial. Uma das alternativas mais
tros produtores, integrar o produtor rural na indústria e na própria comercia· importantes, porém, para o equilíbrio do espaço 'econômico rio-grandense, se
lização. Exemplo disso foi a implantação em Bagé de um pólo protéico com o encontra na integração agroindustrial. Esta será, tenho certeza, a forma de
objetivo de dar maior amplitude à produção de carne, partindo-se de modo manter o homem em seu próprio habitat.
empresarial para o aproveitamento de todos os subprodutos animais. Mesmo com o avanço extraordinário da agricultura, mercê da presença
Trata-se de atividade que está dando seus primeiros passos, necessitando do grão da soja e scus derivados mais diretos nos mercados internacionais, a
por isso do apoio governamental e do interesse desvelado das classes produ- pecuária desempenha papel importante na economia do Estado. Sofre, entre-
toras. tanto, os problemas de uma conjuntura difícil, a começar pelo clima incons-
A agricultura, por seu lado, quando se voltou para o mercado externo, tante. A mortandade média do rebanho bovino do Rio Grande do Sul se tem
est~ve tributada por uma taxa cambial sobrevalorizada. Esta penalização à situado em torno de 4% em anos normais. Jâ em anos anormais, assolados
agriCultura' foi reconhecida incJusive pelos economistas ortodoxos, mas seu por modificações drásticas de clima (inverno excessivamente rigoroso) esta
conhecimento mais amplo, até através de mobilização política, era impossibi- taxa aumenta, podendo atingir até 7% do rebanho. A causa principal dessas
litado pela crença de que o único caminho legítimo para o desenvolvimento baixas ê a autofagia, que se torna intensa no inverno, alêm de consumir pre-
seria via industrialização, ficando a agricultúra relegada a um plano secun- ciosas calorias acumuladas pelo gado nos períodos de clima estável.
dário. De um rebanho bovino superior a 9 milhões de cabeças em 1960, com
As elevadas tarifas adotadas nas exportações geraram paradoxos a nível taxa de abate de 9,44%, o efetivo elevou-se acima de 12 milhões em 1979,
interno, prejudicando o desejado equilíbrio entre a capacidade de consumo apresentando uma taxa de abate de 9,77%. Nos anos de 1972 e 1975, por
nacional e a necessidade de exportação de excedentes, onde o ,setor primário exemplo, os rebanhos bovinos tiveram piques de alta com uma populaçao su-
participa de maneira incisiva. Mesmo as indústrias sofreram com essas indefi- perior a 13 milhões de cabeças. Em 1975 a taxa de abate era de 9,44%, aumen-
nições de política econômica, pois de acordo com o economista norte- tando em 1976 para li ,61 %. Foi o período em que, pelos desníveis de merca-
americano Harry Johnson, da Universidade de Harvard, "o exemplo mais do, os produtorcs começaram a abater matrizes, levando conseqüentemente a
óbvio dos efeitos negativos das elevações de tarifas são as indústrias exporta- problemas de estabilidade dos rebanhos que somente agora começa a se nor-
doras que por definição são protegidas mas que se utilizam de insumos que malizar.
são protegidos e conseqüentemente são taxados pela estrutura tarifária (e Para se ter uma idéia desses números de maneira mais ampla, o quadro a
pela sobrevalorização r;;ambial a ela conseqüente). Este ponto assume relevân- seguir apresenta a evolução do rebanho bovino do Rio Grande do Sul com a
cia para os países em desenvolvimento que em geral encontram dificuldades respectiva taxa de abate.
Agost~ de 1981 DtÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se,ào I) Quinta-feira 27 8485

No outro quadro nota-se a evolução comparativa das atividades de la- Objetivando a maior produtividade do setor, a Secretaria de Agricultura
voura e pecuária no Estado, de 1971 a 1980, onde se verifica que no ano pas- do Rio Grande do Sul vem procurando alterar o atual sistema de abates me·
sado a lavoura ocupava mais de 7 milhões de hectares, com a pecuária apre- diante a implantação das feiras de terneiros, que visam manter ativa a pro-
sentando uma população bovina acima de 12 milhões de cabeças. dução de novilhos precoces de 24 a 30 meses. Assim, a idade de abate dos ma-
chos bovinos rto Estado vem diminuindo no decorrer dos anos, acentuando-
EVOLUÇÃO DO REBANHO BOVINO 1\0 R](J GRANDE DO SUL se este fato a partir da implantação daquelas feiras em 1973. Isso tem provo-
eml A RESPECTIVA TAXA DE ABATF; cado, de certa maneira, a estabilidade maior e a fixação de ciclos de engorda.
mais adequados.
A carne, no entanto, continua enfrentando problemas de comerciali-

AFET.lvof~~Ll--ABA1~'~f ~~
zação, já que se espera excedentes este ano na ordem de 350 mil toneladas,
ANO dentro de uma oferta global em torno de 2 milhões de toneladas em todo o
CAB I (AB "Cl._
TAXA
ABATE'.
Brasil. A COBAL, para minimizar os efeitos gerados pelo excesso d.e carne no
-1-96-0----1---.-=8=2, 00-;
9 3
1:-: ::;:TI-:--r-~4-4- mercado, estabeleceu um estoque regulador em torno de 250 mil toneladas.
No âmbito das exportações as dificuldades são imensas, principalmente no
: I I
1%1 9.691.900 1 103 I ~192.411 1 112 : 10.24 que diz respeito aos aspectos fitossanitários do produto e aos diferenciais de
1962 9.706.700 103 1.008.703 i 114 I 10,39
preço: o custo da carne no mercado nacional está acima do que os comprado-
res internacionais pagam atualmente pelo produto. Espera-se, contudo, uma
1963 10.402.000 111 1.098.946 1124 I 10,56 exportação superior a 350 milhões de dólares, somente em enlatados, que de-
verá colaborar para desafogar o mercado. Neste particular a pecuãria ainda
1964 10.711.100 114 969.59, 109 9,05
apresenta problemas de integração vertical, além da baixa qualidade dos in-
1965 11. 1)(,9. 311(1 IH 1.162.283 131 10,50 sumos utilizados na industrialização da carne.
1966 11.238.000 120 1.172.071 132 10,43 Acrescem em meio a este quadro as dificuldades conjunturais que a
1967
maioria dos países importadores vêm enfrentando. A Europa Ocidental vive
11.926.110 127 1.035.045 117 8,67
uma de suas piores crises econômicas, agravada pela sobre"alorização do
196 H 11.959.900 127 ].225.R~n 138 10,25 dólar em relação às moedas daquele continente.
1
1969 11.953.700 1 70
I
1.300.080 H7 II1,B: Como as exportações brasileiras sào reguladas pelo padrão-dólar, o
acesso aos mercados consumidores' da Comunidade Econômíca Européia
19711 12.298.309 131 1 1.161.570 UI 9,44 torna-se assim mais difícil.
1971 12.123.210 12 ~) 11. 2()~. 230 142 10,43 A nível do Rio Grande do Sul a oferta e a demanda de carne bovina per-
1972 13.010.347 138 11. 260. EI~l 142
maneceram estáveis e em alguns casos até decresceram; A oferta em 1975 era
de 245.182 toneladas, diminuindo em 1980 para 240.392 toneladas. O consu-
1973 12.640.978 131 11.350.(,:7 152 ]11,1>8 mo interno evoluiu de 141.890 toneladas em 1975 para 166.429 toneladas em
1974 J 2. 922.139 138 ! 1 .. 2~O.46() 139 9,52 1980, ao passo que as exportações para outros Estadós se elevaram de 13.042
I
toneladas para 39 mil toneladas no ano passado. As exportações para merca-
1975 13.134.753 140 11239.Y41 140 9,44
dos internacionais ainda sào pequenas: de 23.386 toneladas em 1975, a de-
19711 12.557.7U' 134 i1.4S"'OÓO 164 11,01 manda ascendeu a 27 mil toneladas no ano passado.
1977 11.980.68~) 112R 1.5117.594 177 13.118
Quanto aos preços recebidos pelos produtores do Rio Grande do Sul
pelo gado gordo, de 1980 a 1981, esses variaram de 42,14 cruzeiros o quilo do
1978 ]1.997.116 1.28 11..,45.1134 .52 11.21 boi em pé até 54 cruzeiros.

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A pecuária e a agricultura precisam, assim, buscar os contornos de seu
_1_9_7_9_-,-_1_2.167. 2 futuro através de uma integração cada vez maior pela via da industrialização,
onde os custos possam ser melhor distribuídos, sem as distorções de estrutura
FONTES: FEE-FIBGE-CEPA . que penalizam excessivamente o setor primário, retirando-lhe a competitivi-
1960=100 dade, A carne deverá constituir apenas um dos segmentos nessa cadeia de ati-
Tomando-se 1960 como bllse, verifica-se que o rebanho bovino apresen- vidades, pois do boi se pode aproveitar quase tudo, desde que haja um orde-
tou em 1975 um crescimento de 40%. Contudo, atualmente, de permanece no namento setorial de modo a absorver os resíduos, o sangue, o couro, o colâ-
mesmo nível alcançado no inicio dos anos 70, em torno dos 12 milhões de ca- geno; enfim, dessa gama de componentes da pecuária poderemos extrair ele-
beças, mentos que, bem dimensionados, proporcionarão' a tão desejada redenção
A taxa de abate varia entre 9% a 11% em todo o período, salvo no ano econômica do Rio Grande do Sul.
atípico de 1977. O couro, que integra esta cadeia vertical formada pela pecuária, é outro
produto nobre, cujo aproveitamento deverá levar em conta a carência mun-
EVOLUÇÃO DAS ATIVIDADES LAVOURA E PECUÃRIA-RS dial do produto. Matéria-prima escassa e de consumo garantido no mundo
1971-1980. ioteiro. Os próprios países desenvolvidos disputam essa matéria-prima por
- ·------------r---------------~ intermédio de todos os meios. Isto porque os rebanhos bovinos estão pratica-
1----=:L.;.:.'<\:.;.O:..:UR."21=--+----. t.E.I~!'Fl'\. - mente estagnados nos países ricos e em franca expansão nos países em vias de
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___-+ -=1.;:.1."___.
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.!'.E.!-~_t_~~ARE(,\S _,-,,-
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desenvolvimento.
A produção mundial de couros e peles está assim distribuída, de acordo
~.1t,(>.1169 ! 100 i L'.I~:;.']I' ,]QQ com dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento In-
~,h2S.'\1] I 111 ! n.010.34" l]0n dustrial (UNIDO):
i lJ,1 1,.(>40.0-8 i lr·1
- bovinos, ao redor de 28~ milhões de peças;
- ovinos, cerca de 385 milhões de peças;
1~5 I 1 r" ~ caprinos, 167 milhões de peças.
I
I

lq~; 6.n0~.058 144 ; 1 ()8 Considerando-se que a ãrea de um couro bovino é bem maior que as de
I ovinos e caprinos, a metragem deste segmento representa 71,3% do total de
b.3:;(').-I43 152 1~.SS7.-1~~ ] 0·\
couros em área útil disponível.
h. (1(:<:; 11.~8{).68~j nQ
{){l-. ]1'0 Já no caso do rebanho bovino, os países em desenvolvimento detêm mais
~.O-1.-.5-l0 1 6~) 11.~1~;~.116 de 850 milhões de cabeças contra 439 milhões dos paises desen:"olvidos.
I Espera-se para 1985 uma população bovina de I milhão, 375 milhões de ca-
-.2164U08 1~3 1~.ln-.2t\S
I -- :,
beças. das quais 925 milhões deverão estar localizadas nos países em vias de
·,];,5.4% I ]"]

I
12.:Q9, desenvolvimento e 450 milhões nos países desenvolvidos, Em contrapartida,
se analisarmos os abates, veremos que os países em desenvolvimento apresen-
I tavam, em 1977, uma cifra de 129,6 milhões de cabeças, ou 15% do rebanho,
-I I contra 156,1 milhões dos países desenvolvidos, ou 35,5% do total do rebanho.
8486 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

o que se pode notar com clareza cristalina ncsses números é a grande in- Pernambuco
suficiência técnica com que os rebanhos são tratados nos países ])J'jles, em Airon Rios - PDS; Augusto Lucena - PDS; Fernando Coelho -
:dguns dos quais inclusive dada à inexistência de tabus religiosos, que inibem PMDB; Fernando Lyra - PMDB; João Carlos de Carli - PDS; Joaquim
um aproveitamento mais racional dos rebanhos. O caminho a percorrer, por-
Guerra - PDS; José Carlos Vasconcelos - PMDB; José Mendonça Bezerra
tanto, pelos países do Terceiro Mundo, é longo, penosO e passa necessaria- - PDS; Marcus Cunha - PMDB; Oswaldo Coelho - PDS; Pedro Corrêa
mente pela maior valorização da pecuária. Áreas ext.ensas como as do Brasil - PDS; Roberto Freire - PMDB.
devem localizar suas prioridades em atividades agrícolas e pastoris, sob pena
de estarmos importando alimentos em escala cada vez maior, afetando ~ ba- Alagoas
lança comercial do País e levando-o a uma dependência atroz que se irá su·:e· Antônio Ferreira - PDS; Geraldo Bulhões; Mendonça Neto - PMDB.
dendo através das próximas gerações. . Sergipe
Em meio a estes aspectos de ordem geral convém frisar que a bovinocul- Francisco Rollemberg - PDS; Tertuliano Azevedo - PP.
tura no Estado vive períodos cíclicos de safra e entressafra, o que dificulta
Bahía
sobremaneira o estabelecimento de planos de investimentos voltados para a
utilização racional dos campos durante todo o ano. Assim, a safra iniciada Djalma Dessa - PDS; Elquisson Soares - PMDB; Fernando Maga-
em fevereiro atinge picos de alta normalmente de abril a maio, começa a des· lhães - PDS; Henrique Brito - PDS; Hilderico Oliveira - PMDB; Horácio
crescer a oferta de maio até julho, iniciando então a entressafra, que se esten- Matos - PDS; Jorge Vianna - PMDB; José Amorim - PDS; José Penedo:
de até janeiro do outro ano. Os tempos de maturação em pecuária são longos, - PDS; Leur Lomanto - PDS; Marcelo Cordeiro - PMDB; Menandro
apresentando média superior a 6 anos, €onsiderando-se a estacionalidade dos Minahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; Raymundo Urbano - PMDB; Rô-
abates. O interessante neste quadro é que a entressafra se torna favorecida em mulo Galvão - PDS; Roque Aras - PMDB; Ruy Bacelar - PDS; Ubaldo
termos de preços mais compensadores, o que está forçando os pecuaristas a Dantas - PP; Wilson Falcão - PDS.
adotarem novas tecnologias de produção de carne objetivando abater ani- Espírito Santo
mais nesses períodos. Gerson Camata - PMDB; Luiz Baptista - PP; Mário Moreira -
Toda a pujança presente na EXPOINTER, expressão máxima de esforço PMDB; Max Mauro - PMDB; Walter de Prá - PDS.
dos pecuaristas rio-grandenses, constitui, sem dúvida, o sólido testemunho de Rio de Janeiro
um Estado que acredita em suas raízes e, através delas, procura soluções para
Alair Ferreira - PDS; Délio dos Santos - PMDB; Edison Khair -
esse setor. Soluções que, no entanto, devem levar em conta a importância do
PMDB; Florim Coutinh'o; Hydekel Freitas - PDS; Joel Lima - PP; Jorge
ser humano, responsável em maior grau pelos avanços da sociedade atual.
Ao dirigirmos apelo aos homens de Governo, o fazemos confiantes Gama - PMDB; Jorge Moura --:- PP; José Bruno - PP; José Maria de Car-
valho - PMDB; José Torres - PDS; Lázaro Carvalho - PP; Léo Simões-
sobretudo na força realizadora dos rio-grandenses, que mais uma vez saberão
responder ao apoio governamental nesta hora de vicissitudes e de tantas in- PDS; Leônidas Sampaio - PP; Lygia Lessa Bastos - PDS; Mac Dowel1 Lei-
certezas. te dc Castro - PP; Marcelo Medcirós - PP; Márcio Macedo - PP; Modes-
to da Silveira - PMDB; Osmar Leitão - PDS; Oswaldo Lima - PP; Paulo
Durante o discurs{J do Sr. Cláudio Strassburger o Sr. Joel Ferrei- Torres - PP; Pedro Faria - PP; Rubem Dourado - PP; Rubem Medina-
ra. Suplente de Secretario. deixa a cadeira da presidência. que é ocu- PDS.
pada pelo Sr. Nelson Marchezmz. Presidellte. Minas Geraís
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Está findo o tempo desti· Altair Chagas - PDS; Antônio Dias - PDS; Batista Miranda - PDS;
nado ao Expediente. Bias Fortes - PDS; Castejon Branco --' PDS; Chrístóvam Chiaradia -
Vai-se passar à Ordem do Dia. PDS; Edgard Amorim - PMDB; Edilson Lamartine Mendes - PDS; Hélio
Compareceram mais os Srs.: Garcia - PP; Homero Santos - PDS; Hugo Rodrigues da Cunha - PDS;
José Camargo Jairo Magalhães - PDS; João Herculino - PMDB; Jo,é Carlos Fagundes
Acre - PDS; Júnia Marise - PMDB; Leopoldo Bessone - PP; Luiz Baccarini-
PP; Luiz Leal - PP; Luiz Vasconcellos -PDS; Navarro Vieira Filho -
Aluízio Bezerra - PMDB; Amilcar de Queiroz - PDS.
PDS; Newton Cardoso - PP; Paulino Cícero de Vasconcelos - PDS; Ro-
Amazonas' sem burgo Romano - PP; Sérgio Ferrara - PP; Sílvio Abreu Jr. - PP; Telé-
Mário Frota - PMDB; Rafael Faraco - PDS; Vivaldo Frota - PDS. maco Pompei - PDS; Vicente Guabiroba - PDS.
Pará
São Paulo
Antônio Amaral- PDS; Brabo. de Carvalho - PMDB; Carlos Vinagre
Airton Sandoval - PMDB; Alberto Goldman - PMDB; Antônio Mo-
- PMDB; João Menezes - PP; Manoel Ribeiro - PDS; Sebastião Andrade
-~. .
rimoto - PDS; Antônio Zacharias - PDS; Athiê Coury - PDS; Audálio
Dantas - PMDB; BeZerra,de Melo - PDS; Caio Pompeu - PP; Cantídio
Maranhão Sampaio - PDS; Carlos Nelson - PMDB; Diogo Nomura - PDS; Erasmo
Edson VidigaI- PP; João Alberto - PDS; José Ribamar Machado- Dias - PDS; Flávio Chaves - PMDB; Francisco Rossi - PDS; Giôia Jú-
PDS; Luiz Rocha - PDS; Nagib Haickel- PDS; Temístoc1es Teixeira; Vic- nior - PDS; Henrique Turner - PDS; Herbert Levy - PP; Horácio Ortiz
tor Trovão - PDS; Vieira da Silva - PDS. - PMDB; João Arruda - PDS; Jorge Paulo - PDS; José de Castro
Coimbra - PDS; Mário Hato - PMDB; Natal Gale - PDS; Octacílio Al-
Piauí
meida - PMDB; Octávio Torrecilla - PDS; Pedro Carolo - PDS; Ralph
Carlos Augusto - PP; Correia Lima - PDS; Joel Ribeiro - PDS; Lud- Biasi - Pi\1DB; Roberto Carvalho - PDS; Ruy Silva - PDS; Salvador Ju-
gero Raulino - PDS; lianelIi - PDS; Samir Achôa - PMDB; Santilli Sobrinho - PMDB; Valter
Ceará Garcia - PMDB. .
Adauto Bezerra - PDS; Antônio Morais - PP;Cesário Barreto -
PDS; Cláudio Philomeno - PDS; Flávio Marcílio - PDS; Iranildo Pereira Goiás
- PMDB; Leornc Belém - PDS;Manoel Gonçalves - PDS; Mauro Sam- Fernando Cunha - PMDB; Francisco Castro - PMDB; Guido Aran-
paio - PDS; Ossian Araripe - PDS; Paulo Studart -;-. PDS. tes - PDS; Hélio Levy - PDS; Iturival Nascimento - PMDB; José Freíre
Rio Grande do Norte - PMDB; Paulo Borges - PMDB.
Henrique Eduardo Alves - PP; João Faustino - PDS; Pedro Lucena
- PP; Vingt Rosado - PDS; Wanderley Mariz - PDS. Mato Grosso
Paraíba . Bento Lobo - PP; Carlos Bezerra - PMDB; Cristina Cortes - PDS;
Gilson de Barros - PMDB; Júlio Campos - PDS.
Adernar Pereira - PDS; Álvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Gomes-
PDS; Arnaldo Lafayette - PMDB; Octaeílio Queiroz - PMDB; Wilson Mato Grosso do Sul
Braga - PDS. João Câmara - PMDB; Ruben Figueiró - PP.
Agosto de 1981 DIA RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) <)"iuta-feira 27 8487

Paraná LÉO SIMÕES - Projeto de lei que acrescenta dispositivo à Lei n" 5.890,
Adriano Valente - PDS; Alípio Carvalho - PDS; Antônio Annibelli- de 8 de junho de 1973, na parte em que disciplina a aposentadoria por tempo
PMDB; Ary Kffuri - PDS; Braga Ramos -.PDS; Ernesto Dall'Oglio - de serviço.
PMDB; Euclides Scalco - PMDB; Heitor Alencar Furtado - PMDB; Her- HENRIQUE TURNER - Projeto de lei que dispõe sobre o enquadra-
mes Macedo - PDS; Igo Losso - PDS; ltaloConti - PDS; Lúcio Cioni- mento de pessoal do Ministério da Previdência e Assisfência Social remanes-
PDS; Norton Macedo - PDS; Olivir Gabardo - PMDB; Osvaldo Macedo cente da implantação do Plano de Classificação de Cargos instituído pela Lei
- PMDB; Paulo Pimentel - PDS; Pedro Sampaio - PP; Vilela de Maga- n" 5.645, de 10 de dezembro de 1970.
lhães -.PTB; Waldmir Belinati- PDS. () Sr. Alceu ('ollares (Líder do PDT) - Sr. Presidente, peço a palavra
para uma comunicação.
Santa Catarina
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Tem a palavra o nobre
Angelino Rosa - PDS; Arnaldo Schmitt - PP; Ernesto de Marco - Deputado.
PMDB; Evaldo Amaral - PDS; Francisco Libardoni - PMDB; José Tho-
mé - PMDB; Pedro CoJlin - PDS; Victor Fontana - ·PDS. O SR. ALCEIJ ('OLLARES (PDT - RS. Pronuncia o seguinte discur-
so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, passo a ler, para que conste dos Anais,
Rio Grande do Sul nota oficial do Partido Dcmocrático Trabalhista:
Ary Alcântara - PDS; Cardoso Fregapani - PMDB; Carlos Chiarelli "PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT)
- PDS; Darcy Pozza - PDS; Eloar Guazelli - PMDB; Eloy Lenzi - PDT; Gabinete da Liderança
Fernando Gonçalves - PDS; Harry Sauer - PMDB; Jairo Brum - PMDB; NOTA OFICIAL
Júlio Costamiian - PMDB; Magnus Guimarães - PDT; Odacir Klein - Ao repudiar com enérgica veemência a covarde invasão do ter-
PMDB; Pedro Germano - PDS; Telmo Kirst - POS; Túlio Barcellos - ritório angolano por tropas mercenárias da África do Sul, o Partido
PDS; Victor Faccioni - PDS. . Democrático Trabalhista (PDT), por sua liderança na Câmara dos
Deputados, deseja manifestar sua irrestrita solidariedade ao gover-
Amapá
no e ao povo de Angola, e reiterar seu inabalável apoio ao princípio
Paulo Guerra - PDS. .da autodeterminação de todas as nações livres do mundo.
Roraima A insólita agressão, perpetrada por um país racista e atrelado a
Hélio Campos - PDS. interesses internaci.mais subalternos, representa séria lesão à sobe-
rania de Angola e grave ameaça à paz mundial.
VI - ORDEM DO DIA O PDT, cuja doutrina programática repele todo e qualquer tipo
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - A lista de presença acusa de intervenção, seja ele militar ou econômico, e condena a doentia
o comparecimento de 258 Srs. Deputados. doutrina do apartheid, não pode silenciar quando uma nação impe-
Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar poderão' rialista, sob pretextos fúteis e inaceitáveis, invade e agride um país
fazê-lo. livre e independente, tentando impor - cínica e hipocritamente - o
direito da força- à força do Direito.
ROQUE ARAS - Projeto de lei que regula o exercicio da profissão de
Motorista, e determina outras providências. Projeto de lei que determina que De resto, não há como negar que a traiçoeira atitude da África
do Sul, certamente estimulada pelos novos rumos da política exter-
as prestações em dinheiro, devidas pelo INPS aos segurados, sejam efetuadas
na norte-americana, visa a esmagar o nascente socialismo angolano
através das Agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos -
e sepultar de vez os justos anseios de libertação do bravo povo da
EBCT, aherando o art. 5" da Lei n" 6.439/77, instituidora do SINPAS.
OUVIR GABARDO - Projeto de lei complementar que modifica dis_ Naníbia.
O episódio, sem dúvida, é extremamente grave. Por isso, as li-
positivos da Lei Complementar n" lI, de 25 de maio de 1971, reduzindo o li-
deranças trabalhistas de todo o País, solidárias e identificadas com
mite de idade para a'aposentadoria por velhice do trabalhador rural e indi-
cando a respectiva fonte de custeio. . os patriotas de Ango\a, pretendem exigir do Governo brasileiro
muito mais do que a simples e formal condenação do inusitado ato
AROLDO MOLETTA - Projeto de lei que acrescenta parágrafos ao
belicista: reivindicarão. se necessário, ampla cooperação militar do
art. 4" do Decreto-lei n" 3.365, de 21 de junho de 1941.
Brasil, a fim de expulsar os invasores e manter inviolável ó processo
TERMO KIRST - Projeto de lei que introduz alteração no Decreto-lei revolucionário angolano.
n? 1.783, de 18 de abril de 1980. Deseja também, como medida concreta, pedir ao Governo bra-
LEITE SCHIMIDT - Projeto de lei que altera a redação do art. 29 da sileiro que, em todos os casos de agressões semelhantes à praticada
Lei Complementar n" 5, de 29 de abril de 1970. pela Africa do Sul contra Angola, sejam rompidas as relações diplo-
ÁLVARO DIAS - Projeto de lei que introduz alterações na Lei n" máticas com os países agressores, pois contrariam os princípios fun-
1.779, dc 22 de dezembro de 1952, que criou o Instituto Brasileiro do Café. damentais que devem embasar o relacionamento entre os países ci-
CARLOS SANTOS - Projeto de lei que destina a renda liquida de um vilizados.
teste da Loteria Esportiva Federal à Federação Nacional das APAEs, e dá Por fim, o PDT deseja advertir àqueles que se nutrem do ódio e
outras providências. da violência que só a paz, cujo substrato consiste no impostergável
ADHEMA R GHISI - Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatorieda- respeito à autodeterminaçào dos povos. é capaz de construir para a
de de consulta prévia ao múnicípio, para o fim de dar nome a obra pública fe- eternidade.
deral nele construída. Ainda mais: a covarde agressão, autorizada pelo governo de
JORGE PAULO - Projeto de lei que modifica a redação do art. I" da Pretória. nào ficará impune; hão de se unir contra ela todos os po-
Lei n" 6.879. de 9 de dezembro de 1980. vos livres do mundo.
CRISTIN A TAVARES - Projeto de lei que dispõe sobre a Política Na- Brasília. 26 de agosto de 1981. - Alceu Collares, Líder do
cional de Computadores. PDT."
PEIXOTO FILHO - Projeto de lei que altera os arts. 141 e 146 da Lei
Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenha a certeza absoluta de que esta nota
n" 5.774, de 23 de dezembro de 1971 (Estatuto dos Militares), para fins de
de repúdio à agressão será seguida de atos concretos não só do Governo bra-
contagem de tempo de serviço em atividade privada.
sileiro, como de todos os países civilizados do mundo, para impedir que fatos
HENRIQUE EDUARDO ALVES - Projeto de lei que altera dispositi- dessa natureza venham a se repetir, atingindo a soberania dos paises livres.
vo da Lei Orgânica da Previdência Social, para o fim de incluir, entre os de-
pendentes dc segurados da Previdência Social, os filhos que estejam cursando O Sr. Peixoto Filho - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comuni-
universidade. cação, como Líder.
PACHECO CHAVES- Projeto de lei complementar que introduz alte- O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Tem a palavra o nobre
ração na Lei Complementar n" 11,.de 25 de maio de 1971, visando a cstendcr- Deputado.
ao trabalhador rural todos os benefícios previdenciários devidos ao trabalha- O SR. PEIXOTO FILHO (Vice-Líder do PP-RJ. Pronuncia o seguinte
dor urbano. discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em audiência ontem com o Presi-
MAC DOWELL LEITE DE CASTRO - Projeto de lei que modifica a dente Figueiredo para tratar do sempre atual problema dos Municípios brasi-
legislação concernente ao salário-família. leiros considerados áreas de interesse da segurança nacional. especialmente
8488 Quinta-feira 27 DlÃRIÜ DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de I981

de Duque de Caxias, Volta Redonda e Angra dos Reis do Estado do Rio, cer- o Sr. JG de Araújo Jorge - Sr. Presidente, peço a palavra para uma co-
to de que o assunto vem sendo debatido com informações contraditórias de municação, como Líder.
setores alheios à problemática, ouvi do Primeiro Magistrado da Nação a pa- O SR. PRESIDENTE (Nelson Mareltezan) - Tem a palavra o nobre
lavra alentadora de que ainda não tinha em mãos o relatório final dos órgãos Deputado.
oficiais competentes sobre a restauração política desses Municípios, mas que
O SR. JG DE ARAÚJO JORGE (PDT - RJ. Sem revisão do orador.)
tudo fará para corresponder aos anseios das calorosas populações brasileiras
Sr. Presidente, amanhã a AMB - Associação Médica Brasileira - realizará
privadas de escolherem em pleito direto os seus mandatários municipais -
eleições em todo o Brasil. Há 17 anos a Associação Médica Brasileira está sob
Prefeitos e Vice-Prefeitos. S. Ex' demonstrou mais uma vez a sua maleável de-
a direção do médico Dr. Pedro Cassab e, amanhã, as oposições apresentarão
cisão de redemocratizar o País, reconhecendo que o voto popular é a base de
uma chapa com o nome do Dr. Mário Correia Lima, a chapa Renovação. A
toda a legitimidade política.
palavra renovação, nessa eleição da classe médica, tem importáncia decisiva,
O Sr. Jorge Vianna - Sr. Presidente, peço a palàvra para uma comuni- pois ainda recentemente a classe médica teve até de apelar para a greve em de-
cação, como Líder. fesa de seus direitos e colocar, diante da opinião pública, suas mais legítimas e
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Tem a palavra o nobre autênticas reivindicações. Na realidade, os grandes problemas que a classe
Deputado. médica enfrenta no Brasil, onde a medicina está sujeita a um sistema híbrido,
capitalista e estatizante, demonstram, evidentemente, a necessidade' de que à
O SR. JORGE VIANNA (PMDB - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. frente de sua Associação se encontrem médicos identificados com os interes-
Presidente, Srs. Deputados, o PMDB vem de público denunciar à Nação a in- ses de sua classe e ideologicamente capazes de corresponder aos seus anseios,
sensibilidade dos homens que a governam, agora provocando por todos os aos seus direitos e à luta que pretendem desenvolver. A chapa Renovação me-
meios a ira após a insatisfação popular latente em todos os· recantos da rece, portanto, o apoio de todos nós. O Partido Democrático Trabalhista,
Nação. Exemplo se tem do que ocorreu há poucos dias em Salvador, onde que tem em ~eu programa a sociaÍização da medicina, participa que está ao
31 % dos trabalhadores vão para o trabalho a pé porque não dispõem 4e re- lado da candidatura de Mário Correia Lima, e na expectativa de que, nas
cursos para se locomover. Apesar de tudo, verificou-se agora um aumento in- . eleições de amanhã, S. S' consiga eleger-se para a Presidência da Associação
justificável em torno de 61 % nas tarifas dos coletivos, baseado nos Índices Médica Brasileira.
mais altos dó CIP. Em conseqüência, houve uma manifestação de protesto
O Sr. Bonifácio de Andrada - Sr. Presidente, peço a palavra para uma
pacífica e ordeira, como ordeiro e pacífico é o povo baiano. Mas alguns e!e-
comunicação, como Líder.
mentos, seguramente os mesmos que estão acostumados a incendiar bancas
de jornal e a praticar atos como os do Riocentro, atiraram pedras e incendia- O SR. P.RESIDENTE (Nelson Marcltezan) - Tem a palavra o nobre
ram ônibudsso fez com que o sátrapa da Bahia fosse à televisão, em cadeia Deputado.
nacional, com a sua imagem a direita, fazer amigos e não lamentar o inciden- O SR. BONIFÃCIODE ANDRADA (PDS - MG. Sem revisão do ora-
te ocorrido ou levar palavras de incentivo e de esperança aos lares baianos. dor.) - Sr. Presidente, a Liderança do PMDB trouxe à Casa, em seu nome e
Ontem novamente as cenas se repetiram: ônibus foram quebrados e incendia- em nome de outros setores da Oposição, a palavra de crítica à atuação do Go-
dos na Bahia, tudo isso porque os detentores do poder não se detiveram ante verno do Estado da Bahia e do Prefeito Municipal de Juiz de Fora. Ser opo-
o sacrifício do povo e nào reviram sua decisão de aumentar em 61 % a tarifa sição, Sr. Presidente, é muito fácil, 'e fazer críticas mais fácil ainda. Mas en-
escorchante dos transportes. Acresce ainda a notícia de demissões de funcio- frentar os desafios do momento, as dificuldades que a situação econômica in-
nários da Prefeitura na Cidade de Juiz de Fora'- 150 ontem, com a ameaça ternacional faz refluir sobre o País, é algo muito diferente. No caso que até há
de mais 500 a serem dispensados além da ameaça que pesa no Rio Grande do poucos dias atormentava a capital da Bahia, episódio da mais alta gfavidade
Sul, formando-se assim uma cadeia de insatisfação que o PMDB se sente na em que a agitação pública, não se sabe por que razão maior, dentro de um
obrigação de denunciar, para que seja justificada uma revolta popular, que, plano articulado, levou a intranqüilidade, o mal-estar e mesmo a insegurança
seguramente, o povo brasileiro não deseja, porque espera a soluçào pelas ur- a toda a população de Salvador, não poderia ser outra a atitude daquele que
nas. Mas, indiscutivelmente, não podemos silenciar frente a acontecimentos tem sobre os om bras as responsabilidades governamentais do grande Estado,
que agora se montam no Brasil, gerando um clima de intranqüilidade, quan- senão a que tomou, procurando manter a ordem pública, e, ainda, providen-
. do na Bahia as prisões não são feitas dentro das normas de um país civilizado ciando contra excessos que levaram a situaçào crítica para vários pontos da
e, sim, como nos tempos dos seqüestros. O engenheiro Aroldo Lima, por capital baiana. No tocante a Juiz de Fora, o Prefeito do Município, Melo
cxcmplo, foi seqüestrado em casa e ficou desaparecido durante 48 horas, sem Reis, agiu de acordo com os imperativos da administração local e nào pode-
que ninguém soubesse do seu paradeiro. ria tornar outra atitude a não ser esta de, muito a contragosto, afastar das ati-
É contra tudo isto, Sr. Presidente, que o PMDB lança desta tribuna o seu vidades da prefeitura várias parcelas dos seus servidores. Ficou, porém, o
compromisso de que, tão logo vença as dificuldades financeiras, retornem es-
mais veemente protesto, ao mesmo tempo em que denuncia esta situação de
ses trabalhadores às suas atividades. .
intranqüilidade como uma tentativa de amanhã justificar ações antidemocrá-
ticas. . Quero, pois, deixar aqui, como comunicação de liderança, que os emi-
nentes correligionários Antônio Carlos Magalhães e o Prefeito Melo Reis agi-
Sr. Presidente, foi dirigido ao Sr. Ministro da Justiça, Ibrahim Abi-
ram de acordo com os melhores propósitos, tendo em vista assim o bem co-
Ackcl, pela Liderança do PMDB e sua Executiva Nacional, o seguinte tele-
mum e, mais do que isso, a tranqüilidade e o progresso das respectivas Unida-
grama:
des administratiyas que governam.
"Exm 9 Sr. Ministro Ibrahim Abi-Ackel
Ministério da Justiça O Sr. Rubem Dourado - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comu-
70000 - Brasília-DF nicação, como Líder.
Parlamentares que visitaram acampamento Agricultores encru- O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Tem a palavra o nobre
zilhada natalino vg em ronda alta vg Rio Grande do Sul vg manifes- Deputado..
tam preocupação com violências possíveis na referida área vg partir O SR. RUBEM DOURADO (PP - RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
31 corrente vg quando vg segundo Coronel Sebastião Moura vg se· Presidente, quero reafirmar à Nação que a eleição de amanhã na Associação
rão suspensos serviços assistência aos acampados vg não mencio- Médica Brasileira é da maior importância. Por medida cautelar concedida
nendo vg porém vg levantamento barreiras nas estradas et da ação pelo Juiz da I' Vara Cívil de São Paulo, a Oposição concorrerá com a si-
policial que hoje ocorre pt diante disto vg executiva nacional PMDB tuação, que há 17 anos ocupa aquela Associação, através da chapa encabeça-
deliberou comunicar vossência sua preocupação com possíveis me- da pelo Dr. Mário Correia Lima.
didas policiais que possam resultar em sério conflito pt agricultores Destacamos a importância que a classe médica deverá dar a essa eleição,
promovem movimento pacífico pt esperamos autoridades não per- na certeza de que o fortalecimento das associações de classe é tão importante
mitam exacerbação animos pt Deputado Ulysses Guimarães Presi- quanto o fortalecimento dos sindicatos. E da maior importância que a classe
dente Senador Pedro Simon Secretário Geral PMÓB" DEP Ulysses médica esteja voltada amanhã para essa eleição, que, certos estamos, será dis-
Guimarães putado democraticamente. .
Sr. Presidente, o PMDB deseja ainda solidarizar-se com a AMB no mo- Sr. Presidente, lembramos também qUe os episódios de Salvador não são
mento em que, amanhã, realizará eleições - desta vez sob mandatojudicial, isolados. Sobre eles o porta-voz do Presidente Figueiredo, Sr, Carlos Ãtila,
para que eleições livres possam processar-se naquele organismo - reafirmou que tais distúrbios poderão dificultar a eleição 'do próximo ano. V.
transformando-se num efetivo órgão de representação da classe médica. Ex', Sr. Presidente, e esta Casa são testemunhas do que a imprensa publicou.
Esta solidaricdade nào é só do PMDB, mas também do PP. Tudo indica que, no reduto do Governo e do PDS, que é Salvador, estão sen-
AlOSIo de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào IJ C)uinta-feira 27 8489
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do apresentadas resistências discutíveis e incompreensiveis, já que estão cer- cia Especial aQS Países em Desenvolvimento, adotada em Genebra, a 22 deju-
ceando as liberdades legítimas das oposições de classe. O movimento contra a nha de 1970, durante a qüinquagésima quarta sessão da Conferência Geral
carestia e os outros isolados, que querem ser ouvidos em Salvador, são movi- daquela Organização.
mentos legítimos, e a oposição ostensiva do Governador Antônio Carlos Ma- Art. 29 Este Decreto Legislativo entrará em vigor na data de sua publi-
galhães a eles pode ser, Sr. Presidente, um ponto para o nascimento dessa cação.
reação da linha dura que não deseja a normalização polftica neste País. Par Comissão dc Redação, 25 de agosto de 1981. - Murilo Mendes, - Pre-
mais que tenhamos ouvido a voz do Governo, na palavra do seu Vice-Líder sidente - Claudino Sales, Relator - Francisco Rollemberg.
José Bonifácio. estamos atentos, porque o representante do Presidente Fi-
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que a aprovam'
gueiredo reafirmou que distúrbios sociais poderão dificultar o processo polí-
queiram permanecer como estão. (Pausa.)
tico do próximo ano. Assim sendo, esta Casa está voltada com a maior
Aprovada.
atenção para os distúrbios de Salvador. Denúncias necessárias sempre as fa-
Vai ao Senado Federal.
rei. quando oportuno..
O Sr. BoniC'cio de Andrada - Sr. Presidente, peço a palavra para uma O SR. PRESIDENTE (Nelson Marehezan) - Há sobre· a mesa e vou
comunicação, como Líder. submeter a votos a seguinte redação final:
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchézan) - Tem a palavra o nobre PROJETO DE LEI N9 2.253-C, DE 1979
Deputado. Dispõe sobre o prazo para o registro de nascimento.
O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS - MG. Como Líder. Sem O Congresso Nacional decreta:
revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho com a maior veemência contradi- Art. ]9 O caput ao art. 50 da Lei n 9 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
tar as palavras do Deputado Rubem Dourado, que, mal inspirado, vem aqui passa a vigorar com a seguinte redação:
traduzir assertivas de ilustres representantes, com oficio, com função no Palá- "Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional
cio do Planalto, trazendo assim intranqüilidade, confusão e mal estar entre deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto,
seus colegas. dentro do prazo de 30 (trinta) dias, ampliando.:se até 6 (seis) meses
Creio que o nobre Deputado não está falando em nome do seu partido,
para os lugares distantes mais de 30 (trinta) quilômetros da sede do
porque jamais um partido presidido pelo Sr. Tancredo Neves e pelo Sr. Ma-
Cartório."
galhães Pinto viria aqui abordar trechos ou parte de declarações com as asser·
tivas e as conclusões feitas por S. Ex'. Ninguém neste país pode tirar do emi- Art. 29 Ficam isentas da multa de que trata o capul do art. 46 da Lei n9
nente Presidente João Figueiredo a liderança politica da abertura democráti- 6.015, de 31 de dezembro 'de ]973, as declarações de nascimento registradas
. ca. Esta liderança política é a concretização da abertura democrálica que será no prazo de 2 (dois) anos, contado da data da p.ublicaçào desta lei.
efetuada com a maior energia. Não serão estas intervenções mal inspiradas da Art. 39 Esta Lei entrará em vigor na data de 'sl,1a publicação.
Oposição que poderão alterar a firmeza de uma conduta em favor da demo- Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.
cracia. Comissão de Redação, 25 de agosto de 1981. - Murilo Mendes, Presi·
Sr. Presidente, reiteramos, pois, nosso protesto contra as afirmações do dente - Claudio. Sales, Relator - Francisco Rollemberg.
ilustre representante do Partido Popular, que não condizem com a linha do O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que a aprovam
seu partido. posso afirmar. queiram permanecer como estão. (Pausa.)
O Sr. Rubem Dourado - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. Aprovada.
Vai ao Senado Fcderal.
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezao) - Tem a palavra o nobre
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Há sobre a mesa e vou
Deputado.
submeter a votos a seguinte redação final:
O SR. RUBEM DOURADO (PP - RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, fui citado nominalmente, como se não tivesse falado em nome do PROJETO DE LEI N9 3.247-B, DE 1980
meu partido. Reafirmo que o porta·voz do Presidente da República, Carlos Dispõe sobre a obrigatoriedade de aplicação em projetos específi-
Átila- está publicado na imprensa - declarou que estes distúrbios sociais cos dos créditos e fiuanciamentos de organismos governamentais e da-
dificultarão o processo eleitoral no próximo ano. queles provenientes de iucentivos fiscais.
Trago um repto ao Líder do Governo nesta Casa. Estou com a verdade. O Congresso Nacional decreta:
O Partido Popular fala pela sua Liderança e provarã o que diz, encaminhan- Art. 19 Todo crédito ou financiamento concedidos por órgãos da admi-
do a esta Presidência, na sessão de amanhã, as palavras do Sr. Carlos Átila, nistração pública, direta ou indireta, ou recurso proveniente de incentivo fis-
porta·voz do Presidente. cal terá que ser aplicado exclusivamente no projeto para o qual foi liberado.
A minha palavra é verdadeira. A palavra do Líder do Governo, neste Art. 2º Os infratores ficam sujeitos às seguintes penalidades:
momento, não está coincidindo com a palavra do Sr. Carlos Átila, porta-voz I - não se beneficiarão de nenhum outro empréstimo de organismo ofi-
do Presidente da República. ciai de crédito e nem poderão utilizar recursos de incentivos fiscais, por um
O Sr. Bonifácio de Andrada - Sr. Presidente, peço a palavra para uma período de 10 (dez) anos;
comunicação, como Líder. II - terão que saldar todos os débitos, vencidos e vincendos, relativos
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Tem a palavra o nobre ao crédito ou financiamento cuja aplicação foi desviada, no prazo de 30 (trin-
Deputado. ta) dias contados da constatação da irregularidade.
Parágrafo único. As penalidades constantes deste artigo somente serão
O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS - MG. Sem revisão do ora-
aplicadas mediante processo regular, assegurada ao acusado ampla defesa.
dor.) - Sr. Presidente. o assunto é sério. O ilustre representante da Oposição
Art. 39 Além das sanções previstas no artigo anterior, os responsáveis
destacou trechos de assertivas de ilustres membros do Governo para fazer
pela infração dos dispositivos desta lei ficam sujeitos às penas previstas no
aqui deduções fantásticas, procurando vincular-se a fantasmas contra o regi-
me. art. 171 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal
Ora, Sr. Presidente, não lutamos contra fantasmas. Defendemos pro~i­ Brasileiro.
Art. 49 .O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 60
dências reais e concretas, como aquelas que o Presidente Figueiredo vem to·
(sessenta) dias a contar da sua publicação.
mando em favor da democracia.
Art. 59 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Vai-se passar à votação da Art. 69 Revogam-se as disposições em contrário.
matéria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia. Comissão de Redação, 25 de agosto de 1981. - Murilo Mendes, Presi-
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Hã sobre a mesa e vou dente - C1audino Sales, Relator - Francisco Rollemberg.
submeter a votos a seguinte redação final: O SR. PRESIDENTE (Nelsou Marchez~u) - Os Srs. que a aprovam
PROJETO DE DECRETO LEGiSLATIVO N9 85-B, DE 1981 queiram permanecer como estão. (Pausa.)
Aprova o texto da Convenção n9 131, de :Z:Z de junho de 1970, da Aprovada.
Organização InternacIonal do Trabalho, sobre fixação de salários Vai ao. Senado Federal.
mínimos. . O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Nos termos do artigo 86, §
O Congresso Nacional decreta: 39, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputados para uma Ses-
Art. 19 Fica aprovado o texto da Convenção n9 I31'da Organização In- são Extraordinária Matutina, amanhã, às 9 horas, destinada a trabalho das
ternacional do Trabalho sobre a Fixação de Salários Mínimos, com Referên- Comissões.
8490 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

o SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Concedo a palavra ao Sr. Pau-
Discussão única do Projeto de Lei n9 4.386-A, de 1981, que lino Cícero de Vasconcellos, na qualidade de Líder do Partido Democrático
acrescenta parágrafos ao art. 134 do Código Civil, instituído pela ~ci~ .
Lei n9 3.071, de 19 de janeiro de 1916;tendo parecer, da Comissão de O SR. PAULINO C{CERO DE VASCONCELLOS (PDS - MG.
Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade, técni- Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,' sou
ca legislativa e, no mérito, pela aprovação, com emenda, (Do Sena- daqueles que acreditam que é sempre possível tirar das eventuais crises que se
do Federal.) - Relator: Sr. João Gilberto. abatem sobre a sociedade humana um benefício em termos de realinhamento
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Há sobre a mesa e vou da ação do Governo, em termos da busca de objetivos novos para a sociedade
submeter a votos o seguinte perseguir como um todo, em termos de reexame e até mesmo de exame refle-
REQUERIMENTO xivo sobre as variantes que momentaneamente informam a quadra crítica
Sr. Presidente, desta mesma sociedade. Com relação ao episódio de Salvador, vários foram
os oradores baianos e não-baianos que desfilaram por esta tribuna para falar
Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão do
Projeto n9 4.386-Aj81 por 5 Sessões. sobre aqueles fatos que assustaram a Nação inteira.
Gostaria, nesta oportunidade, usando o tempo que cabe à Liderança do
Sala das Sessões, 26 de agosto de 1981. - Bonifácio de Andrada.
Partido Democrático Social, de tentar fazer um estudo, ainda que rápid<'l,
O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que o aprovám sobre a situação do transporte coletivo em nossas Capitais. Começaria por fa-
queiram permanecer com estão. (Pausa.) lar a respeito da figura do nosso empresário de transporte urbanos. Pode ser
Aprovado. que o quadro por mim aqui sucintamente exposto não corresponda a toda a
Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia. realidade comprovável nas 22 Capitais de Estados do País. Mas o testemunho
que trago deste quadro empresarial na nossa Capital mineira, Belo Horizon-
O SR. PRES~DENTE (Nelson Marchezan) - Concedo a pálavra ao Sr.
te, é o do homem que vive debaixo das viaturas, com os instrumentos de me-
Paulo Lustosa, na qualidade de Líder do Partido Democrático Social.
cânica à mão, arrumando, eles próprios, os véiculos que dirigiam, tentando
O SR. PAULO LUSTOSA PRONUNCIA DISCURSO QUE, abrir linhas que mais tarde representassem vias permanentes de transporte
ENTREGUE Á REVISÃO DO ORADOR, SERÁ PUBLICADO coletivo, num trabalho pioneiro de integração humana nas nossas cidades ca-
POSTERIORMENTE.. pitais. São empresários autenticamente nacionais.
Durante o discurso do Sr. Paulo Lustosa o Sr. Nelson Marche- Não conheço, pelo menos a nível de meu Estado, capitais transnaeionais,
zan. Presidente. deixa a cadeira da presidência. que é ocupada pelo Sr. multinacionais ou sim'plesmente internacionais que tivessem sido alocadas ao
Simão Sessim, Suplente de Secretário. setor de transporte coletivo urbano. Todos os empresários que conheço falam
o português simples de gente do povo, que, como gente do povo, progrediu
O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao Sr. Mar-
cello Cerqueira, na qualidade de Líder do Partido do Movimento Democráti- economicamente - alguns deles, é verdade, chegando a constituir razoável
co Brasileiro. grau de tranqüilidade financeira nos maduros anos de sua vida - mas todos
empresários nacionais, que trabalham uma área onde diariamente, Sr. Presi-
O SR. MARCELLO CERQUEIRA PRONUNCIA DISCUR- dente, têm a ver, de alguma maneira, com os tentaculos das chamadas multi-
SO QUE, ENTREGUE Á REVISÃO DO ORADOR, SERÁ nacionais, fornecedoras de peças, equipamentos e veículos para sua atividade
PUBLICADO POSTERIORMENTE. ' econômica. E me ocorre dizer inclusive que, no particular, o veiculo que tran-
Durallle o discurso do Sr. Marcello Cerqueira o Sr. Simão Ses- sita pela via pública dentro do transporte urbano representa normalmente,
sim, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da presidência, qúe é ocu- em 99% dos casos, veiculos fabricados por multinacionais no Pais e que im-
pada pelo Sr. Joel Ferreira, Suplellle de Secretário. põem a esses concessionários condições draconianas e leoninas de relaciona-
O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) -Concedo a palavra ao Sr. João mento comercial. São condições draconianas e leoninas, Sr. Presidente, Srs.
Menezes, na qualidade de Líder do Partido Popular. Deputados, porque foram eles, os empresários do setor de transportes coleti-
vos de passageiros urbanos, que fizeram freqüentemente experiências de no-
O SR. JOÃO MENEZES PRONUNCIA DISCURSO QUE, vos modelos de viaturas, de novas peças e componentes e novos modelos de
ENTREGUE Á REVISÃO DO ORADOR, SERÁ PUBLICADO carrocerias, de toda uma parafernália de equipamentos que estão envolvidos
POSTERIORMENTE. na atividade de transportes coletivos de passageiros nas grandes cidades. Eles,
O Sr. Bonifácio de Andrada - Sr. Presidente, peço a palavra para uma às suas custas, empresários, pagando o preço dos erros cometidos pelas gran-
comuaicação, como Líder. des empresas fabricadoras ou montadoras de ônibus, fizeram com que o País
O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Tem a palavra o nobre Deputa- pudesse chegar no ano de 1981 tendo um parque fabricador de veículos de ra-
do. zoável qualidade.
ü SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS - MG. Sem revisào do ora- Mas muito mais do que a experiência que fizeram nas ruas com esses
dor.) - Sr. Presidente, nós, da liderança do PDS, não podemos deixar de re- equipa~entos novos, quero-me referir às condições realmente draconianas
gistrar ncsta Casa palavras de contestação ao discurso do nobre Deputado que a eles se impõem, para que possam obter esses veículos necessários à sua
Marcello Cerqueira. Fez S. Ex' uma série de afirmações gratuitas contra o atividade. Primeiramente. Sr. Presidente, ao contrário do petróleo, onde as
Governo da República, e nào nos permitiu aparteá-Io. Afirmou que o Gover- v
concessionárias obtêm normalmente quotas de grandes consumidores, que
no brasileiro estaria numa atitude contrária às instituições democráticas e são isentos do pagamento do PIS e de diversas taxas que incidem sobre a ati-
ainda asseverou que o próprio Governo é que estaria coordenando uma pro- vidade econômica do retalho da gasolina e dos derivados de petróleo, ao in-
posição visando à prorrogação de mandatos, ao lado de outros argumentos vés das facilidades concedidas aos que revendem os derivados do petróleo,
também sem fundamento e com críticas improcedentes à Presidência da Re- eles só podem comprar as peças, os seus veículos e os seus equipamentos dire-
pública. tamente na rede concessionária. Hoje, o lucro de uma concessionária sobre
É uma técnica conhecida. Apresenta-se como sendo do adversário uma um chassis Mercedez·Benz de pequeno porte para transporte urbano situa-se
série de posições e de afirmações. Alega-se que o adversário tem esta ou aque- em torno de 500 mil cruzeiros por unidade, e tudo isso há de ser repassado ao
la atitude, para, então, com buse nessas fantasias, fazer-se todo um discurso, usuário. Em segundo lugar, nào sei por que cargas dágua hoje muitas das pre-
exercitar-se toda uma retórica. feituras municipais, ou órgãos concedentes dos transportes de passageiros im-
• Ora, Sr. Presidente, essa técnica não pega. Os grupos radicais da Opo- põem que, de 6 em 6, de 8 em 8 ou até de 10 em 10 anos, em algumas Capitais,
sição, assim procedendo, não estão assumindo, na realidade, aquela atitude o empresário seja obrigado à substituição completa do seu chassis. Ora, Sr.
condizente com o momen\o histórico que estamos vivendo. Presidente, os organismos de fiscalização do transporte coletivo urhano, se-
Ficam aqui, pois, as nossas palavras de protesto contra o pronunciamen- jam eles municipais ou, como no caso mineiro, realizada esta fiscalização por
to do nobre Deputado Marcello Cerqueira, que nenhuma contribuição trou- empresa mista, impõem uma permanente observância de normas de segu-
xe ao debate, a não ser com frases de pontas a respeito do Governo, a fim de, rança, observação que exige a substituição permanente de peças e equipamen·
através dessas frases de pontas, construir toda a sua alegação oposicionista. tos cuja durabilidade faz com que, ao cabo de 6, 8, 10 anos, esses chassis este-
jam praticamente novos, na medida em que todos os seus componentes im-
Durante o discurso do Sr. Bonifácio de Andrada o Sr. Joel Ferrei· portantes já teriam sido normal e regularmente substituidos por exigência de
ra. Suplente de Secretário, dei~>:a a cadeira da presidência, que é ocu- fiscalização. As carrocerias, nào. Elas realmente padecem de um processo de
pada pelo Sr. Carlos WilsolJ. 2'-Seerel<Írio. . deterioraçào que cobra periodicamente a sua substituição. Mas os nossos'em-
Agosto de 1981 OIARIO no CONGRESSO I\AClONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8491

presários de transportes coletivos urbanos são obrigados a alienar ônibus em o SR. PAULINa cICERa DE VASCONCELLOS - a preço da pas-
excelente estado de conservação quanto às suas máquinas e peças para eom. sagem é calculado em função dos custos que as empresas estão operando. Al-
prarem novos equipamentos junto à rede revendedora, garantindo assim um guma coisa t.em o Governo feito no sentido de melhorar estes custos que estão
mercado que até recentemente foi dominado pelas montadoras, pelos fabr.i- diretamente ligados ao percurso médio hor:1rio de cada unidade de transporte
cantes de veículos automotores. coletivo.
Quando digo, Sr. Presidente. Srs. Deputados, que podemos retirar be- Antes que eu cite estas medidas já tomadas e outras que vou sugerir ao
nefícios da crise ou das crises qu<. " '~r'túalmentt, se abatem sobre a nossa so- Governo, concedo a V. Ex', com muito prazer, o aparte.
ciedade, é porque nela exercitamo, dt. md leira mais integral a nossa imagi- a Sr. Jorge Vianna - Eu quero parabenizar V. Ex' pela anâlise serena
naçl'lo criadora e se multiplicam de todas as partes as sugestões que nascem de que faz nesta tarde acerca dos males que sofrem todas as pequenas e médias
diversos estratos da sociedade. Foi assim em relação à Previdência Social. Foi empresas brasileiras, vítimas deste modelo atroz que aí está. O problema da
bastante que se apontasse à Nação '0 quadro erítieo de ordem eontábil e atua- empresa brasileira, média ou pequena, quando não há multinacional no
rial da Previdência Social do País para que de todas as ,ireas - patronal, la- meio, referente aos automóveis, é o mesmo dos hospitais, pequenos comer·
boral, das associações de classe, dos sindicatos e, especialmente, desta Casa, ciantes e pequenos agricultores. Os problemas são os mesmos, em termos ge·
de todos os partidos - surgissem dezenas de sugestões para as mesas dos pla- rais. Parabenizo V. Ex. pelo enfoque Quanto ao caso da Bahia, desculpe-me
nejadores e das autoridades que têm a seu cargo dec:dir tão sério problema. o nobre colega, mas nos causa espanto que o Governo tenha optado pelos
No quc respeita ao transporte coletivo, acho que este é o momento em índices mais altos, constantes da escala feita, e isso em todas as linhas de ôni-
que todos podemos dar a nossa contribuição através de sugestões saneadoras bus. Veja V. Ex. que, se isso ocorre com as empresas de transportes, o que
do quadro que atualmente enfrentamos. não deve estar acontecendo com o povo, que não tem mais o que comer?
Ouço V. Ex', Deputado Airon Rios. Quanto aos componentes do custo, eu diria a V. Ex' que tudo é elástico. Se o
valor da passagem aumentar demais, não haverá passageiros~ portanto, te-
O Sr. Airon Rios - Meu caro Deputado Paulino Cícero, V. Ex' conse-
rnos de ter preços que possibilitem à população utilizar esse meio de transpor-
gue despertar a atenção do Plenário para um assunto aparcntemente tedioso,
te. Antes do último aumento, 3 t % dos que vivem cm Salvador já iam para o
mas que, na verdade, suscita grandes expectativas. Partiu V. Ex' de uma ob-
trabalho a pé, por falta de dinheiro. Além do mais, sc os componentes do cus-
servação extremamente, mecánica, que seria a montagem, remontagem e subs-
to, que V. Ex' está apresentando, são o preço do ônibus, das peças e do pe-
tituiçuo dos chassis dos veículos de massa, - e sinto isso nesse vestibular da
trôleo, tudo é decorrente de quê? Da política econômica nefasta que o Gover·
sua oraçào - para daí tirar considerações de muita inlportância que estariam
no está seguindo. Parabenizo V. Ex., mas afirmo que, no caso específico da
ligadas às convulsões que começam a explodir dentro das grandes comunida-
Bahia, além de tudo houve má-fé.
des urbanas. O quc entendi é que há uma oneraçào legislativa, ao que parece,
do poder concedente àsemidades concessionárias para a exploração do ser- O SR. PAl'L1NO ClCERa DE VASCONCELLOS - Acredito que o
viço- púhlico de transportes. E esta é, na verdade, urna colocação que deve Governo está extremamcnte sintonizado com as preocupações de V. Ex. É
manter o interesse do Plenário, porque implica'um ciclo de despesas que pare- preciso. realmcnte, garantir que o preço da passagem do transporte coletivo
cem contrariar a orientação da poupança administrada didaticamente pelas esteja ao alcance da bolsa do trabalhador médio, para que ele possa, efetiva-
autoridades fazendárias e do planejamento da política econômica brasileira. mente, fazer uso desse conforto que a vida urbana oferece. Tanto está o Go-
Então, o que parece - e é nisto que louvo seu trabalho - é que V. Ex', ao verno preocupado com isso, que há anos desenvolve uma série de estudos, de
trazer um assunto que tem as características formais daqueles difíceis de pren- pesquisas, e mesmo de ações objetivas, a nível administrativo, para melhorar
der a atençào do Plenário, parte de um ponto, qucé uma plataforma, para en- o transporte coletivo urbano.
contrar talvez soluções para que se evite a germinação do processo subversivo Posso citar no momento as pesquisas desenvolvidas pela EBTU, no sen-
das comunidades, pela explosão que está sendo çonstatada, em detrimentos tido de instalar no País, em eixos rodoviários, em eixos viários de maior in-
da ordem política, da ordem social e da continuidade da vida institucional do tensidade de tráfego, os chamados ônibus articulados, que permitirão trans-
país. De sorte que, se não estou enganado, V. Ex' mostra exatamente que, por portar, grandes massas em horários concentrados, acabando com as extensas
ha ver exigências descabidas, esses veículos não podem atendê-las, e, conse- filas que tanto enervam e desgastam emocionalmente as pessoas. O ônibus ar-
qüentemente, nuo cumprem horários, apresentam defeitos mecânicos, são va- ticulado jú é uma realidade, testado inclusive a nível de Brasília, e tudó indi-
garosos, e isso tudo vai acutilar os nervos de uma comunidade que já está cando que, em breve, estará circulando pelas cidades brasileiras.
atribulada e seriamente marcada pelo gravame de outras considerações do Outro trabalho que considero de grande importância é o que o Governo
mundo econômico e social em que vivemos. Assim, e se não fora o meu dever, vem fazendo no sentido de privilegiar o homem, o cidadão em termos de
agora, de participar de urna Comissão Mista no Senado, eu gostaria de ficar transporte coletivo. Até hoje, até três ou quatro anos atrâs, o grande vitorio-
até o final do seu discurso, porque estou vendo que V. Ex' está trazendo um so, o dono das nossas ruas, do nosso trânsito era o automóvel. Assim como a
assunto aparentemente sem interesse maior, está trazendo um"assunto, que, Oposição criativa, há 5 anos, que a economia brasileira estava toda ela pira-
na verdade, tem a etiqueta das preocupações do País. Quero levar os meus midada dentro dc um carro-chefe chamado indústria automobil(stica: assim
cumprimentos à sua inteligência, à sua sobriedade, pela contribuição que está como a economia brasileira trabalhava toda ela para garantir a operação eco-
trazendo como homem público, quc tem sabido ser. nômica deste segmento industrial, que é a indústria de bens de consumo durá-
veis; assim como o automóvel era a peça fundamental em torno da qual se
O SR. PAULlNO CICERO DE VASCONCELLOS. - Agradeço a V. montavam as equações da: economia brasileira, tudo indica hoje que o auto-
Ex', nobrc Deputado Ayron Rios, o aparte. môvel está perdendo esta posição, pois há um profundo realinhamento da
Continuo, Sr. Presidente, o meu pronunciamento, dizendo que a discus- ação do Governo no particular, da mesma forma que, nas ruas, no trânsito
são está colocada agora, em termos de conflito, entre o poder concedente, os urbano, na prôpria serventia, elc está cedendo lugar e prioridade ao verdadei-
concessionários e os usuários, exatamente no custo das passagens. É no que o ro rei da criaçào, que é o homem.
cidaduo comum paga para utilizar-se do serviço de transportes coletivos ur- As estatísticas mostram que, das pessoas transportadas nas grandes cida-
banos que está o fator de irritação que certamente terá provocado a explosão
des, 7% usam viaturas particulares ou de pequeno porte, aí compreendidos
de violência na cidade de Salvador, com a depredação de centenas de ônibus.
véículos próprios, veículos de terceiros, de empresas, táxis, etc., enquanto
Mas o preço da passagem é simplesmente um reflexo dos custos operacionais 93% de toda a massa humana é transportada pelo sistema de transporte eole-
que as empresas devem apresentar. Comecei a falar nas repercussões que tem tivo de passageiros.
sobre o custo da passagem aos termos de convivência, de relacionamento, en-
O automóvel, Sr. Presidente, Srs. Deputados, teve, em nossas vias públi-
tre os concessionários e os fornecedores de peças, viaturas e equipamentos. a
cas, absoluta e triunfal prioridade. Entre um proprietário de automóvel mon-
que determina realmente o custo da passagem de ônibus é o chamado percur-
tado nos seus 140 cavalos de motor e um ônibus que transporta 40,50,60 pas-
so médio horário. Um ônibus, circulando por urna via pública, tem o seu cus-
sageiros, sempre" prioridade era do automóvel, pelo poder da sua buzina,
to definido em função do preço do petróleo que está consumindo, em função pela velocidade que podia o seu dono imprimir ao mesmo. Em suma, o auto-
da mão-de-obra que nele está aplicada não só diretamente para conduzi-lo,
móvel era o privilegiado. No entanto, a EBTU, de anos a esta parte, está fi-
mas também na mão-de-obra de retarguarda, que está nas oficinas e nas áreas
nanciando obras nas grandes capitais brasileiras, a fundo perdido e algumas
administrativas para dar suporte a essa atividade econômica, no custo de
vezes também através de empréstimos. Conseguiu implantar em várias capi-
amortização dos investimentos realizados em equipamentos e amortização de
tais brasileiras o sistema de vias exclusivas para ônibus, favorecendo o ôni-
investimento fixos, certamcnte no custo do dinheiro que ele é obrigado a ob- bus, mas nào como entidade econômica, como objeto de produção industrial,
ter através de financiamentos para garantir a continuidade de sua operação.
mas o cidadão, as dezenas de cidadãos que se acotovelam, diariamente, den-
O Sr. Jorge Vianna - Permite V. Ex. um aparte? tro dele no acesso ao t[abalho e no retorno à casa. Em alguns bairros da peri-
8492 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

feria de nossa capital, Belo Horizonte, 50 minutos de ganho diário para os O SR. PRESIDENTE (Carlos ~ilson) - Os Srs. que a aprovam quei-
trabalhadores é o que significa a instituição de vias exclusivas para ônibus. E ram permanecer como estão. (Pausa.):
outras medidas, além desta, vêm sendo tomadas, visando a que se beneficie Rejeitada.
não só o cidadão que está dentro de ônibus, mas também o cidadão pedestre,
correspondendo isso quase a um desestímulo a que egoisticamente, utiliza- o SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - A Comissão de Constituição e
Justiça, ao apreciar o projeto, ofereçeu âo mesmo e vou submeter a votos a
mos o nosso automóvel.
Ouço, com muito prazer, o nobre Deputado Raimundo Diniz. seguinte .
EMENDA
O Sr. Raimundo Diniz - Deputado Paulino Cícero, o objetivo funda-
Acrescente-se art. 59 ao Projeto com a seguinte redação:
mental do aparte é saudá·lo na sua volta à Câmara e, ao mesmo tempo,
parabenizá-lo por estar tratando de assunto da maior importância, que passa "Art. 59 Revogam·se as disposições em contrário."
despercebido no torvelinho da preferência do processo político que toma con· O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que a aprovam quei-
ta dc todos nós, com muita razão. O trabalho da EBTU não se faz presente só ram permanecer como estão. (Pausa.)
nas grandes capitais. O que V. Ex' está dizendo sobre Belo Horizonte, sou Rejeitada.
testemunha de que também acontece em Aracaju. Realiza-se lá, à fundo per-
dido também, um esforço para atender a massa populacional. Faço questão O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Vou submeter a votos o
de reafirmar o regozijo que todos nós sentimos em ter um homem do seu ga- PROJETO N9 l.671-A, DE 1975
barito, da sua capacidade entre nós, tratando das coisas de Minas Gerais e do
O Congresso Nacional decreta:
Brasil. (Muito bem!)
ArLI9 O salário mínimo profissional dO$ formado. em Ciências Econô-
O SR. PAULlNO cíCERO DE VASCONCELLOS - Agradeço ao micas e Contábeis, assim entendida a remuneração mínima devida obrigato-
nobre Deputado Raimundo Diniz o seu aparte. riamente aos profissionais dessas categorias trabalhando sob regime de re·
Queria lembrar, então, que há, ao todo, uma' ação governamental volta- lação de emprego, é o fixado nesta lei.
da para privilegiar o homem. Este é o compromisso social, esta é a visão so· Art. 29 A remuneração mínima devida, mensalmente, aos formados em
cial do Governo. Nasceu, inclusive, a nova engenharia do trânsito nas gran- Ciências Econômicas e Contábeis é o equivalente a dez (10) vezes o valor do
des cidades brasileiras. Equipes nasceram, buscando tecnologias externas, de- maior salário mínimo vigente no País, por urna jornada de trabalho de até
senvolvendo laboratórios de pesquisas, visando a minorar os sofrimentos do quatro (4) horas, diárias, durante cinco (5) dias por semana.
homem comum. Pessoas existem hoje, com alta competência, para tentar re- Art. 39 O trabalho noturno e as horas suplementares serão remuneradas
disciplinar e redirecionar o trânsito das nossas metrópoles, medida esta que com um acréscimo de vinte e cinco por cento (2.5%), calculado sobre a remu-
tem, como parâmetro básico a idéia de que, no trânsito, mais que o veículo- neração do trabalho diurno ou da jornada normal a que se refere o artigo an-
que é apenas uma serventia para o homem - tem valor o cidadão. E é por terior.
isso que nas nossas cidades, que nas nossas Capitais, estão sendo agora esta- ArL 49 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
belecidas vias exclusivas para ônibus e laços de recobertura para encontro de O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei-
linhas de várias direções geográficas da cidade. ram permanecer como estão. (Pausa.)
Mas eu gostaria - já que o meu tempo está por se esgotar - de deixar Rejeitado
algumas sugestões, ainda que modestas e.leigas, à consideração daqueles que Vai ao Arquivo.
têm a responsabilidade de disciplinar esta matêria. A primeira, já apresenta-
da, Sr. Presidente, é no sentido de que o Governo reestude imediatamente os O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson)-
termos de relacionamento e de convivência entre os fabricantes ou montado- Discussão única do Projeto de Lei n 9 137-A, de 1979, que altera
res de vcículos automotores para transporte coletivo e as concessionárias de o art. 29 da Lei n9 6.168, de 9 de dezembro de 1974, que criou o Fun·
transportes coletivo urbano, a fim de que se posssm fazer vendas diretas, do de Apoio ao Desenvolvimento Social- FAS; tendo pareceres:
eliminando-se as comissões que normalmente cabem aos intermediários das da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, ju-
redes de distribuição de veículos. ridicidade e técnica legislativa; da Comissão de Educação e Cultura,
A segunda observação que eu faria seria exatamente a de que prefeituras pela aprovação, com Substitutivo; e, da Comissão de Finanças, pela
municipais poderiam eliminar o Imposto Sobre Serviço de qualquer Nature- aprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Educação e
za, que normalmente pesa'em 5% sobre o faturamento das empresas de trans- Cultura. (Do Sr. Adhemar Ghisi) - Relatores: Srs. Jorge Cury, Ge-
pOTtes coletivos urbanos. Isto quer dizer que a eliminação desse imposto re- nival Tourinho e Christovam Chiaradia.
presentaria certamente uma redução de forma permanente no custo e no O SR. PRESlDENTE (Carlos Wilson) - Há sobre a mesa e vou subme-
preço das passagens. ter a votos o seguinte
Outras podem s.er dadas, e certamente a contribuição dos nossos colegas,
a imaginação criadora deste Parlamento haverá de ajudar o Governo na me- REQUERIMENTO
lhoria deste quadro crítico da atuaUdade. Sr. Presidente,
Era o que tinha a dizer. (Muito bem. Palmas:)
Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão do
Projeto n? 137-A/79, por cinco Sessões.
o SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) -
Sala das Sessões, 26 de agosto de 1981. - Bonifácio de Andrada.
Discussã() única do Projeto de Lei n9 1.671-A, de 1975, que es· O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei·
tabelece o salário mínimo profissional dos formados em Ciências ram permanecer como estão. (Pausa.)
Econômicas e Contábeis; tendo pareceres: da Comissão de Consti- Aprovado.
tuição e Justiça, pela constitucionalidade e técnica legislativa, com
Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.
emenda; da Comissão de Trablho e Legislação Social pela apro-
vação, com emenda; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação - O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) -
Relatores: Srs. Miro Teixeira e Arnaldo Lafayette.
Discussão única do Projeto de Lei n? l88-A, de 1979, que dis-
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Não havendo oradores inscri- põe sobre o exercício da profissão de' carteiro; tendo pareceres: da
tos, declaro encerrada a discussão. Comissão de constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juri-
Vai-se passar à votação da matéria. dicidade, com emenda; da Comissão de Serviço Público, pela apro-
vação,com emenda e adoção da emenda da Comissão de Consti-
O SR. PRESID ENTE (Carlos Wilson) - A Comissão de Trabalho eLe· tuição e Justiça; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, com
gislação Social, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter a subemenda à emenda da Comissão de Serviço Público. (Do Sr. Oc-
votos a seguinte. távio Torrecilla) - Relatores Srs. Bonifácio de Andrada, Heitor
Alencar Furtado e Athiê Coury.
EMENDA
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Não havendo oradores inseri·
Substitua-se no texto do artigo 29 a expressão "salário mínimo" por tos, declaro encerrada a discussão.
"salário de referência." Vai-se passar à votação da matéria.
DJÃRIOOO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8493

o SR. PRESIDENTE (CarlOll Wilson) - A Comissão de Finanças, ao O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Há sobre a mesa e vou subme-
apreciar a Emenda da Comissão de Serviço Público, ofereceu à mesmo c vou ter ~ votos
o seguinte
submetera votos a seguinte REQUERIMENTO
SUBEMENDA: Sr. Presidente,
Rcnumerados os artigos 69 a 89, imprima-se ao·novo artigo 69 a seguinte Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão do
redação: Projeto n9 204-A/79, por dez Sessões.
"Art. 69 A Empresa Brasileira dc Correios e Tclégrafos - ECT Sala das Sessões, 26 de agosto de 1981. -Bonifácio de Andrada.
- fornecerá transporte aos carteiros incumbidos da entrega de cor- O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei-
respondências em localidades distantes, ou não suficientcmente ram permanecer como estão. (Pausa.)
atendidas por sistema de transporte coletivo." . Aprovado. .
O SR~ PRESIDENTE ,Carlos Wilson) - Os Srs. que a aprovam quéi- Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.
ram permanecer como estão. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) -
Rejcitada. Primeira discussão do Projeto de Lei n9 1l7-A, de 1979, que
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - A Comissão de Scrviço Públi- concede a toda pessoa física não amparada pela Previdência Social
co, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submetcr a votos a seguin- o direito de filiar-se ao Instituto Nacional de Previdência Social
te como contribuinte facultativo, e dá outras providências; tendo pare-
EMENDA: ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionali-.
dade; juridicidade e técnica legislativa, com Substitutivo; da Comis-
Acrescente-se o seguinte artigo: são de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, <:om adoção
. "Art. 69 A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - do Substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça, contra o
ECT, fornecerA transporte aos carteiros incumbidos da entrega de voto em separado do Sr. Pedro Carolo; e, da Comissão de Finanças,
correspondências em localidades distantes óu não suficientemente pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Cons-
atendidas por sistema de transporte coletivo." tituição e Justiça. (Do Sr; Victor Faccioni) - Relatores: Srs. Fran-
Renumere-se os atuais artigos 69, 79 e 89 ciseo Rossi, Júlio Costamilan e Vicente Guabiroba.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que a aprovam quei- O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson)-HA sobre a mesa e vousubme-
ram permanecer cQmo estão. (Pausa.) ter a votos o seguinte
Rejeitada. REQUERIMENTO
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - A Comissão de Constituição e Sr. Presidente,
Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter a votos a Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão do
seguinte Projeto n9 117-A/79, ·por 10 Sessões.
EMENDA: Sala das Sessões, 26 de agosto de 1981. - Victor Faccioni.
O Congresso Nacional dl<creta: O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que <> aprovam quei-
Art. 49 O Poder Executivo, quanto à remuneração mínima do ram permancer como estão. (Pausa)
carteiro, regulamentarA esta lei no prazo de 60 (sessenta) dias. Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que a aprovam quei- Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.
ram permanecer como estão. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson)-
Rejeitada. Primeira discussão do Projeto de Lei n9 134-A, de 1979, que
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Vou submeter a votos o dispõe sobre a não incidência de correção monetária nos encargos
PROJETO N9 ISS-A, DE 1979 para aquisição de casa própria, nas condições que menciona, e dA
outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição
O Congresso Nacional decreta:
e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa;
Art. 19 O exercício da profissão de Carteiro obedecerá o disposto. nesta
da Comissão do Interior, pela aprovação; e, da Comissão de Econo-
lei. mia, Indústria e Comércio, pela aprovação, contra os votos dos Srs.
Art. 29 Os integrantes da categoria profissional de que trata esta lei deve- Aldo Fagundes, João Arruda, Evaldo Amaral e ClAudio Strassbur-
rão, obrigatoriamente, ter concluído o curso de 19 Grau.
gero (Do Sr. Daso Coimbra) - Relatores: Srs. Waldir Walter,
Art. 39 Compete ao Carteiro a coleta e entrega de corrcspondência aos
Ralph Biasi e Hélio Duque.
destinatários.
Art. 4Q A remuneração mínima devida aos Carteiros será equivalente ao O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) -
valor de 3 (três) salários mínimos regionais. . Primeira discussão do Projeto de Lei n9 ·201-A, de 1979, que
. Art. 59 A duração da jornada normal de trabalho dos trabalhadores de dispõe sobre o horário de funcionamento de bibliotecas que n:ce-
que trata esta lei não poderá exceder de 6 (seis) horas diárias. bem recursos da União; tendo pareceres: da Comissão de Consti-
Art. 69 O Poder Executivo, ouvido o Ministério do Trabalho regulamen- tuição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le-
tará esta lei no prazo de 60 (sessenta) dias. gislativa; da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação, com
Ar!. 79 Esta lei entra em vigor .na data de sua publicação: emenda, esta contra os votos dos Srs. Murilo Mendes e Baldacci Fi-
Art. 89 Revogam-se as disposições em contrário. lho, e da Comissão de Finanças, pela aprovação, com adoção da
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) '- Os Srs. que o aprovam quei- emenda da Comissão de Educação e Cultura. (Do Sr. Ulysses Gui-
ram permanecer como estão. (Pausa.) marães) - Relatores: Srs. Antônio Mariz, Murilo Mendes e Athiê
Rejeitado Coury.
Vai ao Arquivo O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) -Há sobre a mesa e vou subme-
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson)- ter a votos o seguinte
Discussão única do Projeto de Lei n9 204-A, de 1979, que fixa REQUERIMENTO
os níveis máximos permissíveis de sons e ruídos produzidos por veí- Sr. Presidente,
culos automotores, regula a fabricação e o uso de acessórios que es-
Nos termos regimentais, requeiro a V.Ex' o adiamento da discussão do
pecifica, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Projeto n9 134-A/79, pqr dez Sessões.
Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc- Sala das S~s.sões, 26 de agosto de 1981. - Peixoto Filho.
nica legislativa, com emendas; e, das Comissões de Ciência e Tecno-
logia e de Economia, Indústria e Comércio, pela aprovação, com O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei-
adoção das emendas da Comissão de Constituição e Justiça. (Do Sr. ram permancer como estào. (Pausa.)
Salvador Julianelli) - Relatores: Srs. Lidovino Fanton, Jorge Ue- Aprovado.
qued e Igo Losso. Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.
8494 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NA('\ONAL (Seçào I) Agosto de 1981

o SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson)- la o exercício da profissão de Adyogado, passa a vigorar com a redação se-
Primeira discussão do Projeto de Lei n9 2.516-A, de 1979, que guinte:
dispõe sobre o Advogado dativo, modificando artigo do Estatuto da "Parágrafo único. São justos os motivos para a recusa do pa-
Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n9 4.125, de.-27 de abril de trocínio:
1963; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela a) ser advogado constituido pela parte contrária ou pessoa a ela
constitucionalidade, juridicidade, técnica Legistiva e no mérito, pela ligada, ou ter com estas relações profissionais de interesse atual;
aprovação, com emenda. (Do Sr. Alípio Carvalho) - Relator: Sr. b) haver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre
Djalma Bessa. " o objeto d'a demanda; ,
c) ter opinião contrária ao direito que o necessitado pretende
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Não havendo oradores inscri-
pleitear, declarada por escrito;
tos, declaro encerrada a discussão.
d) ter de ausentar-se para atender a mandato anteriormente ou-
Vai-se passar à votação da matéria.
torgado olI para defender interesses próprios inadiáveis; e
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Há sobre a mesa o seguinte e) encontrar-se o advogado já patrocinado, gratuitamente, a
REQUERIMENTO DE DESTAQUE duas causas de pessoas carentes de recursos."
Art. 29 O Poder Executivo baixará o Regulamento desta lei, no prazo
Sr. Presidente,
de 90 (noventa) dias, contados a partir da data de sua publicação.
Requeiro destaque para votação do art. 29 do Projeto de Lei n9 2.516-A,
Art. 39 Entrará em vigor a presente lei no dia em que publicada.
de 1979.
Sala das Sessões, 26 de agosto de 1981. - Fernando Coelho. O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Em votação o projeto, ressal-
vado o destaque.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Tem a palavra o Sr. Fernando
Coelho, para encaminhar a votação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei-
ram permanecer como estão. (Pausa.)
O SR. FERNANDO COELHO (PMDB - PE. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Projeto de Lei 0 9 2.516-A/79, de autoria Aprovado.
do nobre Deputado Alípio de Carvalho, sem sombra de dúvida aperfeiçoa o '0 SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Em votação o art. 29 do proj'e-
vigente Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. Ocorre, no entanto, to, destacado.
que duas razões aconselham a supressão do seu art. 29, de acordo com pedido O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que o aprovam quei-
de destaque encaminhado à Mesa. A primeira dessas razões é que pelo seu ram permanecer como estão. (Pausa.)
próprio teor, pelo seu próprio texto, o projeto, a lei, a norma dispensam regu- Rejeitado.
lamentação. A norma acrescentada ao Parágrafo único do art. 92 da Lei n9 A matéria aprovada passa à 2' discussão.
4.2 15, de 27 de abril de 1963, é inegavelmente auto-aplicável e, sendo auto-
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Nada mais havendo a tratar,
aplicável, dispensa a regulamentação.
vou levantar a sessão.
Por outro lado, ocorre que na sistemática do Estatuto da Ordem dos Ad-
Deixam de comparecer os Senhores:
vogados do Brasil o poder regulamentar é exercido através de provimentos do
Conselho Federal da Ordem. Seria, portanto, uma inovação a ingerência na- Acre
quela matéria de competência especifica do Conselho Federal da OAB. Geraldo Fleming - PMDB.
Por essas razões, Sr. Presidente, encaminhamos à Mesa o pedido de des-
Sergipe
taque, e, de acordo com entendimentos com a Liderança da Maioria, espe-
rando que decida o Plenârio pela supressão do art. 29, a fim de que o projeto Celso Carvalho - PP.
possa atingir seus elevados propósitos, o PMDB votará pelá aprovação do Rio de .I aneiro
projeto, com a supressão do seu art. 29 Pêricles Gonçalves -PP.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Tem a palavra o Sr. Paulino Sào Paulo
Cícero de Vasconcelos para encaminhar a votação. Adhemar de Barros Filho - PDS.
O SR. PAULINO clCERO DE VASCONCELOS (PDS - MG. Sem
Paraná
revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Liderança do PDS concorda estrita-
mente com os argumentos da Liderança da Oposição e acredita que, votando Antônio Veno - PDS.
favoravelmente à Emenda da' Comissão de Constituição e Justiça, estará sa- Rio,Grande do Sul
neando adequadamente a proposição. A!cebíades de Oliveira - PDS; Aluízio Paraguassu - PDT.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - A comissão de Constituição e
VIl- O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Levanto a sessão desig-
Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesnlO e vou submeter a votos a
nana0 para amanhã a seguinte
seguinte:
EMENDA' ORDEM DO mA
Imprima-se ao art. 19 a seguinte redação:
"Art. 19 O parágrafo único do art. 92 da Lei il9 4.215, de27 de TRAMITAÇÃO
abril de 1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advoga- EM PRIORIDADE
dos do Brasil, passa a vigorar com o acréscimo da seguinte alínea:
"Art. 92 ., .................•.......................... Discussão
1
Parágrafo único.
..................................................... ~
PROJETO DE LEI N.<' L 328-D:. DE'UI75
e) encontrar-se o advogado patrocinando, gratuitamente, duas Discussão única, do Suhstitutivo do senado, ao Projeto de Lei
causas de pessoas carentes de recursos." ,
n.o 1.328-C, de 1975, que "altera a redação do art. 42 da Lei li.o
Dê-se ao art. 39 a redação indicada e acrescenta-se o art. 49 a seguir: 5: 764, de 16'de dezembro de 1971, que "define a Política Nacional
"Art. 39 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
de Cooperativismo, institui o regime juridico das sociedades coope-
Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário."
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Os Srs. que a aprovam quei-
ram permanecer como estão. (Pausa.) GRANDE EXPEDIENTE
Aprovada. '
O SR. PRESIDENTE (Carlos Wilson) - Vou submeter a votos o, Oradores:
PROJETO N9 2.516-A, DE 1979 1- Nosser Almeida
O Congresso Nacional decreta:
2 - EIquisson Soares
Art. 19 O parágrafo único do art. 92, da Lei n9 4.215. de 27 de abril de
1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil e regu-
Alosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8495

rativas, e dá i>utras providências"; tendo pareceres: da Comissão ,Avisos


de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e
técnica legislativa; e, da Comissão de Economia, Indústrià e Co- CAMARA DOS DEPUTADOS
mércio, pela aprovação. - Re:atores: Srs. Nilson Gibson e Santilli SEC.RETARIA GERAL DA MESA
SObrinho.
Relação dos Deputados inscritos' no Grande Expediente
Agostoll981
ORDINARIA DATA DIA DA SEMANA NOME
Votação 27 Quinta-feira Nosser Almeida
Elquisson Soares
28 Sexta'-feira BomenaJl'lll
2
Homenagem à memória do ex-Depu-
PROJETO DE IJEI N.o 219-A, 'DE 1979 tado Adolpho Bezerra de Menezes
Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.o 219-A, de 31 Segunda-feira Isaac' Newton
19'79, que dá nova redação ao § 5.0 do art. 3.0, da Lei n.O 5.890, de Vasco Neto
8 de junho de 1973, determinando que os vaIores das aposentado-
rias e pensões pagas pelo INPS não poderão s.er inferiores ao Inserições automáticas para o mês de setembro, nos termos da
salário minimo regional; ·tendo pareceres: da Comissão de Cons- Resolução 0.° 37, de 1979
tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidacte e técnica
legislativa; e, das Comissões de Trabalho e Legislação- Social e de DATA DIA DA SEMANA NOME
Finanças, peca aprovação. (Do Sr. Jorge Paulo) - Relatores: Srs.
Francisco Rossi, Nelson Morro e Adriano Valente. 1.° Terça-feira Iturival Nascimento
Manoel Gonçalves
02 Quarta-feira José Amoriln
Discussão Maurício Fruet

PDS
3
Líder Ca:ntídio Sampaio
PROJETO DE LEI N.o 203-A, DE 1979
Vice-Líderes (escala em Plenário)
Primeira discussão do Projeto de r.ei n.o 203-A, de 1979, que
dá nova redação ao "caput" e ao § 2.0 do art. 8.0 da Lei n.o 5.890, Claudino Sales
de 8 de junho de 1973, que altera a legislação de previdência social; Júlio MartIns
tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons- Siqueira Campos
titucionalidade e juridicidade e quanto à técnica legislativa pela
aprovação deste e rejeição dos demais; da Comissão de Trabalho Carlos Alberto
Gióia Júnior
e Legislação Social, pela aprovação, com emenda e rejeição dos Nelson Morro
demais; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição deste e .apro-
vação do de n. O 1.007/79, anexado. (Do Sr. Victor Faccioni) Bonifácio de Andrada
Relator·<)s: Srs. Altair Chagas, Túlio Barcellos e Athiê Coury. Ca:rlos Chiarelli
Edison Lobão

Alvaro Valle
4
Dj alma Bessa
Ricardo Fiuza
PROJETO DE LEI' N.o 162-A, DE 11179
Hugo Napoleão
Primeira discussão do Projeto de Lei n,o 262-A, de 1979, que Jorge Arbage
considera fora de comércio e inalienáveis as empresas estatais que Joaci! Pereira
exercem atividades econômicas de interesse para a segurança na-
cional e de importância fundamental para a economia brasileira, PMDB
e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Cons-
tituição e Justiça, pela constitucionalidade, técnica legislativa e, Lider Odacir Klein
no mérito, peía aprovação; da Comissão de Segurança Nacional, Vice-Líderes (escala em Plenário)
pela aprovação; e, da Comissão de Economia, Indústria e Comércio,
pela aprovação, com emenda, contra' os votos dos Srs. Evaldo Ama- Pimenta da Veiga
ral, João Arruda, Cláudio Strassburger, José Camargo e, em sepa- Mendonça Neto
rado, do Sr. Cardoso de Almeida. (Do Sr. Fernando Coelho) _ Walmor de Luca
Relatores: Srs. Brabo de Carvalho, Paulo Torres e Santilli Sobrinho.
Alvaro Dias
Edison Khair
Audálio Dantas
5
OsV'áldo Macedo
PROJETO DE LEI N.o 2.297-A, DE 19711 Jorge Vianna
;Primeira discussão do Projeto de Lei n. o 2.297-11., de 1979, que Jader B8;rbalho
Iranildo Pereira
altera a redação do "caput" do art. 227 da OLT, dispondo sobre a
jornada de trabalho dos empregados nos s,erviços de telefonia, de Fernando Coelho
telegrafia submarina e subfluvial, d,e radiotelegrafia e radiotelefo- 5. a'-feira Israel Dias-Novaes
nia; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela Walter Silva
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissão
de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação; e, da Comissão Mendonça Neto
6.a-felra Ralph Biasi
de Finanças, pela rejeição. (Do Sr.. Nilson Gibson) - Relatores: Carlos Bezerra
'Roque Aras, Amadeu Geara e Athiê Coury.
8496 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

pp CP! - SITUAÇAO DO PATRIMôNIO mSTóRIOO E


ARTíSTICO NACIONAL
Líder Thales Ramalho
Reunião: 2-9-81
Vice-Líderes (escala em PlenáriO) Hora: 10:00 h
Carlos Cotta Pauta: Comparecimento do·Prof. Crlstovam Paes de Oliveira-
Z.a-feira Peixoto FIlho Presidente da "Casa do AntigO Aluno da Escola de Minas -
Ouro Preto - MG.
S.a-feira Carlos Sa:nt'Ana
Walb€r Guimarães

4.a-feira João Linhares • • •


Rubem Dourado
CPI _ CAUSAS E CONSEQtJ~NCIAS DAS CHEIAS DO
5.a -feira Antônio Mariz SãO FRANCISCO '
Rubem Dourado
Reunião: 27-8-81
6.a -feira Louremberg Nunes Rocha Hora: 10:00 h
João Menezes

.. ..
Pauta: Assuntos Internos.

CPI - ENSINO DE 1.° E 2.0 GRAUS


Líder Alc-eu Co:lares Reunião: 27-8-81
Hora: 10:00 h
Vice-Lideres (escala em Plenário) Pauta: Apreciação do Roteiro.
2.a -feira JG de Araújo Jorge

z.a-feira JG de Araújo Jorge COMISSõlj:S TÉCNICAS


1
4.a -felra. JG de Araújo Jorge COMISSãO DE DEFlESA AO CONSUMIDOR
Reunião: ~7-8-81
5.":-feira .TG de Araújo Jorge
Hora: 10:00 h
6.ll.-ferfa JG de Araújo Jorge Pauta: Comparecimento do Dl'. Guilherme Afif Domingos,
Secretá.rio de Agricultura e Abastecimento.

2
COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAO SOCIAL
"Reunião de Audiência Públíc.a para Examinar o Prob~ma dOI!
Lider Airton Soares Lavradores de Raroi, Município de Uraí, PR." .
Data: 27-8-81
Vice-Líderes (escala em Plenário) Hora: 10:00 h
~.&-feira Antônio Carlos de Oliveira 3
S.a-feira Antônio Carlos de Oliveira COMISSãO DE REDAÇãO
"Ciclo de Debates SObre a. IJnguagem dos Textos Legais."
4-a -feira Antônio Carlos de Oliveira Reunião: 31-8-81
Expoositor: Dr. Pa.ulo Afonso Martlns de Oliveira..
5.a -feira Antônio Carlos de Oliveira' Debatedores: Dl'. Walter R .. da. Costa Porto e Prof Aurélio
Vianna da Cunha. Lima. .
6.a -feira Antônio Carlos de Oliveira
Reunião: 1.°-9-81
Expositor: P1'Qf. Arthur Machado Paupérlo.
l'TB Debatedores: Dr. Luis de Gonzaga :Mendes de Barros e Dr.
José Slivio Barreto Macedo. '
Lidar Jorge Cury • • •
Reunião: 2-9-81
Vice-Líderes (escala em Plenário) Expositor: Dr. Fabio Konder Comparato
Vilela de Magalhães Debatedores: Senador Franco Montoro e Deputado Djalm.a.
:V-feira Marinho.
s.a-feira Vilela de Magalhães • • •
Reunião: 3-9-81
f.a-feira Vilela de Magalhães Expositor: Prof. Antônio Houaiss.
Debatedorcs: Deputado Freitas Nobre e Jornalista. Carlo8 Gas-
S.a-feira Vilela de Magalhães tel10 Branco.

s.a·feira Vilela de Magalhães 4


COMISSAO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA E COM:!m.CIO
"Simpósio Sobre Alternativas Para a Crise Econômica Nacional"
, CPI - ATOS DE CORRUPÇãO QUE TERIAM SIDO PRATICADOS Reunião: 27-8-81
NA ADMINISTRAÇãO PúBLICA Hora: 9:00 h
Pauta: Abertura
Reunião: 27-8-81
Hora: 9:30 h Reunião: 27-8-81
Pauta: Comparecimento do Sr. Hélio costa Couto - ex-secre- Hora: 9:30 h
tário-Geral da Secretaria do Planej amento. Pauta: Painel- Por um noyo modelo econômico para o Brasll.
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAC'lONAL(Secào I) Quinta-feira 27 8497

-Reunião: 1.°-9-&1 4,
Hora: 9:00 h
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 20/81
Pauta: Painel - Desenvolvimento com Distribuição de Renda. e "f'-ltera a redação do § 11 do art. 153 da Constituição Federal".
Participação. _
(Instl:tui a pena de morte nos casos de seqüestros de menores de
* * * quinze anos, seguido de morte) Autor: Deputad'O Alexandre Ma-
chado.
Hora: 15:00 h
Comissão Mista
Pauta: Painel - Reformulação do Capitalismo Nacional.
Presidente: Senador Henrique Santlllo
• • • Vice-Presidente: senador Raimundo Parente
Reunião: 2-9-81 Relaror: Deputado Joaoil Pel'9ira
Hora: 9:00 h
Pauta: Painel - Superação do Es_trangulamento Externo. Prazo
Hora: 15:00 h Até dia 28-9-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Pauta: Painel - Controle da Infração e Adoção da Política
Anti-Recessiva. 5
* * * PROPOSTA pE EMENDA A OONBTITUIÇAO N.o 21/81
Reunião: 3-9-81
"Altera dispositiv'Os da Constituição Federal". (A tributação de
Hora: 9:00 h par~e do .IPI caberá aos Municipios. O )PI da competência da
Pauta: Painel- A atual estratégia econômica - desdobramen- Unlao sera denominado de Imposto s/Prodiltos Selecionado _ IPS'
tos ~ssiveis. o IPI da alçada dos Estados será chamado de Adicional de ImPostá
s/ o Valor Agregado - IVA, e cria o Imposto sobre Venda a Varejo
* * * - IVV.) Autor: Deputado Paulo Lustosa.
Hora: 15:00 h
Pauta:- Painel - Esboço de um pacto social. Comissão Mista
Presidente: Deputado Carlos Nelson
Vice-Presidente: Deputado José Carlos Fagundes
CONGRESSO NACIONAL Relator: senador José Lins .
1
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 17/81
Prazo
"Dá novit redação ao parágrafo terceiro do art. 72 da COns-
tituição Federal". (S/ nomeação de Ministros do TeU). Autor: Até dia 15-9-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Deputado Vivaldo Frota.
Comissão Mista 6
Presidente: Deputado Antônio Russo PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.0 22/81
Vice-Presidente: Deputado Adriano Valente. "Alterit o item III e a letra "B" do § 1.0 do art. 26 da COns-
Relator: senador Mutilo Badaró tituição Federal". (Dispõe s/ o produto da arrecadação do Imposto
Prazo si minerais: 40% aos Estados; 40% aos Municipios; e, 20% ao
Fundo Nacional de Exaustão dos Recursos MineralsL Autor Ben.
Até dia. 2-9-81 - Prazo no Congresso Nacional. Murilo Badaró.

2
ComiSSão Mista
PROPOSTA DE EMENDA A CONBTITU1ÇAO N.O 18/81
"Dispõe sobre contagem de tempo de serviço para e~eito de Presidente: Senador Mauro Benevides
itposentadoria e disponibilidade". Autor: senador Franco Montoro. Vice-Presidente: senador Aloysio Chaves
Relator: Deputado Chr!stovamChiaradfa
Comissão Mista
Prazo
Presidente: Senador Agenor Maria
Vice-Presidente: Senador Lenoir Vargas Até dia 15-9-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Relator: Deputado Adroaldo Campos
'Z
Prazo PR.OPOSTA DE EMENDA A OONSTITUIÇAO N.O 23/81
Até dia 2-9-81 - Prazo no Congresso Nacional. "Acrescenta dispositivo ao art. 21 da Constituição Federal".
(As quota.':! de contribuições s/ exportações de produtos primários
não podem exceder a 10% do preço de registro pl as vendas ao
3 exterior.) Autor: Deputado Delson Bearano.
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 19/81
Comissão Mista
"Altera a redação dos §§ 1.0, 2.0 e 3.° do art. 168 da Constituição
Federal." (Dispõe si it exploração e o aproveitamento das jazidas, Presidente: Deputado Felippe Penna
minas e demais recursos minerais e dos potenciais de energia Vice-Presidente: Deputado Luiz Vaséoncelos
hidráulica, que dependerão de autorização ou concessão federal na Relater: Seriador Bernardino Viana
forma da le.l) Autor: Deputado Gomes da Silva.
Prazo
Comissão Mista
Até dia 29-9-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Presidente: Deputado Mareelo cordeiro
Vice-Presidente: Deputado Horácio Matos ·8
Rela;tor: senador Almir Pinto
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 24/81
Prazo "Altera o "caput" e o § 1.0 do art. 62 e o § 5.0 d'O art. 70
da Constituição Federal". (Dispõe s/ a fiscali.zação do orçamento
Até dia 8-9-81 - Prazo no congresso Nacional. anual da União'> Autor: Deputado Nivaldo Krüger.
8498 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

Comissão Mista lJ
Presidente: senador Pedro almon PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 29/61
Vice-Presidente: Senador Maxtins Filho
Relator: IDeputado Evaldo Amaral "Altera a Redação do § 4.° do art. 104 da Constituição Fe-
deral". Autor: Deputado Saramago Pinheiro.
Prazo
CODlÍ!l8ão MIsta
Até dia 29-9-81 - Prazo no Congresso Nacional.


PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 25/81
Presidente: Deputado Luiz Baptista
Vice-Presidente: Deputado Pedro Collin
Relator: Senador Almir Pinto
"Dá nova redação ao § 4.° do art. 175 da Constituição Federal",
Autor: Senador Jut!thy Magalhães. Prazo
ComisSão Mista Até dia 13-10-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Presidente: Deputaão Carlos Santos
Vice-Presidente: Deputado BraslJ10 Oaiado l'
Relator: Senador Jorge Kalmne PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N."" 31 e 33/81
"Acrescenta ll!rUgo aQ Titulo das Dlspo.slções Gerais e Tran-
Prazo sitórias, autorizando a fixação de noy'Ol:! subSldi08 para os Prefeitos
Até dia 29-9-81 - Prazo no Congresso Nacional. e Vice-Prefeitos Municipals durante a atual legislatura prorrogada
pela Emenda ConstItucional n.O 14, de 9 de setembro de 1980".
10 Autores: Deputados José de Castro Coimbra e Jorge Ferraz.
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO iN. O 26/81
"Altera a redação do artigo 210 da Constituição". (De acordo Comissão MIsta.
cl o § 2.° do art. 39, para a leglslatura a iniciar-se em H/83 não Presidente: Senador Agenor MM'ia
haverá redução do n.O de Deputados, nos Estados, qUe por fOrça Vice-PresIdente: Senador Martins Filho
de lei, foram desmembrados, fixado p/ a legislatura de 1979).
Autor: Haroldo Sanford. Relator: Deputado Isaoo Newton
ComiSSão Mista
Prazo
Presidente: 8;enador Pedro 8Imon
Vice-presidente: Senador Martins Filho Até dia 20-10-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Relator: Deputado 19ü !..osso
15
:Prazo PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 32/81
Até dia 6-10-81 - Prazo no Congresso Nacional. "Altera a Constituição Federa:l convocando a .As8embléla Na-
cional ConstituInte, e assegurando aos partidos pol1tlcos ampla
liberdade de J)ropaganda". Autor: Senador orestes Quércia.
11
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 27/81 Comissão Mista

"antecIpa para 15 de novembro de 1981 as eleIções municipaiS Presidente: Deputado Tarcísio Delgado
para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores". Autor: Dep. Alberto VIce-Presidente: Deputado Cas,tejon Branco
Goldman. Relator: Senador Lenoir Vargas
Comissão Mista Prazo
Presidente: Deputaão F.lávio Chaves Até dia 20-10-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Vice-Presidente: DeputadO Diogo Nomura
Relator: Senador Aloysio 'Chaves
16
l'rMo PROPOSTA DE EMENDA A CON8TiruIçAO N.o 34/81
Até dia 6-10-81 - Prazo no Congresso Nacional. "Dá nova redação ao item VI do art. 13 da Constituição Fe-
deral e dispõe sobre subsídios de Deputados Estaduais" Autor:
Deputado Salvador Julianelli.
D
PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o,; 28 E 30, DE 1961 Comissão Mista

"DIspõe sobre a aposentadoria dos funcIonárIos públicos aos Presidente: Senador Mauro Benevides
trinta e aos vinte e cInco anos, a ser concedida gradativamente, e Vice-Presidente: Senador GabrIel Hermes
determIna outras providências"; e "permite a aposentadoria da Relator: Deputado Jairo Magalhães
funcionária pública e da mulher trabalhadora aos vinte e cinco
anos de serviço, com proventos :Integrais." Autores: Deputados
Santilli Sobrinho e Cristina Tavares. Prazo
Até dia 30-8-81 - Apresentação do parecer, pela Comissão;
Comissão MIsta
Até dia 29-10-81 - Prazo no Congresso Nacional.
PresIdente: Senador Agenor Maria
Vice-Presidente: Senador Moacyr DaIla 17
Relator: Deputado Isaac' Newton
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 35/81

Prazo "Altera o Capítulo VII do Título I e o Titu~o V, para introduzIr


o regime de governo parlamentar." Autor: Deputado Airton San-
Até aJa 13-10-81 - Prazo no Congresso Nacional. doval.
Agosto de 1981 OlÁRIO DO CONGRESSO J\iAClONAL (Seção I) Quinta-feira 27 8499

Comissão Mista 22
Presidente: Deputado José Costa .PROPOSTA DE E11ENDA A CONSTITUIÇAO N.o 41/81
Vice-Presidente: Deputado Ernani Satyro
"Altera a redação do § 2. 0 do art. 13 e do item I do art. 15 da
Relator: Senador Raimundo Parente Constituição Federal." (Eleição p/ Governador e Vice-Governador
e Prefeito e Vice-Prefeito). Autor: Deputado Borges da Silveira. '
Prazo
Comissão l\lista
Até dia 30-8-81 -- Apresentação do parecer, pela Comissão;
Presidente: Senador Humberto Lucena
Até dia 29-10-81 - Prazo no Congresso Naclooa1.
Vice-Presidente: Senador Gabriel Hermes
Relator: Deputado Osvaldo Melo
18
Calendário
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 36/81
Dias 26, 27, 28, 29, 30, 31-8; 1.° e 2-9-81 - Apresentação das
"Dispõe sobre acumulação de cargos de Nível Superior e Apo- emendas, perante a Comissão.
sentadoria Integral por Invalidez ou redução da' capacidade de Prazo
TrabaJlho." Autor: Deputado Mac Dowell Leite de Castro.
Até dia 22-9-81 - Apresentação do parecer, pe~a Comissão;
Comissão Mista Até dia 23-11-81 - Prazo no Congresso Nacional.
Presidente: Senador Mauro Beoovides
Vice-PIresldenrte: Senador Martins Filho 23
Relato.r: Deputado J'a1ro Magalhães
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 42/81
Prazo "Altera a Composição do Colégio Eleitora!." (Dispõe si a par-
Até dia. 8-9-81 - Apresentação do pareoor, pena Com.issão; ticipação de um vereador por cada Município, no Colégio Eleitoral
Até dia 9-11-81 - Prazo no Congresso Nacional. que 'e~eger o Presidente e o Vice-Presidente da República). Autor:
Deputado Henrique Brito.
Comissão Mista.
19
Presidente: Deputado Paulo Rattes
PROPOSTA DE EMENDA A CON8TITUIÇAO N.o 37/31 Vice-Presidente: Deputado Raul Bernardo
"Modifica o § 4.0 e acresc,enta os §§ 5.° e 6,.° ao M't. 15 da Relator: senador José Lins
Constituição F1ederaI." (Dispõe si o n." de vereadores nas Câmaras Calendário
MunicipaIs). Autor: Dep. Evandro Ayres de Moura.
Dias 26, 27, 28, 29, 30, 31-8; 1.0 e 2-9-81 - Apresentação das
Comissão Mista emendas, perante a Comissão.
P>reBidente: Deputado Flávio Chaves Prazo
Vice-Presidente: Deputado Niloon Gibsoin . Até dia 22-9-81 - Apresentação do parecer, pela Comissão;
Rel<ator: senador Aloysio Chaves
Até dia 23-11-81 - Prazo no Cong:r:esso Nadonal.
Prazo
Até dia 8-9-81 - Apresentação do pareoor, pela ComiBBão; 24
Até dia. 9-11-81 - Pmzo no CongTesoo Nacional.
PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 5/79
"Propõe delegação de poderes.ao P,residente da RePública para
20 elaboração de lei, dispondo sobre o desdobramento do Ministério
PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.OB 38 e 40/81 das Minas e Energia, em Ministério das Minas e Ministério de
Energia". Autor: Deputado Horácio Ortiz.
"Altera d1spositivos da Constituição referentes ,lWS TeTritórios
e ao Distrito Federal." Autores: Deputados Alceu CoIlares e José Comissão Mista
Frejat.
Comissão Mista Presidente: Senador Itamfrr Franco
Vice-Presidente: Senador Almir Pinto
Presidente: Senador Mauro Benevides
Relator: Deputado Carlos Sant'Ana
Vice-Presidente: Senador Almir Pinto
Re:,ator: Deputado !saac Newton
25
Prazo
Até dia 15-9-81 - Apresentação do parecer, pela Comissão; PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.os 6, 7 E 8/79
Até dia 16-11-81 - Prezo no CongreBBO Nacl9nal. "Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para
elaboração de lei, dispondo sobre a criação do Ministério da Mu-
~ 21 lher e da Crifrnça e do Ministério da Família e do Menor". Autores:
Deputada Lúcia Viveiros, Senador Lázaro Barboza e Deputada
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 39/81 Júnla MarIse, respectivamente.
"Introduz alterações no art. 176 da Oonsti'tuição, dispondo
IObre provimento e ascensão aos cargos de cal"reira do magistério." Comissão Mista
Autor: Deputado Alceu CoIlares. Presidente: Deputada Júnla Marlse
Vice-Presidente: Deputado Leur Lomanto
Comissão MilIta Rela:tor: Senador Almir Pinto
Presidente: Deputado Daso Coimbra
Vice-Presidente: Deputado R.'Jmulo Galvão
26
Relator: Senador João Cailmon
PROPOSTA iDE DELEGÁÇAO LEGISLATIVA N.o 1/80
Pruo
"Propõe delegação de POderes ao Presidente da República
Até dia 15-9-81 - Apresentação do parecer, pela. Comissão; cnando um parque aIcoolquímico no Iltoral do Estado do Piaui".
Até dia 16-11-81 - Prazo no eong;resso Nacional. Autor: Deputado Carlos Augusto.
8500 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção \) Agosto de 1981

Comissão Mista 32
Presidente: Senador Agenor Maria PROJETO DE LEI N.o 17-CN/81
Vice-Presidente: Senador Luiz Cavalcante "Atualiz<l os limi~es de v<llor aplicáveis às diferentes modali-
Rela:tor: Deputado Osmar Leitão dades de licitações, simplifica a organização de cadastros de lici-
tantes e dá outras ·providências." Autor: Poder Executivo (Mens.
n.OS 297/B1-PE e 69/81-CN).
27
PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.o 3/80 Comissão Mista
"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República. para Presidente: Deputado Pedro Sampaio
.criação do Ministério do Desenvolvimento dp Nordeste, e dá outras Vice-Presidente: Deputado Paulo Guerra
providências". Autor: Deputado Sérgio Murllo.
Relator: Senador Hugo Ramos
Comissão Mista
Prazo
Presidente: Senador Marcos Freire Prazo no Congresso: dia 5-8-81 ao día 14-9-81.
Vice-Presidente: Senador Bernardino Viana
Relator: Deputado Nelson Morro
33

28 PROJETO DE LEI N.o 18-QN/81


PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.o 4/79 "Autoriza o Poder Executivo a abrir créditos adicionais até o
limite de Cr$ 342.394.500.000,00, e dá outras providências." Autor:
"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para Poder Executivo (Mens. n.OS 307/S1-PE e 70-CN/S!).
elaboração de lei, criando o Ministério da Produção Animal,. e
determinando outras providências". Autor: Deputado Ruben FI- Comissão Mista
gueiró.
Presidente: Senad()l" Jooé Richa.
Comissão Mista Vice-Presidente: Senador Jorge Kalume
Presi<lente: Deputado Geraldo Fleming Relator: Deputado Hélio Campos
Vice-Presidente: Deputado Genésio de Barros Prazo
Relator Senador Benedito Canela-s
Prazo na Comissão - até dia 31-8-81;
Prazo no Congresso - a.té dia 7-8-81 ao dia 18-9-81.
29
PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N."" 4, 5/BO e 7/80 34

"Propõem delegação de poderes ao Presidente da. República PROJETO DE LEI N.O 19-0N/81
para elaboração de Lei, dispondo sobre a criação do Ministério da. "Autoriza o Poder Executivo a abrir à Justiça E1ederal de 1.-
Amazônia". Autores: Deputados Lúcia Viveiros, Vivaldo Frota, e Instância, o crédito especial de Or$ 10.500.000,00, para o :rim que
Senador Jutahy Magalhães. especifica." Autor: Poder Exe(mtivo (Mens. n.06 308/B1-PE e
71-CN/81) .
ComiSsão Mista. Comissão Mista
Presidente: Deputado Pinheiro Machado
Presidente: Deputado Nélio Lobato
Vice-Presidente: Deputado NilSO'll Gibson
Vice-Presidente: Deputado Antônio Ferreira
Relator: senador Jutahy Magalhães
Relator: Senador Almir Pinto
Prazo
30 Prazo na Comissão - até dia 31-8-81;
Prazo no Congresso - até dia 7-8-81 ao dia 18-9-81.
PROPOSTA DE DELEGA(}ãO LEGISLATIVA N.o 6/80
"Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repú- 35
blica para a. elaboração de lei dispondo sobre a reestruturação dos PROJETO DE LEI N.o 20-CN/81
Ministério da Saúde e da Previdência e Assistência SOcial". Autor:
Deputado Carl08 Sant'Ana. "Estabelece normas par.a" criação e funcionamento de Juntas
de Conclllação e Julgamento, ,e dá outras providências." Autor:
Comissão MIsta Poder Executivo (Mens. n."" 311/81 e 72~CN/8l).

Presidente: Senador Adalberto Sena. Comissão Mista


Vice-Presidente: Senador Almir Pinto Presi:dente: Senador Leite Chaves
Relator: Deputado Túlio Barcellos Vice-Presidente: Senador Aderbal Jurema
Relator: Deputado Adhema.r Ghlsi
31 Prazo
PROJETO DE LEI N.o 16-CN/81 Prazo na Comissão - até día 31-8-81;
Prazo no Congresso - dia 7-8-81 ao dia 1B-9-81.
"Dispõe sobre o parcelamento especial de débitos no âmbito
da Previdência e Assistência Social e altera o prazo de validade
do Certificado de Quitação." Autor: Poder Executivo (Mens. n.OS 36
289/8i-PE e IlS/B1-CN>.. MENSAGEM N.o 60-ON/81
"Submete à deliberação do COngresso Nacional o texto do De-
Comissão Mista creto-lei n.o 1.855, de 10 de fevereiro de 1981, que "dispÕe 80bre a
Presidente: Deputado Jorge Uequed retribuição dos pi'ofeSflores civis do Magistério do Exército, e dá
outras providências". Autor: Poder Executivo (Mens. n.0 46181).
Vice-Presidente: Senador Jutahy Magalhães
Relator: Deputado Adhemar Ghisi Comissão Mista
Presidente: senador Dejandlr Dalpasquale
Prazo Vice-Presidente: Senador Jutahy Magalhães
Prazo no Congresso: dia 4-8-81 ao dia 14-9-81. Relator: D'~putado Nosser Almeida
ARosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secào I) Quinta·feira 27 8501

Pruo Comissão Mista


Até dia 31-8-81 - no Congresso Nacional Presidente: Deputado Geraldo Fleming
Vice-B11esidente: Deputado Antônio Pontes
3'7 Relator: senador Moacyr Dalla
MENSAGEM N.O 53-ON/81 Prazo
"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do Até dia 31-8-81 - na Comissão Mista;
Decreto-·lel n.o 1.856, de 10· de fevereiro de 1981, que "autoriza o Até dia 9-10-81 - no Congresso Nacional.
Ministro da Fazenda a conceder isenção dos impostos de impor-
tação e sobre produtos industrializaQ.os, nos easos que especifica.".
Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 48/81). 42
Comissão ([\Jista. MENSAGENS N.oS 76 E 77-CN/81
Presidente: Deputado FeUppe Penna. "Subm~tem à deliberação do Congresso Nacional os tex:tos dos
Vice-Presidente: Deputado Francisco !Leão Decretos-leIS n.OS 1.861, de 25 de fevereiro de 1981 e 1.867 de 25
Relator: Senador Raimundo Parente de março de 1981, que alteram a legislação referente às contribui-
ções compulsórias recolhidas pelo IAPAS à conta de diversas en-
tidades, e dá outl'as providências." Autor: Poder Executivo (Men-
Prazo sagens n.OS 57 e 108/81).
Até dia 8-9-81 - no Congresso Nacional. Comissão Mista
Presidente: senador José Richa
38
Vice-Presidente: Senadoa; Luiz Cavalcante
MENSAGEM N.o 66-0N/81 Relator: Deputado Nilson Gibson
"Submete à deliberação do CDngresso Nacional o texto do Prazo
Decreto-lei n.o 1.85'1, de 10 de fevereiro de 1981, que "altera ali-
quotas da. Tarifa. Aduaneira do Brasil (TAB) , prorroga prazos de Até dia 8-9-81 - Na Comissão Mista;
vigência de Decretos-leis que dispõem sobre acréscimos às aliquo- Até dia 16-10-81 - No Congresso Nacional.
tas do imposto de importação e dá outras providênciaa." Autor:
Poder Executivo (Mens n." 49/81).
43
Comissão Mista. MENSAGEM N.o 78-C'N/81-
Presidente: senador Roberto Saturnino "Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do
Vice-Presidente: senador Martins Fi-lho Decreto-lei n.o 1.862, de 25 de fevereiro de 1981, que autoriza a
Relator: Deputado Josias Leite elevação' do capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico BNDE e dá outras. providências." Autor: Poder EJ'ecutivo
Prazo (Mens. n. O 58/81).
Até àia 2-~O-81 - no Congresso Nacional. Comissão ]\fista
Presidente: Deputado Felippe penna
39 Vice-Presidente: Deputado Igo Losso
MENSAGEM N.o 67-CN/81 Relator: Senador Jutahy Magalhães
"Submete à deliberação do Congr(!sso Nacional o texto do Prazo
Decreto-lel n.e 1.8&8, de 16 de fevereiro de 1981, que "reestrutura a
carreira do Magistério de 1.° e 2.° Graus do serviço Público Civil Até dia 8-9-81 - na Comissão Mista;
da União e das Autarquias Feder3,is, e dá outras providências:'
Autor: Pode:' Ex~cutivo (Mens. n.o 50/81). Até dia 16-10-81 - no Congresso Nacional.

Comissão Mista 44
Pl:esidente: Deputado Olivir Gabardo VETO TOTAL - PROJETO N.O 4.645/81
Vice-Presidente: Deputado Bezerra de Melo (MENS. N.os 296/81-PE E 73-CN/81)
Relator: Senador Jutahy MagalhE:.es
"Dispõe sobre os mandatos dos Minis,tros Classistas, dos Juízes
Prazo Classistas dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Suplentes e
dos Vogais de JuntSlS de Conciliação e Julgamento." (Autor: Poder
Até dia 2-10-81 - no Congresso Nacional. Executivo) .
Comissão Mista
40
Presidente: Senador Fr3inco Monto.ro
MENSAGEM N." 74-CN/81 Vice-Presidente: Senado,r Aloysio Chaves
"Submete à deliberação do CongreslSo Nacional o texto do Relator: Deputado Djalma Bessa
Decreto-lei n. O 1. 859, de 17 de fevereiro de ,1981, que ",extingue o
Fundo N<l\ICional de Desenvolvimento, e dá outras providências." Prazo
Autor: Poder E:xiecutivo (Mens. n." 55/81). Até dia 31-8-81 - Apresenta,ção do Rel'atório pela Comissão;
Comissão Mista Prazo no Congresso - dia 10-8-81 ao dia 24-9-81.
PIlesidente: Sen·ador Agenor Mana Vff[- Levanta-se a sessão às 18 horas e 30 minutos.
Vice-Presidente: Senador Bema;rdino Viana ERRATA
Relator: Deputado Paulo Guerm NO DCN de 18-8·81, pág. 7880, col. OI
Prazo ONDE SE LE:
Até dia 31-8-81 - na Comissão Mista; O SR. PRESIDENTE (.Jackson Barreto) -
Discussão única do Projeto de Lei n9 1.822-A, de 1979, que re-
Até dia 9-10-81 - no Congresso Nacional. voga o item VI do art. 530 da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto·lei n9 5.452, de 19 de Maio de J943; ,tendo
41
pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucio·
MENSAGEM N.o 75-CN/81 nalidade,juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Traba-
"Submete à deliberação do Congr·esso Nacional o texto do lho e Legislação Social, pela aprovação. (Do Sr. Nilson Gibson.) -
Decreto-lei n.O 1.860, de 18 de fevel1eiro de 1981, que "fixa o valor Relatores: Srs. Feu Rosa e Amadeu Geara.
do soldo dos postos de Coronel PM, da Polícia Militar e Coronel BM,
do COrpo de Bombeil'os do Distrito Federal, e dá outrSlS providên-
cias." Autor: Poder Executivo (Mens. n.o 56/81).
8502 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

o SR. PRESIDENTE (Jackson Barreto) -:- Tendo· sido oferecida uma depoimento do Engenheiro Eudes Souza Leão, ex-Secretário da Agricultura
emenda ao Projeto n9 1.822-A, de 1979, em I' discussão, volta o mesmo às de Pernambuco, em que ele diz:
Comissões de Constituição e Justiça, de Educaçào e Cultura e de Trabalho e "Na verdade, é triste confessar, temos de dizer que, quanto
Legislação Social. . mais se fala em sertão calcinado, tanto mais se peca contra seus inte-
LEIA-SE: resses, tanto mais se estimula o rurlcola, o sertanejo, sobretudo na
O SR. PRESIDENTE (Jaekson Barreto) - ârea sanfranciscana, a fugir em busca das cidades."
Discussão úniea do Projeto de Lei nQ 1.822-A, de 1979, que Não é outro o depoimento de José Francisco, Presidente da CONTAG.
.O Presidente da CONTAG, em substancioso depoimento prestado na CPI, .
atesta que "a situação do homem do campo tem-se agravado com a políticÍl
efetivamente posta em prática pelo Governo Federal".
Sr. Presidente, o Ministro Mário Andreazza, cujo Ministério coordena
os principais organismos responsáveis pelo desenvolvimento do Vale do São
Francisco, prestou nesta Casa depoimento sobre as múltiplas finalidades das
O SR. PRESIDENTE (Jackson Barreto) - Tendo sido oferecida uma b~rragnes de Sobradinho e Três Marias. Na realidade, o que se verifica é que
emenda ao Projeto n9 1.822-A, de 1979, em discussão única, volta o mesmo às as companhias hidreléticas têm produzido energia, mas a um custo social que
Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalho e Legislação Social. precisa ser examinado, porque este custo social se tem tornado inaceitável
para a população ribeirinha. Teriam as barragens de Sobradinho e Três Ma-
OlSCURSO DA SRA. CRISTINA TAVARES, PROFERIDO NA rias a única finalidade de produzir energia elétrica? A resposta deverá ser não.
SESsAO VESPERTINA DE 20-8-81. Fala-se das múltiplas finalidades. Entretanto, Sr. Presidente, o que verifica-
A SRA. CRISTINA TAVARES (PMDB - PE.) - Sr. Presidente, Srs. mos não é isso. E aqui cito o depoimento de um fazendeiro do médio São
Deputados, a intervenção governamental no Vale do São Francisco tem to- Francisco, Sr. Hanascar Rodrigues Terra do Vale, que, ao se referir às en-
das as características da crise brasileira: incúria administrativa, desprezo pe- chentes de 1979 e 1980, afirmava: "E evidente que as hidrelétricas conquista-
las populações, megalomania no planejamento. O Vale do São Francisco po- ram do Governo Federal aprovação de critérios de operação das barragens,
deria vir a tornar-se o grande celeiro nacional. Nascido na serra da Canastra, responsáveis pelas enchentes em uma espécie de chantagem energética." O
até desembocar no Atlântico, o Vale abrange 64 milhões de hectares, dos depoente se refere, com propriedade, à mensagem oculta das hidrelétricas,
quais 30 milhões são identificados como área agricultável. A sua população que é a produção de energia a qualquer custo social. Isto porque precisam pa-
de !O milhões de brasileiros tem uma predominância de agricultores: são 5 gar em dólares os pedidos de empréstimos feitos no exterior.
milhões os agricultores no vale potencialmente rico do São Francisco. E para Temos depoimentos que são de enorm~ gravidade, por que fcitos por ho-
esta população de 5 milhões de agricultores, verdadeiros autores desta Co- mens com a responsabilidade do Presidente da CHESF e seu~ diretores.
missão Parlamentar de Inquérito que investiga as causas e conseqüéncias das Quando se fala nas enchentes do rio Sào Francisco, fala-se concretamente em
cheias do São Francisco, que hoje presto contas desta tribuna. As nossas pa- 220 mil pessoas desabrigadas e que não receberam, até hoje, u.m tostão de in-
lavras se dirigem àqueles que estão nas margens do São Francisco, marginali- denização. Mas temos aqui a afirmação doSr. Ministro do Interior, garantin-
zados,·àqueles que esperaram, acreditaram e que agora constatam que as pro- do uma política de múltiplas finalidades das barragens do rio São Francisco.
messas não foram cumpridas. Não obstante novas promessas, sempre com E o Sr. Ministro do Interior é desmentido pelos próprios diretores da
caráter megalomaníaco, continuam a scr feitas. As cheias de 1979, de 1980 e CHESF. O Sr. João Paulo Aguiar, Diretor de Operações da CHESF, ao falar
.de 1981 desabrigaram 224 mil brasileiros que, diga-se de passagem, não fo- sobre Sobradinho, disse: ':Onde a natureza colocou Sobradinho não é possí-
ram até hoje indenizados pelos prejuízos causados pelas companhias hidrelé- vel controlar eficazmente as cheias." Eunápio Peltier de Queir(':t., que emitiu
tricas. Sr. Presidente, recolho aqui o depoimento prestado na CPI do rio São o conceito de finalidades conflitantes de barragens para produçao de energia
Francisco por Dom José Rodrigues, Bispo de Juazeiro. Diz ele o seguinte: e contenção das cheias, tii.'.; ·'Se houvesse um sistema adequado no alto São
."Todos os ribeirinhos são unânimes em se queixar da imprevi- Francisco, nada disso ocorreria". E o próprio Presidente da CEMIG desmen-
sibilidade das cheias, tanto da grande, como da de pequeno porte. te também o Ministro do Interior. Com efeito, o Engenheiro Francisco Afon-
Já a partir de 5 de junho do ano de 1979, o rio subiu inesperadamen- so Noronha afirmou que enquanto nào forem construídas hal ugens para
te·e de modo considerável, inundando as plantações de vazantcs. contenção das cheias, elas continuariam inevitável e fatal'. lte a ocorrer no
Este fato se repetiu com as mesmas conseqüéncias no período de 8 a Vale do São Francisco. .
12 dejunho de 1979. Na mesma época do ano de 1980, nada aconte- Porta~to, não somos nós, da Oposição, que desmentimos o Sr. Ministro
ceu, demonstrando a total imprevisibilidade do rio. No período de do Interior, são as autoridades responsáveis pelas hidrelétricas que, ao se exi-
janeiro a fevereiro de 1981, quando todos temiam uma nova enchen- mirem da responsilbilidade pelas cheias do rio São Francisco, responsabili-
te, como as verificadas anteriormente, o rio baixou. No final de fe- zam o Governo Federal pela nàQ execução das obras que deveriam efetiva-
vereiro, não sobrevindo a enchente esperada, o povo se animou a mente conté-las. .
plantar, para perder tudo com minienchentes verificadas no més de O Sr. Prisco Viana - Nobre Deputada Cristina Tavares, inicialmente,
março. Esses fatos. demonstram que o rio mudou radicalmente o seu quero desculpar-me por interromper o discurso de V. Ex' Mas, como filho e
comportamento desde 1978 e não apenas na ocasião da cheia de político da região do São Francisco, não poderia deixar de trazer aqui tam-
1979, como declarou a Comissãó Internacional de Estudos Para bém, não um depoimento, como V. Ex' faz, mas uma opinião, que não é cal-
Controle das Enchentes do Rio São Francisco." cada nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito que, lamentavel-
·Sr. Presidente, os depoimentos que nós recolhemos nesta CPI mostram a mente, não tenho podido acompanhar, em função dos compromissos políti-
total irresponsabilidade e insensibilidade dos órgãos governamentais que cos e partidários que me desviam daquela atividade e que me permitiriam
atuam no Vale, seja da CEMIG, seja da CHESF, seja do INCRA, seja da realmente aprofundar-me nos problemas da área. Concordo com V. Ex', no
CODEVASF, seja do DNOS. E a constatação do que ali se passa não é feita conjunto das suas preocupações, quanto ao desenvolvimento da região, aos
apenas por nós, parlamentares da Oposição. Ainda há pouco, a televisão ale- problemas sociais que ali existem e, sobretudo, quanto a essa preocupação,
mã veio ao Brasil, filmou e reproduziu na Alemanha, com o título de "Terra muito pratriótica, em relação à situação das populações atingidas por duas
Roubada", o crime da intervenção governamental no Vale do São Francisco. das enchentes - as mais recentes - de que tivemos notícia naquela área. Os
E ali, como disse, todos os ingredientes da crise brasileira estão misturados: números dc V. Ex' conferem quanto ao volume das pessoas desabrigadás. Es-
de um lado, a CODEVASF, que tem como filosofia de ação a colonização, tou de acordo com V. Ex' em que realmente cabe ao Estado reparar os danos
desapropria terras onde se implantou uma infra-estrutura de irrigação acusto causados üque1es que..vivem ou viviam às margens do rio. Mas não concordo
de 10 mil dólares por hectare, como nos Projetos Bebedouro e Massangano, com o quadro trazido por V. Ex' em relação ao aspecto global da região. Pri-
que estào sendo salinizadas. meiramente, parece-me que V. Ex' incorre num equívoco. A CODEVASF
Sr. Presidente, desde 1946, com a Emenda n9 179 à Constituição de 1946, não é uma empresa cuja finalidade seja de colonizaçào na região. Esta fica a
no seu art. 29, nas disposições transitórias, previa um prazo de 20 anos para o cargo do INCRA, porque a CODEVASF, dentro da sua nova doutrina,
aproveitamento das possibilidades econômicas do Vale. O Governo Federal encarrega-se de promover o desenvolvimento, através do estímuio de outras
se comprometia a investimentos nunca menor do que I % do seu orçamento. atividades, basicamente da irrigação, de que resulta já a realização de alguns
Praticamente, é unânime o testemunho de todos os depoentes na CPI do São imporantes projetos na área, envolvendo a irrigação de cerca de 10 mil hecta-
Francisco, sobre que a situação do povo, do barranqueiro e do ribeirinho pio- res, alguns deles já produzindo, mas não o massllngano, a que V. Ex' se refe- .
rou consideravelmente após a intervenção governamental. Hâ um trecho do re, cujas águas sc teriam salinizado, porque este é um projeto cujas obras ain-
Agosto de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quinta-feira 27 8503

da não se inciaram. Não entendo quando V. Ex' fala da intervenção governa- A SR' CiUSTIN A TAVARES - Concederei um aparte, com muita hon-
mental na região. Há um órgão do Governo atuando na região, e isso ocorre ra e prazer, ao Deputado Djalma Dessa, mas peço-lhe que aguarde um instan-
desde o advento da Constituição de 1946, através da criação da antiga Comis- te.
são do Vale do São Francisco, que depois se transformou em Superintendên- A CPI se originou não só da necessidade sentida pela população ribeiri·
cia do Vale, e mais tarde, por último, na Companhia de Desenvolvimento do nha, mas também por declarações enfáticas e claras concedidas..pelo nobre
Vale do São Francisco. Eu concluiria esse aparte, que já está muito longo, e Deputado Djalma Bessa lia imprensa, quando ele responsabilizava as hidrelé-
tomando o tempo de V. Ex', dizendo o seguinte: nàscido e vivendo ali duran- tricas pelas cheias que afetavam gravemente a população. Respondendo ao
te muitos anos, tenho todo uma existência de convivência e intimidade com Deputado José Carlos Vasconcelos, gostaria de dizer que não só S. Ex' estra-
aquela região. Já atravcssamos ali fases muito piores. Nós, hoje, no Vale do nhou a intervenção do nobrc Deputado Prisco Viana, mas o próprio Banco
São Francisco.- e eu diria na parte baiana do Vale, que é a que eu conheço Mundial também, pois, ao penalizar a CHESF em 25 milhões de dólares, o
- estamos realmente experimentando importantes transformações, seja por fez porq ue reconhecia a responsabilidade da companhia ao construir o lago
essa "intervenção" - entre aspas - do Governo, porque realmente começa a de Sobradinho e não complementar as obras, o que viria prejudicar, como de
ordenar-se o processo de desenvolvimento da região, seja pela iniciativa pri- fato aconteceu, a agricultura de vazantes, para a qual o Banco havia financia-
vada, hoje representada por cerca de 80 empreendimentos na área agrícola, do empréstim o para a cultura de arroz.
na área pecllária, já dando uma importância do Vale no contcxto da econo- O Sr. Eunúpio Peltier de Quieroz, homem do Vale do São Francisco,
mia do nosso País. Lamcntavelmente, ainda há pobreza, ainda há desajusta- afirmou na CPI, com a autoridade de Diretor da CHESF, que a companhia
inento social, como de resto no País. Mas nós não resolveremos essa questão, assegurarú que não ocorreriam cheias em 1980 a montante do lago, mas, devi-
a nào ser pelo esforço, pelo trabalho, jamais pela crítica, sem que ela esteja do a uma dccisão tomada pelos Ministérios das Minas e Energia e do Interior
realmente rcspaldada no fato real, que demonstrc a situação verdadeira que - e que foi referendada pelos governadores dos Estados do Nordeste - a
ali se vive. Muito obrigado, pela gentileza de V. Ex' Vou continuar ouvindo CHESF fez a opção de sobrelevar o lago de Sobradinho. E, assim, foram
seu discurso com toda atenção. . inundadas as plantações dos agricultores que haviam recebido, na véspera, a
A SR' CRISTINA TA VARES - Nobre Deputado Prisco Viana, ainda informação de que as suas terras não seriam inundadas. E os prejuízos não
no princípio de julho, visitei a região são-franciscana da Bahia e estive em foram apenas de fundo de quintal, como disse o Ministro do Interior. Em
contato, inclusive, com eleitores de V. Ex' Admira-me, pois, nobre Deputa- apenas uma fazenda, a do Sr. Huascar Terra do Vale, foram perdidos 900
do, que V. Ex' tracc um quadro otimista, ou, pelo menos, procure atenuar a hectares de milho.
situação de penúria e de miséria em que eu vi mergulhados os baianos do Vale
do São Francisco. Quanto à CODEVASF, eu diria a v: Ex' que este órgão a Sr. Djalma Dessa - Permite V. Ex' o aparte?
tem atuação de colonização, uma vez que ela desapropria teú as e assenta, ou A SR' CRISTINA TAVARES - Vou conceder-lhe o aparte, com muita
deveria assentar posseiros. Outro nome que se possa dar a esse tipo de honra e prazer. Estou realmente curiosa para ouvir a intervenção de V. Ex', a
atuação eu não conheço. E, por sinal o INCRA não tem a finalidade de eolo- qual sei vai enriquecer este pronunciamento.
nização, mas de reforma agrária. Acho que a intervenção de V. Ex', quando
fala ou estranha a nossa observação sobre intervenção governamental no a Sr. Djalma BessÍt - Muito obrigado a V. Ex'
Vale do São Francisco, não procedc, porque pelo menos sete organismos in- A SR' CRISTINA TAVARES - Ao referir-me às indenizações, quero
tervêm no Vale do São Francisco - O INCRA, o DNOCS, a CHESF, a CO- formular a seguinte denúncia neste Plenário: as indenizações de 1979, ajusan-
DEVASF, a CEMIG, o Ministério das Minas e Energia e o Ministério do ln- te do Vale do Sobradinho, não foram efetuadas; e as de 1980, até hoje, não
terior - o que agrava sobremaneira a situação. Faço essas afirmações com a obstante a decisào da CHESF de pagar, adiantado o dinheiro, que não che-
responsabilidade de quem ouviu a gravação de dezoito depoimentos de ho- gou do Ministério do Interior, também não foram pagas. Hoje, na reunião da
mens do Governo, de dirigentes sindicais e pastorais e de bispos que vivem CPI, o Presidente do DNOCS afirmou que o dinheiro já teria saído da SU-
naquela região. Não se pode desmen.tir o que foi filmado, e o povo alemão D-ENE para a CHESF.
talvez saiha, mais do que este Congresso Nacional, qual a verdadeira situação
dos ribeirinhos do Vale do São Francisco. Esta é a segunçla informação que temos neste sentido. Mas, se ele real·
Ouço o Deputado José Carlos Vasconcelos. mente saiu do Ministério do Interior, deve ter-se perdido, talvez nas caudalo-
a Sr. José Carlos Vasconcelos - Nobre Deputada. Cristina Tavares, sas águas do rio São Francisco.
aparteio V. Ex', neste instante, para confirmar as suas afirmações, membro Ouço, com muita satisfação, o Deputado Djalma Bessa.
que sou da Cómissão que estuda a ação do Estado no Vale do São Francisco, a Sr. Djalma Dessa - Deputada Cristina Tavares, sabe V. Ex' do
c para estranhar, como V. Ex', o posicionamento do nobre Deputado Prisco apreço com que participo do seu pronunciamento. Mas a virtude está no
Viana, que, na realidade, podc dizer que o Estado interviu maciçamente no meio. Pelo que V. Ex' afirma, dá a entender que o Governo está completa-
Vale do São Francisco, que está obtendo aproveitamento de energia elétrica mente desatento ao Vale do São Francisco.
naquele local, mas não pode afirmar que a situação dos riberinhos é melhor
A SR' CRISTINA TAVARES - Não dou a entender isso.
do que no passado. Inúmeros são os depoimentos tomados na CPI, com afir-
mações inclusive de Deputados do PDS, como o Deputado Honorato Vian- O Sr. Djalma Dessa - Evidentemente, esta não é a posição adequada.
na, comprovando que a tranqUilidade do homem do São Francisco foi tirada Eu diria, de imediato, que, no próximo mês, será inaugurada uma linha que
com as obras realizadas pelo Estado na região. Foram relegados ao abando- sai de Sobradinho, alcança Juazeiro, passa em Senhor do Bonfim, toca Irecê e
no milh,lres e milhares dc sercs humanos que, anteriormente, tinham con- vai a Bom Jesus da Lapa, numa extensão de 800 quilômetros de energia e1étri·
dições, embora com ama agricultura precária, de manter as suas famílias e ca. Uma obra dessa dimensão não pode rcvclar o desapreço e o abandono do
que hoje vivem em total indigéncia, sem ter um chão para plantar, jogados Governo a uma região. Há de convir V. Ex' que a CODEVASF, dentro dos
nas grandes cidades sem trabalho, sem condições de subsistência. E completa- limites financeiros em que se movimenta, está fazendo um bom trabalho de
mente desumana - V. Ex p tem razão - a ação do Estado no Vale do São irrigação. Sabe tambêm V. Ex' que, nas áreas de Bebedouro, Massangano, e
Francisco. Preocupo-me quando um companheiro da responsabilidade do se chegarmos no baixo lrecê, numa área entre Xique-Xique e Sento Sé, já co-
Deputado Prisco Viana, Secretário-Geral do Partido do Governo, afirma jus- meçou o estudo para a implantação de irrigação numa área de 270 ha, a
tamente o contrário de depoimentos de inúmeros técnicos e de deputados do maior área de irrigação da América Latina. Também em Mirorós está sendo
PDS, mas preocupa-me mais ainda ao indagar qual será daqui para a frente a feita a irrigação, estendendo-se até o Estado de Minas Gerais. Na realidade,
ação do Estado no Vale do São Francisco. Com a construção da barragem de há sofrimento. Ainda há muita gente desassistida, mas também devemos cre-
ltaparica, a população, que, durante longos meses, terá as suas terras alaga- ditar ao Governo as obras que tem feito no São Francisco: Três Marias,
das, vem pedindo que a CHESF defina quais as áreas que lhe serão ofereci- Sobradinho, Moxotá e Itaparica. Não há dúvida de que todas essas obras pe-
das, para que possa restabelecer a sua condição de agricultor, entretanto, até nalizam os ribeirinhos, mas há uma contrapartida, senão a curto, a médio ou
o momento, nada lhe foi respondido. Precisamos estar vigilantes para que longo prazo, elas trarão grandes frutos e grandes resultados àquela gente. De
não aconteça em Itaparica o mesmo que ocorreu em Sobradinho, a fim de maneira que, atente V. Ex' para as declarações que fiz, as barragens estavam
que se cometam crimes usando o nome do Exército Nacional, amedrontando- provocando inundações. Mas de qualquer forma, o Governo protegeu os cen-
se uma população indcfcsa para tangê-Ia, sem nenhuma assistência, das áreas tros urbanos em toda a regiào ribeirinha do São Francisco, numa demons-
inundadas pela construção da barragem. parabenizo V. Ex p pelo discurso que tração de que estú atento àquela área. Portanto V. Ex' há de convir que apro-
vem pronunciando. Repito, manifesto a minha estranheza pelo depoimento vo o seu discurso com restrições.
do ilustre parlamentar do PDS, Deputado Prisco Viana. A SR! CRISTINA TAVARES - Agradeço a V. Ex' o aparte.
a Sr. Djalma Dessa -- Permite-me V. Ex' um aparte? Ouço o nobre Deputado Jackson Barreto.
8504 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1~81

o Sr. Jackson Barreto - Nobre Deputada, eu queria, nesse breve espaço mil casas nos povQados) e 4.987 imóveis urbanos (inclusive nos dis-
de tempo, congratular-me com V. Ex' pelo pronunciamento que fllZ a respei- tritos) previa-se um total de indenizações de 250 milhões de cruzei-
to /lrincipalmente da ação negativa da CODEVASF na região do Baixo São ros, o que não é muito, se se levarem conta a extensão da área que
Francisco, onde a técnica dos gabinetes de Brasília levou, até ali, experiências foi inundada. Pois bem, para os pequenos proprietários e para os
nefastas para a tradicional cultura do arroz, principalmente em nosso Estado, • posseiros as indenizações foram, em geral, irrisórias. Os que não ti-
causando 'o êxodo rural e ao mesmo tempo uma baixa muito grande na sua nham o título de terrá, e eram a maioria! Esses receberam indeni·
produção. A CODEVASF, no Estado de Sergipe, como em outras partes do zações apenas das benfeitorias: Casas, fruteiras, cercas, cacimbas e
nosso Território, tem procurado, no momento, encetar novas obras no senti- outras mais. Para não indenizarem as terras, os advogados da
do de melhorar a sua imagem. Mas o povo sergipano até hoje s6 tem a lamen- CHESF cavalgaram, festivamente, a doutrina de que aquelas terras
tar sua presença e ação em nossa região. eram "devolutas", pertencentes ao Estado da Bahia.
Os lavradores perderam a safra de 1978, embora o inverno te-
A SR' CRISTINA TAVARES - Inclusive na região de V. Ex' aCODE· nha sido bom, porque não tiveram condições de fazer suas roças. As
VASF é conhecida como CODEPESTE. indenizações irrisórias que receberam gastaram na construção de
O Sr. Jackson Barreto - Exatamente. Nobre Deputada, se me permite, suas casas e na manutenção. Não tiveram dinheiro para comprar
queria dizer que lamento não me aprofundar no aparte, em virtude da exigüi- arame, sementes e defensivos agrlcolas. O gado foi perdido em sua
dade do tempo. Gostaria de dar um depoimento aqui nesta Casa e a V. Ex', grande maioria em 70 a 80% - calulam alguns - afogado, na mu·
no seu pronunciamento, a respeito de tudo aquilo que é a CODEVASF no dança, ou depois,já nos novos lugares, nos lamaçais, de fome, sede
meu Estado. ou peste. Foram milhares de animais sepultados nas águas de
Sobradinho! Desses dias amargos existem, nos arquivos da Diocese,
A SR' CRISTINA TAVARES - Deputado Jackson Barreto agradeço a
dezenas, ou centenas de cartas e abaixo assinados pedindo socorro."
V. Ex' o aparte. Gostaria de dizer ao nobre Deputado Djalma Bessa que em
nenhum momento neguei aqui, nesta tribuna, que a produção de energia elé- Quanto às agrovilas, Sr. Presidente, trago dois depoimentos conflitantes,
trica se faz com muita eficiência no Vale do rio São Francisco. Apenas me re- que referem a existência de dois Brasis. O real, do povo. E o oficial, da propa-
feri, e foi a denúncia que fiz ao custo social que esta energia elétrica está cau- ganda governamental:
sando a 5 milhões de habitntes no Vale do rio São Francisco. O do engenheiro Eunápio Peltier de Queiroz, que ou é ingênuo ou não
respeita este Congresso, em 26 de março de 1981, referindo-se às agrovílas da
O Sr. Luiz Vasconcelos - Permite-me V. Ex' um aparte? Serra do Ramalho, nos disse "que há um sistema de agrovilas com todos o~
A SR' CRISTINA TA VARES - Lamento muito Deputado, mas o meu serviçQs públicos indispensáveis, com toda a assistência médica e educacio·
tempo já está esgotado. nal, com assisténcia religiosa, com armazéns da CaBAL, com instalações do
Gostaria de dizer, para concluir, Sr. Presidente, que a brutalidade polí- Banco do Brasil... Até para os mendigos construímos casas em ruas de Ra·
cial, a brutalidade governamental para a implantação de Sobradinho não se manso". Enfim, o melhor dos mundos possíveis! Agora vejamos o depoimen-
pode repetir em Itaparica. Queria fazer esta advertência, porque, se a popu- to da Igreja, assinado pelo bispo diocesano e 21 agentes pastorais de Bom Je-
lação de Sobradinho foi tomada de surpresa a de Itaparica está organizada, sus da Lapa.
através dos seus sindicatos de trabalhadores, através das cooperativas, atra- "Nós, agentes pastorais de Bom Jesus da Lapa, reunidos em as-
vés de cada homem, de cada mulher, que ali está para não deixar que se repi- sembléia, enviamos este abaixo assinado para solidarizarmos com o
tam os crimes c as brutalidades que ocorrem em Sobradinho. povo das agrovilas, projeto especial de colonização da serra do Ra-
Ao final, Sr. Presidente, passo a ler trechos das intervenções de D. Orlan- malho, para pedir as providências necessárias.
di Dolti, Bispo de Barra, e de D. José Rodrigues, Bispo de Juazeiro, sobre o A maioria do povo está vivendo numa situação de Miséria e
desalojamento da população durante a construção da Barragem de Sobradi- Sofrimento. A cooperativa ê definida como Cativeiro." (Palmas.)
nho, para que sirvam de advertência aos trabalhadores de Itaparica, que exi-
gem terras por terras nas margens do lago. DISCURSO DO SR. DEPUTADO GERALDO GUEDES, PROFERI-
Eis o que diz D. Orlando Dotti: DO NA SESSAO VESPERTINA DE 21-8-81.

. "Situação de verdadeira calamidade social provocada pelo O SR. GERALDO GUEDES (PDS ~ PE) '- Sr. Presidente, Srs. Depu-
modo como foi realizada a evacuação das populações das áreas a se- tados, na larga relação de discursos que tenho apresentado sobre a necessida-
rem in undadas pelo Jago de Sobradinho; de outro lado, o acintoso de do aproveitamento da energia solar como prioridade de alternativas em
descaso que tem, via de regra, caracterizado o tratamento das rein- ·nossa política nacional de energia, quero acrescentar mais este, que faço ago-
vindicações das populações prejudicadas por tais projetos oficiais. ra sob a mesma motivação patriótica.
Retomando a posição anteriormente defendida nesta mesma CPI Não entendo, na verdade, como os nossos governantes não tomam co-
pelo Excelentíssimo Senhor Bispo de Juazeiro, e a partir sobretudo, nhecimento dQ que se passa no mundo neste setor e, conseqUentemente, não
dos testemunhos pungentes c maciços que nos chegaram da parte da adotam uma posição firme e irrevogável sobre a energia solar e a forma de
população atingida, questionamos aqui a violência e a total ausên- aproveitá-la da melhor maneira possível.
cia de perspectiva social que caracterizou o processo de deslocamen- No Japão, na Holanda, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos,
inúmeras experiências têm revelado as vantagens do uso desse tipo de energia.
to da populaçào de Sobradinho: a falta de planejamento adequado;
Por que, então, não se procurar aplicá-Ia e explorá-Ia? O Brasil tem sol em to-
indenizações irris6rias - verdadeiros esbulhos - processadas à
das as épocas do ano. R um bem de Deus, ao alcance de todos, sem preço nas
base da intimidação, da coação; a falta de participação dapopu-
fação diretamente interessada nas discussões das propostas ,e alter- Bolsas e sem cotação nos mercados financeiros. E uma dádiva da natureza,
nativas; a insensibilidade às graves conseqUências sociais advindas e para ajudar o Homem a viver em melhores condições.
sistematicamente denunciadas, e a desatenção às reivindicações do Era de se esperar, pois, neste quadro em que tanto se fala da falta de
povo quanto à reparação dos danos sofridos." energia, que fosse aproveitada a energia solar, no Brasil. Eu já fiz vários ape-
los aos Ministros do. Interior e da Energia, ao Governador de Pernambuco,
Por outro lado, diz D. José Rodrigues sobre (j que aconteceu nos Mu-
nicípios de Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Pilão Arcado:
°
ao Presidente da República, no sentido de ser considerado valor da energia
'em nosso projeto de desenvolvimento nacional.
"As indenizações": Um dos capítulos mais tristes e vergonho- Seria importante e grato a todos nós se as autoridades da área fizessem
sos da história da Barragem de Sobradinho! Capítulo infame! Nos- uma experiência de captação e aproveitamento da energia nas vilas habitacio-
sa Carta Magna, a Constituição Federal, no art. 153, § 22, preceitua: nais. Os habitantes dos conjuntos habitacionais, construidos pelo BNH ou
"É assegurado o direito de propriedade, salvo o caso de desapro- seus agentes, pagam muito caro a energia elétrica nas operações domésticas.
priação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social. Seria, pois, interessante que o Governo estabelecesse em sua Política Nacio-
mediante prévia e justa indenização em dinheiro... "Para os poucos nal de Energia itens referentes à utilização da energia solar.
ricos, latifundiários, que tinham escritura de suas terras, as indeni- Imagine V. Ex', Sr. Presidente, se nós já tivéssemos a energia coletada,
zações foram boas ou, a,o menos, razoável, por exemplo, Dr. Adolfo para atender, por exemplo, à navegação costeira. Naturalmente, o preço do
Viana de Castro uma ilha em Casa Nova: Cr$ 2.200.000,00; Antô- frete baixaria, o transporte se realizaria em melhores condições e o custo do
nio Gomes Lima, em Sento Sé: Cr$ 4.200.000,00; José Braga Sobri- bem produzido se refletiria no mercado consumidor, em niveis b'em mais bai-
nho, em Remanso, indenizou sua Fazenda Curral de Areia por Cr$ xos que os atuais. Se levássemos a energia solar para o campo, então nem se
17.000.000,00. Era também uma tática para calar a boca dos pode- fala. Poderíamos ter a produtividade agrícola em outra situação, diferente da
rosos e tê-los a seu lado. Para um total de 20 mil imóveis rurais (oito atual, que representa um ônus de tarifa mais elevado que o preço da energia.
Agostó de 1981 DIÁRiO DO CONGRESSO NAClONAL(Seção I) Quinta-feira 27 8505

Salvo engano, na Universidade da Paraíba há um Departamento que cuida abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Traba-
essencialmente da energia solar, com estudos, trabalhos, experiências e pro- lho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 5 de agosto de
gramas de aplicação. Se não vale o que dizemos, nem o que pedimos, pelo 1981.
menos 'se procure <> depoimento, seguro e isento das Universidades sobre esta Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
matéria. Ninguém, depois, poderá dizer que foi enganado. Diretor-Geral.

Portaria n9 LT IFC1238/81 Portaria n9 LT IFC/245/81


O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9"20, de 30 de
novembro de 1971, resolve admitir Sebastião Bento Barbosa, de acordo com novembro de 1971, resolve admitir Sueli Aparecida Rugoni Berrocozo, de
a Resolução n9 66, de 17 de. março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 dc acordo com a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nQ
abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Traba- 75, de 4 de abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis
lho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 30 de julho de do Trabalho, a função de Secretária iie Gabinete Parlamentar, a partir de 5 de
agosto de i 98 I.
1981.
Diretoria-Gcral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Altcredo dc Jesus Barros,
Diretor-Geral. Diretor-GeraL

Portaria n9 LT IFC/239/81 Portaria n9 LTI FC1246/81

O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das


Ó Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de
novembro de 1971, resolve admitir Dionísio Luiz Costa, de acordo com a Re- novembro de 1971, resolve admitir Rosilea Suzana do Prado, de acordo com
solução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 de abril de a Resolução nO 66, de 17 d,e março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 de
1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis de Trabalho, a abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Traba-
função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 30 de julho de 1981. lho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 6 d.e agosto de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, 1981.
Diretor-Geral. I
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
Diretor-GeraL
Portaria nQ LT/FC/240/81
Portari? n9 LT/FC/247/81
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nQ 20, de 30 de, O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
novembro de 1971, resolve admitir Antônio Randall Felix da Silva, de acordo atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nQ 20, de 30 de
com a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 novembro de 1971, resolve admitir Alaide Sampaio do Vale, de acordo cóm a
de abril de 1978, e o n9 86, de 25 de março de 1981, para exercer, sob o regime Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 de abril
da Consolidação das Leis do Trabalho, a função de Motorista de Gabinete de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a
Parlamentar, a partir de 4 de agosto de 1981. função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 6 de agosto de 1981.
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
Diretor-Geral. Diretor-GeraL

Portaria nQ LT/FC/241/81 Portaria N9 Lt/FC/248/81


O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, dc 30 de atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nO 20, de 3(}de
novembro de 1971, resolve admitir Rosangela Bastos Nascimento, de acordo novembro de 1971, resolve admitir Giovanni Bianchi Maciel, de acordo com
com a Resolução nQ 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nO 75, de 4 a Resolução nO 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n Q 75, de 4 de
de abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Tra- abril dc 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Traba-
balho, a função de Auxiliar de Gabinele Parlamentar, a partir de 4 de agosto lho, a função de Assistente de Gabinete Parlamentar, a partir de 6 de agosto
de 1981. de 1981.
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. ,..... Alteredo de Jesus Barros, Diretoria-Geral, 25 de llgOSto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
Diretor-GeraL Diretor-Geral.
Portaria n9 LT/FCf242/81 Portaria nO LT /FCf249/81
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de
novembro de 1971, resolve admitir Maria Gomez Barbosa, de acordo com a ~ovembro de 1971, resolve admitir Marli Mustefaga Guaraeiaba, de acordo
Resolução nQ 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de4 de abril com a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nQ 75, de 4
de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a de abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Tra-
função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 22 dejulho de 1981, balho, a função de Secretária de Gabinete Parlamentar, a partir de 7 de agos-
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, to de 1981.
,Diretor-Geral. Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
Diretor-Geral.
Portaria n9 LT /FC/243/81
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das Portaria n9 LT/FC/250j81
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nQ 20, de 30 de O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
novembro de 1971, resolvc admitir Kookiti Yamato, de acordo com a Reso- atribuições que Ihc confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de
luçãó nO 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4'de abril de novembro de 1971, resolve admitir Agnaldo Marques da Silva, de acordo
1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a com a Resolução 'n 9 66, de 17 de março de 1978, e os Atos da Mesa nQ 75, etc 4
função de Assistente de Gabinete Parlamentar, a partir de 5 de agosto de de abril de 1978, e 86, de 25 de março de 1981, para exercer, sob o regime da
198\. Consolidação das Leis do Trabalho, a função de Motorista de Gabinete Par:
Diretoria-Geral, 25 de agosto 'de 1981. - Alteredo de Jesus Barms, lamentar, a partir de 7 de agosto de 1981.
Diretor-GeraL Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros,
Dirctor-Geral.
Portaria n9 LT/FC/244/81
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das Portaria n9 LT/FC/251/81
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
novembro de 1971, resolve admitir Roberto Claudio Mendes, de acordo com' atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n? 20, de 30 de
a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da ,Mesa n9 75, de 4 de novembro de 1971, resolve admitir Felipc Balsini Ghisi, de acordo com a Re-
8506 Quinta-feira 27· DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ào I) ..\1(05to de 1981

solução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 de abril de Mesa n 9 75, de 4 de abril de 1978, os seguintes Assistentes de Gabinete Parla-
1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a mentar: Ana vitória Dias Lopes, ponto n9 31.007, a partir de 24 dejulho de
função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 7 de agosto de 1981. 1981: Luiza Maria Modesto de Carvalho, ponto nº 31.950, a partir de 28 de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, julho de 1981: Juvenal Ferreira dos Santos. ponto nº 30.896, a partir de 30 de
Diretor-Geral. junho de 198 J: Maria das Graças Moura, ponto nº 30:843, a partir de 30 'de
julho de 1981, c Constância Teresinha Severino, ponto nº 31.894, a partir de
31 de julho de 198!.
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - A1teredo de Jesus Barros,
Diretor-Geral.
Portaria N<? LT IFe1259181
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de
novembro de 1971, resolve dispensar, de acordo eom o disposto no Ato da
Mesa nº 75, de 4 de abril de 1978, os seguintes Secretários de Gabinete Parla-
mentar:Jairo Monteiro da Cunha Mãgalhães Júnior, ponto nº 31.095, a par-
tir de 6 de julho de 1981: e Rosernary Steigleder Peixoto Primo Dias, ponto nº
30.895, a partir de 10 de julho de 1981.
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981, - Alteredo de Jesus Barros,
Diretor-Geral.
Portaria Nº LT IFe 1260/Rl
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de
novembro de 1971, resolve dispensar, de acordo eom o disposto no Ato da
Mesa nº 75, de 4 de abril de 1978, os seguintes Auxiliares de Gabinete Parla-
mentar: Janice Del Frari Coutinho, ponto nº 3) .604, a partir de 15 de junho
Portaria n" LT IFC1254/Rl de 1981: João Alves Bezerra Filho, ponto nº 31.641, a partir de 23 de julho de
1981: Joanesley Batuira Marth Santos, ponto nº "31.790, a partir de 30 de ju-
O Diretor-Geral 'da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
lho de 1981: Francisco Didi Mendes, ponto nº 31.610, a partir de 31 de julho
atribuições que lhe confere o art. '147, item XV, da Resolução n" 20, de 30 de
de 1981; e Rosa Maria Silva Mossri, ponto nº 30.944, a partir de 31 de julho
novembro de 1971, resolve admitir Maria José Ribeiro Mendes, de acordo
de 1981.
com a Resolução n" 66, de 17 de março de 1978. e o Ato da Mesa n" 75. de 4
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Atteredo de Jesus Barros,
de abril de 1978. para exereer, sob o regime da Consolidação das Leis do Tra-
Direttor-Geral.
balho, a função de Secretária de Gabinete Parlamentar, a partir de 12 de
agosto de 198 I. Portaria Nº LT IFC1261/RI
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
Diretor-Geral. atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de
Portaria n" LT IFC/255/RI novembro de 1971, resolve dispensar, de acordo com o disposto no Ato da
Mesa n9 75, de 4 de abril de 1978, Marivando Mendes de Souza, Motorista de
O Diretor-Geral da Secretaria da Cámara dos Deputados, no uso das
Gabinete Parlamentar, ponto n" 31.794. a partir de 3 de julho de 1981.
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV. da Resolução n" 20, de 30 de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de )981. - A1teredo de Jesus Barros, Dire-
novembro de 1971, resolve admitir Maria Aparecida Silveira Soriano, de
tor Geral.
acordo com a Resoluçào nº 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nº
Portaria Nº LT IFe 1262/81
75, de 4 de abril de 1978, para exercer. sob o regime da Consolidação das Leis
do Trabalho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 13 de O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
agosto de 198 I. atribuições 4ue lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 198 I. - Alteredo de Jesus Barros, novembro de 1971, resolve admitir Antonio Balbino de Carvalho Neto, de
Diretor-Geral. acordo com a Resolução n<? 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nº
75, de 4 de abril de 1978, para exercer, sob oregime da Consolidação das Leis
Portaria nº LT/FC /256/Rl
do Trabalho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 19 de
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das agosto de 1981:
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de Diretoria-Geral. 25 de agosto de 198 I. - Alteredo de Jesus Barros,
novembro de 1971, resolve admitir Decio Nery de Lima, de acordo com a Re- Diretor-Geral.
solução nº 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n" 75, de 4 de abril de
Portaria Nº LT IFC 1263/RI
1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a
função de Assistente de Gabinete Parlamentar, a partir de 13 de agosto de O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
.198!. atribuições que lhe conferc o ar!. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, novembro de 1971, resolve admitir Julio Ricardo 'Borges Linhares, de acordo
. Diretor-Geral. com a Resolução nº 66, dc 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa nº 75 de 4
de abril de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis d~ Tra-
Portaria nº LT IFC1257181
balho, a função de Secretário de Gabinete Parlamentar, a partir de 19 de
O Diretor-Geral" da Secretaria da Câmara do~ Deputados, no uso das agosto de 198 I.
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de Diretoria-Geral, 25 de agosto de 198L - Alteredo de Jesus Barros,
novembro de 1971, resolve admitir Pedro Alberto Machado Diana, de acordo Diretor-Geral.
com a Resolução nº 66, de J7 de março de 1978, c o Ato da Mesa nº 75, de 4
Portaria Nº LT/FC/264/81
de abril de 1978, e 86, de 25 de março de 1981, para exercer, sob o regime da
Consolidação das Leis do Trabalho, a função de Motorista de Gabinete Par- O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
lamentar, a partir de 17 de agosto de 1981. átribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, novembro de 1971, resolve admitir Paulo Roberto de Albuquerque Melo, de
Diretor-Geral. acordo com a Resolução nº 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n<?
75, de 4 de abril de 1978, para exercer, sob o reigme da Consolidação das Leis
Portaria Nº LT/FC/258/Rl do Trabalho, a função de Assistente de Gabinete Parlamentar, a partir de 20
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das de agosto de 1981.
atribuições que lhe confere o ar!. 147, item XV, da Resolução nº 20, de 30 de Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - A1teredo de Jesus Barros,
novembro de 1971, resolve dispensar, de acordo com o disposto no Ato da Diretor-Geral.
Agosto de 198\ DIÁRIO DO CONGRESSO NAClQNAL (Seçào I) Quinta-feira 27 8507

Portaria N9 LT/FC/265/81 açúcar e as autoridades açucareiras do País. Isso porque, sendo manifestação
O Diretor-Geral da. Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das final de atividade econômica, a determinação do preço da cana pelo poder
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução n9 20, de 30 de público deve situar-se em nível tal que possa, de um lado, preservar os objeti-
novembro de 1971, resolve admitir Creuza Dias Ferreira, de acordo com a vos conjuntural e programático do Governo e, de outro lado, manter ajusta
Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ató da Mesa n9 75, de 4 de abril lucratividade do setor produtor da matéria-prima para que tenha condição de
de 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a capitalizar, reinvestir e modernizar-se.
funçào de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 20 de agosto de 1981. Dentro dos parâmetros de uma economia de mercado, a decisão sobre os
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, preços e as quantidades ofertadas cabe exclusivamente ao dono da empresa, o
Diretor-Geral. qual, por sua vez, enfrenta os riscos do livre jogo da competição. Entretanto,
na economia sob intervençào, como aliás é a economia canavieira, tal proce-
Portaria No LT/FC/266/81
dimento decisório sobre os preços e a oferta compete à área governamental.
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das Neste sistema, de preços administrados pelo Governo, torna-se vulnerá-
atribuições queJhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nO 20, de 30 de vel a economia dos fornecedores de cana-de-açúcar, os quais, via de regra,
·novembro·de 1971, resolve'admitir Maria de Fatima Pereira Lins de acordo não têm a quem transferir os efeitOs das distorções praticadas, com repercus-
com a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9 75, de 4 sões negativas sobre o nível de produção e do emprego.
de abril pe 1978, para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis do Tra- Em face destas considerações, é que a Associação dos Fornecedores de
balho, a função de Secretária de Gabinete Parlamentar, a partir de 21 de Cana de Pernambuco elaborou o presente trabalho, que pretende oferecer
agosto de 1981. como· contribuição efetiva no sentido de determinar o preço real da tonelada
Diretoria-Geral, 25 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros. de' cana para os fornecedores.
Diretor-Geral. O trabalho compreende uma estimativa de custo médio unitário de pro-
Portaria N9 LT/FC/267/81 dução c a formação do preço final da tonelada de cana, a partir do custo agrí-
cola direto, representado pelo somatório dos coeficientes técnícos (represen-
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
tativos do consumo médio unitário dos insumos e fatores), pelos respectivos
atribuições que lhe confere o art. 147, item XV, da Resolução nO 20, de 30 de
preços médios ao qual se agrega o somatório dos custos indiretos.
novembro de 1971, resolve admitir Lindinalva Correia Carneiro dos Santos,
O cálculo do custo médio resultante se traduz pela seguinte expressão:
de acordo com a Resolução n9 66, de 17 de março de 1978, e o Ato da Mesa n9
75, de 4 de abril de 1978. para exercer, sob o regime da Consolidação das Leis
do Trabalho, a função de Auxiliar de Gabinete Parlamentar, a partir de 24 de
agosto de 1981.
Diretoria-Geral, 25 d~ agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros. + CI
Diretor-Geral.
Portaria nO LT-393/81
O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o Ato da Mesa n9 34, de 27 de maio de 1976, e nos
termos do Processo n 9 836/81, resolve rescindir, a pedido, sem o cumprimen- C T = Custo médio ponderado total da tonelada de cana
to do Aviso Prévio, o Contrato Individual de Trabalho de Tomás Guilherme ci = Coeficiente técnico unitário de insumos e fatores
Correia, Agente de Mecanização de Apoio, a partir de 5 de junho de 1981. pi = Preços médios dos insumos e fatores
Diretoria-Geral, 26 de agosto de 1981. - Alteredo de Jesus Barros, C I = Custos indiretQs totais
Diretor-Geral. Rp = Rendimento agrícola ponderado
'Por outro lado, a equação do preço final da tonelada de cana assim se ex-
DISCURSO DO SR. DEPUTADO GERALDO GUEDES, PROFERI-
pressa:
DO NA SESSÃO VESPERTINA DE 25-8-81.
P te = CT + ML + PIS + CC
o SR. GERALDO GUEDES (PDS - PE.) - Sr. Presidente, Srs. De-
putados, a situação da agroindústria açucareira, em Pernambuco, é difícil. P te = preço médio da tonelada de cana na esteira
Além de alta do custo de vida que atinge todos os setores do trabalho; da ele-
CT = custo médio total da tonelada
vada carga tributária; do alto custo dos insumos; das taxas de juro, acontece
ML = margem de lucro
agora a posição assumida pelos plantadores de cana, não aceitando;; preço
PIS = programa de Integraçào Social
determinado pelo IAA para a tonelada do produto.
CC = custo de circulação, que compreende o transporte médio da tonelada
Através dum trabalho proficiente e digno de estudos, os plantadores de-
de cana à fábrica e o ICM,
monstraram que neste sistema de preços administrados pelo Governo "torna-
se vulnerável a economia dos fornecedores de cana-de-açúcar, os quais, via de Vale observar, por oportuno, como ocorre em todos os ramos da ativida-
regra, não tém a quem transferir os efeitos das distorções praticadas com re- de agrícola, que a dispersão em torno do custo médio é muito grande.
percussões negativas sobre o nível de produção c do emprego". No caso peculiar da estrutura canavieira do Estado de Pernambuco,
Recentemente, a Associação dos Fornecedores de Cana elaborou e en- deve-se destacar os seguintes fatores que dificultam a maior representativida-
viou às autoridades do setor um memorIal de indiscutivel valor, pretendendo de dos custos médios da produção de cana: tecnologia empregada, topogra-
oferecer uma contribuição efetiva no sentido de determinar o preço real da fia, distância do campo a fábrica, operações das máquinas à climatologia e in-
tonelada de cana para os fornecedores. Oxalá o IAA pudesse ter esse traba- cid.ência de praga e doenças.
lho. . De resto. os resultados do estudo realizado pela AFCP sobre custos e
Vou tentar, aos poucos, publicá-lo, para conhecimento de quantos se in- preços de cana do fornecedor indicam os níveis de custos e preços estimados
teressem pelo assunto, pedindo ao Sr. Presidente a devida autorização para para a tonelada de cana, para a safra 81/82, que se seguem:
esse fim. ' I. Custo médio da produçào , ,, Cr$ 1.484,36
A questào dos preços administrados tem constituído, nos últimos anos, 2. Preço da tonelada de cana no campo , ,. Cr$ 2.363,73
sem dúvida, o cerne das controvérsias entre o setor produtor da cana-de- 3. Preço da tonelada de cana na esteira . Cr$ 3.378,65
8508 Quinta-feira 27 DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Se~;;.. I) Agosto d. 1981
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - ' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - , , - - - - - - --_.----, .--_. --
;r-----~~~-~---~"-~~~-_
-~···----~--------------...---I .
MESA LIDERANÇAS
Pre.!ldente: PN PÉ'
Nelson Marchezan - PDS Llder: Llder:
Cantídio Sampaio Thaies Ramalho
1.0_ Vice-Presidente: Vice- Lideres: VIce-LIderes:
Haroldo Sanford - PDS' Hugo Mardin: Nelson Morro Herbert Levy Louremberg Nunes
Alípio Carvalho Paulino Cicero de Antônia Mariz Rocha
2, D_Vice-Presidente: Alcides Franciscato Vasconcelos Carlos Sant'Ana Peixoto Filho
Freitas Nobre- PMDB Alvaro Valle Ricardo Fiúza João Linhares Rubem Dourado
Bonifácio de Andradr- Ruy Bacelar Carlos Cotta W:;.lber Guimarães
l.°-Secretário: Claudino Sales Djalma Bessa João Menezes
Edison Lobão Saramago Pinheiro PDT
Furtado Leite - PDS Hugo Napoleão Siqueira Camprn;
Jorge Arbage Carlos Alberto Llder:
2.0 -Secretário: Alceu Collares
Joaei! Pereira Carlos ChiareIli
Carlos Wilson - 1'1' Josias Leite Gióia Júnior Vice-Lideres:
Júlio Martins Jairo Magalhães
3.o -Secretário: JG de Araújo Jorge
PMDB Magnus Guimarães
J'0!é. Camargo - PDS
Lider: PT
4.o -Secretário: Odacir Klein Liàer:
Paes de Andrade - PMDB Vice-Lideres: Airton Soares
Fernando Coelho Jader Barbalho Vice-Líder
SUPLElNTES Pimenta da Veiga Jorge Vianna Antõnio Carlos de Oliveira
Audálio Dantas Israel Dias-Novaes
Simão Sessim - PDS PTB
Alvaro Dias Mendonça Neto
l1:dson Khair Ralph Biasi Lider:
Joel Ferreira - PDS Jorge Cury
Osvaldo Macedo Carlos Bezerra
Lúcia Viveiros - pp Walmor de Luca Carlos Viuagre Vice. Líder
Jackson Barreto - PMDB Iranildo Pereira Walter Silva Vilela de Magll.!hp.es

Suplentes PMDB
DEPARTAMENTO DE COMiSSÕES
PDS Fernando Cunha Mário ·~':oreira
Diretor: Jolimar Corrêa Pinto Mário Frota
Local: Anexo II - Telefones: 2240-2848 e Atbérieo Cordeiro Hmnberto Souto
213-6278 - Ramal 6278 Alexandre Machado Júlio Martins 1'1'
Antonio Dias Moacir Lopes
Coordenação de Comissões Penna.nentes Antonio Ueno Pedro Faria
Oswaldo Coelho
Diretora: Sílvia Barroso Martins Artenir Werner Paulo Lustosa Suplent""
Local: Anexo II - Telefones: 224-5179 e Correia Lima Pedro Corrêa
Pref. 213 - Ramais 6285 e 6289 Darcy Pozza Prisco Viana PDS
Evaldo Amaral Stoessel Dourado Francisco Rossi Prisco Viana
Francisco Leão Wi!dy Vianna
COMISSOES PERMANENTES Henrique Brito Vago
José de Castro Vingt Rosado
Coimbra 2 vag,,~
1) COMISSÃO DE AGRICUrrURA E POLlTICA PMDB Nelôon Morro
RURAL Adhemar Bantl1lo Joáo Câmara PMDB
Presidente: Marcus Cunha - PMDB Antõnio AnnibeIJi Jorge Vianna Cristina Tavares Octacílío Queiroz
Vice-Presidente: Celso Carvalho - PP Ernesto de Marco Pimenta da veiga
Vice-Presidente: João Carlos de Carli - PDS Francisco Castro Ronan Tito Mário Hato Vago
Geraldo Fleming Santilli Sobrinho PP
Titulare.. Israel Dias-Novaes
PDS Herbert Levy Paulo Torres
PP
.Adolpho Franco Joaquim Guerra REUNIOES
Arnaldo Schmitt Pedro Lucena
Antonio Gomes José Amorim Jorge Vargas Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horas
Rosemburgo Romano
Antonio -Mazurek Júlio Campos
ArDIdo Moletta Luiz Rocha
Louremberg Nunes Ubaldo Dantas Local: Anexo Ir - Sala 3 - Ramal 6295
Pedro Germano Rocha Secretário: Ivan Roque Alves
Cardoso de Almeida
Corrêa da Costa Saramago Pinheiro PDT
Delson Scarano Sebastião Andrade
Getúlio Dias 3) COMISSAO DE COMUNICAÇAO
Edllson Lamartine Telêmaco Pompei
Mendes Victor Fontana PT Presidente: Antonio Morais - PP
Emilio Perondi Vice-Presidente: Jorge Paulo - PDS
Vago
Hugo Rodrigues VicecPresidente: Cristina Tavares - PMDB
da Cunha REUNrOES
Titulares
PMDB Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas
Cardoso Alves Gerson Camata Local: Anexo II - Sala n.O 11 - R. 6293 PDS
Carlos Bezerra Iturival Nascimento e 6294 Alcebiades de Oliveira Pedro Geraldo Costa
Del Bosco Amaral Nivaldo Krüger Seéretário: José Maria de Andrade Córdoba Gíóía Júnior Roberto Galvani
Ernesto DaU'Oglio Pacheco Chàves
Francisco Llbardoni Paulo Rattes lJücio Cioni Vieira da Silva
2) (OMISSAO DE Cf!NCIA E TECNOLOGIA
Paulo Pimentel
PP Presidente: Bento Gonçalves - PP
PMDB
Bento Lobo Melo Freire Vice-Presidente: Walter de Prá - PDS
Juarez Batista Renato Azeredo Vice-Presidente: Genival Tourinh'O - PDT Audálio Dantas Vago
Leite Schmidt Samir Achôa
PDT TituluC8 PP
Eloy Lenzi PDS Milton Figueiredo
PT Antõnío Floréncío Divaldo Suruagy PDT
Brasílio Caiado José Penedo
Vago Carlos Alberto Vago i JG de Araujo Jorge
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO ~AClO"'Ai.ISeç.oI) Quinta-feira 27 11509

Suplente. PDT PP
PDS L;dovino Fanton Carlos Augusto Silvio Abreu Júnior
Alair Ferreira João A~ruda PT Pedro Sampaio
Antônio Ferreira. Manoel Rireiro Luiz Cechinel PDT
Antonio Zacharias RÔmulo Galvão Getúlio Dias
Edison Lobão Telmo Kirst REUNIÕES
PT
PMI::'B Quartas e quint'ls-feir'l,s, às 10:00 horll.8
Local: Anexo II - Sala H - Ramal 6306 Antô~Jio Carlos de
Fernando Lyra Joáo Gllherto S',.'retária: Maria Inilta Pessoa César OJiv~ira
Gerson Camata Marce 110 Cerq 11elra Suplentes
PP Sl COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOr PDS
Carlos Augusto Lúcia Viveiros' Presidenh: Stoessel Dourado - PDS Alr0n Rios Divaldo Suruagy
PIYI' Vice-Presidente: Humberto Souto - PDS Alc.des Wranc~·.a.to Edilson Lamartine
Vice-Presidente: Gerson Camatá - PMPB AColp;lO Franpa Mendes
Vago Antonio MlW\urek Honorato Vianna
REUNIOES Titulares AngelinJ ?osa Nagib Haickel
Quartas e quintas-feiriks, às 10:00 horas PDS Batista :.i:uanda Rogério Rego
Cardoso de Almeida Victor' Trovão
Local: Anexo II - Sala 6 - Ramal 631'. Aécio Ctmha Rubem Medina Diogo Komura
e 6300 Albérico Cordeiro Salvador Julianelli
Secretária: Iole Lazzarini Feu Rosa Siqueira campos PMDB
João Arruda Tú!io Barcelos Euclides Scalco
Vasco Neto Pacheco Chaves
Paulo Lustosa Flávio Chaves Sebastião Rodrigues
4) COMISSAO DE CONSlflUIÇ'\O E JUSTIÇA Pedro Colín Harry Sauer Júnior
PMDB João Cunha Vago
Presidente: Afrisio Vieira Lima - PDS
Vice-'Presidente: Antônio Dias - PDS Celso Peçanha Nabor Júnior
Elquisson Soares Samir Acuoa PP
Vice-Presidente: Tarcisio Delgado - PMDB .Jorge Uequed Sebastião Rodrigues Celso Carvalho Mac Dowel1 Leite de
Titulare5 Júnior Juarez Batista Castro
PD8 PP Pinheiro Machado

Altair Chagas Prancisco Rossi Daso Coimbra Márcio Macedo PDT


Gomes da Silva <Jorge Vargas Ubaldo DanLas Lidovino Fanton
Antônio Morimoto
Bonifácio de Andrada Jairo MagaU-,ães PT
PDT Vago
Christiano Dias Joacil Pereira
Lopes Nata] Gale JG de Araújo Jorge REUNIõES
Claudino Sales Nelson Morro Suplentes Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horll8
Djalma Bessa Nilson Gibson Local: Anexo II - Sala 4 - Ramal 6314
pjalma Marinho Oswaldo Melo PDS
Secretária: Delzuite Macedo de Avelar VIllIl8
Ernani Satyro Theodorico Ferraço Alvaro Valie Hugo Mardini Boas -
Francisco Benjamin Vago Antônio FErreira José Carlos Fagunde.s
Cesário Borreto José Mendonça B€zerra
PMDB Cláudio PhiloI!)~no Paulo Guerra 7) COMISSÃO DE EDUCAÇAO E CULTURA
Adhemar Santlllo José COóta Cláudio Strassburger Rezende Monteiro
Antônio Russo Maroello Cerqueira Francisco Rollemberg Walter de Prá Presidente: Rômulo Galvão - PDS
Elquísson Soares Osn.ldo Macedo Honorato Vianna Vice-Presidente: Bezerra de Melo - PDS
Harry Sauer Pinwnta da Veiga PMDB Vice-Presidente: Paulo Marques -- PMDB
J oáo Gilberto Va8'o
Antônio Annibelli Mendonça Neto Titulares
PP Aurélio Peres Roberto Freire
Antônio Mariz Luiz Leal Cardoso Fregapani Roque Aras PDS
Jorge Moura Miro Teixeira Júnia Marise Alvaro Valle José Torres
Louremberg Nunes Péricles Gonçalves PP Braga Ramos Leur Lomanto
Rocha Walber Guimarães Darcílio Ayres Lygia Lessa Bastos
Carneiro Arnaud Mendes de Melo
l:'DT Leopoldo Bessone Walber Guimarães José Alves Salvador Jullanelll
João Faustino
Sérgio Murilo PDT
PMPB
PT José Frejat'
Álvaro Dias Jos6 Maria de
Vago Reuniões FranciscO Castro Carvalho
Suplentes Quartas e quintas-feiras João Herculino Raymundo Urbano
PDS Local: Anexo II - Ramais 6378 e 6379 PP
Adhemar de Barros Jorge Arbage Secretária: Maria Júlia Rabello de Moura Caio Pompeu Lu:iz Baptista
Filho José Mendonçá Bezerra Daniel Silva Rosemburgo Romano
Cantldio Sampaio Maluly Netto 6) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA E PDT
Carlos' Chiarelli Ney Ferreira COM~RCIO Vago
Célio Borja Osmar Leitão
Pedro Collin Presidente: Marcondes Gadelha - PMPB Suplentes
Parcilio Ayres
Feu Rosa Raimundo Diniz Vice-Presidente: Arnaldo Schmitt - pp PDS
Geraldo Guedes Ricardo Fiuza
Vice-Presidente: Igo Losso - PDS Bonifácio de An,drada Nosser Almeida
Hugo Napoleão 4 vagas
Brasilio Caiado Pedro Germano
Igo Losso Titulares Evandro Ayres de Rafael Faraco
PMDB
PDS Moura Simão Sessim
Amadeu Geara Hoberto Freire Hydeckel Freitas Vieira da Silva
Cardoso Alves Roque Aras Aécio Cunha Luiz Vasconcellos Jairo Magalhães Vago
Délio dos Santos Valter' Garcia Cesário Barreto Manoel Gonçalves Norton Macedo
Edgard Amorim Waldir Walter Evaldo Amaral Paulo Lustosa
Lsaac Newton Ricardo Fiuza PMDB
José Costa Walter Silva
Jl,larez Furtado João Alberto Rubem ,Medina Celso Peçanha Mário Moreira
João Arruda 2 vagas Iram Saraiva Murilo Mendes
PP Jackson Barreto Octacllio Almeida
Marcelo Medeiros PMDB
Caio Pompeu PP
Henrique Eduardo Márcio Macedo Aldo Fagundes Hélio Duque
Alves Rubem Dourado Alberto Goldman Ralph Biasi Alcir Pimenta Daso Coimbra
Leite Scllimidt Sérgio Ferrara Felippe Penna Santilli Sobrinho Carlos Sant'Anna José Bruno
85]0 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

PDT Suplentes PMDB


MlI.gnus Guimarll.es PDS Aluizio Bezerra Iturival Nascimento
REUNI<:\ES Alvaro Gaudêncio Arnaldo Lafayette Julio Costamilan
J 001 Ferreira
Alvaro Valle Manoel Oséas Aurélio Peres Nabor Júnior
Quartas-feiras, às 10:00 horas Cardoso Fregapani Osvaldo Macedo
Local: Anexo II - Sala 9 - (224-0769) Bias Fortes Ubaldo Barém
Erasmo Dias Carloll Rezerra 2 vagas
Ramal 6318 .Wanderley Mariz Iranlldo Pereira
Secretária: Fernando Gonçalves Wilson Falc&o
Tasmânia Maria de Brito Guerra Josué de Souza 2 vagas PP
Héllo Campos
Bento Gonçalves Nélio Lobato
8) COMISSAO DE FINANÇAS PMDB Borges·· da Silveira Pedro Fada
Jorge Moura Peixoto Filho
Presidente: Luiz Baccarini - PP Helio Duque Nivaldo Krüger Mário stamm
Vice-Presidente: OUvir Gabardo - PMDB Jairo Brwn Paulo Borges
Jorge Uequed Rosa Flores PDT
Vice-Presidente: Vicente Guapiroba - PUS Vago
José Carlos Vasconcelos
Titulares PT
PDS PP Freitas Dlniz
Airon Rios José Carlos Fagundes João Menezes Mendes de Melo REUNIõES
Ath1ê Coury José Mendonça Bezerra Melo Freire Milton Figueiredo
Christovam Chiaradia Leorne Belém Quartas e quintas-feirBll, às 10:00 har..
Fernando Magalhães Marão Filho
PDT Local: Anexo n - Sala 8 - Ramal e31S
Honorato Vianna Genival Tourinho secrêtárlo: Edson Nogueira. da Gama

PMDB PT 11) COMISSAO DE MINAS E ENERGIA


Freitas Diniz
Carlos Vinagre João Cunha Presidente: Guido Arantes - PDS
HIldériéo Oliveira Ruy Côdo REUNIôES Vice-Presidente: Horácio Matos - PDS
pp Vice-Presidente: Horácj,o Ortlz - PMDB
Quartas e quintas-feirRB, às 10:00 hor..
Hélio Garcia Jorge Vargas Local: Anexo n - Sala 15 - Ramal 6328 Titulares
PDT secretário: Geraldo da Silva PUS
Vago
Suplentes Antônio Ferreira Milvernes Lima
10) COMISSAO DO INTERIOR AntÔnio zacharia.s Prisco Viana
PDS Cláudio Strassburger Paulino Cícero de
Adhemar Ghisi Antônio Pontes Presidente: Adauto Bezerra - PDS Hugo Mardini VasconcellOl5
Adriano Valente Pedro Carolo Vice-Presidente: Paulo Guerra - PDS Joll.o Faustlno Siqueira Campos
Aécio Cunha Ruy Silva Vice-Presidente: Ruben Figueiró - PP Léo Simões
AntOnio Florêncio Sebastião Andrade PMDB
Angelo Magalhll.es Victor Fontana TituIares Acácia Pereira Marcelo Cordeiro
PMDB PDS Fued Dlb Mauricio Fruet
AntÔnio Russo Genésio de Barros
Paulo Marque~ Adroaldo Campos Josué de Souza
João Herculino Vago Albérico Cordeiro Júlio Martins PP
Mauricio Fruet Alexandre Machado Manoel Novaes Oswaldo Lima
PP Jorge Ferraz
Angelo Magalhães Milton Brandão Nélio Lobato
Jorge Ferraz Silvio Abreu Junior Correia Lima Nagib Haickel
Cristina Cortes Oswaldo Coelho PDT
Leopoldo Bessone
Edison Lobão Paulo Ferraz Magnus Guimarães
PDT Evandro Ayres de Victor Trovão
Alceu Collares Moura Vingt Rosado Suplentes
REUNIôES Henrique Brito Wanderley Mariz
Inocêncio Oliveira PDS
Quartas e quintas-feirBll, às 10:00 horas Adroaldo Campos João Carlos de Carli
Local: Anexo II - Sala 16 Ramal 6322 PMDB Altair ChagaS Joel Ribeiro
e 6323 Delson Scarano José Penedo
(Direto 226-8117) Antônio Annibelll José Carlos Vascon- Odulfo Domingues
Carlos Nel.son celos Gomes da Silva
Secretário: Jarbas Leal Viana Hélio Levy Ubaldlno MelreUes
DéIlo dos Santos José Freire
Jackson Barreto Modesto da Silveira João Alberto
9) COMISSAO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA PMDB
Jerônimo Santana Octaclllo Queiroz
E TOMADA DE CONTAS João Câmara Roberto Freire Carlos Nelson Mário Frota
Presidente: Nosser Almeida - PDS Jorge Gama Heitor Alencar Furtado Ralph Bi!Uli
Vice-Presidente: Wilson Braga - PDS Jerônimo Santana Tidei de Lima.
PP
Vice-Presidente: Joel Lima - PP PP
Henrique Eduardo Lúcia Viveiros
Titulares
Alves Newton Cardoso Antônio Morais Newton Clll"do~r
PDS Herbert Levy Tertuliano Azevedo LeÔnidas Sampaio
Adhemar de Barros Jorge Arbage José Bruno PDT
Filho Josias Leite PDT José Frejat
Amilcar de Queiroz Rafael Faraco
Teimo Kirst José Frejat REUNIOES
Angelino Rosa
Castejon Branco Vasco Neto PT Quartas e quintas-feiras, às 10:00 hor..
Claudio Philomeno Victor Faccioni Vago Local: Anexo II - Sala 7 - Ramal 6336
Humberto Souto Secretál'ia: Allla Fe11clo Tobiall
Suplentes
PMDB
Airton Sandoval Ronan Tito PDS 12) COMISSAO DE REDAÇÃO
Ernesto de Marco Ulysses Guimarães Amilcar de Queiroz Ludgero Raulino
Fernando Coelho Walter Silva Antônio Amaral Manoel Gonçalves Presidente: Murllo Mendes - PMDB
Iranildo Pereira AntÔnio Morimoto Marão Filho Vice-Presidente: Alcir Pimenta - PP
PP Christóvam Chiaradia Mauro Sampaio Vice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDS
Daso Coimbra Márcio Macedo Corrêa da Costa Menandro Minahim
Marcelo Medeiros Hugo Mardini Milvernes Lima Titulares
Humberto Souto Ossian Araripe
Titulares PDS
Isaac Newton Ruy Bacelar
PDT Josê AmorIm Vivaldo Frota Alron Rios Djalma Bess&
Vago Josias Leite Claudino Sales
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NA('IONAL (Seçào I) <luinta·feira 27 8511

PMDB PP Suplentes
IraniLdo Pereira Daniel Silva Pedro Sampaio PDS
Hélio Garcia Renato Azeredo Italo Conti Paulo Guerra
PP Lázaro Carvalho Walber Gulmaráes'
José Ribamar Telêmaco Pornpel
Vago Miro Teixeira Vago Machado Túlio Barcelos .
Suplente. PDT Milton Brandli.o Vicente Guabirob..
0ctaVio Torreellla Walter de Pré.
pns Magnus Guimarães
PMDB
Ernani Satyro J ora0 Alves PT
Hugo Napoleão Prisco Viana Modesto da Silveira 4 vagas
1 vaga
PMDB PP
PTB
Edison Khair Ulysses Guimarãea Edson Vldigal Péric1es Gonçalvea
Vilela de Magalhães Luiz Baccarini
PP
REUNIOES REUNlôES
Oswaldo Lima
Quartas e quintas-feÍ!"as, às 10:00 horll.ll Quartas e quintas-feiras, às 10.:00 horas
REUNIõES Local: Anexo II - Sala 13 - Ramais 6355 e
Local: - Anexo II - Sala 7 - Ramal m7
Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horu Secretãrla: Edna Medeiros Barreto 6358
Local: Anexo II - 14 - R. 6342, 6340 e 6341 Secretário: Walter Flores FIgueira
Secretãria: Laura Perrela Parisi
14) COMISSAO DE SAODE 16) COMISSAO DE SERVIÇO P(iBLKO
13) COMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORES
Presidente: Mário Hato - PMDB Presidente: Heitor Alencar Furtado -
Presidente: Flávio Marcílío - PDS PMDB
Vice-Presidente: Borges da Silveira - PP
Vice-Presidente: Díogo Nomura - PDS Vice-Presidente: Celso Peçanha - PM:DB
Vice Presidente: Mao DoweIl Leite de Castro Vice-Presidente: Waldmir Belínatti - PDS Vice-Presidente: Augusto Lucena ~ PDS
-pp.
Titulares Titulares
. Titulares
PDS PDS
PDS
Adernar Pereira. Mauro' Sampaío l"ernando Gonçalves Wildy Vianna
Adalberto Camargo José Ribamar Máchado Menandró Mlnahlm Moacyr Lopes 3 vagas
Marcelo Linhares José de Castro
Adriano Valente Coimbra Navarro Vieira Filho Oglan Ararlpe
Antonio Ueno Norton Macedo Pedro Correa.
Ludgero Raulino PMDB
Ary Alcântara Pedro Collín Vago
Batista Miranda Raymundo DínIz Epitácio CBtebeirll. Gílson de Barros
Bias Fortes Roberto Carvalho PMDB Francisco 'Pinto
Célío Borja Rogério Rego
Ruy Silva Euclides' Scalco Max Mauro PDT
Feu Rosa
Geraldo Guedes Stoessel Dourado Jorge Vianna José Mauricio
Henrique Turner Ubaldo Barem PP
Wílson Falcão Suplentes
Hugo Napoleão
ttalo Conti LeOnidas Sarr!paio Ubaldo Dantas PDS
pMDB Pedro Lucena
Adauto Bezerra Djalma Marinho
'Suplentes Adernar Pereira Horácio MatOll
Aluizio Bezerra JÚllÍa Marlse
Roque ArRll PDS Ary Alc~ntara Osvaldo Melo
Arnaldo Lafayette PaulO Ferraz
Rosa Flores Claudino Sales
Cardoso Fregapani Athiê Coury João Alves
Carlos Santos Sebastião Rodrigues Braga Ramos Moacir Lopes PMDB
Israel Dias-Novaes Júnior Castejon Branco Salvador Jullanelll Carlos Santos 4 vagas
Iram Saraiva Waldir Walter Francisco Rollemberg Wilson Falcão
Vago Fernando Coelho
Jairo BrUlíl Inocêncio Oliveira
PDT
PP PMDB
Magalhães Pinto Sérgio Murilo
Carlos Sant'Anna Ernesto Dall'Oglio Mareondea Gadelha
João Linhares Mendes de Melo REUNIõES
Joli.o Menezes Pinheiro Machado PP
Quartas-feiras, às 10:00 horas
Leopoldo Bessone Carlos Cotta 2 vagas
Local: Anexo II .c... Sala 12 - Ramal 6363
PDT Joel Vivas
Secretário: Odair de Mattos Rezende.
Lidovlno Fanton REUNIOES
PT
Luiz Cechinel Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horlUl 17) COMiSSãO DE TRABALHO E LEGISLAÇAO
PTB Local: Anexo II - Sala 10 - Ram..l &1&, SOCIAL
Jorge Cury e 6350
Suplentes Secretária: Iná Fernandes Costa Presidente: Osmar Leitáo - pns
Vice-Presidente: Vivaldo Frota - PDS
PDS
15) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL Vice-Presidente: Benedito Marcílio - PT
Augusto Lucena Leur Lomanto
Titulares
Chfistiano Dias Lopes Luiz Vasconcellos
Cláudio PhI1omeno Paulo Studart Presidente: Paulo Studart - PDS PDS
Ernani Satyro Raul Bernardo' Vice-Presidente: Odulfo Domlngues - PDS
Roberto Galvani Vice-Presidente: Pedro Ivo - PMDB Adhemar Ghísí Joáo Alves
Fernando Magalhães Maluly Netto
Gnido Arantes Siqueira Campos Alvaro Gaudênc!o
Theodorico Ferraço PDS Antônio 'Amaral Octávio Torrecílla
HennesMacedo
Vasco Neto Artenir Werner Pedro Carolo
José Alves Joel Ferreira
Victor Faccioni Alípio Carvalho Carlos Chiarellí Túlio Barcelos
JOSé Torres Antonio Pontes Ney Ferreira
Leorne Belém Waldmir Belinati Francisco Rollemberg Ubaldino Meireles
Ary Kffuri Héllo Campos
3 Vagas PMDB
Erasmo Dias
PMDB PMDB Amadeu Geara JOl'ge Uequed
Aldo Fagundes Mendonça Neto Edgard Amorim Júlio Costamilan
E1quisson Soares Olivir Gabardo Eloar Guazzelll 2 vagas Edison Khair Mendonça Neto
Francisco Pinto Paulo Rattes José Thomé Flávio Chaves
Felíppe Penna Samir AchOa PP PP
Hildérieo Oliveira Ulysses Guimarães
José Freire Vago Carlos Cotta Rubem Dourado Edson Vidigal Peixoto Filho
Marcus Cunha Paulo Torres Joel Vivas Vago
85lZ Quinta-Ceira 27 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1981

PDT PDT PMDB


Alceu Collares Elay Lenzi Cristina Tavares José Carlos
Suplentes PTB Vasconcelos
PDS Vago pp
Antonio Gomes Julio Campos REUNIOES Carneiro Arnaud Tertuliano Azevedo
Aroldo Moletta Lygla Lessa BlUltos
Bezerra de Melo Natal Oale Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horaw PDT
Oióia Júnior Nilson Gibson Local: Anexo II - Sala 5 - R. 6370, 6373 e 074
José Frejat
Jayro Maltonl Pedro Corrêa Secretário: Carlos Brasil de Araújo
Joacil Pereira Rezende Monteiro Suplentes
José Carlos Fagundes Wilson Braga
COORDENAÇÃO DE COMISSOES PDS
PMDB
Ang€lo Magalhães Milton Brandão
Audállo Dantas Marcelo Cordeiro TEMPORÁRIAS Antônio Dias Raymundo Dlnlz
Del Bosco Amaral Max Mauro Francisco Rollemberg Vasco Neto
Eloar Gua'lZelll Tarcfsio Delgado Diretor: Walter Gouvêa Costa
Humberto Souto
J Fernando· Cunha Laçai: Anexo n - Te!.: 226-2~1:Z (direto>
Ramal 6400 e 6401 PMDB
PP
Se<}io de Comissões Especiais Edgard Amorim
AntÔnio Mariz Ruben Figueiró Ronan Tito
Joel Lima Ubaldo Dantas Chefe: stella Prata da Silva Lopes· Jackson Barreto
Lacal: Anexo TI - Tel: 223-828l1
PDT (direto> Ramais M08 e MOll PP
Magnus Guimaráes Leopoldo Bessone Luiz Leal
Seçáo de Comlssões Parlamentares
PT de Inquérito PDT
AntÔnio Carlos de Chefe: Lucy Stumpf Alves de Souza Genival Tourinho
Oliveira
Local. Anexo TI - T'!J.: 223-7280 (direto)
REUNIOES Ramal 6403 muNIOiES
Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horas Quintas-feiras, às 10 horas
Local: Pl€nário das CPls - Anexo II
Local: Anexo II - Sala 15 - Ramal 11367 COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
Secretário: Agassis Nylander Brito Secretária: Márcia de Andrade Pereira
EXAMINAR PROJETO DE LEI SOBRE Anexo II - Ramal 6407
18) COMISSÃO DE TRANSPORTES AS PESSOAS DEFICIENTES
Presidente: Raul Bernardo - PDS Presid€nte: Roberto Carvalho - PDS
2) COMISSAO PARLAMENTAk DE INQUI!RrrO
DESTINADA A INVESTIGAR AS CAUSAS DAS
Vice-Presidente: Alair Ferreira - PDS " Vice-Presidente: Waldmir Belinati - PDS
ELEVADAS TAXAS DE JUROS NOS DIVERSOS
Vice-Presidente: Sérgio Ferrara - PP Vice-Presidente: Mário Hato - PMDB
SETORES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Titul"'ICs Relator-Geral: Thales Ramalho - PP
Relatores Parciais: Paulo Lustosa. ~ PDS RESOLUÇAO N.· 34/80
PDS
Carlos Santos - PMDB
Alcides Franciscato Jayro Maltoni Dario Ta.vares - PP Prazo: 27-11-80 a 21-9-81
Darcy Pozza Joel Ribeiro Iram Saraiva - PMDB
Francisco Leão Manoel Rtbeiro President€: Adhemar Ghisi - PDS
Titulares Vice-Presidente: .Igo Losso - PDS
Hélio Levy Rezende Monteiro
Hermes Macedo Ruy Bacelar . PDS Relator: Herb€rt Levy - PP
Hidekel Freitas Simão 8esslm Angelino Rosa Oswaldo Melo Titulares
Homero Santos
José de Castro Simão Sessim
PMDB Coimbra PDS
Aurélio Peres PMDB
Octacilio de Almeida Adolpho Franco José Mendonça.Bezerra
Fernando I.,yra Paulo Borges Juarez Furtado BOnifácio de" Andrada José Penedo
Geraldo Fleming Tldei de Lima pp Paulo Lustosa
Nabor Júnior Valter Garcia
Caio Pompeu
PMDB
PP
PDT
Adhemar Santillo Sebastião Rodrigues Júnior
Lázaro Carvalho Vago Eldy Lenzi
Mário Stamm Alberto Goldman
REUNICiES
PDT PP
Terças-feiras, às 17 :00 horas
Aluizio Paraguassu Herbert Levy Edson Vidigal
Local: Anexo II - Sala das CPIs
PTB Ramais: 6407 e 6408 PDT
Vilela de Magalhã€s Secretária: Mariá Laura Coutinho Genival Tourinho
Suplentes Suplentes
I) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUI!RrrO
PDS PDS
DESTINADA A INVESTIGAR AS CAUSAS E
Adalberto Camargo Emídio Perondl E CONSEQül!NClA1 DAS CHEIAS DO RIO S10 Augusto Lucena José Torres.
Alcebiades de Oliveira Francisco Benjamin Honorato Vianna Ricardo Fiuza
FRANCISCO Josias Leite Siqueira Campos
Alipio Carvalho Joaquim Guerra.
Cesárlo llárreto Jorge Paulo RESOLUÇAO N.· 28/80 Josué de Souza
Cláudio Strll8Sburger Uo Simões PMDB
Crlstino Corbell Navarro Vieira Filho Prazo: 6-11-80 a 28-8-81
Darcílio Ayres Vago Fernando Coelho Nivaldo Krüger
Presidente: Adroaldo Campos - PDS
PMDB pp
Vice-President€: Prisco Viana - PDS
Airton Sandoval Horácio Ortiz Relator: Elquisson Soares - PMDB Leopoldo Bessone Mac Dowell Leite de
Francisco Libardoni José Maria de Canalha· Castro
Fued Dib Odacir Klein Titu1aJ:oes
Gilson de Barros Ruy Côdo PDS Reuniões: Quintas-f~iras, às 10 horas
PP Albérico Cordeiro Local: Anexo ri - Plenário das CPls
Leur Lomanto
João Linhares Nélio Lobato Henrique Brito Oswaldo Coelho Ramal: 6406
Luiz Leal Tertuliano Azevedo Honorato Vianna Secretária: lrene Margarida Ferreira Groba
Agosto de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO l"AnONAL (Seçào I) (}uinta-feira 27 8513

3) COMISSAO PARlAMENTAR DE INQUftrrO Suplentes PMDB


DESTINADA A INVESTIGAR DENONClA5 DE PDS Antônio Russo Cardoso ,Alves
ATOS DE CORRUPÇAO QUE TBtIAM 51)0 Alcebiades Oliveira DjJI Bosco Amaral
João Faustino
Alvaro Valle pp
PRATICADOS NA ESFERA DA ADMINISTRA Leur Lomanto
Hugo Napoleão Vieira da Silva Bento Gonçalves Edson Vidigal
ÇAO DIRETA E INDIlETA DA UNIlO
REQUERIMENTO N.a 110/80
PMDB PDT
Ronan Tito Modesto da SIl"eira Josê Maurício
(CPI)
:pp Suplentell
Prazo: 4-12-80 a 29-9-81 Márcio Macedo Ubaldo Dantas PDS'
Presidente: Claudino Sales - PDS REUNIõES Amilcar de Queiroz Jorge Arbage
Vice-Presidente: Siqueira. Campos - PUS Evaldo Amaral Marcelo Linhares
Quintas-feiras, às 10 horas lsaac Newton Mauro Sampaio
Relator: Walber Guimarães - PP
Anexo rI - Sala das CPIs Hugo Napoleão
Relator Substituto: Adhemar Santillo - PMDB Ramal: 6406 PMDB
Titulares secretário: Geraldo Jair Barros Jorge Uequed Jorge Vianna
PDS Marcus Cunha
AntOnio Morimoto J,:oé Amorim 5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RrrO PP
Atrlsio Vieira Lima Joaci! Pereira DESTINADA A APURAR IRREGULARIDADES
Louremberg NuneJI Nélio Lobato
Edison Lobão DISTORÇÕES E DEFlCtrNCIAS NO FUNCIONA Rocha
PMDB MENTO DO ENSINO PAGO NO PAIS
PDT
Hélio Duque Octacilio Almeida RESOLUÇAO N.O 49jBO
Alceu CoBares
PP Prazo: 6-5-81 a 26-11-81
Reuniões:
Carlos Sant'Anna Presidente: Feu ROsa - PDS
Vice-Presidente: Paulo Guerra - PDS Local: Anexo Ir - Plenário das CPIs
PDT Relator: Edison Khair - PMDB Ramais: 6403 - 6404 - 6405 - 6407
José Mauricio Titulares Secretária: Marci Ferreira Borges
Suplentes PDS
PUS
Aritonio Dias Salvador Julianelli 7) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUEiITO
Luiz Rocha Simão Sessin DESTINADA A APURAR AS DISTORÇOES
Carlos Alberto Hugo Napoleão
Darcílio Ayres' Jorge Arbage PMDB EXISTENTES NA COMERCIALIZAÇÃO DO UH
Ojalma Bessa Ricardo Fiúza Paulo Marques Tarcisio Delgado BRASILEIRO
Francisco Benjamin PP
REQUERIMENTO N.O 139/81
PMDB Alcir Pimenta Ubaldo Dantas
Suplentes Prazo: 16-6-81 a 30-3-82
Airton Sandoval Mário Frota
João Cunha PDS Presidente: Cardoso de Almeida - PDS
pp Brasílio Caiado Ludgero Raulino Vice-Presidente: Delson Scarano - PDS
Arnaldo Schmitt Juarez Batista Djalma Bessa Osvaldo Melo Relator: Cardoso Alves - PMDB
Inocêncio Oliveira Siqueira Campos
PDT Titulares
PMDB
Magnus Guimarães Octacilio Queiroz PDS
Heitor Alencar
REUNIõES Furtado Iram Saraiva Adriano Valente Navarro Vieira
Quartas-feiras, às 9 :30 horas PP Adolpho Franco Odulfo Domingues
Daniel Silva Caio Pompeu Castejon Branco
Local: Anexo II - Sala das CPls
Ramais: 6405 - 6407 e 6403 REUNIOES PMDB
Secretário: Sebastião Augusto ~a~hado Terças e quintas-feiras, às 10 horas. Alvaro Dias Hélio Duque
Local: Plenário das CPls - Anexo II Gerson Camata
4) COMtsSAo PARLAMENTAR DE INQUfRrrO Secretária: Mariza da Silva Mata PP
DESTINADA A INVESTIGAR A SrrUAÇAO DO Anexo II - ramal 6404 Luiz Leal Renato Azeredo
PATRIMôNIO HISTÓRICO E ARnSTICO NA'
CIONAL E AVALIAR A POLfTICA DO GO- 6) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO Suplentes
vamo FEDERAL PARA SUA DEFESA E DESTINADA A EXAMINAR O ENVOLVIMENTO PDS
CONSERVAÇlO DE FIGURAS DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
Antônio Morimoto Hugo Rodrigues
RESO:CUÇAO NP 11, DE 1980
DIRETA E INDIRETA, NO FAVORECIMENTO A Antonio Ueno da Cunha
EMPRESA QUATRO RODAS HOnlS DO NOR· Athiê Coury Octávio Torrecilla
Prazo: 5-12-80 a 30-9-81
DESTE S.A. E SUAS COLIGADAS, DE FORMA Edilson Lamartine Victor Fontana
Presidente: Célio Borja - PDS A CAUSAR EVENTUAIS PREJUfZOS AO ERA· Mendes
Vice-Presidente: Vicente Guabiroba - PDS
Relator: Fernando Coelho - PMDB RIO POBLlCO PMDB
Titulares REQUERIMENTO N.o 123/80 Airton Sandoval ElquisEOIl Soares
Cristina Tavares Ronan Tito
PDS Prazo: 7-5-1U a 27-11-81
Bezerra de Melo Nilsoú Gibson Presidente: Walter de Prá - PDS PP
Geraldo Guedes Rômulo Golvão Melo Freire Pedro Sampaio
Vice-Presidente: Túlio Barcellos - PDS
PMDB Relator: Evandro Ayres de Moura - PDS
Israel Dias-Novaes REUNI6ES
PP Titulares Terça·s-feiras, às 10 :00 horas
Edson Vidigal Juarez Batista PDS Local: Plellario das CPls - Anexo Ir
PTB João Faustino Nosser Almeida Ramal: 6404
Vilela de Magalhães Nels'~ n
Morro Roberto Galvani Secretária: Myrtlll's Hooper Silva
8514 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Agosto de 1981

8) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQW!Rrro Titulares PMDB


DESTINADA A APURAR AS RAZõES DETER- POO
Júlio Costamilan Valter Garcia
MINANTES DAS CONSTANTES E CRESCENTES Angelo Magalhães José Alves
Mauricio Fruet
Antônio ZacariM Ubaldino Meirelles
MAJORAÇõES DAS TARIFAS DE ÁGUA, ES-
PMDB pp
GOTO, LUZ, TELEFONE E TRANSPORTE CO-
LETIVO URBANO Amadeu Geara João Herculino Mendes de Melo Jorge Moura
Délio dos Santos
PP
Carlos Augusto REUNIõES
REQUERIMENTO N." 138/81
Suplentes TerçaS-feiras, às lO horas
Prazo: 12-8-81 a 26-4-82
PDS
President<':: Alexandre Machado - PDS Local: Plenário dM CPIs - Anexo Ir
Albéricn Cordeiro Antônio Amarf11
Secret:í.ría: Lourdinete Honório Paiva
Vice-Presidente: Aroldo Molleta - POO Altair Chagas Joel Ribeiro
Angelina Rosa Wildy Vianna Anexo II - Ramal 6406
Relator: Mário Stamm - PP
olARIO 0'0 CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE'ASSINATURA
(Inclusa as despesas de correio)

S~ção I (Câmara dos Deputados)

Via-Superfície:

Semestre . , " " , . , . , ' , Cr$ 2.000,00


Ano Cr$ 4.000,00
Exemplar avulso Cr$ 50,00 .

Seção II (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 2.000,00


Ano , , , Cr$ 4.000,00
Exemplar avulso ' Cr$ 50,00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, pagáveis em Brasília ou


Ordem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal - Agência Parlamento, Conta-Corrente n'?
950.052/5, a favor do:

.Centro Gráfico do Senado Federal


Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília -DF
CEP 70.160
Centro Gráfico do Senado Federal
Caixa Postal 1.203
Brasília - DF

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[ EDIÇÃO DE HOJE: 88 PÁGINAS .J r PREÇO DESTE
EXE~PLA~CrS
1O,OO-J

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