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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

GILMA MOREIRA DE SOUSA

CONHECIMENTO E PRÁTICA EM ADMINISTRAÇÃO DE INJEÇÕES


POR VIA INTRAMUSCULAR DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DE UNIDADES DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA-GO

GOIÂNIA
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

GILMA MOREIRA DE SOUSA

CONHECIMENTO E PRÁTICA EM ADMINISTRAÇÃO DE INJEÇÕES


POR VIA INTRAMUSCULAR DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DE UNIDADES DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA-GO

GOIÂNIA
2015
TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E
DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás


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1. Identificação do material bibliográfico: [ x ] Dissertação [ ] Tese


2. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor (a): Gilma Moreira de Sousa
E-mail: gilmams@gmail.com
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [x]Sim [ ] Não
Vínculo empregatício do autor UFG
Agência de fomento: Sigla:
País: Brasil UF: Go CNPJ:
Título: Conhecimento e prática em administração de injeções por via intramuscular
dos profissionais de enfermagem de unidades de urgência de Goiânia- Go
Palavras-chave: Enfermagem, Intramuscular, Local de injeções, urgência, Segurança.
Título em outra língua: Knowledge and practice in the administration of intramuscular
injections for nursing professionals in urgency units of Goiâ-
nia- Go

Palavras-chave em outra língua: Nursing, Intramuscular, Injection sites, Urgency,


Security
Área de concentração: Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde
Data defesa: (dd/mm/aaaa) 13/03/2015
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Saúde Coletiva-UFG
Orientador (a): Dra. Ana Luiza Neto Junqueira
E-mail: Ananeto.fen@gmail.com
Co-orientador
(a):*
E-mail:
*Necessita do CPF quando não constar no SisPG

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________________________________________ Data: 12 / 05 / 2015


Assinatura do (a) autor (a)

1
Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita
justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o período de
embargo.
GILMA MOREIRA DE SOUSA

CONHECIMENTO E PRÁTICA EM ADMINISTRAÇÃO DE INJEÇÕES


POR VIA INTRAMUSCULAR DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DE UNIDADES DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA-GO

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação da Universidade Federal de Goiás
para obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.

Área de Concentração: Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.


Linha de Pesquisa: Promoção e educação em Saúde
Orientadora: Profa. Dra. Ana Luiza Neto Junqueira

GOIÂNIA
2015
Ficha catalográfica elaborada automaticamente
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a), sob orientação do Sibi/UFG.

Sousa, Gilma Moreira de


Conhecimento e prática em administração de injeções por via
intramuscular dos profissionais de enfermagem de unidades de
urgência de Goiânia-Go [manuscrito] / Gilma Moreira de Sousa. -
2015.
78 f.: il.

Orientador: Profa. Dra. Ana Luiza Neto Junqueira.


Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Pró-reitoria de
Pós-graduação (PRPG) , Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
(Profissional), Goiânia, 2015.
Bibliografia. Anexos. Apêndice.
Inclui siglas, abreviaturas, gráfico, tabelas, lista de figuras, lista de
tabelas.

1. Enfermagem. 2. Intramuscular. 3. Local de injeções. 4. Urgência.


5. Segurança. I. Junqueira, Ana Luiza Neto, orient. II. Título.
GILMA MOREIRA DE SOUSA

CONHECIMENTO E PRÁTICA EM ADMINISTRAÇÃO DE INJEÇÕES


POR VIA INTRAMUSCULAR DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM DE UNIDADES DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA-GO

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação da Universidade Federal de Goiás
para obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.

Aprovada em: 13/ 03/ 2015.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Ana Luiza Neto Junqueira – Orientadora e Presidente da Banca


Mestrado Profissional em Saúde Coletiva- Universidade Federal de Goiás

Prof.º Dr. Marcos André de Matos Membro Efetivo Externo


Faculdade de Enfermagem – Universidade Federal de Goiás

Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia Queiroz Bezerra Membro Efetivo Interno


Mestrado Profissional em Saúde Coletiva – Universidade Federal de Goiás

Prof.ª Dr.ª Márcia Maria de Souza Membro Suplente Interno


Mestrado Profissional em Saúde Coletiva- Universidade Federal de Goiás.

Prof.ª Dr.ª Karlla Antonieta Amorim Caetano Membro Suplente Externo


Faculdade de Enfermagem – Universidade Federal de Goiás
DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, José Moreira (in


memoriam) e Maria Abadia meus maiores
mestres na vida e exemplo de ética e
responsabilidade. À vocês minha eterna
gratidão.
AGRADECIMENTOS

A Deus, autor da vida, por conceder-me a oportunidade de concluir este trabalho.


A minha orientadora prof.ª Dr.ª Ana Luiza Neto Junqueira pela atenção, compreensão, por
compartilhar comigo os seus conhecimentos e pela confiança em mim depositada.
Aos meus filhos amados Arthur e Vitor, por estarem sempre ao meu lado, pelo incentivo,
compreensão e apoio no desenvolvimento deste estudo.
Aos meus irmãos: Gilvan, Gilvamar, Gildemar, Gildivan, Gildeon, Gílcima e Gildina que
sempre apoiaram e acreditaram na minha vitória.
Aos colegas do mestrado, pela convivência e trocas de conhecimentos.
A todos os professores e funcionários do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva –UFG pela
eficiência, solicitude, e pelo conhecimento compartilhado.
Aos professores da Faculdade de Enfermagem: Dr. Marcos André de Matos, Dr.ª Márcia Maria
de Souza, Dr.ª Ruth Minamisava, Dr.ª Sheila Araújo Teles pelas contribuições na construção
do instrumento de coleta usados nesta pesquisa.
A Prof.ª Dr.ª Ana Elisa Bauer de Camargo Silva, Prof.ª Dr.ª Márcia Maria de Souza, Prof.ª Dr.ª
Karlla Antonieta Amorim Caetano, Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia Queiroz Bezerra e o Prof.º Dr. Marcos
André de Matos pelas contribuições e sugestões dadas a este estudo.
À minha querida amiga Solange Aparecida Guimarães pelas contribuições a este estudo.
À Priscila dos Santos Junqueira por ter digitado os dados coletados, contribuição ímpar nesta
pesquisa.
Aos colegas de trabalho do CAIS Jardim Guanabara III e Centro de Saúde Câmpus Samambaia
pelo apoio e compreensão.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, aos diretores dos CAIS, CIAMS e UPA que
permitiram a realização da coleta dos dados nas unidades.
A todos os profissionais de enfermagem das unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica
e pediátrica pela delicadeza ao aceitar responder ao questionário utilizado na coleta de dados
desta pesquisa. O meu reconhecimento e gratidão.
EPÍGRAFE

“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la


como arte, requer uma devoção tão exclusiva,
um preparo tão rigoroso, quanto a obra de
qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar
da tela morta ou do frio mármore comparado ao
tratar do corpo vivo, o templo do espírito de
Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a
mais bela das artes”! Florence Nightingale.
SOUSA, G.M. Conhecimento e prática em administração de injeções por via
intramuscular dos profissionais de enfermagem de unidades de urgência de
Goiânia-Go [Dissertação]. Goiânia (GO): Mestrado Profissional em Saúde
Coletiva Universidade Federal de Goiás, Goiânia; 2015

RESUMO

Objetivo: Analisar as práticas e conhecimentos em administração de medicamentos por via


intramuscular entre enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem em unidades pré-
hospitalares fixas de urgência de Goiânia-Go Metodologia: estudo descritivo, exploratório de
corte transversal, a pesquisa foi realizada no período de fevereiro a maio de 2014. A população
do estudo constituiu-se de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem das unidades pré-
hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica de Goiânia-Go, foi investigado os dados
sócios demográficos, conhecimentos adquiridos na formação profissional e a prática clínica na
execução das técnicas de administração de medicamento por via intramuscular (IM).
Resultados: participaram do estudo 176 profissionais de enfermagem, sendo 58 enfermeiros e
111 técnicos de enfermagem e sete auxiliares de enfermagem. Sendo 91,5% do sexo feminino
com idade média entre 31 e 40 anos e 60,3% possuíam até 10 anos de atuação na enfermagem.
99,0% dos auxiliares/técnicos de enfermagem citaram que realizavam a administração de
medicamento por via IM regularmente, enquanto que os enfermeiros, 32,7% raramente e 5,2%
nunca o faziam. O músculo deltoide (100% e 95,6%) e dorso glúteo (96,6% e 98,1%) foram as
regiões mais citadas pelos enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem como
conhecimento adquirido durante o curso de formação profissional, 29,4% dos enfermeiros e
32,3% dos auxiliares/técnicos de enfermagem citaram que não conheceram a técnica ventro
glútea enquanto estudantes. Os critérios citados para a escolha do local da administração do
medicamento foram: o volume da droga, tamanho da musculatura, tamanho da agulha,
espessura do tecido adiposo, preferência do usuário, e prática cotidiana do serviço. Sendo que
a prática cotidiana foi mais citada pelos auxiliares/técnicos de enfermagem (27,1%) já pelos
enfermeiros foi de 8,6%, esta diferença foi estatisticamente significante (p=0,005). A região
dorso glútea apresentou como a mais utilizada para administração de medicamento IM em
adultos, tanto pelos enfermeiros (56,6%) quanto pelos auxiliares/técnicos de enfermagem
(69,8%). A experiência dos enfermeiros na administração de medicamento em todas as regiões
foi de 64,9% enquanto dos auxiliares/técnicos foi de 41,0% sendo esta uma diferença entre as
categorias estatisticamente significante (p=0,003). Conclusão: Verificou-se que a
administração do medicamento IM não são executadas de acordo com o preconizado na
literatura, grande parte dos enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem alegaram que os
conhecimentos adquiridos durante a formação profissional em relação à administração de
medicamento injetáveis por via IM foram insuficientes para a atuação na prática profissional.
As regiões mais utilizadas para a administração de medicamento IM foram a dorso glútea em
crianças e adultos e a vasto lateral da coxa em recém-nascidos e lactentes. A pouca adesão dos
profissionais de enfermagem, na administração de medicamentos na região ventro glútea foi
justificada pela insegurança na execução da técnica e pela falta de conhecimentos na
identificação correta do local. Portanto o resultado desse estudo evidencia a necessidade de
investimentos em educação permanente, fazendo com que os profissionais de enfermagem
atuem de forma segura e ética nas atividades do cotidiano. A atuação da enfermagem exige
práticas reflexivas, baseadas em evidências cientificas, que garanta a segurança do profissional
e do paciente.
Palavras chaves: Enfermagem, Intramuscular, Local de Injeções, Urgência, Segurança.
SOUSA, G.M. Knowledge and practice in the administration of
intramuscular injections for nursing professionals in urgency units of
Goiânia-Go [Dissertation]. Goiânia (GO): Professional Master’s degree in
collective health Universidade Federal de Goiás, Goiânia; 2015

ABSTRACT

Objective: To analyze the practices and knowledge in administration medication


intramuscularly between nurses and nursing auxiliaries/ technicians in fixed pre-hospital
emergency units of Goiânia -Go Methodology: descriptive, exploratory cross-sectional study,
the research was conducted in the period February to May 2014. the study population consisted
of nurses, technicians and nursing auxiliaries of fixed pre- hospital units and pediatric clinical
urgency of Goiânia -Go , was investigated demographic data partners, knowledge acquired in
vocational training and clinical practice in the conduct of drug delivery techniques
intramuscularly ( IM ). Results: the study 176 nursing professional, 58 nurses and 111 nursing
technicians and seven nursing auxiliaries. And 91.5% were female with an average age between
31 and 40 years and 60.3% had up to 10 years of experience in nursing. 99.0% of nursing
auxiliaries / technicians mentioned that perform the IM for drug delivery regularly, while
nurses, 32.7% and 5.2% rarely ever do. The deltoid muscle (100% and 95.6%) and dorsal
gluteal (96.6% and 98.1%) were the regions that nurses and nursing auxiliaries / technicians,
respectively said it had more information and practice during the course formation. 29.4 % of
nurses and 32.3 % of nursing auxiliaries / technicians cited who did not know the technical
ventral gluteal while students. The criteria cited for choosing the drug administration site were:
the volume of the drug, size of muscles, needle size, thickness of fat tissue, user preference, and
the service daily practice. Since the daily practice was mention
ed more often by auxiliaries / technicians nursing (27.1%) already by nurses was 8.6%, this
difference was statistically significant (p=0.005). The dorsal gluteal region back is the most
used IM to drug use in adults, both by nurses (56.6%) and by auxiliarie / technicians nursing
(69.8%). The experience of nurses in drug delivery in all regions was 64.9% while the
auxiliaries / technicians nursing was 41.0% which is statistically significant difference between
the categories (p=0.003). Conclusion It was found that the IM medication administration are
not implemented in accordance with the recommendations in the literature, for much of the
nurses and nursing auxiliaries / technicians claiming that the knowledge acquired during the
training were insufficient to act in professional practice. The regions most commonly used drug
for IM administration were dorsal gluteal in children and adults and the vastus lateralis thigh in
neonates and infants. Poor adherence of nursing professionals, medication administration in the
ventral gluteal region was justified by the insecurity in the technical implementation and the
lack of knowledge in the correct identification of the place. Therefore the result of this study
highlights the need to invest in continuing education , making nursing professionals to act safely
and ethically in daily activities the role of nursing requires reflective practices based on
scientific evidence , to ensure the safety of the professional and the patient.

Key Words: Nursing, Intramuscular, Injection Sites, Urgency, Security


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Trajeto da agulha através das camadas da pele até o músculo......................... 25


Figura 2 Região Deltoide ............................................................................................. 27
Figura 3 Região Vasto Lateral da Coxa ....................................................................... 28
Figura 4 Região Dorso Glúteo ..................................................................................... 29
Figura 5 Região Ventro Glútea ................................................................................... 31
Figura 6 Mapa do município de Goiânia, segundo divisão em Distritos Sanitários ..... 37
Figura 7 Frequência de enfermeiro e auxiliares/técnicos de enfermagem que
realizam a administração de medicamentos IM, em unidades pré-
42
hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-GO – 2014..............

Figura 8 Sitio utilizado pelos enfermeiros técnicos/auxiliares de enfermagem na


administração de medicamentos com características leitosa, nas unidades
pré-hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-GO................... 47
Figura 9 Sitio utilizado pelos enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem na
administração de medicamentos com características oleosa, nas unidades
pré-hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-GO.................. 48
Figura 10 Sitio utilizado pelos enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem na
administração de medicamentos com características aquosa, nas unidades
pré-hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-GO................... 48
LISTA DE QUADRO E TABELAS

Quadro -1 Número de profissionais de enfermagem que trabalham em unidades pré-


hospitalares fixas de urgência da Secretaria Municipal de Saúde de
Goiânia, de acordo com horário de trabalho, e participação no estudo no
período de fevereiro a maio-2014.................................................................. 38

Tabela -1 Características sociodemográficas dos 176 profissionais de enfermagem


em unidades pré-hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-
GO – 2014..................................................................................................... 41

Tabela -2 Conhecimentos e práticas dos enfermeiros e auxiliares/técnicos de


enfermagem na administração de medicamento IM, em unidades pré-
hospitalares fixas de urgência de Goiânia-GO- 2014.............................................. 44

Tabela -3 Conhecimentos e práticas dos enfermeiros e auxiliares/técnicos de


enfermagem na administração de medicamento IM, de acordo com volume
e características do fármaco, ciclo de vida e estrutura física do indivíduo,
em unidades pré-hospitalares fixas de urgência de Goiânia-GO- 2014......... 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAIS Centro de Atenção Integrada à Saúde


CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CIAMS Centro Integrado de Assistência Médica Sanitária
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
D Deltoide
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
DCN/ENF Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação enfermagem
DG Dorso Glútea
EPS Educação Permanente em Saúde
EUA Estados Unidos da América
GO Goiás
IM Intramuscular
IMC Índice de Massa Corpórea
KG Quilograma
LDB Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional
ML Mililitro
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SIATE Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SPSS Statistical Package For The Social Windows
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS Unidade Básica de Saúde
UFG Universidade Federal de Goiás
UPA Unidade de Pronto Atendimento
VG Ventro Glútea
VLC Vasto Lateral da Coxa
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
EPÍGRAFE
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS E TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………….. 14
2 JUSTIFICATIVA………………………………………………………………... 17
3 OBJETIVOS……………………………………………………………………... 19
3.1 Geral……………………………………………………………………………. 19
3.2 Específicos……………………………………………………………………… 19
4 REFERENCIAL TEÓRICO……………………………………………………. 20
4.1 Segurança na Administração de Medicamentos ……………………………. 20
4.2 Complicações Resultantes da Administração de Medicamentos IM……….. 22
4.3 Administração de Medicamentos Via IM……………………………………. 24
4.3.1 Região Deltoide………………………………………………………… 26
4.3.2 Região Vasto Lateral da Coxa………………………………………….. 27
4.3.3 Região Dorso Glútea……………………………………………………. 28
4.3.4 Região Ventro Glútea ou Técnica de Hochstetter……………………… 30
4.4 Aspectos Éticos da Enfermagem na Administração de Medicamentos……. 32
4.5 Formação Básica dos Profissionais da Enfermagem ……………………….. 32
5 METODOLOGIA……………………………………………………………….. 36
5.1 Local do Estudo………………………………………………………………... 36
5.2 População Alvo………………………………………………………………… 37
5.2.1 Critérios de Inclusão……………………………………………………. 38
5.3 Amostras...……………………………………………………………………... 39
5.4 Variáveis..………………………………………………………………………. 39
(Continua)
SUMÁRIO
(Continuação)
5.5 Coleta de Dados……………………………………………………………… 39
5.6 Análise dos Dados……………………………………………………………. 40
5.7 Aspectos Éticos……………………………………………………………….. 40
6 RESULTADOS…………………………………………………………………. 41
7 DISCUSSÃO…………………………………………………………………….. 49
8 CONCLUSÕES………………………………………………………………….. 56
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………… 57
9.1 Sugestões……………………………………………………………………….. 58
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………… 59
APÊNDICES………………………………………………………………………... 63
APÊNDICE A Questionário………………………………………………………… 63
APÊNDICE B Termo de Consetimento Livre e Esclarecido……………………….. 65
ANEXOS……………………………………………………………………………. 68
ANEXO A - Parecer Consubstanciado do CEP
ANEXO B- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Oeste
ANEXO C- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Sul
ANEXO D- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Campinas Centro
ANEXO E- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Norte
ANEXO F- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Sudoeste
ANEXO G- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Leste
ANEXO H- Encaminhamento da SMS para Distrito Sanitário Noroeste
14

1-INTRODUÇÃO
A prática de administração de medicamento, por via parenteral, teve início no século XIX,
sendo que, inicialmente, era um procedimento restrito aos profissionais de medicina e
posteriormente foi repassada para a enfermagem e a outros profissionais da área da saúde
(DUQUE; CHAGAS, 2009).

Atualmente, a equipe de enfermagem é a principal responsável pela administração de


medicamentos. No Brasil, a função do preparo e administração de medicamentos na maioria
das instituições de saúde é executada por técnicos e auxiliares de enfermagem, que estão
amparados pela lei do exercício profissional de nº 94.406/87, sendo executado sob a supervisão
do enfermeiro (COIMBRA; CASSIANI, 2001).

A Organização Mundial de Saúde OMS (2006) estima que, anualmente, são administradas 16
bilhões de injeções, tanto com fins preventivos quanto curativos. É um dos procedimentos mais
rotineiros das atividades exercidas pelos profissionais de enfermagem, todavia é um
procedimento invasivo, que deve ser executado com conhecimentos de anatomia humana,
fisiologia, bioquímica e farmacologia, além da habilidade para executar a técnica (FAKIH;
FREITAS; SECOLI, 2009; FRANCO et al, 2010; MENESES; MARQUES, 2007).

A escolha para a administração segura do medicamento intramuscular (IM) depende da


avaliação adequada da musculatura, considerando os seguintes aspectos: desenvolvimento do
músculo, acessibilidade do local da punção, distância em relação a vasos e nervos importantes,
capacidade da musculatura para absorção do medicamento a ser injetado, espessura do tecido
adiposo, idade do indivíduo, irritabilidade da droga e atividade exercida pelo paciente, além da
seleção da agulha no tamanho adequado (GODOY; NOGUEIRA; MENDES, 2004;
MENESES; MARQUES, 2007; SMALL, 2004).

A musculatura deve ser livre de fibrose, edemas, hiperemia ou calor (CASSIANI;


RANGEL1999). Os músculos recomendados à aplicação de medicamento IM em crianças
acima de dois anos e adultos, na ordem de segurança devem ser glúteos médio e mínimo, os
quais constituem a região ventro glúteo (VG); o glúteo máximo, que corresponde à região dorso
glúteo (DG); o quadríceps femoral, localizado na região vasto lateral da coxa (VLC) e o
Deltoide (D) (BEYEA; NICOLL, 1995; CASSIANI; RANGEL, 1999; DALMOLIN et al,
2013).

O músculo deltoide deve ser o local de última escolha para administrar medicamento
intramuscular, por ser um músculo pequeno, intolerante a substâncias irritáveis e com um risco
15

potencial de lesionar os nervos axilar, radial e ulnar e artérias braquial e axilar, podendo
comprometer a função motora do braço. São comuns complicações pós a administração de
medicamento na região deltoide, apesar das recomendações na literatura a respeito dos riscos
ao utilizar este músculo (CASSIANI; RANGEL, 1999; DA SILVA; VAZ, 2013).

A região VLC, foi indicada pela primeira vez por Turner, em 1920, como alternativa segura
devido as contra indicações das regiões D e DG, recomendada especialmente para crianças, por
ser um músculo bem desenvolvido e de fácil localização, tanto para o profissional como para o
usuário que faz auto aplicação de medicamento IM. Essa região não está livre de complicações,
além da dor mais acentuada, principalmente em adultos, há risco de lesionar estruturas
neurovasculares quando o local da aplicação não é delimitado corretamente e o comprimento
da agulha é divergente com o tamanho da musculatura (CASTELLANOS, 1977).

A região DG é o local usado tradicionalmente. Entretanto, nesta região estão presentes


estruturas importantes como vasos sanguíneos calibrosos e nervos superficiais e profundos
como o nervo isquiático e a artéria glútea superior, sendo relacionados com a maioria das
complicações pós administração de medicamentos IM. Ainda, a camada de tecido adiposo é
espessa variando de um a nove centímetro (cm), sendo um fator de risco para eventos adversos,
pois quando o fármaco é injetado no tecido subcutâneo causa dor e a absorção é prejudicada,
podendo apresentar reatogenicidade no local como irritação, edema e necrose de tecido
(COCOMAN; MURRAY, 2010; GREENWAY, 2004).

A região VG foi descrita pela primeira vez em 1954, pelo anatomista suíço Von Hochstetter e
seus colaboradores, que realizaram profunda investigação anatômica na região glútea com a
intenção de explicar os acidentes decorrentes da aplicação de medicamentos intraglútea.
Concluiu-se ser esta a região mais indicada, por apresentar menor risco. Essa região é
delimitada pela espinha ilíaca ântero-superior; grande trocanter e crista ilíaca superior, sendo
recomendada para administração de medicamentos IM em indivíduos idosos, magros e crianças
(CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008; DALMOLIN et al, 2013).

A região VG é descrita na literatura como um local seguro e adequado, por apresentar ausência
de nervos e vasos calibrosos diminuindo a ocorrência de lesões neurais e vasculares
importantes. Sendo a musculatura grande, bem definida e demarcada, a camada de tecido
adiposo é menos espessa, diminuindo a possibilidade de depósito do medicamento no tecido
subcutâneo. Além disso, os músculos glúteo médio e mínimo, presentes nesta região, são bem
desenvolvidos tanto em adultos quanto em crianças. O sítio é de fácil localização e tem sido
16

associado à menor dor durante e após a administração de injeções (DALMOLIN et al, 2013;
GREENWAY, 2004; HEMSWORTH, 2000).

Em pacientes acamados, devido a posição da VG, o risco de infecção é menor se comparado a


DG, e por isso é o local mais apropriado à administração de medicamento IM (DALMOLIN et
al, 2013; GREENWAY, 2004; HEMSWORTH, 2000).

Devido as várias vantagens quando comparada a outras regiões, a VG tem sido recomendada
por muitos autores como sendo a de primeira escolha para administração de medicamento IM
(DALMOLIN et al, 2013; DA SILVA; VAZ, 2013; GODOY; NOGUEIRA; MENDES 2004;
GREENWAY, 2004; JUNQUEIRA et al, 2010; MENESES; MARQUES, 2007).

Na administração de medicamento IM, de forma segura, deve-se considerar a característica da


droga, o volume compatível com o tamanho da musculatura escolhida, massa corpórea, sexo e
tamanho adequado da agulha, que deve ultrapassar o tecido adiposo e depositar o medicamento
na musculatura profunda (COCOMAN; MURRAY, 2008; HEMSWORTH, 2000; HUNTER,
2008).

Para a garantia de maior segurança no preparo e administração dos medicamentos é


recomendado a checagem dos “nove certos, ” a saber: medicamento certo, dose certa, hora
certa, paciente certo, via certa, local certo, razão certa, frequência certa e registro certo,
garantindo assim a redução e prevenção de danos, e menor risco de reações adversas
(BOURBONNAIS; CASWELL, 2014).
17

2- JUSTIFICATIVA

Nas unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica de Goiânia, há grande


demanda de pacientes que são acolhidos de acordo com as diretrizes da política de humanização
do Sistema Único de Saúde (SUS), a qual preconiza o acolhimento com a classificação de risco
realizada pelo enfermeiro que avalia o usuário e classifica a gravidade (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2011).
Oliveira et al (2011), realizaram um estudo em hospital de urgência e emergência e constataram
que 5,0% dos procedimentos de enfermagem foi a administração de medicamento IM.
A terapêutica medicamentosa é uma aliada no processo de alívio da dor e na recuperação da
saúde, sendo comum a indicação de medicamentos por via IM por apresentar uma absorção
rápida (AZEVEDO FILHO et al, 2012; COCOMAN; MURRAY, 2008; HUNTER, 2008).

Baseado nas reflexões a respeito dos locais de administração de medicamento IM e a escassez


de estudos que apontem a prática e o conhecimento dos profissionais de enfermagem, quanto à
administração de medicamentos IM, sendo este um procedimento com riscos de acidentes. O
conhecimento na escolha de um compartimento muscular seguro para administração de
medicamentos é fundamental na redução de agravos para a população, o que nos levou a
desenvolver esta pesquisa em unidades pré-hospitalares fixas de urgência de Goiânia-Go.

Decidiu-se identificar o conhecimento e a prática dos profissionais de enfermagem na


administração de medicamentos por via intramuscular, conhecer os critérios de escolha do local
para administração de medicamentos por via intramuscular e identificar possíveis fatores que
interferem na escolha da administração de medicamentos na região VG, e também identificar
as regiões mais utilizadas. Além disso, sugerir medidas que orientem os profissionais de
enfermagem na escolha do local para aplicação de medicamento por via IM, que possa
contribuir na realização desse procedimento com menos sofrimento e maior segurança para o
paciente.

Portanto, esta pesquisa partiu da perspectiva das questões: Quais são os fatores que influenciam
os profissionais de enfermagem na escolha da região para administração de medicamentos IM?
A escolha é segura de acordo com as evidências científicas? Os conhecimentos dos
profissionais estão adequados para essa prática?

Esperamos que o resultado desta investigação possa contribuir na identificação das


necessidades dos profissionais na atualização das técnicas de administração de medicamentos
18

por via intramuscular e na adesão pela região mais segura, contribuindo para a melhoria da
qualidade dos cuidados de enfermagem prestados aos usuários dos serviços de saúde.
19

3- OBJETIVOS

3.1- Objetivo Geral

Analisar as práticas e conhecimentos em administração de medicamentos por via intramuscular


entre enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem em unidades pré-hospitalares fixas de
urgência de Goiânia-GO.

3.2- Objetivos Específicos:

 Verificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem a respeito da administração de


medicamentos intramusculares;
 Identificar os critérios de escolha do local para administração de medicamentos via
intramuscular;
 Identificar as regiões mais utilizadas pelos profissionais de enfermagem na administração
de medicamentos por via intramuscular;
 Averiguar possíveis fatores que interferem na escolha da região ventro glútea para a
administração de medicamentos IM.
20

4- REFERENCIAL TEÓRICO

Foram abordados os aspectos teóricos relativos à segurança na administração de medicamentos,


complicações resultantes da administração de medicamento IM, os músculos indicados para a
administração de medicamentos IM, os aspectos éticos da equipe de enfermagem em relação a
administração de medicamentos assim como a formação básica dos profissionais de
enfermagem.

A equipe de enfermagem é composta pelo enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de


enfermagem e parteira com níveis de conhecimentos e habilidades distintas, o enfermeiro
possui formação superior, sendo responsável pela supervisão, orientação e direção dos demais
membros da equipe de enfermagem, além da assistência aos pacientes graves, procedimentos
de maior complexidade técnica e prescrição da assistência de enfermagem (BRASIL, 1987).

O técnico de enfermagem possui formação técnica, executa atividades de enfermagem de nível


médio e o auxiliar de enfermagem executa procedimentos simples, ambos sob a supervisão do
enfermeiro (BRASIL, 1987).

4.1 Segurança na Administração de Medicamentos

Nas últimas décadas, a segurança e a qualidade da assistência à saúde tem sido uma
preocupação global. Políticas públicas foram criadas para diminuir os danos causados durante
os cuidados de saúde. A OMS lançou em 2004 o programa Aliança Mundial de Segurança do
Paciente recomendando aos países membros a adoção de medidas de segurança e melhoria da
assistência prestadas nos serviços de saúde (WHO, 2010).

A OMS orienta a redução na indicação de medicamentos injetáveis, que estes sejam


administradas de forma segura sem causar danos ao paciente, também evitar a exposição do
trabalhador da saúde a riscos, e o descarte dos resíduos perfuro cortantes devem ser realizados
de forma segura, evitando prejuízos ao meio ambiente e a coletividade (WHO, 2010).

No tocante, a segurança nas duas últimas décadas, houve grandes avanços tecnológico na área
da saúde e no conhecimento de doenças, mas os avanços na formação dos profissionais de saúde
não seguem o mesmo ritmo, especialmente em relação a prestação de cuidados seguros. Para
enfrentar este desafio a OMS construiu em parceria com associações de profissionais de saúde,
associações estudantis, universidades e escolas de saúde o Guia multiprofissional curriculum
segurança do paciente, o qual orienta profissionais, educadores e estudantes sobre prestação de
cuidados seguros (WHO, 2011).
21

No Brasil, o Ministério da Saúde publicou, em 01 de abril de 2013, a portaria de nº 529/13,


instituindo o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o qual orientando que os
cuidados à saúde devem ser prestados com segurança, reduzindo os riscos de danos associados
aos cuidados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Os erros no que se refere a medicamento são muito frequentes, tanto no ambiente hospitalar
como ambulatorial. Nos Estados Unidos ocorrem 7.000 mortes por ano, decorrente de erros de
medicamentos. Em cada paciente internado ocorre a pelo menos um erro de medicamento por
dia (BOURBONNAIS; CASWELL, 2014).

A prática da terapia medicamentosa é um sistema complexo, com vários processos interligados,


interdependentes e construídos por uma equipe multiprofissional, tais como médicos,
farmacêuticos, técnicos em farmácia, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que
compartilham o objetivo de prestar um cuidado seguro e que o uso do medicamento alcance o
efeito terapêutico desejado melhorando a saúde do paciente (FRANCO et al, 2010).

A terapia medicamentosa passa por várias etapas. Inicia-se com a prescrição do medicamento,
transcrição, dispensação, distribuição, preparo e administração, monitorização e vigilância do
paciente (FRANCO et al, 2010; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Os erros no processo da terapia medicamentosa podem ocorrer em qualquer etapa,


comprometendo a segurança do paciente e a qualidade do cuidado. As consequências destes
eventos podem resultar no aumento da morbimortalidade e elevação nos custos do tratamento.
A atuação da equipe de enfermagem é mais frequente, na etapa final desse processo, no preparo,
na administração e monitorização. Erros ocorridos durante as outras etapas podem ser
percebidos nesta fase, aumentando a responsabilidade da equipe de enfermagem na garantia da
segurança do paciente ao receber uma terapia medicamentosa (FRANCO et al, 2010; MIASSO;
CASSIANI, 2000).

As causas dos erros podem estar centradas na organização do sistema ou no profissional de


saúde. Quando a falha é no sistema, há no ambiente de trabalho fatores que predispõem ao erro
tanto individual, como no trabalho em equipe (BOURBONNAIS; CASWELL, 2014; FRANCO
et al, 2010).

Marques et al (2008) citam fatores que aumentam a probabilidade de erros de medicamento


como déficit de profissional, sobrecarga de trabalho, carga horária pesada, grande número de
pacientes com nível complexo de necessidades e em uso de vários medicamentos e
complexidades tecnológicas para o cuidado. Há também as causas relacionadas às falhas de
22

material e a estrutura física do ambiente de trabalho, como: iluminação inadequada e ruídos que
podem contribuir na interrupção dos procedimentos. Já os erros centrados no profissional,
ocorrem por falha humana, lapso de atenção especialmente em contextos de sobrecarga de
trabalho, e também por negligência, imperícia e imprudência (OLIVEIRA; LUPPI; ALVES,
2010).

Oliveira; Luppi; Alves (2010) relatam que os profissionais têm medo de notificar os erros
ocorridos durante a assistência, pois estas notificações, que deveriam ser analisadas para
identificar as causas e corrigi-las, geralmente são usadas para punir os profissionais.

Estudo multicêntrico realizado no Brasil em 2008, encontrou um percentual de 30,24% de erros


de medicação, sendo erros de horário, de doses, de medicamentos, da via, de paciente, sendo o
erro mais prevalente o de horário (MARQUES et al, 2008).

Encontram-se amplos relatos na literatura sobre estes tipos de erros, inclusive com percentual
para cada tipo. O mesmo não acontece sobre as complicações oriundas da execução da técnica
de administração de medicação IM. Não é comum as pessoas retornarem aos serviços de saúde
com queixas de complicações após receber o medicamento IM, pois às vezes atribuem os
sintomas como algo natural ao procedimento, e somente os casos graves procuram os serviços,
sendo que nem sempre é o mesmo serviço onde foi realizado o procedimento (CASSIANI;
RANGEL, 1999).

Na administração de medicamentos IM, além das recomendações feitas pela OMS para a
segurança no procedimento, é fundamental que o profissional tenha habilidade para executar a
técnica de forma correta, ser capaz de identificar todas as estruturas de risco envolvidas na
administração de injeção IM, a avaliação da musculatura adequada de acordo com o sexo, idade
e peso do paciente, tipo e volume da droga a ser aplicado, escolha do tamanho da agulha,
considerando a massa corpórea do paciente, garantindo que o medicamento alcance a massa
muscular e que a sua absorção não seja prejudicada, além de evitar outros danos
(HEMSWORTH, 2000; HUNTER, 2008; SMALL, 2004; DA SILVA; VAZ, 2013).

4.2 Complicações Resultantes da Administração de Medicamentos IM

As complicações associadas à administração de medicamentos IM são um grave problema de


saúde pública e, os países subdesenvolvidos são os mais afetados devido ao uso indiscriminado
de medicamentos injetáveis. Nestes países, cada indivíduo recebe, em média, dois
medicamentos injetáveis ao ano, e mais da metade destes são administrados de forma insegura
(KAKATI, et al., 2013).
23

Uma revisão bibliográfica sobre complicações pós injeção IM, as autoras verificaram que as
principais causas foram: as técnicas de aplicação incorreta, repetidas aplicações no mesmo
local, tamanho inadequada da agulha, local inapropriado para o tipo de substância injetado,
volume incompatível com o tamanho do músculo e assepsia feita de forma incorreta
(CASSIANI; RANGEL, 1999).

As complicações mais frequentes são as lesões de vasos sanguíneos e neurais, hematomas,


necrose tecidual, fibrose e contraturas musculares, granuloma, dor, atrofia muscular, abcessos
estéreos e gangrena (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008; HUNTER, 2008; WALSH;
BROPHY, 2010).

As lesões mais citadas na literatura são do nervo isquiático, tendo as crianças, pessoas de baixo
peso e idosas como as principais vítimas, devido a redução da massa muscular na região glútea,
seguido por lesões dos nervos radial, axilar e ulnar na região deltoide, e o nervo cutâneo femoral
posterior na região vasto lateral da coxa (KAKATI, et al, 2013).

Quando as lesões são causadas pela introdução do medicamento diretamente no nervo, os


sintomas são imediatos com dor intensa, parestesia ao longo do nervo com déficit sensorial, no
entanto, quando injetada próximo, ou os feixes musculares facilitam o deslizamento do fármaco
até o nervo os sintomas são tardios, induzindo o indivíduo relacionar os sintomas a outras
doenças (KAKATI, et al, 2013).

As complicações vasculares estão relacionadas com lesões de artérias, arteríolas e veias com a
entrada de substâncias na luz do vaso, ou por ação caustica na parede dos vasos. As substâncias
oleosas quando penetram na luz da artéria produzem êmbolos e obstruem o lúmen da mesma.
Já substâncias aquosas provocam lesões do endotélio produzindo trombose secundária,
podendo ainda causar isquemia de extremidade no membro afetado, causando necroses,
mumificação e amputação de dedos ou do membro (DUQUE; CHAGAS, 2009).

As complicações causadas pela administração de medicamento IM, aumentam o custo do


tratamento, podem provocar sequelas temporárias ou permanentes no paciente. Estudos
realizados por Duque e Chagas (2009), investigaram 36 casos de pacientes com lesões
necróticas provocadas por injeções IM no músculo deltoide, com as sequelas cicatriz retrátil,
atrofia muscular com prejuízo da função motora do membro afetado, e ainda, seis pacientes
foram submetidos a amputação cirúrgica das falanges de dedos.

Estudo realizado na cidade de Belo Horizonte com 1060 escolares, na faixa etária de sete a 13
anos, encontraram uma prevalência de 2,5% (diferença estatisticamente significante) de
24

contratura subclínica do quadríceps relacionado com história pregressa de injeções IM na região


vasto lateral da coxa (CUNHA; MESTRINER, 1997).

Kakati et al (2013), relataram que, em 11% das lesões neurais encontradas em seu estudo
haviam sido provocadas por injeções IM, sendo que a maioria destas foram do nervo isquiático
em crianças e adolescentes abaixo de 16 anos de idade, no entanto esses autores afirmam que a
incidência de complicações causadas por injeções ainda é desconhecida.

Nesse contexto, é necessário que o profissional executor da técnica de administração de


medicamento realize avaliação individualizada do paciente para a escolha dos equipamentos e
da musculatura mais adequada, evitando qualquer dano que resulta em desconforto, morbidade,
invalidez temporária ou permanente, além de evitar processo ético perante o conselho de classe
e processo criminal (COCOMAN; MURRAY, 2008).

4.3 Administração de Medicamentos Via Intramuscular (IM)

A administração de medicamentos por via IM é a introdução do fármaco dentro do ventre


muscular (MENESES; MARQUES, 2007).

A escolha da musculatura para administração de medicamentos deve ser aquela que apresenta
menor risco de complicações, considerando a idade o estado físico do paciente, característica
farmacológica das drogas e a capacidade de absorção muscular (CARSTENS, 2010; DA
SILVA; VAZ, 2013).

A avaliação do estado físico do indivíduo é determinante na escolha do local e no comprimento


da agulha para a administração do medicamento IM, pois a espessura do tecido adiposo varia
de acordo com o índice de massa corporal do indivíduo (IMC) (CASTELLANOS, 1977).

O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos indicadores usados pelo Ministério da Saúde
(MS) para verificação do estado nutricional, calculados a partir da formula: peso atual (Kg) /
estatura (m)², sendo os resultados dos indivíduos adultos com valores do IMC acima de 30 kg/
m² considerado obesos, e IMC abaixo de 18.5 kg/m² magros (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2004).

Para que o medicamento alcance a musculatura é necessário que a agulha ultrapasse a epiderme
a derme e o tecido subcutâneo (Figura 01), sendo este, menos vascularizado e mais sensível em
relação ao músculo, tornando o procedimento mais doloroso, quando a droga é depositada neste
espaço, além do risco de redução da atividade terapêutica e de lesões do tecido (BEYEA;
NICOLL, 1995).
25

Figura 1-Trajeto da agulha através das camadas da pele até o músculo

FONTE: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/salavac_treinando_textos11_20.pdf

O fármaco administrado no músculo atravessa as membranas biológicas, alcança os vasos


sanguíneos e são transportados até o sítio de ação, tendo como características físico-químicas a
lipossolubilidade, hidros solubilidade, tamanho molecular, velocidade de dissolução entre
outras, influenciando a absorção do mesmo, assim a região escolhida para a aplicação da injeção
pode interferir nesse processo (CRAIG; STITZEL, 2005).

Os medicamentos lipossolúveis injetados na musculatura passam por precipitação com os


líquidos intersticiais, resultando em absorção lenta e irregular, normalmente pelas substâncias
pouco solúveis no meio aquoso, sendo os viscosos liberados lentamente, pois a velocidade
depende do veículo oleoso para o líquido intersticial aquoso. Ainda, o peso molecular do
fármaco interfere na absorção, sendo os de alto peso molecular mais difícil de ser absorvido
(CRAIG; STITZEL, 2005).

O fluxo sanguíneo no local da aplicação é outro fator que influência na rapidez da absorção do
fármaco, em músculo mais vascularizado como o deltoide a absorção é rápida, já nos músculos
glúteos a absorção é mais lenta (CRAIG; STITZEL, 2005).

Os locais preconizados para administração de medicamentos IM, no sentido crânio-podálico


são as regiões dos músculos deltoide, glúteo dorso e ventro e o vasto lateral da coxa
(COCOMAN; MURRAY, 2008; DA SILVA; VAZ, 2013; MENESES; MARQUES, 2007).
26

4.3.1 Região Deltoide (D)

O deltoide é um músculo superficial cujo nome origina da semelhança com a letra grega “delta”
invertida. É fixado no terço lateral da clavícula; acrômio e espinha da escapula com inserção
no úmero. Tem como função fletir, abduzir, estende e roda medial e lateralmente o braço.
Localiza- se na face externa da articulação gleno – umeral. Inervado pelo nervo axilar e irrigado
por veia e artéria axilar e circunflexa (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011). Sendo uma
musculatura bem vascularizada oferece absorção rápida da droga, e comumente, é utilizado
para administração de vacinas em adolescentes e adultos (COCOMAN; MURRAY, 2008;
DAVIDSON; ROURKE, 2013; HEMSWORTH, 2000).

Essa região oferece como vantagem a facilidade de acesso, com exposição mínima do corpo no
momento da administração do medicamento (COCOMAN; MURRAY, 2008; DAVIDSON;
ROURKE, 2013; HEMSWORTH, 2000). No entanto, as desvantagens comprovadas em vários
estudos fazem com que contra indique essa região para a maioria dos fármacos, uma vez que
apresenta musculatura pequena em comparação as demais regiões e, consequentemente
capacidade menor de absorção do fármaco. Comporta no máximo dois ml de medicamentos, e
ainda, restringe a administração de medicamentos leitosos, oleosos e irritáveis (COCOMAN;
MURRAY, 2008; DA SILVA; VAZ, 2013; DAVIDSON; ROURKE, 2013; SMALL, 2004).

A posição recomendada para aplicação de medicamentos nessa musculatura é com o paciente


deitado ou sentado, com o músculo exposto e braço flexionado. O local da introdução do
fármaco é no centro dessa musculatura (CASTELLANOS, 1977; DAVIDSON; ROURKE,
2013).
27

Figura 2 Região Deltoide (músculo Deltoide)

FONTE: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/salavac_treinando_textos11_20.pdf.

4.3.2 Região Vasto Lateral da Coxa (VLC).

O músculo quadríceps femoral localiza-se na face anterior da coxa, é constituído pelos


músculos: reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio, tem a função de estender
a perna na articulação do joelho e produzir movimentos no quadril. Origina - se no trocanter
maior e lábio lateral da linha áspera do fêmur (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).

O músculo utilizado para aplicação de medicamento é o vasto lateral, que é um músculo grande,
situando na face lateral da coxa, inervado pelo nervo femoral do plexo lombar e irrigado por
ramos descendentes da artéria circunflexa femoral (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).
Possuindo musculatura bem desenvolvida e de fácil acesso, apresenta como uma das principais
vantagens ser livre de grandes vasos e nervos, sendo considerado um local seguro à aplicação
de medicamento IM, é indicado para pessoas de qualquer idade, além de ser um músculo que
apresenta uma maior taxa de absorção da medicação em comparação aos músculos glúteos
(COCOMAN; MURRAY, 2008; HEMSWORTH, 2000; HUNTER, 2008; SMALL, 2004).

Essa região é tradicionalmente utilizada para administrar medicamentos em lactente e crianças


abaixo de 12 meses de idade, sendo recomendado pela American Academy of Pediatrics para
crianças até 07 meses de idade, por possuir musculatura bem desenvolvida desde o nascimento,
28

no entanto há riscos de lesionar o nervo e artéria femoral (CARTER-TEMPLETON; MCCOY,


2008 COCOMAN: MURRAY, 2008).

O volume máximo de medicamento administrada no VLC é de acordo com o desenvolvimento


muscular. Em adultos, não deve ultrapassar quatro ml. Em pessoas magras, idosas e crianças, o
máximo recomendado é de dois ml; em crianças abaixo de 02 anos o máximo recomendado é
um ml (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008).

Ao administrar a medicação o paciente deve estar sentado com os joelhos flexionados ou


deitado na posição horizontal com os joelhos levemente flexionados para melhor relaxamento
da musculatura. Divide-se a área entre o joelho e o grande trocânter em três partes iguais o
medicamento é aplicado no terço médio da face lateral da coxa (COCOMAN; MURRAY, 2008;
HEMSWORTH, 2000).

Figura 3- Região Vasto Lateral da Coxa (músculo quadríceps femoral)

FONTE: HUMSWORTH, 2000 (Modificada)

4.3.3 Região Dorso Glútea (DG)

A região glútea é composta por camada muscular superficial e profunda, sendo a camada
superficial formada por três grandes músculos, os glúteos máximos, médio e mínimo, fixados
na superfície posterolateral externa e às margens das asas do ílio, com função de extensão
abdução e rotação medial da coxa (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).
29

A região dorso glútea é constituída pelo glúteo máximo, que é inervado pelo nervo glúteo
inferior, do prexo lombosacral e na parte mais profunda pelo isquiático e irrigado pela artéria
glútea superior e inferior (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).

Ainda, possui tecido adiposo mais espesso em comparação aos outros locais utilizados para
administração de medicamento IM, sendo que, em mulheres é mais acentuado, variando de um
a nove cm de espessura, necessitando de agulha com tamanho adequado para a introdução da
substância na camada mais profunda da musculatura (COCOMAN; MURRAY, 2010;
GREENWAY, 2004). Como vantagem, o fácil acesso e ventre muscular bem distribuído, além
de ser a técnica tradicionalmente exercida pelos profissionais de enfermagem (DA SILVA;
VAZ, 2013; GIMENES; RAMOS, 2013; SMALL, 2004).

No entanto, há contra indicação: não deve ser utilizada em crianças abaixo de 02 anos de idade,
por possuir massa muscular pouco desenvolvida, assim como em pessoas magérrimas e idosas
(CARSTENS, 2010; CASTELLANOS, 1977). Além disso, em pessoas obesas há risco do
medicamento ser injetado no tecido subcutâneo, causando dor e comprometendo a absorção do
fármaco, com risco de complicações como granuloma, abcesso, também podem ocorrer lesões
do nervo isquiático e artéria glútea superior (COCOMAN; MURRAY, 2010; SMALL, 2004).
O volume máximo recomendado é de quatro ml para adultos; em crianças acima de dois anos
e adultos com musculatura pouco desenvolvida é dois ml (HEMSWORTH, 2000).

Figura 4- Região Dorso glútea (músculo glúteo máximo)

FONTE: HUMSWORTH, 2000 (Modificada).


30

4.3.4 Região Ventro Glútea (VG) Ou Técnica de Hochstetter

A região ventro glútea é composta pelos músculos glúteo médio e mínimo que têm forma de
leque e localizam-se na face anterior e lateral do trocanter maior do fêmur suas fibras têm o
mesmo sentido. São inervados pelo nervo glúteo superior do plexo lombosacral, e supridos pela
artéria glútea superior (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011). A VG possui musculatura grande,
livre de grandes nervos e vasos sanguíneos, selado por estruturas ósseas bem definidas e a
camada de gordura subcutânea é inferior a 3,75 cm (COCOMAN; MURRAY, 2008;
GREENWAY, 2004; HEMSWORTH, 2000).

A região VG foi descrita pela primeira vez em 1954, pelo anatomista suíço Von Hochstetter e
seus colaboradores, como local alternativo e seguro para administração de medicamento
intramuscular (COCOMAN; MURRAY, 2010; GREENWAY, 2004).

Em 1957, Van Schmidt na Universidade de Basel, Suíça, realizou um estudo, em que foi
comparada a aplicação de contraste em cadáveres nas regiões VG e DG. Concluiu-se ser a VG
preferível a DG, pois foi observado que em algumas aplicações de contraste na região DG
resultou em depósito subcutâneo o que não foi encontrado na VG e ainda ser impossível a lesão
direta de nervos e vasos importantes. Em 1959, a técnica da VG foi introduzida nos serviços
médicos Veteran’s Administration Hospital de Topeka, no Kansas EUA. No Brasil, a primeira
publicação a respeito da VG foi em 1973 por Horta e Teixeira (MENESES; MARQUES, 2007).

A VG é indicada para administração de fármacos em indivíduos de qualquer idade ou tipo


físico, inclusive em pessoas magras, idosas, crianças e lactentes (CASTELLANOS, 1997;
DALMOLIN et al, 2013; JUNQUEIRA et.al, 2010). Também é o local preferível para
administração de substâncias viscosa e irritante (GIMENES; RAMOS, 2013; HUNTER, 2008).
O volume máximo recomendado não difere da DG, sendo quatro ml para adultos e em crianças
não deve ser superior a dois (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008).

A delimitação da região VG é descrito na literatura de várias formas, sendo consenso a


utilização da crista ilíaca supra anterior e o grande trocanter do quadril como referência. A
delimitação do local é realizada posicionando o dedo indicador na crista ilíaca e o dedo médio
ao longo da espinha ilíaca ântero superior com a mão espalmada formando um triângulo entre
os dedos indicador e médio e o grande trocanter do fêmur. O local da injeção é no centro deste
triângulo (GODOY et al., 2003; GREENWAY, 2004; HEMSWORTH, 2000).
31

Figura 5 – Região ventro glutea (músculo glúteo médio e mínimo)

FONTE: HUMSWORTH, 2000 (Modificada).

Embora não tenhamos encontrado nenhuma contra indicação para o uso da VG, a literatura
mostra que este sítio ainda é pouco adotado pelos profissionais de enfermagem, sendo a DG a
mais utilizada.

No Brasil, Gimenes e Ramos (2013) realizaram um estudo com os profissionais de enfermagem,


num hospital de pronto atendimento em uma cidade no interior do estado de São Paulo. O
estudo foi dividido em três etapas, sendo a primeira a identificação na frequência de
administração de medicamentos IM na VG, segunda fase capacitação dos profissionais de
enfermagem na técnica VG e na terceira fase, identificação da frequência de administração de
medicamento na VG após a capacitação. Antes da capacitação, 99% das administrações de
medicamento IM foram aplicadas na DG e nenhuma na VG; após a capacitação 93,3% das
injeções foram administradas no dorso glúteo, 5,1% na região ventro glútea 0,9% na região
vasto lateral da coxa e 0,7% na região deltoide (GIMENES; RAMOS, 2013).

Outro estudo realizado no Canadá observou que a frequência na escolha do local para a
administração de medicamento IM foi de 71% DG, 14% VG, 7,20% VLC e 7,20% D (WALSH;
BROPHY, 2010).

Nos EUA, a DG também é o local de primeira escolha e lá foram encontrados 75% das
administrações IM na DG e somente 12% na VG (CARTER-TEPLETON; MCCOY, 2008).
32

4.4 Aspectos Éticos da Enfermagem na Administração de Medicamento

A legislação do exercício profissional da enfermagem, Decreto Lei nº 94.406/87, artigo 11,


explicita as atribuições do auxiliar de enfermagem, no inciso III e em especial na alínea “a”
legaliza a ação de ministrar medicamentos por via oral e parenteral, e juntamente com o artigo
13, determina que as atividades do auxiliar e técnico de enfermagem só poderão ser exercidas
sob supervisão, orientação e direção do enfermeiro. O enfermeiro tem como responsabilidade
estar envolvido em todas as ações executadas pela equipe de enfermagem (BRASIL, 1987).

No Capítulo I, artigo 38 do Código de Ética do Profissional de Enfermagem, destaca-se que o


ato do enfermeiro delegar atividades à equipe, não faz refutar a sua responsabilidade no
atendimento das necessidades assistenciais e assim sendo, responderá solidariamente por
qualquer dano cometido ao paciente, por seus subordinados (COFEN, 2007).

Na legislação do exercício profissional inclui deveres e responsabilidades como se ver a


seguir:

Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de


Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência. Art. 13 – Avaliar criteriosamente sua competência técnica,
científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando
capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Art. 14- Aprimorar os
conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa,
família e coletividade e do desenvolvimento da profissão (COFEN, 2007).
Também no código de ética do profissional de enfermagem no Capítulo I, artigo 30, determina
que é proibido ao profissional a administração de medicamentos sem os conhecimentos do
mecanismo de ação da droga e de seus possíveis riscos (COFEN, 2007).

A administração de medicamento não é apenas uma tarefa mecânica a ser executada em


concordância com a prescrição e/ou com a medicação recebida da farmácia, requer o
julgamento do profissional, sendo essenciais os conhecimentos legais, éticos e técnicos
científicos que envolvam anatomia, fisiologia, bioquímica, farmacologia, matemática e
habilidades técnicas específicas para garantir segurança no procedimento (FAKIH; FREITAS;
SECOLI, 2009; FRANCO et al, 2010; MENESES; MARQUES, 2007).

4.5 Formação Básica dos Profissionais de Enfermagem

O ensino e a prática da enfermagem no Brasil passaram por várias transformações ao logo dos
anos, passando da imagem vocacional para o campo profissional. Até o final do século XIX, os
cuidados de enfermagem eram embasados nos conhecimentos empíricos, e executados
principalmente por religiosos e por voluntários leigos, sem exigência de qualquer nível de
33

escolaridade. Geralmente as pessoas eram treinadas em instituições religiosas para exercerem


os cuidados de enfermagem, sendo o principal enfoque o curativo (SCHERER; SCHERER;
CARVALHO, 2006).

Em 1923, na cidade do Rio de Janeiro, foi criada a escola Anna Nery, uma das primeiras escolas
de enfermagem do Brasil, preparando os enfermeiros especialmente para a docência, pois as
atividades técnicas eram executadas por profissionais sem maiores preparos (SCHERER;
SCHERER; CARVALHO, 2006).

Em 1946, as escolas de enfermagem passaram integrar as universidades, época em que a união


passou a legislar sobre a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB). Em 1962, sob
essa orientação, elaborou o currículo mínimo para a formação do enfermeiro com enfoque no
atendimento individual e curativo com formação tecnicista (SCHERER; SCHERER;
CARVALHO, 2006).

Em 1949, a formação do auxiliar de enfermagem foi estabelecida por meio da lei n° 775/49 a
qual estipulava as normas mínimas para a formação desse profissional, sendo o curso
profissionalizante com duração de 18 meses, exigindo que o candidato possuísse o nível
primário de educação. Já o curso técnico de enfermagem foi criado em 1966, com nível de
ensino secundário, e o auxiliar de enfermagem passa a ser exigido o ensino fundamental. Difere
a formação do auxiliar e técnico de enfermagem a carga horária teórico e prática do curso (ITO;
TAKAHASHI, 2005).

A maioria das instituições de ensino utilizava o modelo pedagógico tradicional na formação,


sendo o professor considerado o detentor do saber, transmitindo de forma verticalizada os
conhecimentos e o aluno sujeito passivo, recebedor de informações descontextualizado,
evidenciando a dicotomia entre a teoria e a prática (SCHERER; SCHERER; CARVALHO,
2006).

Esse modelo de ensino tradicional pautado no modelo biologicista, tecnicista e fragmentado,


nos últimos anos, tem passado por tentativas de mudanças. Nas últimas décadas, o país passou
por mudanças políticas e econômicas e, consequentemente, a formação profissional foi
impulsionada a adequar seus currículos para atender a demanda do mercado de trabalho local e
regional (SCHERER; SCHERER; CARVALHO, 2006).

Diante das necessidades de adequar a atuação dos profissionais de saúde com a política de saúde
e a formação profissional, foi incorporada a integração entre saúde e educação nas Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) (MARTINÉLI et al, 2011).
34

As DCN para o curso de Graduação em Enfermagem (DCN/ENF) foram definidas por meio da
resolução CNE/CES Nº 03 de 07/11/2001, determinando o processo de formação do
profissional e o perfil do enfermeiro egresso, estipulando competências e habilidades gerais a
serem adquiridas na formação acadêmica, como a atenção à saúde abrangendo as ações de
prevenção, promoção, proteção e reabilitação, tanto em nível individual como coletivo,
comunicação, tomada de decisões, liderança, educação permanente, administração e
gerenciamento (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 2001).

Com a efetivação do SUS, o Ministério da Saúde instituiu-se a política de Educação Permanente


em Saúde (EPS), como uma política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para
o SUS, a ser desenvolvida nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). A ênfase
dessa política é a capacitação de profissionais de saúde e formação de trabalhadores de nível
técnico para atender as demandas dos serviços de saúde, com enfoque regional (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2009).

A EPS preconiza o ambiente de trabalho como o ponto de partida para o aprender e o ensinar,
ou seja, há a troca de conhecimentos e experiência entre os profissionais a partir de problemas
enfrentados no dia a dia. Portanto, as necessidades de formação e capacitação surgem nas
relações cotidianas do trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Silva et al (2013) acreditam que a educação permanente é uma estratégia útil na manutenção de
conhecimentos atualizados para os profissionais de enfermagem, na prática baseada em
evidências científicas

Gimenes, Machado e Atila (2014), avaliaram os conhecimentos dos profissionais antes e após
treinamento teórico e prático sobre a técnica de administração de medicamento IM na região
ventro glútea e concluíram que os profissionais que tinham dificuldade em colocar em prática
o aprendizado da técnica adquirida durante a sua formação profissional, após o treinamento
houve uma significativa adesão à técnica ensinada. Sugerindo assim, a implantação de
programas de educação continuada nos serviços de saúde, para os profissionais de enfermagem,
com ensino teórico e prático, utilizando metodologias interativas, propiciando maior segurança
nos procedimentos.

A administração de medicamentos exige aprimoramento dos conhecimentos é uma das


atividades de responsabilidade do enfermeiro do auxiliar e técnico de enfermagem. O
enfermeiro é responsável pela supervisão e transmissão de conhecimentos aos demais membros
da equipe de enfermagem (BRASIL, 1987).
35

Muitos autores relatam que os profissionais de enfermagem apresentam dificuldades na


execução das técnicas de administração de medicamento IM devido a falhas na formação
profissional (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008; DALMOLIN et al., 2013;
GREENWAY, 2004; GODOY; NOGUEIRA; MENDES, 2003).

A educação continuada é uma ferramenta que propicia a atualização e o desenvolvimento dos


profissionais de enfermagem, compete aos gestores das instituições de saúde identificar
possíveis deficiências nas atividades práticas e planejar ações educativas para minimizar falhas
(AZEVEDO FILHO et al, 2012).
36

5 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado no período de fevereiro a maio de 2014,


em unidades pré-hospitalares fixas de urgência da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-
Go. As unidades foram: Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS); Centro Integrado de
Assistência Médica Sanitária (CIAMS) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Apesar de
denominações diferentes, as missões são idênticas, seguem as diretrizes preconizadas na
portaria GM 1601/11 do Ministério da Saúde, a qual estabelece a implantação de Unidades de
Pronto Atendimento com funcionamento ininterrupto por 24 horas. São unidades de
complexidades intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a rede hospitalar
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

As unidades pré-hospitalares fixas de urgência possuem: serviços de apoio e diagnóstico,


consultórios, sala de sutura, sala de injeções, sala de reanimação, enfermarias de observação
nas quais os pacientes permanecem até 24 horas para estabilização ou esclarecimento de
diagnóstico.

5.1- Local do Estudo:

A investigação foi realizada em 12 das unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica e


pediátrica (CAIS, CIAMS e UPA) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-Go. Nestas
unidades são prestadas assistência de urgência clínica e pediátrica de média complexidade. Os
pacientes são oriundos de demanda espontânea, encaminhados de Unidades Básicas de Saúde
(UBS) e também pacientes transportado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) e Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (SIATE).

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia – GO, atualmente está subdividida em sete


Distritos Sanitários (Figura 6), possuindo 14 unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica
e pediátrica, localizadas nos 10 CAIS, três CIAMS e uma UPA, distribuído conforme descrito
abaixo:

 Distrito Oeste: CAIS Bairro Goiá

 Distrito Sul: CIAMS Jardim América

 Distrito Campinas Centro: CAIS de Campinas, CAIS Deputado João Natal

 Distrito Norte: CAIS Jardim Guanabara III e CIAMS Urias Magalhães

 Distrito Sudoeste: CIAMS Novo Horizonte, UPA Itaipu


37

 Distrito Leste: CAIS Amendoeiras, CAIS Chácara do Governador, CAIS Novo Mundo

 Distrito Noroeste: CAIS Cândido de Morais, CAIS Curitiba, CAIS Finsocial.

Não foram incluídos na pesquisa duas unidades: o CIAMS Novo Horizonte e o CIAMS Urias
Magalhães, porque estavam fechadas para reforma no período da coleta de dados.

Figura 6- Município de Goiânia-Go, segundo divisão em Distritos Sanitários

FONTE: disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=mapa+de+goiania+com+os+distrito+sanitario&.espv=2
&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Du-9TcTOZZUT-M%253A%2 (Modificado).

5.2 - População Alvo

A população do estudo constituiu-se por 172 enfermeiros e 646 auxiliares e técnicos de


enfermagem (Quadro 01) que trabalhavam nas unidades pré-hospitalares fixas de urgência
clínica e pediátrica (CAIS, CIAMS e UPA) da SMS de Goiânia-GO.

Nessas unidades, os enfermeiros são responsáveis pelos cuidados aos pacientes atendidos na
sala de reanimação, sutura e injeções, enfermarias de observação, e também pelo acolhimento
com avaliação de risco.
38

Os auxiliares e técnicos de enfermagem executam os cuidados de preparo e administração de


medicamentos, aferição de sinais vitais, cuidados de higiene, preparo de material para execução
de procedimentos, dentre outros, sendo essas atividades realizadas sob orientação e supervisão
do enfermeiro.

O regime de trabalho dos profissionais de enfermagem era de 30 horas semanais. A maioria


trabalhava em esquema de plantão de 12/60 horas, somente 23 enfermeiros e seis
auxiliares/técnicos de enfermagem cumpriam seis horas diária de trabalho.

Quadro -1 Número de profissionais de enfermagem que trabalham nas unidades pré-


hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia,
de acordo com horário de trabalho, e participação no estudo no período de fevereiro a maio-
2014.

Enfermeiro Auxiliar/Técnico Participaram do Estudo


Distrito Sanitário de enfermagem
Diurno Noturno Diurno Noturno Enfermeiro
Auxilia/Técnico
de enfermagem
Oeste 07 07 25 27 05 11
Sul 06 06 16 20 02 09
Campinas Centro 23 11 65 59 18 23
Norte 07 04 24 18 13 23
Sudoeste 14 09 40 42 06 09
Leste 24 20 81 78 05 18
Noroeste 19 15 77 74 09 25
100 72 328 318 58 118
Total 172 646 176
FONTE: Dados fornecidos pelo Departamento de Urgência da SMS- Goiânia-Go (Modificado)

5.2.1 - Critérios de Inclusão:

 Ser profissional de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem),


trabalhar em unidade pré-hospitalar fixas de urgência clínica e pediátrica de Goiânia-
GO e estar presente na data da coleta de dados.
 Não estar de férias ou licença durante o período de coleta de dados.
39

5.3 Amostra

A amostra constituiu-se de 176 profissionais de enfermagem, o que representa 21,5% do total


de profissionais que trabalhavam nas unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica e
pediátrica da SMS de Goiânia-Go.

Aceitaram participar da pesquisa: 58 enfermeiros, 111 técnicos de enfermagem e 07 auxiliares


de enfermagem, distribuídos em todas as unidades dos Distritos Sanitários (Quadro 1). Não
quiseram participar do estudo 09 enfermeiros e 49 auxiliares ou técnicos de enfermagem
totalizando 58 recusas.

5.4 - Variáveis:

 Dados sócios demográficos: idade, sexo, tempo de atuação na enfermagem;


 Frequência em administrar medicamento IM;
 Conhecimentos adquiridos durante a formação profissional a respeito das técnicas de
administração de medicamento IM;
 Local utilizado com maior frequência na administração de medicamentos IM, pelo
profissional de enfermagem;
 A experiência do profissional em relação aos músculos indicados para a administração
de medicamentos IM;
 Músculo no qual o profissional nunca administrou medicamento IM, e quais os motivos;
 Critérios utilizados na escolha do local para a administração de medicamento IM;
 Ordem de escolha da região muscular para administração de medicamento IM;
 Volume máximo de medicamento que se aplica em cada músculo (D, VLC, DG, VG);
 Região muscular utilizada de acordo com o tipo do fármaco (oleoso, aquoso ou leitoso);
 Músculo escolhido para administrar medicamento conforme o ciclo de vida (recém-
nascido, lactente, crianças, adultos, idosos);
 Região muscular utilizada de acordo com o tipo físico do indivíduo (obesos e
magérrimos); (Apêndice A).

5.5 - Coleta de Dados:

A Escola Municipal de Saúde Pública da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-Go emitiu


o encaminhamento de pesquisa aos Distritos Sanitários: Oeste (Anexo B), Sul (Anexo C),
Campinas Centro (Anexo D), Norte (Anexo E), Sudoeste (Anexo F), Leste (Anexo G), Noroeste
(Anexo H), após a ciência do diretor dos Distritos, no qual a pesquisadora visitou as unidades
40

pré-hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica com o encaminhamento e apresentava o


projeto do estudo solicitando a autorização do diretor e ou coordenador das mesmas para iniciar
a coleta dos dados. Com o consentimento, era iniciado a coleta para o estudo.

A coleta de dados foi realizada exclusivamente pela pesquisadora, realizada no próprio


ambiente de trabalho dos profissionais. Utilizou-se um questionário estruturado autoaplicável,
contendo 29 perguntas fechadas sobre a temática em questão (Apêndice A). Esse instrumento
foi elaborado e validado por cinco especialistas da área.

Os profissionais foram abordados individualmente pela pesquisadora que orientava sobre os


objetivos do estudo, e após ter lido e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) (Apêndice B). Àqueles que aceitavam participar da pesquisa foi entregue o
questionário. Foi garantido a privacidade para responder ao questionário, com o afastamento da
pesquisadora que retornava após 20 minutos para recolher o instrumento de coleta de dados já
respondido.
Várias visitas a cada unidade foram necessárias para conseguir coletar os dados, em algumas
unidades de saúde houveram sete visitas, devido ao fluxo de trabalho intenso e as escalas de
serviço que eram em esquema de plantão 12/60 horas.

5.6 - Análise dos Dados

A análise descritiva foi realizada por meio de distribuição de frequências absolutas e relativas,
com o uso do programa SPSS. Para a análise dos dados foi dividido a categoria de enfermagem
em dois grupos, sendo enfermeiros versos auxiliares/técnicos de enfermagem. Os valores de P
abaixo de 0,005 foram considerados estatisticamente significante. Os dados são apresentados
na forma tabelas e figuras.

5.7 - Aspectos Éticos:

O presente estudo foi realizado após a anuência da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-
Go e a apreciação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade
Federal de Goiás – UFG, sob o parecer de número 523.725 em 03 de fevereiro de 2014 (Anexo
A).
41

6 RESULTADOS

Participaram do estudo 176 profissionais de enfermagem que trabalhavam em unidades pré-


hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-
Go, sendo 58 (33,0 %) enfermeiros, 111 (63,0 %) técnicos de enfermagem e sete (4.0%) auxiliar
de enfermagem.

A tabela 01 apresenta a caracterização sociodemográfica dos profissionais pesquisados. O sexo


feminino foi predominante (91,5%) com idade média entre 31 e 40 anos (35,8%), possuindo
até 10 anos (60,3%) de atuação na enfermagem, e 132 (75,0%) trabalhando no período diurno.

Tabela 1- Características sociodemográficas dos 176 profissionais de enfermagem em unidades


pré-hospitalares fixas de urgência no município de Goiânia-GO – 2014.
Características N (176) %

Categoria profissional
Enfermeiro 58 33,0
Técnico de enfermagem 111 63,1
Auxiliar de enfermagem 7 4,0

Sexo
Masculino 15 8,5
Feminino 161 91,5

Idade (anos)
≤ 30 39 22,2
31-40 63 35,8
41-50 46 26,1
>50 28 15,9

Tempo de profissão (anos)


≤5 55 31,6
5-10 50 28,7
11-15 36 20,7
16-20 13 7,5
>20 20 11,5

Período de trabalho
Diurno 132 75,0
Noturno 33 18,8
Diurno e noturno 11 6,3

Em relação à frequência da administração dos medicamentos por via intramuscular 99,0% dos
auxiliares/técnicos de enfermagem referiram que realizavam regularmente, enquanto que os
enfermeiros, 32,7% raramente e 5,2% nunca o faziam (Figura 07).
42

Figura 07 – Frequência de enfermeiro e auxiliares/técnicos de enfermagem que realizam a


administração de medicamentos IM, em unidades pré-hospitalares fixas de urgência no
Município de Goiânia-GO – 2014

99,0%

62,1%

32,7%

1,0% 5,2% 0

REGULARMENTE RARAMENTE NÃO

Enfermeiro Auxiliar/Técnico Enf

A tabela 02 apresenta os conhecimentos e práticas dos enfermeiros e auxiliares/técnicos de


enfermagem na administração de medicamentos IM no cotidiano de suas atividades laborais, e
do conhecimento adquirido na formação profissional. O músculo deltoide (100% e 95,6%) e
dorso glúteo (96,6% e 98,1%) foram as regiões que os enfermeiros e auxiliares/técnicos de
enfermagem, respectivamente referiram que mais obtiveram informações e prática durante o
curso de formação. A região ventro glútea foi referida por 29,4% dos enfermeiros e 32,3% dos
auxiliares/técnicos de enfermagem como a técnica não informada durante a formação
profissional.

Dos enfermeiros 64,9% relataram ter experiência na administração de medicamento IM em


todas as regiões musculares, mas menos da metade dos auxiliares/técnicos de enfermagem,
(41,0%), fizeram essa afirmação, sendo essa diferença estatisticamente significante (0,003).

Os critérios utilizados na escolha do local para administração do medicamento IM pelos


enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem, respectivamente foram: o volume da
medicação (77,6% e 59,3%), a idade (60,3% e 49,2%), musculatura do usuário (41,4% e
43

24,6%), tamanho da agulha (24,1% e 12,7%), espessura do tecido adiposo (15,5% e 7,6%),
preferência do usuário (3,4% e 4,2%) e prática cotidiana do serviço (8,6% e 27,1%), sendo que
este último apresentou uma diferença estatisticamente significante entre enfermeiros e
auxiliares/técnico de enfermagem (0,005), e o tamanho da agulha apresentou diferença
marginal (0,08).

A região dorso glútea foi citada como a mais utilizada para a administração de medicamento
IM em adultos, tanto pelos enfermeiros (56,6%) quanto pelos auxiliares/técnicos de
enfermagem (69,8%). Tendo como segunda opção pelos enfermeiros, a região deltoide
(17,5%).

Enfermeiros (31,5%) e auxiliares/técnicos de enfermagem (41,9%) relataram que nunca


administraram medicamento na região ventro glútea, justificando que os motivos são: o
desconhecimento da técnica (52,2% e 33,8) e insegurança (21,7% e 29,9%) dos enfermeiros e
auxiliares/técnicos de enfermagem, respectivamente. Os auxiliares/técnicos de enfermagem
alegaram dificuldade em identificar o local corretamente, tendo diferença marginal entre os dois
grupos (0,07).
44

Tabela 2 – Conhecimentos e práticas dos enfermeiros e auxiliar/técnico de enfermagem, na


administração de medicamento IM, em unidades pré-hospitalares fixas de urgência de Goiânia-
GO- 2014
Categoria de enfermagem
Prática profissional/conhecimentos Técnico e Auxiliar de P
Enfermeiro (N58) enfermagem (N118)
N % N %
Conhecimentos na formação*
deltoide 57 100,0 105 95,6 0,299
dorso glúteo 56 96,6 109 98,1 0,769
vasto lateral da coxa 55 96,5 101 92,7 0,325
ventro glúteo 36 70,6 65 67,7 0,720

Sítio preferido de aplicação


deltoide 10 17,5 11 9,5
dorso glúteo 34 59,6 81 69,9 0,258
vasto lateral da coxa 4 7,1 12 10,3
ventro glúteo 9 15,8 12 10,3

Sítios que nunca aplicou*


deltoide 0 0 04 3,4
dorso glúteo 01 1,8 04 3,4 0,314
vasto lateral da coxa 01 1,8 12 10,3
ventro glúteo 18 31,5 49 41,9

Experiência na administração IM em 37 64,9 48 41,0 0,0003


todos os sítios

Motivo de nunca aplicar injeção em


determinado local*
insegurança 05 21,7 23 29,9
dificuldade de identificar o local correto 0 0 15 19,4 0,07
recusa do usuário 06 26,1 13 16,9
desconhece as técnicas de injeções 12 52,2 26 33,8

Critérios utilizados na escolha do


sítio*
idade 35 60,3 58 49,2 0,162
preferência do usuário 02 3,4 05 4,2 0,801
prática cotidiana 05 8,6 32 27,1 0,005
volume do medicamento 45 77,6 70 59,3 0,019
tamanho da agulha 14 24,1 15 12,7 0,08
músculo 24 41,4 29 24,6 0,035
massa corpórea 09 15,5 09 7,6 0,118
*O indivíduo poderia ter mais de uma resposta.
45

A tabela 03 apresenta os resultados referentes às práticas dos enfermeiros e auxiliares/técnicos


de enfermagem, a respeito da administração de medicamento IM, de acordo com volume e
características do fármaco, ciclo de vida e estrutura física do indivíduo.

A região vasta lateral da coxa foi a mais utilizada em recém-nascidos (85,7% e 76,5%) e
lactentes (80,4% e 70,2%), seguida pela região dorso glútea em recém-nascidos (5,4% e 13,9%)
e lactente (10,7% e 14,0%) e, a região deltoide em recém-nascidos (5,4% e 6,1%) e lactentes
(7,1% e 8,8%) pelos enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem, respectivamente.

A região dorso glútea foi o local mais referido para a aplicação de injeções em crianças (44,6%
e 50,9%), adulto (61,8% e 65,8%), idoso (64,3% e 65,8%), e em obeso (62,5% e 60,9%), tanto
pelos enfermeiros quanto pelos auxiliares/técnicos de enfermagem, respectivamente.
46

Tabela 3– Conhecimentos e práticas dos enfermeiros e auxiliar/técnicos de enfermagem na


administração de medicamento IM, de acordo com volume do fármaco, ciclo de vida e estrutura
física do indivíduo, em unidades pré-hospitalares fixas de urgência de Goiânia-GO- 2014
Prática profissional Categoria de enfermagem
Enfermeiro (N58) Técnico/auxiliar enferma. (N118) P
N % N %
Volume máximo de liquido por sitio
recomendado para adultos
Deltoide
Até 2 mL 24 41,4 39 33,1 0,317
>2mL 34 58,6 79 66,9
Ventro glúteo
Até 4 mL 13 30,4 33 32,0 1,00
>4 mL 32 69,6 70 68,0
Dorso glúteo
Até 4 mL 14 25,5 23 20,4 0,454
>4mL 41 74,5 90 79,6
Vasto lateral da coxa
Até 3mL 19 32,8 29 24,6 0,252
>3mL 39 67,2 89 75,4
Sitio utilizado para injeções em:
Recém-nascidos
deltoide 03 5,4 07 6,1 0,475
vasto lateral da coxa 48 85,7 88 76,5
ventro glúteo 02 3,5 03 2,6
dorso glúteo 03 5,4 16 13,9
todos os sítios 0 0 01 0,9
Lactentes
deltoide 04 7,1 10 8,8 0,531
vasto lateral da coxa 45 80,4 80 70,2
ventro glúteo 01 1,8 05 4,4 0
dorso glúteo 06 10,7 14 14,0
todos os sítios 0 0 03 2,6
Crianças
deltoide 01 1,8 04 3,4 0,711
vasto lateral da coxa 23 41,1 36 31,1
ventro glúteo 06 10,7 13 11,2
dorso glúteo 25 44,6 59 50,9
todos os sítios 01 1,8 04 3,4
Adultos
deltoide 01 1,8 01 0,9
vasto lateral da coxa 0 0,0 02 1,8
ventro glútea 16 29,1 28 24,5
dorso glúteo 34 61,8 75 65,8
todos os sítios 04 7,3 08 7,0
Idosos
deltoide 01 1,8 01 0,9 0,962
vasto lateral da coxa 02 3,5 04 3,4
ventro glúteo 14 25,0 30 26,4
dorso glúteo 36 64,3 75 65,8
todos os sítios 03 5,4 04 3,5
Obesos
deltoide 04 7,1 02 1,8 0,319
vasto lateral da coxa 03 5,4 05 4,3
ventro glúteo 09 16,1 29 25,2
dorso glúteo 35 62,5 70 60,9
todos os sítios 05 8,9 09 7,8
Magros
deltoide 0 0,0 1 0,9 0,400
vasto lateral da coxa 07 12,5 23 20,5
ventro glúteo 24 42,9 32 28,6
dorso glúteo 23 41,1 54 48,2
todos os sítios 02 3,5 02 1,8
47

O sítio escolhido para a administração de medicamentos com característica leitosa foi a região
dorso glútea (48,2% e 54,8%) seguida da região ventro glútea (48,2% e 39,1%) pelos
enfermeiros e auxiliares/ técnicos de enfermagem, respectivamente (Figura 08)

Figura 08 – Sítio utilizado pelos enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem na


administração de medicamentos com características leitosa, em unidades pré-hospitalares fixas
de urgência no município de Goiânia-GO – 2014 (p= 0,625)

54,8%

48,2% 48,2%

39,1%

3,6% 5,2% 0,9%

QUALQUER LOCAL DG VG VLC

Enfermeiro Técnico/Auxiliar de enfermagem

Para os medicamentos em veículo oleoso, 52,6% dos enfermeiros referiram utilizarem a região
ventro glútea e 42,1% a dorso glútea. Assim como 49,1% dos auxiliares/técnicos de
enfermagem utilizam a dorso glútea e 37,9% a ventro glútea (Figura 09).
48

Figura 09 - Sítio utilizado pelos enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem na


administração de medicamentos com características oleosas, nas unidades pré-hospitalares
fixas de urgência no município de Goiânia-GO – 2014 (p=0,250).

52,6%
49,1%

42,1%
37,9%

3,5% 7,8% 0 3,4% 1,8% 1,7%

QUALQUER LOCAL DG VG VLC D

Enfermeiro Técnico /Auxiliar de enfermagem

A preferência dos enfermeiros (42,6%) e auxiliares/técnicos de enfermagem (50,9%), ao local


para aplicação de medicamentos em veículo aquoso foi a região vasto lateral da coxa (Figura
10).

Figura 10 – Sítio utilizado pelos enfermeiros técnicos/auxiliares de enfermagem na


administração de medicamentos com características aquosa, nas unidades pré-hospitalares fixas
de urgência no município de Goiânia-GO – 2014 (p=0,776).

50,9%

42,6%

25,9%
23,7%
18,5%
14,9%

7,4% 7,9% 5,6% 2,6%

QUALQUER LOCAL DG VG VLC D

Enfermeiro Técnico/Auxiliar de enfermagem
49

7 DISCUSSÃO

Este estudo é o primeiro que investiga o conhecimento e prática dos profissionais de


enfermagem na administração de medicamentos por via intramuscular, em unidades pré-
hospitalares fixas de urgência, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-Go.

A maioria dos profissionais investigados são do sexo feminino, técnicos de enfermagem, com
até 40 anos de idade e 10 anos de atuação na profissão, o que não difere do perfil encontrado
por outros autores em estudos brasileiros (GIMENES; RAMOS, 2013; GODOY; NOGUEIRA;
MENDES, 2003). Silva et al (2013) encontraram 84,0% de auxiliares ou técnicos de
enfermagem em unidades de urgência e emergência, mas com média de atuação na profissão
de 16,76 anos foi superior ao encontrado no presente estudo.

A administração de medicamentos injetáveis é um procedimento comum para os profissionais


de enfermagem, pois essa categoria profissional é responsável pela execução dessa atividade
nas instituições de saúde e em unidades de urgência. A prática de administrar medicamento IM
é rotineira devido à frequência na prescrição por ser uma via de rápida absorção (AZEVEDO
FILHO et al, 2012).

No entanto, as complicações provenientes da administração de medicamentos IM inseguras,


causam graves consequência para o paciente, como lesões de musculaturas, neurais e
vasculares, podendo ainda produzir sequelas físicas irreversíveis e a morte, além de processos
jurídicos ao profissional e altos custos ao Sistema de Saúde (MIASSO; CASSIANI, 2000).

A maioria dos auxiliares/técnicos de enfermagem relataram administrar medicamentos IM


regularmente. Enquanto que 37,9% dos enfermeiros referiram que raramente ou nunca
administram medicamentos IM. Walsh e Brophy (2010), também encontraram um índice
elevado (16,7%) de enfermeiros que raramente ou nunca aplicam injeções.

Nas unidades pré-hospitalares fixas de urgência clínica e pediátrica de Goiânia, os enfermeiros


são responsáveis pelos cuidados de enfermagem aos pacientes atendidos na sala de reanimação,
sala de sutura e injeção, enfermarias de observação e acolhimento com avaliação de risco. Neste
estudo não foi investigado se o enfermeiro que realiza o acolhimento é exclusivo, ou se há
revezamento de escalas, o que pode ter contribuído para o alto índice de enfermeiros que
raramente ou nunca realizam injeções, necessitando de mais investigação para avaliar esta
questão.
50

Investigou-se os conhecimentos em relação às regiões de administração de medicamentos


injetáveis por via IM recebidos durante a formação profissional, as respostas foram
semelhantes, tanto dos profissionais de nível superior, como do médio e técnico. As regiões DG
e D foram citadas pela maioria destes profissionais, sendo que a VG é referida na literatura
como o local mais seguro para o paciente (DALMOLIN et al, 2013; GREENWAY, 2004),
obteve 29,4% dos enfermeiros e 32,3% dos auxiliares/técnicos de enfermagem responderam
que não aprenderam a técnica durante a sua formação profissional. Silva et al (2013) também
encontraram respostas semelhantes, sendo as regiões DG e D as mais lembradas pela maioria
dos profissionais como técnica aprendida na instituição de ensino, 72% dos profissionais de
enfermagem negaram ter tido informações da técnica VG durante a formação profissional.

A deficiência na busca de novos conhecimentos a respeito da administração de medicamentos


injetáveis por via IM, parece ser da formação acadêmica e básica dos profissionais de
enfermagem. A utilização das práticas tradicionais, como as regiões DG e a D, sobrepõe-se às
demais como as do vasto lateral da coxa e ventro glútea, apesar de oferecem maior risco de
lesões neurais e vasculares (GIMENES; MACHADO; ATILA, 2014).

Outros pesquisadores atribuem essa falha à deficiência no ensino, com método tradicional de
bancada, falta de inovações para técnicas simples e usual, como uso de laboratórios de
simulação realística para a transmissão de novos conhecimentos (CARTER-TEMPLETON;
MCCOY. 2008; GODOY et al, 2004; GREENWAY, 2004; SCHERER; SCHERER;
CARVALHO, 2006).

Nessa investigação, evidenciou-se que as técnicas ensinadas durante a formação são também
as mais praticadas pelos profissionais. Como a região VG não é técnica tradicional, foi
mencionada como desconhecida na formação acadêmica por vários profissionais, sendo a de
menor uso na prática clínica, já a região DG foi referida como a de maior uso na prática
profissional.

Quando comparado a experiência com todas as regiões de administração de injeções entre os


profissionais de enfermagem, encontrou-se diferença estatística significante (P=0,003) entre as
categorias de ensino fundamental e médio e o superior, sendo que as duas primeiras categorias
referiram não ter experiência em administrar medicamentos IM, em todas as regiões
preconizadas.

O alto percentual (59,0%), de auxiliares/técnicos de enfermagem que responderam não terem


experiência em administrar medicamento IM em todas as regiões musculares, é um dado que
51

chama a atenção, uma vez que o esperado seria que tivessem conhecimentos e habilidades para
executar todas as técnicas disponíveis. No Brasil, o auxiliar e o técnico de enfermagem são os
que realizam a administração de medicamentos na maioria das instituições de saúde
(COIMBRA; CASSIANI, 2001).

Segundo Walsh e Brophy (2010), os profissionais que aprenderam a teoria e a prática com uso
de laboratório são mais propensos a utilizar todas as técnicas na prática clínica. Apesar de
possíveis falhas existentes na formação, o profissional deve aprimorar os seus conhecimentos
técnicos e científicos, embasando suas ações em evidências científicas. O código de ética dos
profissionais de enfermagem atribui o aprimoramento de conhecimentos como uma
responsabilidade do profissional (COFEN, 2007).

Ao investigar o volume máximo indicado para cada região muscular em pessoas adultas, as
respostas preponderantes tanto dos enfermeiros como dos auxiliares/técnicos de enfermagem
foram: no musculo deltoide volume superior a dois ml, ventro glútea e dorso glútea volume
superior a quatro ml e acima de três ml na região vasto lateral da coxa. Percebe-se que os
conhecimentos em relação ao volume máximo para cada região muscular não estão de acordo
com o recomendado na literatura (SMALL, 2004).

Small (2004) recomenda que o volume máximo de medicamento para uma musculatura bem
desenvolvida deve ser de quatro ml para adultos, dois ml em crianças acima de dois anos e
também em indivíduo com musculatura pouco desenvolvida. Em crianças menores de dois anos
esse volume é de até um ml. Já na região D, independentemente do tipo de musculatura o ideal
é de até um ml. Volume acima do recomendado, favorece a ocorrência de eventos adversos
como compressão de vasos e nervos, e consequentemente riscos de lesões vasculares com
hiperemia, edema e necroses do tecido muscular, dentre outros (CARTER-TEMPLETON;
MCCOY,2008).

A literatura contra indica o uso da DG em crianças abaixo dos dois anos de idade devido ao
pouco desenvolvimento dessa musculatura e sua estrutura não ser bem definida, aumentando o
risco de lesão do nervo isquiático e da artéria glútea superior, assim como a região do músculo
deltoide pelo mesmo motivo, aumentando o risco de lesões neurais e vasculares (CARSTENS,
2010). Para pessoas obesas há o risco do medicamento ser injetado no tecido subcutâneo
afetando negativamente a taxa de absorção além de provocar lesões locais. Então, a melhor
opção é a região VLC (HUNTER, 2008; SMALL, 2004).
52

Nesse quesito, também foi preocupante o que a maioria dos profissionais que executam a
técnica relataram: que independentemente da idade e tipo físico, a região preferida foi a DG. E
ainda, os profissionais que são legalmente responsáveis pela supervisão, que são os
enfermeiros, responderam ser a VG indicada apenas para pessoas magras, não sendo citada para
faixas etárias extremas (crianças e idosos).

Os medicamentos viscosos são pouco solúveis tornando a absorção lenta e deve ser evitado a
administração destes no músculo deltoide, com risco do medicamento alcançar o interior dos
vasos ou intramural e provocar distúrbios isquêmicos, necroses e amputação nas extremidades
dos membros (DUQUE; CHAGAS, 2009).

Ainda, em relação aos locais escolhidos pelos profissionais de acordo com as características
das substâncias, os medicamentos em veículo aquosos são administrados preferencialmente na
região VLC, tanto pelos enfermeiros como pelos auxiliares/técnicos de enfermagem. No caso
das substâncias em veículo oleoso, os enfermeiros citaram com maior frequência a VG e
auxiliares/técnicos de enfermagem a DG. No entanto, houve um percentual de 3,5% dos
enfermeiros e também de 7,8% dos auxiliares/técnicos de enfermagem que citaram a utilização
de qualquer região, sem critérios de escolha.

Ao executar a administração de medicamento IM é fundamental que o profissional faça a


avaliação individual do cliente considerando, a idade, desenvolvimento muscular, espessura do
tecido adiposo, o volume e tipo de substância a ser injetada, e a preferência do usuário se não
houver contra indicação de riscos de acidentes. No entanto, dá-se preferência às regiões livres
de grandes vasos e nervos, reduzindo o risco de eventos adversos e garantindo maior segurança
ao paciente (SMALL, 2004).

Quando avaliado quais os critérios utilizados na escolhe da região para administrar


medicamentos IM, os profissionais responderam que a prioridade é o volume da substância a
ser injetada, seguido da idade do paciente, tamanho do músculo, tamanho da agulha, espessura
do tecido adiposo e preferência do usuário. As respostas diferem para as duas categorias,
encontrado diferença estatisticamente significante (P=0,005) entre os enfermeiros e os
auxiliares/ técnicos de enfermagem que relataram que utilizam o critério das práticas cotidianas
do serviço para administrar as injeções IM. Este achado reforça a importância da utilização de
protocolos que oriente os procedimentos de enfermagem. A resposta dos enfermeiros desse
estudo ratifica os encontrados por Godoy; Nogueira; Mendes (2004), no qual os critérios usados
pelos profissionais, na ordem decrescente foram: o desenvolvimento muscular, tipo de droga,
idade e espessura do tecido adiposo. O critério na escolha do local para administrar
53

medicamentos IM deve ser cuidadoso, seguindo evidências científicas para maior segurança do
paciente, já que esta é uma prática cotidiana do serviço.

A educação continuada é uma ferramenta que propicia a atualização e o desenvolvimento dos


profissionais de enfermagem, outra ferramenta útil a ser usada e que contribui na redução de
erros na administração de medicamentos são os protocolos. Compete aos gestores das
instituições de saúde implementar ações que favoreça a qualificação dos profissionais e a
segurança na assistência (AZEVEDO FILHO et al, 2012).

A região dorso glútea (59,6%) seguida das regiões deltoide (17,5%), ventro glútea (15,8%) e
vasto lateral da coxa (7,1%), foram os locais citados pelos enfermeiros como preferidas para
aplicação das injeções. Os auxiliares/técnicos de enfermagem escolheram como primeira opção
a região dorso glútea (69,9%), seguido pela ventro glútea e vasto lateral da coxa (10,3%) com
os mesmos percentuais, e o último sitio escolhido por esta categoria foi o deltoide (9,5%). A
ordem de escolha recomendada na literatura é a VG, DG, VLC e D (GODOY; NOGUEIRA;
MENDES, 2004; GREENWAY, 2004).

Estes resultados são semelhantes a outros estudos que demonstraram a preferência dos
profissionais de enfermagem na utilização da região dorso glútea, tanto no Brasil como em
outros países como EUA, Canadá e Reino Unido (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008;
DALMOLIN et al, 2013; GREENWAY, 2004; WALSH; BROPHY, 2010).

Gimenes e Ramos (2013) realizaram pesquisa com profissionais de enfermagem em uma


unidade de pronto socorro no interior do Estado de São Paulo, em um estudo de três etapas,
identificaram a frequência de administração de medicamentos na região VG, e a ordem na
escolha da região para aplicação de injeção IM que foram a DG, VLC, D, e não houve citação
da VG, sendo a maioria administrada na DG. Na segunda etapa, foi realizada capacitação, e na
terceira a reavaliação na frequência de administração de medicamentos, encontrando a
sequência das regiões DG, VG, VLC e D, sendo a DG preferido por 93,3% dos profissionais
apesar da capacitação. Essa preferência foi justificada pela facilidade de acesso ao músculo,
maior segurança na utilização e o hábito em utilizar esta técnica (GIMENES; RAMOS, 2013).

A preferência pela região DG é global. Nos Estados Unidos, a primeira opção dos enfermeiros
é administrar o medicamento IM na região DG (75,0%) e como última opção a VG (12,0%)
(CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008). No Canadá, a ventro glútea foi citada como
segunda opção, e a DG continua no pódio, apesar dos riscos de lesionar o nervo isquiático. Os
motivos citados pela escolha da região DG são os mesmos: segurança em executar a técnica,
54

facilidade na delimitação do local, a técnica que aprendeu na formação e hábitos cotidianos. A


responsabilidade em manter os conhecimentos atualizados e a mudança da realidade atual é
tanto do profissional de enfermagem, quanto dos gestores das instituições de saúde (WALSH;
BROPHY, 2010).

Ainda, mais preocupante do que ter encontrado a região DG como a preferida entre os
profissionais de enfermagem, foi ter a região deltoide como a segunda opção pelos enfermeiros
deste estudo, sendo que deveria ter sido o último local de escolha, devido aos riscos maiores de
complicações relacionadas à administração de medicação nessa região. Estudo de Dalmolin et
al (2013), corroboram com este resultado. Small (2004) recomenda que a região deltoide seja
de uso exclusivo para administração de vacinas em adultos pois, são muitos os relatos de lesões
de ramos vasculares e neurais no deltoide.

Compete ao enfermeiro a supervisão, orientação e qualificação dos auxiliares e técnicos de


enfermagem, sendo responsável por todo o processo de assistência da equipe de enfermagem,
assim, deve ter conhecimentos suficientes para garantir uma assistência de enfermagem segura.
A legislação do exercício profissional determina que as atividades do técnico e auxiliar de
enfermagem só poderão ser exercidas sob a supervisão, orientação e direção do enfermeiro
(BRASIL, 1987).

Os profissionais de enfermagem que informaram nunca terem administrado medicamento na


região VG e VLC, justificaram o desconhecimento da técnica, insegurança e recusa dos
usuários como motivos para não executá-las. A diferença das respostas entre enfermeiros e
auxiliares/técnicos de enfermagem foi somente a dificuldade em identificar o local exato da
administração do medicamento. Citado pelos auxiliares/técnicos de enfermagem (P=0,07).
Godoy; Nogueira; Mendes (2004), no qual encontraram resultado semelhante, alto índice de
profissionais que nunca administraram medicamento na região VG.

Quanto à recusa do usuário em receber a aplicação da injeção na região VG, são necessárias
maiores investigações para ratificar essa afirmação, podendo ser esta justificativa dos
profissionais devido a insegurança para a execução da técnica, o que difere da pesquisa de Silva
et al (2013), que não encontraram recusa dos indivíduos em submeter-se a administração de
medicamento nessa região.

Os achados nesse estudo corroboram com os citados na literatura, de que apesar do enfermeiro
receber mais conhecimentos na formação, o nível de insegurança é semelhante aos
auxiliares/técnicos de enfermagem. Essa observação nos leva a concluir que a baixa adesão dos
55

profissionais de enfermagem na administração de medicamento IM na região VG se dá por


insegurança, desconhecimento da delimitação da região, preferindo as técnicas tradicionais em
especial, a DG (CARTER-TEMPLETON; MCCOY, 2008; DALMOLIN et al, 2013;
GIMENES; RAMOS, 2013).

A falta de conhecimentos embasados em evidências científicas, parece ser um problema de


todos os profissionais de enfermagem, podendo ser correlacionado com a deficiência na
formação profissional ou mesmo da educação continuada. Com estes dados apresentados, vê-
se a necessidade da adoção de protocolos para aplicação de injeções nos serviços de saúde. A
administração de medicamento por via intramuscular, apesar de ser um procedimento muito
utilizado pelos profissionais de enfermagem, é um procedimento invasivo, que pode trazer
graves problemas ao paciente quando não é executada de maneira consciente e segura.

Portanto os resultados desse estudo ratificam a necessidade de investimentos em educação


permanente, que podem modificar as práticas tradicionais, somando a outros, que advogam a
favor da divulgação da região ventro glútea para maior segurança do paciente.
56

8 CONCLUSÕES
 A prática de administração de medicamentos por via intramuscular entre os enfermeiros e
auxiliares/técnicos de enfermagem em unidades pré-hospitalares fixas de urgência, mostrou
que 37,9% dos enfermeiros não ou raramente realizam injeções. 64.9% dos enfermeiros
citaram terem experiência em administrar medicamento IM em todas as regiões musculares,
enquanto 41,0% dos auxiliares/técnicos referiram o mesmo, sendo esta diferença
estatisticamente significante (0,0003). A administração de medicamento IM não tem sido
executada de acordo com o preconizado na literatura, tanto pelos enfermeiros como por
auxiliares/técnicos de enfermagem,
 Tanto os enfermeiros como os auxiliares/técnicos de enfermagem relataram que o
conhecimento das técnicas de aplicação de injeções na formação profissional foi
insuficiente, não atendendo todas as técnicas preconizadas, principalmente às técnicas
inovadoras como VG e VLC.
 Os critérios utilizados pelos enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem para a escolha
do local da administração de injeção IM foram: o volume da droga, idade do paciente,
tamanho da musculatura, tamanho da agulha, espessura do tecido adiposo e preferência do
usuário. Outro critério foi a prática cotidiana do serviço utilizados por 27,1% dos
auxiliares/técnicos de enfermagem e por 8,6% dos enfermeiros, sendo esta diferença entre
os dois grupos, estatisticamente significante (0,005).
 As regiões mais utilizadas para a administração de medicamento IM, tanto pelos
enfermeiros como pelos auxiliares/técnicos de enfermagem, foi a DG em crianças e adultos
e a vasto lateral da coxa em recém-nascidos e lactentes.
 A pouca adesão dos profissionais de enfermagem, na administração de medicamentos na
região VG, foi referida pela insegurança na execução da técnica e pela falta de
conhecimentos na identificação correta do local. Fica evidente a deficiência dos cursos de
formação profissional quanto a transmissão de conhecimentos da técnica de aplicação de
injeções e, em especial, da utilização da região ventro glútea.
57

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A administração de medicamento por via intramuscular é considerada por muitos como


procedimento cotidiano e simples. Talvez este, seja o motivo do pouco investimento no
aperfeiçoamento dessa técnica, resultando em deficiência do conhecimento dos profissionais
de enfermagem.

Durante a coleta de dados foi comum a indagação dos profissionais a respeito de qual era a
região dorso glútea e ventro glútea, ficando evidente a confusão na nomenclatura dessas duas
regiões, e ainda, houve solicitações dos participantes da pesquisa por capacitação,
especialmente da técnica ventro glútea.

Constatou-se ainda, a falta de envolvimento do serviço em atualizações das técnicas de


aplicação de injeções, quando profissionais relataram que durante a sua prática clínica, foram
desencorajados por colegas e gestores, na aplicação de injeções na região ventro glúteo, sendo
contraditório com a literatura que a considera como o local mais seguro para a administração
de medicamentos IM.

Para o desenvolvimento deste estudo encontramos várias limitações na coleta dos dados como:
dificuldade dos profissionais em dispor de tempo para responder ao questionário justificando
sobrecarga de trabalho e também na aplicação do questionário aos profissionais que trabalham
no período noturno, devido a dinâmica do serviço. O pequeno número da amostra, somente
21,5% do total de profissionais de enfermagem que trabalham nas unidades pré-hospitalares
fixas de urgências clínica e pediátrica podem ter influenciado nos resultados encontrados.

Esperamos que os resultados demonstrados, contribuam para reflexão dos profissionais, dos
educadores e gestores da saúde sobre as práticas de aplicação de injeções seguras e que,
decisões sejam tomadas para a melhoria da assistência de enfermagem ao usuário.

Estes resultados nos surpreenderam, pois, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia tem
investido em capacitações na área de aplicação de vacinas na região ventro glútea para os
enfermeiros das unidades básicas, por meio de um projeto de extensão universitária da Profa.
Dra. Ana Luiza Neto Junqueira, há quatro anos consecutivos e o objetivo é que estes
profissionais sejam multiplicadores do conhecimento. Sentimos com isso, que há necessidade
de maiores investimentos direcionados aos profissionais de urgência e emergência.

Esperamos que este estudo contribua para o conhecimento da enfermagem e assistência segura
ao paciente.
58

9-1 Sugestões

 Realizar capacitações, teórico e práticas, com o uso de método de ensino integrativas para
os profissionais de enfermagem que trabalham nas unidades pré-hospitalares fixas de
urgência, com abordagem na administração de medicamentos IM, enfatizando os
procedimentos seguros, técnica da VG, critérios para escolha da musculatura mais adequada
de acordo com idade e espessura do tecido adiposo do paciente e também a respeito do
volume e características das substâncias seguros para cada músculo.
 Implantar serviços de educação continuada nas Unidades pré-hospitalares fixas de urgência.
 Incluir na sistematização da assistência de enfermagem a avaliação muscular e prescrição
do local indicado para a administração de medicamento IM, considerando o tipo de fármaco
e as características do paciente.
 Criar formulário específico para notificação de eventos adversos resultantes da
administração de medicamento e, que seja criado a cultura de aprendizagem com os erros;
 Apresentar os resultados deste estudo a direção do Departamento de Urgência e Emergência
da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-Go.
 Elaborar e implantar protocolos sobre a administração de medicamento por via
intramuscular, embasado em evidências científicas. O qual deve conter as seguintes
informações:
a) Práticas seguras na administração de medicamentos injetáveis;
b) Orientações quanto ao preparo e administração de medicamento IM;
c) Volume máximo para cada músculo de acordo com a idade e estrutura muscular;
d) Tamanho da agulha indicada de acordo com a estrutura muscular e a espessura do tecido
adiposo;
e) Características das regiões musculares, indicando as vantagens, desvantagens e contra
indicações de cada músculo;
f) Delimitação anatômica do músculo e particularidade de cada técnica;
g) Posição adequada do usuário de acordo com o local da administração do medicamento IM;
h) Critérios que devem ser utilizados na escolha do local;
i) Técnica em Z;
j) Relacionar os medicamentos potencialmente perigosos e os cuidados e medidas de
segurança específicos para cada um.
59

REFERÊNCIAS

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63

APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO

Data:
1-Local de trabalho
LOCT ( )
2-Profissão
1-Enfermeiro (a) ( ); 2- Técnico de Enfermagem( ); 3- Auxiliar de Enfermagem ( ) PROF ( )

3-Data de Nascimento: _______/______/______ DN (__/___/__)

4-Sexo: M ( ) F ( ) SEXO ( )

5-Horário de trabalho nesta Unidade HORATRAB ( )


1-Diurno ( ) 2- Noturno ( ) 3-Diurno e Noturno ( )
6- Anos de atuação na enfermagem?
1= menos de 1 ano ( ); 2= 01 a 05 anos ( ); 3= 06 a 10 anos ( ); ANOS ATUA ( )
4= 11 a 15 anos ( ); 5= 16 a 20 anos ( ); 6= 21 a 25 anos ( );
7= 26 a 30 anos ( ); 8= acima de 30 anos ( )
8-Atualmente na sua atividade trabalho você aplica injeção? APLINJ ( )
1-Sim ( ) 2- Não ( ) 3- Raramente ( )
9-Na sua formação profissional foi ensinada a técnica de aplicar injeção IM
nas regiões: ENSINTEC ( )
1- Deltóide - Sim ( ) Não ( ); 2-Vasto lateral da coxa Sim ( ) Não( );
3- Ventro Glútea Sim ( ) Não ( ); 4 -Dorso Glútea Sim ( ) Não( ).

10-Qual o local que você utiliza com maior freqüência para a aplicação
de injeção intramuscular? LOCALINJ ( )
1- Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( )
3- Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( )

11-Existe algum dos músculos indicados para medicação IM no qual você nunca aplicou
injeção? Qual?
1- Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) SITIONUAPLI ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( )
5-Já apliquei injeção em todos os músculos ( )

12- Se existe algum músculo em que você nunca aplicou injeção IM, quais os motivos?
1-Insegurança ( )
2-Dificuldade na identificação do local correto ( )
3-Recusa do usuário ( ) MOTNUAPLIC ( )
4-Não conhece a técnica de aplicação ( )

13- Quais os critérios que você utiliza para a escolha do local para a aplicação de injeção
intramuscular?
1- Idade do paciente ( ) 2- Tipo de medicamento ( )
3- O usuário indica a preferência ( ) 4- Tipo físico do usuário ( ) MULTESCOL ( )
5- Rotina do serviço ( ) 6- Volume a ser aplicado ( )
7-Tamanho da agulha disponível ( ) 8- Desenvolvimento do músculo ( )
9- Obesidade ( )
14-No caso de Múltiplas injeções IM no mesmo usuário enumere de 01 a 04 qual a ordem
de preferência na escolha do local da injeção
Deltóide ( ) Vasto lateral da coxa ( ) ESCOLOCAL ( )
Ventro Glútea ( ) Dorso Glútea ( )
64

15-Qual o volume máximo de medicação você aplica no músculo deltóide?


1 ml ( ) 2ml ( ) 3ml ( ) 4ml ( ) 5ml ( ) VOLDEL ( )

16-Qual o volume máximo de medicação você aplica no músculo vasto lateral da coxa?
1 ml ( ) 2ml ( ) 3ml ( ) 4ml ( ) 5ml ( ) VOLVLC ( )

17-Qual o volume máximo de medicação você aplica na região ventro glútea?


1 ml ( ) 2ml ( ) 3ml ( ) 4ml ( ) 5ml ( ) VOLVG ( )

18-Qual o volume máximo de medicação você aplica na região dorso glútea


1 ml ( ) 2ml ( ) 3ml ( ) 4ml ( ) 5ml ( ) VOLDG ( )

19-Medicação do tipo leitosa qual o músculo você escolhe para aplicar


1-Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) MEDLEIT ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

20-Medicação do tipo oleosa qual o músculo você escolhe para aplicar


1-Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa( ) MEDOLEO ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

21-Medicação do tipo aquosa qual o músculo você escolhe para aplicar


1-Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) MEDAQUO ( )
3- Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

22- Quando você aplica injeção em recém nascido qual a região escolhida?
1-Deltóide ( ) 2-Vasto lateral da coxa ( ) RNLOCAL ( )
3- Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

23- Quando você aplica injeção em lactente qual a região escolhida?


1-Deltóide ( ) 2-Vasto lateral da coxa ( ) LACLOCAL ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5-Qualquer Local ( )

24- Quando você aplica injeção em crianças qual a região escolhida?


1-Deltóide ( ) 2-Vasto lateral da coxa ( ) CRIALOCAL ( )
3- Ventro Glútea ( ) 4-Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

25-Quando você aplica injeção em adolescente qual a região escolhida?


1- Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) ADOLOCAL ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4-Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

26- Quando você aplica injeção em adulto qual a região escolhida?


1-Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) ADULOCAL ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4- Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

27-Quando você aplica injeção em idoso qual a região escolhida?


1-Deltóide ( ) 2- Vasto lateral da coxa ( ) IDOLOCAL ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4-Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

28- Quando você aplica injeção em pessoas obesas qual a região escolhida?
1-Deltóide ( ) 2-Vasto lateral da coxa ( ) OBESLOCAL ( )
3- Ventro Glútea ( ) 4-Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )

29-Quando você aplica injeção em pessoas magérrima qual a região escolhida?


1-Deltóide ( ) 2-Vasto lateral da coxa ( ) MAGLOCAL ( )
3-Ventro Glútea ( ) 4-Dorso Glútea ( ) 5- Qualquer Local ( )
65

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), em uma pesquisa. Meu
nome é Gilma Moreira de Sousa sou a pesquisadora responsável e minha área de atuação é
Enfermagem
Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é da
pesquisadora responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado (a) de forma alguma.
Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com o(s) pesquisador(es)
responsável(is),Gilma Moreira de Sousa e Dra Ana Luiza Neto Junqueira nos telefones(62)
8547-7055 e (62) 3521-1822, (62) 91821818 . Em casos de dúvidas sobre os seus direitos
como participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, nos telefones: 3521-1075 ou 3521-1076.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA


Titulo: Avaliação da Aceitação dos profissionais de enfermagem na aplicação de injeção
intramuscular, na região ventro glútea.
Esta pesquisa justifica-se devido à escassez de estudos que demonstram a aceitação dos
profissionais de enfermagem quanto à administração de medicação intramuscular na região
ventro glútea.
Objetivos: Analisar os fatores associados na escolha do local para aplicação de medicamentos
por via intramuscular entre profissionais de enfermagem dos serviços públicos de urgência e
emergência de Goiânia-GO
Caso você aceite fazer parte deste estudo irá receber um questionário com 29 perguntas sobre
a sua experiência profissional na aplicação de injeção intramuscular. Será garantido os seus
direitos de recusar a responder qualquer pergunta que lhe causar constrangimento.
Riscos: O único risco que você terá em participar da pesquisa é o desconforto de dispor de mais
ou menos 15 minutos para responder o questionário.
Benefícios: Os resultados do presente estudo contribuirão na divulgação do conhecimento dos
profissionais de enfermagem na aplicação de técnicas seguras para as injeções intramusculares
e divulgar a região ventro glútea como local alternativo e seguro para administração de
medicamentos nessa via.
.
66

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

Garantimos que todas as informações fornecidas serão sigilosas e privativas a pesquisa e


posteriormente os questionários serão picotados para reciclagem. Você terá direito a pleitear
indenização em caso de danos decorrentes de sua participação na pesquisa.
Inform

o que não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira pela sua participação.
Garantimos que você terá liberdade de recusar participar desta pesquisa ou retirar o seu
consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo algum.

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________


67

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA


PESQUISA

Eu, __________________________________________________________, RG/CPF n.º


______________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo Avaliação da
Aceitação dos profissionais de enfermagem na aplicação de injeção intramuscular, na região
ventro glútea, como sujeito. Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador(a)
Gilma Moreira de Sousa sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso
retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade.

Local e data:________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito: ____________________________________


68

ANEXOS
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C
ANEXO D
ANEXO E
ANEXO F
ANEXO G
ANEXO H

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