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Estudos de Arqueobotânica no sítio neolítico de S. Pedro de Canaferrim,


Sintra.

Technical Report · January 2001


DOI: 10.13140/RG.2.2.30394.80324

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Paula Fernanda Queiroz José Eduardo Mateus


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ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA NO SÍTIO NEOLÍTICO DE
SÃO PEDRO DE CANAFERRIM, SINTRA

PAULA FERNANDA QUEIROZ


JOSÉ EDUARDO MATEUS

Resumo
No presente trabalho são iniciados os estudos de arqueobotânica
no sítio neolítico de São Pedro de Canaferrim, Sintra.
É realizada a análise de meio milhar de fragmentos de madeira
carbonizados, provenientes de um conjunto de amostras
recolhidas no preenchimento sedimentar das estruturas
arqueológicas escavadas.
O espectro de espécies botânicas identificadas permite obter
informação acerca dos recursos vegetais explorados pelas
comunidades locais, bem como uma primeira ideia sobre o
coberto vegetal do sítio arqueológico durante o período de
ocupação.

Trabalhos do CIPA nº. 21


Lisboa, 2001

Este relatório contém dados inéditos cuja utilização e divulgação necessitará da autorização dos autores
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA NO SÍTIO
NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM,
SINTRA

PAULA FERNANDA QUEIROZ e JOSÉ EDUARDO MATEUS


Centro de Investigação em Paleoecologia Humana e Arqueociências
(Instituto Português de Arqueologia)

INTRODUÇÃO

Com o presente trabalho são iniciados os estudos de arqueobotânica sobre


materiais recolhidos durante os trabalhos de escavação no sítio Neolítico de São
Pedro de Canaferrim (Castelo dos Mouros, Sintra), da responsabilidade da Dra.
Teresa Simões. Este estudo insere-se no programa “Investigação Paleoecológica e
Paleoetnobiológica em Sítios Arqueológicos”, promovido pelo Centro de
Investigação em Paleoecologia Humana e Arqueociências.

MATERIAIS E MÉTODOS

Análise antracológica
O material entregue para análise consiste em dois conjuntos de amostras com
material vegetal carbonizado, provenientes do preenchimento sedimentar de
diferentes estruturas negativas escavadas em duas campanhas de trabalhos de
campo - 1993 e 2000 (Simões, 1998; 1999).
Cada amostra reporta-se a um determinado horizonte de desmontagem definido no
seio das unidades estratigráficas do preenchimento, e contém um número variável
de fragmentos de carvão (entre algumas unidades a várias dezenas). Em cada
amostra foi realizada uma subamostragem aleatórea, formada por alguns
fragmentos de carvão de dimensão superior a 5 mm.
Os fragmentos de carvão analisados foram lavados em água e seccionados
manualmente segundo as três secções de diagnóstico - transversal, radial e
tangencial, e foram observados e diagnosticados à lupa binocular e ao microscópio
óptico de luz reflectida.
Para a identificação dos carvões foram utilizadas as colecções de referência de
cortes de madeira e de madeiras carbonizadas do CIPA-IPA, bem como catálogos
de anatomia de madeiras (Schweingruber, 1990; Queiroz & Van der Burgh, 1989;
Van Leeuwaarden, em prep.).

Análise polínica
Dada a riqueza em matéria húmica do preenchimento das estruturas arqueológicas
escavadas, evidenciada logo à partida pela cor muito escura dos sedimentos
conservados, optou-se pela realização de amostragens em série para análise
polínica (ver estampa I). Foi recolhida uma coluna de amostras no corte
estratigráfico da estrutura 67 (seis amostras), bem como algumas amostras noutras
estruturas e cortes estratigráficos (cinco amostras).
Foram realizados ensaios de concentração polínica pelo método de
hiperconcentração de sedimentos arqueológicos pobres em material polínico de
Girard et Renault-Miskovsky (1969), utilizando-se óleo de silicone na montagem
das lâminas de microscópio.
Para a quantificação da concentração polínica (número de grãos de pólen por
grama de sedimento) foram adicionadas a cada amostra previamente pesada, no
início do tratamento laboratorial, pastilhas com um número conhecido de esporos
de Lycopodium (Stockmarr, 1971).
Embora o sedimento seja rico em matéria orgânica (humificada), a sua textura
areno-siltosa, propícia ao arejamento, não favoreceu a conservação polínica.
Os resultados obtidos, mesmo com o método de hiperconcentração utilizado,
revelaram-se infrutíferos para a obtenção de concentrações polínicas passíveis de
serem estudadas. Do conjunto de amostras estudadas obteve-se uma
concentração polínica absoluta de cerca de 95 grãos / gr, em média, variando entre
28 e 193 grãos de pólen por grama de sedimento. Para além do baixo número de
grãos de pólen, os espectros polínicos observados continham uma proporção
grande de pólen muito erodido e de pólen fresco de contaminação.

Análise carpológica
Um conjunto de amostras de sedimento, provenientes de diferentes profundidades
no preenchimento das estruturas negativas escavadas, foi recolhido com o
objectivo de se proceder ao estudo de macrorrestos vegetais (frutos e sementes)
que eventualmente aí se tenham conservado.
A partir destas amostras foram realizados em laboratório alguns protocolos de
flutuação para recolha de material orgânico. O material recolhido foi escrutinado à
lupa binocular e corresponde exclusivamente a tecidos lenhosos carbonizados; não
foram encontradas sementes.
Durante os trabalhos de campo de 2000 foi recolhido um pequeno macrorresto
orgânico, negro, de forma mais ou menos cilíndrica, de origem desconhecida. Este
pequeno objecto foi também entregue para eventual identificação (fruto ou
semente, coprólito?). Após observação à lupa binocular procedeu-se à abertura da
estrutura cilíndrica referida, que se revelou uma crisálida de um pequeno insecto
(ver estampa II). A identificação da larva e respectiva crisálida não foi realizada no
âmbito deste trabalho.

RESULTADOS

Foram identificados um total de 507 fragmentos de carvão, no conjunto das


amostras estudadas.

Lista das amostras estudadas:

am 1 - Lc2 [49] III z= 112-127


am 2 - Lc2 [49] VIIb z= 131-140
am 3 - Lc2 [70] z= 168
am 4 - Lc2 [70] VII z= 214/224-232
am 5 - Lc2 [70] IX (VIII/IX) z= 232-242
am 6 - Lc2 [70] X z= 232-252
am 7 - Lc2 [70] XII z= 238-243
am 8 - Lc2 [71] z= 182-189
am 9 - Lc2 [75] z= 200-204
am 10 - Lc2 [75] II z=207-210
am 11 - E3 [4] geral - limpeza da fossa
am 12 - E3 [4] z= 130
am 13 - E3 [4] z= 140-155
am 14 - E3 [4] z= 147-153
am 15 - E3 [4] z= 163-180 buraco de poste (6070 60 BP)
am 16 - E3 [4] z= 186-190 lareira (6020 60 BP)
am 17 - E3 [4] z= 186-191

Os resultados obtidos em cada amostra encontram-se assinalados no quadro 1. A


percentagem de cada tipo morfológico identificado no conjunto das amostras
encontra-se referida no gráfico 1.
A fim de se procurarem padrões de variância na amostragem que pudessem
indiciar comportamentos de selectividade determinados pela ecologia das espécies,
foram ensaiadas análises numéricas multivariadas, pelas técnicas de ordenação e
de análise directa de gradientes (ordenação canónica).
Na ordenação optou-se pela análise factorial de correspondências “corrigida”
(detrended correspondence analysis – DCA) de Hill (Hill & Gauch, 1980).
Este método baseia-se na técnica da ponderação recíproca (reciprocal averaging)
para a ordenação simultânea das amostras e das espécies e compensa o "efeito de
ferradura" e a compressão artificial das extremidades do primeiro eixo, artifícios que
ocorrem nos métodos tradicionais de análise factorial de correspondências.
Foi utilizando o programa CANOCO versão 3.12., Abril 1991 de Cajo ter Braak (ter
Braak, 1987-1992).
Da distribuição espacial das amostras obtida, segundo os dois primeiros eixos, que
exprimem a maior variância entre as amostras (gráfico 2), não ressaltam com
clareza agrupamentos (clusters) de amostras. Esta distribuição também não sugere
qualquer lógica de agregação subjacente, que possa ser relacionável com factores
de ecologia, de localização estratigráfica ou de origem em diferentes estruturas.
Também se compararmos a distribuição espacial das amostras e das espécies
identificadas (gráfico 3) não se torna evidente qualquer relação privilegiada entre
grupos de amostras e grupos de espécies com afinidades ecológicas.

A fim de testar a possibilidade dos padrões de variância poderem ser explicados


por diferenças entre as unidades estratigráficas correspondentes às amostras, foi
realizada uma ordenação canónica - CCA (programa CANOCO, v.3.12). A matriz
de dados analisados corresponde ao conjunto das amostras x espectros
antracológicos; A matriz de variáveis explicativas usada corresponde, por sua vez,
ao conjunto de amostras x unidade estratigráfica correspondente e profundidade.
Foram assim consideradas seis variáveis de explicação: 1) EU 49, 2) EU 70, 3) EU
71, 4) EU 75, 5) EU 4 e 6) profundidade (valor médio da cota altimétrica de cada
amostra).
O gráfico 4 representa a distribuição espacial das amostras e espécies botânicas
identificadas segundo os dois primeiros eixos da ordenação canónica (de maior
eigenvalue), bem como os centróides e vectores das variáveis explicativas no
diagrama de ordenação.
O gráfico de ordenação referido parece sugerir uma ligeira diferenciação entre os
grupos de amostras provenientes de diferentes unidades estratigráficas; Os valores
numéricos obtidos, no entanto, não confirmam o valor explicativo das variáveis
usadas (unidades estratigráficas e profundidade) na ordenação obtida.
O valor de inércia total da CCA (soma de todos os eigenvalues canónicos) é de
0.496, que explica 27.4% da variância total dos dados expressos pela ordenação
canónica (total dos valores de eigenvalue não constrangidos = 1.806). O factor de
inflação da variância das variáveis é em todos os caso inferior a 3.6, abaixo do
ponto crítico 20, o que exclui a hipótese de inter-correlação entre variáveis; deste
modo, cada variável contribui de forma independente para a equação de regressão.
Os valores t-student dos coeficientes da regressão canónica obtidos para as seis
variáveis são muito baixos, entre 1.95 e 0.07, claramente abaixo do valor crítico
(2.1), o que realça a baixa importância relativa destas variáveis no modelo de
explicação canónica.
O valor explicativo relativo de cada variável considerada é testado pelo processo de
selecção sequencial de variáveis explicativas (forward selection of variables), no
qual as variáveis vão sendo sequencialmente adicionadas ao modelo de
explicação, e simultaneamente o seu efeito é testado através da técnica das
permutações de MonteCarlo. Dos resultados obtidos, concluiu-se que nenhuma das
variáveis de explicação é estatisticamente significativa - o índice numérico obtido
(p-value) em todos os casos - 0.03 para a variável de maior valor explicativo - é
superior ao limite máximo exigido pelo método (p-value 0.01).

Num segundo momento partiu-se do pressuposto que seria possível utilizar as


preferências ecológicas e vegetacionais actuais das espécies representadas, para
tentar inferir alguma especificidade ecológica dos conjuntos.
Foi realizada uma segunda ordenação canónica, desta vez atribuindo-se a cada
espécie identificada uma variável de explicação, neste caso a sua actual
preferência vegetacional.
A matriz de dados analisada corresponde ao conjunto da espécies identificadas x a
sua ocorrência nas amostras analisadas. A matriz de variáveis “vegetacionais” de
explicação usada corresponde, por sua vez, ao conjunto das espécies x a sua
actual preferência ecológica. Foram consideradas cinco variáveis – 1) mata
decídua ripícola; 2) mata marcescente; 3) matagal esclerófilo; 4) mata xérica e 5)
mato rasteiro. Como referido, estas variáveis foram adscritas a cada espécie
consoante a sua actual preferência.

No gráfico 5 está representada a distribuição espacial das amostras e das


espécies, segundo os dois primeiros eixos da ordenação, bem como a
representação dos centróides das variáveis explicativas no diagrama de ordenação.
O valor de inércia total da CCA é, desta vez, de 0.301, que explica apenas 15.8%
da variância total (total dos valores de eigenvalue não constrangidos = 1.897). O
factor de inflação da variância das variáveis é também em todos os caso inferior a
3.1, excluindo-se assim a hipótese de inter-correlação entre variáveis.
Através do processo de selecção sequencial de variáveis explicativas, estas foram
ordenadas segundo o seu valor significativo, sendo os 15.8% da variância
explicados, atribuídos do seguinte modo: a variável “matos rasteiros” explica 4.7 %
da variância, o “matagal esclerófilo” e a “mata xérica” explicam 3.2% cada e ,
finalmente a “mata decídua” e a “mata marcescente” explicam apenas 2.1% da
variância – todos valores efectivamente baixos. A partir dos testes de permutação
de MonteCarlo, concluiu-se que nenhuma das variáveis de explicação é
estatisticamente significativa - o índice numérico obtido (p-value) em todos os
casos, respectivamente 0.37, 0.3, 0.6, 0.95, 0.93, é mais uma vez francamente
superior ao limite máximo (p-value 0.01).

Neste sentido as amostras estudadas serão consideradas como um todo


representativo, em termos globais, do conteúdo antracológico das estruturas
arqueológicas correspondentes, não sendo possível definir conjuntos de amostras
(ou de espécies identificadas) correlacionáveis com qualquer eventual gradiente.

Lista das espécies botânicas identificadas:

Salicaceae
cf. Salix (salgueiro)
Populus (choupo)

Fagaceae
Quercus faginea Lam. (carvalho cerquinho)
Quercus coccifera L. (carrasco)
Quercus rotundifolia Lam. (azinheira)
Quercus sp.

Ulmaceae
Ulmus (ulmeiro)
Rosaceae
Crataegus monogyna Jacq. (pilriteiro)
Prunus cf. P. avium L.
Prunus

Leguminosae
Leguminosae indet. 1
Leguminosae indet. 2
Ulex tipo (inclui Ulex, Genista, Ononis)

Anacardiaceae
Pistacia lentiscus L. (aroeira)

Aceraceae
Acer monspessulanum L. (zelha)

Rhamnaceae
Rhamnus alaternus/lycioides (aderno bastardo)

Thymelaeaceae
Daphne gnidium L. (trovisco)
Ericaceae
Arbutus unedo L. (medronheiro)
Erica arborea L. (urze branca)
Erica umbellata L. (queiró)
Erica sp.

Oleaceae
Fraxinus angustifolia Vahl (freixo)
Olea europaea L. subsp. sylvestris (zambujeiro)
Phillyrea (aderno)

Breve descrição morfológica dos tipos xilotómicos identificados:

Quercus faginea (estampa III)


Secção transversal
Porosidade semi-difusa, com os poros de primavera quase formando um anel
descontínuo. Maior concentração de poros grandes junto ao início da camada de
crescimento, formando conjuntos com disposição mais ou menos triangular a
dendítrica, com os poros diminuindo de diâmetro no sentido do final da camada de
crescimento, dispondo-se em fiadas radiais de até 10 poros.
Parênquima paratraqueal e apotraqueal tendendo para reticulado.
Secção tangencial
Raios unisseriados abundantes, homogéneos, formados por células
aproximadamente circulares em corte tangencial, com até 15 células de altura.
Raios multisseriados muito largos presentes (por vezes ausentes em fragmentos de
carvão pequenos).
Secção radial
Raios homogéneos, formados exclusivamente por células prostradas.
Vasos grandes, densamente pontuados, por vezes com tilos.
Pontuações intervasculares grandes, circulares.
Pontuações radiovasculares grandes, opostas, por vezes alongadas radialmente.
Placas de perfuração simples.

Quercus coccifera (estampa III)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros não muito frequentes, isolados, dispostos em longas
fiadas radiais.
Parênquima paratraqueal e apotraqueal tendendo para reticulado.
Secção tangencial
Raios unisseriados abundantes, com até cerca de 12 células de altura,
homogéneos, formados por células aproximadamente circulares em corte
tangencial. Raios multisseriados muito largos presentes (por vezes ausentes em
fragmentos de carvão pequenos).
Secção radial
Raios homogéneos, formados exclusivamente por células prostradas.
Vasos grandes por vezes com tilos.
Pontuações intervasculares grandes.
Pontuações radiovasculares grandes, opostas, por vezes alongadas radialmente.
Placas de perfuração simples.

Quercus rotundifolia (estampa IV)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros abundantes, isolados, dispostos em grupos radiais.
Parênquima paratraqueal e apotraqueal tendendo para reticulado. Raios
multisseriados muito grandes frequentes.
Secção tangencial
Raios unisseriados abundantes, homogéneos, formados por células
aproximadamente circulares em corte tangencial. Raios multisseriados muito
largos, com até cerca de 1mm de largura muito abundantes.
Secção radial
Raios homogéneos, formados exclusivamente por células prostradas.
Vasos grandes por vezes com tilos.
Pontuações intervasculares grandes.
Pontuações radiovasculares grandes, opostas, por vezes alongadas radialmente.
Placas de perfuração simples.

Fraxinus angustifolia (estampa V)


Secção transversal
Porosidade em anel. Poros de Primavera grandes, formando um anel algo
descontínuo. Poros de Verão infrequentes, solitários ou em pequenos múltiplos
radiais de 2-3 poros.
Parênquima paratraqueal vasicêntrico abundante.
Secção tangencial
Raios unisseriados e multisseriados com cerca de 3 células de largura, curtos, mais
ou menos fusiformes, formados por células pequenas de contorno circular e células
envolventes maiores, circulares a elípticas
Secção radial
Raios homogéneos formados por células prostradas compridas.
Placas de perfuração simples.
Olea europaea (estampa VI)
Secção transversal
Porosidade difusa. Poros dispostos em múltiplos radiais de 2 a 6 poros. Fibras de
parede espessa.
Secção tangencial
Raios (1) 2-3 seriados, muito heterogéneos, formados por células de dimensão e
forma muito variável no mesmo raio. Raios não muito altos, com até 13 células de
altura.
Fibras com paredes espessas.
Secção radial
Raios muito heterogéneos formados por várias fiadas de células quadradas e
erectas, mais raramente aparecem algumas fiadas centrais de células prostradas.
Vasos densamente pontuados, com pontuações intervasculares circulares
pequenas.
Placas de perfuração simples.

Phillyrea (estampa VII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros dispostos em conjuntos oblíquos mais ou menos
dendríticos, separados por bandas de fibras de paredes espessa. Conjuntos de
poros formando arcos triangulares no anel de crescimento, onde a base (interior)
do arco é constituída por conjuntos de fibras. Bandas de poros e bandas de fibras
bem distintas.
Parênquima paratraqueal por vezes formando bandas 1-3 seriadas no início da
camada de crescimento.
Secção tangencial
Raios uni a bisseriados (por vezes trisseriados) curtos (máximo de 10 células de
altura), muito heterogéneos, com as células marginais muito grandes, relativamente
às células centrais.
Secção radial
Raios muito heterogéneos, com células quadradas e prostradas curtas na parte
central e 3-4 fiadas de células erectas nas margens.
Vasos com espessamentos espiralados.

Rhamnus alaternus / lycioides (estampa VIII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros dispostos em conjuntos oblíquos mais ou menos
dendríticos, separados por bandas de fibras de paredes espessa. Os conjuntos de
poros desenham linhas oblíquas mais ou menos dendríticas partindo do início da
camada de crescimento e terminando na direcção do final do anel de crescimento,
não formando arcos como em Phillyrea. Bandas de poros e bandas de fibras bem
distintas.
Parênquima paratraqueal por vezes formando bandas 1-3 seriadas no início da
camada de crescimento.
Secção tangencial
Raios 1-2 seriados relativamente curtos, até cerca de 15 células de altura (mais
compridos que em Phillyrea), heterogéneos, por vezes com as células marginais
muito grandes, relativamente às células centrais.
Raios unisseriadaos frequentes.
Secção radial
Raios heterogéneos, com células prostradas na parte central (por vezes
quadradas) e 1 a 3 fiadas de células erectas nas margens (menos heterogéneos
que em Phillyrea).
Vasos com espessamentos espiralados.

Daphne gnidium
Secção transversal
Porosidade semidifusa. Poros infrequentes, reunidos principalmente no início da
camada de crescimento, em pequenos grupos. Tecido vascular pouco diferenciado
do tecido de suporte; tecido fibroso de paredes ligeiramente mais espessas que o
tecido vascular.
Secção tangencial
Raios exclusivamente unisseriados, com até cerca de 18 células de altura. Células
dos raios elípticas, alongadas longitudinalmente.
Secção radial
Raios homogéneos formados por células quadradas.
Placas de perfuração simples.

Pistacia lentiscus (estampa VIII)


Secção transversal
Porosidade em anel. Anel frouxo, formado por poros de maior dimensão, com os
poros dispostos em grupos mais ou menos radiais. Poros da madeira de Verão
dispostos em múltiplos radiais.
Secção tangencial
Raios 1-3 seriados. Células dos raios unisseriados e células terminais dos raios
multisseriados alongadas longitudinalmente.
Secção radial
Raios heterogéneos formados por células prostradas no centro e 1-3 fiadas de
células quadradas e erectas nas margens. Raios unisseriados com células
quadradas e erectas.
Vasos com espessamentos espiralados bem distintos.
Placas de perfuração simples.

Crataegus monogyna (estampa IX)


Secção transversal
Porosidade em anel. Poros muito abundantes, com uma distribuição muito regular,
sendo mais abundantes no início da camada de crescimento, formando um anel
contínuo. Poros pequenos (até cerca de 30 m) predominantemente solitários.
Poros por vezes com inclusões gomosas.
Anéis de crescimento bem distintos.
Secção tangencial
Raios 2-3 seriados, compridos e estreitos, com até 20 células de altura.
Secção radial
Raios homogéneos, por vezes apenas com uma fiada marginal de células
quadradas.
Placas de perfuração simples.
Prunus cf. P. avium (estampa IX)
Secção transversal
Porosidade difusa, com poros isolados ou em pequenos múltiplos de 2 (3) poros,
sem orientação preferencial.
Secção tangencial
Raios 1 a 3 seriados, compridos e estreitos.
Secção radial
Raios ligeiramente heterogéneos, formados por células prostradas e com apenas 1
(a 2) fiadas marginais de células quadradas.
Vasos com espessamentos espiralados finos e afastados entre si.
Placas de perfuração simples.

Arbutus unedo (estampa X)


Secção transversal
Porosidade difusa, por vezes semi-difusa, com uma maior concentração de poros
grandes no início da camada de crescimento. Poros isolados ou em pequenos
múltiplos radiais ou ligeiramente oblíquos (2-4 poros).
Secção tangencial
Raios (1) 2-4 (6) seriados, relativamente curtos, de contorno fusiforme, com até
cerca de 15 células de altura (ocasionalmente mais compridos).
Secção radial
Raios heterogéneos com células prostradas no centro e 1-2 (3) fiadas de células
quadradas e erectas nas margens.
Vasos com fortes espessamentos espiralados.
Pontuações intervasculares circulares, com 5 – 7.5 m.
Placas de perfuração simples.

Erica arborea
Secção transversal
Porosidade difusa. Poros isolados, mais raramente em pequenos múltiplos (2-3),
por vezes dispostos em fiadas de orientação radial. Poros com até 80 m de
diâmetro.
Secção tangencial
Raios unisseriados e multisseriados com até 6 células de largura, e cerca de 15
células de altura.
Secção radial
Raios heterogéneos com células prostradas no centro e 1-3 fiadas de células
erectas nas margens.
Pontuações intervasculares opostas.

Erica umbellata (estampa XI)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros isolados, mais raramente em pequenos grupos radiais de
2-3 poros. Poros pequenos com cerca de 20-35 m de diâmetro.
Secção tangencial
Raios 1-3 (4) seriados, curtos, com até 10 (15) células de altura.
Secção radial
Raios heterogéneos com células prostradas no centro e 1-2 fiadas de células
quadradas nas margens.
Vasos densamente pontuados, com pontuações circulares, pequenas.
Vasos por vezes com espessamentos espiralados apenas nas extremidades.
Pontuações nas fibras muito pequenas (cerca de 2 m).
Placas de perfuração simples

Ulmus (estampa XI)


Secção transversal
Porosidade em anel. Poros em pequenos múltiplos tangenciais. Poros dispostos
em bandas tangenciais (por vezes oblíquas) no início da camada de crescimento,
alternando com bandas tangenciais de fibras de parede espessa.
Secção tangencial
Raios 1-3 (4) seriados compridos.
Secção radial
Raios homogéneos, por vezes ligeiramente heterogéneos, com apenas 1 fiada de
células quadradas nas margens.
Vasos com espessamentos espiralados distintos. Vasos de maior dimensão por
vezes sem espirais e com preenchimentos.

Ulex tipo (inclui Ulex, Genista, Ononis) (estampa XII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros dispostos em grupos mais ou menos sinuosos,
dendríticos, formando bandas oblíquas relativamente à camada de crescimento.
Secção tangencial
Raios 1-3 seriados, não muito compridos (máximo de 18 células de altura) . Raios
por vezes concentrados em séries longitudinais.
Fibras de paredes espessas.
Secção radial
Raios heterogéneos com células prostradas no centro e células quadradas e
erectas nas margens (1 a 3 fiadas).
Vasos com espessamentos espiralados.

Leguminosae indeterminada 1
Secção transversal
Porosidade difusa. Poros isolados, com cerca de 30 – 40 m de diâmetro..
Secção tangencial
Raios unisseriados, mais raramente bisseriados, compridos (com cerca de 20
células de altura).
Secção radial
Raios heterogéneos com várias fiadas de células quadradas nas margens e poucas
fiadas de células prostradas no centro, ou só formados por células quadradas.
Vasos sem espessamentos espiralados.

Leguminosae indeterminada 2 (estampa XII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros pouco frequentes, em múltiplos mais ou menos sinuosos.
Secção tangencial
Raios 2-7 seriados, relativamente curtos, fusiformes. Raios maiores multisseriados
com muitas células de largura e muito compridos também presentes.
Raios formados por células pequenas, mais ou menos circulares, e com células
maiores nas extremidades e formando uma bainha envolvente descontínua.
Secção radial
Raios heterogéneos com várias fiadas de células quadradas e várias fiadas de
células prostradas.
Vasos densamente pontuados e com espessamentos espiralados.

Acer monspessulanum (estampa XIII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros dispostos em múltiplos radiais, alguns solitários.
Secção tangencial
Raios multisseriados, com cerca de 6 células de largura, não muito compridos.
Secção radial
Raios homogéneos, mais raramente ligeiramente heterogéneos, com apenas 1
fiada marginal de células quadradas.
Vasos com espessamentos espiralados bem distintos.
Placas de perfuração simples.

Populus (estampa XIII)


Secção transversal
Porosidade difusa. Poros grandes, abundantes, em múltiplos de 2-3 (4),
frequentemente de orientação radial.
Secção tangencial
Raios exclusivamente unisseriados, compridos (até 20 células de altura).
Raios com células ovais em secção tangencial.
Secção radial
Raios homogéneos.
Vasos densamente pontuados. Pontuações intervasculares alternas, grandes.
Pontuações radiovasculares grandes, simples.
Placas de perfuração simples.

cf. Salix
Secção transversal
Porosidade difusa. Poros pequenos e abundantes.
Secção tangencial
Raios exclusivamente unisseriados, relativamente curtos (até 12 células de altura).
Por vezes ocorrem raios pontualmente bisseriados na zona central.
Raios com células circulares em secção tangencial.
Secção radial
Raios homogéneos ou ligeiramente heterogéneos, formados por células prostradas
e, por vezes, 1(2) fiada marginal de células quadradas.

Primeiros comentários e interpretações:

Os fragmentos lenhosos carbonizados estudados provêm, como foi já dito, do


preenchimento de estruturas negativas, presumivelmente correspondentes a
lareiras e/ou lixeiras (Simões, 1999). Se nalguns casos, os fragmentos de carvão
estavam claramente associados a estruturas de combustão (lareiras – amostra16),
outros encontravam-se algo dispersos no seio do preenchimento sedimentar das
estruturas.
No primeiro caso, a associação directa dos carvões às estruturas de combustão
indicia obviamente a sua utilização como lenha. No segundo caso não existe, tanto
quanto sabemos, um conhecimento tafonómico destes conjuntos antracológicos
que permita o identificar dos processos específicos de incorporação dos fitoclastos
nos sedimentos arqueológicos, tratando-se provavelmente de uma situação de
palimpsesto.
Embora partindo do princípio de que todos os fragmentos são sincrónicos, e que
não existirá nem material mais antigo, herdado de sedimentos matriciais, nem
contaminação com conjuntos mais recentes, princípio que parece razoável dado
corresponderem a conjuntos fechados com preenchimentos antrópicos efectuados
num pequeno lapso de tempo (Simões, 1998; 1999), a madeira carbonizada
embalada na matriz sedimentar poderá ter diferentes origens – actividades
domésticas (lenha, madeira usada nas estruturas de construção e no fabrico de
artefactos), incêndios no próprio local, incêndios florestais de âmbito regional mais
ou menos alargado...

Com o trabalho realizado pretendia-se fundamentalmente obter informação acerca


a) dos recursos botânicos explorados pelas comunidades locais do Neolítico antigo,
bem como, b) do coberto vegetal de então.

Se para a primeira questão, claramente de âmbito arqueológico, poderá ser


evidenciada alguma resposta, dada a natureza artefactual dos próprios conjuntos
lenhosos carbonizados, no caso da última, torna-se mais difícil uma interpretação
paleoecológica visando compreender a localização espacial dos tipos de vegetação
relativamente ao local arqueológico, ou mesmo a sua importância relativa na
paisagem regional (ver Mateus e Queiroz, 1993).
Os conjuntos antracológicos resultam de recolecções selectivas originando uma
amostragem parcial e deformada da flora lenhosa local. Neste sentido há que ter
em conta que o conjunto de espécies identificadas, embora corresponda a espécies
existentes localmente, poderá, por um lado, omitir elementos importantes na
vegetação e, por outro lado, não reflectir quaisquer aspectos quantitativos
relacionados com a cobertura relativa das espécies identificadas.

Optamos assim por uma interpretação dos resultados privilegiando a simples


ocorrência de espécies (qualitativa e não quantitativa) e uma reconstituição da
paisagem de natureza fitogeográfica generalista.

O conjunto das espécies lenhosas identificadas reflecte a presença da mata


marcescente de Quercus faginea, integrando provavelmente um sub-bosque
arbustivo esclerófilo.
Não estão representados elementos das florestas de folha caduca da Quercion
occidentale, como as espécies que hoje em dia aqui crescem aproveitando as
condições climáticas peculiares características do maciço sintrano (Quercus robur e
Quercus pyrenaica).
Não se corrobora assim a tese da existência natural na serra de um enclave
meridional dos carvalhais decíduos de Quercus robur (Braun-Blanquet et al, 1956),
suportando-se a ideia, já expressa por Pinto da Silva e colaboradores, da presença
na vegetação antiga de matas semelhantes às actuais matas marcescentes de
carácter mediterrâneo da Arisaro-Quercetum fagineae (Pinto da Silva et al, 1987;
1989).

A ocorrência de carvão de Quercus faginea, Acer monspessulanum, Quercus


coccifera, Olea europaea sylvestris, Arbutus unedo, Crataegus monogyna,
Phillyrea, Rhamnus, Daphne gnidium, Pistacia lentiscus e Erica arborea, está
claramente associada à existência da mata, tal como hoje em dia ocorre na
estremadura.

Atendendo aos actuais requisitos auto e sinecológicos das espécies identificadas, e


extrapolando para o passado as mesmas preferências específicas, poder-se-á
ainda sugerir uma certa zonação da vegetação na encosta explorada pela
população local.
A presença de carvão de Fraxinus angustifolia, Populus, Salix e Ulmus poderá
indicar a presença da mata decídua ribeirinha, confinada às linhas de água.
A mata marcescente, de sub-bosque esclerófilo, por seu lado, deverá também
corresponder a um mosaico, com as zonas mais áridas, de maior exposição,
dominadas pelo zambujeiro (Olea europaea sylvestris) e aroeira (Pistacia
lentiscus), e zonas mais protegidas, mais húmidas e de solos mais profundos onde
predominaria o carvalho (Quercus faginea) e a zelha (Acer monspessulanum).
A presença da azinheira (Quercus rotundifolia) e a sua relação com o carvalhal,
não está ainda completamente compreendida. Poderá esta espécie ocorrer
associada à mata, ou, por outro lado, ocupar zonas de diferentes características
edáficas, mais xéricas e de solos menos desenvolvidos ?
A ocorrência de carvão de leguminosas, incluindo o tojo (Ulex), e também
provavelmente de queiró (Erica umbellata) poderá relacionar-se com a presença de
matos rasteiros e charnecas, tipos de vegetação mais aberta denotando um maior
impacte ecoterritorial (sensu Mateus, 1990), eventualmente correspondendo a
zonas pastadas, quiçá nas imediações dos próprios locais de habitação.

Referências:

BRAUN-BLANQUET, J., PINTO DA SILVA, A.R. & ROZEIRA, A. (1956) – Résultats de deux
excursions géobotaniques à travers le Portugal Septentrional et Moyen II – Chênaies à feuilles
caduques (Quercion occidentale) et chênaies à feuilles persistantes (Quercion fagineae) au
Portugal. « Agronomia Lusitana », 18 : 167-235.

GIRARD, M. et RENAULT-MISKOVSKY, J. (1969) – Nouvelles techniques de preparation en


palynologie appliquees a trois sediments du Quaternaire final de l’Abri Cornille (Istres-Bouches-du-
Rhone). « Bulletin de l’association française pour l’étude du Quaternaire », 4 : 275-284.

HILL, M.O. & GAUCH, H.G. (1980) – Detrended correspondence analysis: An improved ordination
technique. “Vegetatio”, 42: 47-58.

MATEUS, J.E. (1990) - A teoria da zonação do ecossistema territorial. Arqueologia Hoje I. Etno-
Arqueologia p: 196-219.

MATEUS, J.E. & QUEIROZ, P.F. (1993) - Os estudos de Vegetação Quaternária em Portugal;
Contextos, balanço de resultados, perspectivas. in A.P.E.Q (Ed.) “O Quaternário em Portugal”,
Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternário. Colibri, Lisboa

PINTO DA SILVA, A.R. et al (1987) – O manto vegetal da serra de Sintra. Primeiras impressões.
Instituto Botânico, Faculdade de Ciências, Lisboa (policop.)

PINTO DA SILVA, A.R., BACELAR, J.J.A.H., CATARINO, F.M., CORREIA, A.I.D., ESCUDEIRO,
A.S.C., SERRA, M.G.L. & RODRIGUES, C.M.A. (1989) – A Flora da Serra de Sintra. “Portugalia
Acta Biológica”, 15: 5-258.
QUEIROZ, P.F. & VAN DER BURGH, J. (1989) - Wood Anatomy of Iberian Ericales. "Revista de
Biologia", 14: 95-134.

SCHWEINGRUBER, F.H (1990) - Anatomy of European woods. Haupt.

SIMÕES, T. (1998) – A serra de Sintra no contexto da Neolitização da Península de Lisboa.


Candidatura ao Programa “Investigação Arqueobotânica e Paleoecológica em Sítios Arqueológicos”,
IPA-LP(MLJB)

SIMÕES, T. (1999) – O sítio neolítico de São Pedro de Canaferrim, Sintra. “Trabalhos de


Arqueologia” 12. Instituto Português de arqueologia, Lisboa.

STOCKMARR, J. (1971) – Tablets with spores used in absolute pollen analysis. “Pollen et Spores”,
13: 615-621.

TER BRAAK, C.J.F. (1987-1992) – CANOCO – a FORTRAN program for Canonical Community
Ordination. Microcomputer Power, Ithaca, New York, USA.

VAN LEEUWAARDEN, W. (in prep.) – Wood anatomy of Portuguese Quercus – recent and fossil
wood and charcoal. Trabalhos do CIPA.
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

2 3

4 5 6

ESTAMPA I
Amostragem de sedimentos para análise polínica:
1. Aspecto da zona de escavação durante a recolha das amostras palinológicas.
2. Estrutura 63, corte N-S.
3. Estrutura 63, corte N-S, após recolha da amostra polínica.
4. Estrutura 67.
5. Estrutura 67, corte da fossa sob o penedo.
6. Estrutura 67, corte da fossa sob o penedo após recolha da coluna de amostras polínicas.
Fotos: J.P. RUAS
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

ESTAMPA II
Larva de insecto e respectiva crisálida,
recolhida no depósito sedimentar
Ref: Lc2, G5 nº49 [57]
(divisões da escala indicam 1 mm)

Foto: J.P. RUAS


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

1 2 3

4 5 6

ESTAMPA III
Quercus faginea
1. Porosidade, secção transversal (aprox. X 10)
2. Raios homogéneos, secção radial (aprox. X 100)
3. Vasos com pontuações intervasculares, secção tangencial
(aprox. X 100)
Quercus coccifera
4. Porosidade, secção transversal (aprox. X 10)
5. Porosidade e parênquima apotraqueal, secção transversal 7
(aprox. X 100)
6. Raios unisseriados, secção tangencial (aprox. X 200)
7. . Raios unisseriados e raio multisseriado, secção tangencial
(aprox. X 200)

Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

ESTAMPA IV
Quercus rotundifolia
1. Porosidade, secção transversal
(aprox. X 10)
2. Porosidade e parênquima
apotraqueal, secção transversal
(aprox. X 100)
3. Raio multisseriado, secção tangencial
(aprox. X 100)
3
Fotos: P.F. QUEIROZ
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

ESTAMPA V
Fraxinus angustifolia
1. Porosidade na madeira de Verão, secção
transversal (aprox. X 100)
4 2. Parênquima paratraqueal vasicêntrico na
madeira de Verão, secção transversal (aprox.
X 200)
3. Secção radial (aprox. X 100)
4. Raios com células prostradas compridas,
secção radial (aprox. X 200)
5. Raios com células de dimensão irregular,
secção tangencial (aprox. X 100).
Fotos: P.F. QUEIROZ
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

2
3

5 6

ESTAMPA VI
Olea europaea sylvestris
1. Porosidade, secção transversal (aprox. X 10)
2. Porosidade, secção transversal (aprox. X 200)
3. Porosidade, secção transversal (aprox. X 100)
4. Raios heterogéneos com células de dimensão irregular,
secção tangencial (aprox. X 200).
5. Raios heterogéneos com células de dimensão irregular,
secção tangencial (aprox. X 100).
6. e 7. Raios heterogéneos, secção radial (aprox. X 200).
7
Fotos: P.F. QUEIROZ
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

1 3

ESTAMPA VII
Phillyrea
1. e 2. Porosidade, secção
transversal (aprox. X 100)
3. Raio heterogéneo com células
erectas e quadradas, secção
radial (aprox. X 200).
4. Raio heterogéneo com células
erectas e quadradas, secção
radial (aprox. X 100).
5. Raios heterogéneos com células
de dimensão irregular, secção
tangencial (aprox. X 100).
4 5
Fotos: P.F. QUEIROZ
ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

1 2

3 4 5 6

ESTAMPA VIII
Rhamnus alaternus/lycioides
1. Porosidade, secção transversal (aprox.
X 20)
2. Porosidade, secção transversal (aprox.
X 100)
Pistacia lentiscus
3. Porosidade, secção transversal (aprox.
X 10).
4. Porosidade, secção transversal (aprox.
X 200).
5. Raio multisseriado, secção tangencial
(aprox. X 200).
6. Vasos com espessamentos
espiralados, secção radial (aprox. X 400).
7 7. Raio heterogéneo, secção radial (aprox.
X 200).

Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

4
2 3

ESTAMPA IX
Crataegus monogyna
1. Porosidade, secção 6 7 8
transversal (aprox. X 10)
2. Porosidade na madeira de
Primavera, secção transversal (aprox. X 100)
3. Porosidade na madeira de Verão, secção transversal (aprox. X 100)
4. Raios multisseriados, secção tangencial (aprox. X 100)
Prunus cf. P. avium
5. Porosidade, secção transversal (aprox. X 100).
6. Raios , secção radial (aprox. X 100).
7. Vasos com espessamentos espiralados, secção radial (aprox. X 200).
8. Raios multisserados compridos, secção tangencial (aprox. X 100).

Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
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5 6

ESTAMPA X
Arbutus unedo
1. Porosidade, secção transversal (aprox. X 10)
2. Porosidade, secção transversal (aprox. X 100).
3. Porosidade, secção transversal (aprox. X 200).
4 4. Raios heterogéneos, secção radial (aprox. X
100).
5. Vasos com espessamentos espiralados,
secção radial (aprox. X 200).
6. Raios multisseriados de contorno fusiforme,
secção tangencial (aprox. X 200).

Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
SÍTIO NEOLÍTICO DE SÃO PEDRO DE CANAFERRIM

1 2

5 6

4 ESTAMPA XI
Erica umbellata
1. Porosidade, secção transversal
(aprox. X 200)
2. Raios multisseriados, secção
tangencial (aprox. X 200).
3. Porosidade, secção transversal
(aprox. X 20).
Ulmus
4. Porosidade, secção transversal
(aprox. X 100).
5. Vasos com espessamentos
espiralados, secção radial (aprox.
X 200).
6. Vaso com pontuações
intervasculares, secção radial
(aprox. X 200).
7. Raios homogéneos, secção
radial (aprox. X 100).

7 Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
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4 5

ESTAMPA XII
Ulex tipo
2 3 1. Porosidade, secção
transversal (aprox. X 100)
2. Raio heterogéneo, secção
radial (aprox. X 100).
3. Raio heterogéneo, secção
radial (aprox. X 200).
4. Vasos com espessamentos
espiralados, secção
8 tangencial (aprox. X 200).
5. Raios multisseriados, secção
6
tangencial (aprox. X 200).
Leguminosae indet. 2
6. Raios multisseriados,
secção tangencial (aprox. X
200).
7. Porosidade, secção
transversal (aprox. X 200).
7 9 8. e 9. Raios hererogéneos,
secção radial (aprox. X 200).

Fotos: P.F. QUEIROZ


ESTUDOS DE ARQUEOBOTÂNICA
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1 2

4 5 6 7

ESTAMPA XIII
Acer monspessulanum
1. Porosidade, secção transversal (aprox. X 200)
2. Poros múltiplos, secção transversal (aprox. X
400).
3. Secção radial (aprox. X 100).
4. Raios multisseriados, secção tangencial (aprox.
X 100).
Populus
5. Raios uniisseriados, secção tangencial (aprox. X
200).
6. Vaso com pontuações intervasculares, secção
radial (aprox. X 200).
7. Porosidade, secção transversal (aprox. X 100).
8. Raios homogéneos, secção radial (aprox. X 100).

Fotos: P.F. QUEIROZ

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