N°3

Pra você aprofundar no tema

POESIA
: livro:

juventudes
IN FORMAÇÃO
E vamos à
luta (Gonz A juventude vai ao cinema
Eu acredit aguinha)
JUAREZ DAYRELL

OBSERVATORIO DA
JUVENTUDE UFMG
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É na rapaz JOSE LOPES
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Que segue da INES TEIXEIRA
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FilmeS:
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JUVENTUDE
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MUSICA
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www.bemtv.org.br (Charlie Br
www.ondajovem.com.br À palo seco own Jr.)
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www.revistaviracao.org.br Como nosso
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Velha roupa hior)
www.aic.org.br colorida (B
www.cipo.org.br Marquinho elchior)
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www.ijc.org.br O velho e o abeção (MV Bill)
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www.eca.usp.br/nce hermanos) oço (Los
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www.fae.ufmg.br/objuventude/ não! (Gabr a
http://www.uff.br/obsjovem/mambo/ iel o Pensad s eu
or)
http://www.emdialogo.uff.br/
www.cidadehiphop.com.br
APOIO:

REALIZAÇÃO:
Nós do Observatório da Juventude da UFMG viemos desenvolvendo desde
Jovens máquinas
de CONSUMO
2002 pesquisas relacionadas à juventude e também desenvolvemos ações de
formação com jovens, buscando sensibilizá-los sobre o contexto social em que estão
inseridos, proporcionando um olhar mais crítico diante dos problemas enfrentados
em suas comunidades, bem como estimulando a atuação para a mudança desse
quadro.
É este o objetivo desta série de fanzines Juventude (in em) Formação: propor uma Imagine esta cena: você está parado
reflexão sobre temas relacionados às questões sociais e alguns desafios vivenciados diante de sua TV, e o que aparece na
pela Juventude, contribuindo assim no processo de sua formação. telinha é um comercial com jovens
bonitos, em um belo dia de sol,
Não pretendemos esgotar aqui os namorando, rindo e curtindo a vida
temas propostos, apenas oferecer um de um jeito que só eles sabem
olhar crítico a partir de várias facetas como fazer. Ao término da
do assunto. propaganda, aparece algo como:
"a vida é hoje!", "aproveite agora"
Ao utilizar esse fanzine, cada grupo O Observatório da Juventude da UFMG ou outro slogan qualquer que
possui a liberdade de escolher quais é um programa de ensino, remeta a esta mesma idéia.
aspectos pretende aprofundar, de pesquisa e extensão da Faculdade de Isto porque, o público-alvo
acordo com seus interesses Educação da UFMG. Está dos comerciais é De olho neste filão, as campanhas
específicos. Este é o terceiro volume, inserido no contexto das políticas de justamente o jovem, hoje a publicitárias incentivam o
cujo tema é Juventudes. Antes veio
ações afirmativas em torno da maior parcela entre os imediatismo, a idéia de aproveitar a
Desigualdades Sociais e Raça.
temática “educação, cultura e consumidores, já que, entre outros vida para não se arrepender do que
juventude”, tendo como eixos fatores, viaja mais, se diverte mais podia ter sido e não foi. Elas apostam
Esperamos que goste!
norteadores a condição juvenil, e, por conseqüência, gasta mais. no comportamento de compra
Fonte: www.acoesafirmativas.ufrgs.br
políticas públicas, as práticas culturais Mas é fato que, quanto mais jovem desenfreada, da compra por impulso,
e as ações coletivas da juventude na e inexperiente, mais facilmente se do consumo sem reflexão. É claro que
cidade e a construção de metodologias é influenciado a ter este tipo de nem todo jovem compra, Além disso,
de trabalho com jovens. comportamento. há dois tipos de consumo: o que está
ligado à utilidade do produto e de que
Outro aspecto importante é forma ele pode facilitar seu dia-a-dia;
O termo Ação Afirmativa que a juventude torna-se, no e o consumo por valores simbólicos -
refere-se a um conjunto de Coordenadores: século 20, um modelo neste caso, relacionado ao status que
políticas públicas que visa Prof. Juarez Tarcísio Dayrell cultural. Ser jovem passa a o produto pode fornecer como
Profa. Nilma Lino Gomes
remover barreiras que Prof. Geraldo Leão representar valores e estilos identificação com determinado grupo
impeçam o acesso de certos de vida bastante de pessoas ou prestígio perante a
grupos e minorias ao mercado
Organização e Projeto gráfico:
perseguidos, como a saúde , sociedade. "É justamente este
Marcelo Lin e Luciana Melo
de trabalho, universidades e a beleza, a alegria, a coragem segundo parâmetro que tem tido valor
posições de liderança. e a disposição para o novo. para estes jovens", declara o
Observatório da Juventude - UFMG - professor.
Faculdade de Educação
Ao mesmo tempo, não é
Fonte: www.acoesafirmativas.ufrgs.br Av. Antônio Carlos, 6627 - Campus Pampulha ainda considerado sujeito de
Sala: 1666 Telefone: 3409-6188 direitos!
observajuventudeufmg@yahoo.com.br
www.fae.ufmg.br/objuventude

2 http://www.universia.com.br/universitario/materia.jsp?materia=9191 11
 Não é Sério AFINAL,
O QUE É JUVENTUDE

Na juventude fazemos escolhas que tendem a

determinar o que seremos pelo resto da vida.

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Charlie Brown Jr.

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Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é

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O jovem no Brasil nunca é levado a sério

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Já faz um tempo

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Cada lugar, um lugar

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Eu sei como é difícil acreditar

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Mas essa porra um dia vai mudar o

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Passa a bola, eu jogo o jogo a s

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A polícia diz que já causei muito distúrbio r u
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O repórter quer saber porque eu me drogo

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O que é que eu uso
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Eu também senti a dor

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E disso tudo eu fiz a rima
Agora tô por conta v e d e d an
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Pode crer que eu tô no clima r jo s , a u al uer
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Também tô no clima Se trav sic o
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O que eu consigo ver é só um terço do problema a v em poca
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É o Sistema que tem que mudar Se alque o b l em
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Não se pode parar de lutar qu ar?
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Senão, não muda lu
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(Charlie Brown Jr.)

A Juventude tem que estar a fim O jo nossa

Tem que se unir p a ra
O abuso do trabalho infantil, a ignorância
Faz diminuir a esperança

10 3
 Será que geralmente as pessoas têm idéias
corretas sobre o que é ser jovem?
JUVENTUDES DAS PERIFERIAS
Ou podemos dizer que existem criações de
imagens e preconceitos sobre a juventude atual?
E POLÍTICAS PÚBLICAS
Qual é o perigo dessas imagens e preconceitos? Recentemente a juventude tem
sido tema das políticas públicas
no Brasil. Governos e
sociedade civil têm chamado a
atenção para problemas que
ÃO ou
TRANSIÇ
afetam jovens pobres como

FASE DE crescimento da pobreza, do

P R E S ENTE? desemprego e da violência.

MOME NTO Dessa forma, ganham destaque,

a realização de projetos sociais
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C I A L o u SUJEI voltados para os moradores das
A SO periferias. A pergunta que
PROBLEM N C I A LIDADES
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devemos fazer é: essas políticas
E PO T E
CHEIO D
reconhecem os jovens Muitos são desenvolvidos de forma precária e sem
? moradores das periferias como
LIDADES a participação dos jovens na elaboração e
POSSIBI sujeitos de direitos? Elas desenvolvimento. Além disso, muitas vezes as
conseguem atender às ações não são atraentes. Outro problema é que
MOMENTO DE LIBERDADE E demandas em qualidade e muitas vezes esses projetos partem de uma visão
quantidade? negativa dos jovens pobres, o que resulta em
PRAZER ou TAMBÉM DE DORES E
projetos assistencialistas. Outras vezes são
RESPONSABILIDADES? O que vemos é que os tratados como potencialmente perigosos, para os
programas e projetos, quais restam as ações de prevenção à
especialmente no caso dos criminalidade.
jovens moradores das vilas e
favelas, estão longe do Muitos jovens pobres, às duras penas e de
esperado. diferentes maneiras, buscam formas de inserção:
se envolvem em grupos culturais, participam de
igrejas, trabalham e estudam, contornando as
dificuldades. Cabe aos governos desenvolver
ações que apóiem essas iniciativas e incentivar a
formação de grupos juvenis, além de subsidiar
atividades culturais e sociais, facilitar a circulação
deles pela cidade, etc. Essas são algumas
demandas dos jovens, entre muitas outras, ainda
não atendidas plenamente pelas políticas de
juventude.

JORNAL FAVELA É ISSO AÍ – N. 08 Texto de Geraldo Leão (editado)

4 9
4
O QUE É SER JOVEM NO
BRASIL?
O Brasil tem hoje cerca de 50,2 milhões de jovens (15 a
E então, o que é ser jovem?
De maneira geral, podemos dizer que a juventude
começa pela adolescência e é marcada por
transformações biológicas, psicológicas e de

?
29 anos), ou seja, 26,4% da população brasileira. inserção social. É nesta fase que fisicamente se
adquire o poder de procriar, quando a pessoa dá
Cerca de 14 milhões de jovens, na faixa etária entre 15 sinais de ter necessidade de menos proteção por
a 29 anos, podem ser considerados pobres, pois vivem parte da família, quando começa a assumir
em famílias com renda familiar per capita de até meio responsabilidades, a buscar a independência e a
salário mínimo.
dar provas de auto-suficiência.
Apenas a metade de jovens com 15 a 17 anos freqüenta
o ensino médio, o que seria a idade correta? Mas é importante levar em conta que essa etapa
da vida é vivida de maneiras diferentes de
Cerca de 4,6 milhões de jovens encontram-se acordo com a classe social, etnia, religião,
desempregados, representando 63% do total de valores, gênero, região geográfica, dentre outros. É muito
desempregados no país. Nesse caso, o desemprego diferente, por exemplo, ser jovem, em uma família de classe
juvenil é 2,9 vezes MAIOR QUE O DOS ADULTOS! média ou de camadas populares, em um grande centro urbano
ou no meio rural.

Fonte: Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio – PNAD 2007

Os jovens de 18 a 24 anos estão conseguindo entrar no
ensino médio, mas logo abandonam a escola, pois têm
que escolher entre o estudo ou o trabalho. Enfim, podemos dizer que não existe um único modo de ser
jovem, por isso utilizamos a noção de JUVENTUDES para
Em 2007, o nível de escolaridade dos jovens das zonas expressar as diversas maneiras de ser jovem. O estatudo da
rurais era 3O% inferior ao dos jovens das zonas Juventude que está sendo discutido no congresso nacional,
urbanas. estipula a faixa etária que compreende a juventude.
A maioria dos jovens brasileiros está concentrada nas

Dayrell, Gomes. A juventude no Brasil.

áreas urbanas (85%). OLHA SÓ:
Cerca de 28 milhões de jovens viviam em moradias A juventude compreende a faixa etária que vai
fisicamente inadequadas como, por exemplo, sem dos 15 aos 29 anos de idade. Os jovens podem
água canalizada, sem rede de esgoto, sem coleta de ser divididos em três grupos:
lixo, construídas com materiais não-duráveis.
- jovens adolescentes: de 15 a 17 anos
O anafalbetismo entre jovens negros é quase duas - jovens-jovens: de 18 a 24 anos
vezes maior do que entre brancos. - jovens adultos: de 25 a 29 anos.
8 Pnad, 2007. 5
 JUVENTUDE e PARTICIPACAO
A juventude brasileira tem seus DIREITOS SOCIAIS atendidos? Será São múltiplas as experiências de participação juvenil
que os jovens são levados a sério? Qual o lugar da juventude na existentes no Brasil. Não se pode pensar nos grêmios
construção da liberdade e da democracia? O que é participar hoje? estudantis, nos centros acadêmicos, nas juventudes
partidárias e sindicais de hoje com os olhos de décadas
Em vários momentos da história, o atrás. Hoje há posses de Hip-Hop, há jovens reunidos em
jovem teve participação marcante na diferentes tipos de ONGs, em trabalhos voluntários e em
sociedade. Dos anos rebeldes, de movimentos sociais específicos. Redes de jovens
combate à ditadura, aos caras- mulheres, da juventude negra e indígena, de jovens rurais,
pintadas, que saíram às ruas exigindo de jovens pela livre orientação sexual, de jovens com
a cassação de um presidente. Seja em deficiência atuam buscando inscrever seus direitos em
manifestações estudantis, engajados São direitos sociais a educação,
diferentes espaços. Grupos culturais, religiosos e
em projetos sociais, participando de a saúde, o trabalho, a moradia, o esportivos também fazem parte de um cardápio amplo e
grupos religiosos ou em grupos lazer, a segurança, a previdência plural. É preciso valorizar as diferentes formas de
culturais e de lazer, os jovens estão em social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos
movimentos espalhados por todo o desamparados (Art. 6o da
país. Será que diante dessa realidade Constituição Federal de 1988). Os jovens estão nos dando
podemos afirmar que eles não se sinais de que eles
desconfiam da política. E a
interessam pelos rumos do Brasil? pergunta é: o problema é de A falta de acesso à informação é um dos
quem? Do jovem que obstáculos à participação. Há uma
desconfia ou da política que pesquisa que mostra que 85% dos
deixou de ser confiável? jovens se informam pela televisão e que
(Prof.º Paulo Carrano) os jovens não têm acesso e as escolas
não estimulam temas da atualidade.

6 Fonte: Juventude - Salto para

o futuro – n. 46: Juventudes e
7
culturas de participação 7
6