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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES GERAIS DO GLP

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

1.1-GLP

O GLP é um combustível fóssil não renovável e que pode se esgotar de um dia para
outro. O GLP é obtido como um produto de refino de petróleo ou gás natural e é composto
basicamente por propano e butano.O GLP é utilizado como combustível em veículos, como
gás empregado para cozinhar e também como um gás refrigerante, com a finalidade de que o
uso de clorofluorcarbono possa ser evitado uma vez que causam a destruição da camada de
ozono.

Essencialmente composto por dois gases extraídos do petróleo, o butano e o propano,


pode também conter, minoritariamente, outros hidrocarbonetos, como o etano. O combustível
é incolor e para tornar mais seguro o uso do produto, adiciona-se um composto à base de
enxofre, de modo a torná-lo perceptível ao olfacto humano em casos de vazamento.

O GLP pode ser produzido em refinarias ou em plantas de processamento de gás


natural. Quando oriundo do refino, o craqueamento catalítico fluido (FCC) é o principal
processo produtivo do GLP. Após produção ou importação, o GLP pode ser armazenado em
vasos de pressão denominadas esferas de GLP, sendo, em seguida, na revenda, acondicionado
na forma líquida em botijas na correspondente pressão de vapor. A botija de 13 kg (P13) é
usada no consumo residencial para o cozimento de alimentos. O GLP também pode ser
armazenado e distribuído em recipientes que variam de 2 a 90 kg para consumo em áreas
industriais e comerciais ou em navios-tanque dedicados ao transporte do produto.

Por causa dessas características, ele é utilizado em ambientes fechados, como na


cozinha da sua casa, ou em aplicações industriais sensíveis a poluentes, como na fabricação
de vidros, cerâmicas e alimentos.

A relação entre o volume do GLP gasoso e líquido é de cerca de 250, o que faz com
que o GLP comprimido e liquefeito ocupe pouco espaço. Quando se usa o GLP, este é
vaporizado lenta e seguramente através da abertura da válvula instalada na saída do recipiente
dearmazenamento (botija). Assim, o GLP pode ser utilizado numa residência como fonte de

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energia para o cozimento dos alimentos, aquecimento de água durante um longo período de
tempo. O uso do GLP na forma líquida foi proposto por Walter Snelling em 1911, quando
este produziu propano e butano liquefeitos e propôs um sistema de armazenamento e
distribuição destes combustíveis.

O método de produção proposto por Snelling foi patenteado em 1913. Além dos
hidrocarbonetos de 3 a 4 átomos de carbono, podem ainda ocorrer no GLP pequenas
quantidades de compostos mais leves (etano) e/ou mais pesados (pentanos). A presença de
etano (C2H6), é restrita no GLP porque torna difícil a liquefação do produto nas condições de
armazenamento do GLP.

O etano, normalmente, está presente no gás combustível, junto com o metano. Por
outro lado, os mais pesados, como o n-pentano (C5H12) estão restritos no GLP porque
dificultam a vaporização do produto e a sua queima completa, podendo levar à ocorrência de
fuligem. Normalmente, n-pentano e hidrocarbonetos mais pesados estão presentes na
gasolina. O GLP pode ser transportado e armazenado como líquido e quando libertado, é
vaporizado e é queimado como gás. O GLP pode ser facilmente levado do estado líquido para
o estado gasoso e vice-versa. Esta característica faz do GLP um combustível único.
1.1.2-Composição química do GLP

Na composição do GLP há uma mistura de hidrocarbonetos contendo


predominantemente, em percentagens variáveis, propano; propeno; isobutano; n-butano e
buteno. O poder calorífico do propano é de 49.952 KJ/Kg (11.934Kcal/Kg) enquanto o do
butano é de 49.255 KJ/kg (11.934 Kcal/kg). Se houver uma proporção de propano maior do
que a de butano, tem-se um GLP mais rico, com maior pressão e menor peso. Se ocorrer o
inverso, tem-se um GLP mais pobre, com maior peso e menor pressão.

1.1.2.1-Propano como constituinte do GLP

Pertence aos alcanos (hidrocarbonetos alifáticos), o propano é um gás incolor


contendo três átomos de carbono e oito de hidrogénio, expresso na fórmula química C3H8.

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É algumas vezes derivado de outros produtos do petróleo, durante processamento de


óleo ou gás natural. É aplicado como combustível doméstico, comercial e industrial. Também
utilizado como matéria-prima para síntese do propileno e como fonte de calor industrial em
caldeiras, fornalhas e secadores.

Figura I: Molécula do propano.

Fórmula C3 H8
Massa molar 44.1 g mol-1
Aparência Gás incolor
Densidade 2,01 g.l-1 ( gás, 0 °C, 1013 hPa )
0,58 g.cm-3 ( líquido, no ponto de ebulição)

Ponto de fusão -188 °C


Ponto de ebulição -42 °C
Solubilidade em água Praticamente insolúvel (75 mg.l-1 a 20 ºC )
Solubilidade em etanol Solúvel
Solubilidade em éter Muito solúvel
Solubilidade em benzeno Muito solúvel
Pressão de Vapor 0, 83 Mpa (20 °C)

Tabela I: Propriedades do propano

1.1.2.2- Butano como constituinte do GLP

É um hidrocarboneto saturado ou parafínico alifático, gás inflamável que se liquefaz a


0 pressão atmosférica a 5 °C, formado por quatro átomos de carbono e dez, cuja fórmula
química é C4H10. Podendo ser chamado pelo mesmo nome de seus isómeros: ISO butano ou
metilpropano. Apresenta uma grande aplicabilidade na área doméstica, comercial e industrial.
Também é muito utilizado na indústria de borracha sintética.

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Figura II: Molécula do butano.

Apresenta uma grande aplicabilidade na área doméstica, comercial e industrial.


Também é muito utilizado na indústria de borracha sintética.

Fórmula C4H10
Massa molar 58.124g/mol
Aparência Gás incolor
Densidade 0,60 g.cm3(líquido no ponto de ebulição)
2,71 g.l-1 ( gás, 0ºC 1013 hPa )

Ponto de fusão -138,3 °C


Ponto de ebulição -0,5 °C
Solubilidade em água Pouco solúvel (61 mg.l-1 a 20ºC)
Pressão de Vapor 208 Kpa (20ºC)

Tabela II: Propriedades do butano

Como esses gases são inodoros, por medida de segurança na elaboração de um


odorante é adicionado uma substância da família dos mercaptanos, que se chama Etanotiol e a
sua fórmula é C2H5SH, um composto a base de enxofre. Fazendo com que qualquer
vazamento seja detectado.
1.1.2.3- Tiol

Composto orgânico derivado do álcool através da substituição do átomo de oxigénio


pelo enxofre, são usados como odorantes para auxiliar na detecção gasosos de
hidrocarbonetos, como gás natural (que na forma pura é inodoro), gás liquefeito de petróleo
(pois o propano e butano que predominantemente o compõe também são inodoros),
proporcionando o odor desagradável característico quando há vazamentos.

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Figura III- Grupo Tiol


1.1.3-Classificação do GLP
A classificação do GLP será descrita na tabela abaixo.
Nome Comercial Composição Aplicação
 Cozimento de alimento;
Proporção variável de:  Sistemas de combustão industrial que
GLP  Propano (propeno); não necessitam de composição fixa do
 Butanos (butenos). produto;
 Combustível para tratamento térmico e
galvanização.
Mistura contendomaior  Indicado para sistema que necessitam
parte de propano e/ ou de alta volatilidade do produto além da
Propano Comercial propeno (C4+ ≤ 2,5%). composição e pressão de vapor bem
definidas.

Mistura contendo no  Uso recomendado onde o teor de


mínimo 90% de propano olefinas (alcenos) é factor limitante.
Propano Especial (volume) e no máximo 5%
de propeno (volume) (C4+≤
2,5%).
Mistura contendo maior  Indicado para sistema de combustão
parte de butanos e/ ou com pré-vaporizado e que necessitam
Butano Comercial butenos (C5+≤ 2,5%). de composição/pressão de vapor
estáveis.

Mistura contendo no  Proponente.


mínimo 96% de butano
Butano Especial (volume) e no máximo 2%
de buteno (volume)(C4+≤
0,5%).
Tabela III:Tipos de gases liquefeitos de petróleo

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1.1.4-Propriedades Físicas

As propriedades do GLP serão descritas na tabela a seguir.

Estado físico Gás liquefeito sob pressão


Cor Incolor
Odor Característico
Ph N.A.
Ponto de ebulição Máximo 2,2/ 1 atm
Ponto de fusão - 187,7 °C
Ponto de fulgor - 74,0 °C
LEI Butano = 2,2 %
Propano= 1,8%
LES Butano = 8,4 %
Propano = 9,5%
Densidade do vapor 1,50 (Ar =1,0)
Densidade do Líquido 0,51 – 0,58 /20 °C
Temperatura Auto-ignição 426 - 537 °C
Temperatura Crítica: 96,67 °C
Solubilidade em água Insolúvel
Solubilidade em solventes orgânicos Bastante solúvel
Tabela VI: Propriedades físicas do GLP

1.4.Propriedades químicas do GLP

Pertencente aos alcanos o GLP (propano e butano) é um compostos naturalmente


pouco reactivo. Para fazer reagir um alcano é preciso fornecer grande quantidade de energia,
pois sua estrutura é muito estável e muito difícil de ser quebrada.

A partir do craqueamento catalítico do gasóleo é produzido a gasolina (iso-octano) e


GLP (propano+butano).

 Reaccão de pirólise:

C36 H74 C8H18 + C3H8 + C4H10

 Reaccão de combustão completa:

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Em reacção de combustão onde o combustível é constituído unicamente de carbono e


hidrogénio; ou carbono, hidrogénio e oxigénio, se ela se der de forma completa, os produtos
formados são dióxido de carbono (CO2(g)) e água (H2O(g)):

Combustão completa do butano:

2 C4H10(g) + 13 O2(g) → 8 CO2(g) + 10 H2O(g)

Combustão completa do propano:

C3H8(g) + 5 O2(g) → 3 CO2(g) + 4 H2O(g)

 Reaccão de combustão incompleta:

Se a reacção for incompleta, produzem-se monóxido de carbono (CO) e água(H 2O(g));


ou carbono elementar (C) e água(H2O(g))

Combustão incompleta do butano:

2 C4H10(g) + 9 O2(g) → 8 CO(g) + 10 H2O(g) 

2 C4H10(g) + 5 O2(g) → 8 C(g) + 10 H2O(g)

Combustão incompleta do propano:

2 C3H8(g) + 7 O2(g) → 6 CO(g) + 8 H2O(g) 

C3H8(g) + 2 O2(g) → 3 C(g) + 4 H2O(g)

1.5- Aplicações do GLP

Por ter alto poder energético, o GLP pode colocar em funcionamento desde o menor
aparelho doméstico até grandes instalações industriais.Por ser um combustível muito limpo,
ele pode ser usado em contacto directo com alimentos e artigos tais como cerâmica fina, sem
nenhum prejuízo a pureza e a qualidade desses produtos.

Em residenciais ou recintos comerciais, é geralmente usado para aquecimentos de


água, além do uso mais conhecido que é o cozimento de alimentos.Apesar de ser usada em
sua grande maioria para fins residenciais de cozimento uma parcela da produção de GLP é
utilizada para outros fins. Seguem-se abaixo as aplicações do GLP:

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1. Em residenciais no cozimento de alimentos,cozinhas industriais em hotéisrestaurantes,


hospitais, fábricas e universidade;
2. Aquecimento, higiene pessoal e aquecimento ambiental;
3. Fundições/ Siderúrgicas;
4. Indústria de Latas de Alumínio (alimentação de fornos, reciclagem e fabricação);
5. Aplicações têxteis;
6. Indústria de papel e Celulose (secagem);
7. Indústria Cerâmica: pisos, louças, tijolos, telhas, louças sanitárias (pigmentação);
8. Indústria Automobilística (câmaras de pinturas e secagem);
9. Soldagem de metais não ferrosos e cortes de chapas;
10. Indústria de cimento (pré-aquecimento de fornos);
11. Indústria Química (laboratórios, geradores de calor);
1.6- Vantagens Do GLP

As vantagens do GLP são as seguintes:

1. O GLP contribui para a redução da poluição ambiental e da diminuição das emissões


de carbono. Além disso, o gás liquefeito de petróleo não é tóxico, não contamina os
mananciais de água nem o solo. Ele é substituto para a lenha, evitando que este
material seja utilizado em ambiente externos e até mesmo em locais internos, o que
não é benéfico para a saúde e nem para o planeta;
2. O GLP pode ser usado em residências e estabelecimentos comerciais. Em casa, é mais
utilizado no preparo de alimentos, mas também tem óptimo desempenho em
aquecedores de ambientes a gás;
3. Hoje, o GLP assume importância também na matriz energética industrial. Muitas
indústrias conhecem as facilidades e as vantagens de utilizá-lo como fonte de energia
para suas linhas de produção, pois este é um combustível eficiente, competitivo e
menos poluente;
4. Industrialmente, o gás liquefeito de petróleo é utilizado em todos os segmentos de
actividades industriais, como siderurgia, metalurgia, cerâmica, papel e celulose,
alimentos e bebidas, vidros e também na agro-indústria. Além disso, também pode ser
utilizado em processos da indústria química, farmacêutica e de cosméticos;

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5. O GLP atende a diversos processos agrícolas, principalmente à secagem e torrefacção


de grãos e ao combate de pragas, reduzindo ou eliminando o uso de agro-tóxicos. Em
relação a outros combustíveis utilizados no agro-negócio, o GLP desponta como a
melhor solução por conta das seguintes características:

o É um energético que possui uma queima muito mais limpa;


o É possível controlar a temperatura da queima;
o Não produz sedimentos oriundos da queima;
o É um energético que pode ser transportado e estucado com prática e segurança;
o Substitui defensivos agrícolas de natureza química, evitando dessa forma a
contaminação do solo e dos aquíferos subterrâneos, rios, lagos e mares;
o Permite uma produção mais natural;
o Evita o acate de matas e florestas nativas, substituindo com muito mais eficiência a
lenha e o carvão vegetal;
o É o energético que menos agride o meio ambiente.

6. Na avicultura, o GLP é conhecido como um energético altamente adequado para


aquecimento de ambientes, por ter menor custo do que a electricidade e apresentar
menores índices de poluição que os combustíveis sólidos e líquidos, além de permitir
o controlorestrito da temperatura nas mais variadas gradações.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

1.7- Detecção de vazamentos e inflamabilidade

Sendo o GLP mais pesado que o ar, se houver vazamento do produto, este não sofrerá
uma rápida dispersão na atmosfera, tendendo a se concentrar na parte inferior do ambiente
com alto risco de inflamabilidade. A inflamabilidade de qualquer produto ocorre dentro de
limites tais que:

• Abaixo do valor mínimo (limite inferior de inflamabilidade) não existe combustível


suficiente para sustentar a combustão;

• Acima do valor máximo (limite superior de inflamabilidade) não existe oxigénio suficiente
para sustentar a queima.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

CAPÍTULO II
PRODUÇÃO DO GLP

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

2.1- Produção do GLP

O gás liquefeito de petróleo pode ser obtido a partir de duas formas: Nas refinarias de
petróleo ou nas unidades de processamento de gás natural (UPGN).

Destilação
atmosférica do
petróleo

Unidade de
processamento de gás
natural (UPGN)
Tratamento de GLP
dessulfurização
Craqueamento
catalítico fluido
(FCC)

Coqueamento
retardado

Esquema I: Produção do GLP

2.2- Objectivo do Refino

Uma refinaria de petróleo, ao ser planejada e construída pode destinar-se a dois


objetivos básicos:

 Produção de combustível e matérias-primas petroquímicas


 Produção de lubrificantes básicos e parafinas.

O primeiro Objectivo constitui a maioria dos casos, uma vez que a demanda por
combustível é muitíssimo maior que a dos outros produtos. É fundamental a produção em
larga escala de fracções destinadas a obtenção do GLP.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Primeiramente, o petróleo bruto é aquecido. Após o aquecimento, o petróleo sofre uma


dessalinação, isto é, ocorre a remoção dos sais e as partículas sólida em suspensão a partir da
adicção de uma água aquecida e de uma pequena quantidade de um agente desemulsificante
ao óleo cru antes da introdução na dessalgadora. Aplica-se o calor, de modo que a reduzir a
viscosidade do petróleo e aumentar a diferença de densidade entre óleo e a água, essas
condições facilitam a decantação e consequentemente, a separação da água salgada.

O refino do petróleo e dos produtos petroquímicos envolve dois ramos principais, as


modificações físicas, ou operações de separação, e as modificações químicas, ou conversões.

Petróleo
GLP
Gás

Dessalinização e Destilação Recuperaçã


pré- atmosférica Gasolina destilada Reforma Gasolina destilada
o de gás e
aquecimento catalític estabilizaçã
Nafta Gasolina de alta octagem
a o da
gasolina

Querosene

Gasóleo
FCC

Gasolina de alta octanagem e gás


Destilação a
vácuo Gasóleo pesado

Esquema II: Refino do petróleo

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

2.2.1- Destilação Atmosférica

A primeira etapa do processo de refino é a destilação atmosférica. Nela o petróleo é


aquecido e fraccionado em uma torre, de onde são extraídos, por ordem crescente de
densidade, gases combustíveis, GLP, gasolina e a nafta.

A gasolina não estabilizada é enviada para Unidade 550, a unidade de Recuperação de


Fraccionamento da Gasolina, com a temperatura de funcionamento da fornalha de 305ºC

Primeiramente, será enviado para a Torre Desbutanizadora, onde o objectivo é de


aumentar a percentagem do butano (onde a quantidade máxima e de 62% de volume) e
diminuir a percentagem de pentano (onde a quantidade mínima e de 3% e volume), isto é,
separar o GLP como produto de topo e a nafta como produto do fundo, ocorrendo à altas
pressões de 11 kg/cm2;

A seguir é transferido para a Torre Desetanizadora, a uma temperatura do topo de


55ºC e do fundo de 111ºC a uma pressão de 30 Kgf/cm 2, nesta torre ocorre a remoção do
etano dos condensados para produzir um produto de GLP cm uma taxa máxima de 3% de
volume de etano. Esta torre é recheada com anéis de aço carbono de uma polegada, na qual o
líquido entra em contacto com o vapor do refervedor. A combinação de temperatura, pressão
e refluxo em contacto com o recheio produzem a separação desejada.

2.2.2- Craqueamento catalítico

É um processo de transformação de fracções de petróleo pesadas em outras fracções


mais leves, através da quebra (cracking) das moléculas dos constituintes com a utilização de
catalisadores. O processo tem com carga principal os gasóleos provenientes da destilação a
vácuo, podendo incluir também, quantidade relativas de resíduos atmosférico,

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Os gasóleos e o resíduo atmosférico são injectados em uma secção da UFCC


misturando-se a uma corrente quente de catalisadores e passando por uma tubulação, que é
transformado em várias outras fracções e leves, entre eles o GLP, rico em hidrocarbonetos de
dupla ligação (que são bem vaporizados como matéria-prima petroquímica). Em relação a
carga o GLP é produzido em uma proporção de 25 a 40% do volume.

2.2.1.3- Coqueamento retardado

É um processo de obtenção de coque a partir de uma grande variedade de cargas,


normalmente óleo cru reduzido, resíduo de vácuo, óleo decantado, alcatrão de craqueamento
térmico e respectivas misturas.A unidade de Coqueamento produz, ainda, gás combustível
GLP, nafta, gasóleo leve e gasóleo pesado para FCC.

E por fim, vai para a Torre de Lavagem ou Tratamento de Dietanolamina (DEA), a


uma temperatura de entrada de 46 °C e de saída de saída de 93 °C. Adiciona-se a
Dietanolamina (3% até 4,5% de concentração) que tem o objectivo de remover o ácido
sulfídrico (H2S) de fracções gasosas do GLP e gás combustível, que possam atender as
especificações relacionadas a corrosividade e ao teor de enxofre. Também serve para remoção
de dióxido de carbono (CO2) caso possa estar presente na forma gasosa. A DEA é adicionada
ao GLP que resulta a formação de produtos estáveis em temperaturas próximas ao ambiente,
estes são submetidos a um aquecimento e decompõem-se regenerando a solução original a
solução original e libertando o gás H2S. A vantagem desse tratamento em relação ao
tratamento da soda Cáustica (NaOH), é a capacidade DEA regenerar-se, que removeu o H 2S e
CO2 produzindo paralelamente uma corrente de gás ácido bastante rico em enxofre, que pode
ser aproveitada para recuperação desse elemento numa unidade de recuperação do enxofre.

De cada barril de petróleo a refinar, o rendimento e derivados varias de acordo com o


tipo de petróleo, as condições operacionais e, por último, com os processos utilizados. Por
exemplo, petróleos mais leves geram maior quantidade de derivados leves, como gases
combustíveis, GLP e gasolina enquanto petróleos mais pesados geram mais óleos
combustíveis ou asfalto.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

2.2.4- Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN)

A unidade de processamento do gás natural é uma instalação industrial cujo objectivo


é:

1º Separar fracções pesadas ou ricas (propano e mais pesados) existentes no gás


natural húmido ou rico;

2º Separar fracções leves, gás natural seco ou pobre (metano e etano).

A partir do gás natural bruto extraído directamente do poço produtor, é possível obter
fracções de hidrocarbonetos mais pesados chamados de líquidos natural (LGN) desses
líquidos retira-se a gasolina natural e o GLP.

O processamento do GLP a partir do gás natural acontece da seguinte forma:

Gás Natural
GDFGGFHDTFHGCJMVFGKI

Desidratação Remoção da H2O

Dessulfurização Libertação de CO2

UPGN→ separação das fracções leves das pesadas

Metano e etano (gás residual, Fracção pesada (maior valor


industrial ou Gás seco) comercial -LGN) → GLP+C5+

Esquema III: Unidade de processamento de gás natural

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Depois de produzido o GLP é enviado para as companhias distribuidoras de gás por


caminhões e gasodutos.

Figura IV: Fluxograma de distribuição do GLP desde a produção ao consumidor final

2.3- Armazenamento

O armazenamento do GLP não polui o meio ambiente, mas o produto é extramente


inflamável e explosivos e podem causar graves acidentes se não forem armazenados e
utilizados com segurança.

Os tanques de armazenamento devem conter acessórios como: Indicadores de


temperatura e pressão, válvulas de alívio e sistema de resfriamento.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

O princípio básico de um vaporizador é o seguinte: O GLP passa por dentro do


aparelho através de um duto aquecido, geralmente resistência eléctrica, troca calor com este
duto aquecido e vaporiza-se permitindo o atendimento da demanda, o que chama-se
vaporização forçada.

O GLP é armazenado numa esfera de 12 metros de altura com a capacidade de 600


toneladas, mas por segurança só armazena-se 550 toneladas do GLP na esfera onde 50
toneladas servem para a expansão do gás por causa das altas pressões que causam uma
explosão. A produção diária do GLP na refinaria de Luanda é de 120 toneladas.

Figura V: Armazenamento em cisternas

As botijas são fabricadas com chapas de aço, capazes e suportar altas pressões. O gás
dentro dessas botijas, encontram-se no estado líquido e vapor onde 85% é de gás em fase
líquida e 15% em fase vapor, que facilita a segurança e evita pressão elevada dentro da botija.

2.4- Transporte

A movimentação do GLP das refinarias para as companhias distribuidoras de gás é


feita por meio de tubulações ou caminhões e dependendo das condições de cada região e das
formas de comercialização o produto (GLP) também pode ser movimentado por meio de
vagões tanques e navios tanques.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

A forma mais comum de transporte do GLP nos centros urbano é engarrafada em


botijas ou em caminhões de abastecimento. A venda do GLP a graneou, em caminhões e
vagões tanques, só é feita para consumidores industriais.

Figura VI: Transporte em gasoduto

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

CAPÍTULO III
CONTROLO DE QUALIDADE E IMPACTOS
AMBIENTAIS DO GLP

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

3.1- Requisitos de qualidade e especificação

O GLP atende às especificações emitidas pela ANP - Agência Nacional do Petróleo.


Quando utilizado como combustível doméstico, o GLP deve apresentar as seguintes
características:

 Facilidade de liquefacção sob pressão, de forma a ser transportado no estado líquido;


 Facilidade de vaporização nas condições ambientais, para maior facilidade de queima
no estado gasoso;
 Composição uniforme, para apresentar constância na relação ar/combustível
necessária à queima;
 Combustão completa sem formar fuligem ou deixar resíduos nos equipamentos;
 Não poluente e não corrosivo;
 Elevado poder calorífico, para atender necessidades energéticas da utilização.

Estes requisitos de qualidade devem ser atendidos pelas características definidas em


sua especificação.

As principais características constantes da especificação do GLP são a volatilidade,


definida por dois ensaios (PVR e Intemperismo), e a tendência do produto de ser corrosivo e
de causar poluição ao meio ambiente, controlada pelo teor de enxofre do GLP.

3.1.1-Pressão de vapor Reid

A pressão de vapor Reid (PVR) é a pressão exercida por uma mistura a 100ºF (37,8ºC)
representando a facilidade de condensação, seu valor é influenciada pelos componentes mais
voláteis.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Estabelece a pressão máxima dos gases liquefeito para evitar sob pressão e eventual
explosão das botijas do GLP, por conseguinte também limita a quantidade de hidrocarbonetos
leves principalmente etano, elevando-se quando a presença relativa desse
Maior % de HC Maior hidrocarboneto
pressão
Maior PVR Maior dificuldade
cresce, conforme esquematizado a seguir.
leves (etano) de liquefacção para liquefazer

Esquema IV: Influência da presença de HC leves na qualidade do GLP

3.1.2-Intemperismo

O intemperismo representa a facilidade de vaporização do GLP à pressão atmosférica


e seu valor é influenciado pela presença de componentes pesados (pentanos), elevando-se
quando a presença relativa desse hidrocarboneto cresce. Quanto maior o percentual de
componentes pesados maior o intemperismo, por conseguinte maior a dificuldade de
vaporização e queima completa.

Maior % de HC Maior Maior dificuldade de


pesados (pentano) intemperismo vaporização e queima
Esquema V: Influência da presença de HCpesados na qualidade do GLP

3.1.3-Teor de enxofre e corrosividade

Uma vez que o GLP é queimado em ambientes confinados, torna-se necessário limitar
a presença de compostos sulfurados, os quais pela combustão produzem SO 2 e SO3,
substâncias poluentes e corrosivas. A presença de enxofre no GLP promove em menor ou
maior escala de acordo com a sua concentração a formação de chuva ácida.

SO3 (g) + H2O (g) H2SO4 (l)

Todo o GLP produzido nas refinarias de petróleo passa por um processo de


dessulfurização e deve atender a um teor máximo de enxofre total.

3.2- Identificação do GLP

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Nome do produto: Gás liquefeito de petróleo


Natureza química: Mistura de hidrocarbonetos
Sinónimo: Gás de petróleo liquefeito
Ingredientes ou impurezas que contribuem para o perigo:Propano e Butano
3.2.1- Identificação de Perigo

Classificação e perigo do produto:

 Gases inflamáveis – Categoria 1


 Gases sob pressão – Liquefeito

Palavra de advertência: Perigo

Frases de perigo:

 Gás extremamente inflamável.


 Contém gás sob pressão: pode explodir sob efeito do calor.

Frases de precaução:

 Mantenha afastado do calor, faísca, chama aberta ou superfícies quentes. Não


fume.
 Armazene em local bem ventilado.
 Vazamento de gás com chamas: Não apague, a menos que se possa conter o
vazamento com segurança.
 Em caso de inalação: Remova a pessoa para local ventilado e a mantenha em
repouso numa posição que não dificulte a respiração.
 Elimine todas as fontes de ignição, se puder ser feita com segurança.

Outros perigos que não resultam em uma classificação: A inalação do produto


pode causar efeitos narcóticos. Em elevadas concentrações, causa asfixia através da redução

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

da concentração de oxigénio no ar. O contacto com o gás liquefeito pode provocar


queimaduras por baixa temperatura (frostbite). Não classificado como perigoso para o
ambiente aquático e ao solo. Contribui para a formação do smog fotoquímico.

Efeitos adversos à saúde humana: É um asfixiante simples e, em elevadas concentrações,


provoca asfixia por diminuir a concentração de oxigénio no ambiente. O contacto com o gás
liquefeito através do escape do gás de um cilindro sob alta pressão pode causar queimadura
por congelamento (frosbite).

Efeitos ambientais: Participa na formação do smog fotoquímico.

3.3. Medidas de Primeiros Socorros

Inalação: Remova a vítima para local arejado e mantenha-a em repouso. Monitore a


função respiratória. Se a vítima estiver respirando com dificuldade, forneça oxigénio. Se
necessário aplique respiração artificial. Procure atenção médica.

Contacto com a pele: Em caso de contacto da pele com a substância pressurizada,


lesão ou queimadura por frio podem ocorrer. Lave a pele exposta com grande quantidade de
água por pelo menos 15 minutos para remoção do material. Procure atenção médica

Contacto com os olhos: Lave com água corrente por pelo menos 15 minutos,
mantendo as pálpebras abertas. No caso de uso de lentes de contacto, remova-as, se for fácil.
Contacte um Centro de Informação Toxicológica ou um médico.

Protecção do prestador de socorros e/ou notas para o médico:Evite contacto com o


produto ao socorrer a vítima. Mantenha a vítima em repouso e aquecida. O tratamento
sintomático deve compreender, sobretudo, medidas de suporte como correcção de distúrbios
hidroeletrolíticos, metabólicos, além de assistência respiratória

3.4-Medidas de Combate a Incêndio

Meios de extinção apropriados:

 CO2, pó químico seco, espuma de alta pressão, para pequenos incêndios.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

 Para grandes incêndios utilizar neblina d'água e espuma normal.

Meios de extinção não recomendados:

 Água na forma de jato plena.


 Água directamente sobre o líquido em chamas.
 Não combata o fogo durante o vazamento de gás, a menos que o vazamento
possa ser contido.
 Não jogue água directamente no ponto de vazamento, pois pode ocorrer
congelamento.

Perigos específicos da mistura ou substância:

 Gás extremamente inflamável.


 Risco de explosão, se a ignição for à área fechada.
 Espontaneamente explosivo à luz do sol com cloro.
 Forma mistura explosiva com o ar e agentes oxidantes.
 Combustão pode gerar fumos anestésicos.

Medidas de protecção da equipe de combate a incêndio:

 Equipamento de protecção respiratória do tipo autónomo com pressão positiva


e vestuário protector completo.
 Combata o incêndio à máxima distância possível ou monitorar os esguichos. Se
possível, combata o incêndio a favor do vento.
 Não extinguir o fogo antes que o vazamento seja contido.
 Para grandes incêndios, utilize suportes de mangueiras ou monitore os
esguichos, se isto for impossível abandonar a área.
 Resfrie os contêineres com grandes quantidades de água até que o fogo tenha
sido extinto.
 Remova os recipientes da área de incêndio, se possível, sem correr riscos
adicionais.

3.5- Medidas de controlo para derramamento e vazamento

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Precauções pessoais:

 Para o pessoal que não faz parte dos serviços de emergência: Remova todas às
fontes de ignição. Impeça fagulhas ou chamas. Não fume. Não toque nos recipientes
danificados ou no material derramado sem o uso de vestimentas adequadas. Evite
inalação, contacto com os olhos e com a pele. Utilize equipamento de protecção
individual conforme descrito na seção 8.
 Para pessoal de serviço de emergência: Utilizar EPI completo, com luvas de
protecção de PVC, vestimenta impermeável e óculos de protecção ou protector facial
com protecção lateral. Em caso de grandes vazamentos, onde a exposição é grande,
recomenda-se o uso de equipamento de protecção respiratória do tipo autónomo
(SCBA) com pressão positiva.
 Precauções ao meio ambiente: Utilizar névoa d’água para reduzir os vapores do ar.
Empregar ventilação forçada para manter a concentração do gás abaixo dos níveis de
explosividade.
 Sistema de alarme: Recomenda-se a instalação de sistema de alarme de incêndio e
detecção de vazamento, nos locais de armazenamento e utilização do produto.

Método para limpeza:


 Procedimentos a serem adoptados: Interrompa o vazamento se não houver risco.
Alivie o conteúdo vagarosamente para a atmosfera. Ventile a área de vazamento ou
remova o recipiente para área bem ventilada.

 Prevenção de perigos secundários: Eliminar todas as fontes de ignição entorno.


3.6- Estabilidade e Reactividade

Estabilidade química: Estável. Não sofre polimerização. Não corrosivo ao aço, ferro
fundido, aço inoxidável, cobre e suas ligas, níquel e suas ligas e alumínio.

Possibilidade de reacções perigosas: A combinação de níquel carbonila, oxigénio e


n-butano resulta em explosão a temperaturas de 20-40°C.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Condições a evitar: Fontes de ignição, chamas abertas, fagulhas, calor, humidade,


descarga estática, luz solar directa, bem como o contacto com substâncias incompatíveis.

Materiais e substâncias incompatíveis: Agentes oxidantes fortes como o cloro, flúor,


peróxidos, nitratos e percloratos; níquel/carbonil e oxigénio; halogénios, ácidos, cloreto de
alumínio e hidrocarbonetos.

Produtos perigosos da decomposição: Monóxido e dióxido de carbono, vapores


anestésicos.

3.7- Informações Toxicológicas

Toxicidade aguda:

 Asfixiante simples, altas concentrações pode deslocar o oxigénio e causar aumento da


frequência cardíaca e do fluxo respiratório, fadiga anormal, náusea, vómito, perda da
consciência, convulsões, colapso respiratório e morte.
 O n-butano pode causar depressão do sistema nervoso central (SNC) com sintomas
como dores de cabeça, náuseas, vertigens, sonolência e confusão.
 O contacto de olhos e pele com o gás liquefeito pode causar queimaduras por
congelamento (frosbite).

3.8- Informações Ecológicas

Mobilidade no Ar: Rapidamente este composto se volatiliza devido à seu baixo ponto
de ebulição

Persistência / degradabilidade: É esperado baixa persistência e alta degradabilidade.

Bioacumulação: Não é esperado bioacumulação em organismos aquáticos.

Impacto ambiental: Formação do “smog” fotoquímico (poluição do ar


principalmente em áreas urbanas).

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

3.9- Impactos Ambientais

O GLP apresenta grande aplicabilidade como combustível devido as suas


características de alto poder calorífico, excelente qualidade de queima, fácil manuseio, baixo
impacto ambiental, facilidade de armazenamento e possibilidade de engarrafamento em
botijas facilitando o transporte.

Uma das características do GLP é a sua baixa emissão de poluentes, comparando a


emissão do CO2 resultante da queima do carvão ou de outro combustível fóssil que gere
resíduos, a do GLP é bem menor, sendo um combustível limpo que não contamina os
mananciais de água nem o solo.

O poder calorífico de uma botija de 13 Kg de GLP corresponde a queima de dez


árvores, o que significa que o consumo do GPL evitaria a queima de milhões de árvores no
mundo.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Conclusão

Concluímos que o gás liquefeito do petróleo (GLP) é de estrema importância para


nossas vidas, visto que o homem sempre utilizou a lenha no propano dos seus alimentos,
quando foi descoberto o petróleo surgiram inúmeras utilidades.

O gás liquefeito do petróleo (GLP) é uma mistura de gases derivados do petróleo, ele é
inflamável, o que exige muita atenção no manuseio da botija.

Notou-se que, quando maiores forem as quantidades de propano e butano maior será a
quantidade do GLP. Também notou-se que o pentano e etano determinam a qualidade do
GLP, onde quanto menor for a quantidade que eles apresentarem na composição do GLP
maior qualidade terá ele.

É muito comum o uso do gás de cozinha (GLP) para se realizar as tarefas dentro de
uma casa e é um combustível que já vem sendo usado há muitos anos.

O gás liquefeito do petróleo (GLP) é uma rica fonte de energia que além de limpar que
compactua com a preocupação e responsabilidade socio-ambiental de muitas empresas- é
flexível, ou seja, adaptável a cada modelo de negócio, extremamente barata e eficiente, o que
ajuda a reduzir o custo final de produção, ampliando o poder de compra do consumidor final.
Outro benefício é seu grande poder calorífico que chega a 11.200 Kcal/kg, superando outras
fontes de energia como a cana, querosene e o gás natural.

Comparado a outros combustíveis, o GLP apresenta vantagens técnicas e económicas,


associando a superioridade dos gases na hora da queima com a facilidade de transporte e
armazenamento dos líquidos. Como gás, sua mistura com o ar é mais simples e completa, o
que permite uma combustão limpa não poluente e demaior rendimento, transportado com
facilidade inclusive em grandes quantidades

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Recomendações

Como podemos verificar ao longo desse trabalho o gás liquefeito do petróleo (GLP) é
extremamente inflamável, logo o cuidado a ter com a botija é de grande importância.

 A proteção por extintores deve ser específica para gases inflamáveis e deve se
localizar no máximo a 5 metros de distância;

 Deve-se evitar a utilização de recipientes que sofreram avarias ou que não apresentem
condições seguras de uso;

Fonte: www.anp.gov.br

 Os recipientes de GLP não devem ser confinados dentro de quaisquer compartimentos,


devido ao risco de explosão do ambiente em situação de vazamento. Devem ser
instalados em ambientes onde haja ventilação permanente;

Fonte: www.anp.gov.br

 Os recipientes de GLP devem ser transportados e utilizados na posição vertical. A


utilização na posição horizontal pode permitir a saída do gás na fase líquida, causando
risco de incêndio e explosão.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Fonte: http://www.anp.gov

Referências Bibliográficas

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

1. Araújo Jr, J. (2006). A regulação do Sector de GLP no Brasil. Editora Encostral


Consultores.
2. Bannwart, C e Trevisan, V. (2006). Óleos pesados: oportunidades e desafios para a
pesquisa. Editora Central de Estudo de Petróleo.
3. Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (2012). Gases de Petróleo Liquefeito.
4. Domingos, L. (2013). Breve história do petróleo.
5. Petrobras. (2014). Ficha de informação de Segurança de Produto Químico. Editora
Petrobras Distribuidora.
6. Www.ebah.com.br
7. www.anp.gov.br
8. PT. Scribd.com
9. Rocha, S. (2005). Impacto Sobre a Pobreza dos Novos Programas Federais de
Transferência de Renda. Rio de Janeiro. Editora Revista de Economia Contemporânea.
10. Siva A. (2005). Gás Liquefeito de Petróleo. Brasil.
11. Willet, J. (1990). Analytical Chemistry by open learning gas chromatography. London.
On behalf of Alcol.

Glossário

API: American Petroleum Institute. É também medida numérica da densidade do


petróleo bruto; quanto menor o grau API mais frações pesadas ele possui.

Butano (C4H10): Gás liqüefeito de petróleo, obtido pelo processamento do gás


natural e também no processo de refino do petróleo.

Butano comercial: Gás liqüefeito de petróleo consistindo predominantemente de


butanos e/ou butilenos (hidrocarbonetos C4).

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Carbono: Elemento químico que tem a mais ampla aplicação dentre todos os


elementos e entra na composição de todos os compostos orgânicos. Não se funde e é
quimicamente inativo a baixas temperaturas; a temperaturas mais elevadas queima e absorve
oxigênio.

Catalisador: Subdivisão das áreas de exploração e produção de uma nação. Os blocos


são geralmente definidos em termos de latitude e longitude, em intervalos de 1º.

Central de GLP: Depósito formado por conjunto de recipientes de GLP,


transportáveis ou estacionários, dispostos em baterias, interconectadas de maneira a permitir o
suprimento ininterrupto de gás combustível. As centrais de GLP podem ser aéreas ou
enterradas.

Combustão: Combinação, geralmente rápida, entre duas substâncias, combustível e


comburente, que libera uma grande quantidade de calor.

Completação: Conjunto de operações que possibilita a colocação de um poço de


petróleo ou gás em produção.

Compressibilidade: No gás, refere-se à modificação da densidade quando sob


condições de compressão alteradas.

Condensado: Hidrocarboneto leve que, nas condições de reservatório, encontra-se no


estado gasoso, tornando-se líquido à temperatura ambiente.

Densidade: Massa de uma substância por unidade de volume expressa normalmente


em termos de kg por m3.

Densidade absoluta: Relação entre a massa por unidade de volume. Quando medida


nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP) é denominada “densidade absoluta
normal”.

Densidade de consumidores: Número de consumidores existentes numa área


geográfica ou em determinado trecho de tubulação.

Derivados Básicos: Principais derivados de petróleo, referidos no art. 177 da


Constituição Federal, a serem classificados pela Agência Nacional do Petróleo.

Derivados de Petróleo: Produtos decorrentes da transformação do petróleo.

Dióxido de carbono – CO2: Gás carbônico, incolor e inodoro, responsável em grande


parte pelo efeito estufa na atmosfera terrestre.

Distribuição: Transporte do gás natural, após o processamento, através de linhas


tronco de transmissão aos centros de distribuição, para medição e entrega aos clientes.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Distribuição de gás: Atividade de fornecimento de gás combustível por meio de dutos


aos estabelecimentos consumidores residenciais, comerciais, industriais e outros, através da
rede de companhia distribuidora.

Distribuição de Gás Canalizado: Serviços locais de comercialização de gás


canalizado, junto aos usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados,
diretamente ou mediante concessão, nos termos do § 20 do art. 25 da Constituição Federal.

Downstream Pipeline: Gasoduto à jusante, situado próximo ao mercado, em oposição


ao gasoduto à montante.

Duto: Conjunto de tubos interligados; denominado poliduto, quando transporta


líquidos diversos; oleoduto quando transporta petróleo e seus derivados líquidos; e gasoduto
quando transporta gases.

Duto direto: Gasoduto para o transporte de gás natural, complementar à rede


interconectada.

EIA: Estudo de Impacto Ambiental, exigido pelos órgãos ambientais para obtenção da


licença de construção de gasodutos.

EPC: Engineering, Procurement and Construction. Contrato pelo qual uma empresa


assume a responsabilidade pelos serviços de engenharia, fornecimento de materiais e
construção.

Etano (C2H6): hidrocarboneto consistindo de dois átomos de carbono e seis de


hidrogênio. Normalmente um gás, presente na maioria das ocorrências de gás natura.
Flared or Vented: Gás queimado ou aliviado nas plataformas de produção ou plantas
de processamento de gás.

Fluído: Designação comum a líquidos e gases.

Fóssil: Vestígio ou resto petrificado ou endurecido de seres vivos que habitaram a


Terra antes do período holoceno, que se conservaram sem perder as características essenciais.

Gás: Derivado de petróleo, denominado gás quando, nas condições de pressão e


tempertura da superfície, se apresenta em estado gasoso.

Gás combustível: Gás usado para aquecimento, iluminação, geração de energia e


propulsão.
Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP): Mistura de hidrocarbonetos leves, gasosos,
predominantemente propano e butano. São armazenados no estado líquido em botijões ou
cilindros. através da elevação moderada da pressão ou da redução da temperatura. Também
conhecido como gás engarrafado, gás envasilhado ou gás de cozinha.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Gás natural: Mistura de hidrocarbonetos leves, gasosos (metano e etano,


principalmente), obtida da extração de jazidas, utilizado como combustível industrial,
doméstico e automotivo. Também conhecido como gás encanado.

Gás natural bruto: Gás direto do poço, antes de ser tratado ou limpo. Mistura de
hidrocarbonetos leves e outras substâncias associadas, que ocorre naturalmente em um
reservatório subterrâneo, a qual, em condições atmosféricas, é essencialmente gás, mas pode
conter líquidos.

Gás natural comercializável: Volume pronto para transporte, após remoção de certos


hidrocarbonetos e outros compostos presentes no gás natural não processado, atendendo a
especificações de uso geral. Exclui–se daí o gás combustível usado ou não aproveitado nas
plataformas.

Gás natural liqüefeito (GNL): Gás natural que tenha sido liqüefeito por resfriamento
a menos de 258ºF (-161ºC) à pressão atmosférica.

Gasoduto: Tubulação destinada à transferência de gás. Na forma mais ampla, pode ser


entendido como sistema de gás.

Gasóleo: Derivado de petróleo, mais pesado do que a nafta e mais leve que o óleo
combustível, obtido no processo de destilação. Utilizado como matéria-prima de processos
secundários (craqueamento), para obtenção de GLP e gasolina. Dentro de certos limites, pode
ser utilizado como óleo diesel ou como diluente para óleos combustíveis.

Gás pobre: Gás de poder calorífico relativamente baixo.

Gases de combustão: Gases resultantes da queima de um combustível.

Hidrocarbonetos: Compostos químicos orgânicos, formados por átomos de carbono e


hidrogênio, que compõem a base de todos os derivados de petróleo. Podem se apresentar na
forma sólida, líquida ou gasosa.

Impacto Ambiental: Qualquer alteração ambiental causada pelo homem, afetando a


ele próprio e às formas animais e vegetais de vida.

Índice de combustão: Relação entre monóxido e dióxido de carbono, existente nos


produtos de combustão.

Metano: Hidrocarboneto gasoso incolor, cuja molécula é constituída por um átomo de


carbono e quatro de hidrogênio (CH4). Principal componente do gás natural.

Petróleo: Mistura de hidrocarbonetos oleosos de ocorrência natural, com cores


variando de verde a preta, encontrada em lençóis na terra, a exemplo do óleo cru e
condensado. O nome é derivado do latim oleum – o que ocorre naturalmente nas rochas –
petra.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

Petróleo cru: Petróleo como retirado do poço, antes de qualquer processamento ou


purificação.

Plataforma: Estrutura fixa apoiada no leito do mar ou encravada nele por colunas de


aço, através da qual os poços são perfurados, usando-se perfuração direcional, para a
exploração de óleo e gás natural.

Plataforma continental: Orla continental que se estende em águas rasas (menos que


200 m de profundidade).

Poço: Buraco perfurado, normalmente revestido com tubo de metal, para a produção


de gás ou petróleo; cavidade para a injeção, sob pressão de água ou gás, numa superfície de
formação rochosa.

Ponto de fusão: Temperatura específica na qual uma substância sofre uma mudança


de estado de sólido para líquido.

Pressão atmosférica: Pressão do peso do ar e do vapor de água na superfície da terra.


Aproximadamente 101 kPa ou 760 mm de mercúrio, ao nível do mar.

Processamento de gás: Separação entre óleo e gás e a remoção de impureza e


líquidos do gás natural.

Propano: Hidrocarboneto saturado com três átomos de carbono e oito de hidrogênio


(C3H8), gasoso, incolor e possui cheiro característico. Empregado como combustível
doméstico e como iluminante; utilizado como fonte de calor industrial em caldeiras, fornalhas
e secadores. É um dos componentes do GLP, o gás de cozinha.

Proteção Catódica: Método empregado para reduzir a velocidade de corrosão


eletroquímica de estruturas como as de perfuração de óleo e plataformas de produção,
tubulações e tanques de armazenagem.
Refinação: Conjunto de processos destinados a transformar o petróleo bruto em
produtos adaptados às necessidades dos consumidores.

Sistema de combustão: Conjunto composto por queimadores, sistema de suprimento


de ar de combustão, sistema de suprimento de gás e geralmente sistema de proteção e controle
da chama.

Transporte: Transporte de gás natural através de uma rede de gasodutos de alta


pressão, exceto a rede de gasodutos à montante, para fins de fornecimento aos clientes.

Trocador de calor (heat exchange): Equipamento destinado à transferência de calor


de um fluido em movimento para outro, sem contato direto entre ambos. Existem dois tipos:
contínuos e descontínuos ou de batelada.

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ESTUDO DOS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO GLP

UPGNs: Unidades de Processamento de Gás Natural, instaladas com a finalidade de


remover GLP, gasolina e outros líquidos de valor comercial presentes no gás natural bruto.

Vaporização: Passagem do estado líquido para o estado gasoso.

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