Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ORGANIZADORES
André Mattos Benatti de Andrade
Carlos Eduardo Sampaio Verdiani
Cleber Mena Leão Junior
Cristiano dos Santos Araujo
Rene Santos do Vale
PRÁTICAS RECREATIVAS:
ENTENDENDO O UNIVERSO DO BRINCAR
Maringá, 2020
2
Copyright © 2020 by Editora Clube dos Recreadores
editora@clubedosrecreadores.com
Capa:
André Mattos Benatti de Andrade
Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo acordo Ortográfico, que entrou
em vigor em 2009.
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................... 05
OS ORGANIZADORES...................................................................... 70
SOBRE A ABRE................................................................................. 71
4
APRESENTAÇÃO
Boa experiência!
Associação Brasileira de Recreadores
5
O RECREADOR ENQUANTO
FACILITADOR DO BRINCAR
Cristiano dos Santos Araujo
PONTO DE PARTIDA
6
diferentes lugares, locais e situações com a intenção de trazer o prazer, muitas
vezes de forma subjetiva para o sujeito, podendo ser mediada ou não.
7
são os acampamentos e o atendimento à terceira idade, por serem duas áreas que
buscam especificidades para quem pretende atuar e por vezes uma formação
acadêmica nas áreas já citadas.
Com a intenção de contribuir ainda mais com o assunto, fizemos uma busca
específica e resgatamos as discussões do Encontro de Animadores apresentado
no ENAREL 2011, que por sua vez contou com a liderança de Tiago Aquino da
Costa e Silva (Paçoca) e Alipio Rodrigues Pines Junior, onde apresentaram dez
diretrizes para que o recreador atue de forma sustentável:
8
- Valorização profissional, com ações comprometidas em oferecer
qualidade na recreação e saber cobrar por tal;
9
Recreador, valorizando o brincar, as relações humanas, cultura e a compreensão
de que o brincar é atemporal não sendo restringindo unicamente a crianças.
A união entre a prática e a teoria deve ser uma constante na vida profissional
dos Recreadores que vamos chama-la de PRÁXIS RECREATIVA, pois é pelo
intermédio desta combinação que conseguiremos a cada dia mais, o
reconhecimento e a valorização do profissional que atua na área de Recreação
sendo de fato o que diferencia os diversos profissionais que atuam nesta vasta
área de atuação.
10
Quando pensamos no recreador como alguém que reconhece a necessidade
do brincar para o indivíduo e não a necessidade de tê-lo na brincadeira, saímos da
condição de quem conduz e entramos na condição de quem Facilita mediando o
momento de brincar, o brincar passa a ser de protagonismo e não impositivo e que
por vezes não respeita o tempo de experiência de cada indivíduo.
Silva e Araújo (2018), entendem o brincar como: “Brincar é uma das formas
mais espontâneas e libertadoras do comportamento humano”. E salientam que na
infância é o período onde acontece o brincar com maior intensidade e o interesse
não está no resultado, mas sim na ação de brincar.
11
- Amável-amigo: corresponde a um contexto de união e solidariedade. O
facilitador também é amigo e companheiro, indo além da necessidade de diversão
e mediação.
Portanto para além de uma nomenclatura que queremos que seja utilizada,
temos como interesse trazer uma reflexão sobre a prática dos profissionais, não
temos aqui a intenção de criticar ou ainda condenar práticas que ainda hoje
percebemos, mas apresentar um outro olhar, um outro caminho. Acreditando que
somos seres em evolução e em constante aprendizagem e que por este motivo
devemos olhar e perceber a necessidade de mudança em nossa prática, buscando
novas referências na busca da valorização não apenas profissional, mas do tempo
e relação com os seres brincantes que vão passar em nossa jornada
RECREATIVA.
12
Para maior assimilação e com a intenção de fortalecer o conteúdo
apresentado, a seguir vamos disponibilizar algumas possibilidades práticas, com a
intenção de promover o brincar e auxiliar os diferentes agentes de brincar, seja ele:
profissional da Recreação e Lazer, Pai, Mãe, Avós, Tios, irmãos mais velhos ou
qualquer pessoa que acredita no brincar e no vínculo que pode ser criado por seu
intermédio, se ao ser oferecido, for respeitado o protagonismo, tempo de
experiência e voluntariedade de todos.
REPERTÓRIO DE ATIVIDADES
1. METEORO
13
2. A TRILHA
4. CAIXAS SURPRESAS 21
Materiais: caixa de papelão decorada, folhas de papel sulfite, caneta e objetos para
desafios.
14
Desenvolvimento: os participantes serão divididos em duas equipes com o mesmo
número de pessoas. O educador deverá, previamente, preparar filipetas de papel
com diversos desafios. Um jogador de cada equipe deverá retirar uma filipeta, e ao
ler, toda a sua respectiva equipe deverá cumprir com a tarefa e assim
sucessivamente. Cada desafio terá uma pontuação diferente, a equipe que alcança
21 pontos será declarada vencedora.
5. A BATATINHA FRITA 1, 2, 3
Materiais: nenhum.
6. ENCONTRE UM PAR
15
posse de uma bola que estará sem dupla, em dado momento, deve lançar a bola
para cima e quando isso for feito, todos devem trocar de duplas, a pessoa que está
no centro deve então ir à busca de uma pessoa para formar dupla. Quem ficar sem
dupla ocupa a posição central sobre posse da bola. O jogo deve durar enquanto a
música estiver rolando.
Desenvolvimento: Cada brincante deve receber uma etiqueta e nela escrever uma
profissão. Ao sinal do facilitador, que pode ser uma palma. Todos devem caminhar
pelo espaço, mas não devem se afastar um dos outros. Após algum tempo o
facilitador deve dar um novo sinal que pode ser duas palmas. Neste momento
todos devem para e colar a etiqueta com uma profissão escrita nas costas de
quem estiver mais próximo. Um novo sinal por parte do facilitador (uma palma) e
todos devem voltar a se deslocar pelo espaço. Depois de certo tempo duas palmas
e agora devem se encontrar e um dos brincantes deve tentar através de gestos
sem sons, fazer com que a pessoa descubra qual a profissão está em suas costas,
uma vez que descobriu as posições devem ser invertidas. Depois que a maioria
descobriu, o facilitador deve reiniciar o jogo e novas duplas devem ser formadas.
Material: nenhum.
16
Desenvolvimento: O educador deve dividir o grupo em duplas, e em da dupla é
necessário que alguém comece na posição de escultura. O amigo deve esbanjar
de sua criatividade (sempre com muito respeito) para fazer uma linda obra de arte
em seu colega, depois de certo período as posições devem ser trocadas, o
escultor passa a ser escultura e a escultura passa a ser escultor. O educador deve,
durante a construção das esculturas, orientar e perceber se alguém está passando
do limite, e então conversa lembrando sobre a importância de respeitar o próximo.
Sempre que achar importante por tanto faz-se necessário que educador abra rodas
de conversa, não necessariamente esperar até o final do jogo para faze-la.
9. MBUBE MBUBE
Desenvolvimento: Jogo original de Gana Gana, esta atividade faz referência à caça
do leão, sendo que a palavra ‘Mbube’ significa leão em zulu. Este jogo ocorre em
roda, tendo dentro da roda dois jogadores, ambos vendados que será um leão
(pegador) e uma impala (a caça). Quando o jogo se inicia o leão deverá seguir as
dicas dos jogadores que estão formando a roda para conseguir pegar a impala,
que por sua vez, também através das dicas da roda tentará escapar do leão. A
roda ficará repetindo as palavras “Mbube Mbube” (pronuncia-se imbube imbube)
bem baixinho quando o leão estiver longe, começando a falar cada vez mais alto
conforme o leão vai se aproximando da impala. Quando o leão consegue caçar a
impala troca-se esses dois jogadores.
17
10. GAVIÕES E PASSARINHOS
Material: nenhum.
18
12. CORRIDA DA TARTARUGA
Material: almofada.
13. MUSTAFÁ
Material: nenhum.
19
14. ROLANDO A BEXIGA
15. OS SUBMARINOS
20
REFERÊNCIAS
21
A TEORIA DO LAZER APLICADA
A PRÁTICA DO BRINCAR
André Mattos Benatti de Andrade
22
Nesse sentido, observa-se que o indivíduo, mesmo que não tenha
conhecimento de outras opções de lazer (o que hoje pode se considerar algo em
menor escala), é ele quem escolhe a atividade a ser praticada, o que nos remete
ao conceito de lazer.
23
Um outro conceito muito importante é o conceito de Marcellino, que entende
o lazer como:
24
disponível, uma opção que temos é de avaliar que esse pode ser um momento de
lazer e que as crianças estão brincando de forma desinteressada e voluntária.
O brincar de forma livre traz satisfação, pois faz sentido para o indivíduo,
bem como também faz sentido brincar com outro, em grupo, em família, com
amigos, até mesmo de forma dirigida, se estiver dentro dos princípios básicos dos
conceitos de lazer: tempo disponível, caráter desinteressado e atividade vivenciada
de forma prática ou contemplativa.
26
- No conteúdo físico esportivo, o que prevalece é o movimento, a atividade
física, o esporte e o desporto. Exemplos no brincar: Jogos de quadra e campo,
jogos esportivos, grandes jogos, mega gincanas etc.
27
virtual), deve ser estimulado sempre de forma coerente, buscando uma prática
focada no sujeito que brinca, sendo ele criança, ou não.
REPERTÓRIO DE ATIVIDADES
Descrição: O participante fará uma dobradura e irá pedir para que o outro escolha
um número. Assim, essa pessoa vai escolher uma cor que vai lhe dar uma palavra.
28
Funcionamento: A dobradura se faz dessa forma:
Na figura 5, embaixo das abas, coloque adjetivos. Quando dobrados, pinte cada
parte de uma cor. Um participante pede para que o outro diga um número, ele abre
e fecha a dobradura até abrir o número escolhido. O participante escolhe a cor e
checa o adjetivo que caiu para ele.
Adaptações: Para ensinar línguas, pode-se utilizar palavras que estão sendo
estudadas.
Objetivo: Pegar as “Marias” do chão e a que foi jogada, com a mesma mão.
Descrição: O participante irá jogar uma “maria” para o alto e deverá pegar as que
estão no chão com a mesma mão, aumentando o número que deve pegar a cada
rodada, até que pegue todas.
29
Funcionamento: O participante irá jogar as “marias” (pedrinhas ou saquinhos
pequenos de arroz) para o alto e os deixar cair. Deve-se escolher uma dessas
“marias” que estão caídas e lançar novamente para o alto e pegar outra que está
no chão sem deixar a que foi jogada cair, utilizando a mesma mão. Na rodada
seguinte lança uma novamente, mas terá que pegar 2 “marias” do chão e assim
sucessivamente até que pegue todas as “marias”.
18. CAOS
Descrição: Um jogo que usa um grande tabuleiro numérico 1 a 40. Cada número
tem uma ficha que deve ser escondida pelo espaço com uma palavra, ou seja, o
número e a palavra em cada papel (40 papéis).
30
recreador confere se está exata a palavra e lança um desafio que está escrito na
“folha de respostas” do recreador. Cumprido o desafio, as crianças recebem o Ok
do recreador para jogar o dado e ir atrás do próximo número.
Recursos Necessário: Dado grande (de preferência), um tabuleiro feito para o jogo
caos. 40 fichas com palavras e 1 folha com 40 desafios simples para ficar com o
recreador.
31
falar a charada somente mais 2 vezes e os participantes não podem escrever,
apenas usar o raciocínio.
32
Recursos Necessário: Setas, que podem ser de papel, confeccionada de forma
simples.
Objetivo: Não ser pego quando alguém piscar para você e/ou piscar para alguém e
conseguir tirá-lo do seu local sem o outro participante ser pego.
Descrição: Antes da atividade, preparar uma roda com cadeiras com a metade do
número de participantes. Um grupo ficará sentado e outro em pé atrás da cadeira
com as mãos para trás. Deixar uma cadeira vazia, com uma pessoa atrás dela.
Funcionamento: A pessoa que está em pé atrás da cadeira vazia deve piscar para
as pessoas que estão sentadas, que tentarão sair dos seus lugares e sentar no
lugar vazio. Mas, quem está atrás da cadeira, vai impedi-la tocando com a mão no
seu ombro. Caso o participante que estava sentado consiga sair, o participante que
está em pé (e agora com a cadeira vazia) deve continuar a brincadeira piscando
para outro participante sentado e assim continuará a atividade. Deixe claro para os
participantes que estão em pé, que estejam com as mãos para trás, e que o
“piscador” não demore muito para começar a piscar
33
Possibilidade de utilização: Atividade pode ser realizada em qualquer momento. É
uma boa opção para uma atividade de integração e quebra gelo.
Adaptações: Pode pedir para as pessoas sentarem no chão, os que ficam atrás,
fiquem de joelhos, porém dessa forma o jogo não fica tão dinâmico.
34
23. STOP
Funcionamento: Os participantes terão que fazer numa folha e papel, uma tabela
com as seguintes solicitações: Nome, objeto, Cor, FLV – fruta legume ou verdura,
FND – Filme novela ou desenho, CEP – cidade, estado ou país e Total. O início do
jogo se dá quando um participante fala em voz alta uma letra A e continua baixinho
o alfabeto até que outro participante fale STOP, a letra que ele parar, será utilizada
para escrever as palavras em cada coluna da tabela. O primeiro participante que
preencher todas as colunas, diz STOP, os demais participantes não poderão mais
escrever. Todos leem em voz alta suas respostas. Cada resposta correta vale 10
pontos. Cada resposta correta e única marca 15 pontos. Quem pontuar mais,
vence o jogo.
35
24. TRAVA-LÍNGUA
A liga
Se a liga me ligasse
Eu ligava a liga
Mas, como a liga não liga
Eu não ligo a liga
36
Recursos Necessário: Apenas os trava-línguas.
Adaptações: -----
25. JOQUEMPÔ
Recursos Necessário: Algo que demarque o trajeto de uma equipe até a outra.
(Giz, marcas de uma quadra de esportes).
37
Possibilidade de utilização: Em locais abertos e fechados, de preferência uma
quadra.
Adaptações: Ao invés de joquempô, pode se usar outros jogos como par ou ímpar.
Descrição: Uma criança inicia a brincadeira como pegador. Este deve estar com
um objeto pequeno, escolhido por ela própria, nas mãos. Para pegar uma criança
deve encostar esse objeto no peito da criança. Para que as crianças não sejam
pegas, elas deverão se abraçar (escondendo assim seu coração), podendo ficar
apenas 5 segundos abraçada com a mesma pessoa.
Funcionamento: O recreador deve sempre contar em voz alta até cinco, para
lembrar aos participantes dos 5 segundos de tolerância para ficar abraçado.
38
CONTEÚDO CULTURAL ARTÍSTICO
Adaptações: Utilize histórias com nomes de pessoas, de ruas e com alguns termos
técnicos, deixa a atividade mais emocionante e engraçada.
Descrição: A equipe terá que fazer a cena do filme que for sorteado.
39
Funcionamento: Cada equipe escolherá um número que vai corresponder a um
filme. A equipe terá que fazer uma cena desse filme. A melhor cena (votada por
jurados que não participam do jogo) ganha.
Adaptações: ----
Recursos Necessário: Pistas com charadas, mapa do local (não obrigatório) e folha
de resposta.
40
Possibilidade de utilização: Lugar com espaço para esconder as pistas.
Adaptações: Pode ser misturado com outros jogos, como scoteland Yard. Outra
regra que pode ser adicionada é que os participantes fiquem de mãos dadas.
30. PASSAPORTE
41
Possibilidade de utilização: Áreas com espaço para correr e esconder os
personagens.
REFERÊNCIAS
42
MARCELLINO, N. C. (Org.). Lazer e cultura. Campinas: Alínea, 2007.
VALLE, E.; QUEIROZ, J. (Orgs.). A cultura do povo. São Paulo: Educ, 1982.
43
O RECREADOR E A
BUSCA POR CONHECIMENTO
Rene Santos do Vale e Carlos Eduardo Sampaio Verdiani
44
Quero apresentar duas concepções do brincar sendo essas livre,
apresentada acima e o brincar conduzido. O brincar conduzido e convidativo, é
proposto por professores, recreadores e pais, na grande maioria dos casos com a
intenção de desenvolver competências e habilidades na criança ou no jovem, jogos
e brincadeiras em que o ser brincante brinca por brincar, por gostar, por aceitar o
convite a participar.
Está posto que, deve-se tratar todo e qualquer brincante como foco, papel
central da recreação e não a brincadeira ou jogo. No entanto daremos aqui ênfase
na infância, visto que por muitas vezes esse brincar focado no ser é negligenciado,
deixado em segundo plano, quando ela deve ser o protagonista da ação do
brincar. A partir desse contexto surgiu o podcast Recrecast, um podcast criado
com o intuito de fomentar um recrear mais científico, menos empírico e sempre
com a ideia de que o momento do brincar na infância, adolescência ou mesmo na
vida adulta deva ser um brincar por livre adesão, convidativo.
45
O QUE É PODCAST?
O podcast existe desde 2003 e no Brasil, passou por quatro grandes marcos,
o último deles em agosto de 2019 quando uma rede televisiva anunciou, em
horário nobre do domingo, seus programas em formato podcast, fazendo assim
que grande parte da população brasileira tivesse conhecimento dessa mídia. O
Brasil é o segundo país no mundo em crescimento de ouvintes, cerca de 21% ao
mês, sendo que 50 milhões de pessoas ouvem ou já ouviram podcast no Brasil
(TECHTUDO, 2019).
46
desenvolvimento, trabalhando com a noção de que o brincar satisfaz certas
necessidades da criança, necessidades essas imprescindíveis para seu
amadurecimento social, físico e cognitivo.
Imagine que trabalhe com crianças entre 3 e 5 anos, você não tem ideia do
quão importante é o brincar nessa fase da vida, provavelmente ao desenvolver
atividades, não irá encarar o caráter lúdico como algo importante ou a
livre participação como algo possível, como resultado poderemos ter crianças mais
estressadas, por não se expressarem como desejam, crianças menos pró ativas
ou engessadas no processo de criação, por não se sentirem permitidas a
vivenciarem novas experiências, por não se aventurarem em conhecer coisas
novas SOZINHAS, claro sempre com supervisão, mas que tenha característica de
liberdade e que permita brincar, explorar, cair, levantar, criar. Agora um outro
cenário.
47
alguma atividade recreativa que esteja sendo realizada, então sim, acreditamos
que passa a ser, nesse contexto, uma prática de lazer. Nessa mesma linha
Pimentel (2019) diz que nem toda recreação acontece a rigor no lazer, mas não há
dúvidas que a recreação é importante para ajudar as pessoas na vivência do lazer.
A PESQUISA
48
Recreação para recreadores ouvintes; Conhecer as demandas, desejos e
conteúdo de interesse do público ouvinte.
49
Na pergunta “Qual o impacto do RECRECAST - RECREAÇÃO na sua vida
profissional?”, a qual foi respondida de forma aberta sem opções de respostas, o
ouvinte tinha total liberdade de colocar com suas palavras o impacto gerado. As
respostas foram organizadas em 7 grupos, pensando que elas coincidem na ideia
central.
50
Abordar áreas de atuação como recreador 27 respostas 27%
Entrevistas com teóricos e referências 21 respostas 21%
Desenvolvimento Infantil 16 respostas 16%
Primeira Infância 10 respostas 10%
Contação de História 6 respostas 6%
Jogos Cooperativos 6 respostas 6%
Recreação com adultos e melhor idade 5 respostas 5%
Ética na recreação 5 respostas 5%
História da Recreação no Brasil 4 respostas 4%
TOTAL 100%
Na tabela, nota-se uma procura por conteúdo dito como base da recreação,
áreas de atuação, conceitos e principais nomes no mercado. Informações essas
que estão disponíveis em canais de vídeo, artigos, pesquisas científicas e nos
livros, mas por estarem de forma dispersa e em alguns casos com vocabulário
muito complexo no caso das pesquisas e artigos científicos, ou mesmo, por não
serem tão difundidas em outros âmbitos, fora da academia de pesquisa, o
recreador não tem acesso.
51
Recreadores tem buscado cada vez mais, aprofundamento e entendimento
da sua prática recreativa, voltando os olhares ao indivíduo e seu modo de brincar,
respeitando suas exigências motoras, físicas, cognitivas e sociais. Assim como
também percebemos uma sociedade com pais mais preocupados com o tempo do
brincar dos filhos, pais que muitas vezes recorrem a canais de informação e
formação por práticas efetivas, brincadeiras, jogos, oficinas de artesanato ou
mesmo como organizar um ambiente que promova o brincar livre e convidativo.
REPERTÓRIO DE ATIVIDADES
52
baixo?” – crianças “Pra cimaaaaaa”. Nesse momento jogam-se vários doces da
sacola ao ar em direção das crianças. Estas devem correr para tentar pegar o
máximo possível até a próxima rodada. A brincadeira vai se desenrolando até
acabarem todos os doces da sacola. O ideal é jogar em várias direções, assim
todas as crianças têm chances de pegar bastante doce. Pode-se pensar em dar
um saquinho para cada criança para ajudar na captura dos doces, mas vai da
escolha não é item obrigatório.
32. QUEIMADA
Na queimada tradicional (1) temos uma quadra de jogo que deverá ser dividida
ao meio e com duas linhas de fundo demarcando a área do vigia e posteriormente
dos queimados. Os participantes devem ser divididos em duas equipes e decide-se
com qual equipe a bola irá começar e escolhe-se um dos participantes de cada
time para ser o primeiro vigia que ficará atrás da linha demarcada para sua área,
atrás da equipe adversária. A bola deve iniciar o jogo sempre com o vigia de uma
das equipes. O primeiro vigia não pode queimar ninguém e é o único que troca de
lugar após o primeiro da sua equipe ser queimado, voltando para a área de jogo. O
objetivo do jogo é tentar queimar o time adversário inteiro primeiro. Quem for
queimado, ganha a posse de bola e passa para a área dos queimados. Vence a
equipe que queimar o time adversário inteiro primeiro.
53
Na queimada dodgeboll (2) existe uma pequena variação sendo que, quem for
queimado deverá momentaneamente ficar fora do jogo até que a sua equipe
queime alguém da equipe adversária ou alguém da sua equipe consiga agarrar a
bola, sendo assim, quem estava de fora poderá voltar ao jogo obedecendo à
ordem de saída, mas se a equipe tiver três jogadores queimados e de fora do jogo
ela perderá a partida. Vence quem conseguir tirar do jogo três jogadores da equipe
adversária.
A queimada de três campos (3) é uma das variações desse jogo mais dinâmicas,
os participantes são divididos em três equipes e deve-se dividir o campo em três
partes. Antes do inicio do jogo deve-se decidir os campos que cada equipe iniciará,
sendo que a bola sempre deverá começar com a equipe que estiver no campo do
meio. Todos os participantes podem queimar todos os participantes das duas
outras equipes. Quem foi queimado deverá sair do jogo, pois esta variação não
possui a área de queimados. Vence a equipe que conseguir queimar o último
participante de uma das duas outras equipes. Terminando a rodada, as equipes
devem fazer um rodízio para que todas as três passem pelo campo do meio, o
mais atacado.
54
33. MÃE DA RUA
Material: nenhum.
Uma variação muito usada chama-se “Quem tem medo do mico preto?” que
será escolhido uma criança para ser o mico preto que ficará no meio do espaço
que será uma floresta, enquanto todas as outras crianças permanecerão em um
dos lados do espaço até que o mico preto faça bem alto, a seguinte pergunta:
“Quem tem medo do mico preto?”, a resposta de todos deve ser “Ninguém!” e
nesse momento todos devem tentar atravessar a floresta chegando ao outro lado
em segurança, mas o mico preto deve tentar pegar alguém o transformando em
mico preto para que o ajude nas próximas rodadas, vencendo o último que sobrar
sem ser transformado em mico preto.
34. PEGA-PEGA
55
Material: nenhum.
Outras variações são o pega-pega americano (3) que aquele que for pego deverá
ficar parado no lugar com as pernas afastadas até que alguém passe por debaixo
de suas pernas e o livre para que possa voltar a fugir, podendo combinar que
quem for pego pela terceira vez deverá trocar de lugar com o pegador.
56
e estendidos na altura do ombro simbolizando uma árvore até que alguém passe
por debaixo dos ganhos da árvore libertando-o; a “pedra" onde quem for
transformado deverá agachar no lugar até que alguém o destransforme passando
por cima da “pedra”, e ainda a “ponte” onde quem foi transformado deverá apoiar
os dois pés e as duas mãos no chão ficando em forma de ponte até que alguém
passe por baixo da ponte libertando-o.
Existem ainda incontáveis variações dessa atividade tão divertida para as crianças,
algumas delas são: pega-pega cola, pega-pega do abraço, pega-pega queimada,
pega-pega corrente, pega-pega tartaruga, pega-pega saci, pega-pega alto-chão, o
chão é lava, pega-pega agacha-agacha, pega-pega fruta, pega-pega elefante e por
ai vai...
Material: nenhum.
57
comece a correr atrás das outras crianças até que consiga pegar uma delas e
assim trocar de lugar com quem for pega.
Uma variação bem legal para se fazer dentro de casa e em família é quando, por
exemplo, a mamãe ficará no quarto cantando e perguntando enquanto o papai e o
filho ficam “escondidos” pela casa (fora do quarto) até que, se avisar, aparecem no
quarto e dão aquele susto na mamãe. Essa variação é muito legal para se fazer
com as crianças menores e curtir esses momentos mágicos em família.
36. AMARELINHA
58
de um tamanho que caibam o pé do participante dentro em quantidade de dez,
sendo que devem ser numerados de 1 a 10 e o primeiro quadrado deve ser
desenhado sozinho, os segundo e terceiro devem ser desenhados encostados ao
primeiro e um do lado do outro e assim sucessivamente até que se complete os
dez quadrados. Antes do primeiro quadrado deve-se desenhar, encostado a ele
um círculo escrito dentro a palavra “terra” e após o quadrado de número 10 deve-
se fazer a mesma coisa mas escrever “céu”.
O jogador da vez deve-se ficar dentro da “terra” e de posse de uma pedrinha atirá-
la afim de que pare no quadrado do número 1, feito isso, com um pé só deve-se
saltar por cima desse número que está à pedrinha caindo no próximo, sem tocar o
outro pé no chão e respeitando a ordem numérica ir até o “céu”, chegando deverá
voltar da mesma maneira só que deverá parar no número que vem depois daquele
que está a pedrinha – nesse caso o número 2 – abaixar-se, sem tocar no chão
com as mãos, pegar a pedrinha e saltando por cima da casa que a pedrinha estava
chegar novamente até a “terra”.
Se conseguir realizar esse percurso sem errar, sem pisar nas linhas ou fora dos
quadrados ele terá outra chance, mas agora deverá atirar a pedrinha no próximo
número que no exemplo, seria o número 2, fazendo o percurso novamente da
mesma maneira.
Se ele errar, dá-se o lugar da jogada ao próximo que deverá tentar a mesma coisa
e quando for novamente a vez dele, deverá recomeçar pelo mesmo número que
ele parou na rodada anterior. Vence quem conseguir primeiro ir do 1 ao 10
percorrendo todo o percurso sem erro.
59
37. VIVO-MORTO
Material: nenhum.
60
Material: nenhum.
61
que antes da brincadeira começar deve tentar “colocar medo” nas crianças, pois, o
que será passado não será uma bola e sim uma caixa fechada e aquele que ficar
com a caixa na mão quando for dito “QUEMOU!” deverá abrir a caixa e cumprir o
desafio ou pagar a prova que está escrito em um papel dentro da caixa, mas
ninguém sabe que a caixa foi preparada previamente com um chocolate, um
bilhete e muito jornal dentro dela, e nesse bilhete está escrito assim “o seu desafio
é comer esse chocolate!”.
40. ESTÁTUA
Material: nenhum.
62
41. ELÁSTICO
63
Desenvolvimento: antes da descrição da brincadeira, gostaria de ressaltar a
importância da segurança com as crianças nessa atividade por conter produtos
químicos (sabão) em relação à ingestão dos mesmos e em relação ao local da
brincadeira, pois as bolhas quando estouram no chão deixam um resíduo que
escorrega muito. Nos dias de hoje pode-se achar facilmente embalagens de bolhas
de sabão a venda em diversas lojas que já vem com o líquido preparado e com
uma peça de plástico propícia para fazer as bolhas, mas isso tudo podemos
aproveitar momentos em família e criar em casa. Para se fazer a bolhas você pode
utilizar de canudinhos de diversas espessuras, galhos de mamoeiro, pedaços de
mangueira de jardim ou qualquer outra coisa que seja em formato de tubo, ou
ainda se for partir para as bolhas gigantes, pode preparar duas varetas com dois
pedaços de barbante unindo-as. Você pode fazer seu líquido para bolhas
misturando em um recipiente um litro e meio de água, meio litro de detergente e
300 ml de glucose que você acha de diversas formas, líquida, mais grossa ou em
pós. Quando for realizar a mistura, dissolva primeiro a glucose na água e depois
coloque o detergente e mexa devagar, se fizer ao contrário ou mexer muito rápido
formará muita espuma e nesse caso a espuma atrapalha muito a formação das
bolhas. Feito isso deixe sua criatividade e principalmente das crianças fluírem.
Faça competições de quem faz a maior bolha, da bolha que fica mais tempo no ar,
da bolha que fica mais tempo sem estourar, na bolha que estoura na parede, de
quem estoura a bolha do outro primeiro, da bolha que sobe mais alto e brinque a
vontade!
64
Desenvolvimento: sucesso absoluto nas festinhas de aniversário a dança da
cadeira passou por transformações ao longo dos anos. Da maneira tradicional
deve-se fazer um círculo com as cadeiras com os assentos voltados para fora do
círculo em número de uma cadeira a menos que o número dos participantes.
Todos os participantes devem andar ao redor do círculo de cadeiras até que a
música pare. Parando a música todos devem tentar sentar em uma das cadeiras
sendo que um participante ficará sem cadeira para sentar e estará fora da
brincadeira e na próxima rodada deverá ser retirado uma cadeira do círculo,
diminuindo assim o número de cadeiras a cada rodada até que fique apenas uma
com dois participantes e aquele que conseguir sentar nesta cadeira será o
vencedor.
Existe ainda a bagunça das cadeiras que na mesma disposição das cadeiras em
círculo, todas os participantes devem ficar sentados em suas cadeiras e um
escolhido nomeio da roda, alguém que comandará a brincadeira deve falar
65
“bagunça das cadeiras” e colocar uma música, nesse momento todos se
levantarão e ficarão fazendo bagunça dentro do círculo até que a música pare e
tentem sentar nas suas cadeiras ficando um sempre em pé. Este que sobrou pode
pagar uma prova ou não, apenas recomeçando outra rodada. Quem está
comandando a brincadeira ainda poderá dizer frases específicas como “só faz
bagunça quem estiver de óculos!”, nesse caso só quem tenha o que foi pedido que
deve levanta-se e sentar-se quando a música parar. Deve-se pedir sempre uma
característica do participante que está no meio do círculo e que mais pessoas a
tenham.
Material: um lenço.
Desenvolvimento: uma atividade em roda que envolve uma música que as crianças
adoram. As crianças devem ficar sentadas em círculo enquanto uma criança
escolhida deverá andar por for do círculo com o lenço na mão e todos cantando
“corre cotia na casa da tia, corre cipó na casa da vó, lencinho na mão caiu no
chão, moça bonita do meu coração.” A criança que está andando pergunta “Posso
jogar?”, todos respondem “Pode!”, o primeiro pergunta novamente “Em quem eu
quiser?”, todos respondem “É!”, e a criança que está andando fora da roda joga o
lenço atrás de quem ele escolher e corre e este deve que teve o lenço jogado
atrás, pega o lenço, levanta e tentar pegar o que jogou o lenço. Quem está fugindo
deve tentar sentar no lugar de quem levantou sem ser pego. Se conseguir fugir e
sentar, quem ficou em pé deve correr com o lenço na próxima rodada. Se não
conseguir pegar continua com a mesma criança a nova rodada.
Existe também uma variação chamada corre lenço que a única diferença é que
quem está andando com o lenço no início deve andar em sentido horário, e quem
66
levantar deve correr no sentido anti-horário para que eles tentem sentar no lugar
vazio e não mais pegar um ao outro.
E também existe o pato ganso onde você não vai usar um lenço, mas quem
estiver andando fora do círculo deverá ir tocando levemente a cabeça dos que
estão sentados e dizendo “pato, pato, pato, pato, pato, pato, GANSO!”, quando
disser ganso quem foi tocado nesse momento deve levantar e tentar pegar que o
tocou e este fugir tentando sentar no lugar que ficou vago.
45. JOQUEMPÔ
Material: nenhum.
67
Além do modo tradicional de se brincar existe o joquempô gigante onde é feito
em duas equipes, e ao combinar entre “leão”, “caçador” e “espingarda” deve-se
formar uma fileira, um ao lado do outro da mesma equipe, e uma equipe de costas
para outra e quem está comandando a brincadeira no meio que deverá dizer
“joquemPô!” fazendo com que todos virem e façam os movimentos e sons
correspondentes.
REFERÊNCIAS
68
Podpesquisa, 2019. Disponível em: <http://abpod.com.br/podpesquisa-2019/>.
Acesso em: 24 abr. 2020.
69
OS ORGANIZADORES
André Mattos Benatti de Andrade (ABRE 015/19/DN)
Mestre em Educação Física (UNIMEP). Especialista em Pedagogia do Esporte
(UNICAMP). Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física (PUC-Campinas). É
docente do SENAC desde 2008. Coordenador do Grupo Licere.
70
SOBRE A ABRE
A ABRE é uma associação sem fins lucrativos que busca
A VALORIZAÇÃO DO RECREADOR.
MISSÃO
VISÃO
71
O QUE BUSCAMOS CONSTRUIR? Uma associação engajada nos desafios
contemporâneos da recreação, contribuindo para o crescimento da área de
atuação tornando-se referência para recreadores e empresas do segmento,
implantando uma cultura de excelência na busca da valorização.
VALORES
- Comprometimento
- Cooperação
- Crescimento Pessoal e Profissional
- Criatividade
- Empatia
- Ética
- Excelência
- Liderança
- Respeito
- Responsabilidade
- Seriedade
- Transparência
CARACTERÍSTICAS DO RECREADOR
- Apresentar repertório diversificado de jogos e brincadeiras
- Buscar conhecimento teórico para desenvolver sua prática
- Exercer a empatia, o respeito e valorizar as diferenças
- Ser pontual, organizado e responsável
- Ser um facilitador da transformação social positiva
- Ter conhecimentos sobre o ser humano, suas especificidades e fases da vida
72
- Recreador de Navios de Cruzeiro
- Recreador de Clubes e Condomínios
- Recreador de Viagem de Formatura
- Recreador de Espaços Infantis
- Recreador de Festas e Eventos
- Recreador de Ônibus
- Recreador de Colônia de Férias
- Recreador de Associações, ONGs e Igrejas
- Recreador de Hospitais
- Recreador de Instituições de Ensino
- Recreador de Interação Online
73
desenvolvendo na sua plenitude a ação pedagógica e didática do educador “não
formal” (ABRE, 2004).
NOTA
É importante salientar que para a ABRE é expressamente vedado tomar parte em
quaisquer manifestações de cunho político, religioso ou de classe, não podendo
ceder quaisquer de suas dependências para tais fins. A ABRE, por não ter
finalidade econômica, não distribuirá dividendo aos seus associados e os seus
conselheiros e diretores não receberão remuneração, sendo gratuito o exercício de
seus cargos, vedados à percepção de vantagens a qualquer título, e não
respondendo pelas obrigações assumidas pela entidade em virtude de ato regular
de gestão.
REFERÊNCIA
ABRE, Associação Brasileira de Recreadores. Sobre (2020). Disponível em:
<https://www.abrerecreadores.com.br/sobre>. Acesso em: 17 mai. 2020.
74
Associação Brasileira de Recreadores
www.abrerecreadores.com.br
Em busca da valorização do Recreador
75