QUÍMICA ANALITICA PARA ENGENHARIA

PRÁTICA 4- DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO

ACÉTICO NO VINAGRE

Professora: Marla Horta

Aluno: Erick da Silva Chaves

Manaus – AM
2021
INTRODUÇÃO

A volumetria de neutralização compreende os métodos baseados na reação de

neutralização H+ + OH- H2O. Normalmente, compreende a reação entre ácidos e bases
fortes, ácido fraco - base forte e vice-versa bem como, a reação com ácido e bases
polipróticos. Nesta aula, veremos a titulação base forte-ácido fraco, NaOH x CH3COOH.

A determinação da acidez volátil será realizada em amostra de vinagre, cujo

componente majoritário é um ácido fraco, o ácido acético; e a detecção do ponto final
será realizada com o uso de indicador fenolftaleína até viragem da coloração de incolor
para rosa.

O vinagre é uma solução diluída do ácido acético glacial (MMCH3COOH = 60

g/mol), mas contém além dele, outros ácidos minoritários na sua composição. O ácido
acético é um ácido fraco (pKa = 4,75), monoprótico, ou seja, tem apenas um hidrogênio
ionizável, que pode ser titulado com solução padrão de NaOH em presença do indicador
fenolftaleína para determinação da acidez total. Embora o vinagre contenha ainda outros
ácidos orgânicos, o resultado é expresso em termos de ácido acético. Os vinagres contêm
4 a 5 % (m/v) de ácido acético.

O vinagre é uma solução aquosa de ácido acético (CH3COOH), produzido por um

processo fermentativo, muito utilizado como condimento em saladas. Mais corretamente
o vinagre é um condimento obtido por fermentação alcoólica de matérias primas
açucarada ou amiláceas, seguida de fermentação acética.

O vinagre que encontramos no mercado é resultante da fermentação de vinho,

contudo outros materiais podem ser utilizados para a sua obtenção. Como exemplo tem
vinagres de sucos de frutas, de tubérculos, de cereais e até vinagre de álcool. A legislação
brasileira considera que o vinagre de vinho deve conter 40 gramas de ácido acético por
litro de solução ou 4% m/v.1

Já a soda cáustica, também conhecida como Hidróxido de sódio (NaOH) é uma

base forte, usada na indústria, principalmente como base química, na fabricação de papel,
tecidos e detergentes. Apresenta uso doméstico para a desobstrução de encanamentos e
sumidouros, pois dissolve gorduras e sebos. É altamente corrosivo e pode produzir
queimaduras, cicatrizes e cegueira devido à sua elevada reatividade.
 O termo "análise de titulação" refere-se à análise química quantitativa levada por
a determinação do volume de uma solução, de forma no qual precisa conhecer a
concentração que é necessária para reagir quantitativamente com um volume medido de
uma solução da substância a ser determinada. A solução no qual se conhece com precisão
a força é chamada de solução padrão.

A análise ácido-base de uma solução de concentração desconhecida é geralmente

feita por um procedimento conhecido como titulação. Na titulação de uma solução de um
ácido de concentração desconhecida, um volume medido do ácido é adicionado a um
frasco e um titulante, uma solução de concentração conhecida de base, é adicionada com
uma bureta até o ponto de equivalência, que é o ponto onde números iguais de
equivalentes de ácido e base foram adicionados.

OBJETIVO
Determinar o teor e a porcentagem de acidez total volátil em vinagre.

MATERIAIS E REAGENTES

- Solução da NaOH 0,1M padronizada; - Pipeta volumétrica (25 mL)

- Vinagre comercial (4,2%) - Balão volumétrico (100 mL);
- Fenolftaleína; - Erlenmeyer 250 ml (3);
- Pissete com água destilada; - Pera (1);
- Becker 100 ml (1) - Suporte universal;
- Bureta 50 mL (1);
- Pipeta volumétrica (10 mL);
PROCEDIMENTO

IMPORTANTE:

Antes de iniciar a prática, lavar a bureta e verificar a vedação da mesma. Rinsar a bureta
antes com a solução que será utilizada.

Acidez do vinagre

a) Pipetou-se 3,00mL da amostra de vinagre para um erlenmeyer de 250 mL. Adicionou-

se 75 mL de água e 2-4 gotas de fenolftaleína;

b) Titula-se com solução padrão de NaOH 0,1M até a primeira coloração rósea
permanente;

c) As determinações são efetuadas em triplicata, por isso, repetiu-se a titulação conforme

o item a.

d) Calculou-se a porcentagem de ácido acético no vinagre em g/100 mL. Os resultados

devem ser expressos em termos de intervalo de confiança.
Cálculo do teor de acidez no vinagre

Os cálculos para a obtenção do teor de acidez no vinagre são fundamentados no fato de

que, quando as substâncias reagem, o número mols de cada reagente são iguais. Se
reagirem n mols de A, também irá reagir n mols de B.

𝐶𝑎𝑉𝑎 = 𝐶𝑏𝑉𝑏

𝑛° 𝑚𝑜𝑙𝑠𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 = 𝑛° 𝑚𝑜𝑙𝑠𝑁𝑎𝑂𝐻

• Massa de ácido acético que reagiu:

mCH3COOH
n°molsCH3COOH =
𝑀𝑀

𝑚𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 =?

Essa será a massa de ácido acético contido no volume analisado.

• Teor (massa) de ácido acético por L de vinagre:

(Volume analisado) ___________ 𝑚𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻

1000 mL____________________X (g)

Essa será acidez do vinagre utilizado.

• Porcentagem de ácido acético em massa (gramas de ácido por 100g de vinagre):

Densidade do vinagre (d) =? (g/mL)

V: volume de ácido utilizado (mL)

 𝑚′
d= 𝑉

𝑚′ =? (𝑔)

m’ de vinagre contém m de ácido acético.

m'________m
100g _____y

y=?%

𝑀𝑁𝑎𝑂𝐻. 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻. 𝑀𝑀𝐴𝑐. 10

% á𝑐. 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 =
𝑉𝑣𝑖𝑛𝑎𝑔𝑟𝑒. 𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

RESULTADOS E DISCUSSÃO

N° de determinações Volume de NaOH % de ácido acético

(mL)
1 24,3 4,86
2 24,5
3 24,2

Iniciou-se o experimento fazendo os cálculos para prever o quanto de NaOH 0,1M serão
gastos para um determinado volume (ml) de vinagre.
Tem-se que o vinagre 4,2% é o mesmo que;
4,2% => 4,2g em 100ml , logo;

0,042𝑔 − − − − − 1𝑚𝑙
Encontrou-se o número mols;
0,042 𝑔
𝑛=
60𝑔/𝑚𝑜𝑙
𝑛 = 0,0007𝑚𝑜𝑙 de Hac em 1ml;
 1Hac +1 NaOH ↔ NaaC + H20
Observando a estequiometria; viu-se que é 1:1 com NaOH, Logo;
0,0007 mols de NaOH serão gastos para cada 1ml de vinagre;
Sabendo que a concentração do NaOH é de 0,1M, logo;
𝑛
𝑀=
𝑉
0,0007
0,1 =
𝑉
𝑉 = 0,007𝐿 𝑥1000
𝑉 = 7𝑚𝑙 𝑁𝑎𝑂𝐻 0,1𝑀

Então, serão usados 7 ml de NaOH em cada 1ml de vinagre.

Cálculo da média do volume gasto de NaOH na titulação;

24,3 + 24,5 + 23,2
𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎(𝑁𝑎𝑂𝐻) =
3
𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎(𝑁𝑎𝑂𝐻) = 24,3 𝑚𝑙

Calculo do Desvio padrão do volume gasto de NaOH;

√(24,3 − 24,3)2 + (24,5 − 24,3)2 + (24,2 − 24,3)2

𝐷𝑃(𝑉𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜𝑁𝑎𝑂𝐻) =
3
√(0)2 + (0,2)2 + (−0,1)2
𝐷𝑃(𝑉𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜𝑁𝑎𝑂𝐻) =
3
𝐷𝑃(𝑉𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜𝑁𝑎𝑂𝐻) = 0,2𝑚𝑙
𝑉𝑀𝑃 = (24,3 ± 0,2)𝑚𝑙

Obs.: com o cálculo para prever o gasto de NaOH, deveria-se gastar 21 ml, porém, foram
24,3 de NaOH, logo houve erro na hora de determinar o ponto de equivalência na
titulação.

Calculo para encontrar a concentração do ácido acético;

[ 𝐻𝑎𝑐] 𝑥 𝑉𝐻𝑎𝑐 = [𝑁𝑎𝑂𝐻] 𝑥 𝑉𝑉𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑁𝑎𝑂𝐻

[ 𝐻𝑎𝑐] 𝑥 3 = 0,1 𝑥 24,3

 0,1 𝑥 24,3
[ 𝐻𝑎𝑐] =
3
[ 𝐻𝑎𝑐] = 0,81 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Logo;
0,81𝑚𝑜𝑙 − − − − − −1𝐿 = 1000𝑚𝑙
𝑥 − − − − − − − 100𝑚𝑙
𝑥 = 0,081 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐻𝑎𝑐 𝑒𝑚 100𝑚

Sabendo-se que porcentagem é g por 100ml, faz-se multiplicação do n⸰ de mol do Hac

pela sua massa molar de 60g/mol, resultando em;
0,081 𝑥 60,0 = 4,86𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝑎𝑐 𝑒𝑚 100𝑚𝑙
Logo;
% á𝑐. 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜= 4,86%
Ou
Utilizando a formula dada pelo procedimento para encontra o teor acético;

𝑀𝑀𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑥 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑋 𝑀𝑀𝐴𝑐. 𝑥 10

%𝐴𝑐. 𝐴𝑐𝑒𝑡𝑖𝑐𝑜 =
𝑉𝑉𝑖𝑛𝑎𝑔𝑟𝑒 𝑥 𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
0,1 𝑥 24,3 𝑥 60,0 𝑥 10
%𝐴𝑐. 𝐴𝑐𝑒𝑡𝑖𝑐𝑜 =
3 𝑥 100
%𝐴𝑐. 𝐴𝑐𝑒𝑡𝑖𝑐𝑜 = 4,86%

No rotulo do vinagre ao qual foi retirada a amostra, o grau de acidez volátil correspondia
a 4,2%, nesse momento correspondendo às expectativas de qualidade. A amostra
analisada teve um resultado de 4,86%, ou seja, um resultado diferente ao qual estava
descrito na embalagem do vinagre. Alguns critérios poderiam responder a essa diferença
de 0,86% como um erro na hora de determinar o ponto de equivalência na titulação; uma
alteração do próprio fabricante do vinagre, nesse caso, contrariando a legislação brasileira
de qualidade alimentícia, a qual implica um teor de acidez para o vinagre de 4%, e da
própria oxidação do vinagre, já que ela é dada através de bactérias presentes no ar.
CONCLUSÃO

Após observar o resultado do teste realizado na amostra de vinagre podemos concluir que
a amostra obteve um valor para ser classificada como fermentado acético simples,
chamado comercialmente de vinagre. Porém, o vinagre analisado, apresentou o valor
acima do que foi especificado no rótulo que era de 4,2%. Contudo, a amostras não
apresentou sinal de alteração conforme a literatura, pois, mesmo com teor incorreto do
descrito no rótulo, o vinagre está de acordo com as especificações de qualidade, pois o
teor obtido de 4,86%, corrobora com o padrão estabelecido pela legislação brasileira que
estabelece 4 % como teor mínimo de ácido acético em vinagre comercial. É um método
simples que pode ser aplicado para avaliação da veracidade dos teores de acidez presente
no vinagre, produto consumido em grande escala pelas famílias brasileiras. É um
instrumento de interesse para os órgãos fiscalizadores de vigilância, tendo em vista uma
grande adulteração com o álcool derivado da cana de açúcar, por se tornar mais
econômico para os comerciantes.
QUESTÕES
1. Se uma pessoa ingere 50 mL de vinagre numa salada, quantos gramas de ácido acético
a pessoa ingeriu? (Considere: densidade do vinagre = 1,1 g/mL; teor de CH3COOH
=5% em massa).
𝑚
𝑑=
𝑉
𝑚
1,1𝑔/𝑚𝑙 =
50𝑚𝑙
𝑔
𝑚 = 1,1 𝑥 50 𝑚𝑙
𝑚𝑙
𝑚 = 55𝑔

Teor do ácido = 5% em massa, logo;

100% − − − − − 55𝑔
5% − − − − − − − 𝑚
275
𝑚= => 𝑚 = 2,75𝑔
100

m = 2,75g de ácido ingerido .

2. Por que a fenolftaleína foi empregada como indicador na determinação da acidez do

vinagre?
Por Tratar-se de uma titulação de ácido fraco com base forte. O ponto de equivalência é
maior que 7, devido à hidrólise do íon acetato, tornando possível a utilização da
fenolftaleína como indicador dessa titulação, considerando que sua cor muda em valores
de pH entre 8,2 e 9,8. Indicadores com zona de transição na região ácida, tais como,
alaranjado de metila e vermelho de metila não podem ser utilizados, pois, causariam erro
na titulação.

3. O processo utilizado nesta aula pode ser utilizado em quais tipos de indústria e para a
determinação de que?
Sim, pois é um método confiável, prático e que não iria levar tantos gastos a fábrica que
desejasse utilizar este método para se obter a acidez do vinagre.
.
REFERÊNCIAS

BACCAN, N.; DE ANDRADE, J. C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química

Analítica Quantitativa Elementar. 3 ed. São Paulo: Ed. Blucher, 2001.

Edson Albuquerque. Aulas práticas de Química 3ª Ed. São Paulo-SP: Editora Moderna,
1995.

MARINO, A C, determinação do teor da acidez do vinagre, 2012. Acesso em 10/07/2021

OLIVEIRA, E.A. Aulas práticas de Química. 3 ed. São Paulo: Moderna, 1993. RUSSEL,
Jhon Blair, química gera l, vol. 2, 2ª edição Makro Books, São Paulo; SP, 2001.

SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química, Analítica, Tradução

da 8ª Edição norte-americana. São Paulo: Thompson, 2006. VOGEL, A. I. Análise
Química Quantitativa. 5.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1992. 712 p.