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DOSAGEM, DURABILIDADE,

EXIGÊNCIAS DE NORMA

Prof. Angélica Koppe


angelicakoppe@gmail.com

Fontes: PCC/USP, Eng. Civil UNISINOS, Prof. Marlova Kulakowski, Prof. Mauricio Mancio, Prof. P. Monteiro (UC Berkeley), Prof. Fernanda Pacheco
Dosagem de Concretos
• As propriedades desejadas do concreto dependem do
correto proporcionamento dos materiais:

CIMENTO MODELO
AREIA
ESTUDO
BRITA
DE
RESISTÊNCIA
ÁGUA DOSAGEM
DURABILIDADE
(ADIÇÕES) MENOR CUSTO
POSSÍVEL
(ADITIVOS)

O PROCESSO É CONSIDERADO UMA ARTE, MAIS DO QUE UMA CIÊNCIA!!!!


Dosagem do Concreto

NBR 12655:2022

A COMPOSIÇÃO DO CONCRETO INFLUENCIA ENORMEMENTE OS


CUSTOS E CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS
fc (MPa)
110
CPV ARI - Idade: 28 dias
100
fc = exp(-2,57522 * a/c) * 145,445
90 R2 = 0,999669

GRÁFICO DE MÉTODOS: fc = exp(-2,49474 * a/c) * 157,192


80 R2 = 0,954673
DOSAGEM IPT/EPUSP Convencional fc = exp(-2,17017 * a/c) * 148,158
70 R2 = 0,965317
IPT/NORIE Alta Resistência
Mehta-Aitcin 60

50

40

30
C(kg/m³) a/c
800 700 600 500 400 300 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60
2
m = 16,5984 *a/c + -3,07
R2 = 0,995902
3
m = 5,45344 * a/c + 1,76
R2 = 0,999835
4
m = 21,2838 * a/c + -1,8
R2 = 0,993243
5

7 Abatimento CC = 7
Abatimento CAR >
m(kg/kg)
Lei de Abrams = quanto > a/c < fcK
Lei de Lyse = quanto > a/c > m
Lei de Molinari = quanto > m < C
Parâmetros Fixos
Parâmetros Fixos
Padronização de materiais

Padrão de material usina Supermix Palmas


Seixo Manaus Granito Manaus Seixo Belém

Materiais são iguais? Como produzir um concreto com padrão de qualidade se os


materiais variam?

Basalto Porto Alegre Basalto Porto Alegre


Granito Teresina
Parâmetros Fixos
Definir abatimento do canteiro de obra

Slump = 18 cm
Slump = 12 cm

Slump = 5 cm

Slump = 23 cm
Flow = 70 cm
Parâmetros Fixos
Definir abatimento do canteiro de
obra
Parâmetros Fixos
Determinação de três traços para a dosagem
experimental

Cimento : massa de agregados (C : m)

Rico - 1:3,5

Intermediário - 1:5

Pobre – 1:6,5
Parâmetros Fixos
Definir teor de argamassa
Parâmetros Fixos
Definir teor de argamassa – TEOR BAIXO

Superfície áspera
Barulho de atrito da espátula Falta de
no agregado argamassa para
Verificação da coesão: golpes
preencher vazios
suaves na base e mistura
desmorona
Parâmetros Fixos
Definir teor de argamassa – TEOR IDEAL

Superfície lisa
Colher desliza de forma fácil
Parâmetros Fixos
Definir teor de argamassa – TEOR IDEAL

Superfície lisa
Colher desliza de forma fácil Aparência
compacta lisa Verificação da coesão: golpes
suaves na base e mistura
permanece compacta,
desmorona, mas não desmancha
Parâmetros Fixos
1) Padronização de materiais – agregados e cimento;

2) Definir abatimento do canteiro de obra = 150 mm (15 cm)

3) Determinação de três traços para a dosagem experimental;

R - 1:3,5
I - 1:5 C:m
P – 1:6,5
4) Definir teor de argamassa α = 55%
Traço – 1:5
Quanto de areia e quanto de
pedra?
Massa de agregados: 5 1:2:3 2+3 = 5
m=5 1:2,5:2,5 2,5+2,5 = 5
1:4:1 4+1 = 5

A determinação é feira a partir de parâmetros já conhecidos (parâmetros fixos).

1 a
QUAL? ... Teor de argamassa  (%)  .100
1 m
Conhecido
Traço – 1:5

m a p
1 a
 (%)  .100 5 = 2,3 + p
1 m
α = 55% m=5 p = 2,7
1+𝑎 Traço desmembrado
0,55 =
1+5
1 : 2,3 : 2,7
a = 2,3 c: a : p
Traço desmembrado Qual o mínimo de concreto que uma concreteira fornece?
1 : 2,3 : 2,7
c: a : p

Conversão ABNT NBR 7212:2021 – item 5.2.4 – Para equipamento


dosado de agitação e mistura (caminhão betoneira), o volume
C = 1 X 5 = 5 kg deve ser igual ou superior a 3 m³.
a = 2,3 X 5 = 11,5 kg
p = 2,7 X 5 = 13,5 kg
30 kg A determinação é feira a partir de
parâmetros já conhecidos (parâmetros
H2O = ????? fixos).
Quanto de água devo colocar? Qual? ... Abatimento
Abatimento determinado: 150 mm

Como dosar? Pesar inicialmente 5 kg de água


IMPORTANTE LEMBRAR...

CORREÇÃO DA UMIDADE: condição


interessante – saturado superfície
seca

Acrescentando-se Areia – 10% UR ------ 11,5kg *10% = 1,15 kg H2O


gradativamente a água até Areia = 11,5 – 1,15 = 10,35 kg
atingir o abatimento desejado COMPENSAR:
Adicionar mais 1,15 kg de areia para ter 11,5 kg
Classes de consistência
– NBR 8953/2015

Ensaio de consistência
- NBR 16889/2020

1 2 3

4 5 6 4s a 6s
Abatimento determinado:
150 mm
Considerando que, DE FORMA EMPÍRICA (!!!!), para estes materiais,
necessitei 2,7 kg de água para alcançar abatimento 150 mm

Considera o 1,15 kg da umidade


a/c = ?
0,54 a/c
a = 2,7 kg
c = 5 kg

2,7 𝑘𝑔
a/c = = 0,54
5 𝑘𝑔

m (kg)
Traço unitário

1 : 2,3 : 2,7 : 0,54


(c : a : p : a/c)

O concreto está pronto!


OU

Avaliar teor de
argamassa!!!!!!!!

Se não estiver ok, ajustar... Aumentar 1%, reduzir 1%, etc....


Se tiver ok.... Moldar corpos de prova
Moldagem conforme ABNT NBR 5738:2015

Posso moldar meus corpos de prova


(CP’s), mas qual forma devo usar?

15 x 30 10 x 20 5 x 10

Dmáx agregado não pode superar


em 20% a espessura nominal do Determinar a densidade do concreto no
cobrimento (NBR 6118:2014)
Dmáx ≤ 1,2 cnom
estado fresco V = 𝛑 . R² . H
V = 𝛑 . 0,05² . 0,20
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 V = 0,00157 m³
𝜸 =
Como moldar um CP? 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Quantas camadas?
Quantos golpes?
Tarar uma forma, moldar o
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 3,736 𝑘𝑔 CP, limpar removendo toda
𝜸= = ≈ 2380 𝑘𝑔/𝑚³ a argamassa e pesar
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 0,00157 𝑚³
NBR 8953:2015 novamente. Exemplo
Concreto normal empírico:
NBR 5738: 2015 – retirar CP’s da cura
aos 7 dias e conservar ao ar (23±2 °C) Concreto leve Peso da forma (tara): 1 kg
e UR (50±15%) até a idade de Concreto pesado (exemplo)
rompimento Forma + concreto: 4, 736 kg
Concreto = 4,736 – 1 =
3,736 kg
Determinação do consumo de cimento real

1000
C
1 a p
   a/c
C a p 0,54
364 a/c
C (kg/m³)
Massa específica dos materiais
ou

concr .(kg / m3 )
C
1  a  p  (a / c) 5

2380 𝑘𝑔/𝑚³
C= ≈ 364 𝑘𝑔/𝑚³ m (kg)
1+2,3+2,7+0,54
28 dias depois, rompimento

Fcj (MPa)

33

364 0,54 a/c


C (kg/m³)

m (kg)
Determinação do teor de água (H) do traço

𝑎/𝑐 0,54 Teor de água de concretos


H= H= = 0,09 ou 9% convencionais ≈ 8 a 11%
1+𝑚 1+5

Tudo o que foi feito com o traço 1 : 5, deve ser feito igual para os demais – pobre e rico

RICO – 1 : 3,5 m a p
1 a
 (%)  .100 Traço desmembrado
1 m
1 : 1,47 : 2,03 C = 1 X 7 = 7 kg
3,5 c: a : p a = 1,47 X 7 = 10,3 kg
Mesmo teor adotado no traço p = 2,03 X 7 = 14,2 kg
anterior. Caso o traço anterior
precisou ser ajustado, usar o teor
31,5 kg
já ajustado pois é o teor ideal.
Questão: vou precisar adicionar mais água ou menos água do que o traço 1:5
para atingir o mesmo abatimento?

Menos!!! (Lei de Lyse – quanto menos o valor de m, menor a relação a/c,


automaticamente menor quantidade de água)

Considerando que, DE FORMA EMPÍRICA (!!!!), para estes materiais, necessitei


3,29 kg de água para alcançar abatimento 150 mm

a/c = ?

a = 3,29 kg 3,29 𝑘𝑔
a/c = = 0,47
c = 7 kg 7 𝑘𝑔
Fcj (MPa)

• Moldar corpos de prova;


33 • Pesar uma forma vazia e
posteriormente cheia;
• Calcular a densidade do
concreto;
C (kg/m³) 364 0,470,54 a/c • Calcular o consumo real
de cimento ;
• Romper os CP’ conforme
idades desejadas.
3,5

m (kg)
• Fazer o mesmo procedimento
para o traço 1: 6,5;
Fcj (MPa) • Usar mesmo α;
57 • Encontrar os valores de “a” e
“p”;
• Desmembrar o traço;
• Pesar materiais;
33 • Colocar água até atingir o
abatimento determinado;
• Realizar ensaio de
16 abatimento;
• Calcular a/c;
C (kg/m³)588 364 214 0,470,54 0,68 a/c
• Moldar corpos de prova;
• Pesar uma forma vazia e
posteriormente cheia;
• Calcular a densidade do
concreto;
3,5 • Calcular o consumo real de
cimento ;
5 • Romper os CP’ conforme
idades desejadas.
6,5
m (kg)
GRÁFICO DE DOSAGEM Fcj (MPa)
57

EXCEL OU ORIGIN
33 (procurar versão boa)
Curva
16
C (kg/m³)588 364 214 0,47 0,54 0,68 a/c

3,5
5
6,5 Linear
Curva
m (kg)
GRÁFICO DE DOSAGEM
Método IPT/EPUSP
• Fórmulas básicas:
1 a
Teor de argamassa:  (%)  .100
1 m
a/c
Relação água/materiais secos: H (%)  .100
1 m
Agregados secos totais: m a p
.

Consumo de cimento (em kg/m3):


C
1000 concr .(kg / m3 )
ou C 
1

a

p
 a/c 1  a  p  (a / c)
C a p
Onde: a/c = relação água/cimento;
a = areia (traço unitário); C = consumo de cimento;
p = brita (traço unitário);  = massa específica;
fc (MPa)
110
CPV ARI - Idade: 28 dias
100
fc = exp(-2,57522 * a/c) * 145,445
90 R2 = 0,999669
GRÁFICO DE MÉTODOS: fc = exp(-2,49474 * a/c) * 157,192
R2 = 0,954673
DOSAGEM
80
IPT/EPUSP Convencional fc = exp(-2,17017 * a/c) * 148,158
70 R2 = 0,965317
IPT/NORIE Alta Resistência
Mehta-Aitcin 60

- 120,0 kg 50

40
474 354
30
C(kg/m³) a/c
800 700 600 500 400 300 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60
2
m = 16,5984 *a/c + -3,07
R2 = 0,995902
3
m = 5,45344 * a/c + 1,76
R2 = 0,999835
4
m = 21,2838 * a/c + -1,8
R2 = 0,993243
5

7 Abatimento CC = 7
Abatimento CAR >
m(kg/kg)
DEFINIÇÃO
• Correto proporcionamento dos
materiais para atender as
propriedades do:
Concreto Fresco
Concreto Endurecido

 CUSTO 
Ao menor custo possível
NBR 6118
Requisitos de qualidade da
estrutura:
• CAPACIDADE RESISTENTE

• DESEMPENHO EM SERVIÇO

• DURABILIDADE
PROJETO DEVE PREVER REQUISITOS
DA NBR 12655:2022
Classes de agressividade
NBR 12655:2022 - Classe de
agressividade e qualidade do concreto
NBR 12655:2022 - Classe de
agressividade e qualidade do concreto

• Em situações de gelo/degelo: fcKmín 40 MPa, a/cmáx 0,45


• Caixas d’água: fcKmín 35 MPa, a/cmáx 0,50
• Exposição a cloretos de degelo, sais, água salgada (e similares): fcKmín 40
MPa, a/cmáx 0,45
• Concreto exposto a soluções contendo sulfatos: depende da classe
(fraca, moderada, severa), ver tabela 4
• Teor máximo de íons de cloreto: Tabela 5 (de 0,05% a 0,4%)
• Concreto exposto a soluções aquosas agressivas: depende da classe
(fraca, moderada, severa), ver tabela 6
NBR 6118:2014 - Classe de
agressividade e cobrimento nominal
Classe de agressividade
Tipo de
Componente I II III IV
estrutura
Cobrimento nominal (mm)
Laje 20 25 35 45
Concreto Viga/Pilar 25 30 40 50
armado Elementos em
30 40 50
contato com o solo

Concreto Laje 25 30 40 50
Protendido Viga/Pilar 30 35 45 55
NBR 6118:2014
Item 7.4.7.4 – quando houver um controle adequado de qualidade e limites rígidos de tolerância da variabilidade
das medidas durante a execução, pode ser adotado ∆c = 5 mm (tolerância de execução para o projeto), mas a
exigência de controle rigoroso deve ser explícita nos desenhos do projeto. Permite-se, então, a redução dos
cobrimentos nominais prescritos na tabela (acima) em 5 mm.
Item 7.4.7.6 – Para concretos com classe de resistência superior ao mínimo exigido, os cobrimentos podem ser
reduzidos em até 5 mm.
DURABILIDADE
NBR 15575:2021

A norma de desempenho foi


estabelecida para atender às
exigências dos usuários,
independentemente dos seus
materiais constituintes e do
sistema construtivo utilizado;
“Durabilidade consiste na capacidade da edificação
ou de seus sistemas de desempenhar suas funções,
ao longo do tempo e sob condições de uso e
manutenção especificadas no Manual de Uso,
operação e manutenção.” ABNT NBR 15575-1:2021

MANUAL DE USO,
OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
VIDA ÚTIL
NBR 6118 e NBR 15575
Características do concreto

• Atender NBR 12655


– Trabalhabilidade
– Dosagem
– Consumos mínimos de cimento
– Controle

Fixa as condições exigíveis para o preparo, controle e


recebimento de concreto simples, armado e protendido
NBR 12655
Responsabilidades
• Projetista estrutural  Executor
– Especificação do fck por – Escolha da modalidade de
etapas preparo do concreto
– Especificação dos – Especificação dos materiais
requisitos de – Responsável pelo preparo
durabilidade – Escolha do tipo de concreto
- Consumo mínimo de (consistência, dimensão
cimento máxima do agregado, etc.)
- Relação a/c – Aceitação do concreto
- Ec na idade de desforma – Execução
NBR12655

Cálculo da resistência de dosagem

• fck = resistência característica à compressão


do concreto (MPa)

• fcj = resistência média à compressão prevista


para “j” dias (MPa)

RESISTÊNCIA DE DOSAGEM
• Cálculo do fcj:

fcj  fck  1,65Sd


– fck - resistência característica do concreto à
compressão (definida quando da elaboração do
projeto estrutural)
– Sd - desvio padrão de dosagem
NBR 12655
Fixação do desvio-padrão (Sd)

• Desvio-padrão conhecido
– Concreto produzido nas mesmas condições
– Sd é fixado com no mínimo 20 resultados
consecutivos obtidos no intervalo de 30 dias
imediatamente anterior
– Sd  2,0 MPa

• Desvio-padrão desconhecido
– Função das condições (A, B e C) de preparo
NBR 12655
Fixação do desvio-padrão (Sd)
NBR 12655
Fixação do desvio-padrão (Sd)
Condição Sd (MPa) Fcj (MPa)
A 4,0 fck + 6,6
B 5,5 fck + 9,07
7,0
C fck + 11,55
(consumo mínimo 300 kg/m3)

Exemplo concreteira: fcK 30 MPa


Fcj = fck + 1,65 . Sd

Sd = 2,0 MPa 33,3 MPa ≠ ~ 10 kg/m³ R$/m³ 1000 m³ 1 ano


Sd = 4,0 MPa 36,6 MPa 3,3 MPa 33 Kg R$ 12,21 12.210,00 146.520,00
Sd = 5,5 MPa 39,1 MPa 5,8 MPa 58 Kg R$ 21,37 21.370,00 256.440,00
Sd = 7,0 MPa 41,6 MPa 8,3 Mpa 83 Kg R$ 30,53 30.530,00 336.360,00

E no canteiro de obras????
O QUE SE QUER?
verificar

fckest  fckproj

fckest
Resistência à compressão característica estimada do
concreto, correspondente ao concreto de um lote que se
supõe homogêneo.
É o valor obtido a partir de ensaios de corpo-de-prova e
aplicação de fórmulas Estatísticas conhecidas por
estimadores.
 Amostragem total – todas as betonadas são amostradas:
- fck = maior resistência do exemplar analisado
- Cada betonada constitui um lote e o aceite é individual.
- Concreto é aprovado se TODOS os exemplares forem maiores que o fck de
projeto

 Amostragem parcial – apenas algumas betonadas são


amostradas
- Para fck de projeto entre 10 e 50 MPa:
- Nº mínimo de exemplares = 6 / lote
- Para fck de projeto entre 50 e 80 MPa:
- Nº mínimo de exemplares = 12 / lote
- Concreto é aprovado após cálculo do fckest
 Amostragem Parcial – Definição dos lotes de controle:

 Cada exemplar é composto por 2 CPs

 Para os cálculos é utilizado o valor mais alto dos 2 CPs


Controle do Concreto por
Amostragem Total

• Neste caso todo o concreto (100%) foi amostrado.


a) Fckest = fc betonada
Como é realizado o controle estatístico da
estrutura?
Estou realizando uma concretagem e solicitei SEIS cargas de concreto. Tive a
oportunidade de moldar todas as cargas (dois corpos de prova de cada
caminhão). O concreto solicitado: 30 MPa, abatimento S160. (valores da tabela
expressos em MPa).

Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão 3 Caminhão 4 Caminhão 5 Caminhão 6


30.84 35.49 32.17 36.17 34.14 30.99
30.92 33.65 29.48 34.12 33.89 31.16

Minha estrutura está ok?


Qual é a resistência estimada de cada carga?
Considero o maior valor, o menor ou a media?
Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão 3 Caminhão 4 Caminhão 5 Caminhão 6
30.84 35.49 32.17 36.17 34.14 30.99
30.92 33.65 29.48 34.12 33.89 31.16

Solicitei seis cargas, moldei as seis cargas = amostragem TOTAL

Fckest = fc betonada

Fckest = 30,92 MPa > 30 MPa


Controle Estatístico do Concreto por
Amostragem Parcial
• Quando o número de exemplares (n) for maior ou
igual a seis e inferior a vinte (6 ≤ n < 20), o valor
estimado da resistência característica à compressão
(Fckest), na idade especificada, é dada por:

f1  f 2     f m1
fck est  2   fm
m 1
• Quando são retirados exemplares de algumas
betonadas
f1  f 2     f m1
6 ≤ n < 20 fck est  2   fm
m 1
m = metade no número de "n" exemplares

Para determinação de "m“:


- despreza-se o valor mais alto de "n" se este número for impar,

-f1< f2 < ....< fm ....< fn são as resistências dos exemplares.


Os valores de resistência são organizados em ordem crescente.

Limitação
Não se deve tomar para fckest valor menor que ψ6.f1
Quando o número de exemplares for superior ou igual a 20 (n  20), o
valor estimado da resistência característica à compressão (Fck), na
idade especificada, é dada por:

(n  20)

fcm - é a resistência média dos exemplares para a idade do ensaio,


em MPa.

Sn - desvio padrão dos resultados para n elementos, calculado com


grau de liberdade d a menos[(n-1) no denominador da fórmula], em
MPa.
Estou realizando uma concretagem e solicitei DEZ cargas de concreto. Tive a
oportunidade de moldar APENAS SEIS cargas (dois corpos de prova de cada
caminhão). O concreto solicitado: 30 MPa, abatimento S160. (valores da tabela
expressos em MPa).

Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão 3 Caminhão 4 Caminhão 5 Caminhão 6


30.84 35.49 32.17 36.17 34.14 30.99
30.92 33.65 29.48 34.12 33.89 31.16

Como eu devo avaliar este laudo?


Minha estrutura está ok?
Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão 3 Caminhão 4 Caminhão 5 Caminhão 6
30.84 35.49 32.17 36.17 34.14 30.99
30.92 33.65 29.48 34.12 33.89 31.16

Colocar em ordem crescente – do menor para o maior

f1 = 30,92 MPa f1  f 2     f m1


fck est  2   fm
f2 = 31,16 MPa m 1
f3 = 32,17 MPa 𝑛 6
𝑚= 𝑚= =3
f4 = 34,14 MPa 2 2
f5 = 35,49 MPa Vou usar valores f1 até f3
f6 = 36,17 MPa 𝑓1+ … +𝑓(3−1)
Fckest= 2𝑥 − 𝑓3
(3−1)
Solicitei DEZ cargas, moldei seis cargas =
amostragem PARCIAL Fckest= 2𝑥
𝑓1+𝑓2
− 𝑓3
2

Número de amostras = n = 6 30,92+31,16


Fckest= 2𝑥 −32,17 = 29,91 MPa
2

Fckest = 29,91 MPa < 30 MPa


Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão 3 Caminhão 4 Caminhão 5 Caminhão 6
30.84 35.49 32.17 36.17 34.14 30.99
30.92 33.65 29.48 34.12 33.89 31.16

Fckest = 29,91 MPa < 30 MPa


Limitação
Não se deve tomar para fckest valor menor que ψ6.f1

Fckest = ψ6.f1 F1 = 30,92 MPa


Fckest = 0,92.30,92 Sempre usar valor maior entre
ambos para avaliar a estrutura
Fckest = 28,44 MPa
 Caso excepcional:
 Quando for utilizada betoneira de pequeno
volume, pode-se dividir a estrutura em lotes de
até 10 m³ e amostrá-los com número de
exemplares entre 2 e 5.
 Desta forma, calcula-se fckest:

fckest = Ψ6*f1
ACEITAÇÃO DA ESTRUTURA
• A estrutura será aceita automaticamente quando todos os lotes
possuírem o Fckest maior que o Fckesp.

• Caso algum lote não possuir o Fckest maior que o Fckesp, deve-se:
a) fazer uma revisão no projeto estrutural
b) realizar ensaios não destrutivos;
c) realizar ensaios especiais;
d) prova de carga;

• Se em nenhum desses casos o lote for aceito a estrutura será


rejeitada. Ver NBR 7680-1
Rastreabilidade do concreto
Exercícios resolvidos
 Exemplo: Amostragem PARCIAL com fck especificado de 25 MPa

Exemplares
CP
1 2 3 4 5 6
1 27,1 23,0 27,0 29,1 30,2 29,4
2 24,3 28,5 26,2 27,6 30,7 31,9

m = n/2= 6/2 = 3; sendo que: f1 = 27,0; f2 = 27,1; f3 = 28,5

27,0+27,1
fckest = 2 − 28,5 = 25,6 MPa
2
Tabela 7 – Valores de ψ6
 Exemplo: Amostragem PARCIAL com fck especificado de 25 MPa

Exemplares
CP
1 2 3 4 5 6
1 27,1 23,0 27,0 29,1 30,2 29,4
2 24,3 28,5 26,2 27,6 30,7 31,9

m = n/2= 6/2 = 3; sendo que: f1 = 27,0; f2 = 27,1; f3 = 28,5

27,0+27,1
fckest = 2 − 28,5 = 25,6 MPa
2
25,6 > 25 OK
Ψ6*f1 = 0,92*27,0 = 24,85 MPa

A estrutura é aceita automaticamente pelo controle estatístico


Em uma obra, foi executada a concretagem de 12 pilares com concreto de fck 30 MPa,
totalizando 48 m³, entregues em 6 caminhões betoneira de 8 m³. Foram moldados 3
corpos de prova durante a descarga de cada um dos caminhões. Aos 28 dias foram
obtidos os seguintes resultados de resistência à compressão – A estrutura pode ser
aprovada?

Exemplares
CP
1 2 3 4 5 6
CP 1 33,5 31,1 29,9 31,5 30,7 28,8
CP 2 32,6 29,5 33,3 34,9 34,0 30,0
CP 3 30,6 28,4 32,5 32,7 32,7 32,2

Resposta: Como a amostragem foi TOTAL e nenhum dos exemplares


apresentou resistência menor que o fck, a estrutura está APROVADA
Em uma fábrica de estruturas pré-moldadas, utiliza-se uma betoneira com capacidade
de 1,5 m³ para produção de concreto com fck 30 MPa. A cada 6 betonadas, executa-se
um lote de vigas e são moldados 3 pares de corpos de prova aleatoriamente. Os
resultados de 28 dias das amostras são apresentados abaixo. – Os lotes de vigas
podem ser aprovados?
Lote 1 Lote 2
Exemplares Exemplares
CP CP
1 2 3 1 2 3
CP 1 31,1 31,9 33,0 CP 1 36,9 33,2 35,3
CP 2 33,6 34,2 34,1 CP 2 35,5 34,9 35,1

Resposta: Como a amostragem é um caso EXCEPCIONAL, calcula-se o fckest através de


Ψ6*f1.
Tabela 7 – Valores de ψ6
Em uma fábrica de estruturas pré-moldadas, utiliza-se uma betoneira com capacidade
de 1,5 m³ para produção de concreto com fck 30 MPa. A cada 6 betonadas, executa-se
um lote de vigas e são moldados 3 pares de corpos de prova aleatoriamente. Os
resultados de 28 dias das amostras são apresentados abaixo. – Os lotes de vigas
podem ser aprovados?
Lote 1 Lote 2
Exemplares Exemplares
CP CP
1 2 3 1 2 3
CP 1 31,1 31,9 33,0 CP 1 36,9 33,2 35,3
CP 2 33,6 34,2 34,1 CP 2 35,5 34,9 35,1

Resposta: Como a amostragem é um caso EXCEPCIONAL, calcula-se o fckest através de


Ψ6*f1.

Desta forma, o lote 1 (0,86 * 33,6 = 28,89 MPa) NÃO PODE SER APROVADO, enquanto o
lote 2 (0,86 * 34,9 = 30,01 MPa) pode ser APROVADO.
“A PRÁTICA DA ENGENHARIA ESTÁ MUDANDO E É NECESSÁRIO
ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO DO SETOR PARA GARANTIR UM
MELHOR DESEMPENHO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO”

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