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O texto teatral
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Teatro: uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores interpreta uma história
ou atividades para o público em um determinado lugar. Com o auxílio de dramaturgos ou
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de situações improvisadas, de diretores e técnicos, o espetáculo tem como objetivo
apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.
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Texto principal – contém as falas dos atores, que podem ser escritas através de:
Monólogo – a personagem fala consigo mesmo, expondo, perante o público, os seus
pensamentos e/ou sentimentos (precedido sempre de travessão);
Diálogo – falas entre duas ou mais personagens (precedido sempre de travessão);
Apartes – comentários de um personagem para o público, pressupondo que não são
ouvidos pelo seu interlocutor.
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Quanto à intenção do autor (o que ele pretende com o texto da sua peça), pode ser:
moralizadora: distinguir o bem do mal, para mostrar que o bem sempre vence;
lúdica: de entretenimento, diversão, quer causar o riso;
crítica: em relação à sociedade do seu tempo;
didática: transmitir um ensinamento.
A peça teatral pode apresentar mais de uma intenção, exemplo: ela pode ser crítica e
lúdica ao mesmo tempo.
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1 meirinho, que fala
2 ditos, que não falam
Soldados de Permanentes, etc.
(A cena passa-se no Rio de Janeiro)
ATO PRIMEIRO
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores, cortinas,
etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc., etc.
CENA I
CENA II
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AMBRÓSIO — Eu já te disse há mais de três meses o que era preciso fazermos para
atalhar esse mal. Amas a tua filha, o que é muito natural, mas amas ainda
mais a ti mesma...
FLORÊNCIA — O que também é muito natural...
AMBRÓSIO — Que dúvida! E eu julgo que podes conciliar esses dois pontos, fazendo
Emília professar em um convento. Sim, que seja freira. Não terás nesse caso
de dar legítima alguma, apenas um insignificante dote — e farás ação
meritória.
FLORÊNCIA— Coitadinha! Sempre tenho pena dela; o convento é tão triste!
AMBRÓSIO — É essa compaixão mal-entendida! O que é este mundo? Um pélago de
enganos e traições, um escolho em naufragam a felicidade e as doces ilusões
da vida. E o que é o convento? Porto de salvação e ventura, asilo da virtude,
único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... E deve uma mãe carinhosa
hesitar na escolha entre o mundo e o convento?
FLORÊNCIA — Não, por certo...
AMBRÓSIO — A mocidade é inexperiente, não sabe o que lhe convém. Tua filha
lamentar-se-á, chorará desesperada, não importa; obriga-a e daí tempo ao
tempo. Depois que estiver no convento e acalmar-se esse primeiro fogo,
abençoará o teu nome e, junto ao altar, no êxtase de sua tranquilidade e
verdadeira felicidade, rogará a Deus por ti. (À parte:) E a legítima ficará em
casa.
FLORÊNCIA — Tens razão, meu Ambrosinho, ela será freira.
AMBRÓSIO — A respeito de teu filho direi o mesmo. Tem ele nove anos e será prudente
criarmo-lo desde já para frade.
FLORÊNCIA — Já ontem comprei-lhe o hábito com que andará vestido daqui em diante.
AMBRÓSIO — Assim não estranhará quando chegar à idade de entrar no convento;
será frade feliz. (À parte:) E a legítima também ficará em casa.
FLORÊNCIA — Que sacrifícios não farei eu para a ventura dos meus filhos!
Exercícios
O texto abaixo foi extraído do prefácio de uma coletânea de peças de Martins Pena.
Nele, são apresentadas algumas considerações reflexivas do crítico Raimundo Magalhães
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Júnior. Leia-o com atenção e responda as atividades 1 e 2.
Martins Pena, morto há cem anos, não deve ser avaliado apenas pela sua obra
dramática, mas igualmente pela influência que nos legou. E essas influências, na
verdade, estabelecem a tradição inicial e mais autêntica em nosso teatro. Escrevendo
numa época em que ainda se tinha o vezo de imitar os clássicos, abandonou os velhos
modelos e os temas gastos, para se voltar para a realidade brasileira.
Seu gênio dramático foi eminentemente brasileiro. Escreveu, na realidade, alguns
dramas e tragédias de assunto espanhol e português, mas o que dele ficou e ficará, em
nossa literatura, e o que constitui a parte mais importante de sua obra, são as comédias
como O noviço, Os irmãos das almas, O judas em Sábado de Aleluia, O juiz de paz da
roça, etc. Essas comédias estão cheias de preciosas anotações.
Mostram-nos, admiravelmente, o que era o Brasil da Regência e dos primeiros anos
do Segundo Reinado. A precária administração da justiça, a ausência de polícia, o
recrutamento sui generis, até mesmo as traficâncias e fatos e coisas de antanho,
revelam em Martins Pena um agudo espírito crítico, sempre pronto a apontar mazelas e
a documentar coisas carecedoras de emenda. Não exagerou Sílvio Romero quando, na
sua História da Literatura Brasileira, declarou que, se todos os documentos e fontes
históricas nos faltassem, seria possível reconstituir a vida da sociedade brasileira tão
somente através das comédias de Martins Pena, porque essas comédias constituem
“documentos sociológicos” da maior importância. Podemos dizer que Martins Pena
fundou, no Brasil, uma escola – a da comédia de costumes – que não desapareceu nem
deve desaparecer do nosso teatro.
(Fonte: SANTOS PEREIRA, J. R. Prefácio da Primeira Edição do Instituto Nacional do Livro. In.: MARTINS PENA, L. C.
Comédias. Tecnoprint, Rio de Janeiro, 1968. p. 11)
Glossário
vezo: hábito ou costume;
sui generis: nas suas características específicas, peculiares;
traficâncias: falsidades, enganações;
de antanho: do passado;
mazelas: problemas;
emenda: correção.
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2. a) De acordo com Sílvio Romero, um importante crítico e historiador da literatura
brasileira, as comédias de Martins Pena, “constituem ‘documentos sociológicos’”, pois
apresentam descrições da sociedade brasileira do século XIX e de seus costumes. Tomando
como base O Noviço, cite alguns costumes sociais retratados nessa peça.
b) Se você fosse escrever uma comédia de costumes sobre a sociedade brasileira atual, que
assuntos (hábitos, crenças, valores, tradições etc.) você abordaria?
Ato e Cena
Os atos e as cenas são subdivisões que organizam o texto de uma peça teatral. Os
atos são as subdivisões que marcam uma sequência de eventos. Em O Noviço, por
exemplo, temos 3 atos: o primeiro compreende a volta de Carlos, o conhecimento das
intenções de seu tio e o aparecimento de Rosa. Já o segundo, se inicia quando o noviço
principia a investir contra os planos do tio e termina com a descoberta de seu grande
segredo. O terceiro ato, por sua vez, retrata o desfecho da história e a resolução de todos os
conflitos.
Sendo assim, nessa peça, os acontecimentos são expostos linearmente, ou seja, na
ordem em que ocorreram. Isso não é obrigatório, muitas vezes o escritor escolhe uma outra
dinâmica para sua obra.
Já cenas são as subdivisões dos atos. Na peça de Martins Pena, as cenas
apresentam espaço e tempo contínuos, além de um conjunto fixo de personagens, assim,
quando há alteração em um desses elementos (novo cenário, entrada e saída de
personagens), marca-se o fim de uma cena e o início da seguinte. Na cena I do ato primeiro,
transcrita anteriormente, Ambrósio está sozinho, refletindo sobre a possibilidade de perder o
dinheiro que adquiriu há pouco tempo. A entrada de sua mulher, Florência, na sala, produz
uma alteração no número de personagens presentes no palco, por isso, o autor assinala,
nessa parte, o início de uma nova cena.
Curiosidade:
Na Grécia clássica, a peça se dividia em episódios apresentados pelo coro.
Até o século XVIII, predominavam as compostas por 3 atos: exposição, clímax, desfecho
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ou desenlace. Na exposição, as personagens eram apresentadas para os espectadores; no
clímax, desenvolvia-se o conflito do enredo e no desenlace ocorria o fim da peça com a
resolução do conflito. Shakespeare, um autor inglês, resolveu inovar, escrevendo tragédias e
comédias com 5 atos.
Diálogos
Narrador é a perspectiva através da
Em um texto teatral, as falas das
qual se conta uma história.
personagens aparecem escritas em forma
Há dois tipos de narrador: observador,
de diálogos. Isso acontece devido à
quando a narrativa ocorre através de
ausência de narrador, o que se justifica
uma perspectiva de fora, e personagem,
devido a seu próprio caráter, que não visa
quando aquele que conta a história
à leitura, mas sim à encenação. Assim não
participa, de alguma forma do enredo,
é necessário que alguém conte a história
sendo uma das personagens.
porque esta é representada, no placo,
diante dos espectadores.
Há ainda uma fala especial, indicada como à parte, que é utilizada quando a
personagem precisa expressar suas intenções, pensamentos e desejos à plateia. Trata-se
de uma convenção do teatro: quando um ator se dirige diretamente aos espectadores
significa que se trata de pontos que devem ser conhecidos unicamente por eles, de modo
que não são ouvidos pelas outras personagens em cena.
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Rubricas
As rubricas são instruções elaboradas pelos autores das obras que dizem respeito à
caracterização do espaço, tempo, entrada e saída de personagens, enfim, dos
aspectos necessários para a encenação da peça. Além disso, as rubricas caracterizam
física e psicologicamente as personagens, apresentando figurinos, gestos, tons de
voz, expressões, bem como sentimentos e emoções que devem ser expressos pelos
atores.
Geralmente as rubricas aparecem nos textos entre parênteses e/ou marcadas em
itálico, recebendo, assim, maior destaque. Observe no trecho abaixo, extraído de O Noviço,
as rubricas que descrevem as ações das personagens, situando os atores e indicando-lhes
como devem conduzir sua interpretação:
Exercícios
1. Leia o excerto da comédia O Avarento, do dramaturgo francês Molière, para responder a
próxima questão.
LA FLÈCHE — (...) Será o senhor um homem capaz de ser roubado, fechando tudo a
sete chaves e montando sentinela dia e noite, como faz?
HARPAGON — Eu fecho o que bem me parece e faço sentinela como bem entendo!
(baixo, à parte) Será que ele suspeita qualquer coisa sobre os meus dez mil
escudos? (alto) Tu és bastante capaz de espalhar o boato de que eu tenho
dinheiro escondido aqui em casa, hein?
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p. 24)
Personagens
Logo na primeira página do texto teatral, costuma aparecer uma listagem com as
personagens presentes na peça. No caso de O Noviço, temos a seguinte lista:
Personagens
AMBRÓSIO.
FLORÊNCIA, sua mulher.
EMÍLIA, sua filha.
JUCA, 9 anos.
CARLOS, noviço da Ordem de São Bento.
ROSA, provinciana, primeira mulher de Ambrósio
PADRE-MESTRE DOS NOVIÇOS.
JORGE.
JOSÉ, criado.
1 meirinho, que fala.
2 ditos, que não falam.
Soldados de Permanentes.
(Fonte: MARTINS PENA, L. C. O Noviço. Ediouro, São Paulo, 1997. p. 07)
Observando essa listagem, percebemos que existe uma série de relações: Ambrósio,
Florência e Emília, membros de uma mesma família; Ambrósio e Rosa, sua primeira mulher.
Outras personagens com participação secundária sequer chegam a receber um nome
próprio. São elas: padre-mestre dos noviços, um meirinho, outros sujeitos e soldados.
Podemos também inferir certas características sobre algumas personagens. Juca tem 9
anos de idade, Carlos é um noviço da Ordem de São Bento, José é um criado e Rosa é
provinciana e ao contrário das demais, não vive na capital.
Outros textos literários geralmente não fazem uma apresentação inicial de todas as
personagens que participarão da história. O leitor fica conhecendo quem elas são e suas
características ao longo da leitura.
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Espaço
ATO 1 e 2: (Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com
flores, cortinas, etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc.)
ATO 3: (Quarto em casa de Florência: mesa, cadeiras, etc., armário, uma cama grande
com cortinados, uma mesa pequena com um castiçal com vela acesa.)
Tempo
Monólogo
Texto Teatral 2
O PAGADOR DE PROMESSAS
Dias Gomes
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princípio da liberdade de escolha, a sociedade burguesa não fornece ao indivíduo os
meios necessários ao exercício da dessa liberdade, tornando-a, ilusória. (GOMES, DIAS.
1972)
PRIMEIRO ATO: Primeiro quadro. Alfredo de Freitas Dias Gomes
A primeira cena da peça teatral inicia- (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP,
se às quatro horas e trinta minutos. Ainda 1999). Autor. Sua obra tem uma
não havia amanhecido na cidade de abordagem humanista de esquerda,
Salvador e o casal Zé do Burro e sua com temática voltada para o homem
esposa Rosa, chegam a frente à igreja de
brasileiro e sua luta com a
Santa Bárbara.
engrenagem social. Entre elas, O
Saíram às cinco da manhã do interior
Pagador de Promessas, um clássico
baiano e caminharam sete léguas até que
da moderna dramaturgia brasileira.
chegam à igreja um pouco antes desse
Foi também um dos mais
horário.
importantes autores de novelas,
Zé do Burro era um homem muito
levando para a televisão a
simples, proprietário rural de um pequeno
observação da realidade brasileira e a
pedaço de terra no interior do nordeste,
mistura de fantasia e realismo que
donde tirava o sustento de sua família e
caracterizam a sua obra teatral Entre
possuía um burro, o Nicolau por quem tinha
as novelas mais bem-sucedidas
muito apego e que acreditava que tinha
encontram-se: Bandeira 2, 1971; O
“alma de gente”.
Bem Amado, 1973; Saramandaia,
Uma fatalidade mudou o rumo de sua
vida: um dia o burro foi atingido por uma
1976; Roque Santeiro, 1985.
Zé — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. (Rosa para também, junto aos
degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.)
Rosa — E agora? Está fechada.
Zé — É cedo ainda. Vamos esperar que abra.
Rosa — Esperar? Aqui?
Zé — Não tem outro jeito.
Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com
cada bolha d’água no pé que dá medo.
Zé — Eu também. (Contorce-se de dor. Despe uma das mangas do paletó.) Acho que os
meus ombros estão em carne viva.
Rosa — Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse.
Zé — (Convicto) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinha.
Rosa — Então: se você não falou, podia ter botado; a Santa não ia dizer nada.
Zé — Não era direito. Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus. E Jesus não usou
almofadinhas.
Rosa — Não usou porque não deixaram.
Zé — Não, esse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o
santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus
assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé do Burro, aquele que já me passou a
perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que
o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou
calote num, todos os outros ficam sabendo.
Rosa — Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois dessa? Já não
chega?
Zé — Sei não... a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso, é bom ter sempre as
contas em dia. (Ele sobe um ou dois degraus. Examina a fachada da igreja à
procura de uma inscrição.)
Rosa — Que é que você está procurando?
Zé — Qualquer coisa escrita, pra a gente saber se essa é mesmo a igreja de Santa
Bárbara.
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gomalina e os traços regulares, com exceção dos lábios grossos e sensuais e das narinas
um tanto dilatadas. Veste-se sempre de branco, colarinho alto, sapatos de duas cores” e
Marli, uma prostituta, “ela tem, na realidade, vinte e oito anos, mas aparenta mais dez.
Pinta-se com algum exagero, mas mesmo assim não consegue esconder a tez amarelo-
esverdeada. Possui alguns traços de uma beleza doentia, uma beleza triste e suicida.
Usa um vestido muito curto e decotado, já um tanto gasto e fora de moda, mas ainda de
bom efeito visual. Seus gestos e atitudes refletem o conflito da mulher que quer libertar-
se de uma tirania que, no entanto, é necessária ao seu equilíbrio psíquico – a exploração
de que é vítima por parte de Bonitão vem, em parte, satisfazer um instinto maternal
frustrado. Há em seu amor e em seu aviltamento, em sua degradação voluntária, muito
de sacrifício maternal, ao qual não falta, inclusive, um certo orgulho.”
Eles discutem e deixam nítida a relação entre a submissão e a exploração entre
eles. Marli entrega-lhe o dinheiro que conseguiu através de sua prostituição e ele
reclama do pouco que ela conseguiu. Ela defende-se alegando que o serviço de
prostituição não rendia como antes e os dois acabam brigando.
Marli o amava, mas Bonitão via na pobre moça, uma mercadoria, fruto de sua
renda financeira.
Marli parte e Bonitão repara no casal da escadaria da igreja. Dirige-se até eles.
Zé do Burro é “homem ainda moço, de 30 anos presumíveis, magro, de estatura
média. Seu olhar é morto, contemplativo. Suas feições transmitem bondade, tolerância e
há em seu rosto um ‘que’ de infantilidade. Seus gestos são lentos, preguiçosos, bem
como sua maneira de falar. Tem barba de dois ou três dias e traja-se decentemente,
embora sua roupa seja mal talhada e esteja amarrotada e suja de poeira” e Rosa “pouco
parece ter de comum com ele (Zé do Burro). É uma bela mulher, embora seus traços
sejam um tanto grosseiros, tal como suas maneiras. Ao contrário do marido, tem
‘sangue quente’. É agressiva em seu ‘sexy’, revelando, logo à primeira vista, uma
insatisfação sexual e uma ânsia recalcada de romper com o ambiente em que se sente
sufocar. Veste-se como uma provinciana que vem à cidade, mas também como uma
mulher que não deseja ocultar os encantos que possui.”
Bonitão, enquanto conversa com Zé do Burro repara com interesse na beleza física
de Rosa. Em seguida, sugere ao Zé do Burro que fosse observar se a porta lateral da
sacristia já não se abrira, pois o padre costumava levantar-se cedo para preparar a
missa das seis.
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Rosa, por sua vez, conversa com Bonitão, queixa-se de sua vida, de seu marido,
conta-lhe sobre a promessa, a divisão de terras com os lavradores pobres, a viagem etc
Bonitão percebendo a ingenuidade de Zé e o “atiramento” de Rosa, com astúcia de
um grande conquistador, corteja Rosa e coloca-se à disposição a ajudá-los sob o disfarce
de um bom rapaz. Bonitão sugere providenciar um hotel para que eles descansassem
até a igreja abrir.
Zé do Burro agradece, mas rejeita a proposta. Afinal, ele não podia deixar a cruz ao
léu, além de correr o risco de a roubarem.
Mas, preocupado com o cansaço e a segurança de sua esposa e, confiando na
“honestidade e bondade do novo amigo” permite e até incentiva que Rosa o acompanhe.
Saem os dois, Bonitão e Rosa, de cena.
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minha vizinha, e que tinha-se assentado defronte dela. Eu estive quase furando-lhe os
olhos com a bengala; porém contive-me. (...)
— O senhor Juca ainda não pagou, disse o Recebedor, dirigindo-se para o
namorado de minha vizinha.
— Aqui está o dinheiro, e puxando por uma nota de 5$ que ele teve o cuidado de
fazer com que sua amada visse, entrega ao Recebedor.
— Eu já lhe dou o troco.
— Não é preciso, não é preciso, eu não faço caso de 5$. E depois de mostrar esse
heroico desprezo, olhou impavidamente para a sua amada. Bravo, bravíssimo, disse eu,
isto vai às mil maravilhas! Assim é que se namora!
Por mais esforços que fizessem o Recebedor para que o nosso namorado recebesse
o troco não foi possível.
Enfim partimos com grande satisfação dos dois Compadres, e ainda não tínhamos
dado vinte passos, quando o ônibus passando por uma vala deu um forte salto, e a
minha vizinha com um solavanco caiu por cima de mim! Se eu fosse Administrador dos
ônibus, mandava fazer valas por todo o caminho, e morava dentro de um deles.
Logo que principiamos a nossa viagem, eu senti que me pisavam no pé; no
princípio pensei que seria acaso; porém eu recuava o meu pé, e o outro acompanhava-o
sempre pisando. Por fim, estando já um pouco zangado com a teima, olho e vejo que
era o nosso namorado que porfiava a pisar no da sua amada! Na verdade, tive vontade
de dar uma risada; porém achei que era mais divertido desfrutá-lo um pouco, e logo que
tive essa ideia, arrumo o pé que estava livre em cima do pé do sujeito. Oh! Se vissem o
prazer que brilhou nos seus olhos! Ele fazia trejeitos, revirava os olhos, lambia os
beiços, enfim, todas as asneiras que é capaz de fazer um namorado. O brinquedo já não
me ia agradando muito, por que os calos principiaram a doer-me; e o namorado
achando pouca sensibilidade no pé, pisava cada vez mais forte; por fim já não podendo
aturá-lo por ter machucado o meu melhor calo, disse-lhe muito arrebatadamente.
— O Senhor pretende alguma coisa? Se me quer falar não é preciso pisar-me.
Todos olhavam espantados para mim, o sujeitinho ficou branco como a cal, e a
minha bela vizinha olhou para mim com tanta raiva que quase lhe disse: – Minha bela
Senhora, ainda que eu tenha muita sensibilidade nos pés, pode pisar neles todas as
vezes que quiser. Porém como não queria envergonhá-la, e como também o Paizinho já
olhava de través para mim, calei-me, e no meio de seus arrufos, e das ameaças que
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me fazia o namorado chegamos ao Largo do Machado. (...)
No meio destes e outros muitos acidentes, chegamos ao largo do Rocio. Cada um
tomou para seu lado. A minha ex-vizinha deu o braço ao Paizinho, e encaminharam-se
para a Rua dos Ciganos, e o namorado, que tinha talvez que fazer, e não podia
acompanhá-la, ficou com olhos de lula, até que ela desapareceu.
Eu fui para casa, jurando passear nos ônibus todas as vezes que pudesse.
(Fonte: MARTINS PENA. Correio das moças, 1839. Texto com atualização ortográfica.)
Glossário
cruzado: moeda corrente na época, com o valor de 400 réis
onis: forma popular para ônibus
arrenegada: nervosa
porfiava: insistia, teimava
arrufos: mau humor
Adapte o texto acima para o teatro. Pense em como você separará a história acima no
texto principal e no texto secundário.
Lembre-se de que, ao adaptar o texto, você deverá ficar atento aos elementos:
listagem inicial das personagens;
indicação do nome das personagens no início de cada fala;
informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos, cenas ou quadros);
indicações sobre o cenário e guarda-roupas das personagens;
indicações sobre movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem
tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as
palavras.
Não se esqueça de fazer a separação por cena.
Elabore diálogos e rubricas que substituam os comentários e descrições do narrador.
Para expressar os pensamentos durante a ação, você pode utilizar o recurso à parte.
Faça um rascunho. Antes de passar a limpo, avalie o seu texto seguindo as
orientações abaixo:
AVALIE TEXTO TEATRAL
Observe se o diálogo, em que o texto está estruturado, mostra o desenvolvimento das
ações e seu desfecho; se há indicação de cenário e se as rubricas de movimento e de
interpretação estão indicadas com letras de tipo diferente ou com caneta colorida; e se a
linguagem empregada está adequada às personagens e ao contexto.
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Texto complementar
Texto Teatral 3
PERSONAGENS
William Shakespeare (1564-1616)
CLÁUDIO – Rei da Dinamarca
HAMLET – Filho do falecido rei, sobrinho
do atual rei
POLÔNIO – Lord camarista
HORÁCIO – Amigo de Hamlet
LAERTES – Filho de Polônio Willlam Shakespeare nasceu e
VOLTIMANDO – Cortesão morreu em Stratford, Inglaterra. Poeta e
CORNÉLIO – Cortesão dramaturgo, é considerado um dos mais
ROSENCRANTZ – Cortesão importantes autores de todos os
GUILDENSTERN – Cortesão tempos. Filho de um rico comerciante,
OSRIC – Cortesão desde cedo Shakespeare escrevia
UM CAVALHEIRO poemas. Mais tarde associou-se ao
UM SACERDOTE Globe Theatre, onde conheceu a
MARCELO – Oficial plenitude da glória e do sucesso
BERNARDO – Oficial
financeiro. Depois de alcançar o triunfo
FRANCISCO – Um soldado
e a fama, retirou-se para uma luxuosa
REINALDO – Criado de Polônio
propriedade em sua cidade natal, onde
ATORES
morreu. Deixou um acervo
DOIS CLOWNS – Coveiros
impressionante, do qual destacam-se
FORTINBRÁS – Príncipe da Noruega
clássicos como Romeu e Julieta,
UM CAPITÃO
Hamlet, A megera domada, O rei Lear,
EMBAIXADORES INGLESES
Macbeth, Otelo, Sonho de uma noite de
GERTRUDES – Rainha da Dinamarca, mãe
verão, A tempestade, Ricardo III, Júlio
de Hamlet
César, Muito barulho por nada, etc.
OFÉLIA – F ilha de Polônio
Damas, cavalheiros, oficiais, soldados,
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marinheiros, mensageiros e servidores
Fantasma do pai de Hamlet, o REI HAMLET
CENA – DINAMARCA
ATO I
CENA I
Elsinor – Terraço diante do castelo. (Francisco está de sentinela. Bernardo entra e vai
até ele.)
BERNARDO: Quem está aí?
FRANCISCO: Sou eu quem pergunta! Alto, e diz quem vem!
BERNARDO: Viva o rei!
FRANCISCO: Bernardo?
BERNARDO: O próprio.
FRANCISCO: Chegou na exatidão de sua hora.
BERNARDO: Acabou de soar a meia-noite.
Vai pra tua cama, Francisco.
FRANCISCO: Muito obrigado por me render agora. Faz um frio mortal – até meu
coração está gelado.
BERNARDO: A guarda foi tranquila?
FRANCISCO: Nem o guincho de um rato.
BERNARDO: Boa noite, então.
Se encontrar Marcelo e Horácio,
Meus companheiros de guarda, diga-lhes que se apressem.
FRANCISCO: Parece que são eles. Alto aí! Quem vem lá?
(Entram Horácio e Marcelo.)
HORÁCIO: Amigos deste país.
MARCELO: E vassalos do Rei da Dinamarca.
FRANCISCO: Deus lhes dê boa-noite.
MARCELO: Boa noite a ti, honesto companheiro.
Quem tomou o teu posto?
FRANCISCO: Bernardo está em meu lugar.
Deus lhes dê boa-noite. (Sai.)
MARCELO: Olá, Bernardo!
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Fala comigo.
Se eu posso fazer algo de bom,
Que alivie a ti e traga alívio a mim,
Fala comigo. Se sabes um segredo do destino do reino
Que, antecipado por nós, possa ser evitado,
Fala comigo!
Se em teus dias de vida, enterraste
Nas entranhas da terra um tesouro, desses extorquidos,
Pelos quais, dizem, os espíritos vagueiam após a morte,
(O galo canta.)
Fala! Para e fala! Cerca ele aí, Marcelo!
MARCELO: Posso atacá-lo com a alabarda?
HORÁCIO: Se não se detiver, ataca!
BERNARDO: Está aqui!
HORÁCIO: Está aqui!
MARCELO: Foi embora! (O Fantasma sai.)
Erramos tudo, tentando a violência,
Diante de tanta majestade.
Ele é como o ar, invulnerável,
E nossos pobres golpes uma tolice indigna.
BERNARDO: Ele ia falar quando o galo cantou.
HORÁCIO: E aí estremeceu como alguém culpado
Diante de uma acusação. Ouvi dizer que o galo,
Trombeta da alvorada, com sua voz aguda,
Acorda o Deus do dia,
E que a esse sinal,
Os espíritos errantes,
Perdidos em terra ou no mar, no ar ou no fogo,
Voltam rapidamente às suas catacumbas.
O que acabamos de ver prova que isso é verdade.
MARCELO: Se decompôs ao clarinar do galo,
Dizem que, ao se aproximar o Natal de Nosso Salvador,
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era tuim, tuim, tuim... Todos desceram ali mesmo em mangueiras, mamonas e num
bambuzal, dividido em partes. E o seu? Já tinha sumido, estava no meio deles, logo
depois todos sumiram para uma roça de arroz, o menino gritava com o dedinho esticado
para o tuim voltar, mas nada dele vir.
Só parou de chorar quando o pai chegou a cavalo, soube da coisa e disse: “venha
cá”. E disse: “o senhor é um homem, estava avisado do que ia acontecer, portanto, não
chore mais”.
O menino parou de chorar, porque seu pai o havia consolado, mas como doía seu
coração! De repente, olhe o tuim na varanda! Foi uma alegria na casa que foi uma
beleza, até o pai confessou que ele também estivera muito infeliz com o sumiço do tuim.
Houve quase um conselho de família, quando acabaram as férias: deixar o tuim,
levar o tuim para São Paulo? Voltaram para a cidade com o tuim, o menino toda hora
dando comidinha a ele na viagem. O pai avisou: “aqui na cidade ele não pode andar
solto, é um bicho da roça e se perde, o senhor está avisado”.
Aquilo encheu de medo o coração do menino. Fechava as janelas para soltar o tuim
dentro de casa, andava com ele no dedo, ele voava pela sala, a mãe e a irmã não
aprovavam, o tuim sujava dentro de casa.
Soltar um pouquinho no quintal não devia ser perigo, desde que ficasse perto, se
ele quisesse voar para longe era só chamar, que voltava, mas uma vez não voltou.
De casa em casa, o menino foi indagando pelo tuim: “que é tuim?” perguntavam
pessoas ignorantes. “Tuim?” Que raiva! Pedia licença para olhar no quintal de cada casa,
perdeu a hora de almoçar e ir para a escola, foi para outra rua, para outra.
Teve uma ideia, foi ao armazém de “seu” Perrota: “tem gaiola para vender?”
Disseram que tinha. “Venderam alguma gaiola hoje?” Tinham vendido uma para uma
casa ali perto.
Foi lá, chorando, disse ao dono da casa: “se não prenderam o meu tuim então por
que o senhor comprou gaiola hoje?”
O homem acabou confessando que tinha aparecido um periquitinho verde sim, de
rabo curto, não sabia que chamava tuim. Ofereceu comprar, o filho dele gostara tanto,
ia ficar desapontado quando voltasse da escola e não achasse mais o bichinho. “Não
senhor, o tuim é meu, foi criado por mim”.
Voltou para casa com o tuim no dedo. Pegou uma tesoura: era triste, era uma
judiação, mas era preciso, cortou as asinhas, assim o bichinho poderia andar solto no
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quintal, e nunca mais fugiria.
Depois foi dentro de casa para fazer uma coisa que estava precisando fazer, e,
quando voltou para dar comida a seu tuim, viu só algumas penas verdes e as manchas
de sangue no cimento. Subiu num caixote para olhar por cima do muro, e ainda viu o
vulto de um gato ruivo que sumia.
Fonte: (http://emilytrevizan.blogspot.com.br/2011/04/tuim-criado-no-dedo-rubem-braga.html)
Adapte o texto acima para o teatro. Pense em como você separará a história acima no
texto principal e no texto secundário.
Lembre-se de que, ao adaptar o texto, você deverá ficar atento aos elementos:
listagem inicial das personagens;
indicação do nome das personagens no início de cada fala;
informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em atos, cenas ou quadros);
indicações sobre o cenário e guarda-roupas das personagens;
indicações sobre movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem
tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as
palavras.
Não se esqueça de fazer a separação por cena.
Elabore diálogos e rubricas que substituam os comentários e descrições do narrador.
Para expressar os pensamentos durante a ação, você pode utilizar o recurso à parte.
Faça um rascunho. Antes de passar a limpo, avalie o seu texto seguindo as
orientações abaixo:
AVALIE TEXTO TEATRAL
Observe se o diálogo, em que o texto está estruturado, mostra o desenvolvimento das
ações e seu desfecho; se há indicação de cenário e se as rubricas de movimento e de
interpretação estão indicadas com letras de tipo diferente ou com caneta colorida; e se a
linguagem empregada está adequada às personagens e ao contexto.
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