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21). O profeta, meditando em suas amargas aflições, percebe como elas rebaixaram a sua alma. Ele sabe que
Deus se lembra dos humildes e aflitos e por isso tem esperanças. Os versículos 22-39 falam da certeza do
poeta na bondade de Jeová e na sua resignação para com os Seus caminhos soberanos.
22-24. Suas misericórdias não têm fim. A benignidade (hesed "amor imorredouro") de Jeová é infalível. Ele é
diariamente renovado (como o maná de antigamente); por isso Seu povo não é consumido, e um
remanescente permanece como semente para um novo começo. Grande é a tua fidelidade (v. 23). "Jeová é
meu tesouro mais precioso", declara minha alma, "por isso confiarei nele" (v. 24).
25-27. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso em silêncio (v. 26). A espera paciente em Jeová torna a
pessoa participante de Sua bondade. O jugo de sua mocidade (v. 27). A disciplina no começo da vida produz
maturidade digna de confiança.
28-30. Fique em silêncio. Que a alma castigada se submeta silenciosa e humildemente, pois nisso há
esperança. A sua boca no pó (v. 29). Uma confissão de indignidade.
(W. W. Walford)
“Aqui o poeta recebe nova e profunda percepção, dando-nos uma bela declaração do real significado de nossa
relação com Deus, nosso Pai. Cumpre-nos buscá-Lo e esperar quietamente pela salvação do Senhor,
sabendo que é bom para um homem suportar o jugo em sua juventude... Um grande psicólogo disse, certa
ocasião: ‘Se houver um pecado contra o Espírito Santo, é o pecado de fazer alguma coisa para prejudicar a
própria juventude ou a juventude de outrem" (William Pierson Merrill, in loc). “Um homem sábio aconselha à
submissão e à penitência, em reconhecimento da retidão e da misericórdia de Deus” (Oxford Annotated Bible,
comentando sobre o vs. 25). Cf. este versículo com Heb. 11.6; Pro. 8.17; Mat. 7.7; Rom. 2.7; Sal. 9.10 e 69.32.
O Deus que proferiu as maldições referidas em Deu. 28 também cumpriría a restauração prometida em Deu.
30. Ver no Dicionário o artigo chamado Salvação.
A aflição pode ser suportada pelo homem que mantém a esperança, em geral e na salvação de Deus, ou seja,
na restauração final (vss. 25-30). A salvação tem um aspeto temporal e um aspecto espiritual.
A aflição é temporal e temperada pelo amor e pela misericórdia de Deus (vss. 31-32).
Deus não se deleita em afligir os homens, mas eles precisam ser disciplinados (vs. 33).
As aflições que nos chegam através de nossa injustiças não são aprovadas por Deus, nem é Ele a fonte
originária das aflições (vss. 34-36).
Foram os pecados de Judá que levaram Yahweh a afligir Seu povo (vs. 39). O propósito das aflições é efetuar o
arrependimento e a restauração (vs. 40).
Fazer o bem ( Rm 2.7; 2Ts 3.13). Suas promessas (Mt 10.22; 24.13; Ap
Jo 17.11).
Deus é o Deus da paciência (Rm 15.5). Deve ter sua obra perfeita (Tg 1.4).
Sofrer com paciência, por fazer o bem, é Os ministros devem segui-la (lTm 6.11).
Nas promessas de Deus (At 26.6-7; Tt 1.2). Resulta da experiência (Rm 5.4).
Triunfa nas dificuldades (Rm 4.18). O ímpio não tem esperança (Ef 2.12).
São chamados a ela (Ef 4.4). Irá envergonhá-los (Is 20.5-6; Zc 9.5).
Alegram-se nela (Rm 5.2; 12.12). Perecerá (Jó 8.13; 11.20; Pv 10.28).
Têm a mesma esperança (Ef 4.4). Acabará com a morte (Jó 27.8).
Com paciência (Sl 37.7; 40.1). São abençoados (Is 30.18; Dn 12.12).
Com esperança em sua palavra (Sl Não serão envergonhados (Sl 25.3; Is
130.5). 49.23).
Com toda confiança (Mq 7.7). Renovarão suas forças, etc. (Is 40.31).
Em sua maneira de julgar (Is 26.8). lhes preparou (Is 64.4). Dos gentios, predita (Is 42.4;
60.9).
Resolução dos santos (Sl 52.9; 59.9).
Ilustrada (Sl 123.2; Lc 12.36; Tg 5.7).
Os santos têm expectativas nela (Sl 62.5).
EXEMPLOS
Os santos a pedem em oração (Sl 25.21;
Jaco, Gn 49.18. Ana, ISm 1.2. Davi, Sl
Is 33.2).
39.7. Isaias, 8.17. Miqueias, Mq 7 J .Jose,
A paciência dos santos é muitas vezes
Mc 15.43.
provada nela (Sl 69.3).
ESPERAN.A
A. Substantivo.
da promessa] [...] feita a nossos pais”; (3) G1 5.5, “a esperança da justiça”; ou seja. A conformidade
completa do crente à vontade de Deus, na vinda de Jesus: (4) Cl 1.23, “a esperança do evangelho”, ou
seja, a “esperança” do cumprimento de todas as promessas apresentadas no Evangelho (cf. Cl 1.5); (5)
Rm 5.2, “a esperança da glória de Deus”, ou
seja, como em Tt 2.13, “a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo” (cf. Cl 1.27); (6) 1 Ts 5.8.“a esperança da salvação”, ou seja, do arrebatamento dos
crentes, a suceder no início da parousia de Jesus; (7) Ef 1.18, “a esperança da [...] vocação [de Deus]”, ou
seja, o prospecto diante daqueles que respondem ao chamado de Deus no Evangelho; (8) E f 4.4, “a
esperança da vossa vocação”, o mesmo comentário que o número anterior, mas considerado do ponto
de vista daquele que é chamado; (9) Tt 1.2 e 3.7, “a esperança da vida eterna”, ou seja, a plena
manifestação e realização da vida que já é da possessão do crente: (10) At 28.20, “a esperança de Israel”,
ou seja, a expectativa da vinda do Messias.
Em Ef 1.18; 2.12 e 4.4. a palavra“esperança”está no caso acusativo. O uso, no caso acusativo e no caso
sujeito ou nominativo, da palavra precisa ser distinguido; em Rm 15.4, por exemplo, o uso está no caso
sujeito ou nominativo. No Novo Testamento, três adjetivos são descritivos
da “esperança”: “boa” (2 Ts 2.16); “bem-aventurada” (Tt 2.13); “viva” (1 Pe 1.3). A estas esperanças.
poder-se-ia acrescentar Hb 7.19, “uma melhor esperança”, ou seja, adicional aos mandamentos que
foram anulados (Hb 7.18), uma esperança centrada num novo sacerdócio.
Em Rm 15.13, fala que Deus é “o Deus de esperança”, ou seja, Ele é o autor, não o sujeito, da esperança.
A “esperança” é um fator na salvação (Rm 8.24); encontra sua expressão na resistência sob a provação,
que é o efeito da espera pela vinda de Jesus (1 Ts 1.3); é a “âncora da alma”, permanecendo firme em
meio às tormentas desta vida (Hb 6.18,19); é um poder depurador: “Qualquer que nele [Jesus] tem esta
esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.3, uma das menções do apóstolo
João da “esperança”). A expressão “completa certeza da esperança” (Hb 6.11), expressa a completitude
de sua atividade na alma; cf. “inteira certeza de fé” (Hb 10.22), e “plenitude da inteligência” (Cl 2.2).
B. Verbos.
1. elpizõ (eXui^co), “esperar”, ocorre, por exemplo, em Jo 5.45 (“Moisés, em quem vós esperais”); 2 Co
1.10 (“Em quem esperamos que também nos livrará ainda”); 1 Tm 4.10; 5.5; 6.17. Veja também, por
exemplo, Mt 12.21; Lc 24.21; Rm 15.12,24. O verbo é usado com três preposições: (1) eis, “em”, ocorre em
Jo 5.45: “Moisés, em quem vós esperais”; o significado é realmente “em” como em 1 Pe 3.5: “Que
esperavam em Deus”; assim, é dito que a “esperança” deve ser dirigida e centrada na pessoa; (2) epi,
“em”, aparece em Rm 15.12: “Naquele [...] os gentios esperarão”; 1 Tm 4.10; 5.5 (nos melhores
manuscritos); 1 Tm 6.17; a preposição expressa a base na qual a “esperança” se encontra; (3) en, “em”,
ocorre em 1 Co 15.19: “Esperamos em Cristo”, mais literalmente, “somos os que esperamos em Cristo”,
a preposição revela que Cristo não é somente a base sobre quem a “esperança” é colocada, mas é a
esfera e o elemento em quem a “esperança” é posta. A forma do verbo (o particípio
perfeito com o verbo ser, literalmente, “estamos tendo esperança”) ressalta o caráter daqueles
que“esperam” mais que a ação; a “esperança” os caracteriza,mostrando que tipo de pessoas eles são.
Veja CONFIAR.
ESPERAR
1. ekd echomai (èicòéxopai) (quando a este verbo, veja EXPECTAÇÃO, n° 1), é traduzido pelo
3. p ro sd ech om a i (TTpoaOexop.ai), “olhar por, esperar” com vistas à recepção favorável, é encontrado
em Mc 15.43; Lc 2.25; 12.36; 23.51. Veja AGUARDAR. n° 2.
5. anamenõ (dvdpevw), “esperar por” (formado de ana, “para cima”, usado intensivamente, e menõ,
“ficar”), é usado em 1 Ts 1.10, acerca de “esperar” do céu o Filho de Deus; com isso, a palavra
transmitea sugestão de “esperar” com paciência e expectativa confiante.1
6. perimenõ (Trepipevu), “esperar um evento”, é usado em At 1.4, acerca de “esperar” pelo Espírito
Santo, “a promessa do Pai”.*! Na Septuaginta, consulte Gn 49.18.1 7. p r o s k a r te r e õ
(rrpocjKCtpTepew), “continuar firmemente”, é encontrado em Mc 3.9 (“tivessem
[sempre] pronto”) e At 10.7 (“estava a [seu] serviço”). Veja CONTINUAR, n° 9 (na Septuaginta,
consulte Nm 13.211).
8. p a red reu õ (TrapeÔpeúw), “sentar-se constantemente ao lado de” (formado de p a ra , “ao lado de”, e
hedra, “assento”), é usado nos melhores textos em 1 Co 9.13, “de contínuo estão junto (ao altar)”. Na
Septuaginta, consulte Pv 1.21; 8.3.1 Notas: (1) Em 2Ts 3.5, ocorre o termo hupomone, “paciência”. Veja
PACIÊNCIA.
EXPECTACAO
A. Verbos.
2. prosdokaõ (TTpooSoicdüj), "vigiar voltado para. buscar, procurar, esperar“ (formado de proa, “para”, e
dokeõ, “pensar"; dokaõ. “nao existe"), e usado em Mt 2 4 .5 0 ; Lc 3.15 ( “estando [...] em e x pectacao"); Lc
12.46; At 3.5; 28.6 (duas vezes). Veja ESPERAR. OLHAR. PERMANECER ( I).
B. Substantivos.
seja. abstracao de qualquer coisa que possa prender atencao, e absorcao no objeto esperado “ate que a
realizacao ocorra” (Alford). O carater intensivo do substantivo, em comparacao com o n° 2 (mais
adiante), e claro pelos contexios. Em Rm 8.19. e dito
figurativamente da criacao que espera pela revelação dos filhos de Deus (“espera” traduz o verbo
apekdechomai. forma fortalecida de A. n° 1: veja ESPERAR). Em Fp 1.20. o apostolo Paulo declara como
sua veemente “expectacao” e esperanca, que. em vez de ser envergonhado. Cristo sera glorificado no
seu corpo, “seja pela vida. seja pela morte”, sugerindo absorcao na pessoa de Cristo, e abstracao do que
quer que seja que o impeca.1
A. Verbos.
1. prosdokaõ, (TipocrooKOiij) “esperar, aguardar, estar em expectativa” (formado de pros, “para” ou “em
direcao a”, e d o k eõ , “pensar, ser de opiniao”), e encontrado, por exemplo, em Mt 11.3; Lc 3.15;At 3.5; 2
Pe 3.12-14. Veja EXPECTACAO.
B. Substantivos.
AGUDO
A. Adjetivos.
1. oxus (ofucj denota: (a) “afiado, agudo” (em portugues, confira as palavras que comecam com “oxi-”),
dito de uma espada (Ap 1.16; 2.12; 19.15); de uma foice (Ap 14.14,17; 14.18, duas vezes); (b) movimento,
“rapido, ligeiro” (Rm 3.15). Veja RA-PIDO.f
B. Adverbio.
“convosco” deve estar subentendido, ou seja, “não use de rigor convosco”); Tt 1.13 (“severamente”).j[
Contraste com o termo apotomia, “severidade”.
PACIÊNCIA
A. Substantivos. PACIÊNCIA
I. Inipomone (uropoi^i). literalmente, "permanência em baixo de” (formado de tuq>o, "em baixo
de", e iiieiiõ. “ ficar” ), “ paciencia". “ A paciencia, que so se desenvolve nas provas (Tg 1.3).
pode ser passiva, ouseja. igual a 'tolerancia, resignacao', como: (u) nas
provas em geral (Lc 21.19, que deve ser entendido por Mt 24.13 [cf. Rm 12. l2 :T g 1.12]): ib)
nas provas que sobrevem ao servico no Evangelho (2 Co 6.4: 12.12: 2 Tm 3.10); (r ) sob
castigo, que e a prova considerada a vir da mao de Deus. nosso Pai iHb 12.7): (d) sob aflicoes
imerecidas (I Pe 2.20); ou ativa, ou seja, igual a 'persistencia, perseveranca', como: (e) ao fazer
o bem iRm 2.7); (/) na producao de frutos <Lc 8.15): (g ) no correr a corrida proposta (Hb 12.
1)".“ A paciencia aperfeicoa o carater cristao (Tg1.4). e a participacao na paciencia de Jesus e.
portanto.a condicao na qual os crentes virao a ser admitidos a reinar com Ele (2 Tm 2.12: Ap
1.9). Para esta paciencia os crentes sao 'corroborados em toda a fortaleza' (Cl 1.11). ‘pelo Seu
Espirito no homem interior' (E f 316)“
“Em 2 Ts 3.5. a frase ’a paciencia de Cristo1, admite tres interpretacoes: ( ≪ ) a paciencia que
espera por Cristo: (b ) para que os crentes sejam pacientes nos seus sofrimentos como Cristo
foi nos Seus (veja Hb 12.2): (r ) a fim de que. assim como Cristo esta "esperando ate que os
seus inimigos sejam postos por escabelo dc seus pes' (Hb 10.13). assim os crentes tambe'm
sejam pacientes na esperanca que tem no Seu triunfo e Sua libertacao. Porquanto uma
exegese muito rigida deva ser evitada, talvez seja permissive! a parafrase: 'O Senhor o ensine
e o capacite a amar como Deus ama. e a ser paciente comoN Jesus e paciente' " (ex tra id o dc
Notes on Thessaionians. de Hogg e Vine. pp. 222. 285).
Em Ap 3.10. "a palavra da minha paciencia" e a palavra que laia da paciencia de Jesus e de
seus efeitos em produzir "paciencia" por parte daqueles que sao dEle (veja acima, em 2 Ts
3.5).
B. Verbos.
C. Adjetivos.
Notas: (1) Quanto ao termo epieikes. Traduzido em 1 Tm 3.3 pior “ moderado", veja
MODERADO. (2) Quanto ao termo ane.xikukos. traduzido em 2 Tm 2.24 por “ sofredor” , veja
SUPORTAR < 1 )■!
D. Advérbio.
ESPERANÇA
A esperança é característica essencial da vida cristã e aspecto fundamental da teologia paulina.
Toda declaração de Paulo a respeito da esperança cristã é também declaração a respeito do que
Deus* dá ao fiel em Cristo*. Em suas cartas, principalmente na Carta aos Romanos*, Paulo
examina a base da esperança cristã, o que significa viver na esperança e a esperança cristã para o
futuro.
1. A esperança no AT
1. A esperança no AT
No AT, a esperança relaciona-se estreitamente com o caráter de Deus*. Os que esperam em Deus
confiam em Deus e em suas promessas. Como Deus é a esperança dos justos, estes esperam boas
coisas de Deus e aguardam com perseverança sua ajuda e a libertação. Essa perseverante
esperança está firmemente fundamentada na história e na narrativa da Escritura.
O Deus que cumpriu suas promessas a Israel no passado continuará a ser fiel no presente e no
futuro. A esperança que não coloca sua confiança em Deus é esperança falsa, que Deus acabará
por destruir. A esperança em Deus no presente é também esperança na futura intervenção
escatológica* de Deus que porá fim a toda mágoa terrena. Essa esperança escatológica se
expressava como convicção de que toda a história estava nas mãos de Deus e de que Deus
cumpriria sua promessa de estabelecer o trono de Davi para sempre. Esse aspecto da esperança
de Israel deu origem à expectativa messiânica do AT, à literatura apocalíptica* e à ideia da
ressurreição* dos mortos. A época messiânica era considerada um tempo em que a esperança de
Israel nas promessas divinas se realizaria, o Reino* de Deus seria dado aos santos e as esperanças
dos incrédulos, destruídas pelo julgamento* divino.
que a de Abraão para ter esperança. Cristo é o cumprimento fiel da promessa de Deus a Abraão;
agora até os gentios são justificados* pela fé e incluídos na promessa. A ressurreição de Cristo é o
início de um novo tempo de esperança determinada pelas promessas divinas em Cristo e
fortalecida pelo dom divino do Espírito.
2.2. Vivendo na esperança. Os cristãos vivem no tempo entre a ressurreição de Cristo e a realização
definitiva do Reino de Deus. São membros de uma comunidade escatológica determinada pela
realidade de um futuro que já começou, mas ainda aguarda sua consumação final. Vivem na
esperança porque as promessas
de Deus em Cristo com tanta freqüência estão em contradição com a realidade que os cerca.
Porém, para lhes dar esperança, eles têm mais que a fidelidade de Deus no passado e promessas
quanto ao futuro. O dom divino do Espírito Santo proporciona uma base experimental para a
esperança no presente. Em Romanos 5,1-5 e em Romanos 8, Paulo escreve a respeito do que
significa para os cristãos viver na esperança. Como Abraão, os cristãos precisam viver na esperança
porque a realidade de suas circunstâncias
atuais tantas vezes está em contradição direta com as promessas de Deus e em Cristo. Em
Romanos 5,1-5, Paulo lembra à Igreja romana que em Cristo eles já foram justificados pela
ESPERANÇA
fé, obtiveram acesso à graça* de Deus e se alegram na esperança de partilhar a glória de Deus.
Embora seja difícil adotar a esperança em meio à realidade do sofrimento*, os cristãos se alegram
mesmo no sofrimento, pois toda experiência cristã está iluminada pela realidade da experiência de
glória*. Se os cristãos se apegarem a esta esperança em meio ao sofrimento, sua esperança
crescerá e eles não passarão vergonha. A
realidade da esperança cristã baseia-se em duas coisas: a realidade da vitória divina sobre o mal
na morte e ressurreição de Cristo e o dom do Espirito Santo. A esperança é a fonte da força
presente para os fiéis porque se baseia no que Deus fez em Cristo, é experimentada no poder do
Espirito e se move em direção à glória que será revelada. A relação entre o Espírito e a esperança
cristã é ainda desenvolvida em Romanos 8. Aqui fica claro que a esperança é inseparável do dom do
Espírito Santo e da vida nova que os
cristãos têm como herdeiros de Deus. O Espírito Santo assegura aos cristãos que eles são co-
herdeiros com Cristo porque o dom do Espírito Santo é sinal de que Cristo já recebeu sua herança;
é garantia de que as expectativas dos que ainda aguardam se realizarão. O sofrimento pelo qual
passam os cristãos também faz parte dessa garantia. Os que são co-herdeiros com Cristo precisam
sofrer com ele antes de serem glorificados com ele. Mas a glória é tão certa quanto o sofrimento, e
o Espírito Santo é garantia de que o sofrimento não é em vão. A atividade do Espírito é prova de que
surgiu um novo tempo e de que a consumação do tempo não tardará. O sofrimento característico
deste tempo é resultado de ser fiel a
Cristo em um mundo que lhe é hostil. A imagem de gemidos e dores de parto mostra que a
condição atual da criação terá um resultado glorioso, que inclui a redenção* do cosmos. Os cristãos
têm uma grande vantagem nessas dores de parto, porque possuem as primícias do Espírito e
antevêem a salvação futura — a adoção*
e a redenção de seus corpos. A glória que será revelada já está presente no dom do Espírito que
intercede pelos cristãos segundo o desígnio de Deus. O Espírito ajuda os cristãos em sua fraqueza,
dando-lhes a certeza de que sua esperança de glória não é em vão. Romanos 8,2830 assegura aos
fiéis que nada destrói sua glória suprema; Deus triunfará. Essa é a base da esperança cristã em
face de circunstâncias adversas.
Também vemos essa estreita ligação entre o Espírito e a esperança em 1 Coríntios 12 e 13. O
derramamento de dons faz parte da vida no Espírito. Quando exercidos em amor*, esses dons
proporcionam aos fiéis uma irresistível certeza de sua inclusão em um novo tempo que já começou.
A fé e a esperança têm um lugar
junto ao amor (ICor 13,13; cf. lTs 5,8) no exercício dos dons espirituais, porque essas virtudes
abrangem toda a existência cristã. A vida no Espírito é uma vida de ter fé em Deus, ter confiança no
futuro e amar uns aos outros.
2.3. Esperança para o futuro. Os fiéis vivem na esperança neste tempo porque sabem que acabarão
por receber uma herança de glória (Cl 1,5). Essa glória futura exerce influência no presente por
meio da esperança que desperta. Como têm esperança, os cristãos antevêem o futuro e trazem-no
para o presente. A esperança não se define por realidades presentes, mas pelos desígnios de Deus
para o futuro. Porém, quando Paulo escreve a respeito dele, esse futuro jamais está separado da
experiência presente da vida em Cristo (Cl 1,27). O futuro que os cristãos antevêem é a consumação
da atividade que começou na morte* e ressurreição de Cristo e continua na experiência presente do
Espírito. O objetivo da esperança cristã é a futura manifestação de Cristo. Então, o que agora é a
base da esperança cristã se manifestará plenamente.
O objetivo da esperança cristã está explicitamente mencionado emTito 2,13 como a “manifestação
da glória de nosso grande Deus e Salvador*, Jesus Cristo”. A vida eterna (Tt 1,2; 3,7) e a
ressurreição dos mortos (lTs 4,13-18; ICor15) estão estreitamente ligadas à manifestação da glória.
A análise mais extensa destas realidades futuras encontra-se em 1 Coríntios 15. Embora a palavra
esperança só seja mencionada uma única vez (ICor 15,19), este capítulo ligase à análise da
esperança em Romanos 8 pelo uso da imagem das primícias*. Assim como a obra do Espírito na
vida dos fiéis são as primícias da glória futura, a ressurreição de Cristo sãoas primícias que
garantem a ressurreição futura de todos os que estão em Cristo. Nesse tempo, o
propósito último de Deus se realizará e o Reino virá em toda a sua glória. Essa ressurreição final é
tão certa que negar a ressurreição é negar o Deus que prometeu esse futuro glorioso. A esperança
cristã só encontra sentido como antecipação de algo maior e mais glorioso. Ela parte da realidade
presente da atividade de Deus ao ressuscitar Cristo dos mortos e dar o Espírito aos fiéis, e
proclama o futuro dessa realidade. A
Deus prove a base para a edificacao no firme fundamento da verdade crista. Fora desse
fundamento a perseverança sera impossivel, porque ela envolve o fato de estarmos “arraigados e
edificados nele e confirmados na fe” (Cl 2.5-7). A obrigacao
que temos como cristaos, e nos apegarmos aos fundamentos oferecidos por Deus (2 Pe 3.17).
Embora essa palavra seja raramente usada nas Escrituras, ela expressa um conceito que
encontramos repetidamente na Biblia Sagrada.
PERSEVERANCA ou CONSTANCIA
Esta palavra tem uso tanto biblico quanto teologico. Em um sentido estritamente bíblico e usada
em varias versoes para expressar o substantivo grego proskarteresis em Efesios 6.18. A forma
verbal proskartereo e mais comum, sendo encontrada na Septuaginta (Nm 13.20), assim como no
grego classico e papiros como tambem no NT. Em cada exemplo,
o pensamento primario e a firme continuação de algo, seja ao descrever a espera por um barco (Me
3.9), o cuidado constante dos empregados e sentinelas (At 10.7) ou a estabilidade no estilo de vida
cristao (At 1.14; 2.43,46; 6.4; 8.13; Rm 12.12; 13.6; Cl 4.2). O uso mais predominante esta associado
ao quinto ponto da soteriologia de Calvino. A doutrina da perseveranca dos santos tem como
finalidade que aqueles sobre os quais Deus concedeu sua graca especial, nao percam este estado.
Esta doutrina foi primeiramente e explicitamente ensinada por Agostinho. Entretanto, foram
Calvino e os reformadores que a estabeleceram com eonsistenda. Eles citaram varias afirmacoes
das Escrituras como a base para este ensino (Jo 10.27-29; Rm 8.31-39; 11.29; Fp 1.6; 2 Tm 1.12; 1
Pe 1.5), alem de inferencias necessarias de doutrinas como a
eleicao, regeneracao, justificacao, uniao com Cristo e santificacao. Os arminianos fazem 3 objecoes
a este ensino. Sua primeira alegacao e que a perseverança do crente e dependente da sua vontade.
Eles citam passagens biblicas que ensinam a necessidade de lutar (Lc 13.24; Cl1.29; 2 Tm 2.5), e a
possibilidade de cair (Lc 9.62; 1 Co 9.27; G1 5.4; Hb 6.3ss.). Em segundo lugar, sustentam que tal
certeza acerca da salvacao final so pode levar a imoralidade e a indolencia. Em terceiro, tal ensino
e inconsistente com a liberdade humana. Com referencia as passagens citadas pelos arminianos, os
calvinistas respondem dizendo que o contexto e frequentemente contrario ao entendimento
arminiano, e que tais
para se encaminhar em direcao a santidade. Entao o homem nunca e mais livre do que quando
conscientemente escolhe
aquela que e a vontade de Deus. Ele persevera a medida que permanece na graca de Cristo (Veja F.
Hauck, “Meno etc.”, TDNT,
P. D, F.
PACIENCIA Na maior parte das vezes, essa palavra e um termo do NT encontrado apenas tres
vezes no AT. Nos Salmos 37.7 e 40.1 as palavras hebraicas hui e qawa foram respectivamente
traduzidas como “esperar pacientemente” e em Eclesiastes 7,8, a palavraarek (anseio) foi
empregada para descrever alguem que possui um espirito paciente. No NT, quatro palavras gregas
foram traduzidas de alguma maneira relacionada a paciencia. A palavra grega makrothumia e
hypomone fala sobre a paciencia em relacao as circunstancias dificeis. Essa palavra nao retrata
uma paciencia submissa
ou passiva que esta irremediavelmente resignada ao sen destino infeliz; ao contrario, ela e uma
resistencia ativa marcada pela esperanca e pela seguranca (1 Ts 1.3).Barclay ainda acrescenta que
esta e a “qualidade que mantem um homem sobre seus pes, com a face voltada para o vento” (p.
60). Um exemplo desse tipo de paciencia e Jo, que suportou as aflicoes que lhe sobrevieram (Tg
5.11).
A terceira palavra traduzida como “paciencia” e epieikes (1 Tm 3.2,3), que descreve uma atitude
bondosa, condescendente ,razoável e conciliadora, e que nao insiste em seus direitos (Barclay, p.
38ss,), O quarto termo, anexikakos (2 Tm 2.24), significa, literalmente, “suportar sob o mal” e
assim expressa o tipo de paciencia que suporta o mal sem ressentimentos (Arndt).Veja Tolerancia;
Longanimidade; Perseveranca