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Resumo
A GDF-8 (Miostatina) é uma proteína que exerce um efeito inibitório no desenvolvimento da musculatura
esquelética. O treinamento contra resistência (musculação) é uma das eficientes estratégias que promovem o
aumento da secção transversal do músculo. Partindo dessa premissa é cabível de se dizer que o treinamento
contra resistência influencia a atividade da Miostatina. O objetivo desta revisão bibliográfica é abordar o
comportamento da Miostatina frente ao treinamento contra resistência.
Unitermos: Miostatina. Treinamento contra resistência. Músculo esquelético.
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O papel da miostatina
Nas ultimas décadas foi verificado que algumas raças de gado tinham uma mutação no gene
da Miostatina, de modo que se formava uma proteína não funcional, o que demonstrou que a
Miostatina inibia o crescimento da musculatura esquelética, e a principal características destes
animais detentores desta mutação, era o crescimento exacerbado dos músculos, fenômeno
chamado “double muscling” (4-7). Há pouco tempo foi encontrado o caso de uma criança alemã
extremamente musculosa que possuía uma dose dupla de uma mutação que inativa a Miostatina,
esta criança apresentava fenótipo semelhante ao “double muscling”. (2)
Foi constatado por manipulação genética feita com camundongos transgênicos, que quando
ocorre uma deficiência de Miostatina ocorre um drástico e generalizado aumento de massa
muscular esquelética, principalmente devido a um número maior de fibras musculares livres de
gorduras, chegando a ter um aumento em volume cerca de 2 a 3 vezes mais que camundongos
selvagens.(4)
Resultados recentes mostram que em nosso organismo está presente também o inibidor o da
Miostatina que é conhecido como folistatina. Embora a folistatina pareça ser um potente inibidor
da atividade da mesma, ela também funciona como inibidor de actinina. Actininas estão
envolvidas em múltiplas funções em diversos órgãos, pelo seu bloqueio a folistatina iria afetar
múltiplos tecidos, como os lisos e o cardíaco e não apenas o músculo esquelético. (8-9)
Quanto ao uso da Miostatina nos esportes, a divulgação desta proteína trouxe diversas reações
em diferentes segmentos na área da saúde, os atletas amadores e profissionais notaram a
possibilidade de usar os bloqueadores da mesma para extrapolar o desempenho nos exercícios
e a responsividade ao treinamento atingindo o máximo da capacidade humana.
O efeito do treinamento de força sobre a expressão da Miostatina foi testada por biópsia
muscular do músculo vasto lateral as quais, foram tomadas em repouso uma hora antes, uma
hora depois e 48 horas após cinco sessões de 10 repetições no leg press, tanto antes como após
21 semanas de treinamento de força supervisionado, em duas situações: indivíduos não
treinados (pré-treino) e indivíduos treinados (pós-treino).
Com o avanço dos conhecimentos terapêuticos a Miostatina parece ser uma representante
em potencial da terapia genética, auxiliando no tratamento efetivo para diversas condições
patológicas, como o HIV, sarcopenia, câncer (caquexia), distrofia muscular, entre outros. (11-12-13-
14)
Conclusão
A literatura ainda é carente a respeito dos fatores que envolvem a Miostatina, porém os estudos
existentes indicam que o treinamento contra resistência pode atenuar a mesma, e o
desenvolvimento de medicamentos podem vir a auxiliar no aumento de massa magra e força em
casos patológicos e ainda servir como recurso para atletas que buscam extrapolar os limites do
corpo.
Referências
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