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SONDA LAMBDA, O QUE É E COMO FUNCIONA.

Sonda lambda. Quase todo mundo ouviu falar, mas poucos sabem realmente
do que se trata. A sonda lambda é um dos componentes mais importantes do
motor, pois sem estes sensores o gerenciamento da combustão de forma
eficiente seria impossível.

A sonda lambda, também conhecida como sensor de oxigênio, tem como


função medir a variação entre o teor de oxigênio dos gases de escapamento e
o nível de oxigênio no ambiente.

Nos motores de combustão, tanto a economia de combustível como o


tratamento dos gases do escapamento só acontecem por causa da das sondas
lambda. Graças a estes sensores, a emissão de poluentes dos motores diminui
drasticamente bem como torna mais agradável sua utilização.

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Este sensor deve o seu nome à letra λ (lambda) do alfabeto grego, que é
usada para representar a equivalência entre a relação ar/combustível real e a
relação considerada ideal (ou estequiométrica) de uma mistura. Quando o valor
é inferior a um (λ < 1) significa que a quantidade de ar é inferior ao ideal, logo a
mistura é considerada “rica”. Quando o oposto acontece (λ > 1), por ter
excesso de ar além do ideal, a mistura é “pobre”.

A relação ideal -ou estequiométrica- usando um motor a gasolina como


exemplo, deve ser de 14,7 partes de ar para cada parte de combustível. No
entanto, esta proporção nem sempre é constante. Existem variáveis que
afetam essa relação, desde condições ambientais - como temperatura, pressão
do ar ou umidade– até ao funcionamento do veículo em si - como regime de
rotações, temperatura do motor ou variação de potência exigida.

A sonda lambda ao informar a central eletrônica do motor da diferença do teor


de oxigênio nos gases de escapamento e no exterior, permite que esta central
ajuste a quantidade de combustível injetada na câmara de combustão.

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O objetivo é conseguir o melhor compromisso entre potência, economia de
combustível e emissões, aproximando o mais possível a mistura de uma
relação estequiométrica. Ou seja, conseguir que o motor trabalhe da forma
mais eficiente possível.

A sonda lambda funciona de forma mais eficaz em temperaturas elevadas –


pelo menos 300ºC- o que determinou que a sua localização ideal seja próxima
do motor no coletor de escapamento ou na própria tubulação. Hoje em dia as
sondas lambda podem estar junto do catalisador, com uma resistência que
permite o seu aquecimento independe da temperatura dos gases de
escapamento.

Atualmente, os motores podem ter duas ou mais sondas. Existem modelos que
recorrem a sondas lambda localizadas antes e depois do catalisador, para
medir tudo com a máxima eficiência.

A sonda lambda é composta por dióxido de zircónio, um material cerâmico que


quando atinge os 300ºC se transforma num condutor de ions de
oxigênio. Desta forma, a sonda consegue identificar por meio de uma variação
de tensão (medida em mV, ou milivolts) a quantidade de oxigênio presente nos
gases de escapamento.

Uma tensão até cerca de 500 mV indica mistura pobre, acima disso reflete que
a mistura está rica. É este sinal elétrico que é enviado para a centralina do
motor, e que faz os ajustes necessários à quantidade de combustível injetado
no motor de maneira constante.

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Existe um outro tipo de sonda lambda, que substitui o dióxido de zircônio por
um semi-condutor à base de óxido de titânio. Este não necessita de referência
do teor de oxigênio do exterior, pois consegue alterar a sua resistência elétrica
em função da concentração de oxigênio. Comparado com aos sensores de
dióxido de zircônio, os modelos à base de óxido de titânio têm menor tempo de
resposta, mas por outro lado, são mais sensíveis e apresentam um custo
maior.

Foi a Bosch que desenvolveu a sonda lambda no final da década de 1960, sob
a supervisão de Günter Bauman. Esta tecnologia foi aplicada pela primeira num
veículo de produção em 1976, equipando os Volvo 240 e 260.

Basicamente existem 2 tipos de sondas:

 Sonda lambda de banda estreita (Narrow band sensor) - Não


avalia a combustão em todas as condições de trabalho do motor
(somente na faixa estequiométrica).
 Sonda lambda de banda larga (Wide band sensor) - Avalia a
combustão em praticamente todas as condições de trabalho do
motor: marcha-lenta, plena carga, entre outros.

Sonda lambda de banda estreita

As mais comuns do mercado. São divididas, basicamente, em 2 grupos:

 sondas comuns (finger)


 sondas planares

Sonda lambda comum (finger)

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Dentro do grupo das sondas comuns, existem 3 modelos mais frequentes:

 sonda de 1 fio
 sonda de 3 fios
 sonda de 4 fios

Existe também a sonda de 2 fios, utilizada no ômega 3.8 (conhecido como


ômega australiano).

A sonda de 1 fio possui o aterramento do elemento sensor pela própria


carcaça da sonda, e o único fio existente é o fio de sinal. Essa sonda não tem o
aquecedor do elemento sensor, por isso demora muito mais para começar a
funcionar. Essa sonda deixou de ser utilizada ainda nos anos 90. Ela era
utilizada na linha Chevrolet Corsa EFI e S10 EFI.

A sonda de 3 fios também possui o aterramento do elemento sensor na


própria carcaça da sonda. É utilizada principalmente na linha Chevrolet Astra
importada, com sistema MOTRONIC 1.5.2. Seus 3 fios são:

 1 fio branco - positivo do aquecedor do elemento sensor


 1 fio branco - negativo do aquecedor do elemento sensor
 1 fio preto - sinal do sensor

A sonda de 4 fios é utilizada atualmente por uma grande gama de veículos. É


composta pelos seguintes fios:

 1 fio branco - positivo do aquecedor do elemento sensor


 1 fio branco - terra do aquecedor do elemento sensor
 1 fio cinza - terra do elemento sensor
 1 fio preto - sinal do sensor

Sonda lambda planar

A sonda planar vem substituindo a sonda comum, sendo que a grande maioria
dos veículos flex utiliza a sonda planar. Ela sempre possui 4 fios, composta
por:

 1 fio branco - positivo do aquecedor do elemento sensor

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 1 fio branco - controle negativo (PWM) do aquecedor do elemento
sensor
 1 fio cinza - terra do elemento sensor
 1 fio preto - sinal do sensor

Como diferenciar o sensor comum (finger) e sensor planar?

É importante que o reparador confira a aplicação do sensor antes de substituir


o componente que está aplicado no veículo em teste. Os fabricantes
disponibilizam tabelas completas de aplicação:

 NGK/NTK (faça aqui a busca pelo site)


 BOSCH (faça o download da tabela em PDF)
 MTE Thompson (faça a busca pelo site e verifique o procedimento
para a substituição)

Além das tabelas, existem alguns métodos para diferenciar os sensores e não
aplicá-los de maneira errada. Um deles é visual (pouco funcional), analisando a
grelha do sensor.

A grelha com furos laterais é típica da sonda lambda comum:

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Sonda lambda comum (finger)
Já a grelha com furos frontais é típica da sonda lambda planar:

Sonda lambda planar


Entretanto, em 2013, algumas fabricantes passaram a produzir todos os
sensores com a grelha de furos frontais, ou seja, o teste visual já não é tão
eficaz.

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Vamos ver outras 3 maneiras de diferenciar as sondas comuns e planares.

Resistência do aquecedor da sonda lambda

Para a maioria dos veículos, a resistência do aquecedor do sensor comum


(finger) é de 2 Ω a 5 Ω (Ohms). Já para as linhas Toyota e Honda da lista
abaixo, a resistência do sensor fica em torno de 12 Ω e 14 Ω (Ohms).

 Corolla 1.6 16V - De 2002 até 2007


 Corolla 1.8 16V - De 2002 até 2007
 Filder 1.8 16V - De 2004 até 2007
 Corolla 1.8 16V Flex - De 2007 até 2008
 Filder 1.8 16V Flex - De 2007 até 2008
 Civic 1.6 16V - De 1992 até 2000
 Civic 1.7 16V - De 2001 até 2006

A sonda planar apresenta resistência do aquecedor entre 8 Ω e 12 Ω (Ohms).

Posição dos fios do aquecedor da sonda

Na sonda planar, os fios brancos se encontram lado a lado. Já na sonda


comum, os fios brancos ficam intercalados.

Controle do aquecedor da sonda

Uma das principais características que diferencia se um veículo utiliza sonda


comum ou planar é através de como é feito o controle negativo do aquecedor.

 Sonda planar - o sinal do controle do negativo do aquecedor é


pulsado (PWM)
 Sonda comum - a unidade de comando (UCE) controla o negativo
do aquecedor de maneira direta, ou seja, é um terra contínuo. O
negativo do aquecedor também pode estar ligado direto na massa.

Outras diferenças

A sonda lambda planar é resultado de uma evolução construtiva (otimização)


da sonda lambda comum (finger).

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Seu elemento sensor cerâmico possui melhor distribuição de massa. Na sonda
comum é um sólido em formato de dedal. Na planar é montado em finas
camadas, lâminas.

A sonda planar atinge rapidamente a sua temperatura de funcionamento.


Começa a funcionar em cerca de 10 segundos depois da partida do motor. A
sonda comum pode levar mais de 1 minuto para começar a funcionar.

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